dinamizar a
campanha da
2013
dicas para
fraternidade
dinamizar a
campanha da
2013
dicas para
fraternidade
Com alegria e esperança estamos iniciando mais um ano de trabalho em nossas paróquias, comunidades e grupos pastorais. Neste ano, nossa mente, olhos e corações estarão voltados de modo especial para os jovens, tendo em vista os fortes momentos a serem vivenciados como a Campanha da Fraternidade e a Jornada Mundial da Juventude. Além disso, a 20ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral nos convida a ter uma “Atenção pastoral especial à juventude”. Neste sentido, a coordenação arquidiocesana da Pastoral da Juventude deseja apresentar algumas dicas às comunidades paroquiais e aos grupos de jovens a fim de dinamizarem a Campanha da Fraternidade:
[ 1 ] Tempo de preparação e planejamento Para que a campanha da fraternidade aconteça, ela precisa ser preparada e planejada. Sem preparação e planejamento corremos o risco de não atingirmos os objetivos propostos pela campanha. Algumas dicas nesse sentido podem ajudar: a) Criar uma equipe de coordenação Seria interessante criar uma equipe de coordenação da CF em cada paróquia ou comunidade para dinamizar os trabalhos a serem desenvolvidos. Tal equipe seria responsável em pensar a campanha e propor as atividades. Ela poderia ser composta por leigos e leigas adultos e jovens, além do pároco e outras pessoas responsáveis pelo trabalho pastoral.
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b) Estudar a temática proposta para a CF 2013 É fundamental que as pessoas envolvidas nas atividades da CF 2013 conheçam bem a temática a ser abordada. Assim, momentos de formação são essenciais. Eles podem ser destinados aos jovens e também para toda comunidade eclesial em geral. Em relação aos materiais, apresentamos em anexo diversas sugestões. c) Planejar os momentos fortes durante a CF 2013 Como sabemos, a campanha da fraternidade não se limita ao tempo quaresmal, mas tem nele o momento de divulgação maior. Nesse sentido, sugerimos planejar bem a abertura da campanha, as atividades ao longo das semanas quaresmais e o Domingos de Ramos. d) Divulgar as atividades planejadas É muito importante divulgar as atividades que serão desenvolvidas. Para isso, é bom utilizar todos os meios possíveis. A divulgação é essencial para que todas as pessoas saibam o que vai acontecer e se programem para participar. Vale lembrar que a CF não é uma atividade apenas para os jovens, mas para toda a comunidade paroquial. Além disso, ela não se limita ao campo eclesial. A Campanha da Fraternidade é uma boa oportunidade de diálogo com a sociedade em geral sobre os desafios enfrentados pela juventude.
eis-me
aqui,
(Is 6, 8)
envia-me 3
[ 2 ] Tempo de vivência da Campanha da Fraternidade a) Abertura da Campanha da Fraternidade Para a abertura da campanha sugere-se realizar uma caminhada e uma celebração (pode ser a Missa ou uma Celebração da Palavra) Em relação à caminhada A caminhada seria uma forma de dar visibilidade à campanha da fraternidade. Através dela, as pessoas seriam convidadas a romper as barreiras do comodismo e individualismo e entrar na luta em defesa da vida, em especial da juventude. Com este ato, as comunidades e paróquias estariam assumindo com ardor a proposta de abrir o coração a fim de compreender e caminhar com a juventude. É importante convocar a juventude envolvida nos grupos de jovens, na preparação para o sacramento da crisma e outros movimentos para organizar a caminhada, a fim de que o jovem viva seu protagonismo e apresente à comunidade paroquial, de forma criativa, sua realidade. Sugestões práticas: * Produzir coletivamente faixas, cartazes, símbolos que expressem a realidade da juventude em sua comunidade; * Durante a caminhada, refletir sobre os sonhos, alegrias e desafios que envolvem a vida do jovem. Sugere-se que sejam feitas duas paradas em pontos estratégicos. Na primeira apresentam-se os sonhos e alegrias. Na segunda, os desafios. É hora de explorar a criatividade e ousadia juvenil!
