Caderno de Resumos
Mosteiro de São Bento de São Paulo, São Paulo, Brasil 26 a 29 de Julho de 2017
III Seminário Internacional Patrimônio Sacro De 26 a 29 de junho de 2017 Mosteiro de São Bento, São Paulo, Brasil A arquitetura e a arte sacra modernas são o reflexo de todas as diretrizes da Igreja renovada desde o final do século XIX. Proclamada a República, a Igreja buscou novos caminhos optando, para a construção de seus templos, o ecletismo com preferência ao neogótico – relembrando a Igreja medieval e as românicas. Com a chegada de novas ordens religiosas ao Brasil, ampliou-se este cenário até os anos 1930 quando os arquitetos se voltam ao estilo neocolonial americano, tão utilizado nas construções de igrejas, seminários e colégios. Esta época coincide com arte moderna, iniciada na Semana de Arte Moderna (1922), e o Neocolonial estende-se até os anos 40 – quando os pintores modernos, como os do Grupo Santa Helena, decoram os templos paulistanos com afrescos. Com a construção da Capela da Pampulha (1942), em Belo Horizonte com pinturas de Portinari, o mundo crítico de arte volta-se para a arquitetura de Niemeyer, tendo a construção da Catedral de Brasília como símbolo máximo da arte sacra do século modernista. A arte sacra paulista aderiu a esta tendência a partir de 1953 com a construção da Igreja de São Domingos nas Perdizes. As artes plásticas uniram-se em templos simbólicos, como a igreja do Cristo Operário, com uma plêiade de artistas trabalharam juntos, tal como ocorrera com Portinari e o grupo Osirarte. Em toda a América Latina a Igreja tomou novos rumos, ampliando a religiosidade popular em meio às atribulações de movimentos sociais do século modernista. Assim, a persistência das artes populares como expressão da religiosidade torna-se fundamental para a compreensão da arte latino americano. Este Seminário, o terceiro organizado pelo Grupo de Pesquisa “Barroco Memória Viva: da arte colonial à arte contemporânea”, do Instituto de Artes da UNESP, coordenado pelo Prof. Dr. Percival Tirapeli, traz, em copromoção com a Faculdade São Bento, aspectos relevantes do patrimônio sacro do século XX até a década de 1970.
PROGRAMAÇÃO __________________________________________________ 26 de julho, Quarta-feira Teatro do Mosteiro de São Bento 14h – Recepção, credenciamento e inscrições Aberturas de exposições Escultura Sacra Moderna, Murilo Sá Toledo, Santana do Parnaíba Curadoria de Rafael Schunk, IA-UNESP Desenhos de Rodolfo Khristianós Curadoria de Mozart Bonazzi, PUC-SP 14h30 – Conferência
Os espaços litúrgicos e o Concílio Vaticano II Prof. Dr. Gabriel Frade 15h30 – Apresentação dos livros Patrimônio Sacro na América Latina – Arquitetura, Arte e Cultura no Século XIX Percival Tirapeli e Danielle Pereira (Orgs)/ Grupo de Pesquisa Barroco Memória Viva, IA-UNESP/CNPq Quatro ensaios sobre Niemeyer Autores: Rodrigo Queiroz e Hugo Segawa, FAUUSP; Ingrid Quintana Guerreiro, Universidad de Los Andes, Bogotá 16h – Conferência
Atuação da Igreja no século XX Abade Dom Matthias Tolentino Braga, OSB 17h – Visita Basílica Abacial de Nossa Senhora da Assunção, Mosteiro de São Bento Dom Carlos Eduardo Uchôa, OSB 18h – Vésperas Basílica Abacial de Nossa Senhora da Assunção, Mosteiro de São Bento de São Paulo
2
__________________________________________________ 27 de julho, Quinta-feira Teatro do Mosteiro de São Bento 9h às 11h40 - Conferências
Arquitetura neocolonial em São Paulo: o debate dos anos 1920 e sua repercussão Profª Drª Maria Lucia Bressan Pinheiro, FAUUSP
Arquitetura sacra moderna en la Argentina Prof ª Drª Graciela Viñuales Gutierrez, CEDODAL, Buenos Aires
Panorama da arquitetura eclética em São Paulo Prof. Dr. Percival Tirapeli, IA-UNESP 11h40 às 12h – Intervalo 12h às 13h – Mesa-redonda: Aspectos da arquitetura sacra na América Latina Desejos imigrados Pesquisadora Drª Milene Chiovatto, Pinacoteca do Estado de São Paulo Arte contemporânea na América Latina e suas raízes sacras Profª Drª Cláudia Fazzolari, PROLAM-USP/ABCA 13h – Almoço 14h às 16h – Mesa-redonda: Aspectos da arte sacra paulista Pintura sacra na modernidade paulista Maria Elisa Linardi de O. Cezaretti, IA-UNESP Arte sacra – Cândido Portinari Profª Drª Elza Ajzenberg, PGEHA-USP Modernidade e tradição: a indústria e a imaginária religiosa no início do século XX Profª Drª Maria José Spiteri Tavolaro Passos, Universidade Cruzeiro do Sul O apogeu da escultura em bronze em São Paulo Prof. Dr. Mozart Bonazzi da Costa, PUC-SP 16h – Intervalo 3
16h30 às 18h – Mesa-redonda: Arte sacra paulista e o Modernismo Aspectos da arte sacra popular: um panorama contemporâneo Prof. Dr. Oscar D’Ambrosio, UNESP Mário de Andrade: o patrimônio religioso paulista na obra pictórica de Padre Jesuíno do Monte Carmelo Arq. Carlos Gutierrez Cerqueira, IPHAN-SP __________________________________________________ 28 de julho, Sexta-feira Teatro do Mosteiro de São Bento 9h – Conferência
O traço moderno na arquitetura religiosa paulista: história e projeto Prof. Ms. Márcio Antonio Lima Junior, FAUUSP 10h – Intervalo 10h30 às 13h – Mesa-redonda: Aspectos da Conservação e Restauro Aspectos do restauro da Igreja de Nossa Senhora do Ó em São Paulo Arq. Silvana Borges A Capela do Cristo Operário: arte, história e sociedade Drª Danielle Manoel dos Santos Pereira, IA-UNESP Restauro e Arte Sacra: a Capela do Cristo Operário Paula Tabañez, Julio Moraes Conservação e Restauro “Nós da Preservação” Arq. Francisco Zorzete, presidente da Associação de Empresas de Restauro (ASSEER) Restauro de murais no Museu Casa de Portinari Julio Moraes, JM Conservação e Restauro 13h – Almoço
4
14h – Conferência
Aspectos da arquitetura sacra na América Latina. Da Pampulha à Catedral de Brasília: a projeção da arquitetura moderna brasileira no cenário internacional Prof. Dr. Rodrigo Queiroz, FAUUSP 15h às 16h – Mesa-redonda: Formação e importância de coleções públicas Dom Duarte Leopoldo e Silva e a formação do Museu de Arte Sacra de São Paulo – importância na preservação da arte sacra no século XX Pe. José Arnaldo Juliano, Museu de Arte Sacra de São Paulo Arte sacra e arte moderna de temática religiosa nos Palácios do Governo Drª Ana Cristina Carvalho, curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo 16h – Intervalo 16h30 às 18h – Mesa-redonda: Autores e obras na arte e arquitetura sacra contemporâneas Marino Del Favero: Estabelecimento de Esculptura e Entalho Profª Ms. Cristiana Cavaterra Pinturas Murais de Emeric Marcier na capela da Santa Casa de Mauá Profª Me. Rosângela Aparecida da Conceição, UNIP /IAR-UNICAMP Ms. Rafael Schunk, IA-UNESP Arquitetura sacra europeia na contemporaneidade Cesare Pergola, Università di Firenze 18h – Autógrafos dos autores e venda de livros
Patrimônio Sacro na América Latina – Arquitetura, Arte e Cultura no Século XIX Quatro ensaios sobre Niemeyer 5
__________________________________________________ 29 de julho, Sábado Visitas culturais 8h30 - Abadia de Santa Maria mosteiro beneditino feminino, acompanhado por Abade Dom Mathias e pelo Prof. Ms. Márcio Antonio Lima Junior. Visita por adesão, 30 vagas. Saída do Instituto de Artes, em ônibus da UNESP. Rua Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271 – Metrô Barra Funda, São Paulo - SP, 01140-070, telefone (11) 3393-8530 12h - Exposição Santos devocionais: o barro como fé, com esculturas de Stella Kehde, curadoria de Percival Tirapeli, Sala Metrô Tiradentes do Museu de Arte Sacra. Encontro na Estação do Metrô Tiradentes.
