Espiritualidade Rede Marista RS | DF | Amaz么nia
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Apresentação Você está recebendo em mãos o Caderno Pastoral abordando a temática da Espiritualidade. Este tema está alinhado às prioridades estabelecidas nas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Rede Marista, auxiliando e enriquecendo a reflexão sobre o processo de evangelização. Muitas hoje são as espiritualidades existentes. Para nós, que somos cristãos e maristas, temos no Espírito Santo a fonte de nossa espiritualidade. Diante disso, a espiritualidade pode ser comparada com a seiva que faz crescer a árvore da vida, com o ar que respiramos, enfim, a vivência e o cultivo da espiritualidade são importantes e essenciais para harmonizar e dinamizar a vida e a missão, pois ajudam a tornar as relações mais humanas e fraternas. Como Maristas, também temos uma fonte de onde bebemos e nos alimentamos: a Espiritualidade Apostólica Marista. Somos todos convidados a beber da espiritualidade que nos deixou São Marcelino Champagnat e aprofundar nossas relações de fraternidade, nas quais Irmãos, Leigos e Jovens direcionam suas energias para tornar Jesus Cristo e Maria mais conhecidos e amados. Viver a espiritualidade marista significa centrar apaixonadamente nossas vidas em Jesus de Nazaré e no seu projeto de Reino de Deus, e em São Marcelino Champagnat, que nos motiva a olhar o mundo com os olhos de Deus Pai e Mãe. Que o texto de referência, encontros de formação, dicas de vídeos, músicas, orações e celebrações sirvam para embasar e estimular nossa missão de evangelizar crianças, adolescentes, jovens e adultos. Somos chamados a voltar às fontes da espiritualidade cristã e marista, aprofundá-las, vivenciá-las e compartilhar experiências. Que a Boa Mãe e São Marcelino nos ajudem nesse propósito. Coordenação de Pastoral 3
Sumário Texto referência
Espiritualidade: o que move minha vida?!
Encontros de formação Apresentação
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Crianças
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Adolescentes
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Jovens
29
Adultos
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Celebração
Um encontro pessoal
36
Dicas
Filmes
44
Livros
50
Músicas
51
Orações
61
Vídeos
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Texto referência
Espiritualidade: o que move minha vida?! Vivemos atualmente um importante momento na história da humanidade e da Terra. Ou levamos a causa da libertação adiante, incorporando novas perspectivas, ou nos condenamos a repetir os discursos passados, a ser apenas eco da voz dos antigos dominadores, espertos em mudar de métodos para garantir sempre sua dominação. A combinação de profunda pobreza e acelerada degradação ecológica está criando desespero e destruição, dos quais é cada vez mais difícil escapar. O atual modelo civilizatório não está respondendo aos anseios das pessoas, não está conseguindo dar respostas às grandes perguntas da vida e sobre a vida.
Texto referência
Precisamos ajudar crianças, adolescentes, jovens e adultos a encontrarem o seu espaço, a se articularem em torno das grandes causas da vida, a lutarem pelas grandes utopias e grandes sonhos. Precisamos ajudar a encontrar a alegria e a esperança pela vida. Em outras palavras, precisamos ajudar as pessoas a terem sentido para viverem com maior qualidade de vida. Em momentos mais dramáticos, o ser humano mergulha na profundidade do Ser e se coloca questões vitais: Qual é o sentido da nossa vida? O que estamos fazendo neste mundo? Qual é o nosso lugar no conjunto dos seres? Como agir para garantirmos um futuro que seja de esperança para todos os seres humanos e para a nossa casa comum? O que podemos esperar para além desta vida? É nesse contexto que devemos colocar o tema da espiritualidade. A espiritualidade é uma das fontes primordiais, embora não seja a única, de inspiração do novo, de esperança, de geração de um sentido pleno e de capacidade de autotranscendência do ser humano. São muitos os setores da sociedade que falam de espiritualidade.
Espiritualidade Trazer à tona questões fundamentais e captar a profundidade do mundo, de si mesmo e de cada coisa constituem o que é chamado de espiritualidade (cf. Boff, 2001, p. 16-18). O termo espiritualidade vem da palavra espírito (Ruah: ar, sopro, respiração, o que dá movimento, vida). Espírito não é uma parte do ser humano. É aquele momento de nossa consciência pessoal que nos 8
permite sentirmo-nos parte e parcela de um Todo que nos ultrapassa por todos os lados: o universo das coisas, das energias, das pessoas, das produções histórico-sociais e culturais. Espírito, em seu sentido originário, donde vem a palavra espiritualidade, “é a qualidade de todo ser que respira. Portanto, é todo ser que vive, como o ser humano, o animal e a planta. Mas não só. A terra toda e o universo são vivenciados como portadores de espírito, porque deles vem a vida e são eles que fornecem todos os elementos para a vida e mantêm o movimento criador e auto-organizador” (Boff, 1999, p. 130). Para entendermos o que é espírito, precisamos desenvolver uma concepção do ser humano que seja mais profunda e fértil que aquela convencionalmente transmitida, em que o ser humano é composto de corpo e alma, ou matéria e espírito. Com essa concepção perdemos a visão da unidade sagrada do ser humano vivente como uma coexistência dinâmica, interconectada e interligada de matéria, energia e espírito (cf. Hathaway e Boff, p. 422-424). Entendendo a espiritualidade como fragmentada, ela passa a ser um aspecto do ser humano, o espírito, a procura do Eu mais profundo, ou Deus. A partir dessa visão, ela é vista como uma tarefa entre outras, e não como uma totalidade. Para o seu cultivo não bastam espaços de silêncio, paz interior, relax, tranquilidade ou práticas de interiorização. A visão que reduz o cultivo da espiritualidade aos rituais litúrgicos, espaços de silêncio, paz interior, relax, tranquilidade, interiorização está cultivando o dualismo e não a unicidade do humano. Separar o corpo do espírito é fundamentalmente reducionismo, deixando de 9
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1 Paul Johannes Tillich foi um teólogo alemãoestadunidense, um filósofo cristão. Foi contemporâneo de Karl Barth, um dos mais influentes teólogos protestantes do século XX. Nasceu a 20 de agosto de 1886 em Starzeddel, na Prússia Oriental. Recebeu o prêmio da paz dos editores alemães, em 1962. Faleceu em Chicago em 22 de outubro de 1965.
entender e sentir a espiritualidade como uma forma de ser. Espiritualidade a gente dorme e acorda com ela, está e é conosco sempre. E sempre é sempre! Espiritualidade é aquela atitude que coloca a vida no centro, que defende e promove a vida contra todos os mecanismos de diminuição, de estancamento e de morte. O oposto ao espírito, nesse sentido, não é o corpo, mas a morte e tudo o que estiver ligado ao sistema da morte (cf. Boff, 1999, p. 130-131). O espírito de uma pessoa é o profundo e dinâmico de seu próprio ser: suas motivações maiores e últimas, seu ideal, sua utopia, sua paixão, a mística pela qual vive e luta e com a qual contagia. Toda pessoa está animada por uma espiritualidade, porque todo ser humano, cristão ou não, religioso ou não, é um ser também fundamentalmente espiritual. Toda mulher e todo homem são mais do que biologia pura. É esse algo mais, muito mais, que os distingue do simples animal. As religiões e filosofias designam essa realidade misteriosa, porém real, como “espírito”. Perder essa dimensão profunda é deixar de ser humano, é embrutecer-se. Paul Tillich1 fala dessa “dimensão perdida” como a grande tragédia dos tempos materialistas apenas. Alimentar a espiritualidade significa estar aberto a tudo o que é portador da vida, cultivar o espaço interior de experiência a partir donde todas as coisas se ligam e re-ligam, superar os compartimentos estanques, captar a totalidade e vivenciar as realidades para além de sua facticidade opaca e, por vezes, brutal, como valores,
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evocações e símbolos de uma dimensão mais profunda. O homem/mulher espiritual é aquele que pode perceber sempre o outro lado da realidade, que é capaz de captar a profundidade que se re-vela e vela em todas as coisas e consegue entrever a referência de tudo com a Última Realidade (cf. Boff, 1999, p.131).
