INTERIORES ARQUITECTURA ARTE DESIGN :: INTERIORS ARCHITECTURE ART DESIGN
45_MAY/JUN_2012
INTERIOR DESIGN © WWW.ATTITUDE-MAG.COM
ALEGRIA JOY
PREVIEW THE OPORTO SHOW ALENTEJO PAULO ALEGRIA PEDRO CALAPEZ Interiores :: Interiors TURKS & CAICOS/PORTO CAICOS/PORTO PHUKET/SAN FRANCISCO FRANCISCO
ALEGRIA :: JOY
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MAY/JUN
45 2012
PORTUGAL CONT. 6,00€ · GERMANY 8,50€ · ITALY 8,50€ · FRANCE 8,50€ · BELGIUM 8,50€
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ARTISTA COM ATTITUDE :: ARTIST WITH ATTITUDE : 01
paulo alegria
TEXTO :: TEXT · ALEXANDRA NOVO
BARING THE SOUL
'Cultura Magra' 2012
Personificação do ideal renascentista, Paulo Alegria (1970, Oliveira de Azeméis) explorou as mais diversas formas artísticas ao longo do seu percurso, sempre marcado pela constância da imagem associada a uma fermente criatividade. Fascinado pelo desenho, a pintura e a banda desenhada, tinha apenas 10 anos quando lhe chegou às mãos a revelação divina sob a forma de uma Kodak Instamatic. Apesar das experiências com a Pentax SLR do pai e das reportagens publicadas no jornal local, com 19 anos os interesses dispersavam-se pelo som e o vídeo. Após consenso familiar, o design gráfico acabou por vencer a disputa. Estávamos em 1990, quando Paulo Gi (como é conhecido pelos amigos) chegou ao Minho, mais precisamente à antiga Escola Profissional de Ofícios Artísticos, em Vila Nova de Cerveira, onde frequentou ainda arquitetura na Escola Superior Galaecia. Quatro anos mais tarde, motivado pela urgência de entrar no mercado de trabalho, >
Paulo Alegria (1970, Oliveira de Azeméis) personifies the renaissance ideal; during the course of his career he has explored a myriad of artistic forms, yet always marked by the constancy of the image associated with a bubbling creativity. When he was just 10 years old and fascinated by drawing, painting and comic strips, he was made privy to a divine revelation in the form of a Kodak Instamatic. Following a period of experimentation with his father’s Pentax SLR and having seen his reports published in the local newspaper, at the age of 19 his interests began to wander into the realm of sound and video. Reaching a family consensus, graphic design then ended up winning the dispute. It was 1990 when Paulo Gi (as he is known to friends) moved to the Minho province, and to be more specific, to the old Escola Profissional de Ofícios Artísticos (Professional School of Artistic Trades) in Vila Nova de Cerveira, where he also studied architecture at >
IMAGENS :: IMAGES · CORTESIA/COURTESY PAULO ALEGRIA
A ALMA A NU
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PAULO ALEGRIA FOTO/PHOTO: EDUARDO ALEGRIA
'Romeiros' 2010
> abre em Viana do Castelo um atelier de criação de imagem, onde a fotografia era usada apenas como suporte das composições gráficas. Pelo caminho cresceu a paixão pela música: estudou baixo e bateria, integrou diversas bandas de influência pós-punk no final dos anos 80 evoluindo para a eletrónica, sequência natural do new-wave e darkwave que ouvia em doses massivas. Aplaudido pela crítica internacional, Neon, o trabalho a solo realizado em 96, levou-o a atuar no palco oficial do Festival de Cannes, marcando o ritmo de uma aventura que perduraria até 2000. Só em 2007, a fotografia é assumida como principal actividade acionando uma metamorfose que usa a máquina fotográfica como ferramenta para ilustrar e contar histórias. A importância atribuída à função – herança do design –, perpetua-se num corpo de trabalho documental de expressão antropológica/etnográfica. Por essa altura conhece Raul Pereira, que dá forma às palavras do seu primeiro livro ‘Romeiros~Pilgrims’, retrato contemporâneo das gentes e das tradições que fazem as romarias do Alto Minho. Neste mesmo ano, dá-se a primeira experiência no cinema com a cinematografia do filme ‘Alto Minho’ do realizador Miguel >