6
RESUMOS
7
ASCENSÃO E CRISTO NA CRUZ A SACRALIDADE POR MARIA BONOMI E SAMSON FLEXOR Alecsandra Matias de Oliveira Pós-Doutorado UNESP A análise do painel Ascensão, Tríptico da Igreja Mãe do Salvador (Cruz Torta), 1976, de Maria Bonomi e da tela Cristo na Cruz, 1949, de Samson Flexor, permite uma discussão profícua sobre o tratamento destinado ao tema sacro na arte contemporânea, sobretudo, a partir do emprego das expressões abstratas características desses dois artistas expoentes do cenário artístico nacional. Sob condições históricas e, acima de tudo, estéticas, Samson Flexor e Maria Bonomi enfrentaram o desafio a temática e espaços litúrgicos sem cair em convencionalismos. Cada um, a sua maneira, encontrou soluções plásticas para a introdução de planos e materiais, constituindo metáforas que integram as ambivalências (profano/sagrado; homem/espírito). Palavras-chave: Maria Bonomi, Samson Flexor, Arte Contemporânea. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________
8
ARTE SACRA E ARTE MODERNA DE TEMÁTICA RELIGIOSA NOS PALÁCIOS DO GOVERNO Ana Cristina Carvalho Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo Nas décadas de 1960 e 1970, característica comum na decoração das casas paulistas era a presença de móveis, objetos e arte sacra do período colonial brasileiro, complementados por quadros cusquenhos – representativos do sincretismo resultante da colonização espanhola no Peru – e por pinturas modernistas com temas religiosos. A razão dessas escolhas ultrapassa a esfera devocional, voltada, até então, para oratórios e santos, uma vez que o mercado de arte tinha no antiquariato um ator dos mais relevantes, contribuindo com a valorização estética das peças sacras, que evidenciam importantes movimentos da história da arte. Sob a influência desse modismo, no fim da década de 1960, o Governo do Estado de São Paulo adquiriu uma significativa coleção de arte sacra para os palácios Boa Vista, em Campos do Jordão, e dos Bandeirantes, na capital paulista. O conjunto de peças – composto especialmente de imagens de santos, arcazes, bancos, fragmentos de talhas, oratórios e alfaias em prata – visava completar a decoração dos ambientes, além de formar um importante patrimônio acessível ao público, seguindo um modelo de representação em palácios-museus de todo o mundo. No mesmo período, foram adquiridas as coleções de pintura cusquenha e de arte moderna brasileira. Em 1989, a inauguração da Capela de São Pedro Apóstolo, no Palácio Boa Vista, veio contribuir nesse encontro entre o antigo e o moderno, visto que a construção, em concreto armado e vidro, abriga em seu interior obras de artistas contemporâneos e uma sacristia com alfaias históricas. Conservar esse patrimônio promove a articulação entre as relações históricas e religiosas e uma leitura de ressignificação no espaço em que está exposto, vinculado à memória da casa. Trata-se de provocar a reflexão sobre o deslocamento do objeto do espaço religioso para o museu, que preserva a herança cultural material, no universo de suas funções e no campo do simbólico. Palavras-chave: arte sacra, museus-casas, palácios. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________
9
MÁRIO DE ANDRADE: O PATRIMÔNIO RELIGIOSO PAULISTA NA OBRA PICTÓRICA DE PADRE JESUÍNO DO MONTE CARMELO Carlos Gutierrez Cerqueira IPHAN-SP A comunicação aborda inicialmente, de forma muito sumária, os primeiros tombamentos do Serviço do PHAN que recaíram sobre o patrimônio sacro paulista, ainda sob a orientação de Mário de Andrade na condição de Assistente Técnico da 4ª Região. Em seguida teceremos considerações sobre o estudo PADRE JESUÍNO DO MONTE CARMELO efetuado pelo escritor modernista. Interessa-nos ressaltar o valor e a função que este estudo desempenhou para assegurar a preservação do conjunto da obra pictórica do artista mulato paulista independentemente do uso ou não do instrumento de tombamento (decreto-lei nº25) e, em seguida, discorrer sobre a contribuição dos recentes trabalhos de restauro artístico efetuados em pinturas de Jesuíno bem como os novos dados coletados pela pesquisa histórica que estão a sugerir novas interpretações e, por conseguinte, a revisão de determinados e importantes pontos de vista desenvolvidos por Mário de Andrade na citada obra. Palavras-chave: Patrimônio Sacro Paulista. Mário de Andrade. Estudo: padre Jesuíno do Monte Carmelo. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 10
ARQUITETURA SACRA EUROPEIA NA CONTEMPORANEIDADE Cesare Pergola Università di Firenze Como se deu a evolução da arquitetura sacra na Europa, desde após a Segunda Guerra Mundial até os dias atuais. O tema da aproximação da grande arquitetura contemporânea ao culto religioso – tema caro ao Concílio Vaticano II e a Paulo VI. Alguns exemplos básicos do trabalho de renomados arquitetos e sua relação com a arquitetura sagrada; de Le Corbusier a Giovanni Michelucci, de Richard Meier a Massimiliano Fuksas. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 11
ARTE CONTEMPORÂNEA NA AMÉRICA LATINA E SUAS RAÍZES SACRAS Cláudia Fazzolari PROLAM USP/ABCA Quando abordamos a criação contemporânea na América Latina, conhecemos a contribuição crítica de projetos de mulheres artistas e suas complexas relações com raízes sacras que fundamentaram e ainda fundamentam representações culturais consolidadas em nossas sociedades. Para uma aproximação mais circunstanciada com os ambientes onde práticas artísticas de criadoras assentam suas bases discursivas, propomos um percurso que acompanhe as trajetórias da brasileira Beth Moysés, da chilena Bruna Truffa e da guatemalteca Regina José Galindo, em criações que documentam intensas formas de convivência com lugares, rituais e processos frequentes no imaginário sacro da atualidade. Palavras-chave: Arte contemporânea; mulheres artistas; sacralidade. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 12
MARINO DEL FAVERO: ESTABELECIMENTO DE ESCULPTURA E ENTALHO Cristiana Antunes Cavaterra Grupo de Pesquisa "Barroco Memória Viva: da arte colonial à arte contemporânea”,IA-UNESP/CNPq Marino Del Favero, italiano imigrado para o Brasil no final do século XIX, é um escultor-entalhador, quase desconhecido na historiografia da arte sacra brasileira. Descendente de uma família italiana de renomados escultores e formado na academia veneziana, é criador de obras encontradas em várias cidades brasileiras, entre elas, retábulos, imaginária sacra e mobiliário religioso, produzidas durante meio século em sua oficina na cidade de São Paulo e que em menos de uma década se tornou uma pequena indústria. Participou de várias exposições nacionais e internacionais, recebendo premiações e atestados de bispos e padres influentes em seu período. Pioneiro da industrialização da arte sacra e encomenda por catálogos, alguns de seus retábulos desapareceram, outros foram substituídos por obras modernas, outros deslocados para outras Igrejas, algumas imagens sacras foram repintadas e descaracterizadas, outras se quebraram. Seu mobiliário sacro, desprovido de assinaturas, passa despercebido por muitos, e, certamente muitas de suas obras estão por ser descobertas. A pesquisa visa a compreensão e localização das obras de Marino Del Favero na História da Arte Sacra Brasileira, possibilitando revelar a obra e história de um importante escultor-entalhador e industrial na São Paulo da Belle Époque e suas origens na Itália, fazendo parte da dissertação intitulada “Marino Del Favero – escultor e entalhador (1864-1943)”, orientada pelo Prof. Dr. Percival Tirapeli e apresentada ao Instituto de Artes da UNESP em 2015 para a obtenção do título de Mestre em Artes. Palavras-chave: Marino Del Favero, escultura, entalhe. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________
13
A CAPELA DO CRISTO OPERÁRIO: ARTE, HISTÓRIA E SOCIEDADE Danielle Manoel dos Santos Pereira Doutora em Artes, IA-UNESP Grupo de Pesquisa "Barroco Memória Viva: da arte colonial à arte contemporânea”,IA-UNESP/CNPq O presente trabalho pretende apresentar a história social e artística da Capela do Cristo Operário, situada no bairro do Alto Ipiranga, foi edificada na década de 50 por iniciativa do frei dominicano João Batista Pereira dos Santos e do artista e designer modernista Geraldo de Barros. Inspirados no movimento Economia e Humanismo, juntos criaram a Unilabor, uma empresa moveleira com autogestão dos próprios operários, que incluía no projeto o aspecto religioso, daí nasceu a Capela. Embora a empresa tenha se dissolvido anos mais tarde o potencial histórico e artístico da pequena capela se manteve. A concepção do templo foi idealizada pelo frei, o qual nas igrejinhas coloniais os desenhos e linhas da arquitetura do edifício. A edificação de proporções diminutas é um templo da arte modernista, pois para a ornamentação interior além de suas obras Geraldo de Barros contou com a participação de diversos outros artistas, dentre eles Alfredo Volpi, Yolanda Mohalyi, Giuliana Segre Giorgi, Moussia Pinto Alves, Elizabeth Nobiling, Giandomenico de Marchis e Roberto Tatin. Os jardins foram projetados por Burle Marx. Palavras-chave: Capela Cristo Operário, Modernismo, Geraldo de Barros. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 14
