COMPUTEX 2019 Configurámos o computador ideal com os melhores componentes que vimos em Taiwan
LG vs. SAMSUNG COMPARATIVO COM AS MELHORES TV 4K DO MERCADO
EDIÇÃ DIGITAO L Issuu
WWDC 2019 TODAS AS NOVIDADES APPLE, INCLUINDO O NOVO MAC PRO E iOS 13
PENS USB EVITE PROBLEMAS E RECUPERE OS SEUS FICHEIROS
REALIDADE AUMENTADA AS MELHORES APLICAÇÕES PARA O SEU TELEMÓVEL Julho 2O19
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Mensal
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Ano 23
N.º 282
€3,8O
PVP (Cont.)
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WATERCOOLING PARA TODOS Como construir um computador com um
sistema de refrigeração a água personalizado
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ÍNDICE 10
PEDRO TRÓIA / Director
HUMANIDADE Li recentemente um artigo publicado pelo The Verge (bit.ly/2XWJBPC) que conta a história de vários colaboradores de uma empresa que presta serviços de moderação de artigos ao Facebook. Fala de condições de trabalho deploráveis, do desrespeito para com as pessoas que passam o dia inteiro à frente de uma secretária a ver vídeos e imagens de uma violência inimaginável e o que estas sofrem física, e mentalmente, por causa do seu trabalho. Mas este texto não é um manifesto a favor de melhores condições de trabalho (embora pudesse ser), é mais uma reflexão sobre o mal que as redes sociais trouxeram à humanidade. Tal como muitas outras coisas que correm mal, também as redes sociais tiveram um princípio baseado em boas intenções. No entanto, depois de ler o artigo do The Verge, fiquei com a impressão de as vantagens que enumerei acima são completamente eclipsadas pelas desvantagens que as redes sociais trouxeram à civilização. Na minha opinião, os piores efeitos destes novos “meios de comunicação” é facilitarem, por um lado, o aparecimento de personagens cujo único objectivo é desinformar, quer por estupidez, como é o caso das teorias de conspiração, que depois levam à negação do próprio conhecimento e ciência, quer intencionalmente, para influenciar outras pessoas a fazerem aquilo que é vantajoso para esses influenciadores. Por outro lado, as redes sociais promovem um sentimento de impunidade que leva a que algumas pessoas pensem que podem fazer tudo o que lhes vier à cabeça, por muito retorcido que seja, e depois partilhá-lo com o resto do planeta sem quaisquer consequências. Como é que isto se soluciona? Francamente, não temos ainda ferramentas tecnológicas capazes de impedir estes fenómenos e, como se pode ver pelo artigo, usar pessoas para filtrar conteúdos também é problemático. Penso que regular as redes sociais até se transformarem em dóceis animais amestrados não é solução. Talvez um mecanismo de responsabilização das empresas que as detêm, que as obriguem a terem regras claras sobre o que é, ou não, aceitável e que as forcem a investir a sério em tecnologias capazes de manter humana, a humanidade que anda pelas redes sociais.
TEMA DE CAPA
Conheça todas as novidades que descobrimos a mais de onze mil quilómetros de distância em Taiwan, na Computex, a segunda maior feira de informática do mundo. E ainda montámos um computador com os melhores componentes que lá encontrámos. 02
ON
04 / Notícias de tecnologia, coluna, Made in Portugal, Hashtags, Green e a nossa entrevista: Queremos Respostas.
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HIGH-TECH GIRL
16 / Fique a saber mais sobre Fei-Fei Li, professora, investigadora e co-directora do Stanford Human Centered AI Institute.
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INFOGRAFIA
18 / Saiba quais são os principais fornecedores norte-americanos da Huawei.
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START UP
22 / A Bitcliq é uma startup portuguesa que quer valorizar o sector da pesca tradicional.
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BOOT
22 / DEFEITOS ESPECIAIS O Ricardo Durand fala das imitações de design existentes na indústria mobile. GUIAS 24 / Aprenda a dividir e unir PDF
26 / Faça uma gravação de ecrã para apanhar erros no Windows 28 / Acabe com os problemas com as pens USB 30 / Desligue o computador remotamente
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LINUX
38 / Nesta edição vamos ver cinco exemplos de alternativas livres para o mercado móvel.
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MACGUIA
40 / A WWDC deste ano ficou marcado pela apresentação das novas versões dos sistemas operativos da Apple.
