PCGuia 314 - Março 2022

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00314

CONHEÇA O TABLET QUE TAMBÉM É UM PC PARA JOGOS

n

TENHA MELHOR QUALIDADE DE SOM NO WINDOWS

Mensal

DASHBOARDS NO EXCEL

n

ASUS ROG FLOW Z13

Março 2O22

ÁUDIO

Ano 27

n

N.º 314

399 PVP (Cont.)

Testámos 8 computadores com Windows e Chrome OS que fazem de tudo sem dar cabo do orçamento


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ÍNDICE 09

PEDRO TRÓIA / Director

LIÇÕES QUE SE PODEM TIRAR DOS CIBERATAQUES Uma coisa que os recentes ciberataques a várias entidades portuguesas pôs em evidência foi a falta de Planos B para quando estas situações acontecem e vão ser cada vez mais frequentes. Tomemos o exemplo da Vodafone. Praticamente todos os serviços, tirando o acesso à Internet fixa, foram afectados e, com eles, muitas entidades clientes da Vodafone ficaram quase paralisadas. O caso mais grave foi o do INEM, que teve de recorrer ao sistema SIRESP para coordenar a resposta em casos de emergência. Agora, imaginemos que tinha acontecido uma coisa especialmente complicada durante o período em que o INEM estava sem comunicações. Evidentemente, a resposta nunca teria sido a mais rápida e coordenada como se estivesse tudo a funcionar a 100%. Não se percebe a razão pela qual um serviço vital como este não tem uma redundância, que permita manter as comunicações a funcionar, quando o operador principal deixa de ter capacidade de assegurar o serviço - seja por causa de um ciberataque ou de uma catástrofe natural. Já no caso dos ataques aos meios de comunicação Impresa e Cofina, a resposta foi a oposta. No primeiro, foi tudo destruído e, pelos vistos, não havia cópias de segurança limpas que permitissem recuperar os sistemas e serviços da empresa. Assim, foi necessário criar tudo do zero e usar soluções de recurso para por online versões alternativas dos sites dos seus meios de comunicação. No segundo caso, aparentemente, esses backups existiam e, por isso, os serviços da Cofina ficaram apenas um dia em baixo. Apesar de a comunicação pós-ataque da Vodafone e dos Laboratórios Germano Fonseca (que terão sido atacados por ransomware) ter sido mais transparente, ninguém deu qualquer explicação acerca do que provocou os ataques. Isto é especialmente curioso, visto algumas das vítimas terem sido meios de comunicação. Neste caso, não seria necessário explicar tecnicamente o que aconteceu ao pormenor, mas dizer, pelo menos, que foi por causa de um email de phishing, de uma password roubada, de uma falha de software ou qualquer outra coisa. Até porque estes casos mais mediáticos acabam por servir para educar os utilizadores sobre o que não se deve fazer e terem mais cuidado com os seus dados.

TEMA DE CAPA

Se procura um laptop acessível, seja para trabalhar, para a escola ou simplesmente para se distrair a navegar na Internet, este comparativo entre as melhores soluções no mercado até aos 399 euros, com Windows e Chrome OS, pode ajudá-lo a escolher a melhor opção.

02

ON

04 / Notícias de tecnologia, coluna Made in Portugal, Hashtags e Green.

03

INFOGRAFIA

16 / Conheça os principais dados do mercado mobile em 2021.

04

START UP

18 / A GoParity criou uma plataforma de financiamento colaborativo de projectos de impacto social e ambiental e quer agora ajudar as organizações a compensarem o CO2 que produzem.

05

BOOT

20 / DEFEITOS ESPECIAIS O Ricardo Durand fala dos recentes ciberataques às empresas nacionais e dos danos causados pelo “apagão” da Vodafone. GUIAS 22 / Aprenda a fazer dashboards no Excel

24 / Tire o máximo partido dos discos SSD 28 / Melhore o som do seu computador

06

LINUX

32 / Vamos mostrar várias maneiras de ver os processos do sistema Linux que estão em execução e como manipulá-los.

07

MACGUIA

34 / Saiba como passar playlists de várias plataformas de streaming para o serviço Apple Music.

08

DESCOMPLICÓMETRO

36 / Explicamos-lhe como funciona o Wi-Fi 6 e 6E, as últimas gerações da rede de dados mais popular do mundo.

10

APPS

PLUG

52 / Conheça o projecto inspirado em Matrix que usa uma caixa Raijintek Enyo e que faz inveja à própria Nebuchadnezzar de Morpheus.

12

58 / TESTES Asus ROG Flow Z13 Insys Dot.FORCE WPS17127 HP Envy 13 x360 Convertible Microsoft Surface Pro 8 Samsung Galaxy S22 Ultra Fritz!Box 4060 Asus ROG Rapture AX6000 Oppo Find N 67 / TOP PCGUIA OS MELHORES DO LAB Conheça o ranking dos melhores dispositivos que testamos todos os meses.

13

48 / Uma selecção das melhores aplicações dos serviços da administração pública.

11

56 / GADGETS Lenovo Smart Clock 2 Sony SRS-NB10 SPC Espirare Max B&O Beosound Emerge Eaton UPS 3S Mini

LAB

PLAY

68 / JOGOS Horizon Forbidden West 70 / HARDWARE Razer Kraken V3 Pro Corsair K70 RGB Pro Asus ROG Fusion II 500 KFA2 Stealth STL-03

14

SLEEP

74 / Em Março, assinalamos o lançamento do Mac OS X, o aparecimento do vírus Michelangelo e primeiro domínio de Internet.

54 / TECNOLOGIA EM MOVIMENTO O Gustavo Dias explica como os mais recentes smartphones estão a tirar proveito das unidades de processamento neural para optimizar o funcionamento dos sensores de imagem.

CLASSIFICAÇÕES A PCGuia usa um método de avaliação de produtos que tenta conciliar as medições de desempenho com os aspectos mais empíricos como a experiência de utilização. O valor final da nota será obtida através de uma média aritmética que dará um valor de 1 a 10. Os produtos com nota 9 ou superior recebem o Prémio de Excelência PCGuia. Mais informação em pcguia.pt/como-testamos.

MEDIÇÕES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO QUALIDADE

8

10

6

9 Distribuidor: PCGuia Site: pcguia.pt Preço: €42 Facto positivo Facto negativo

3


03

INFOGRAFIA MAFALDA FREIRE

2021: O MERCADO MOBILE CONTINUOU A CRESCER O ano passado foi mais um em que o mobile cresceu: o tempo passado nos dispositivos móveis aumentou e os utilizadores gastaram mais em apps e em gaming. Conheça os principais dados do estudo State of Mobile 2022 da App Annie.