Nossa espiritualidade é cristã... A espiritualidade cristã é, por definição, a espiritualidade de Jesus (cf. Galilea, 1983, p. 25-29), segundo o Espírito. Sua opção deverá ser nossa opção, suas atitudes nossas atitudes, sua práxis nossa práxis (cf. Boff, 2001, p. 32-36).
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Texto referência
2 Juan Luis Segundo, nasceu em Montevidéu, em 31 de outubro de 1925, foi padre jesuíta. Ele foi um dos fundadores da teologia da libertação latino-americana. Lecionou em vários países latinoamericanos e nas universidades de Harvard, Chicago e Birmingham. Entre seus escritos podemos citar Teologia aberta para um laicado adulto (19671972), o homem moderno a Jesus de Nazaré e o dogma que liberta (1982), fé, revelação e magistério dogmático (1989). Faleceu em 17 de janeiro de 1996.
“A palavra cristã, para nós, conotando a espiritualidade, não é apenas um adjetivo, é um substantivo vital. Poderá haver no cristianismo, nas diferentes Igrejas, nas várias congregações e institutos religiosos, ou nos movimentos apostólicos, matizes, acentos, adjetivações na espiritualidade (luterana, franciscana, marista, carismática), porém sempre o caráter de cristã é que definirá essa espiritualidade” (Casaldáliga, 1998, p. 20). “O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 1,3) é o nosso Deus e Pai; o Espírito do crucificado e ressuscitado, “derramado em nossos corações” (Rm 5,5), é o Espírito que nos anima; a fé de Jesus (Hb 12,2) é a nossa fé. Juan Luís Segundo2, por certo, recordava incisivamente que é até muito fácil ter fé em Jesus, e que é difícil e verdadeiro é ter a fé de Jesus. O que caracteriza a espiritualidade cristã é a sua fonte: o Espírito do Senhor está sobre min. Vejamos isto através do texto de Lucas 4,16-21: “o Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor”. É o Espírito que me Unge: “Ele me Ungiu”. Me chamou, me consagrou, me quis como propriedade sua para me enviar. Ele chama para realizar uma missão e me Unge para essa missão, ou seja, me dá os dons necessários para realizá-la. Me Ungiu e me enviou: “para evangelizar os pobres, para proclamar a remissão aos presos...”. Ou seja, me Ungiu para ser uma presença, uma força de vida, para levar a esperança às crianças, aos adolescen-
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tes, aos jovens e aos adultos. O Espírito do Senhor me Ungiu para semear a vida, para ser vida. Quais são os frutos do Espírito? (Grün, 2006, p. 90-116). Os frutos do Espírito são amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si (cf. Gálatas 5,16-26). Somos chamados a fazer o bem, servir as pessoas, ajudar as pessoas, pois o Espírito é vida. O contrário do Espírito (vida) é a morte. As obras da morte são impureza, libertinagem, idolatria, ódio, raivas, rixas, ciúmes, ira, discussões, discórdia, divisões, inveja, bebedeira, vícios... É tudo aquilo que faz com que eu e o meu próximo tenhamos menos vida. Somos ungidos por Deus para sermos vida e não para a morte. Deus é vida. O seu Espírito é vida. Por isso que a vida só tem sentido pleno quando é vivida para o bem, para o próximo, e não para o egoísmo, para o individualismo, pois a espiritualidade parte não do poder, nem da acumulação, nem do interesse, nem da razão instrumental. Nasce da gratuidade do mundo, da relação inclusiva, da comoção profunda, do sentido de comunhão que todas as coisas guardam entre si, da percepção do grande organismo cósmico, pervadido de acenos e sinais de uma Realidade mais alta e última.
... E é marista. “Marcelino foi agraciado com um relacionamento profundo com Jesus e Maria. Nossa espiritualidade teve início com esse dom. Começando com a intuição original, inspirada pelo Espírito, e influenciado por sua própria
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Texto referência
Para aprofundamento sugerimos consultar o Documento Água da Rocha.
personalidade e pelos acontecimentos de sua vida, ele e a primeira Comunidade de Irmãos viveram um carisma. Em razão da fidelidade criativa, esse carisma começou a se expressar como espiritualidade” (Água da Rocha, 2007, p.15). Para o marista, a espiritualidade é o modo de se relacionar com Deus Pai e Mãe e com Maria. Neste relacionamento entra a confiança filial para com Deus e a Boa Mãe. Trata-se de uma atitude filial com simplicidade. É o abandono do filho nos braços do Pai e Mãe. A espiritualidade legada por Marcelino Champagnat é Mariana e Apostólica (cf. Constituições e Estatutos, 2010, nº 7). Mariana porque se espelha no jeito de Maria se relacionar com Deus e com as pessoas; porque impregna a missão do jeito mariano, vivendo as atitudes mariais da escuta, da disponibilidade, da acolhida, do serviço generoso, da solidariedade, da oração, da união com Deus, com os outros e com a natureza, no seguimento de Jesus Cristo. É Apostólica, a exemplo da vida e missão dos Apóstolos, isto é, inserida na realidade, em especial entre os jovens e as crianças. Ela nos faz sentir a presença de Deus nos acontecimentos da vida e nos desafia pelos seus chamados.
Concluindo... Para vivenciar a espiritualidade como um modo de ser é preciso uma ação evangelizadora e pastoral como processo e não como eventos, ou seja, um conjunto de dinamismos que levam crianças, adolescentes, jovens e adultos a abrir-se, a buscar resposta às inquietudes, a
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valorizar o que constrói sua pessoa, a amadurecer motivações pessoais profundas e a concretizar seu projeto de vida. Essa evangelização e pastoral de processo precisam ser vivenciadas de forma participativa em comunidades, em pequenos grupos; dentro de um espaçotempo onde partilham fé e vida, alegrias e tristezas, reflexão e ação, ilusões e preocupações, a oração, a festa, as inquietudes, tudo o que são e querem ser, o que vivem, o que creem, o que sentem, o que esperam; precisam encontrar ambientes educativos, comunidades de fé e uma pastoral que ofereça espaço de acolhida, instrumentos e pessoas que estejam ao seu lado para ajudar a construir as suas vidas.
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Por ser a espiritualidade a seiva que move a vida, que provoca verdadeiras experiências de transformação, pensamos que os versos do poema Mude, de Clarice Lispector, ajudam a refletir: “Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade. Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos. Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas. Só o que está morto não muda! Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena”. Gustavo Balbinot José Jair Ribeiro (Zeca)
Para ref letir: 1. Que perguntas o texto suscitou em mim? 2. Qual o meu conceito de espiritualidade? 3. Quais são as motivações maiores e as dificuldades mais significativas para vivenciar a espiritualidade como um modo de ser?