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Em relação à celebração A celebração é um dos momentos importantes na vida comunitária, pois reúne todos aqueles que desejam construir o Reino de Deus. Neste dia, a comunidade deve ser motivada a refletir sobre a realidade juvenil inspirada nas alegrias e sofrimentos de Jesus, presente nos jovens de hoje. Sugestões práticas: * Retomar os sonhos, alegrias e desafios da juventude apresentados na caminhada, com o objetivo de levar a comunidade a conhecer melhor a realidade juvenil. * No momento de ação de graças pode-se construir um painel que represente o rosto da juventude em sua comunidade. A construção deste poderá ser ao som do hino da campanha da fraternidade ou outra música adequada para este momento. * No final da celebração, distribuir balões para que as pessoas levem para casa. Orientar para que ao chegar em casa as pessoas estourem o balão. Dentro dele colocar uma mensagem e a programação das atividades da campanha da fraternidade. b) Atividades semanais durante a quaresma 1ª semana – 17 a 23 de fevereiro Divulgação e mobilização sobre campanha nas escolas e outros espaços juvenis. Para a divulgação e mobilização podem ser confeccionados diversos materiais como: panfletos (com informações sobre a campanha, qual seu objetivo, o tema e as atividades que acontecerão na paróquia), vinhetas e entrevistas em rádio, cartazes, vídeos, entre outros. Também as redes sociais virtuais são um espaço privilegiado de divulgação! 2ª semana – 24 de fevereiro a 2 de março Realização de conversas e debates nos grupos pastorais e outros movimentos sobre a realidade juvenil, tendo como referência a 1ª parte do texto base da CF 2013. (Cf. anexo 1) 3ª semana – 3 a 9 de março Via-sacra e ciranda contra a violência e o extermínio de jovens | Para dinamizar a via-sacra sugerimos, além do material já proposto pela Campanha da Fraternidade, a “Viasacra juvenil” (cf. anexo 2). Já para a realização da ciranda, acesse o vídeo no Youtube (http://youtu.be/SZmzg2LHiWY) para aprender a coreografia, a letra e a melodia.
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4ª semana – 10 a 16 de março Cine debate | A proposta do cine-debate é, através do meio áudio-visual, propor uma discussão sobre as mudanças que podem ocorrer na vida dos jovens quando existem pessoas com vontade e vocação para acompanhá-los em sua trajetória de vida. As sinopses dos filmes sugeridos encontram-se no anexo 3. Após a exibição dos filmes é interessante ter um tempo para conversar e debater sobre o que mais chamou a atenção. 5 ª Semana – 17 a 23 de março Celebração da misericórdia | A quaresma, como tempo penitencial, é um convite à conversão e à mudança de vida. Após todo o itinerário quaresmal vivenciado nas semanas anteriores, na quinta semana poderia ser organizada uma celebração penitencial para os jovens e para a comunidade. Uma celebração de reconciliação poderia ajudar na superação dos preconceitos e na acolhida aos jovens. No manual da campanha há um roteiro para a celebração da misericórdia (páginas 303 a 310). c) Domingo de Ramos O Domingo de Ramos pode ser um momento de conclusão de todas as atividades realizadas ao longo das semanas da quaresma. Para isso, seria bom preparar com carinho esse momento. Algumas sugestões práticas: * Motivar a juventude a vestir a camisa do grupo de jovens ou outra que expresse o que é ser jovem. Se houver possibilidade, também pode ser confeccionada uma camisa para esta ocasião, a fim de ser usada em outros momentos fortes ao longo desse ano;
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* Preparar painéis para expor, através de fotos ou outras formas, o que foi vivenciando durante a quaresma.
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* Se for oportuno, conforme a orientação da equipe de liturgia, poderia ser trabalhado algum momento da celebração para apresentar os compromissos da comunidade em relação à juventude.
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anexo 1
Para dinamizar os encontros sobre a CF 2013
O gesto concreto da segunda semana da quaresma é realização de encontros com os diversos grupos pastorais da paróquia, procurando aprofundar o tema da campanha da fraternidade. Para isso, a sugestão é ter como referência a primeira parte do texto base da campanha da fraternidade. Essa primeira parte aborda três grandes assuntos: 1) Impactos da mudança de época; 2) A cultura midiática; 3) Fenômeno Juvenil. Para dinamizar o encontro sugerimos: * Criar um grupo para estudar essa primeira parte do texto base e preparar bem o encontro. * A apresentação dos temas poderia ser feita através de uma apresentação teatral. Uma outra possibilidade é fazer cartazes com alguns tópicos interessantes de serem apresentados. * Após a apresentação, fazer pequenos grupos para conversar sobre o que mais chamou a atenção. * Seria interessante também confrontar a realidade apresentada pelo texto base com a realidade local vivida pelos jovens: A realidade é a mesma? O que há de diferente? O que é semelhante? O que pode ser feito pelo grupo para melhorar a vida dos jovens? * O subsídio “Fraternidade Viva”, que se encontra no manual da campanha da fraternidade (páginas 151 a 170) pode ajudar muito na preparação dos encontros. * Também o texto a seguir pode contribuir para o debate. Após a leitura do texto, sugere-se refletir sobre as seguintes questões: * Quais as principais características da juventude do nosso tempo? * Para cada um de nós, quem é o jovem hoje?