ARTE SACRA – CÂNDIDO PORTINARI Elza Ajzenberg Professora Titular da Escola de Comunicações e Artes ECA USP Arte e Sagrado estão sempre conjugados na trajetória da História da Arte. Na produção artística de Cândido Portinari (1903-1962), este elo é também constante, ao lado da ênfase social. Apesar de estar ligado ao Partido Comunista, o ambiente religioso e a tradição italiana da família motivam criações com temática religiosa. As questões estéticas ampliam-se com suas viagens e a produção modernista brasileira, a partir dos anos de 1930. Somam-se, ao processo criativo de Portinari, forte expressividade, releituras renascentistas e a grande admiração por Picasso. Quando volta da primeira viagem à Europa, pinta o afresco Fuga para o Egito, inspirado na Renascença Primitiva, em sua casa em Brodósqui, SP. Ao lado dessa casa, a capela recebe imagens de santos com as fisionomias de seus familiares. Os exemplos não param. E, ao mesmo tempo, surgem imagens carregadas de inquietações, sonhos e buscas de humanismo e do Infinito. Deste modo, cria imagens conhecidas na Capela de São Francisco, na Pampulha, Belo Horizonte, MG; depois elabora as imagens da Matriz de Batatais, SP. A temática continua nas séries Bíblicas. Na densa e numerosa produção de Portinari, observam-se metáforas sagradas que se confundem com as obras de descoberta da sua Terra e de temática social, como na saga dos Retirantes. Palavras-chave: Cândido Portinari, Arte Sacra, Arte Moderna. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 15
“NÓS DA PRESERVAÇÃO” Francisco Zorzete ASSEER – Associação de Empresas de Restauro A ASSEER – Associação de Empresas de Restauro é uma entidade empresarial sem fins lucrativos, fundada em 2011, que tem como principal missão defender os interesses comuns das empresas, entidades e profissionais associados, perante os meios de comunicação, o poder público, os órgãos de preservação patrimonial, os órgãos responsáveis pelas Leis de Incentivo à Cultura e a sociedade civil organizada, no que tange à defesa da memória e do patrimônio histórico nacional. “Nós da preservação” trata das dificuldades e formas de viabilização financeira para projetos e obras de restauro e conservação do patrimônio histórico e artístico brasileiro, em especial no estado de São Paulo. Palavras-chave: nós, preservação, estratégias, viabilização, patrimônio histórico, restauro _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 16
OS ESPAÇOS LITÚRGICOS E O CONCÍLIO VATICANO II Prof. Dr. Gabriel Frade Faculdade de Teologia do Mosteiro de São Bento - SP O XXI Concílio Ecumênico da Igreja Católica, que ficou conhecido como Concílio Vaticano II (1962-1965), foi um dos eventos eclesiais mais importantes, senão o mais importante, do século XX. Dentre os vários documentos emanados por esse concílio, o primeiro foi uma Constituição dedicada à Liturgia – a Constituição sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, datada de 04.12.1963 – que dedicou dois capítulos (VI e VII, nn. 112-130) à questão da arte sacra em geral e das alfaias litúrgicas. Ao longo do texto afirma-se a importância da arte para a Igreja e sua necessidade (cf. n. 122), bem como a possibilidade da utilização dos mais variados estilos artísticos (cf. n. 123), desde que estejam a serviço “às exigências dos edifícios e ritos sagrados”. Por outro lado, é preciso constatar que os números específicos dedicados ao tema da arte sacra, devem, necessariamente, ser interpretados à luz do pensamento global do Concílio Vaticano II, a ser encontrado na leitura atenta dos vários documentos emanados pela assembleia conciliar. Palavras-chave: Liturgia, arte sacra, arte moderna. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________
17
ARQUITECTURA SACRA MODERNA EN LA ARGENTINA Graciela María Viñuales CEDODAL. Buenos Aires En la década de 1930, un pequeño grupo de arquitectos jóvenes impulsaron una renovación del enfoque profesional y de su inserción en la sociedad. Con ello abrieron las puertas para una nueva manera de ver el oficio y de presentarse a los demás. A Alberto Prebisch, Carlos Mendióroz, Carlos Ricur y Ernesto de Estrada, irían sumándose otros a lo largo de los años. Ellos participaron en revistas como Criterio, Número y hasta la propia, que se llamaría Estilo. Se formarían grupos de trabajo, darían conferencias y participarían en congresos. Eran épocas cercanas al XXXIII Congreso Eucarístico Internacional, en que se multiplicaba la erección de parroquias y capillas, muchas veces continuando con los lineamientos neorrománicos o neocoloniales, a los que este grupo de arquitectos oponía las ideas modernas, el despojamiento y el uso de materiales nuevos, especialmente el hormigón. Muchas de las propuestas fructificaron ya no más dentro de la entidad confesional, sino en variados ámbitos sociales, y la labor de muchos de ellos se extendió a la segunda mitad del siglo XX. Alrededor de 1960, con lo que luego se conocería como Movimiento de las Casas Blancas, se dio una gran apertura a la modernidad en la arquitectura religiosa, que si bien tuvo un fuerte peso en la zona metropolitana, se extendió a varias provincias con iglesias, capillas y casas de retiro espiritual que fueron un importante hito en el quehacer arquitectónico argentino. Nombres como los de Claudio Caveri y Eduardo Ellis serían puntales en esta trayectoria. Palabras clave: Arquitectura. Patrimonio. Siglo XX _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________
18
RESTAURO DE MURAIS NO MUSEU CASA DE PORTINARI Julio Moraes Julio Moraes Conservação e Restauro Ltda. O Museu Casa de Portinari, localizado em Brodowski, SP, ocupa três casas tombadas pelo IPHAN e CONDEPHAAT, que compunham a residência da família do pintor Cândido Portinari. São edificações simples, de estrutura precária, que contêm várias pinturas murais, executadas em técnica de afresco e têmpera pelo próprio artista e convidados, quando de suas temporadas em férias na cidade natal. A partir de 1989 viemos realizando intervenções conservativas e de restauro, inicialmente com restrições determinadas pelo estágio técnico limitado do restauro no Brasil, e posteriormente aperfeiçoando-as aos poucos. Em 2013 e 2014 acompanhamos o complexo restauro arquitetônico das casas, intervindo novamente nos murais, já novas técnicas, materiais e critérios. Atualmente acompanhamos o desenvolvimento de investigações científicas realizadas por equipe do Instituto de Física da USP, que aplica técnicas de análise nãodestrutiva com vistas ao embasamento de futuras intervenções mais aprofundadas, para as quais até recentemente não havia possibilidades no pais. Palavras-chave: pintura mural, Cândido Portinari, capela da Nonna. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________
19
O TRAÇO MODERNO NA ARQUITETURA RELIGIOSA PAULISTA: HISTÓRIA E PROJETO Márcio Antonio de Lima Junior FAUUSP Partimos do entendimento de que a Arquitetura Moderna é expressão da Era Industrial que exigiu dos arquitetos uma nova linguagem para o projeto. Falamos da Era da Máquina, do Homo faber, onde forma arquitetônica e espaço deveriam ser mudados, por isso, um novo método projetivo deveria ser desenvolvido para dar forma a essa nova Arquitetura e consequentemente causar um rompimento com a paisagem arquitetônica do passado. Diante de uma sociedade influenciada pela secularização, racionalismo e funcionalismo, parecia não haver espaço para a Arquitetura Religiosa, pois esta apresenta outros objetivos que parecem distantes de uma Modernidade concentrada em resolver questões ligadas apenas á habitação racional e a infraestrutura funcional. Pelo tema religioso apresentar dimensões poéticas e espirituais, que transcendem as questões de ordem técnica, se questionaria a possibilidade da produção de espaços sacros que se utilizasse dos paradigmas da Arquitetura Moderna. Seria possível aliar a questão do transcendente a uma arquitetura que aparentemente busca ser apenas funcional? A resposta a essa pergunta viria da necessidade de construir igrejas, demanda contínua quer em São Paulo como na Europa. Nosso interesse nesta comunicação é apresentar como os traços característicos da arquitetura moderna foram apropriados na produção dos espaços religiosos, construídos e imaginados durante o século XX. Avaliamos essa produção no cenário da Arquitetura Moderna paulista, buscando uma perspectiva histórica através das obras de passagem do ecletismo para a produção das igrejas com traços modernos. Palavras-chave: Arquitetura religiosa moderna, Patrimônio Moderno, Arquitetura paulista. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________
20
MODERNIDADE E TRADIÇÃO: A INDÚSTRIA E A IMAGINÁRIA RELIGIOSA NO INÍCIO DO SÉCULO XX Maria José Spiteri Tavolaro Passos Universidade Cruzeiro do Sul Os efeitos da revolução industrial acarretaram drásticas alterações nos sistemas de produção nas mais diversas áreas incluindo a dos objetos litúrgicos. No Brasil, em especial em terras paulistas, a prosperidade possibilitada pela cafeicultura e pelo avanço da industrialização favoreceria uma procura por demonstrar atualidade em relação ao Velho Mundo, o que se daria por meio de transformações envolvendo desde o traçado urbano de algumas das cidades até a moda e os costumes, em especial das classes mais abastadas. Nos ambientes religiosos parte do patrimônio colonial chegou a ser substituída por novas peças, a longa tradição do uso de imagens devocionais executadas em barro ou em madeira que atravessou o período colonial, deu lugar a series de objetos produzidos industrialmente, como imagens de gesso que, importadas da Europa, passaram a ocupar retábulos de altares não apenas das novas igrejas, como também de outras remanescentes da tradição arquitetônica dos séculos passados. Tais mudanças abriram espaço não apenas para uma reformulação do “gosto”, como também para uma massificação da imaginária de culto no século XX. Palavras-chave: Imagens de culto. Gesso. Arte sacra. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 21