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DESCOMPLICÓMETRO
42 / Explicamos-lhe como funcionam os acelerómetros e os giroscópios, sensores que estão presentes no seu smartphone.
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APPS
56 / Este mês, temos uma selecção das melhores apps de realidade aumentada.
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60 / Um guia para montar um PC personalizado com watercooling.
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74 / GADGETS TomTom Go Premium Ultimate Ears Wonderboom 2 Sony PS-LX310BT SteelSeries QcK Edge 76 / TESTES LG Gram 17 Acer TravelMate P6 LG OLED E9 vs. Samsung QLED Q90R Asus F1 LED Projector Wiko View 3 Pro Samsung Galaxy A70 Gigabyte GeForce GTX 1650 OC 4GB Sony Xperia 10 Hisense ULED U7B TP-Link Mesh WiFi Range Extender RE300 Noctua NH-U12A Elgato Stream Deck XL Sony RX0 II PLAY
92 / JOGOS Total War: Three Kingdoms 96 / HARDWARE SteelSeries Sensei 310
MOTOR MAIS
68 / ENSAIOS Range Rover P400e PHEV Vogue Mercedes-Benz Classe B Volkswagen Polo GTI
14
72 / TECNOLOGIA EM MOVIMENTO O Gustavo Dias explica como a AMD dominou as novidades apresentadas na Computex.
16
PLUG
LAB
TECHPORN
96 / JOGOS MOBILE F1 Manager Durango: Wild Lands Toy Story Drop! Dig It!
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70 / Desmontámos o MacBook Pro 2019
SLEEP
98 / Em Julho, assinalamos o lançamento do IBM 650, de Donkey Kong e o nascimento da Intel.
34 / Conta Local vs. Conta Microsoft: qual é a melhor para usar no Windows?
CLASSIFICAÇÕES A PCGuia usa um método de avaliação de produtos que tenta conciliar as medições de desempenho com os aspectos mais empíricos como a experiência de utilização. O valor final da nota será obtida através de uma média aritmética que dará um valor de 1 a 10. Os produtos com nota 9 ou superior recebem o Prémio de Excelência PCGuia. Mais informação em pcguia.pt/como-testamos.
MEDIÇÕES
EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO
PREÇO QUALIDADE
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6
9 Distribuidor: PCGuia Site: pcguia.pt Preço: €42 Facto positivo Facto negativo
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INFOGRAFIA MAFALDA FREIRE
OS PRINCIPAIS FORNECEDORES NORTE-AMERICANOS DA HUAWEI A guerra comercial ‘EUA-China’ atingiu a Huawei. Esta marca vai deixar de poder fazer trocas comerciais com empresas norte-americanas às quais comprou componentes no valor de cerca de 1,4 mil milhões de euros, em 2018. Valor das receitas provenientes da Huawei (milhões de euros) 310,2 266,8 201,7 105,8 98,1 83,1 75,2 56,3 47,1 43,2 34,2 33,5 32,7 28,5 24,3 24 22,9 21,1 20,9 19,0 18,5 16,3 15,3
Exposição - % de receitas provenientes da Huawei 47% 11% 11% 8% 8% 6% 6% 5% 5% 4% 4% 3% 3% 2% 2% 2% 2% 2% 1% 1% 1% 1% -1%
Flex Broadcom Qualcomm Seagate Technology Micron Technology Qorvo Intel Skyworks Corning Analog Devices Advance Micro Device NeoPjotonics Western Digital Lumentum Microsoft CommScope Texas Instruments II-VI Finisar Maxim Integrated Nvidia keysight Technology Marvell Technology
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NeoPhotonics Lumentum Qorvo Finisar II-VI Skyworks Broadcom Qualcomm Flex Maxim Integrated Seagate Technology Marvell Technology Analog Devices Keysight Technology CommScope Advance Micro Device Corning Micron Technology Nvidia Texas Instruments Western Digital Intel Microsoft
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Top 10 dos países fornecedores de componentes da Huawei (ordem decrescente)
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5
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7
8
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China
EUA
Taiwan
Japão
Hong Kong
Irlanda
Finlândia
Alemanha
Países Baixos
Coreia do Sul
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BOOT
MAFALDA FREIRE
PDF PDF
APRENDA A DIVIDIR E UNIR PDF O programa gratuito PDFsam permite juntar vários PDF num só documento ou dividir um ficheiro em várias páginas. Nesta edição vamos ensinar-lhe como poderá fazer isto de forma fácil e rápida.