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FRATERNIDADE E JUVENTUDE: Realidade Juvenil Bárbara Rígia Pereira
Nesse momento histórico de grandes mudanças, impactos, descobertas e novidades percebe-se uma enorme diversidade juvenil em vários âmbitos da vida: cultural, social, econômico, educacional, entre outros. Ao mesmo tempo em que vemos as novas gerações identificando-se com este mundo novo, assustam-nos as realidades sofridas que muitos jovens brasileiros enfrentam. Os jovens são noticia quase que diária em veículos de comunicação. Mesmo sendo idealizados nos comerciais, como modelos de beleza, de vigor, de saúde e de liberdade, nos noticiários são apresentados, muitas vezes, como violentos, como descompromissados, como desordeiros e voltados às drogas. A atual geração juvenil, colocada em destaque na Igreja do Brasil, especialmente por causa da realização da Jornada Mundial da Juventude, é bem diferente das gerações juvenis de vinte ou trinta anos atrás e enfrenta novos desafios e conflitos nunca antes imaginados pelos que os precederam: mundo globalizado; conexão em rede proporcionada pela internet; violência urbana; extermínio de jovens e ausência de adultos no meio juvenil; droga; relativismo; ausência de sentido. Esse contexto de mudanças tende a atenuar nas pessoas o apelo ao exercício consciente da cidadania, pois nele não há lugar para as justas interpelações dos mais necessitados ou de segmentos como os dos jovens, que são penalizados pela exclusão e pela violência, em uma sociedade individualista e competitiva. Evidentemente que o auge da modernidade tem também pontos positivos. O jovem de hoje é mais livre do que eram as gerações anteriores. A tecnologia e as ferramentas abrem para ele múltiplas possibilidades. Vive muito mais cercado de direito e de uma rede de proteção social legitimada por leis, resultado das lutas de movimentos sociais e juvenis anteriores. É mais emocional, subjetivo e não tem medo de viver sua emotividade e subjetividade. Não conhece outro regime de governo se não democracia. Cresce uma consciência dos direitos sociais e individuais, no que ele se compreende parte de uma totalidade maior que é o cosmos. Há também, uma abertura maior para o transcendente, experiência do absoluto na vida individual de cada jovem.
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anexo 2 Via-Sacra Juvenil Campanha contra a violência e o extermínio de jovens 1ª ESTAÇÃO – JESUS É CONDENADO A MORTE Diante do Conselho e de Pilatos, Jesus é interrogado. Falsos testemunhos são apresentados contra ele. Antes mesmo de ser julgado, ele está condenado. Finalmente, a sentença: Jesus deve morrer na cruz, como morrem tantos outros criminosos. Sua culpa: apresentar-se como filho de Deus. Nesta estação meditamos todos os jovens que são condenados à morte por causa do tráfico de drogas. Quantos e quantas jovens do nosso país não vivem jogados no mundo das drogas, sem direito a dignidade nem sonho? São muitos, que vivem ainda oprimidos por um sistema que transforma as vítimas do tráfico em grandes culpados, combatendo a violência com mais violência e não com prevenção. Rezemos pela juventude que é vítima do tráfico de drogas, de armas e de seres humanos... “Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
2ª ESTAÇÃO – JESUS CARREGA A CRUZ Conforme o costume, Jesus é obrigado a carregar a cruz na qual será crucificado. Ela é colocada em seus ombros machucados. Ao peso da cruz, soma-se a dor provocada pela flagelação. Jesus tem o corpo marcado pelos ultrajes, e a alma entristecida pela aflição. Nessa estação, lembremos todos os jovens que lutam por direitos e são esquecidos pelos governos. Jovens que acabam sem acesso a saúde, esporte, lazer, cultura, trabalho, educação, recebendo nas costas a cruz da falta de dignidade e de oportunidade. Rezemos por todos os jovens que não tem a oportunidade de sonhar e realizar uma vida mais digna e feliz... “Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
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3ª ESTAÇÃO – JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ Machucado e sangrando, Jesus dá os primeiros passos rumo ao calvário. À dor física soma-se a dor pela rejeição de sua pessoa e mensagem. A primeira queda é consequência da fraqueza provocada pela flagelação. Nesta estação, lembremos todos os meninos e meninas que caem todos os dias na dependência química, jovens que agem por vício em álcool e entorpecentes causadores de morte, e que são criminalizados diariamente, em vez de receberem tratamento e cuidado por parte do governo, da sociedade e da igreja. Rezemos por todos os jovens usuários dependentes de drogas. “Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