PINTURA SACRA NA MODERNIDADE PAULISTA Maria Elisa Linardi de Oliveira Cezaretti IA-UNESP O século XX forneceu à arte brasileira identidade própria e características inovadoras. Seguindo-se a uma sequência de formas artísticas baseadas em expressões barrocas e neoclássicas, surgiu neste período, já nas primeiras décadas, o Modernismo brasileiro, junção de poéticas vanguardistas e temáticas nativas. Configurado em ambiente ainda provinciano, limitado, acabou gerando mudanças sensíveis na representação, causando estupor e, simultaneamente, adesões irrestritas de aficionados e praticantes de arte. Apresentou caráter heroico, especulativo: desde seus primórdios, início da década de 1910, permeou as manifestações artísticas com uma aura investigativa que negava qualquer adesão a formas e conteúdos mais tradicionais, como representações burguesas e relativas a questões existenciais. Todavia, em meio a formas impactantes e conteúdos ligados a questões sociais e políticas, tanto no seu início, quanto na continuidade, deu visibilidade, também, a poéticas expressivas sobre o cotidiano banal e temas religiosos. Essas representações, de caráter sacro, foram, na prática, imagens resilientes da crença cristã que permeava a índole local, e constituíram-se em imagens excepcionais, tanto pela expressão devota quanto pela perfeição técnica empregada. Artistas relevantes como Anita Malfatti, Brecheret, Alfredo Volpi, Fúlvio Penacchi e Samson Flexor notabilizaram-se por algumas destas criações. Esta comunicação pretende entendê-las, tanto na singularidade formal quanto no conjunto temático. Palavras-chave: pintura, modernismo, sacro. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 22
ARQUITETURA RELIGIOSA NEOCOLONIAL EM SÃO PAULO: O DEBATE DOS ANOS 1920 E SUA REPERCUSSÃO Maria Lucia Bressan Pinheiro Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Universidade de São Paulo O presente trabalho abordará a incorporação, por setores influentes da Igreja Católica no Brasil, das propostas de valorização da arquitetura tradicional brasileira lançadas a partir de 1914 por Ricardo Severo, e que logo viriam a configurar-se no chamado estilo neocolonial, bastante disseminado a partir da década de 1920. Nas primeiras décadas do século XX, as grandes transformações econômico-sociais em curso ensejam extensas intervenções urbanas nas principais cidades brasileiras, implicando na demolição de muitas igrejas católicas coloniais ou sua substituição por templos modernos, mais condizentes com os anseios de modernização então vigentes. Outro aspecto desta problemática de grande repercussão no período é a questão da evasão de obras de arte religiosa para o exterior. Destaca-se, nesse sentido, a carta circular aos bispos brasileiros escrita pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Sebastião Leme, em 1923, voltada à preservação do patrimônio eclesiástico e, também, ao estabelecimento de diretrizes arquitetônicas para os novos templos católicos a serem construídos a partir de então. Palavras-chave: Neocolonial, arquitetura religiosa, preservação do patrimônio. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________
23
DESEJOS IMIGRADOS Milene Chiovatto Pinacoteca do Estado de São Paulo O interesse pelas formas de contato entre as culturas italiana e paulistana gerou a investigação que teve como proposta analisar a construção de duas igrejas, tomadas como exemplos da concretização destes contatos. Este estudo abrange um período que se inicia em meados do século XIX, porém focaliza-se nas décadas de 30 e 40 do século XX. Partindo de bibliografia especializada, entrevistas e imagens procuramos tornar claras as articulações entre os dados recolhidos, visando entender nelas as manifestações dos encontros entre as culturas através de sua concretização em construções comunitárias. Para tanto, escolhemos como objetos de estudo as igrejas de São Rafael Arcanjo e Nossa Senhora da Paz, localizadas respectivamente no bairro da Mooca e no Glicério. Embora com construções temporalmente próximas demonstram uma radical transformação da percepção da cultura imigrante, especialmente a italiana, no período entreguerras. A primeira com influências Art-decô, que se expande para além desta construção, nas casas populares de operários do entorno; e a segunda, construída a partir do espírito de retorno à ordem, resgatando valores do estilo românico medieval. Esperamos que as análises aqui esboçadas sirvam como estímulo para que possamos fruir as imagens construídas em comunidades identitárias para além do gosto estético, como objetos representativos de uma época, cultura e possibilidade do ser. Palavras-chave: cultura, imigração, arquitetura religiosa _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 24
O APOGEU DA ESCULTURA EM BRONZE EM SÃO PAULO Mozart Alberto Bonazzi da Costa Grupo de Pesquisa "Barroco Memória Viva: da arte colonial à arte contemporânea”,IA-UNESP/CNPq Entre as diversas instâncias, cujo conhecimento é necessário ao desenvolvimento de linguagens artísticas, as que envolvem conhecimentos técnicos, se subdividem em especificidades, que chegam a compor múltiplas sintaxes, tão complexas e completas, quanto as mais intrincadas estruturas linguísticas. Entre as técnicas artísticas que envolvem alto grau de especialização, a viabilidade da escultura em bronze, exige um completo aparato, humano e técnico, sendo que, algumas entre as civilizações que a dominaram, nos mais diversos períodos históricos, perderam os conhecimentos necessários à sua realização. A cidade de São Paulo, conheceria entre fins do século XIX e as primeiras décadas do século XX, um verdadeiro apogeu envolvendo a técnica da fundição artística em bronze, mesmo não havendo no nosso país, qualquer tradição ligada à esta técnica específica, em nenhum entre os períodos históricos que marcaram as épocas colonial e imperial, já ocorrendo, portanto, na era republicana. No período aqui estudado, a capital paulista atravessaria drástico e acentuado nível de desenvolvimento, culminando com a criação de sistemas que atendessem à demanda por produtos de luxo, enquanto expressão de civilidade, tal qual tanto se admirava nos modelos importados do continente europeu, com destaque para as realizações de países como a França, Itália e Alemanha. Os fatores que contribuíram para o surgimento e desenvolvimento desta complexa técnica artística em terras paulistas e algumas das suas principais implicações, são analisados no presente artigo. Palavras-chave: Escultura, fundição, bronze. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 25
ASPECTOS DA ARTES SACRA POPULAR: UM PANORAMA CONTEMPORÂNEO Oscar D'Ambrosio UNESP Convencionou-se chamar arte naïf aquela produzida por artistas nãoeruditos a partir de temas populares. O termo ('ingênuo', em francês) designa os que rejeitam regras convencionais ou que não tiveram acesso a elas. Os artistas apresentam geralmente cores vivas, imaginação, estilização e poder de síntese com técnica aparentemente rudimentar. Em linhas gerais, pode-se dizer que a arte naïf brota do inconsciente coletivo, mantém-se em constante renovação e se deixa penetrar por influências eruditas, embora conserve sua natureza própria. Sabedoria e sonho se irmanam em obras difíceis de definir sob uma única catalogação. Em linhas gerais, pode-se considerar artista naïf quem se caracteriza por ter a si mesmo como único padrão. Sem dominar um conhecimento teórico e dogmático sobre sua atividade, produz livremente. Surge daí uma pessoa imersa numa jornada pessoal e única. Esses artistas não continuam uma tradição nem a rompem, pois não as estudaram. Eles não deveriam se preocupar com as normas das academias e de críticos de arte, apresentando, portanto, imagens ou pensamentos sem levar em conta barreiras conceituais ou técnicas. O resultado depende de sensibilidade, talento e capacidade de ser fiel a si mesmo. Infelizmente, essa ingenuidade vem morrendo, dominada pelo sistema de arte. Mas essa e outra história. Neste texto, vamos verificar como rtistas contemporâneos do gênero tratam de questões sacras, sejam festas populares ou imagens do universo sagrado cristão. Palavras-chave: arte naif, cultura popular. artistas contemporâneos. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 26
RESTAURO E ARTE SACRA: A CAPELA DE CRISTO OPERÁRIO Paula Moraes Julio Moraes Conservação e Restauro Ltda. A Capela de Cristo Operário originou-se da antiga empresa Unilabor, produtora de mobília que desenvolveu experiência revolucionária de autogestão promovida por Geraldo de Barros e religiosos dominicanos a partir dos anos 1950. Instalada num antigo armazém, recebeu murais de Alfredo Volpi, Yolanda Mohalyi e Gontran Guanaes. Após o encerramento das atividades da firma e um longo período de abandono, a capela, já tombada pelo CONDEPHAAT, foi restaurada entre 2006-2007, enfrentando desafios técnicos e éticos causados pelo péssimo estado de conservação das pinturas. Tratou-se de um trabalho exemplar de integração entre os restauros arquitetônico e pictórico, em que a estabilização de paredes e cobertura, assim como o tratamento do entorno e o paisagismo contribuíram para a estabilização e resgate da obra pictórica. Palavras-chave: Capela Cristo Operário, Alfredo Volpi, Yolanda Mohalyi. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 27