O PDF é um formato muito usado, mas apesar de existirem diversas formas de visualização, são poucos os programas que permitem editar estes documentos. Acontece que muitas vezes não queremos enviar todas as páginas de um PDF e, por vezes, o que queremos mesmo é juntar todas num só. Existem ferramentas online que fazem o trabalho mas, desta forma, estamos a colocar dados sensíveis online e, muitas vezes, sem saber exactamente onde. Assim, é mais seguro usar o PDFsam para estas tarefas.
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Vá a pdfsam.org/downloads, identifique a versão PDFsam Basic e clique no botão verde ‘Download’. Escolha a opção ‘Windows download (.exe)’ para descarregar o programa. Em seguida, faça a instalação. Atenção: durante o processo poderá ter uma opção para instalar também o ‘PDFsam Enhanced’ mas deverá retirar a selecção da caixa já que esta versão é paga; a Basic tem tudo o que precisamos.
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4
Abra o PDFsam e escolha ‘Separar’ no menu principal. Em seguida, arraste o PDF que quer dividir e largue-o na secção do topo 1 ou faça ‘Selecione PDF’ 2 e indique a localização do documento. Depois, deverá escolher como quer separar o PDF. Pode optar por ‘Separar após cada página’ 3 ; ‘Separar após este número de páginas’ 4 e colocar o número pretendido; ou ‘Separar a cada “n” páginas’ 5 , para separar, por exemplo, sempre de três em três páginas.
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Além de unir PDF, este programa permite juntar ficheiros alternando as páginas de cada um dos documentos através da opção ‘Misturar’.
O programa guarda os novos PDF na mesma pasta onde está o ficheiro original, mas pode mudar esta configuração nas ‘Definições de saída’ 1 em ‘Procurar’. Por defeito, os nomes dos ficheiros gerados vão ter um número sucedido por ‘PDFsam_’ mas pode mudar isso na secção ‘Definições de nome’ 2 . Quando todas as definições estiverem como pretende faça ‘Executar’ 3 . O PDFsam vai alertá-lo que qualquer ficheiro com o mesmo nome será substituído mas se estiver tudo OK, clique em ‘Substituir’. Apesar desta indicação, se o ficheiro não tiver o mesmo nome, não será sobreposto.
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1
Volte ao menu inicial do PDFsam clicando no símbolo da casa no topo superior direito. Se apenas precisar de uma determinada página, por exemplo de um extrato bancário, poderá usar o ‘Extrair’ para tal. Seleccione essa opção e arraste o ficheiro que quer usar para a área ‘Arraste e largue aqui os seus ficheiros’. De seguida, indique o número da página que quer extrair em ‘Definições de extração’. Se quiser mais do que uma página do documento basta colocar as diversas páginas a extrair separando os números com vírgulas ou um intervalo de páginas separado por um hífen, por exemplo 5-10.
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O programa também tem uma ferramenta que lhe permite diminuir o peso do ficheiro, para o caso de o querer enviar por email e o PDF exceder o limite aceite para os anexos. Para tal, no menu inicial escolha a opção ‘Separar por tamanho’. Seleccione o documento que quer reduzir e coloque o peso final pretendido em Megabytes ou Kilobytes, conforme preferir, na área ‘Separar neste tamanho’ 1 . Para finalizar, escolha ‘Executar’.
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Agora vamos aprender a juntar PDF. No menu principal faça ‘Unir’ e depois escolha os documentos que quer juntar, arrastando-os para a área ‘Arraste e largue aqui os seus ficheiros’ 1 . Os PDF vão aparecer pela ordem com que foram carregados e será essa ordem do documento final. Se quiser alterar essa ordem é muito fácil, basta arrastá-los para o lugar que pretende.
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Na área ‘Definições de união’ pode escolher se quer colocar um rodapé onde vai aparecer o nome do ficheiro original a que cada página pertence ou se quer ‘Normalizar o tamanho das páginas’. Se estiver a unir muitos ficheiros pode ainda decidir colocar uma lista para ajudar na identificação dos mesmos. Para isso use a opção ‘Índice remissivo’. Este pode ser gerado com base no nome dos ficheiros ou nos títulos dos documentos. Para finalizar o processo, seleccione ‘Executar’.