GAMING NOVOS DOWNLOADS:

230 +5 %

EVOLUÇÃO DOS GASTOS EM JOGOS MOBILE (mil milhões de euros)

65

mil milhões

que em 2020

435 mil apps descarregadas por minuto

NOVAS APPS E JOGOS

2018

101

88

75 2019

2020

2021

EVOLUÇÃO DE DOWNLOADS DE JOGOS MOBILE (mil milhões)

63,7 2018

68

79,9

83

2019

2020

2021

TOP 3 GLOBAIS

TOTAL DE APPS EXISTENTES

21,3 milhões

14,91 milhões

DAS APPS MAIS POPULARES

JOGOS MOBILE

STREAMING DE VÍDEO

DOWNLOADS

DOWNLOADS

1-

1-

1-

2-

2-

2-

3-

3-

COMIDA E BEBIDAS

DINHEIRO GASTO

DINHEIRO GASTO

1-

1-

1-

2-

2-

3-

3-

SAÚDE E FITNESS

UTILIZADORES

1-

ACTIVOS MENSAIS

2-

1-

3-

2-

milhões

16

123-

3-

GASTOS NAS LOJAS DE APPS

149 mil milhões de euros

DOWNLOADS POR MERCADO

VIAGENS

6,39

2

milhões

+19% que em 2020

3–

23UTILIZADORES ACTIVOS MENSAIS 123-

TEMPO DIÁRIO GASTO POR UTILIZADOR

4 ,8 +30% 7 horas

que em 2020

em cada 10 minutos gastos em apps de redes sociais, vídeos e fotografias


05

BOOT

MAFALDA FREIRE

APRENDA A FAZER DASHBOARDS NO EXCEL Este mês, vamos ensinar a visualizar os dados em dashboards no Excel que permitam analisar a informação de forma mais fácil.

1 2

Abra o ficheiro de Excel que quer usar. No nosso caso, temos um orçamento mensal muito básico, com colunas para receitas e despesas e outra que mostra a diferença entre estas. Primeiro, precisamos de formatar a folha de cálculo como uma tabela. Seleccione todas as células da folha, clique ‘Inserir’ > ‘Tabela’. Na caixa ‘Criar Tabela’ aparece o campo ‘Onde estão os dados para a tabela?’ 1 e, em baixo, a opção ‘A minha tabela tem cabeçalhos’ 2 ; certifique-se de que essa caixa está seleccionada e clique em ‘Ok’.

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22

Um dashboard ou painel de controlo é uma óptima forma de visualizar os dados nas folhas de cálculo do Excel, sejam eles dados relativos à nossa actividade profissional ou pessoal, como as poupanças. Os dashboards podem incluir gráficos e tabelas para que a informação seja compreendida de forma mais fácil por quem vê; além disso, sempre que alterarmos os dados, todos os elementos serão actualizados automaticamente. Neste guia vamos usar o Excel do Microsoft 365, mas as instruções são válidas para outras versões do programa, mesmo que mais antigas.

Com a tabela seleccionada, clique no separador ‘Estrutura da Tabela’ > ‘Nome da Tabela’ 1 e escreva um nome que quer dar à mesma, por exemplo, ‘orçamento’. De seguida, na secção ‘Ferramentas’ 2 , escolha ‘Resumir com Tabela Dinâmica’. Certifique-se de que o nome da tabela aparece na caixa ‘Tabela/Intervalo’ e que a opção ‘Nova Folha de Cálculo’ está seleccionada 3 ; faça ‘OK’.

2


Uma nova folha de cálculo será aberta com a tabela dinâmica. Dê um duplo clique nos separadores no fundo de cada folha e renomeie-os, para que sejam fáceis de identificar 1 . Agora, vamos criar a primeira tabela do dashboard - para isso, usamos os ‘Campos da Tabela Dinâmica’ 2 que aparecem à direita; seleccione todos os dados que pretende incluir no gráfico. Por exemplo, para criar um gráfico de totais mensais escolhas as caixas ‘Mês’, ‘Despesas’ e ‘Receitas’.

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2

No separador ‘Analisar Tabela Dinâmica’, área ‘Ferramentas’, escolha ‘Gráfico Dinâmico’ 1 . Das opções de gráficos apresentadas à esquerda, seleccione o tipo mais adequado aos seus dados - no nosso caso, ‘Barras’. No topo da janela 2 , vê opções para personalizar a aparência do gráfico e, caso as seleccione, verá, em baixo, a pré-visualização do mesmo. Quando estiver satisfeito com as escolhas, clique em ‘OK’.

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Agora, é a altura de criar mais gráficos: crie uma cópia da tabela dinâmica, pressionando ‘Ctrl’ e o separador da folha de cálculo, arrastando-o para a direita. Apague a tabela dinâmica na nova folha – no nosso caso, é na que se chama ‘Totais (2)’. Repita os passos 3 e 4, seleccionando dados diferentes no ‘Campos da Tabela Dinâmica’ e/ou diferentes estilos de gráficos até ter todas as representações dos dados que pretende.

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Neste passo vamos, finalmente, criar o nosso dashboard com a diferente informação reunida anteriormente. Clique no ‘+’ que se encontra ao lado do nome das folhas de cálculo no rodapé da janela do Excel e dê-lhe o nome ‘dashboard’. A seguir, abra um dos separadores que têm gráficos dinâmicos; seleccione o gráfico, carregue nas teclas ‘Ctrl+C’ para o copiar, vá até à folha ‘Dashboard’, seleccione um espaço vazio e faça ‘Ctrl+V’ para colar o gráfico. Faça isto com todos os gráficos e organize-os como entender e como lhe der mais jeito para ver a informação.

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Para finalizar, pode adicionar algumas ferramentas-extra, tais como filtros e linhas de tempo para o ajudar a analisar os dados. Se quiser adicionar uma funcionalidade de ‘filtrar por’, clique num dos gráficos, depois em ‘Analisar Gráfico Dinâmico’ e seleccione ‘Inserir Segmentação de Dados’ 1 . Na caixa que aparece, marque uma caixa para escolher os dados que deseja filtrar e clique em ‘OK’. Isto adiciona um novo painel ao dashboard 2 que permite ver apenas esses dados apresentados no gráfico. Aqui, escolhemos ‘Mês’ e, por isso, podemos agora filtrar o gráfico por meses.

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05

BOOT

MAFALDA FREIRE

MELHORE O SOM DO SEU COMPUTADOR

Aprenda a configurar colunas externas e a usar o Equalizer APO para melhorar o áudio do computador. Apesar de os portáteis e de alguns monitores terem colunas incorporadas, nem sempre a qualidade do som é boa e os graves deixam muito a desejar. A verdade é que é possível comprar bons altifalantes (sem gastar uma fortuna) que melhoram significativamente o que ouve no computador. Neste guia, vamos ajudá-lo a configurar tudo e a utilizar o programa de áudio gratuito Equalizer APO.