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Bibliografia • BOFF, Leonardo (1999). Ética da Vida. Brasília: Editora Letraviva. • BOFF, Leonardo (32001). Espiritualidade – um caminho de transformação. Rio de Janeiro: Sextante. • BOFF, Leonardo (2012). O cuidado necessário - na vida, na saúde, na educação, na ecologia, na ética e na espiritualidade. Petrópolis: Vozes. • CASALDÁLIGA, Pedro (1998). Nossa espiritualidade. São Paulo: Paulus. • CONSTITUIÇÕES MARISTAS e ESTATUTOS (2010). Texto de 1996 com as modificações introduzidas pelos Capítulos Gerais de 1993, 2001 e 2009. Roma: CSC Gráfica. • GALILEA, Segundo (1983). O caminho da espiritualidade – visão atual da renovação cristã. São Paulo: Paulinas. • GRÜN, Anselm (42006). Fontes da força interior. Evitar o esgotamento, aproveitar as energias positivas. Petrópolis: Vozes. • HATHAWAY Mark & BOFF, Leonardo (2012). O tao da libertação explorando a ecologia da transformação. Petrópolis: Vozes. • INSTITUTO DOS IRMÃOS MARISTAS (2007). Água da Rocha: espiritualidade Marista, fluindo na tradição de Marcelino Champagnat. Guarulhos: FTD S.A.
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Encontros de formação
Formação Humano-Cristã Apresentação Esta é uma proposta aberta e adaptável para o planejamento, preparação e execução dos Encontros de Formação. É destinada a crianças, adolescentes, jovens e adultos. São apresentadas diferentes propostas, procurando respeitar as faixas etárias dos interlocutores.
Encontros de formação
Para o planejamento e preparação dos Encontros de Formação é importante: • Planejar e preparar: não se esquecer de responder aquelas perguntas básicas: O quê? Por quê? Quando? Onde? Quem prepara e executa? Quem e quantos participam? Prever gastos e recursos necessários. Fazer o convite/divulgação. • Ambiente: o espaço deve ser preparado para acolher os participantes. Deve ser ambientado e preparado segundo a temática e metodologia do encontro. • Acolhida: acolher os participantes, deixando claro o objetivo e a metodologia que será utilizada, assim como fazer as combinações para que todos possam se sentir em casa e participar da melhor forma possível. • Materiais/recursos: ao planejar, cuidar para que todos os materiais e recursos necessários sejam previstos, evitando transtornos no decorrer do encontro. • Tempo e quantidade de participantes: saber o tempo e a quantidade de participantes com antecedência é fundamental para pensar nos recursos, no ambiente, na execução, no envolvimento dos participantes, enfim, dá tranquilidade na hora de executar. • Dinâmica de entrosamento: pensar em algumas técnicas iniciais de quebra-gelo, para o entrosamento e integração dos participantes. Isto faz com que se sintam em casa e entrem no clima do encontro. • Oração: este momento ajuda a fazer a ligação do conteúdo com a mística.
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• Abordagem da temática do encontro: tem a finalidade de aprofundar o tema do encontro. Pode acontecer através de uma reflexão, dinâmica, texto, vídeo, em pequenos grupos..., enfim, a metodologia pode ser pensada de acordo com a característica dos participantes. • Lanche partilhado: é um bom momento para integrar os participantes e para exercer a solidariedade coletiva. • Conclusão: momento de encaminhar as discussões e costurar as reflexões. • Avaliação: é importante fazer a avaliação com os participantes e com quem a preparou, ajudando a melhorar os encontros de formação no seu todo.
Formação com Crianças “Deus é alegria. Uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança. Está sempre à procura de companheiros para brincar” (Rubem Alves).
Objetivo: pensar na espiritualidade como fonte essencial da vida nos leva a olhar para a espiritualidade das crianças. Para isso, possibilitar vivências e experiências de cuidado, de respeito, de carinho, de amor e de afeto.
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Encontros de formação
Reconhecer na criança esta vida dinâmica, bela, criativa e alegre é dar sentido a tudo que ela vivencia no seu dia a dia. É reconhecer na capacidade de amar, brincar, viver, conviver e desfrutar as emoções básicas como essenciais para o cultivo da espiritualidade.
ATIVIDADE DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 1 • Música: em “rodinha”, iniciar de maneira descontraída e atrativa, cantando Bom dia começa com alegria (Susan Andrews) ou outra música.
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• A caixa de brinquedo: dentro da caixa deve haver um espelho, bem no fundo, do tamanho exato dela, que refletirá a imagem da criança ao olhar-se; em cima deste espelho colocar brinquedos variados, de preferência que sejam deles ou que tenham significado para as crianças. Após, convidá-las para tirarem os brinquedos e olhar, um a um, no fundo da caixa, sem falar o que viu. O facilitador deve ficar atento às reações individuais das crianças. Após a vivência, indagar: o que viram dentro da caixa? Descobriram o tesouro? Realizar um momento de conversa sobre a importância de ser e em ver o outro como tesouro, como presente. • Música: cantar a música Amo você (Susan Andrews), de preferência em círculo. • Criança é presente: a criança expressa sua espiritualidade para além das palavras, gestos, olhares, sons, posturas e atitudes. Depois de ter formado o círculo e acolhido a todos, entregar para a criança uma tarjeta com o nome de um amiguinho. Convidar para que observe e olhe cada letra do nome, procurando identificar o amigo. Ao som da música, Somos todos de uma família (Susan Andrews), cantar o nome, falar algo do amigo e, após, ir ao encontro para abraçá-lo. • Música: Ainda em círculo, motivar para cantar a música Somos todos de uma família (Susan Andrews).
ATIVIDADE DE EXPRESSÃO E REFLEXÃO 2 Para que a mensagem da história bíblica seja significativa e vivencial, pode ser preparado um ambiente no qual a criança se sinta à vontade e em família. Poderá 23
Encontros de formação
ser no pátio, embaixo de uma árvore, em círculo, sentadas com almofadas... Dispor da Bíblia para mostrar às crianças de que livro foi contado a história. Realizar a leitura bíblica de forma criativa, encenada... • Leitura Bíblica: (Mc 9,34-37). Refletir com as crianças sobre o texto e por que Jesus fala das crianças. Conversar sobre a importância de ser e do ser criança. Após a partilha, motivar para cantar a música Somos todos de uma família (Susan Andrews). • Ler a Estória: a Maior Flor do Mundo, de José Saramago, Companhia das Letrinhas (categoria: literatura infanto juvenil, crianças de 8 a 11 anos). Sinopse: conta a História de um menino que não mediu esforços para salvar uma flor que estava morrendo. Realizou uma atitude quase impossível: fez uma simples flor renascer e dar sombra como se fosse um carvalho. • Atividades a partir da estória: fazer um desenho, a partir da estória. Expor no varal os desenhos ou, se possível, montar um painel em formato de árvore, flor. Ver a possibilidade de semear na rua, no pátio, em casa, ou até mesmo verificar se há naquele espaço árvores, flores que precisam ser cuidadas (fazendo relação com as pessoas... que também precisam de cuidado, respeito, carinho e amor). • Músicas: tocar e/ou cantar a música Semente do amanhã (Gonzaguinha) ou Depende de nós (Ivan Lins) ou outra. Enquanto isso, pode - se realizar alguma atividade e/ou explorar a própria letra da música, relacionando-a com a estória “a maior flor do mundo”.
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Formação com Adolescentes Motivação: este encontro visa trabalhar a essência da vida, o que nos alimenta, move e dá vida.
“A espiritualidade é o que nos alimenta e nos dá vida. É o sopro de Deus que age em nosso ser. Essa espiritualidade necessita ser alimentada no dia a dia e no contato íntimo com Deus por meio da Palavra e da Eucaristia, que nos levam a nos comprometer com o outro e a outra, com a comunidade” (Pastoral da Juventude: Um jeito de ser e fazer: Somos Igreja Jovem, 2012).