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MACGUIA RICARDO DURAND
iPAD, iPHONE, WATCH E MAC: O QUE MUDA NOS SISTEMAS OPERATIVOS DA APPLE EM 2019 A edição do WWDC deste ano ficou marcada pela apresentação das novas versões dos sistema operativos da Apple: o iOS 13, WatchOS 6 e macOS Catalina. E ainda foi anunciado que o iPad vai ter uma versão feita à medida, o iPadOS. Há já alguns anos, que a receita é a mesma: no princípio de Julho, a Apple organiza um evento dedicado a programadores onde apresenta as próximas versões do seu software para computadores e dispositivos móveis. Nestes eventos, o hardware costuma ficar para segundo plano - por exemplo, no ano passado, não foi mostrada qualquer novidade neste campo, mas em 2017 a Apple mostrou o iMac Pro e o Home Pod; para vermos mais um WWDC com hardware é preciso recuar até 2013, ano em que a marca anunciou o Mac Pro em cilindro, os AirPort Time Capsule, Extreme e um novo MacBook Air.
QUASE 50 MIL EUROS EM HARDWARE Mas, em 2019, a Apple voltou a apostar em força no hardware e acabou mesmo por anunciar um novo computador Mac Pro. Com uma forma clássica de caixa, em formato de torre, este computador tem uma frontal perfurada com orifícios circulares, que já motivou a criação de vários memes que o comparam a um ralador do Ikea. Mas a única coisa que o novo Mac Pro vai “ralar” será mesmo a nossa conta bancária: a configuração-base começa nos seis mil euros e depois é sempre a subir, com preços que podem chegar até aos...quarenta mil euros. O que também acabou por gerar várias piadas na Web foi o stand para o novo monitor 6K da Apple, o Pro Display XDR, que tem de ser comprado à parte por mais mil euros: só o ecrã custa mais cinco mil euros. Ou seja, fazendo as contas ao máximo, a conta pode facilmente chegar aos cinquenta mil euros.
iPAD COM SISTEMA OPERATIVO À MEDIDA Mas o que nos interessa mesmo são os updates de software que a Apple vai disponibilizar para os seus equipamentos no Outono deste ano: computadores Mac, iPhone, Apple Watch e iPad vão todos ser actualizados com versões dos seus respectivos sistemas operativos, sendo que o tablet da Apple passa a ter um dedicado: o iPadOS. Esta é uma espécie de versão com esteróides do iOS 13 onde o multitasking é uma das funções-rainha, para aproveitar ao máximo os ecrãs mais generosos dos tablets, como o do Pro de 12,9 polegadas. Neste sistema operativo já temos a possibilidade de dividirmos o ecrã do iPad para usar duas apps (tanto as da Apple como as de terceiros) em simultâneo. Os widgets que temos no iOS também podem ser “colados” ao ecrã principal do iPad, como o da Meteorologia ou o do Calendário. Estas apps podem ser diferentes ou a mesma: ou seja, duas janelas do Mail ou duas do Word, Keynote, Numbers ou Pages para, por exemplo, arrastar conteúdos de uma para a outra. As outras características especiais do iPadOS incluem uma app Ficheiros que mostra agora um preview do que seleccionarmos, capacidade de reconhecer pens USB, cartões de memória e importar fotografias de uma câmara através de um cabo (tudo isto já era possível com acessórios e aplicações próprias) e a diminuição do tempo de resposta do Apple Pencil de vinte para nove milisegundos.
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iPHONE COM MODO ESCURO E APPLE WATCH LIGADO À APP STORE A principal novidade do iSO 13 já se sabia há algum tempo: o Dark Mode (modo escuro) que vai poder ser usado nas aplicações da Apple como o Mapas, o Calendário e a Música. O teclado também se adapta a esta nova realidade, com tons mais escuros. Depois disto, há melhoramentos nos Mapas com uma vista de rua mais autêntica (apenas nos EUA), Memojis que passam a estar disponíveis no teclado do iOS, novas formas de interagir e editar fotografia e vídeos e uma integração maior da Siri com os AirPods – será possível ditar uma mensagem assim que esta chegue ao iPhone, assim como enviar uma resposta dada por voz e transcrita no momento. Os iPhones compatíveis com o iOS 13 começam no iPhone SE e nos modelos 6S, além do iPod Touch de sétima geração. O sistema operativo para os relógios da Apple, também saiu reforçado do WWDC com novas funcionalidades: a maior será mesmo a possibilidade de os programadores criarem apps exclusivas para este relógio, sem que seja necessário fazer a correspondente para iOS. Isto vai fazer com que haja acesso directo à App Store a partir do Apple Watch, ou seja, vai deixar de ser preciso usar o iPhone para instalar uma aplicação no relógio e ter a chamada ‘companion app’ no telefone. Finalmente, há novas apps da Apple que chegam directamente ao nosso pulso: notas de voz, livros áudio e a calculadora vão ficar disponíveis no Apple Watch.