ESCOLHER UMAS COLUNAS Há uma grande variedade de colunas para PC que pode escolher, de diferentes gamas de preços. Vamos falar de soluções simples, pouco dispendiosas e que servem perfeitamente para melhorar significativamente a qualidade do som. Se o seu orçamento for muito limitado, a melhor hipótese são, sem dúvida, as Creative Pebble V2 (que encontra na Worten a 21,99 euros - bit.ly/3ouiOK0). O áudio não é espectacular, mas será uma grande melhoria em relação à maioria dos altifalantes incorporados nos portáteis. São também uma óptima escolha para mobilidade, já que se destacam por ser bastante pequenas e alimentadas via USB. Se quiser algo ligeiramente melhor, sugerimos as Logitech Z207 (foto ao lado; à venda na PC Componentes por 49 euros - bit.ly/3BeGffu). Estas colunas têm Bluetooth e uma entrada para auscultadores, caso queira ouvir som sem incomodar outras pessoas. Caso prefira colunas sem Bluetooth, experimente as Logitech 200, em tudo semelhantes às Z207 (pode comprar este modelo na Globaldata por 39,99 euros - bit.ly/3Llbjij). 28


Tenha em atenção que outros dispositivos Bluetooth (como o telemóvel ou tablet) podem causar interferências - se tiver problemas no som, sugerimos que ligue as colunas através do cabo e abdique da ligação sem fios.

LIGAR AS COLUNAS AO PC Qualquer uma das colunas sugeridas, como outras do mesmo tipo, são fáceis de instalar: as duas unidades, esquerda e direita, estão ligadas por um cabo que pode, ou não, ser retirado; depois, há o de energia e um para ligar ao computador, que tanto pode entrar na saída de headphones, como de colunas, caso o PC tenha as duas opções. No caso das Creative Pebble, a situação é ligeiramente diferente já que, como dissemos, tem um cabo USB que liga directamente ao computador para alimentação e outro que deve ser usado na saída dos auscultadores, para o som. Se optou por um modelo com Bluetooth, o mais fácil é usar a ligação sem fios, pois dá mais liberdade e faz com que evitemos ter (mais) um cabo na secretária. Caso o seu desktop ou portátil seja mais antigo, e por essa razão não tiver Bluetooth, pode sempre comprar um adaptador – a TP-Link tem diversos modelos como o UB400 Bluetooth 4.0 Nano, que custa 8,90 euros na PC Diga (bit.ly/3HAoJEx).

EMPARELHAR AS COLUNAS Para configurar a ligação Bluetooth, primeiro é necessário colocar as colunas que escolheu em modo de emparelhamento. No computador, vá a ‘Definições’ > ‘Dispositivos’. Certifique-se de que o Bluetooth está ‘Ligado’ e clique em 'Adicionar dispositivo Bluetooth ou outro ' > ‘Bluetooth’ e aguarde que o Windows encontre os equipamentos que estão próximos. Alguns segundos depois, as colunas devem aparecer listadas ao lado de quaisquer outros dispositivos Bluetooth que o sistema encontrar. Clique nas colunas que ficarão definidas como a saída do áudio por defeito do computador. Se tiver ligado as colunas ao seu portátil por Bluetooth, pode alternar a qualquer altura entre estas e as incorporadas no PC. Para isso, basta clicar no ícone de volume barra de tarefas e, depois, seleccionar as colunas que deseja utilizar. Quando desligar as colunas externas, o Windows mudará automaticamente para as do computador portátil. Volte a ligar as colunas e o sistema operativo torna a ligar-se às mesmas, via Bluetooth. Aqui, há uma situação que deve ter em consideração: o Bluetooth tem um alcance relativamente curto, por isso aconselhamos que mantenha as colunas a menos de cinco metros do computador, para garantir que não tem cortes no áudio.

LIGAR VÁRIOS DISPOSITIVOS Colunas como as Logitech Z207 permitem a ligação de vários dispositivos em simultâneo: dois via Bluetooth e um com o cabo de 3,5 mm. Se utilizar o cabo e o Bluetooth para ligar dois dispositivos, o áudio de ambos irá tocar em simultâneo. No entanto, se ligar dois dispositivos Bluetooth, por exemplo o portátil e um smartphone, isto já não acontece. As colunas podem reproduzir alternadamente áudio de uma fonte e de outra, bastando fazer ‘pausa’ na reprodução de um dos equipamentos e ‘play’ no outro.

29


06

LINUX ANDRÉ PAULA

PROCESSOS EM LINUX Em sistemas Linux, qualquer aplicação corre no ‘Terminal’, o que permite ter um maior controlo do que está a acontecer no sistema. Neste artigo, vamos mostrar várias maneiras de ver os processos que estão em execução e como manipulá-los. ’Processos’ são programas criados quando um comando é executado. Em Linux, existem cinco processos comuns: ‘pai’, ‘filhos’, ‘orfãos’, ‘zombies’ e ‘daemons’. Todos possuem características diferentes, mas têm em comum um número identificador chamado ‘PID’ (Process

Identifier), o que significa que o processo associado, por exemplo, a uma aplicação que estiver com algum comportamento estranho ou deixar de funcionar, pode ser identificado facilmente através do gestor do sistema gráfico-padrão da distribuição Linux que usarmos. No caso do ambiente gráfico Kde Plasma, o ‘ksysguard’ é usado para este efeito. Nem sempre conseguirá usar a aplicação gráfica para ver ou terminar um processo - por isso, é importante saber como fazâ-lo na linha de comandos, mas, para isso, é preciso identificá-lo.

IDENTIFICAR O PROCESSO No ‘Terminal’ Linux, existem várias ferramentas livres instaladas. Duas delas são os comandos top e ps. O top apresenta informações resumidas do sistema em tempo real, bem como uma lista de processos geridos pelo 32

kernel, que podem ser ordenados por ordem e tamanho. Uma alternativa ao top é o htop, que facilita a navegação e apresenta cores, o que ajuda na visualização. O ps mostra a informação que procura no momento, ou seja, a informação estática. No entanto, é muito usado, juntamente com o comando grep, para especificar a procura pelo nome do processo. Estes são alguns dos comandos mais usados:


n

Procurar por todos os processos do utilizador actual: ps -x

Procurar por todos os processos de um utilizador especifico: ps -u root n

PROCESSOS EM PRIMEIRO E SEGUNDO PLANO Os sistemas Linux são compatíveis com a execução de vários processos que correm em primeiro plano, ou seja, um comando ou tarefa que se espera ser concluído. O mesmo pode obrigar à interacção do utilizador e, normalmente, fica visível. Um exemplo simples é correr um comando no terminal e esperar pelo resultado. Os processos a correr em segundo plano não obrigam a esperar pelo fim do primeiro e podem ser criados vários. Um exemplo é correr um comando no terminal e acrescentar um ‘&’ no fim. É possível, depois, ir alternando entre tarefas; aqui, pode usar os comandos fg (Foreground) e bg (Background).