PANORAMA DA ARQUITETURA ECLÉTICA EM SÃO PAULO Percival Tirapeli Instituto de Artes, UNESP Grupo de Pesquisa "Barroco Memória Viva: da arte colonial à arte contemporânea,IA-UNESP/CNPq As construções de igrejas no estilo historicista no estado de São Paulo chegaram com as riquezas do cultivo do café no Vale do Paraíba, ainda no Império, com o estilo neogótico. O estilo ganhou impulso com a vinda dos imigrantes italianos, que substituíram a mão de obra escrava nas terras planas do interior por onde se construíram ferrovias. A paisagem das cidades com a igreja colonial foi modificada por aquelas com linhas italianas, destacando as cúpulas por entre os cafezais. São exemplos: Lorena, Batatais, Ribeirão Preto, Laranjal Paulista, Casa Branca e Bocaina. Com a República a Igreja liberta-se do Estado e novas ordens religiosas aportam em todo o Brasil. Retornam os jesuítas, entram salesianos e freiras que encomendam para os arquitetos projetos historicistas com ábsides e cúpulas. Ramos de Azevedo remodela a catedral de Jundiaí e projeta igrejas com torre única na fachada em Lorena, Campinas e Itu. Na capital, Dom Duarte Leopoldo e Silva, que foi pároco de Santa Cecília e bispo da arquidiocese, cria novas paróquias e igrejas como as das Perdizes, Lapa, Consolação, e encarrega novos arquitetos para construção de novas igrejas em especial Maximiliano Emilio Hehl, cuja ação culminaria na nova Catedral da Sé (1913). Em bairro então distantes como o Ipiranga, está a igreja de São José, do arq. Antonio Moya, que participou da Semana de Arte de 22. Em Higienópolis construiu-se o templo do Imaculado Coração de Maria, e o século XX viu ainda os agostinianos na Liberdade e Vila Mariana e os camilianos na Pompeia. Mas não só a arquitetura demonstra a nova riqueza paulista: as igrejas foram pintadas pelos artistas acadêmicos como Carlo De Servi, Arnaldo Mecozzi, Benedito Calixto e Oscar Pereira da Silva. Na ornamentação, o trabalho de Marino Del Favero e as marmorarias, que fizeram elaborados altares. Palavras-chave: igrejas, arquitetura, ecletismo. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 28
ASPECTOS DA ARQUITETURA SACRA NA AMÉRICA LATINA. DA PAMPULHA À CATEDRAL DE BRASÍLIA: A PROJEÇÃO DA ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRA NO CENÁRIO INTERNACIONAL Rodrigo Queiroz Professor Livre-Docente FAUUSP O programa da arquitetura religiosa e o processo de abstração da forma e do espaço por parte da arquitetura moderna são temas e ações aparentemente inconciliáveis. Para a sua vertente construtiva, da qual Oscar Niemeyer deriva, a arquitetura moderna deveria prestar-se ao papel de modelo passível de ser replicado infinitamente. Conceitos como padronização e racionalidade estão no cerne a elaboração da forma moderna. Trata-se de uma forma que se pretende livre de todo e qualquer resquício das noções de originalidade, excepcionalidade e autoria. Programas destinados à habitação, ao ensino e a ao mundo do trabalho são os temas que melhor incorporarão os anseios universalizantes dessa nova arquitetura. Por outro lado, devido a sua quase irreversível condição histórica, programas associados às instituições tradicionais e consolidadas como a religião cristã serão considerados incapazes de traduzir a nova perspectiva de uniformidade inerente à forma moderna. Nesse contexto, a obra de Oscar Niemeyer é compreendida como um paradoxal e surpreendente retorno a valores negligenciados por essa matriz construtiva da arquitetura moderna, tais como o sentido original da forma, percebido pela presença de uma linha gestual, livre, pouco estruturada por esses pressupostos construtivos. Niemeyer aponta para a aproximação, antes imprevista, entre forma moderna e sua dimensão eminentemente autoral. Os projetos de Niemeyer que melhor exprimem as rupturas sobre o léxico moderno são seus templos religiosos, sendo os mais conhecidos a Igreja de São Francisco de Assis (1940/1943), na Pampulha, e a Catedral Metropolitana de Brasília (1957/1960). Palavras-chave: arquitetura moderna, arquitetura religiosa, Oscar Niemeyer. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 29
PINTURAS MURAIS DE EMERIC MARCIER NA CAPELA DO CRISTO REI DA SANTA CASA DE MAUÁ, SÃO PAULO Rosângela Aparecida da Conceição Universidade Paulista Grupo de Pesquisa "Pesquisa em Educação Estética", IAR-UNICAMP/CNPq Rafael Schunk Grupo de Pesquisa "Barroco Memória Viva: da arte colonial à arte contemporânea”, IA-UNESP/CNPq As obras de ornamentação da Capela do Cristo Rei da Santa Casa de Misericórdia de Mauá-SP foram concluídas no ano de 1947 pelo artista romeno naturalizado brasileiro Emeric Marcier (1916 – 1990). Esta igreja nos remete a um ambiente aonde questões sobre a vida e a morte são vivenciadas intensamente no cotidiano hospitalar. A dramaticidade da capela moderna agrega diferentes influências acumuladas no decorrer da arte cristã ocidental fixada a partir de Giotto di Bondone (1266-1337) e Fra Angelico (1395-1455). Os agrupamentos de personagens nos remetem as soluções de Michelangelo (1475-1564), embora as formas alongadas das figuras em tons pastéis pálidos e terrosos inseridos numa arquitetura de soluções ogivais voltadas à exaltação do infinito rememoram uma espiritualidade de júbilo medieval. A arte da capela é circundada por um páteo quase monástico; uma pequena viagem em vários momentos da história da arte universal. O silêncio e acolhimento do espaço religioso é “quebrado” pela agitação das formas expressionistas dos afrescos (tensão e movimento). Palavras-chave: Emeric Marcier, Capela do Cristo Rei, Pinturas murais. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 30
ASPECTOS DO RESTAURO DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DO Ó EM SÃO PAULO Silvana Borges Arquiteta O relato dos aspectos que envolvem a restauração da Igreja de Nossa Senhora do Ó objetiva a valorização histórica do bairro da Freguesia do Ó em São Paulo cuja ocupação data de 1580. A Matriz Paroquial Nossa Senhora da Expectação foi fundada em 15/09/1796 e teve sua construção destruída em um incêndio em 1896, sendo que a atual Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó foi inaugurada em 1901 e tombada pelo CONPRESP em 1992. Por intermédio de uma campanha em conjunto com a Prefeitura do Município de São Paulo, no ano de 2011 realizou-se a recuperação das fachadas. As pinturas murais internas sofreram degradação ao longo do tempo não apenas em virtude das infiltrações ocasionadas por problemas na cobertura, como da ação humana inadequada em reparos e repinturas. No ano de 2014 investigaram-se os remanescentes das pinturas originais atribuídas ao artista Salvador Ligabue (1905-1982), com execução de prospecções exploratórias e estratigráficas, análise de colorimetria e estabilização da estrutura do forro da nave central pela equipe do Ateliê Arte e Restauro Juarez Oliveira. O cronograma do restauro contemplou nas fases iniciais: a cúpula e o forro da nave principal, seus vitrais e lustres e as pinturas artísticas e decorativas até o nível do clerestório. A partir de 2016 realizaram-se os procedimentos de conservação e restauro do presbitério, batistério e altar-mor. Atualmente realizam-se intervenções restaurativas nas duas naves laterais com reintegração pictórica do painel “Jerusalém” que estava oculto sob duas camadas de repintura. Exemplificar as problemáticas na preservação de bens culturais que dependem do patrimônio edificado como suporte promove o entendimento da importância dos processos de restauração ao resgatar a leitura iconográfica do espaço arquitetônico religioso. Palavras-chave: pintura mural, conservação, restauração. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 31
BIOGRAFIAS
32
Alecsandra Matias de Oliveira Graduação em História pela FFLCH USP (1995), mestrado em Ciências da Comunicação pela ECA USP (2003) e doutorado em Artes Visuais pela ECA USP (2008). Atualmente, é especialista em cooperação e extensão universitária da Universidade de São Paulo, membro da ABCA, pesquisadora do Centro Mario Schenberg de Documentação da Pesquisa em Artes – ECA USP e pós-doutoranda do Instituto de Artes – UNESP. Autora do livro Schenberg: Crítica e Criação (EDUSP, 2011). Ana Cristina Carvalho Doutora e mestra em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP, especialista em História da Arte Decorativa pela Christie’s Education New York e em Gestão Cultural e Turismo pela Universitat de Barcelona. Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo e organizadora do Encontro Brasileiro de Palácios, Museus-Casas e Casas Históricas, desde 2007. Vice-presidente do Comitê Internacional para Museus-Casas Históricas do Conselho Internacional de Museus – DemHist/Icom e membro do Conselho Consultivo do Comitê Brasileiro do Icom – Icom-BR. Ana Paula J. T. D. de Moraes São Paulo, 1960. Formada em projetos pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Graduada em Artes Plásticas pela ECA-USP, cursou Arquitetura e Urbanismo na UNG (não concluído). Especializada em conservação e restauro de bens culturais pelo Instituto Técnico de Restauro, São Paulo. Atuou no atelier Thélio Ramos; atua na empresa Julio Moraes em restauro de pinturas de cavalete, murais e imaginária sacra. É especialista na conservação e restauro de têxteis antigos. Carlos Gutierrez Cerqueira Graduado em História na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH/USP, 1975. Pósgraduação em História Social pela mesma instituição, 1979/82. Historiador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN / SP desde 1983. Cesare Pergola. Arquiteto e artista multidisciplinar italiano, vive no Brasil desde 2009. É doutor em arquitetura pela Università di Firenze, Itália. Ensinou por mais de vinte anos em várias instituições universitárias, na Itália e na Tailândia. Na Università di Firenze foi titular da cadeira de Semiótica da Arquitetura instituída por Umberto Eco. Desenvolveu uma inédita teoria sobre a sensorialidade urbana, publicada no ensaio LA CITTÀ DEI SENSI, Itália, 1997. 33
