Aup 5859 eduardo spinazzola

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AUP 5859 Estúdio de Infraestrutura Verde Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo Prof. Dr. Paulo Pellegrino 2015 A Paisagem como Infraestrutura Hídrica em São Paulo

Parque das Bacias Projeto de Requalificação do Piscinão Sharp Eduardo Spinazzola


pesquisa de paisagens hidrol처gicas em S찾o Paulo paisagem 1 raia da usp

paisagem 2 piscin찾o sharp


expansão urbana

supressão da vegetação

urbano x vegetação

mapa da bacia do córrego pirajussara controle de uso e ocupação do solo x especulação imobiliária 1. periferização 2. ocupação ilegal 3. construção precária

histórico das obras de drenagem canalizaçao canalização + tamponamento canalização + tamponamento + avenidas reservatórios de detenção ( piscinões )

1. aumento da área impermeabilizada 2. ocupação das áreas de proteção ambiental

várzeas de rios beiras de córregos encostas

A cidade de São Paulo está localizada em um planalto com baixos declives e tem hoje um dos maiores adensamentos populacionais do mundo. Somado a esses fatos, o mau planejamento de crescimento da cidade permitiu que a especulação imobiliária provocasse uma ocupação desordenada que gerou sérios problemas à cidade, entre eles, ao seu sistema hídrico. Como consequência ao acesso restrito à terra, o processo de periferização se intensificou brutalmente, resultando em uma impermeabilização cada vez maior do solo que trouxe como consequência o rompimento do sistema natural de drenagem que acontecia através das várzeas dos rios e córregos que formam cada bacia. Como medida de combate e prevenção, foram implantadas ao longo dos últimos anos, diversas obras de drenagem convencionais. As canalizações de córregos e rios, abertas ou tamponadas sob grandes avenidas, agravaram ou somente transferiram os problemas das enchentes para outras regiões. Como medida subsequente, surgiu a solução técnica dos piscinões, grandes reservatórios de detenção, que tem a função de acumular enormes volumes de água e posteriormente liberar de forma lenta para a rede pública de coleta, controlando assim a vazão dos rios e as enchentes pontuais dessas regiões atendidas. O Piscinão Sharp, apresentado neste estudo, atende ao sistema de bacias dos córrego Pirajussara, e é o segundo maior piscinão da região metropolitana de São Paulo, localizado no bairro do Campo Limpo, junto à divisa do município de Taboão da Serra. Ocupa uma área de 94.000m² e tem capacidade para acumular 500 milhões de litros de água. Foi construído pelo Governo do Estado em parceria com a Prefeitura da cidade visando atender cerca de 1 milhão de moradores da Capital e dos municípios vizinhos de Taboão da Serra e Embu das Artes.


mancha urbana atual

mapa da bacia do córrego pirajussara

Os Piscinões de fato cumprem a função a que são determinados, resolvendo pontualmente a questão das enchentes, porém questiona-se através de uma análise mais ampla, seu real impacto sobre a estrutura da cidade no seu entorno. Quais alternativas poderiam ser viáveis para se atingir o mesmo objetivo a que ele se destina e quais vantagens esse outro sistema poderia oferecer? Existem outros modelos de planejamento urbano e ambiental que possibilitam de certa forma recuperar o ciclo hidrológico natural das águas. Estudos de casos em Portland e Seattle, de sistemas de drenagem convencionais aliados à sistemas de manejo de água de chuva, comprovam que esta é uma alternativa viável mesmo para áreas urbanas consolidadas. De fato, é necessário aliar os sistemas de drenagem convencionais, com a implantação de sistemas de pequena escala e necessariamente a uma nova condução das regras de controle do uso e de ocupação do solo, de fiscalização e de conscientização popular. Entre alguns sistemas de pequena escala que buscam reduzir o volume de água escoada através de sistemas de retenção e infiltração, seguindo o conceito de serem liberadas em fundos de vale numa velocidade mais lenta e em volume reduzido e respeitando o ciclo hidrológico das águas, pode-se citar os jardins de chuva, biovaletas, canteiros pluviais, lagoas pluviais, tetos verdes e cisternas, que podem ser aplicados de forma independente ou em conjunto. A implementação desses sistemas, em oposição ao sistema vigente de resolução da drenagem urbana pelos grandes reservatórios de detenção, apresenta diversas vantagens. A princípio, promovem o incremento de áreas naturalizadas na cidade, com clara melhoria da paisagem visual, diminuição da bolha de calor e melhora dos níveis de umidade relativa. Ainda oferecem a possibilidade de conjugar a eles, sistemas naturais de tratamento de poluição das águas e promover o aumento da vida útil dos sistemas convencionais de drenagem, uma vez que reduzem a vazão destinada a estes.

jardim de chuva

biovaleta

canteiro pluvial

jardim de chuva

biovaleta

canteiro pluvial

terrenos rebaixados com a função de receber a demanda de água de chuva via condutores ou pela drenagem superficial das áreas adjacentes mais altas e impermeabilizadas. A composição de solo drenante possibilita alto grau de infiltração e em conjunto com plantas pode-se agregar maior eficiência na remoção de poluentes. A capacidade limite deve ser dimensionada para que o excedente possa ser direcionado para trabalhar em conjunto com outro sistema de drenagem natural ou enviado para o sistema de drenagem tradicional. Ao final das chuvas, o sistema volta a secar mantendo-se útil como jardim ou espaço de convívio.