MOMENTO INICIAL • Dinâmica: Sala Bagunçada (fazer a ligação com a vida, coração, dia a dia, sociedade bagunçada). Alguém se encarrega de revirar previamente todas as cadeiras da sala, deixando-a “de pernas para o ar”. No meio da bagunça podem ser espalhados alguns objetos e que levaram os participantes a pensar que estejam fora do lugar, como: bíblias, crucifixos, velas acesas, cadernos no chão ... É interessante que a sala esteja escura e que seja colocada uma música agitada de fundo, para completar o clima de desordem.
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Encontros de formação
Os participantes são convidados a entrar devagar, em silêncio e passear pelo ambiente, procurando descobrir o significado daquilo. Se alguém começar a arrumar a sala, deve ser impedido. Após certo tempo de contemplação e reflexão, pergunta-se ao grupo: alguém poderia partilhar conosco o que sentiu? Qual o significado disto? O que lhe chamou a atenção? Incentivar para que todos falem. Após o fechamento, todos são convidados a arrumar a sala. • Música: Dia especial (Cidadão Quem). Relacionar com: o que é especial, o que nos leva a se sentir bem, reabastecidos, que dia foi especial em nossas vidas...
ATIVIDADE DE EXPRESSÃO E REFLEXÃO
“Se os olhos são o espelho do corpo, as mãos são o espelho da alma” (Zélia Duncan).
• Dinâmica: o que nos toca. • Leitura Bíblica: Mc 8, 22-25 Jesus usou o toque das mãos para curar. Portanto, não precisamos ter receio em bendizer, abençoar e tocar as pessoas concretamente (ao invés de uma “imposição aérea” das mãos), proclamando as poderosas palavras da graça de Deus. • Atividade: pensar em tudo o que usamos, fazemos e tocamos com as mãos. Disponibilizar materiais (pincéis, tintas, massinhas de modelar, argila, folhas coloridas diversas, minitelas, lápis de cor, giz de cera) para expressarem, através das mãos, coisas boas que tocam e que os/as tocam... Enquanto fazem o trabalho, colocar uma 26
música alegre de fundo (sugere-se, O que você faz pra ser feliz, da Clarice Falcão). Partilham o que fizeram e, para encerrar este momento, assistir ao vídeo Gentileza gera gentileza todo dia (Kindess Boomerang all Day), sendo motivados a gerarem alegria através de suas expressões e toques.
ATIVIDADE REFLEXIVA • Dinâmica: Luz do mundo • Material: uma vela para cada participante, ambiente escuro (ideal se for feito a noite ou em sala que possa ter as janelas escurecidas), fósforo, pedaços de papel, lápis ou caneta, durex ou barbante. • Atividade: sentados em círculo, sugerir que fechem os olhos e façam uma oração silenciosa, por alguns minutos; enquanto isso, apagar as luzes do ambiente. Comentar sobre a escuridão do ambiente, se é confortável ficar assim sentado no escuro, o que eles fazem quando acaba a luz ... • Leitura bíblica: Mt 5, 14-16 (com apenas uma vela acessa). • Motivação: o que quer dizer este texto? Adianta eu acender uma vela e colocá-la atrás de mim? (coloque a vela acessa atrás de você). Melhora se colocar a vela à minha frente e mais para o alto? (mostre a vela). E se cada um de nós tivesse uma vela, ficaria mais claro? Dar para os participantes uma vela, mas indicar para não acender. Ficou mais claro? Não, por quê? O que falta? Jesus Cristo disse que ele era a luz do mundo, de que luz ele está falando? Quer iluminar os cantos escuros
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Encontros de formação
do mundo, como? (através de sua Palavra, de seu amor, de sua morte na cruz...). O coordenador sugere que cada um acenda a vela do seu vizinho dizendo algo de bom, algo que traga luz ao ambiente. Começa colocando a chama de sua vela na do vizinho (atenção com os cabelos e com pingar cera derretida sobre as pernas). • Atividade: deixar um momento de reflexão e oração; acender as luzes da sala e apagar as velas. Pedir que falem sobre o que pensaram e sugerir uma atividade para levar esta luz para outros: escrever num pedaço de papel o significado da luz na sua vida (não luz física, mas luz que traz vida). • Música: O sol (Jota Quest)
MOMENTO FINAL • Atividade: bênção das mãos (Diann Neue) Convidar os participantes para que formem 2 círculos, um interno e outro externo (uma pessoa de frente para a outra, de mãos dadas). O mediador diz a primeira frase e os participantes repetem. Depois, os participantes do círculo externo andam um passo à direita (para ficarem de frente para outra pessoa e formar um novo par, de mãos dadas). Motiva-se para olhar nossas mãos, descobrir o seu poder e sua ternura, e bendigamos as nossas mãos: Benditos sejam os trabalhos de nossas mãos; Benditas sejam estas mãos que tocaram a vida; Benditas sejam estas mãos que criaram coisas belas; Benditas sejam estas mãos que contiveram a dor; 28
Benditas sejam estas mãos que abraçaram com paixão; Benditas sejam estas mãos que plantaram novas sementes; Benditas sejam estas mãos que cerraram seus punhos com indignação; Benditas sejam estas mãos que levantaram colheitas; Benditas sejam estas mãos que se endureceram com o tempo; Benditas sejam estas mãos que se enrugaram e se feriram trabalhando pela justiça; Benditas sejam estas mãos que se deram e foram recebidas; Benditas sejam estas mãos que sustentaram as promessas do futuro; Benditos sejam os trabalhos de nossas mãos.