4ª ESTAÇÃO – JESUS ENCONTRA SUA MÃE O coração da mãe sofre tanto quanto o coração do Filho. Maria conhece a inocência de Jesus, está consciente da injustiça que cometem contra Ele. Eles se encontram no olhar pleno de dor e amor. Ela chora pelo filho; o filho sente a angústia da mãe, e sofre com ela. Nesta estação, rezemos por todos os jovens que vivem sem ao menos conhecer as suas mães... Meninos e meninas que são abandonados pelas ruas, vivem em abrigos e crescem sem conhecer a ternura e o amor familiar. Rezemos também por aqueles que, mesmo tendo família, também não conhecem o carinho e o cuidado, por serem vítimas cotidianas da violência doméstica. Rezemos pelos jovens que vivem sem amor, e que assim como Nossa Senhora, que encontrou seu filho no caminho da cruz, nós possamos ser família daqueles carregam a injusta cruz de não possuir a sua. “Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
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5ª ESTAÇÃO – CIRINEU CARREGA A CRUZ DE JESUS Simão Cirineu, um trabalhador do campo, é chamado pelos soldados para carregar a cruz de Jesus. Foi por pouco tempo; a cruz retirada de Cirineu, voltou aos ombros machucados de Jesus. Nesta estação, queremos refletir sobre o individualismo que impera em nossa sociedade, neste tempo em que o sofrimento do outro já não nos preocupa. E queremos rezar pela vida de tantas e tantos “Cirineus” que tem feito brilhar a luz da fraternidade em todos os cantos do mundo, na luta contra a pobreza, a desigualdade, o racismo, o machismo, a homofobia, o fundamentalismo e toda forma de injustiça. Rezemos para que possamos ser como o Cirineu que ajudou o Cristo, estando ao lado dos nossos irmãos e irmãs que todos os dias sentem o peso da cruz de todas as formas de violência. “Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
6ª ESTAÇÃO – VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS Mãos amigas vão ao encontro do rosto de Jesus. É Verônica que, compadecida, enxuga o suor e o sangue que se misturam em sua feição. O carinho de Verônica encoraja Jesus e ele segue no cumprimento da sentença a que foi condenado. Nessa estação, queremos recordar a vida de tantas mulheres que, assim como Verônica, desafiam o poder dos soldados romanos em nome do amor e da solidariedade, às vezes sabendo que serão machucadas. Mulheres que buscam melhores condições de trabalho, que assumem as suas famílias às vezes sem nenhum apoio, que muitas vezes se veem reduzidas a objetos pela mídia. Mulheres que lutam para manter a dignidade e o protagonismo mesmo numa sociedade tão machista. Rezemos por todas as mulheres vítimas da violência machista. Que Deus nos ajude a ir ao encontro delas para também enxugarmos os seus rostos cansados da luta diária por uma vida mais digna e justa. “Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
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7ª ESTAÇÃO – JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ As dificuldades aumentam à medida que a cruz pesa e o corpo de Jesus sente o cansaço da caminhada. As forças diminuem; a debilidade aumenta. A segunda queda dilacera ainda mais o corpo machucado de Jesus. No Brasil, a exploração do trabalho infantil e escravo ainda são realidades vergonhosas. A organização do trabalho permanece precária. É grande o trabalho informal, inseguro, instável e não protegido por lei, e as principais vítimas são os jovens. A eliminação permanente de postos de trabalho, as dificuldades de acesso ao emprego e o surgimento de novos processos de exclusão social, o enfraquecimento dos sindicatos de trabalhadores e de suas penosas conquistas, desafiam o ideal da cidadania ligada ao trabalho e geram toda uma desigualdade social, que se converterá em violência contra todos nós. Somente o trabalho digno é capaz de reverter essa situação. Rezemos pelos jovens desempregados de nossa sociedade, a todos que buscam um emprego digno para sobreviver e viver decentemente, podendo assim sonhar com um futuro justo. “Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens!” 8ª ESTAÇÃO – JESUS CONSOLA AS MULHERES DE JERUSALÉM Uma grande multidão seguia Jesus em sua trajetória de dor. Algumas pessoas estavam ali por curiosidade, outros por compaixão. Algumas mulheres choram, lamentando a condenação de Jesus. Elas manifestam o seu pesar e Jesus as consola. Nesta estação, lembramos que Jesus esquece o próprio sofrimento para consolar as mulheres que lhe seguiam. Também hoje, muitas buscam consolo por viverem sem esperança, sob a constante ameaça de violência. São agredidas por seus parceiros, oprimidas e violentadas sexualmente, chegando a serem assassinadas em brutais crimes de ódio. Que nós possamos também, a exemplo de Cristo, ser acolhedores e acolhedoras de todas elas, em todos os seus sofrimentos. Rezemos para que Jesus, o Bom Mestre, possa nos ajudar a acolher a todas as mulheres vítimas da violência doméstica e sexual, elas que também sofrem no difícil caminho do calvário. “Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens!”