Procurar por todos os processos no sistema num formato mais completo: ps -ef n

Procurar por um processo especifico (keybase, por exemplo): ps -ef | grep keybase n

TERMINAR UM PROCESSO Um dos comandos mais usados é o kill, que deve ser usado em especifico com base no ID de cada processo. Aliás, uma aplicação poderá ter ‘processos filho’ associados e fará sentido o seu uso. Nestes casos, usar o comando ps juntamente com um grep no nome da aplicação, vai ajudar a descobrir o ID do processo a ser terminado. Outra maneira mais simples é usar o comando pgrep. Aqui ficam alguns exemplos:

n

Terminar o processo da forma correta (default sigterm signal 15): kill <PID> Termina o processo sem esperar pelos ‘processos filho’: kill -1 <PID> Força o encerramento do processo logo sem esperar pelos ‘processos filho’: kill -9 <PID> Lista apenas os ID dos processos: pgrep <nome>

n

Lista os ID dos processos e o caminho: pgrep -a <nome>

n

n

n

SIGTERM SIGNAL Às várias maneiras de terminar um processo dá-se o nome de ‘sigterm signal’. Para ver a lista de todas as várias formas de terminar um processo, corra o comando kill -l. As mais usadas são: o ‘1’, o ‘9’ e o ’15’:

n

n n

n

Lista os ID dos processos de um utilizador: pgrep -u <utilizador>

‘1’: reinicia o processo sem esperar pelos ‘processos filho’ que estão associados; ’15’: termina de forma correta e espera pelos ‘processos filho’; ‘9’: força o encerramento do processo, o que em alguns casos como base de dados não será melhor forma de usar.

Por padrão, tanto o comando kill como o pkill, usam o número ’15’ como ‘sigterm signal’, o que significa que se usar apenas kill ou pkill, sem especificar o ‘sigterm’, será encerrado o processo de forma correta.

EM RESUMO No entanto, em algumas situações, o comando pkill, pode fazer mais sentido, porque faz o mesmo que o kill e ainda termina o processo com base no nome: n n

Terminar um processo com base no nome: pkill <nome> Terminar apenas os processos com nome httpd e não httpd5 etc: pkill -x httpd

É muito interessante saber o que está a acontecer no sistema: a quantidade de memória que uma aplicação está a usar, quantos processos estão a correr, quais estão a dar problemas, que prioridades têm e que processos estão a correr em segundo plano - a lista continuaria. Para quem usa sistemas Linux em casa, saber onde procurar e como terminar processos, seja com o gestor gráfico ou no terminal, ajuda a agir quando há um comportamento estranho no sistema. 33


09

TEMA DE CAPA

TESTE EM GRUPO

OS MELHORES COMPUTADORES PORTÁTEIS ATÉ

399

Se procura um laptop acessível, seja para trabalhar, para a escola ou simplesmente para se distrair a navegar na Internet, nas redes sociais e a ver vídeos, este comparativo entre as melhores soluções no mercado até aos 399 euros, com Windows e Chrome OS, pode ajudá-lo a escolher a melhor opção. P O R : G U S TAVO DI A S

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esde 2011 que o mercado dos computadores pessoais tem estado em decréscimo, mas com a pandemia (e as diversas medidas implementadas para a combater, como a telescola e o teletrabalho) voltaram a assumir um papel fundamental nas nossas vidas - isto levou a que a procura por estes equipamentos crescesse de forma inesperada. Isto, em conjunto com a paragem de algumas fábricas durante as alturas de pico da pandemia, gerou a actual crise de falta de componentes semicondutores, que tem estado a afectar todos os mercados, desde o dos dispositivos móveis até ao da aviação.

TOPO DE GAMA NÃO É PARA TODOS Esta situação fez com que o preço dos computadores também tivesse aumentado: em alguns casos, chegou mesmo a duplicar,

devido ao aumento de preço de componentes específicos, como módulos SSD, processadores e placas gráficas. Mas nem todos nós precisamos de computadores com placas gráficas GeForce RTX com processamento Ray Tracing por hardware, ou de processadores de dezasseis núcleos, para uma utilização quotidiana.

CINCO MARCAS EM ANÁLISE Para tarefas pouco exigentes, simples computadores portáteis com gráficas integradas e processadores de dois ou quatro núcleos podem servir perfeitamente. Estes computadores são muito acessíveis

e este tema de capa reflecte isto mesmo: decidimos reunir os melhores laptops com Windows e Chrome OS até 400 euros da Acer, Asus, Insys, HP e Lenovo. Primeiro, analisamos as propostas com Windows, depois as alternativas com Chrome OS; no fim dizemos-lhe quais as melhores opções de cada um destes grupos. 39


11

PLUG L U Í S A LV E S

RAIJINTEK ENYO MATRIX Na PCGuia 306 apresentei-vos as principais ideias para este projecto: uma caixa tão grande e com tantos componentes de refrigeração que faz inveja à própria Nebuchadnezzar de Morpheus. PORQUÊ MATRIX?

O CONCEITO ORIGINAL

A trilogia Matrix é, sem dúvidas, uma das melhores, mais sólidas e mais futuristas (quiçá, actuais) histórias já criadas. É impressionante que estes filmes, lançados há vinte anos, retratem tão bem a actual situação e a desconexão com a realidade que ferramentas humanas, como as redes sociais, provocam. É esse um dos principais motivos para que, ainda hoje, existam canais como o Matrix Explained, que explicam tão bem, vídeo após vídeo, os vários detalhes desta “fantasia”. Como geeks e nerds que somos, Matrix tem um lugar muito especial no nosso disco rígido pessoal - assim, decidimos fazer um projecto para comemorar o lançamento do quarto filme: Ressurrections.

No primeiro trimestre de 2021 desafiámos a Raijintek para entrar neste projecto; a marca aceitou e enviou-nos o seu modelo mais futurista, uma “tela” perfeita, o Enyo. Relativamente à ideia original, alterámos algumas coisas - abandonámos as grelhas em alumínio escovado (porque não gostámos do aspecto final) e o líquido em branco, porque funciona muito melhor em verde.

VINIL Este foi um dos trabalhos mais desafiantes que já tive com a utilização de vinil: cada lateral de vidro temperado foi personalizada com uma aplicação transparente por dentro

e por fora, criando volume. Os vinis têm o conhecido efeito de código verde dos filmes, incluindo o desvanecimento, com um tom mais pronunciada no vinil de fora e o amarelo no de dentro. Esta aplicação não ficou perfeita - numa nova tentativa, faria os caracteres com quase o dobro do tamanho.