Formação com Jovens • Motivação: espiritualidade, alimento e sentido. • Construção do espaço sagrado: fazer o convite antecipado aos jovens para trazerem um símbolo que expresse sua espiritualidade (algo que marcou a infância, proteção recebida, símbolo que deixem no carro ou dentro de casa, etc). Preparar a sala, deixar uma música instrumental tocando. • Sugestão de músicas: Amigo (Gustavo Balbinot) ou Eu preciso de você (Juventude Ilha) • Dança circular: convidar o grupo para formar um círculo e ficarem de mãos dadas. Podemos estar exploran29
Encontros de formação
do todo o espaço da nossa sala para fazer uma dança expressiva que vem de dentro de nós. Ao som da música Imagine (John Lennon), motivar o grupo a dançar (combinar uma sequência de passos para que todos possam entrar em sintonia). Em círculo, cada um pode se apresentar dizendo o nome e algo que gosta de fazer. Após, cantar: Onde reina o amor, fraterno amor. Onde reina o amor Deus aí está, levando o grupo a permanecer em silêncio. • Iluminação bíblica: 1 Coríntios 13,4-7 ou Rm 12,10. Após escutar a leitura bíblica, repetir o refrão: Onde reina o amor, fraterno amor. Onde reina o amor Deus aí está. Convida-se os participantes a partilhar os símbolos que trouxeram. Após cada 4 partilhas, repetir o refrão. • Dinâmica da viagem (acenar para que o jovem pense e reflita sobre o que é essencial e que faz sentido para a vida). 30
• Momento inicial: contextualizar que todos são convidados a participar de uma viagem. Pode-se combinar o país a ser visitado, no período de uma semana. - Primeiro passo: convidar cada um do grupo para desenhar 5 malas e, em seguida, colocar nelas o que acha essencial levar para esta viagem; - Segundo passo: todos estando prontos, iniciar a viagem e, depois de viajar alguns quilômetros, avisar que o painel do avião acusa sobrecarga. Cada um precisa tirar uma mala e enumerá-la. - Terceiro, quarto e quinto passos: proceder da mesma forma, sempre convidando a tirar uma mala e enumerá-la. - Sexto passo: o avião chega ao destino, e cada passageiro ficou somente com uma mala. • Compartilhar com o grupo: 1. Como se sentiu ao ter que abandonar as malas? 2. Dialogar sobre a lógica usada para se desfazer delas. 3. Concluir com uma reflexão sobre o que é essencial para a vida. Será que precisamos muitas coisas para atingir nossa felicidade? Perguntar se alguém se lembrou de levar algum objeto de proteção, se levou Deus... • Dinâmica da Mandala (a Mandala tem sua origem no budismo. Significa círculo da integração e da harmonia, expressão artística e religiosa, através de pinturas, instrumentos de concentração para atingir estados superiores de meditação tributo divino). Distribuir mandalas ou pedir que cada um possa confeccionar a sua. Dividi-la em 4 partes e convidar para
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Encontros de formação
escrever em cada parte: a dimensão da relação do ser humano consigo mesmo, com os outros, com a natureza e com Deus/Transcendente. Em um momento pessoal, cada um procure um lugar tranquilo/silencioso para fazer uma autoavaliação de como estão essas dimensões em sua vida? Em qual delas acha que precisaria crescer mais? Representar essa reflexão na mandala, através do uso de cores (cores mais fortes ou mais fracas ou fazer toda ela colorida). Em duplas, responder à pergunta: como jovem, o que gostaria de sugerir para que a expressão da espiritualidade da vivência de grupo e a participação dos jovens na sociedade civil e eclesial possam acontecer de forma mais dinâmica e com mais sentido? Partilhar com todo o grupo uma sugestão de cada dupla. Finalizar em um grande círculo, com a oração do Pai-nosso pedindo para que essa partilha provoque mudanças e que possa encorajar os jovens na vivência de uma espiritualidade mais viva e inserida em uma comunidade.
Formação com Adultos • Motivação: espiritualidade é o que move a vida! • Inspiração: Afonso Murad – A Espiritualidade como caminho e mistério: novos paradigmas, p. 100 Editora Loyola e o Evangelho de Lucas 10, 25-37.
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• Um pedido preparatório Pedir para que cada participante traga uma bagagem vazia (pode ser mochila, mala...). Orientar para que respeitem a primeira imagem de bagagem que veio à lembrança sendo essa a que, dentro do possível, deverá ser trazida para o encontro. • No encontro, cuidando da recepção: Preparar um ambiente acolhedor, com pouca luz, música ambiente e, ao centro, o desenho de um caminho que possa ser bem visível e nele a frase “Espiritualidade com bagagem”. Quando as pessoas estão chegando, perfumar as palmas das mãos com algum óleo, pedir que guardem o silêncio ao entrar e busquem um lugar para se acomodar. Quando todos os participantes estão acomodados, prosseguir fazendo a seguinte leitura: • Motivação 1: com calma e pausadamente diz: cultivamos uma “espiritualidade com bagagem” que na sua essência nos faz peregrinar em outros espaços, linguagens e horizontes, como a ecologia, o feminino, o universo simbólico, a subjetividade, a corporeidade, a sexualidade, os direitos humanos, a política, o encontro com as religiões, as artes... enfim, peregrinos na diversidade. Dar tempo para que cada qual reflita: sinto que sou alguém COM ABERTURA para a diversidade? • Motivação 2: com calma e pausadamente diz: Tudo aquilo que compõe a diversidade representa um lugar de fé e, portanto, sempre tem algo revelador. Necessitamos educarmo-nos para peregrinar percebendo as revelações ao longo do caminho... e necessitamos de acompanhamento na caminhada, pois existem muitos 33
Encontros de formação
desertos para atravessar e muitos espaços inéditos, cheios de mistérios para experimentar e acolher como parte constitutiva de nossa vida. Dar tempo para cada qual fazer memória de quem foi que o/a acompanhou/acompanha no peregrinar. • Motivação 1: com calma e pausadamente diz: toda pessoa tem a responsabilidade de cultivar-se e cultivar uma espiritualidade saudável, autêntica, discipular, peregrina, missionária e aberta aos sinais dos tempos. Dentro da bagagem de um peregrino vão as coisas NECESSÁRIAS. Aquilo que estiver de mais, acaba sendo um peso e sua bagagem já não é algo útil, mas um fardo pesado que atrapalha. Aumentar a intensidade de luz no ambiente e convidar cada qual a encontrar-se com uma outra pessoa levando a bagagem e partilhar sobre: - O que lhe fez pensar o fato de trazer uma bagagem para o encontro? - Quais são as coisas mais importantes que você carrega em sua bagagem? (relacionar pelo menos 3). - Quais são as coisas que estão sendo peso inútil e precisam ser retiradas? • Canção: Alma missionária (Missionárias de Cristo Ressuscitado) • Leitura: Lc 10, 25-37 (providenciar uma Bíblia para cada participante ou o texto em outras plataformas). Retomar a parábola, em especial as perguntas do especialista em leis: “o que devo fazer para receber a vida eterna?” e “quem é o meu próximo?” – e o fato de buscar
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quem está à beira do caminho, lembrando que a espiritualidade cristã é destinada a quem está fora, excluído, violentado, esquecido e à margem, sem condições de vida. Deixar uma música de fundo e dar tempo para cada qual ler novamente e depois identificar quais são as principais características da espiritualidade de Jesus? (Pedir para cada qual escrever em setas). Partilhar as respostas e colocar as setas ao longo do caminho. Voltar a deixar o ambiente com pouca luz e motivar para que cada qual identifique quem é o seu próximo neste momento de sua vida e assumir um gesto concreto em relação a essa pessoa (pedir para que coloque o compromisso dentro da bagagem). • Canção: Eu só peço a Deus (Mercedes Soza) ou Seu nome é Jesus Cristo e passa fome ou Pelos caminhos da América (Zé Vicente) ou Morada (Fourfan). • Sugestão de Filme: Instinto (dirigido por Jon Turteltaub)
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Celebração
Um encontro pessoal IMPORTANTE RESSALTAR Esta é uma sugestão de Celebração Eucarística ou da Palavra, que deve ser adaptada conforme a realidade de cada Unidade e/ou interlocutor. Os interlocutores são adolescentes, jovens e adultos.
Celebração
Simbologia: preparar o local, deixando-o arejado e confortável, com vela, imagem de Champagnat e Boa Mãe, música ambiente, fonte d’água e objetos que ajudem a pensar sobre o que é espiritualidade. Proporcionar que o grupo esteja em círculo a fim de criar um clima de interação entre os participantes.
Acolhida Animador: a espiritualidade é como a seiva da árvore. Não está à vista, no entanto nutre, faz crescer e produz fruto. Espiritualidade é desejar viver na raiz, não apenas na superfície. O ser humano que vivencia a espiritualidade descobre que cada instante é tempo de oportunidade. É capaz de manter a esperança na alegria, na dor e aposta em viver profundamente cada momento desta existência. Do mesmo modo, os cristãos experimentam que a força do Espírito Santo dá sentido à sua existência, alimenta suas convicções e impulsiona suas ações. Somos convidados nesta celebração a tomar consciência de quais são as características mais significativas de nossa espiritualidade e a descobrir novos jeitos que nos façam caminhar. Com este espírito cantemos. Sugestão de canto: nº 265, Coisas do Coração, do Livro Cantando.