Cláudia Fazzolari Professora universitária, pesquisadora, curadora independente. Pós-Doutora em Teoria e Crítica de Arte, pela ECA/USP, 2009. Docente pesquisadora do Curso de Especialização em Gestão de Projetos Culturais do CELACC, ECA/USP e do Curso de Especialização Arteterapia e Terapias Expressivas do Instituto de Artes da UNESP. Vice-presidente da Associação Brasileira de Críticos de Arte, ABCA e membro da Associação Internacional de Críticos de Arte, AICA. Colaboradora na Revista ArtNexus, Revista de Arte Latinoamericano. Atualmente é Pesquisadora do Programa Nacional de PósDoutorado, PNPD CAPES, junto ao Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina, PROLAM/USP. Cristiana Antunes Cavaterra Mestre em Artes pelo IA-UNESP; Bacharel em Artes Plásticas; Técnica em Conservação e Restauração de Obras de Arte; Especialista em História da Arte Sacra e Restauração de Arquitetura; profissional com cursos de atualização e especialização pelo Istituto per l’Arte e il Restauro Palazzo Spinelli, Florença, Itália; proprietária do Cavaterra Studio d’Arte e Restauro com sede em Guaratinguetá, SP; membro do IEV – Instituto de Estudos Valeparaibanos, APCR – Associação Paulista de Conservadores e Restauradores e do Grupo de Pesquisa Barroco Memória Viva: da arte colonial à arte contemporânea – IA-UNESP/CNPQ. Danielle Manoel dos Santos Pereira Doutora em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (IA/UNESP), na linha de pesquisa: Abordagens históricas, teóricas e culturais da arte, com bolsa FAPESP (2013-2017). Mestre em Artes IA/ UNESP (2012), com Bolsa FAPESP (2010-2012). Especialista em História da Arte pela UNICSUL (2010). Graduada em História pelo Centro Universitário Assunção - UNIFAI (2007). Membro do grupo de pesquisa Barroco Memória Viva: da arte colonial à arte contemporânea, IA-Unesp/ CNPq. Desenvolve pesquisas sobre das Igrejas coloniais Barrocas no Brasil, sobretudo da região de Diamantina (MG), Mogi das Cruzes (SP), Itu (SP) e São Paulo (SP) com ênfase nas pinturas ilusionistas no forro das Igrejas. Curadoria de Arte Sacra para o Museu das Igrejas do Carmo de Mogi das Cruzes (SP) - (2011-2013). http://lattes.cnpq.br/0266521537761317 Elza Ajzenberg Titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – USP, docente de Estética e História da Arte. Formada em Filosofia e BelasArtes – Pintura. Coordenadora do Centro Mario Schenberg de Documentação da Pesquisa em Artes (desde 1990). Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte 34
(2000-2009). Diretora do MAC USP (2002-2006). Publicações: “Rebolo” (1986); “Arte e Corpo” (Org., 1998); “Terra Brasilis – Brincando com Arte” (Série Arte e Ciência – Org., 2000); “Mito e Razão” (Série Arte e Ciência – Org., 2001); “D. Quixote” (Catálogo MAC USP – Org., 2003); “Marcoantonio Vilaça – Passaporte Contemporâneo” (Catálogo MAC USP – Org., 2003); “Ciccillo” (Catálogo MAC USP – Org., 2005); “Arteconhecimento” (Org., 2006); MAC Virtual (Catálogo MAC USP – Org., 2006); “América, Américas – Arte e Memória” (Org., 2007); “Arte, Cidade e Meio Ambiente” (Org. 2010); Portinari – Três Momentos (EDUSP, 2012). Francisco Zorzete Diretor da Companhia de Restauro, é um dos fundadores da ASSEER e seu atual presidente. Trabalha há 35 anos na área da preservação, tendo iniciado sua carreira no DPH/SMC/PMSP. Atualmente, dirige a CO., empresa que tem atuado há 20 anos, com uma equipe interdisciplinar, em mais de 90 obras de restauro e 50 projetos executivos, viabilizados de diversas formas (desde recursos públicos, como licitações ou financiamentos, até privados, por meio de leis de incentivo, patrocínios e parcerias). Gabriel Frade Graduado em Filosofia e Teologia pela Pontificia Universitas Gregoriana – Roma, possui Mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Doutorado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). É professor de Liturgia na Faculdade de Teologia do Mosteiro de São Bento –SP, e Editor Assistente em Edições Loyola. Possui livros e artigos publicados nas áreas de arquitetura sacra, arte sacra, liturgia e história. Graciela María Viñuales Buenos Aires, 1940. Arquitecta por la Universidad de Buenos Aires. Doctora en Arquitectura por la Universidad Nacional de Tucumán. Investigadora Principal del Consejo Nacional de Investigaciones Científicas de Argentina (jubilada). Docente regular en las Universidades de Buenos Aires, Nordeste y Mar del Plata (Argentina) y en la Universidad Pablo de Olavide (España), así como en cursos de posgrado en universidades de América y Europa. Más de cuarenta libros y de un centenar de artículos en publicaciones periódicas de América y Europa. Fundadora y Vicedirectora del Centro de Documentación de Arquitectura Latinoamericana, CEDODAL. Miembro de la Junta de Historia Eclesiástica Argentina. Principales temas de trabajo: Historia de la Arquitectura, Conservación del Patrimonio, Arquitecturas de Tierra.
35
Julio Eduardo C. D. de Moraes Nasceu em São Paulo em 1952. Graduado em Artes Plásticas pela ECAUSP, especializado em conservação e restauro de bens culturais pelo Centro Churubusco, México, e pelo ICCROM, Roma. Atuou no DPH-PMSP e no MAC-USP. Atua com empresa própria prestando serviços a museus, igrejas, órgãos públicos e privados e coleções particulares. Participou da implantação do Curso de Graduação em Conservação e Restauro da PUCSP. Márcio Antonio de Lima Junior Mestre em Arquitetura e Urbanismo na Área de História e Fundamentos da Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, com dissertação intitulada “O traço Moderno na Arquitetura Religiosa Paulista”. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Campus de Presidente Prudente. Assessora o Departamento de Arquitetura da Mitra Arquidiocesana de São Paulo na área de Arquitetura Religiosa e Restauro. Maria Elisa Linardi de Oliveira Cezaretti Pós-Doutora pelo IA-UNESP: orientador Prof. Dr. Percival Tirapeli. Doutora e Mestra pela Escola de Comunicações e Artes da USP- ECA/USP. Graduada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Professora do curso de PósGraduação Barroco: Complexidade na Unidade. Professora da Faculdade de Belas Artes. Professora da Faculdade Paulista de Artes. Pesquisadora da arte holandesa barroca do século XVII. Pesquisadora e membro do Grupo Barroco Memória Viva. Maria José Spiteri Tavolaro Passos Doutora e Mestre em Artes Visuais pela UNESP (SP), Maria José Spiteri Tavolaro Passos é formada em Educação Artística e Artes Plásticas. Atuando nas áreas de História da Arte e Arte-educação, é docente na Universidade Cruzeiro do Sul (SP). Pesquisadora e membro do Centro de Estudos da Imaginária Brasileira (UFMG) e do grupo Barroco Memória Viva (UNESP/CNPq), é autora de diversos textos a respeito de Arte Brasileira e Arte Sacra em importantes publicações como “Patrimônio Sacro na América Latina: Arquitetura, Arte e Cultura”, “Antônio Lizárraga: quadrados em quadrados”, “Arte Sacra Colonial ”. Maria Lucia Bressan Pinheiro Professora Doutora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Maria Lucia Bressan Pinheiro, graduou-se em Arquitetura e Urbanismo (1980) pela Universidade de São Paulo, onde desenvolveu o mestrado em Arquitetura e Urbanismo (1989), e o doutorado 36
em Estruturas Ambientais Urbanas (1997). Dirigiu o Centro de Preservação Cultural – CPC da USP, entre 2006 e 2010. Sua experiência em Arquitetura e Urbanismo tem ênfase em História e Preservação da Arquitetura Brasileira, atuando principalmente em temas como a história da arquitetura brasileira e preservação do patrimônio cultural. Entre a sua produção, destaca-se o trabalho Neocolonial, Modernismo e Preservação do Patrimônio no Debate Cultural dos Anos 90 no Brasil, publicado pela EdUSP (2011). É Coordenadora Geral do projeto Plano de Gestão de Conservação para o Edifício Vilanova Artigas, patrocinado pela Fundação Getty. Milene Chiovatto Atual presidente do Comitê de Educação e Ação Cultural (CECA) do Conselho Internacional de Museus (ICOM). Graduada em educação em artes pela Faculdade de Comunicações da Universidade Mackenzie; Mestre em Ciências da Comunicação – Sociologia da Arte pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Foi professora de História da Arte na Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e nas Universidades São Judas Tadeu e Belas Artes; participou da equipe do Núcleo Educação e coordenou os atendimentos educativos da XXIV Bienal de São Paulo, entre outras exposições. Coordena o Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca do Estado de São Paulo desde 2002. Mozart Alberto Bonazzi da Costa Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela FAUUSP, é Mestre em Artes pelo Instituto de Artes da UNESP, graduado em Educação Artística e Artes Plásticas pela FAAP. É professor dos cursos de Conservação e Restauro e Crítica e Curadoria, da PUC-SP, e Arquitetura e Urbanismo da UNICID. Integra o grupo de pesquisa Barroco Memória Viva, certificado pelo IAUNESP/CNPq. Pesquisador de processos escultóricos tradicionais e contemporâneos, vem se dedicando ao estudo e divulgação da talha ornamental barroca e rococó no Brasil. Entre diversos trabalhos publicados no Brasil e no Exterior, é autor do livro A Talha Ornamental Barroca na Igreja Conventual Franciscana de Salvador, em edição bilíngue (Português/ Inglês) pela Editora da Universidade de São Paulo - EdUSP. Desenvolve cursos e projetos educativos e curatoriais dirigidos a espaços museológicos e culturais. Oscar D’Ambrosio Graduação em Jornalismo pela ECA-USP, graduação em Faculdade de Letras e Educação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialização em Literatura Dramática pela ECA-USP, mestrado em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, e doutorado no Programa de 37
Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie e autor de diversos livros na área de arte naif e arte contemporânea. Tem experiência na área de comunicação, curadoria e autor de textos para catálogos e apresentações de diversos artistas plásticos contemporâneos. É diretor de redação e colunista de Arte da Revista Unesp Ciência, responsável pelo programa diário de rádio Perfil, transmitido pela Rádio Unesp FM 105,7 MHz, de janeiro de 2009 até hoje. É Presidente do Comitê Superior de Comunicação Social (CSCS) da Universidade. Percival Tirapeli Pesquisador e professor titular em Arte Brasileira no Instituto de Artes UNESP, mestre e doutor pela ECA/USP (1979-88), e pós-doutor pela Universidade Nova de Lisboa. Publicou mais de 20 livros como Igrejas Paulistas: barroco e rococó, prêmio de melhor Patrimônio Sacro na América Latina pesquisa em artes pela ABCA (2003), Arte Sacra Colonial – Barroco Memória Viva, São Paulo Artes e Etnias. Em 2014 publicou Arquitetura e Urbanismo no Vale do Paraíba, obra indicada para o prêmio melhor pesquisa em artes pela ABCA. Pela Editora Metalivros é autor de Igrejas Barrocas do Brasil, Patrimônio da Humanidade no Brasil, Festas de Fé, todos bilíngues português/inglês. Para estudantes, publicou Arte Brasileira em cinco volumes. No prelo Patrimônio Cultural na América Latina, pesquisa que vem realizando exaustivamente desde 2010. É membro do CONDEPHAAT, do conselho consultivo do Acervo Artístico do Palácio do Governo de São Paulo, das associações brasileira e internacional de críticos de artes, e do Conselho Editorial da Revista Pós da FAU-USP. Artista plástico, participa de salões de artes desde 1975. Rafael Schunk Mestre em Artes Visuais formado pela UNESP, graduado em Arquitetura e Urbanismo, pesquisador, técnico em seguros de obras de arte, crítico, expógrafo, curador e artista plástico. Principais projetos culturais e participações em exposições: Fragmentos, Coleções de Rafael Schunk e Museu de Arte Sacra de São Paulo, MAS 2016/17; catálogo de Arte Colonial e Imperial da Cidade de Santana de Parnaíba-SP, 2015; revitalização do Museu Anhanguera – parceria Iphan e Secretaria da Cultura de Santana de Parnaíba-SP, 2014; Aparecida, A Virgem Mãe do Brasil, Museu Afro Brasil, 2012/13; Ecce Homo, Meu Nome é Jesus, Museu Afro Brasil, 2012; A Arte Sacra na Terra dos Bandeirantes, Museu Municipal de Barueri-SP, 2012; Benedito das Flores e Antonio do Categeró, Museu de Arte Sacra de São Paulo-SP, 2011/12; Arte e Cultura no Vale do Paraíba, Palácio Boa Vista, Campos do Jordão-SP, 2011/12; Oratórios Barrocos – Arte e Devoção na Coleção Casagrande, Museu de Arte Sacra de São Paulo-SP, 2011; Fragmentos do Barroco Paulista, Galeria do Instituto de Arte da UNESP-SP. 38
Rodrigo Queiroz Professor Livre-Docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Arquiteto e Urbanista (FAU Mackenzie, 1998), possui mestrado (ECAUSP, 2003) e doutorado (FAUUSP, 2007) sobre arquitetura moderna brasileira, com ênfase na obra de Oscar Niemeyer. Curador de exposições de arquitetura moderna em instituições como MACUSP, Oca e Trienal de Milão. Atualmente, dedica-se à pesquisa sobre a noções de representação, autoria e originalidade na arte moderna. Rosângela Aparecida da Conceição Nasceu em 1977, em São Paulo. Bacharel, Licenciada e Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP). É técnica em Design Gráfico e Técnica em Design de Interiores pela ETEC Carlos de Campos. Foi bolsista pela CAPES (20112013). Professora Adjunta na Universidade Paulista e Professora de Educação Básica II – ARTE na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Suas pesquisas no campo da Arte têm ênfase nos seguintes temas: arte digital, arte e tecnologia, educação e inclusão digital, novas mídias e museologia. Desde 2011 é membro da ANPAP; membro do Advisory Board da revista Anastasis – Research in Medieval Culture and Art. Atualmente é pesquisadora no grupo “Pesquisa em Educação Estética”, IAR-UNICAMP/ CNPq, além de participar da rede AHDig: Associação das Humanidades Digitais. Tem artigos publicados em anais e revistas nacionais e internacionais. Em 2016, publicou o livro Mapeamento Mobile Art - propostas poéticas em telefones celulares de 2001 a 2010, resultante de sua pesquisa de mestrado na área de arte e tecnologia. Silvana Borges Arquiteta especialista em conservação e restauro de bens culturais atuando profissionalmente na preservação do patrimônio artístico com foco na imaginária sacra (madeira, gesso e terracota), e no restauro arquitetônico (pintura mural). Presta assessoria na elaboração de pesquisas em processos de prospecção arquitetônica estratigráfica, colorimetria e reintegração pictórica. Profissional associada ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), International Council of Museums (ICOM), Associação Brasileira de Conservação e Restauração de Bens Culturais (ABRACOR) e ao Centro de Estudos da Imaginária Brasileira (CEIB), é docente do Museu de Arte Sacra de São Paulo em cursos teórico-práticos de técnicas tradicionais de pintura, abordando os aspectos iconográficos do objeto tema e a importância da manutenção dos acervos públicos para preservação de nossa memória cultural.
39
Feira de Livros A Feira de Livros ocorre paralelamente ao III Seminário Internacional Patrimônio Sacro, entre os dias 26 a 29 de julho de 2017, no Teatro do Mosteiro de São Bento, contando com a presença da Editora da UNESP, Edições Loyola e Livraria Martins Fontes Paulista. __________________________________________________
LANÇAMENTOS
Patrimônio Sacro na América Latina – Arquitetura, Arte e cultura no século XIX A presente obra, com artigos de 21 autores, vem preencher uma lacuna na história da arte, uma vez que a arte e a arquitetura sacras do século XIX, pela sua história recente, carecem de estudos analíticos. Originada nas palestras e conferências do II Seminário Internacional Patrimônio Sacro, realizado em julho de 2015 no Mosteiro de São Bento pelo Grupo de Pesquisa Barroco Memória Viva do Instituto de Artes da UNESP, busca ser o reflexo do que foram suas apresentações e conferências. Destacam-se os temas sobre a arte sacra na América Latina, Persistências e ressignificações do Barroco entre os séculos XIX e XX , proferida por Rodrigo Gutiérrez Viñuales, da Universidade de Granada, Espanha, Maurizio Russo, do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro e Istituto Italiano di Cultura com Igreja Católica e patrimônio sacro na Itália do Século XIX, bem como o coordenador do Barroco Memória Viva, Percival Tirapeli, com Catedrais Neoclássicas na América Latina.No âmbito paulistano, o patrimônio sacro arquitetônico: entre o rococó e o neoclássico, a arte religiosa paulista nos tempos do Império, e ainda a pintura sacra do século XIX e sua permanência nos espaços religiosos, além de aspectos de restauro e a conservação das importantes igrejas de São Cristóvão, Santa Ifigênia e Santa Cecília - com as pinturas de Benedito Calixto - e a Ordem Terceira do Carmo - com as de Jorge José Vedras, além da neogótica Sé de São Paulo. Na escultura, a presença italiana na arte sacra paulista na virada do século XX, o trabalho abrangente da oficina de Marino Del Favero, a escultura tumular em mármore e bronze, também influenciada por artesãos italianos são temas que tornam esta obra fundamental em sua área. Descobertas recentes de artistas que trabalharam no início dos novecentos paulista e dos que atuaram nas pinturas dos forros da Ordem Terceira do Carmo de Mogi das Cruzes, estudos sobre a Catedral de Jundiaí e o arquiteto Ramos de Azevedo além da imaginária devocional nas igrejas, estes são os temas paulistas. As presenças dos estados da Bahia, Pernambuco e Espírito Santo, mostram a dinâmica da história, conservação 40
e restauro do patrimônio novecentista, apontando artistas italianos na Basílica da Penha, e a talha decorativa e devocional em São Pedro dos Clérigos, ambos no Recife. O patrimônio e a arte sacra no século XIX aqui apresentado certamente servirão como base para pesquisadores, estudiosos e leigos interessados no assunto, fazendo-nos lembrar o papel da Igreja Católica como centro irradiador de cultura desde tempos imemoriais. Autores André Tavares | Attilio Colnago Fº | Bianka T. Ortega | Carlos A. Campelo de Melo Cristiana Cavaterra | Eduardo Murayama | Danielle M. dos Santos Pereira FormArte Cultural/ Fabíula Domingues | Julio Moraes | Karin Philippov | Myriam Salomão | Maria José S. Tavolaro Passos | Mateus Rosada |Marcos Tognon | Maurizio Russo | Mônica Farias | Mozart Bonazzi |Percival Tirapeli | Rodrigo Gutiérrez Viñuales | Rosângela Ap. da Conceição | Viviane Comunale Percival Tirapeli, Danielle Manoel do Santos Pereira (Orgs). Patrimônio Sacro na América Latina – Arquitetura, Arte e cultura no século XIX. Arte Integrada; Unesp, Instituto de Artes; ASSEER, Faculdade de São Bento de São Paulo. 1ª edição, 2017. 382 páginas. ISBN: 978-85-64719-09-5 __________________________________________________
Quatro Ensaios sobre OSCAR NIEMEYER Os quatro ensaios sobre Oscar Niemeyer aqui reunidos consistem em exercícios individuais que contribuem para a devida compreensão de uma obra cuja magnitude e inevitável proximidade ainda nos afastam de sua merecida e urgente reflexão. Os temas abordados nesse livro – a produção paulista, a repercussão internacional, a recepção crítica e os projetos de edifícios religiosos – são um convite à obra de Oscar Niemeyer. Sobre os autores Ingrid Quintana Guerrero é arquiteta pela Universidad Nacional de Colombia - sede Bogotá, mestre em Arts, mention Philosophie et Critique Contemporaine de la Culture pela Université de Paris 8 Vincennes-Saint Denis e em Histoire de l´Architecture pela Université de Paris I PanthéonSorbonne (França) e doutora em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP. Autora de vários livros. Paulo Bruna é arquiteto, mestre e doutor pela FAU-USP e professor titular nesta instituição; pós-doutorado em arquitetura pelo Massachusetts Institute of Technology (EUA). Autor de vários livros. Paulo Bruna, Ingrid Quintana Guerrero (Orgs.). Quatro ensaios sobre Oscar Niemeyer. Ateliê Editorial. 1ª edição, 2017. 344 páginas. ISBN: 978-85-7480-666-2.