MOTHERBOARD É muito interessante a forma como a placa da NZXT, uma N7 Z590, se funde com a caixa quase nem nos apercebermos, devido ao seu escudo preto. Este modelo revelou-se também muito capaz e útil no controlo de tudo aquilo que é necessário, por conseguir alimentar todas as ventoinhas (dezasseis

O resultado final, devido ao complexo sistema de água e grandes vidros temperados, deve pesar aproximadamente 45 quilos. 52


Luís Alves nickname Shuper’ Luu’

AGRADECIMENTOS Um obrigado especial à Raijintek, por ter aceite enviar esta mega-caixa; à Bitspower e Noiseblocker, pelos componentes de refrigeração; e à NZXT, pela motherboard.

belos modelos da Noiseblocker) e a bomba de alimentação, com a possibilidade de desligar as ventoinhas e manter o sistema num modelo passivo. Mas não se assustem: mesmo a 100%, esta “tonelada” de ventoinhas faz menos barulho que alguns sistemas básicos de dissipador a ar ou placas gráficas mais ruidosas.

RGB Um dos campos em que nunca me irei cansar de experimentar coisas novas é na iluminação. Provou-se que a ideia original que tive era realmente possível - acrescentando os LED para os cabos de processador, motherboard e placa gráfica, a caixa ficou ainda mais preenchida. As fitas LED ficaram no interior das secções do topo e frontal, permitindo criar uma iluminação que emita o código vertical da série, que reflecte no reservatório e nos tubos, dando uma sensação de movimento, sobretudo através do vinil. Configurei os cable combs para amarelo e verde, com ciclos lentos de fade in e fade out entre as duas cores.

CONCLUSÃO Este foi um projecto simples, com um gigante sistema de refrigeração a água, uma iluminação RGB bem trabalhada e uns espetaculares vinis em dupla camada com o conhecido código da trilogia. Temos também alguns pequenos easter eggs, que serão identificados pelos maiores fãs de Matrix.

COMPONENTES

Caixa: Raijintek Enyo n Motherboard: NZXT N7 Z590 (em preto) n Gráfica: ZOTAC RTX 3060 12GB GDDR6 n Processador: Intel Celeron G5905 2-Core 3,5 GHz 4MB Skt1200 n Memória: G.SKILL Aegis 16GB (2x8GB) DDR4-3200MHz CL16 (preta) n Disco: SSD M.2 2280 Kingston A2000 500GB 3D TLC NVMe n Fonte: be quiet! Dark Power 12 Pro 750W n RGB: NZXT HUE 2 Lightning kit + Cable Combs HUE 2 n

REFRIGERAÇÃO

Bloco CPU: Bitspower Ice Black Intel Bloco RAM: Bitspower 4 DIMM Black + dois módulos universais para RAM n Conectores: Bitspower Carbon Black 16/10 mm G1/4″ com o-ring UV red ou UV blue n Reservatórios: Bitspower Crystal Clear 150 mm/50 mm n Bomba: Jingway DP1200 n Ventoinhas: Noiseblocker com dois radiadores com Multiframe M12-S3 HS e outros dois com Blacksilent Pro PL-PS 120 mm n Radiadores: Koolance de 480mm pretos HX-CU1320V n Tubo: Mayhems Clear 16/10 mm n Líquido: Mayhems Pastel UV Green (~1,7 litros) n Torneiras: Shinny Grey da Bitspower para enchimento e drenagem rápida n Outros: Fillport, Flow Meter, joelhos e tampas Bitspower Carbon Black; todas as ventoinhas e a bomba são controladas utilizando o NZXT CAM n n

MODIFICAÇÕES

Vinil em duas camadas com efeito de desvanecimento nas laterais, incluindo a cor amarela associada ao código das máquinas, como visto nos créditos do primeiro trailer; n Furação para permitir dois reservatórios verticais; n Alteração dos parafusos para versões de aperto totalmente manual da Bitspower; n Extensões “naked” Coldzero em verde; n

SERVIDOR E NFTS Inspirado pelos guias que o André Paula tem escrito na secção Linux, vou-me aventurar na configuração do meu próprio servidor, com o propósito de fugir o mais possível dos serviços da Google, do Dropbox e da Microsoft. Eu tenho um NAS, onde a equipa do meu website partilha os conteúdos que produz e onde organizamos as coisas, mas o espaço é limitado, além de o modelo ser já um pouco antigo. Na tentativa de criar uma suite completa que resolva a maioria dos problemas, irei criar o servidor com Proxmox, Next Cloud 22, pi-hole e pfSense. Falta ainda decidir uma ferramenta para VPN e gestão de palavras-chave. Para componentes, ainda não decidi tudo, mas aproveitei a Black Friday para comprar uns discos de 4 TB perfeitos para isto. Sei que vou precisar de muita RAM e tenho alguns kits de 16 e 32 GB, mas não sei se o Xeon de 2011 que tenho ainda faz sentido, quando existem modelos actuais tão acessíveis, com várias cores e baixos consumos. Para evitar surpresas, terei o sistema sempre alimentado por uma UPS, dada a importância dos dados. Estou, ainda, a considerar lançar o meu primeiro projecto NFT e a documentar o processo, mas longe do objectivo de fazer dinheiro ou de tentar que seja algo viral, até porque penso doar a maioria dos lucros que tiver para causas que se enquadrem e façam sentido. Vou estudar as plataformas mais adequadas para este sistema e que tenham a menor pegada ecológica possível, validando mesmo como funcionam (vou ler as letras pequeninas dos white paper).

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LAB

ASUS ROG FLOW Z13 A “estrela” da Asus no CES 2022 já chegou a Portugal e promete ser uma verdadeira revolução no mundo dos tablets. O computador Asus ROG Flow Z13 é, no fundo, um tablet, mas isso não impediu a marca de o “rechear” com componentes dignos de um bom portátil de gaming. Contudo, não são apenas os componentes que tornam este ROG Flow Z13 único: visualmente, conta com um design inspirado na louca corrida espacial do século passado e recorre a uma liga de alumínio (6063) com uma camada que tem um tratamento específico que evita as dedadas. No painel traseiro encontra-se uma janela que permite ver a motherboard, com retroiluminação RGB (Asus Aura Sync).