> Escola Superior Galaecia. Four years later, anxious to start working, he opened his own image creation studio, in Viana do Castelo, where photography was used merely as a support for graphic compositions. Meanwhile, his passion for music continued to develop: he studied bass guitar and drums, played in a variety of post-punk style bands in the late 1980s and then moved into electronic music as a natural development under the influence of new-wave and darkwave which he listened to in massive doses. Acclaimed by international critics, Neon, his solo work created in 1996, led him to perform on the official stage of the Cannes Festival, defining the rhythm of an adventure which would last until 2000. It was only in 2007 that photography took centre stage as his main activity leading to a metamorphosis that uses the camera as a tool for illustrating and narrating stories. The importance attributed to function – a product of design – is perpetuated in this oeuvre of documentary work with an anthropological/ethnographic slant. At this point he met Raul Pereira, who put the substance of his first book ‘Romeiros~Pilgrims’ into words, offering a contemporary portrait of the people >
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'Cultura Magra' 2012
'Cultura Magra' 2012
> Filgueiras, complemento perfeito de um registo vibrante, onde o profano e o religioso se confrontam e diluem numa linguagem que sentimos nossa. Como em todos os projetos a que se propõe, Alegria mergulha na narrativa e bebe dela a centelha humanista cristalizada num olhar, num gesto impossível de descrever. Não será por acaso que na bagagem do seu imaginário habitam o ‘Dia D’ de Robert Capa, a harmonia global de Gursky ou ‘The Americans’ de Robert Frank. ‘Cultura Magra’ é o seu mais recente trabalho, resultado da atribuição da Bolsa Estação Imagem de Mora. Durante cinco meses, o artista optou por viver em Pavia, uma pequena vila do concelho, para acompanhar de perto a transição das estações e a sua influência nas atividades das várias e “magramente financiadas“ associações de Mora, força motriz da vivência cultural, desportiva e recreativa da população, emoldurada pela entrega e valorização do coletivo. A não perder, a partir do dia 5 de maio, no Centro Português de Fotografia, no Porto, ‘Cultura Magra’ em forma de livro e exposição, uma viagem ao coração de um povo. ::
'Romeiros' 2010
35 > and traditions of the pilgrimages held in the upper Minho province. That same year, he embarked on his first experience in cinema with the cinematography of the film ‘Alto Minho’ by the producer Miguel Filgueiras, as the perfect complement to a vibrant register, where the profane and the religious are confronted and diluted in a language which seems so familiar. As in all the projects that Paulo Alegria takes on, he revels in the narrative and distils a humanist spark from it, captured in a certain look or gesture that are otherwise impossible to describe. It’s no surprise that Robert Capa’s ‘D day’ and the global harmony of Gursky or Robert Frank’s ‘The Americans’ haunt his imagination. ‘Cultura Magra’ is his more recent work and was produced with a grant from Estação Imagen de Mora. For five months, the artist decided to live in Pavia, a small town in the Municipality of Mora in order to closely observe the transition between the seasons and their influence on the various “meagrely financed” associations in Mora, the driving force behind the cultural, sporting and leisure activities of the population, within the framework of the highly regarded and valued grass-roots collectives. This is an event that shouldn’t be missed, starting on the 5th of May, at Centro Português de Fotografia, in Porto, ‘Cultura Magra’ in the form of a book and exhibition that takes us on a journey to the heart of a nation. :: WWW.PAULGI.COM
'Cultura Magra' 2012
'Cultura Magra' 2012
'Romeiros' 2010