Pedidos de perdão • Quando nossa espiritualidade não nos leva a assumirmos uma nova postura e novas ações;
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• Quando não estamos abertos ao diálogo ecumênico e inter-religioso, em busca de sentido e conectados às novas sensibilidades; • Quando não vivemos uma espiritualidade encarnada na realidade; • Quando nossas ações não são comprometidas com a promoção da justiça e fraternidade. Sugestão de canto: nº 14, Converte meu coração, do livro Cantando.
Glória Animador: Vamos dar glórias às experiências, momentos, atitudes que nos conduzem a uma espiritualidade relacional e afetiva, sensível e realista e, portanto, fortalece nossa vida, nossa missão. Sugestão de canto: nº 28, Glória, glória, aleluia, do livro Cantando.
Liturgia da palavra: (pode-se utilizar o método da leitura orante, para ajudar a entender e “saborear” o que os textos querem nos dizer).
1º leitura: (Documento Água da Rocha , nº 42 e 43) A época atual se caracteriza pela sede de espiritualidade. Nós, discípulos de Marcelino, cremos que nossa espiritualidade é uma graça de Deus a ser partilhada
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Celebração
com a Igreja e com o mundo. Se conseguirmos ser testemunhas da vitalidade dessa espiritualidade, em nosso dia a dia, as pessoas, especialmente os jovens e as crianças, sentir-se-ão igualmente atraídas e convidadas a participarem dela, aceitando-a como um jeito próprio de se tornarem, também elas, “água viva”. A história de nossa espiritualidade é, na verdade, muito simples. É a história de mulheres e homens que sentiram uma sede que só Deus é capaz de saciar. E tendo bebido, sentem-se impregnados do próprio desejo de Jesus de oferecer sua vida, em favor da Boa-Nova de Deus. Tocados, assim, pelo Espírito e movidos pelo próprio anseio de Deus de trazer vida ao mundo, tornamo-nos rios de água viva, que jorram das dimensões pessoais, comunitárias e apostólicas de nossa existência.
Salmo 133 (132): Canção do Ofício Divino da Juventude. Pode-se utilizar a simbologia do óleo, como bênção, enquanto se entoa/lê o salmo: Oi, que prazer, que alegria O nosso encontro de irmãos! 1 - É óleo que nos consagra, Que ungiu teu servo Aarão. É como um banho perfumado, Gostosa é nossa união! 2 - Orvalho da alta montanha Que desce sobre Sião.
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3 - Sereno da Madrugada Gostosa é nossa união! Senhor, tu nos abençoas, E a vida vem de porção. É vida que dura sempre, Gostosa é nossa união! 4 - Ao Deus de todas as crenças A glória e a louvação. No amor da Santa Trindade, Gostosa é nossa união!
Evangelho: Jo 7, 4 - 14. Aclamemos o evangelho, cantando o nº 376, Palavras Benditas, do livro Cantando.
Homilia/partilha
Preces espontâneas
Ofertório: (No momento do ofertório, além do pão e vinho, pode-se levar em procissão símbolos que traduzem o sentido de espiritualidade).
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Celebração
Animador: Queremos ofertar, neste momento, a nossa trajetória espiritual, assim como os encontros e momentos que despertam e fazem emergir discernimento e caminhada. Sugestão de canto: nº 63, Minha vida tem sentido, do Livro Cantando.
Comunhão Liturgia Eucarística Animador: A espiritualidade dá sentido às experiências humanas e nos permite interpretar a vida com os olhos e o coração de Deus. Com este sentido, vamos fazer a experiência de entrar em comunhão profunda com Deus, através da eucaristia e alimentarmos dessa forma nossa espiritualidade, nossas escolhas e convicções. Sugestão de canto: nº 89, Importa Viver, do Livro Cantando.
Sugestão de envio: Bênção de despedida (Igreja Metodista) Que a terra abra caminhos sempre à frente dos teus passos E que o vento sopre suave os teus ombros. Que o Sol brilhe sempre cálido e fraterno no teu rosto, Que a chuva caia suave entre teus campos.
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E até que nos tornemos a encontrar, Deus te guarde no calor do seu abraço. E, até que nos tornemos a encontrar, Deus te guarde, Deus nos aguarde em seu abraço.
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Dicas
Filmes
Orações
Livros Músicas Vídeos
Dicas
Filmes Nome do filme: Uma prova de amor Duração: 109 minutos Gênero: drama País / ano de produção: EUA / 2009 Classificação indicativa: 12 anos Enfoque/abordagens/temas a partir do filme: superação, companheirismo, justiça. Sinopse: o filme Uma prova de Amor conta a história de Ana, uma garotinha que nasceu para salvar a vida da irmã, Kate, que sofre com um câncer. Desde que passou a existir seus pais a usaram para prover o necessário para sua irmã, passando por inúmeras cirurgias e procedimentos médicos. Agora Kate precisará de um transplante de rim e Ana se recusa a ser doadora. Porém, ela sabe que se não o fizer, sua irmã morrerá. Com o propósito de evitar o transplante, a menina procura um advogado e entra com uma ação contra os pais. A menina quer ter poder de tomar decisões sobre seu próprio corpo.
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Nome do filme: As mil palavras Duração: 91 minutos Gênero: comédia / drama País / ano de produção: EUA / 2011 Classificação indicativa: 10 anos Enfoque/abordagens/temas a partir do filme: determinação, comprometimento, diálogo. Sinopse: Jack é empresário de uma agência literária e acredita ser capaz de convencer quaisquer pessoas com o poder das suas palavras. Entretanto, ao fechar negócio com um guru e não cumprir sua promessa de publicar seu livro exatamente como era acaba sendo amaldiçoado. Uma árvore nasce no seu quintal e a cada palavra pronunciada por Jack, uma folha cai. Assim, quando todas as folhas caírem, ele morre. Infelizmente, Jack só se dá conta disso, quando restam apenas mil folhas na árvore.
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Dicas
Nome do filme: O poder da graça Duração: 101 minutos Gênero: ficção evangélica País / ano de produção: EUA / 2011 Classificação indicativa: 12 anos Enfoque/abordagens/temas a partir do filme: fé, gospel, luta, companheirismo. Sinopse: o filho do policial Mac McDonald morre em um acidente, e isso causa muita amargura e dor para sua família. Mac fica revoltado com Deus e com todo mundo. Sente-se incapaz de amar sua própria família. O sargento Sam Wright, seu novo parceiro, tenta ajudá-lo, mesmo perante suas diferenças pessoais. Pois o sargento também é um pastor evangélico e nos momentos do dia a dia da polícia, ousa convencer e ajudar Mac a fazer as pazes com Deus.
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Nome do filme: Comer rezar e amar Duração: 140 minutos Gênero: drama País / ano de produção: EUA / 2010 Classificação indicativa: 12 anos Enfoque/abordagens/temas a partir do filme: rotina, independência, sentimentos confusos, aventura, viagem. Sinopse: Comer, rezar e amar é o filme, baseado em uma história real, que conta a vida de Liz, uma mulher que decide se aventurar e mudar totalmente sua existência. A primeira atitude a ser tomada foi o divórcio, após conheceu um rapaz mais novo com quem teve um breve relacionamento. Ainda não satisfeita consigo mesma, Liz resolveu viajar durante um ano pela Itália, Índia e Indonésia. Na Itália, ela aprecia a culinária local sem restrições. Na índia, dedica-se à meditação e à busca de equilíbrio espiritual. Depois, em Bali, descobre enfim, um verdadeiro amor.