CATALINA, O MACOS INSPIRADO NUMA ILHA Para os computadores Mac vem aí o Catalina que, tal como os seus antecessores, recebe o nome de um local na Califórnia: foi assim com o Mavericks (um spot de surf), com o Yosemite, o El Capitan, o Sierra e o High Sierra (parques naturais e formações rochosas) e o Mojave (um deserto). Agora é a vez de uma ilha que fica ao largo da costa da Califórnia. Este novo sistema operativo traz duas grandes novidades: as hipóteses de emparelhamento com o iPad e o fim do iTunes. Em relação ao iPad, há uma nova capacidade de programação, o Project Catalyst, que vai permitir que os programadores consigam transformar facilmente uma app para Mac numa para iPad e, consequentemente, para iPhone. Outra novidade é o Sidecar, uma função que permite usar o iPad como um segundo ecrã: tanto podemos arrastar uma aplicação aberta do Mac para o tablet da Apple, como ver no ecrã dos computadores o que estamos a fazer aqui; o exemplo apresentado foi um desenho de precisão. Um dos rumores que circulava antes da edição do WWDC deste ano era a anunciada “morte” do iTunes. E isto acabou mesmo por se confirmar: quando actualizar o computador para o Catalina vai, em vez do iTunes, ver três apps – Apple Music, Apple Podcasts e Apple TV. O novo Catalina, que traz ainda um modo alerta contra roubo (emite sinais Bluetooth, mesmo quando está desligado para que possa ser detectado por outros equipamentos Apple que estejam próximos) chega no Outono. Em relação a compatibilidades, o Catalina vai poder ser instalado em modelos iMac, MacBook Pro, MacBook Air e MacBook que tenham sido lançados a partir de 2012. 41
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TEMA DE CAPA
O Nangang Exhibition Hall é o palco principal da Computex desde 2008.
COMPUTEX 2019 Vamos mostrar-lhe todas as novidades que vimos a mais de onze mil quilómetros de distância, em Taiwan, nesta que é a segunda maior feira de informática do mundo. E ainda montámos um computador com os melhores componentes que lá encontrámos. GUSTAVO DIAS, EM TAIWAN*
A um ano de celebrar o seu 40.º aniversário, a Computex continua viva e de boa saúde, sendo o local perfeito para que as equipas da “casa” possam revelar todas as suas novidades para o resto do ano. A edição de 2019 contou com mais de 42 mil visitantes provenientes de 171 países, 5508 stands com 1685 expositores, e um impressionante número de 467 startups tecnológicas. Mas, mais importante que estes números são as inovações apresentadas, tanto dentro como fora de portas, como aconteceu com marcas como a Acer, Corsair, Gigabyte, Razer e outras.
O PC “OFICIAL” DA COMPUTEX Tendo em conta todas as novidades reveladas, incluindo as que ficámos a conhecer nas keynotes dadas no auditório principal da Computex, decidimos fazer uma cobertura diferente do habitual, com a separação das novidades pelo tipo de componentes,
permitindo assim criar o computador “oficial” da Computex. ‘Oficial’ entre aspas, pois nem a entidade organizadora aprovou esta ideia, nem muitos dos componentes estão ainda em comercialização, algo que deverá ocorrer no espaço de dois meses em todos os mercados internacionais, incluindo Portugal.
TRINTA ANOS DE ASUS A Computex foi igualmente o local para uma das marcas da casa, a Asus, celebrar o seu 30.º aniversário, levando a que esta fosse a insígnia com maior presença e maior número de novidades, entre as quais uma edição especial limitada do seu ZenBook 13, designado de ZenBook Edition 30, uma edição especial (12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento) do novo smartphone ZenFone 6 Edition 30 e da motherboard Asus Prime X299 Edition 30. *A PCGuia viajou para Taiwan a convite da Asus Portugal.