Por sua característica linear, a biovaleta, cumpre menor função na infiltração que os jardins de chuva, porém ainda contribui por meio do substrato e plantas como filtro de poluentes e com considerável aumento do tempo de escoamento das águas superficiais que percorrem sua calha seguindo a declividade do terreno.

Versão mais compacta dos jardins de chuva, o canteiro pluvial pode adaptarse mais facilmente às construções existentes e às bordas dos leitos carroçáveis. Da mesma forma, deve ser dimensionado para o volume de água a ser recebido, contando com extravasor para além do seu limite de uso.

teto verde

cisterna

lagoa pluvial

teto verde

cisterna

lagoa pluvial

Área vegetada sobre cobertura com sistema composto por plantas, substrato, tecido anti-raízes, drenagem e impermeabilização. Contribuem efetivamente para o maior conforto térmico da edificação e do entorno, além da função ecológica, paisagística e de captação e possibilidade de reuso das águas de chuva.

Tanques construídos com função de coletar a água de chuvas para reuso, contribui para o retardo do escoamento e para um melhor aproveitamento da água, evitando o desperdício.

Bacias de retenção que podem receber grandes volumes de águas de drenagens naturais ou tradicionais, mantendo sempre parte da água retida como composição paisagística de parques e praças formada por esse alagado construído. Sua capacidade deve ser calculada em função da diferença entre o nível permanente mínimo e variável máximo.

projeção da vegetação


barreiras urbanas - extensão aproximada 1km

condomínios residenciais

levantamento de uso e ocupação do solo

área particular

ocupação das várzeas e encostas íngremes

área particular

supressão da vegetação

legenda habitação

nte

ue

afl

comércio / serviço institucional

1

cór

reg

piscinão sharp

afluente 2

área particular

0

30m

N

afluente 3

implantação

o

pir

aju

ss

ar

a


proposta 1 - 14.10.2015

implantação 0

30m

N


memorial descritivo do projeto A proposta apresentada parte do entendimento de que é viável a mudança de condução das atuais políticas hídricas da cidade para um conjunto de sistemas de manejo de água de chuva que prevejam uma melhor integração do ambiente construído com o ciclo natural de drenagem, aliado também ao reuso das águas. O programa proposto é de um parque público com espaços de lazer, esporte e cultura integrados com a borda d’água do córrego pirajussara. Terá cerca de 1km de extensão e 240mil m². Alguns edifícios novos de comércio e serviço estarão integrados a esse parque propondo um uso e gestão conjunta dos setores público e privado. A grande demanda por espaços públicos no entorno imediato do piscinão sharp, juntamente com a análise de uso e ocupação da área que identificou a ocupação da margem do córrego pirajussara com diversas construções de baixo gabarito e conservação precária, além do desrespeito ao limite de proteção para áreas de proteção permanente de 30 metros da borda, imposto pelo código florestal para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura, justificam a implantação proposta. Pontualmente em três locais onde edifícios habitacionais existentes avançam sobre a borda do córrego é proposta a remoção dessas moradias e a construção de novos conjuntos que poderão atender essas famílias e ainda suprir o crescimento por nova demanda de moradia no bairro.

proposta 2 - 18.11.2015

implantação 0

30m

N

Para a área específica do piscinão sharp a proposta se concentra na ideia de perda de função a médio / longo prazo na medida que as novas políticas de drenagem e aproveitamento das águas comece a surtir efeito.

legenda

Na fase incial, as novas bacias de detenção, construídas aproveitando a profundidade do piscinão, poderão manter a funcionalidade atual de controle das águas de chuva, porém interligadas por vaso comunicação, poderão ser cheias uma a uma de acordo com a demanda, otimizando assim tanto a possibilidade de reutilização dessa água, como também a manutenção e limpeza de todo sistema.

construção existente

A partir da medição da vazão das águas, que chegam a esse sistema de detenção, poderá ser comprovada a efetiva eficiência dos novos sistemas de drenagem, implementados em toda bacia do córrego pirajussara. Será possível então, determinar a perda de função de parte do sistema de detenção, para que os espaços possam ser ocupados gradativamente por novos usos.

comércio / serviço

Na fase final, as bacias de detenção construídas dentro do piscinão terão sua função completamente substituída por arenas, anfiteatros, praças, espelhos d’água, pistas de skate, etc. As bacias que mantiverem seu uso ligado à água, poderão agregar à sua inerente qualidade ambiental e paisagística, a função como alagados construídos (bacias de retenção) mantendo então sua contribuição para o controle das águas excedentes.

construção proposta habitação 22

3a9 13

conjutos residênciais

torres corporativas bar e vestiários

institucional

1 e 2 torre cultural 10 planetário 11 torre cultural 12 pista de corrida 14 quadras poliesportivas 15 quadras de tenis 16 piscina 17 torre esportiva 18 e 19 arenas 20 pista de skate 21 praças verdes e alagados


diagramas da construção geométrica parque das bacias

estudo de escala do edifício ponte

fases de implantação do parque das bacias perda de função = mudança de uso

fau

museu de história de são paulo

bienal

opção 1 aleatória

opção 2 inscrito e/ou circunscrito

opção 3 - adotada tangente

edifício ponte

fase1 bacias de detenção

fase 2 bacias de detenção + ocupação parcial

fase 3 ocupação total


corte longitudinal

0

30m

corte transversal

0

30m



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