41
EXPOSIÇÕES
42
A Escultura Sacra na Obra de MURILO SÁ TOLEDO Curador: Rafael Schunk A produção sacra do artista parnaibano Murilo Sá Toledo está inserida numa longa tradição paulista de artistas modeladores de argila iniciado a partir do trabalho pioneiro do monge beneditino carioca frei Agostinho de Jesus (1600/10 – 1661) e sua permanência no Mosteiro de Nossa Senhora do Desterro de Santana de Parnaíba - SP (c.1643 a 1650), perfazendo um arco temporal de quase quatro séculos de história. A partir desse evento fundador da arte colonial brasileira, o Estado de São Paulo foi um dos locais em que mais se produziram imagens em terracota ininterruptamente dos séculos XVII ao XX. Tradições, permanências e rupturas, a obra religiosa de Sá Toledo reúne em seu bojo contemporâneo erudição formal e liberdade expressionista, herança do universo bandeirante e síntese de múltiplas referências estéticas visuais modernas. Utilizando o barro vermelho da região de São Caetano do Sul - SP, terras outrora pertencentes aos monges beneditinos de São Paulo e dos quais se produzia à cerâmica mais resistente da América Portuguesa, o escultor Murilo desenvolve seus protótipos em terracota, gesso e cimento, fundindo-os posteriormente em bronze. Suas imagens, bustos, placas, personalidades históricas e conjuntos ornamentam palácios, museus, igrejas, praças e edifícios públicos no Brasil e exterior.Principais obras sacras: Portal dos Romeiros, Pirapora do Bom Jesus - SP, Monumento a São João Batista, Barueri – SP, Monumento ao Autor da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, Santana de Parnaíba – SP, Estátua Oficial do Apóstolo São Paulo, Praça da Sé, São Paulo – SP, Réplica do Apóstolo São Paulo ofertado a Sua Santidade o Papa Bento XVI, Escultura do Santo São Josémaria Escrivá, fundador da OPUSDEI, Catedral da Sé, São Paulo – SP e Estudo de Busto de São Josémaria Escrivá, Igreja em Roma, Itália. Formação: Liceu de Artes e Ofícios, Cursos livres FAAP e Museu Brasileiro de Escultura. Outras obras podem ser observadas no site: www.murilosatoledo.com.br São Paulo, julho de 2017
43
Rodolfo Khristianós “Releitura de Desenhos na Arte Sacra” Curador: Mozart Bonazzi Na arte tradicional, o aprendizado envolveu o estudo das obras dos antigos mestres. Basear-se em trabalhos que apresentassem o nível de excelência, estética e técnica, não era visto como demérito, ao contrário, representava rica possibilidade de aquisição de conhecimento. Após séculos como base para o planejamento, que envolvesse inclusive, a necessidade de conferência de medidas de precisão aos mais diversos objetos do mundo, entre eles as obras de arte, o desenho, passa a representar alternativa puramente expressiva, sendo utilizado por grande parte dos interessados em realizar trabalhos de arte. Essa rica linguagem artística, vem possibilitando ao artista plástico Rodolfo Khristianós, um consistente aprendizado, no que diz respeito ao estudo de obras sacras e à representação de figuras de personagens bíblicos. A escolha de uma técnica tradicional para o aprendizado e da temática religiosa, demonstram uma disposição, que certamente envolve, mais do que simples inclinação à figuração, uma expressão de traços que denotam princípios de forte religiosidade. A representação da figura humana tem sido, certamente, um dos maiores desafios a todos os que se embrenham pelos dificultosos caminhos voltados à busca da obtenção de uma fidelidade ou realismo formal, o que encontra nas realizações artísticas de tempos idos, precioso repertório a exemplificar as soluções voltadas ao domínio da perspectiva e das anamorfoses, fundamentais à criação da ilusão que busca provocar no observador, uma sensação de contato com o objeto “real”. Nesta série de trabalhos, apresentados paralelamente à realização do III Seminário Internacional Patrimônio Sacro, no Mosteiro de São Bento, na cidade de São Paulo, em julho de 2017, Rodolfo Khristianós, se lança à difícil tarefa de buscar em antigas referências, como pistas deixadas por antigos mestres da arte, um caminho que possibilite um contato mais estreito e mais direto, com a rica simbologia cristã, que tantos ensinamentos guarda, como potencialidades enquanto temas a serem desenvolvidos artisticamente, além de representarem esperanças à evolução desse conturbado mundo contemporâneo. Natural de Jacareí, SP, Rodolfo Khristianós é graduado em Artes Visuais (Centro Universitário Claretiano), dedicando-se a partir de 2009, a pesquisas envolvendo o patrimônio cultural e sacro, e à realização de desenhos, com ênfase aos temas religiosos. Integrou equipe organizada pela Rede de Museus do SISEM (Sistema Estadual de Museus de São Paulo) e do Museu de Arte Sacra de São Paulo, dirigida ao inventariado e catalogação de peças 44
sacras, em diversos museus do Vale do Paraíba. É curador da Galeria de Arte Casario, em Jacareí, SP, e mantém o blog Khristianós.blogspot.com, dirigido, além da apresentação de seu trabalho artístico, à divulgação de seminários e de informações referentes a pesquisas a respeito de patrimônio cultural, conservação e restauro e eventos culturais relacionados à arte sacra. Contato: Cel.12-98123-1794 rodolfokhristianos@gmail.com
45
Ficha técnica III Seminário Internacional Patrimônio Sacro 26 a 29 de julho de 2017, Mosteiro de São Bento de São Paulo, São Paulo, Brasil Comissão Científica Prof. Dr. Percival Tirapeli, IA-UNESP, Presidente Dom Abade Matthias Tolentino Braga, Faculdade de São Bento Prof. Dr. Rodrigo Queiroz, FAUUSP Prof. Dr. Mozart Bonazzi, PUC-SP Profª Drª Maria José Spiteri Tavolaro Passos, IA-UNESP Drª Danielle Manoel dos Santos Pereira, IA-UNESP Comissão Organizadora Prof. Dr. Percival Tirapeli, IA-UNESP Profª Me Rosângela Aparecida da Conceição, UNIP/IAR-UNICAMP, CNPq Drª Danielle Manoel dos Santos Pereira, IA-UNESP Ms. Rafael Schunk, IA-UNESP Laura Carneiro, Arte Integrada Comissão de Apoio Drª Maria Elisa Cezaretti, IA-UNESP Drª Alecsandra Matias, IA-UNESP e PG Interunidades/USP Ms. Maria Lucia Bighetti Fioravante, IA-UNESP Ms. Viviane Comunale, IA-UNESP Ana Luiza Pasotti Damasceno Jacqueline Pisani Della Barba Yuri Huang e Guilherme Hammel, bolsistas IA-UNESP Design Gráfico Guen Yokoyama (logomarca) Guilherme Hammel (imagem conceito 2017) Profª Me Rosângela Aparecida da Conceição (produção gráfica) Gerenciamento de conteúdo web & Mídia social Profª Me Rosângela Aparecida da Conceição Redação Laura Carneiro, MTb 19.050 Promoção e Realização Arte Integrada Apoio Institucional Biblioteca, Programa de Pós-Graduação em Artes e Departamento de Artes Plásticas (DAP) do Instituto de Artes da UNESP; ASSEER; Mosteiro e Faculdade de São Bento Divulgação ANPAP, H-Net Network
46
Caderno de Resumos III Seminário Internacional Patrimônio Sacro Organização e Diagramação Rosângela Aparecida da Conceição Supervisão e Revisão Laura Carneiro, Percival Tirapeli, Maria José Spiteri Tavolaro Passos Editora Arte Integrada Impressão Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” ISBN: 978-85-64719-10-1
47
Promoção e Realização
Apoio institucional
Biblioteca, Programa de Pós-Graduação em Ar t e s e Departamento de Artes Plásticas (DAP)
Divulgação