A Asus escolheu a Computex para celebrar o seu trigésimo aniversário e aproveitou para revelar todas as novidades, incluindo as edições especiais comemorativas desta data especial.
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15
LAB
LG GRAM 17 Com o novo LG Gram 17, a marca coreana consegue criar o derradeiro ultrabook de 17 polegadas do mercado... com alguns truques na manga. No ano passado assistimos ao regresso da LG ao mundo dos computadores portáteis. E ainda bem, pois temos boas recordações dos inovadores modelos que a marca chegou a comercializar em Portugal. Com o LG Gram, o fabricante coreano mostrou-nos um ultrabook de grande qualidade, com bom desempenho, boa autonomia e um ecrã de elevada qualidade num equipamento surpreendentemente leve. Porém, este ano, a LG decidiu ir mais longe e criar uma versão do Gram com 17 polegadas num corpo bastante compacto, similar ao de um dispositivo com ecrã de 15,6,. Isto faz-nos colocar uma questão: «Pode um portátil de 17 polegadas ser um verdadeiro ultrabook?» Aparentemente sim.
PESO-PLUMA Graças ao recurso a elementos muito leves (e flexíveis), o LG Gram 17 pesa apenas 1340 gramas, um feito para um equipamento que consegue ainda ser extremamente fino (apenas 17,4 mm), mas sem esquecer incluir uma vasta oferta de ligações: USB 3.1, USB-C (Thunderbolt 3.0) com conversor de ligação USB-C para Ethernet, HDMI, leitor de cartões MicroSD e saída jack para auscultadores. Para garantir que o baixo peso não é sinónimo de fraqueza, a LG certificou o Gram 17 com as exigentes normas militares de durabilidade e fiabilidade MIL-STG-810G, que pôs à prova o equipamento em sete testes de durabilidade: impacto, vibração, resistência a poeiras, maresia, baixa pressão, altas 76
e baixas temperaturas. Curiosamente, e embora se trate de um ultrabook, a LG oferece ainda espaço adicional para aumentar a capacidade de armazenamento, através de um segundo slot para módulo SSD M.2.
PARA TRABALHAR O já referido ecrã de 17 polegadas tem a vantagem de recorrer a um formato de 16:10 e ter uma resolução maior que a habitual: 2560 x 1600 píxeis, o que permite visualizar mais informação no ecrã em simultâneo, fundamental para quem precise de criar ou editar conteúdo (seja texto, fotografias, áudio ou vídeo). Infelizmente, este está algo limitado em termos de compatibilidade com cores (apenas 67,4% do espectro DCI-P3), o que o torna mais indicado para uma utilização quotidiana, e não tanto para utilizadores profissionais exigentes, como artistas gráficos. O resto da configuração conta ainda com uma unidade SSD M.2 de 512 GB e 8 GB de memória DDR4, e uma
A bateria de 72 Wh garantiu o melhor resultado de sempre que alguma vez experimentámos num computador portátil: foram mais de treze horas de utilização contínua.
impressionante bateria de 72 Wh, que garantiu o melhor resultado de sempre num teste de autonomia. Falta apenas referir o preciso touchpad e o agradável teclado retroiluminado que, no entanto, merecia maior curso nas teclas. G U S T A V O D I A S
MEDIÇÕES
EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO
PREÇO QUALIDADE
7.5
9
8
8 Distribuidor: LG Site: lg.com/pt Preço: €1999 s Autonomia da bateria s Chassis leve e compacto t Teclas mereciam maior curso
FICHA TÉCNICA n Processador: Intel Core i7-8565U a 1,8 GHz n Memória: 8 GB DDR4 n Armazenamento: 512 GB SSD M.2 n Placa Gráfica: Intel UHD Graphics 620 n Ecrã: 17” IPS táctil (2560 x 1080) n Ligações: 3 x USB 3.1, USB 3.1 Gen1 Type-C (Thunderbolt), HDMI, MicroSD, jack 3,5 mm n Dimensões: 380,6 x 267 x 17,4 mm n Peso: 1,3 kg BENCHMARKS n PCMark 10: 3923 n PCMark 10 Productivity: 6814 n PCMark 8 Home Battery: 808 minutos n 3D Mark Cloudgate: 6943 PONTO FINAL Nunca um computador portátil com ecrã de dezassete polegadas foi tão leve e tão compacto, oferecendo ao mesmo tempo uma autonomia tão impressionante como aconteceu com o novo LG Gram 17.