TABLET (LIGEIRAMENTE) ACTUALIZÁVEL Nesse mesmo painel traseiro encontra-se uma dobradiça que permite colocar o tablet num ângulo de até 170 graus, existindo por trás da mesma um leitor de cartões MicroSD e um compartimento no lado oposto que permite aceder à unidade de armazenamento SSD deste tablet, algo único no mercado. Esta solução permite actualizar o módulo, embora não seja fácil encontrar unidades SSD NVMe de formato 2230 que tenham maior capacidade e maior velocidade que o módulo aqui instalado. O ROG Flow Z13 que recebemos para teste tinha um ecrã táctil de 13,4 polegadas com 120 Hz de taxa de actualização e resolução equivalente a FHD, mas existe

MEDIÇÕES

PREÇO QUALIDADE

4,3 3,3

5

4,5

Distribuidor: Asus Site: asus.com/pt Preço: €2099,99

s Elevado desempenho s Configuração de topo s Soluções únicas no mercado (actualização de SSD, placa gráfica externa)

t Autonomia FICHA TÉCNICA n Processador: Intel Core i9-12900H a 2,5 GHz n Memória: 16 GB LPDDR5 5200 MHz n Armazenamento: 1 TB SSD NVMe PCIe 4.0 n Placa Gráfica: Nvidia GeForce RTX 3050 Ti 4 GB n Ecrã: 13,4” IPS táctil de 120 Hz (1920 x 1080) n Ligações: USB-C 3.2 Gen2 (Thunderbolt 4), USB 2.0, MicroSD, ROG XG Mobile eGPU, jack 3,5 mm n Dimensões: 302 x 204 x 12 mm n Peso: 1,18 kg BENCHMARKS n PCMark 10 Geral: 7476 n PCMark 10 Battery Modern Office: 291 minutos n 3D Mark Fire Strike: 10 137 n 3D Mark Time Spy: 4534 n FarCry 6 1080p Ultra : 46 fps n Shadow of Tomb Raider 1080p Highest: 54 fps PONTO FINAL Este Asus é o tablet mais original e com a melhor configuração que conhecemos. O desempenho é impressionante, sendo capaz de envergonhar alguns portáteis de gaming dedicados - aliás, é melhor e mais acessível que o mais poderoso Microsoft Surface Pro 8, a referência do mercado.

Para garantir um arrefecimento eficaz, e silencioso de um processador de topo e de uma placa gráfica dedicada, a Asus criou uma câmara de arrefecimento proprietária, com duas ventoinhas, dois dissipadores e recurso a uma pasta térmica de metal líquido.

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EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

uma variante de 60 Hz com resolução equiparada a 4K (3840 x 2400).

DESEMPENHO MÁXIMO Este modelo traz o novíssimo processador de arquitectura híbrida (Alder Lake) Intel Core i9-12900H, com seis núcleos de alto desempenho (até 5 GHz) e oito de eficiência energética (até 3,8 GHz). A placa gráfica é uma Nvidia GeForce RTX 3050 Ti de 4 GB (limitada a 40 W), que garantiu um bom desempenho; contudo, nos jogos mais exigentes, foi necessário recorrer à tecnologia DLSS, que permite que, em jogos como Shadow of the Tomb Raider, passemos de 54 (com as definições todas no máximo) para 74 fps. De ressalvar que este Asus é o primeiro equipamento do género a tirar partido das novas memórias DDR5 a 5200 MHz. Se, ainda assim, precisar de um maior desempenho, poderá dar uso a uma porta especial que permite tirar partido da Asus XG Mobile, uma placa gráfica externa. No caso do modelo com uma GeForce RTX 3070 de 8 GB, atingimos os 110 fps no teste do FarCry 6 e 137 em Shadow of the Tomb Raider. O único elemento que decepcionou nos testes foi a bateria, que não conseguiu mais que 291 minutos de autonomia, pouco menos de cinco horas. G U S T A V O D I A S


DOT.FORCE BY INSYS WPS17127 A Insys renovou a sua gama de computadores de gaming, com a introdução da nova geração de processadores Intel. Conheça este novo “maquinão”. A portuguesa Insys é uma marca nacional histórica de computadores e, tal como tem acontecido com todos os grandes fabricantes, também tem apostado no mundo do gaming: o novo Dot.FORCE WPS17127 é um excelente exemplo disso. A Insys continua fiel à caixa Panda T802 em branco da Gamemax, uma midtower de linhas simples, mas que, neste caso, se diferencia pela personalização gravada no vidro temperado do painel lateral. Quando o retiramos, percebemos que a marca fez uma configuração de topo: um processador Intel Core de última geração, uma placa gráfica topo de gama e outros componentes de destaque, todos eles devidamente instalados e configurados, sendo de salutar a excelente arrumação de toda a cablagem.

PLATAFORMA INTEL Se, por fora, este desktop da Insys pouco difere dos seus antecessores, por dentro encontramos muitas novidades. A motherboard é uma Asus Prime Z690-A, equipada com o novo chipset de topo Intel Z690, ideal para tirar total partido do processador escolhido: o novo Core i7-12700K de arquitectura híbrida Alder Lake-S. Este CPU tem oito núcleos de alto desempenho (de 3,6 a 5 GHz) com hyperthreading, quatro núcleos de elevada eficiência (de 2,7 a 3,8 GHz), para um total de vinte núcleos efectivos. Este processador, totalmente desbloqueado, é arrefecido por um eficaz sistema de watercooling da Gamemax, com um radiador de 240 mm e duas ventoinhas silenciosas de

120 mm, tendo estas iluminação RGB própria, sincronizável com outras ventoinhas existentes na caixa, com a motherboard e com a própria caixa.

ELEVADO DESEMPENHO Neste sistema podemos encontrar ainda dois módulos com 16 GB de memória RAM DDR5 de 4800 MHz, bem como dois SSD NVMe PCIe 4.0 Kingston KC3000 (512 GB e 1 TB), cada um destes com uma velocidade de leitura sequencial de 7000 MB/s; já a velocidade de gravação sequencial é de 3900 MB/s para a unidade de 512 GB, e de 6000 MB/s para a de 1 TB. Temos ainda uma poderosa placa gráfica Nvidia GeForce RTX 3080 Ti de 12 GB de memória GDDR6X dedicada e uma fonte de alimentação GameMax ARGB de 800 W, com certificação de eficiência energética 80Plus Bronze. Por fim, falta falar naquilo que interessa: o elevado desempenho desta configuração. Como seria de esperar, tendo em conta a placa gráfica, não é de estranhar que este Dot.FORCE da Insys se tenha tornado o computador mais rápido que passou pela nossa bancada de testes. G U S T A V O D I A S

A Insys continua fiel à caixa Panda T802 da Gamemax, uma midtower de linhas simples que se diferencia pela personalização gravada no vidro temperado do painel lateral.