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Dicas
Nome do filme: Instinto Duração: 127 minutos Gênero: aventura / suspense País / ano de produção: EUA / 1998 Classificação indicativa: 12 anos Enfoque: ética, saúde mental, limites Sinopse: em uma de suas viagens o Dr. Ethan Powell, um famoso antropologista, desaparece. Ele é encontrado em Ruanda dois anos depois, mas antes de ser detido ele mata três homens e fere dois. Após algum tempo o governo americano consegue sua custódia e ele passa a ser analisado pelo Dr. Theo Calder um psiquiatra que considera este caso uma oportunidade rara. Mas por algum motivo o Dr. Powell não fala uma única palavra, mas aos poucos esta barreira é quebrada e o médico aprende muito da vida com o antropólogo, que muitos consideram louco.
Livros Ofício Divino da Juventude 2º edição revisada e ampliada Ano: 2006 Subsídio de orações e cantos que auxiliam na preparação de celebrações, retiros, encontros, cursos e momentos de oração.
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CultoArte – Celebrando a vida Editora Vozes Ano: 2000 Autor: Rubem Alves Publicação poético litúrgica, que nasceu da experiência celebrativa e ecumênica.
Espiritualidade: um caminho de transformação Autor: Leonardo Boff Editora: Sextante Ano: 2006 O livro define o que é propriamente espiritualidade e toma de empréstimo a definição de Dalai-Lama: “Espiritualidade é aquilo que produz no ser humano uma mudança interior”.
Músicas As músicas abaixo não se encontram no livro Cantando, logo optamos por disponibilizar a letra.
Bom dia começa com alegria (Susan Andrews) Bom dia começa com alegria, bom dia começa com amor, o Sol a brilhar, as aves a cantar , bom dia, bom dia, bom dia! 51
Dicas
Amo você (Susan Andrews) Amo você, lá,lá, lá,lá,lá Você me ama, lá,lá, lá,lá,lá Sinto amor em tudo, tudo é amor! Vejo amor em tudo, tudo é amor!
Somos todos de uma família (Susan Andrews) Somos todos de uma família (2x) Família de amor (4x) (nome da criança) é amor...
Semente do Amanhã (Gonzaguinha) Ontem um menino que brincava me falou que hoje é semente do amanhã... Para não ter medo que este tempo vai passar... Não se desespere não, nem pare de sonhar. Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs... Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar! Fé na vida, Fé no homem, fé no que virá! Nós podemos tudo, Nós podemos mais, Vamos lá fazer o que será.
Depende de nós (Ivan Lins) Depende de nós Quem já foi ou ainda é criança 52
Que acredita ou tem esperança Quem faz tudo pra um mundo melhor Depende de nós Que o circo esteja armado Que o palhaço esteja engraçado Que o riso esteja no ar Sem que a gente precise sonhar Que os ventos cantem nos galhos Que as folhas bebam orvalhos Que o sol descortine mais as manhãs Depende de nós Se esse mundo ainda tem jeito Apesar do que o homem tem feito Se a vida sobreviverá Que os ventos cantem nos galhos Que as folhas bebam orvalhos Que o sol descortine mais as manhãs Depende de nós Se esse mundo ainda tem jeito Apesar do que o homem tem feito Se a vida sobreviverá Depende de nós Quem já foi ou ainda é criança Que acredita ou tem esperança Quem faz tudo pra um mundo melhor
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Dicas Imagine (John Lennon) Imagine não haver o paraíso É fácil se você tentar Nenhum Inferno abaixo de nós Acima de nós, só o céu Imagine todas as pessoas Vivendo o presente Imagine que não houvesse nenhum país Não é difícil imaginar Nenhum motivo para matar ou morrer E nem religião, também Imagine todas as pessoas Vivendo a vida em paz Você pode dizer que eu sou um sonhador Mas eu não sou o único Espero que um dia você junte-se a nós E o mundo será como um só Imagine que não há posses Eu me pergunto se você pode Sem a necessidade de ganância ou fome Uma irmandade dos homens Imagine todas as pessoas Partilhando todo o mundo Você pode dizer que eu sou um sonhador Mas eu não sou o único Espero que um dia você junte-se a nós E o mundo viverá como um só
O Que Você Faz Pra Ser Feliz? (Clarice Falcão) O que faz você feliz? Você feliz o que que faz? Você faz o que te faz feliz? 54
O que te faz feliz você que faz! Pra ser feliz! Pra ser feliz! O que você faz pra ser feliz? E se a felicidade voa num balão Tão alto onde já não se enxerga mais Mas só ela pode lhe tirar do chão Pra ser feliz o que você faz? A felicidade está por dentro Mas não via sair no raio “x” Você provoca os próprios sentimentos O que você faz pra ser feliz? Pra ser feliz Pra ser feliz O que você faz pra ser feliz? Longe, perto, dentro, tanto faz Quem quer felicidade corre atrás E às vezes ela está debaixo do nariz O que você faz pra ser feliz? Pra ser feliz Pra ser feliz O que você faz pra ser feliz?
Mistérios (Zé Vicente) Todas as coisas são mistérios O que me faz viver O que me faz te amar Nem sequer por que eu penso em você Não consigo explicar O vento que sopra na rosa A luz que brilha em teu olhar O que ferve aqui dentro do peito ao te beijar Por que tanta dor pela rua 55
Dicas Por que tanta morte no ar Por que os homens promovem a guerra Em nome da paz? Por que o cientista não mostra Um jeito bem feito afinal Que seja vacina do amor Contra o vírus do mal Aquele encontro surpreso Aquela emoção ao te ver Não me peça qualquer explicação Eu não posso dizer O que há de segredo amanhã O que vai ser do meu coração Te procuro amor, por favor Nesse instante o que vale é a canção
Deus Me Regue (Cantores de Deus) Deus me abençoe e ilumine E me dê força pra ajudar todo ser humano Dê humildade, capacidade Pra entender e seguir todos os seus planos O universo é um jardim E tudo nesse campo ele que plantou E o nosso Pai cuida tão bem Do mato quanto da mais linda flor Que Deus me regue... de amor profundo Que Deus me regue... de todo bem do mundo Que Deus me regue... de boas atitudes Que Deus me regue... Que Deus me regue... de toda harmonia Que Deus me regue... de paz a cada dia Que Deus me regue... de luz, de saúde Que Deus me regue... 56
Morada (Forfun) Faço de mim Casa de sentimentos bons Onde a má fé não faz morada E a maldade não se cria Me cerco de boas intenções E amigos de nobres corações Que sopram e abrem portões Com chave que não se copia Observo a mim mesmo em silêncio Porque é nele onde mais e melhor se diz Me ensino a ser mais tolerante, não julgar ninguém E com isso ser mais feliz Sendo aquele que sempre traz amor Sendo aquele que sempre traz sorrisos E permanecendo tranquilo aonde for Paciente, confiante, intuitivo Faço de mim Parte do segredo do universo Junto a todas as outras coisas as quais Admiro e converso Preencho meu peito com luz Alimento o corpo e a alma Percebo que no não-possuir Se encontram a paz e a calma E sigo por aí viajante Habitante de um lar sem muros O passado eu deixei nesse instante E com ele meus planos futuros Pra seguir Sendo aquele que sempre traz amor Sendo aquele que sempre traz sorrisos E permanecendo tranquilo aonde for Paciente, confiante, intuitivo 57