ACER TRAVELMATE P6 Aí está o mais novo membro da família de computadores de trabalho da Acer
O mercado dos computadores portáteis para trabalho funciona de uma forma um pouco diferente dos outros. Enquanto no consumo há um apetite maior por dispositivos que ofereçam maior desempenho, muitas vezes à custa do tempo de vida da bateria, no mercado profissional querem-se máquinas com o máximo de tempo de bateria, peso baixo e um preço mais em conta. A série de computadores Travelmate é a família de produtos da Acer para o mercado profissional e, embora se consiga comprar nas lojas, o forte são os produtos criados à medida para os orçamentos dos grandes clientes empresariais.
ENTRADAS PARA TODOS OS GOSTOS O dispositivo que a Acer nos enviou desta vez é o mais recente membro desta família de computadores e chama-se Travelmate P6; basta olhar para ele para se perceber que se trata de uma máquina de trabalho: é todo feito em metal preto, provavelmente alumínio ou magnésio, o que faz com que pese apenas 1,1 kg, o que o torna ideal para o levar para qualquer lado. Existem três ligações USB (uma delas é USB Type-C), uma entrada para rede com fios, uma porta HDMI e uma para cartões de memória microSD. Na parte da frente está também um leitor de smartcards que serve para autenticar o utilizador perante o sistema operativo ou qualquer outro serviço (também permite ler o cartão de
Na parte da frente está um leitor de smartcards que serve para autenticar o utilizador. cidadão para, por exemplo entrar no site das finanças, ou qualquer outro que o aceite). Uma coisa que está ausente, e que é tradicional nestes computadores de trabalho, é o leitor de impressões digitais. Curiosamente, a entrada para o transformador é uma daquelas redondas, tradicionais, o que vai um pouco contra a tendência de usar a entrada USB Type-C para carregar a bateria.
em viagem. O trackpad é preciso e o teclado é muito confortável de utilizar, não sendo nem muito esponjoso nem demasiado firme.
CONFORTO
Distribuidor: Acer Site: acer.com Preço: €1149 s Leve s Construção s Preço t Não tem sensor de impressões digitais
O teclado é muito confortável de utilizar e pouco barulhento, o que é uma mais-valia quando se está, por exemplo, em reuniões. Uma outra particularidade é a existência de uma pequena peça acima do ecrã que serve para bloquear a objectiva da webcam e, assim, evitar “espionagens”. A versão que nos foi enviada tem um processador Intel Core i5 8265-U que funciona a 1,6 Ghz e pode chegar aos 1,8. Existem também 8 GB de memória RAM e um SSD Kingston com 256 GB de capacidade. Os gráficos estão a cargo do GPU integrado no processador, um Intel Graphics 620 que partilha o frame buffer (memória gráfica) com a memória RAM usada pelo resto do sistema. A experiência de utilização é bastante boa, não é de todo uma máquina ultra-rápida, mas é capaz de dar conta da maioria dos trabalhos diários de quem anda
PEDRO TRÓIA
MEDIÇÕES
EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO
PREÇO QUALIDADE
5
9
9
8 FICHA TÉCNICA n Processador: Intel Core i5-8265U n Memória RAM: 8 GB n Armazenamento: Kingston SATA SSD 256GB n Ecrã: 14 polegadas, 1920 x 1080 n Ligações: HDMI, 3 x USB (1X USB Type-C compatível com Thunderbolt), RJ-45, jack 3,5 mm n Dimensões: 328 x 235 x 21 mm n Peso: 1,1 kg BENCHMARKS n PCMark 10: 3654 n PCMARK 10 Produtividade: 5826 n PCMARK 8 Bateria: 321 minutos n 3D Mark Cloudgate: 7507 PONTO FINAL O novo Travelmate é uma máquina típica para trabalho. O design é algo conservador, mas a construção é sólida e é uma máquina muito leve; o desempenho é mediano, mas é uma máquina que também não promete servir para correr um qualquer jogo classe A.
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