MEDIÇÕES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO QUALIDADE

4,5 5

5

3,5

Distribuidor: Insys Site: insys.pt Preço: €3540

s Desempenho s Escolha de componentes s Personalização da caixa t Preço FICHA TÉCNICA n Processador: Intel Core i7-12700K a 3,6 GHz n Motherboard: Asus Prime Z690-A n Memória: 2 x 16 GB DDR5 4800 n Armazenamento: 512 GB + 1 TB SSD NVMe n Placa gráfica: Nvidia GeForce RTX 3080 Ti 12 GB n Fonte de alimentação: 800 W 80Plus Bronze n Ligações: 4 x USB 3.2 Gen1, 2 x USB 3.2 Gen2, USB-C 3.2 Gen2, USB-C 3.2 Gen2x2, DisplayPort, HDMI, 2.5Gb Ethernet, S/PDIF óptica, 5 x jack 3,5 mm (traseiro); 2 x USB 3.1 Gen1, 2 x jack 3,5 mm (frontal) n Dimensões: 445 x 390 x 210 mm BENCHMARKS n PCMark 10 Geral: 8439 n PCMark 10 Productivity: 9940 n 3D Mark Fire Strike: 36 097 n 3D Mark Time Spy: 18998 n FarCry 6 1080p Ultra: 130 fps n Shadow of Tomb Raider 1080p Highest DX12: 198 fps PONTO FINAL Com um visual relativamente discreto, esta caixa “esconde” uma configuração surpreendente, capaz de um desempenho de topo. Mas prepare-se, porque o preço está ao nível do desempenho.

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PLAY JOGOS

Horizon está de volta com um mundo maior e cheio de vida. A história de Horizon Forbidden West passa-se seis meses depois dos acontecimentos de Horizon Zero Dawn, o primeiro jogo da série. Há uma nova ameaça à vida na Terra e Aloy, a heroína, deixa os seus amigos e parte para Oeste, à procura de pistas que a ajudem a resolver este novo problema. A primeira coisa que impressiona pela positiva em Forbidden West é o mundo. Temos vida em todo o lado, animais e insectos (pelo menos na versão PS5) e depois há as máquinas. Este episódio tem novas “criaturas”, como mamutes mecânicos que foram transformados em máquinas de guerra, e um novo morcego gigante, cuja principal capacidade é ficar invisível.

HISTÓRIA QUE AGARRA Outra coisa impressionante é a própria história, cheia de pormenores e personagens icónicas que acrescentam profundidade a tudo o que Aloy faz. Forbidden West também introduz uma nova mecânica de jogo: a possibilidade de nadar. Uma das coisas de que gostei menos no primeiro episódio foi da água, que, na maioria dos casos se parecia com gelatina. Aqui, a água ficou líquida e com uma aparência mais realista. Quando Alloy chega a Las Vegas, uma das missões é recolher um objecto numa cidade submersa, uma Atlântida no meio do deserto. Este é o nível em que se consegue ver bem os progressos que a Guerrilla Games fez na reprodução do meio aquático. De resto, a mecânica do jogo é muito semelhante à do primeiro episódio: quando encontramos inimigos (máquinas ou humanos) há sempre a possibilidade de tentar fazer as coisas furtivamente. No caso das máquinas, há uma terceira hipótese: controlá-las.

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Aqui, temos dois tipos de comportamento: se dominarmos uma máquina que possa servir de montada, o controlo é permanente; se não, é temporário e, no fim, a máquina ataca Aloy. As missões estão divididas em ‘Main’, ‘Side’, ‘Errands’ e ‘Contracts’; enquanto as ‘Main Quests’ têm um nível de dificuldade progressivo JOGABILIDADE

LONGEVIDADE

GRÁFICOS

SOM

4,5 4

5

4

5

História Mundo Os olhos das personagens nas cutscenes Editora: Guerrilla Games Distribuidora: Sony Plataforma: playstation.com Site: PS4, PS5 Preço: €69,99 (edição standard)

PONTO FINAL Horizon Forbidden West pode ser o jogo do ano para a PS5. A Guerrilla Games fez um trabalho excelente em quase todos os pontos mais complicados e conseguiu melhorar um jogo que já era muito bom.

e antecipável, as outras são aleatórias. Podem ser facílimas ou dificílimas e nunca sabemos isso de antemão. O mapa é gigantesco: quando escrevi este texto já tinha quase cem horas de jogo e, como sou completionist no que toca a jogos deste tipo, são tinha feito pouco mais de 50%, entre ‘Main’ e ‘Side Quests’. Contudo, apesar de Forbidden West ser um jogo espectacular, não é perfeito - há duas coisas que me fazem alguma confusão. A primeira são os olhos dos personagens durante as cutscenes - percebo que a Guerrilla quisesse ter expressões mais humanas, mas os movimentos das cabeças e dos olhos são muito pouco naturais e até algo estranhos. Outra coisa que funciona mal é mecânica de escalada. Quando se sobe a mesma montanha, por vezes só temos de apontar o manípulo para onde se quer ir; noutras, é preciso andar à procura dos sítios onde ela se pode agarrar. P E D R O T R Ó I A


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PLAY HARDWARE

Corsair K70 RGB Pro

Razer Kraken V3 Pro Quase dois anos e meio depois, a Razer volta a lançar um modelo Kraken Pro, desta vez o V3. Em relação ao modelo anterior, há várias novidades que podem justificar a compra destes novos auscultadores, além das clássicas evoluções nas características técnicas (por exemplo, a resposta de frequência passou dos 100 Hz - 10 kHz para os 20 Hz - 20 kHz). Desde logo, deixa de haver apenas a possibilidade de ligação por jack de 3,5 mm ao computador e às consolas. Além deste recurso, temos um que nos liberta dos fios: um dongle USB com a tecnologia HyperSpeed, que a marca também usa em ratos e teclados. Esta solução, que se baseia num receptor do tamanho de uma pen comum, está uns furos acima da usada nos Barracuda X. Aqui, se usarmos a ligação USB, somos obrigados a ter um dongle “preso” a um cabo com 1,50 metros, uma característica de que não gostámos. A lista de “inovações” dos Kraken V3 Pro continua pelo “caminho” do RGB, uma das imagens de marca da Razer. A iluminação Chroma está presente no exterior das earcups e vai dando cor ao logo com as três serpentes; se não usarmos software para configurar, o tom vai mudando de forma automática. O estilo do microfone também muda em relação ao dos Kraken V2 Pro, que era retráctil. Neste modelo, está presente um HyperClear SuperCardioid destacável (jack de 3,5 mm) com uma clareza de voz de bom nível, mas nada que se destaque do feedback que já tínhamos recebido nos Barracuda X. O facto de podermos retirar o microfone por completo dá-lhe uma versatilidade acrescida, como é habitual neste tipo de conceito - contudo, o resultado líquido é o mesmo de termos um microfone retráctil, com a diferença de que, neste caso, pode sempre haver o perigo de o perdermos. Finalmente, para completar o rol das principais inovações em relação ao V2, temos uma tecnologia que pode não ser do agrado de todos os utilizadores, mas que acaba por dar um grau acrescentado de realismo: o HyperSense, que faz vibrar os auscultadores tendo em conta à acção do jogo (ou o ritmo da música, que se torna muito desconfortável) - na earcup direita temos um botão que permite alternar entre três níveis de intensidade (ou desligar), cada um deles indicado por um aviso sonoro. R I C A R D O D U R A N D FUNCIONALIDADES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