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9ª ESTAÇÃO – JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ O peso da cruz e o corpo debilitado derrubam Jesus. Ele está no chão, é a terceira queda. O caminho para o calvário está concluído. Jesus não tem mais forças, e é arrastado até o lugar onde será crucificado. O bom mestre cai por terra pela terceira vez, derramando seu sangue sobre nosso chão. Hoje, milhares de jovens caem, derramando seu sangue sobre o solo, vítimas dos conflitos pela posse de terra em todos os cantos do país. Jovens lutadores que sofrem com a violência física e simbólica de uma sociedade que ainda desvaloriza o direito à terra, que ainda nega a necessidade de reforma agrária e reproduz o domínio dos poderosos. Rezemos por todos os jovens e famílias que vivem em conflitos de terras, a quem é negado o direito de possuir um pedaço de chão. Rezemos também pela reforma agrária, tão necessária e urgente em nosso país. “Vamos juntos gritar, girar o mundo: chega de violência e extermínio de jovens!”
10ª ESTAÇÃO – JESUS É DESPIDO DE SUAS VESTES Os soldados arrancam as roupas de Jesus; a túnica, feita de uma peça única, é sorteada. A entrega é total. Ele está nu; nem mesmo roupas Ele possui. Tudo lhe é tirado. Ele nasceu pobre, e pobre morrerá. Nesta estação, queremos rezar por tantos jovens que, como Jesus, se veem nus e humilhados diante das perseguições que sofrem no seu cotidiano, na escola e às vezes na família. Hoje são muitos os que jovens sofrem com bullying. São pessoas que sentem todos os dias o peso da violência simbólica por serem diferentes de padrões estabelecidos por uma sociedade que esquece que a diferença é que nos faz mais humanos. E nós, cristãos e cristãs, temos lutado contra essas formas de desigualdade e de injustiça? Rezemos por todos e todas que sofrem violência por serem diferentes. Que a fé nos faça crescer na diferença e lutar pelo fim da injustiça, reconhecendo na diversidade humana a beleza e a riqueza da Criação divina. “Vamos juntos gritar, girar o mundo: chega de violência e extermínio de jovens!”
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11ª ESTAÇÃO – JESUS É PREGADO NA CRUZ No calvário, Jesus é preso à cruz. Ele fica suspenso, tendo apenas um suporte para os pés. A crucificação é castigo reservado para os ladrões e assaltantes, entre outros. Jesus é tido e tratado como um deles. Nesta estação, queremos refletir sobre a lógica capitalista que nos prega cotidianamente na cultura de morte do consumismo. Uma economia de mercado que coloca dinheiro acima de todas as coisas e transforma tudo em mercadoria, reproduzindo a injustiça e a desvalorização do pobre, valorizando as pessoas apenas pela sua força de trabalho e seu poder de compra, criando valores distorcidos sobre a felicidade. Rezemos pelo fim da cultura do consumismo, que nos prega na cruz da cultura de morte, que nos aprisiona ao dinheiro e nos afasta dos valores do Evangelho de Cristo. “Vamos juntos gritar, girar o mundo: chega de violência e extermínio de jovens!”