Dicas Credo (Teatro mágico) Caminhando pela noite de nossa cidade Acendendo a esperança e apagando a escuridão Vamos, caminhando pelas ruas de nossa cidade Viver derramando a juventude pelos corações Tenha fé no nosso povo que ele resiste Tenha fé no nosso povo que ele insiste E acordar novo, forte, alegre, cheio de paixão Vamos, caminhando de mãos dadas com a alma nova Viver semeando a liberdade em cada coração Tenha fé no nosso povo que ele acorda Tenha fé no nosso povo que ele assusta Caminhando e vivendo com a alma aberta Aquecidos pelo sol que vem depois do temporal Vamos, companheiros pelas ruas de nossa cidade Cantar semeando um sonho que vai ter de ser real Caminhemos pela noite com a esperança Caminhemos pela noite com a juventude
Em busca da fé (Chimarruts) Palavras que foram dadas com tom de amanhecer Levo a vida, todo esse amor contigo Se o destino quis então deixar a fruta no pé amadurecer O tempo passa e cada dia reacende a nossa história Levo a vida, ainda toco o barco Cê sabe o jeito que ainda me acho Deixo de lado toda a incerteza e sigo o coração Eu acredito no amor Em busca da fé eu vou Em busca da fé eu vou Eu acredito no amor Em busca da fé eu vou 58
Em busca da fé eu vou Quantas palavras tenho guardadas ainda pra dizer Sei que vou abrir a porta e o sol vai entrar contigo Pois o amor é como luz na primavera, faz tudo florescer Renovando toda a vida, colorindo o mundo agora Vida leva ainda, toco o barco E no tropeço eu acerto o passo Sigo sempre a voz que vem do coração Eu acredito no amor Em busca da fé eu vou Em busca da fé eu vou Eu acredito no amor Em busca da fé eu vou Em busca da fé eu vou
Se for para tudo dar errado (Topáz) Eu nunca fui bom nisso, não levo jeito pra dizer Que vai dar tudo certo e nenhum desastre vai acontecer Eu tenho os meus problemas e a certeza que você tem os seus. Quem sabe a gente aceita todos eles, juntos, só dessa vez? Se for pra tudo dar errado Quero que seja com você O que podia ser, sempre vai ser melhor que é. As possibilidades vão perseguir o que a gente escolher Vamos perder a calma pra encontrar 3 dias depois No meio da saudade de nunca ser menos que nós dois Se for pra tudo dar errado Quero que seja com você 59
Dicas
Pelos caminhos da América (Zé Vicente) Pelos caminhos da América, Pelos caminhos da América, Pelos caminhos da América, Latino América. Pelos caminhos da América há tanta dor, Tanto pranto, nuvens, mistérios, Encantos que envolvem nosso caminhar. Há cruzes beirando a estrada, Pedras manchadas de sangue, Apontando como setas, Que a liberdade é pra lá. Pelos caminhos da América há monumentos sem rosto Heróis pintados, mau gosto, livros de história sem cor Caveiras de ditadores, soldados tristes, calados, Com esbugalhados, vendo avançar o amor. Pelos caminhos da América há mães gritando, qual loucas, Antes que fiquem tão roucas, digam onde acharão, Seus filhos mortos, levados na noite da tirania, Mesmo que matem o dia, elas jamais calarão. Pelos caminhos da América, no centro do continente, Marcham punhados de gente, com a vitória da mão. Nos mandam sonhos, cantigas, em nome da liberdade, Com o fuzil da verdade, combatem firme o dragão. Pelos caminhos da América, bandeiras de um novo tempo, Vão semeando, ao vento, frases teimosas de paz. Lá na mais alta montanha, há um pau d’arco florido, Um guerrilheiro querido, que foi buscar o amanhã. Pelos caminhos da América há um índio tocando flauta, Recusando a velha pauta, que o sistema lhe impôs. No violão um menino e um negro tocam tambores, Há sobre a mesa umas flores, pra festa que vem depois. 60
Orações Oração de tradição budista (Anagarika Govinda) Oh, tu que, em silêncio, vives no fundo do coração, Revela-nos a tua imensa realidade, Faze que vivamos a tua viva presença. Tu que, em silêncio, vives no fundo do coração Libera-nos das cadeias do desejo, Da escravidão dos nossos sonhos mesquinhos, Da miragem do nosso egoísmo limitado. Tu que, em silêncio vives no fundo do coração. Reveste-nos da tua luminosa sabedoria, Inflama-nos do teu ardente amor Que envolve e abraça as trevas. Tu que, em silêncio, vives no fundo do coração, Como a terra que defende o germe Sepultado no coração da semente, Faze que sejamos o germe do qual nascerá a tua luz, E possamos romper a barreira do nosso egoísmo. Como a semente que morre para reencontrar a vida, Faze que passemos sem medo pelas portas da morte iniciática. Que despertemos para uma vida mais vasta e diferente A vida do teu amor que tudo abraça, O amor da tua sabedoria para o qual nada está escondido.
Oração com as culturas indígenas (Oração de um chefe indígena dos EUA) “Ó grande Espírito, o teu sopro infunde vida,
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Dicas
Ao mundo inteiro e a cada ser do universo. Tua voz se ouve no vento que assobia, O teu cheiro nas flores e no capim molhado. Precisamos da tua beleza e teu encanto, Dá, a todos os seres que te buscam, sabedoria, Dá-nos olhos capazes de te perceber, No menor dos seres e a cada passo do dia. Faze-nos te descobrir no calor de um dia fatigante E no trabalho cotidiano que fazemos. Dá-nos tua capacidade de visão Para que possamos entender melhor o que vivemos. Faze-nos estar em tua presença com mãos limpas, E olhos atentos para que, quando a vida adormecer, Com o poente, nosso ser mais íntimo de ti se aproxime, E sem temor, o nosso ser se funda ao teu ser”.
Vídeos Gentileza gera gentileza, (Kindess Boomerang all Day) https://www.youtube.com/watch?feature=player_ embedded&v=__DTV3nJfoc O vídeo nos mostra como é possível com pequenas atitudes, no dia a dia, transformar o mundo em um lugar melhor.
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A Cidade dos Cubinhos http://www.youtube.com/watch?v=jUVhV1px6js No curta francês, A Cidade dos Cubinhos, um senhor idoso e, aparentemente, mal humorado mora sozinho em uma casa construída em forma de cubos, um em cima do outro. A cidade é ao nível do mar e a cada dia a água vai subindo, deste modo, o senhor precisa erguer ainda mais sua casa, tijolo por tijolo. O vídeo nos ajuda a refletir sobre quanto mais “profundo” forem as experiências vividas mais sentido terá nossa vida.
Atenção: Confira na Área do Pastoralista no link: http://maristas.org.br/pastoral materiais de apoio (vídeos, letra e aúdio das músicas) para os desdobramentos das atividades na sua Unidade!
Expediente
Cadernos Pastorais | Espiritualidade | nº 2 Organização: Coordenação de Pastoral – Ir. Dionisio Rodrigues, Karen Silva, Laura Aparicio, Jaqueline Debastiani, José Jair Ribeiro, Jucelia Lima, Marcos J. Broc, Miriam Quarti da Silveira, Ir. Rodinei Siveris Produção: Assessoria de Comunicação Corporativa Projeto Gráfico: Comunicação e Marketing da Rede de Colégios e Unidades Sociais Editoração: Design de Maria | Coordenação de design: Carolina Fillmann | Diagramação: Tássia Mohr Fotos: Arquivo Coordenação de Pastoral Revisão: Ir. Salvador Durante Rede Marista RS | DF | Amazônia Rua Ir. José Otão, 11 – Bom Fim 90035-060 – Porto Alegre - RS 63
Espiritualidade