A Corsair caba de disponibilizar o K70 Pro, um teclado para jogos que está logo abaixo do K100. Ambos partilham algumas funcionalidades, como os botões de controlo multimédia e as próprias teclas, mas este não tem as macro dedicadas, nem o controlo especial do K100 que permite alterar as configurações do hardware (via software iCue). O K70 RGB Pro está disponível com dois tipos de interruptores: Cherry MX RGB Red e Cherry MX RGB Speed, sendo que a unidade que a Corsair nos enviou tinha os primeiros. Nota-se que estas teclas vão aguentar bem muitos tipos de maus-tratos durante a vida útil do teclado, mas são algo ruidosas. Falando ainda da construção, a estrutura é em alumínio, o que dá a impressão de que o K70 está pronto para tudo. Como é habitual, também existe um sistema de iluminação RGB por tecla, ajustado através do iCue. Na traseira está um botão para ligar o ‘modo de campeonato’ (protegido por uma pequena tampa, para que não seja ligado de forma acidental), em que a iluminação se torna fixa e todas as macros definidas pelo utilizador deixam de poder ser executadas. Este teclado inclui a tecnologia de processamento Axon da Corsair, cujo objectivo é eliminar ao máximo a latência do teclado e, assim, dar alguma vantagem em jogos onde o tempo de reacção é o mais importante. Como é normal nos teclados desta gama, é possível criar perfis de utilização através do iCue e guardá-los na memória interna - temos 8 MB, o que permite gravar cinquenta perfis diferentes. Por falar em iCue, no passado critiquei muito este software por ser complicado de usar e por não dar a informação adequada ao utilizador. Mas a Corsair tem feito um grande esforço para melhorar a interface e a facilidade de utilização. E nesta altura, o iCue está muito mais simples de usar e a presença de pequenos tutoriais ajuda bastante os utilizadores que não tenham muitos conhecimentos de programação das macros e da iluminação dos teclados e ratos. Gosto bastante do design do K70 e minha experiência de utilização foi agradável. Só tenho uma coisa a apontar: o ruído das teclas é algo forte e, além do som das batidas, também se ouve o som das molas que fazem com que as teclas voltem à posição normal. Se quiser um destes teclados, aconselho a comprar também uns bons auscultadores. P E D R O T R Ó I A

PREÇO QUALIDADE

4,3 4,5

4,5

4

FUNCIONALIDADES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO QUALIDADE

4,3

Distribuidor: Razer Site: razer.com Preço: €209,99

s Versatilidade s Ligações s Materiais t Preço t Peso FICHA TÉCNICA n Impedância: 32 Ohm n Dimensão dos altifalantes: 50 mm (em titânio) n Sensibilidade do microfone: -42 ± 3 dB n Ligação: USB (HyperSpeed), USB-C, jack 3,5 mm n Peso: 372 gramas PONTO FINAL No texto ficou por referir uma das “inovações” que pode travar a compra destes auscultadores de gaming: o preço. Se o modelo V2 ficava abaixo dos cem euros, o V3 custa mais do dobro, por todas as características que reúne. Afinal, estamos a falar dos novos topo de gama da Razer e os mais caros do portfólio da marca.

70

5

4

4

Distribuidor: Corsair Site: corsair.com Preço: €189,99

s Construção s Funcionalidades t Ruído FICHA TÉCNICA n Número de teclas: 105 n Ligação: USB n Memória interna: 8 MB n Dimensões: 444 x 166 x 40 mm n Peso: 1,15 kg PONTO FINAL Quer um teclado que dure e que tenha muitas funcionalidades? Então o K70 é o ideal. Tem muito estilo, é bastante versátil e o sistema Axon faz alguma diferença nos jogos mais intensos.


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SLEEP

MAFALDA FREIRE

MARÇO/2022

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1 DE MARÇO DE 2008

O NETSCAPE É DESCONTINUADO

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A America Online anunciava o fim daquele que foi o primeiro browser comercial do mundo. O Netscape foi ultrapassado pelo Internet Explorer da Microsoft, mas parte do seu código continua a ser usado: é a base do Firefox da Mozilla.

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6 DE MARÇO DE 1992

MICHELANGELO ATACA

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O vírus Michelangelo aparece no dia de aniversário do artista italiano e infecta vários computadores. Este foi um dos primeiros vírus a receber atenção dos media e a suscitar preocupação nos utilizadores.

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15 DE MARÇO DE 1985

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HABEMUS DOMÍNIO

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O primeiro domínio de Internet foi registado pela Symbolics, uma empresa de computadores de Massachusetts. O symbolics.com ainda está online, mas dado que a marca já não existe, é um site dedicado à Web e à sua história.

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24 DE MARÇO DE 2001

NASCE O MAC OS X

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Há 21 anos era lançada a primeira versão pública do sistema operativo Mac OS X 10.0, com o nome de código ‘Cheetah’. A Apple só viria a assumir os nomes de felinos, para marketing, a partir da versão 10.3, a Jaguar. Desde 2013 que o SO recebe o nome de locais emblemáticos da Califórnia.

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O UNIVAC ENTRA EM ACÇÃO O Census Bureau dos EUA recebe aquele que é considerado por muitos o primeiro computador comercial do mundo. O UNIVAC I era capaz de completar 1905 operações por segundo, que guardava numa fita magnética. Pesava treze toneladas. 74

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Detentores de 5% ou mais do Capital social: Vasco Taveira e Pedro Tróia

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Estatuto editorial disponível em: pcguia.pt/estatuto-editorial/

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DEPARTAMENTO DE PUBLICIDADE Directora comercial: Cristina Magalhães cmagalhaes@pcguia.fidemo.pt

Proprietário / Editora: Fidemo, Soc. de Media Lda.

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30 DE MARÇO DE 1951

DEPARTAMENTO DE ARTE Director de Arte: Rui Lisboa Paginação, ilustração e arte de capa ((pinterest.pt/ruilisboa_art instagram.com/ruilisboa.art facebook.com/rui.lisboa)

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REDACÇÃO Director: Pedro Tróia ptroia@pcguia.fidemo.pt Chefe de Redacção: Gustavo Dias gdias@pcguia.fidemo.pt Editor: Ricardo Durand rdurand@pcguia.fidemo.pt Redacção: Mafalda Freire Cronistas: Alexandre Gamela, André Gonçalves, Pedro Aniceto, André Rosa, António Simplício

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