12ª ESTAÇÃO – JESUS MORRE NA CRUZ O corpo de Jesus está no auge do esgotamento. Ele agoniza, mas ainda encontra força para uma oração: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.” (Todos se ajoelham por um momento e fazem um minuto de silêncio) A fonte da vida encontrou a morte. Até o fim, Jesus assumiu a natureza humana. E tendo dado um grande grito, Jesus expirou. Ele penetra na morte “para que todos tenham vida e a tenham plenamente”. Assim, nesta estação, apesar da presença da morte do Cristo, queremos refletir o mistério de viver em abundancia. Queremos fazer da sua cruz o anúncio do projeto de Vida Nova para todos e todas. “Seja morte matada, seja morte morrida, se for vida doada, não é morte, é vida!”. Como Jesus, muitos hoje dão a sua vida por outros, muitos dão a sua vida pelo Reino. Façamos memória de todos os nossos mártires, que como Jesus, amaram os seus até o fim. Rezemos por todos que são perseguidos e mortos em nome da justiça, e se fazem mártires por acreditarem que o reino de Deus é de justiça, paz e Vida. “Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão”.
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13ª ESTAÇÃO – JESUS É DESCIDO DA CRUZ Um soldado perfurou o coração de Jesus com uma lança; dele saiu sangue e água. Retirado da cruz, o corpo de Jesus é recebido por Maria e por aqueles que o acompanharam até a morte. Como Maria que recebe seu filho “morto” em seus braços, queremos lembrar nesta estação todas as Mães, que recebem nos braços os corpos de seus filhos jovens mortos por causa da violência. Mães sofridas que clamam por justiça, mas que não recebem nenhuma resposta. A grande insegurança dos nossos dias tem feito com que pais e mães sejam os órfãos de hoje. Seus filhos lhes são tirados de maneira injusta, tal como Jesus foi tirado de Maria, e é preciso denunciar estas situações de morte, para que nenhuma família se veja com o futuro e os sonhos exterminados. Rezemos por todas as mães, pais, irmãos e amigos que recebem nos braços o corpo de seus filhos mortos precocemente. Que chegue a nós a justiça verdadeira, e que alcancemos juntos o fim da violência. “Vamos juntos gritar, girar o mundo: chega de violência e extermínio de jovens!” 14ª ESTAÇÃO – JESUS É SEPULTADO O corpo de Jesus é colocado num túmulo cavado na rocha. Envolto numa peça de linho, ele repousa depois de ser ultrajado e machucado. O dom sagrado da vida foi corrompido, e Jesus é colocado no sepulcro. Nesta estação, queremos lembrar e pedir perdão por todos aqueles que nosso sistema matou e sepultou, esquecendo-os por tanto tempo. Pedir perdão pela morte de tantas crianças e jovens, vítimas da fome; pedir perdão por tantos analfabetos, que tiveram seu direito ao conhecimento transformado em mercadoria; pedir perdão pelos que estão excluídos, pelos que não tem casa, terra ou emprego, pedir perdão pelos marginalizados. Pedir perdão por todos os “Cristos” que matamos e sepultamos todos os dias, vítimas da violência, do extermínio e da desigualdade. Rezemos por nossas vidas, para que possamos superar a morte e a dor, e sejamos sinal de superação de uma sociedade que prega uma paz de cemitérios, onde a dor alheia nos é indiferente. “Vamos juntos gritar, girar o mundo: chega de violência e extermínio de jovens!”
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15ª ESTAÇÃO – JESUS RESSUSCITA DENTRE OS MORTOS “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava.” (MT 28, 5-6). Refrão meditativo: “Cantem céus e terra, céus e terra cantem: Cristo Jesus, o Ressuscitado”. Somos convidados com Jesus, o Ressuscitado, a anunciar a “vida plena” e a construirmos a civilização do amor. Hoje podemos sonhar, pois Cristo vive, a morte e a dor foram vencidas. Não podemos mais aceitar tanta morte em nosso meio, pois ELE vive. Rezemos para que possamos sempre defender o direito à vida de nossa juventude e rezemos para sermos “páscoa na páscoa” em nome de um projeto muito maior, em nome do Projeto do Reino definitivo. Porque Ele vive, eu posso crer no amanhã. Porque Ele vive, temor não há. Mas eu bem sei que o meu futuro está nas mãos do meu Jesus, que vivo está.
Créditos Autoria: Mari Malheiros (Diocese de Guarapuava Paraná) nanamalheiros@hotmail.com Rodrigo Szymanski (Londrina - Postulante Josefino de Murialdo) rodrigoszy@hotmail.com Revisão: Murilo Araújo (Arquidiocese de Mariana) muriloaraujoufv@yahoo.com.br
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anexo 3
Indicação de filmes para o cine debate Escritores da Liberdade Essa história envolve adolescentes criados no meio de tiroteios e agressividade, e a professora que oferece o que eles mais precisam: uma voz própria. Quando vai parar numa escola corrompida pela violência e tensão racial, a professora Erin Gruwell combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir o poder da tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo. O Presente Jason acabou de perder o avô bilionário que sempre odiou e estava certo de que não herdaria nada. Mas se enganou: "Red" Stevens (James Garner) deixou 12 tarefas para Jason, ao fim das quais ele será avaliado e, se merecer, terá direito ao que Red chama de "o maior de todos os presentes". Cada uma dessas tarefas tem o objetivo de promover alguma mudança em Jason, mas nenhuma terá tanta força quanto o encontro casual com a pequena Emily (Abigail Breslin). Pro Dia Nascer Feliz “Pro dia nascer feliz” é um documentário que mostra a realidade de algumas escolas do Brasil. O documentário expressa as diferenças sociais tanto na estrutura de cada escola quanto no agir dos alunos em relação ao aprendizado. Disponível em youtu.be/g5W7mfOvqmU
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anexo 4 Sugestões de materiais Manual da Campanha da Fraternidade 2013 A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) produz uma variedade de materiais para a campanha da fraternidade. Eles são produzidos para diversas ocasiões e destinatários. O manual da campanha da fraternidade possui todos esses materiais: Texto-base, Fraternidade Viva, Encontros catequéticos para Crianças e Adolescentes, Jovens da CF, Círculos Bíblicos, Via-sacra, Vigília Eucarística e Celebração da Misericórdia, Celebrações Ecumênicas, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II, Ensino Médio, ABC da Fraternidade e Famílias na CF. Se você deseja conhecer bem a CF 2013, vale a pena adquirir este manual. Normalmente ele é vendido nas livrarias católicas. As paróquias costumam adquirir esse material.
Sites Há muitos sites interessantes onde podem ser encontrados diversos materiais como dinâmicas, textos, vídeos, entre outros: www.pj.org.br www.cnbb.org.br www.jovensconectados.org.br www.adital.com.br www.casadajuventude.org.br www.mundojovem.com.br
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DVDs Além do DVD oficial da Campanha da Fraternidade que acompanha o Manual, sugerimos dois outros DVDs: Juventudes e seus caminhos Mostra os diferentes rostos e as diversas expressões das juventudes brasileiras, que se misturam à dor, à ousadia e à esperança. Produzido pelo Jornal Mundo Jovem como subsídio para a Campanha "Fraternidade e Juventude", da CNBB, este vídeo debate os temas que se relacionam com a vida dos jovens: educação, trabalho, drogas, projeto de vida, escolhas, e muitos outros. Um vídeo em que os próprios jovens revelam quem são, como vivem, quais são seus sonhos, seus direitos e suas ações. Para adquirir este DVD entre no site www.mundojovem.com.br Juventudes Tendo como eixo um debate entre jovens provenientes de diversas áreas de estudo, este DVD apresenta um verdadeiro caleidoscópio da juventude brasileira. Temas como: religião, política, violência, família, internet e outros são comentados a partir de diferentes pontos de vista, influenciados seja pelo lugar social d@s entrevistad@s, seja pelas convicções que cada protagonista construiu ao longo de sua vida. Para facilitar o seu uso, o documentário está dividido em blocos temáticos, encerrados sempre com algumas perguntas como sugestão para o início de um bate papo. Este DVD é um subsídio para a Campanha da Fraternidade de 2013: FRATERNIDADE E JUVENTUDE. Servirá igualmente como um instrumento de trabalho em preparação à Jornada Mundial da Juventude. Para adquirir este DVD entre no site www.verbofilmes.org.br
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www.pjmariana.org facebook.com/pjmariana
expediente Organização | Equipe Central da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Mariana Ana Amélia Vieira | Bárbara Rígia Bruna Monalisa | Daniela Calazans Fernanda Silva | Mirele Xavier | Wander Torres Diagramação | Gilberto Mendes