PCGuia 290 Março 2020 - Demonstração

Page 1

N.º 29O

EDIÇÃ DIGIT O AL

PVP (Cont.)

€33 ,8 8O

PVP (Cont.)

GUIA PARA CONTINUAR A USAR O ANTIGO SISTEMA OPERATIVO DA MICROSOFT

Mensal

n

ESTÃO AQUI OS MELHORES SMARTPHONES DA ACTUALIDADE?

WINDOWS 7

n

FAÇA CHAMADAS, ENVIE SMS E VEJA NOTIFICAÇÕES NO PC.

SAMSUNG GALAXY S20

Março 2O2O

O SEU TELEMÓVEL

Ano 24

€33 ,9 9O

PVP (Cont.)

€33 ,9 9O


01

ÍNDICE

PEDRO TRÓIA / Director

10

REMASTERIZAR OU NÃO, EIS A QUESTÃO Este ano, algumas editoras decidiram remasterizar jogos icónicos, como foi o caso de Warcraft 3, que analisamos nesta edição; isto também vai acontecer com Command and Conquer, que, em princípio, sairá este ano, e com Final Fantasy. Mas quando se cede à nostalgia, muitas vezes o resultado não é o esperado, como se pode ver pela reacção do público a Warcraft 3 Reforged, que conseguiu passar de uma boa ideia, a algo que impressionou ninguém. Esta tendência não é exclusiva do mercado dos videojogos. O cinema também está tomado de uma ânsia de se fazerem reboots e séries de filmes que, outrora, foram grandes êxitos, mas que deviam ser deixados na época deles, como o caso de Matrix ou de Indiana Jones; este útimo vai ter um novo episódio, ainda com o septuagenário Harrison Ford a vestir o papel do icónico arqueólogo, o que tem tudo para correr mal. A impressão que dá é a de que as ideias secaram. Actualmente, parece que os bons argumentistas foram todos fazer séries e filmes para os serviços de streaming; por outro lado, as editoras de videojogos e os estúdios de cinema ficaram reduzidos a refazer títulos que já foram bem-sucedidos numa outra era. Se calhar, o melhor seria voltar a ter boas ideias tanto em filmes como em videojogos, contar histórias interessantes, que agarram as pessoas, inventar novos géneros de jogos, deixar de olhar para trás à procura de refazer êxitos antigos, e deixar ficar no passado o que lhe pertence.

TEMA DE CAPA

42 / O Raspberry Pi é um pequeno computador versátil e barato que pode ser usado para tudo, desde aprender a programar até controlar toda a sua casa. Aqui, ficam três projectos que pode fazer, praticamente sem quaisquer conhecimentos de electrónica e informática. 02

ON

04 / Notícias de tecnologia, coluna Made in Portugal, Hashtags e Green.

03

HIGH-TECH GIRL

18 / Homens e mulheres, países em conflito e a tecnologia são os temas escolhidos para este mês.

04

INFOGRAFIA

20 / Conheça o comportamento dos portugueses em relação à cibersegurança.

05

START UP

22 / A Ubirider criou uma app mobile para facilitar as deslocações em todo o mundo.

06

BOOT

24 / DEFEITOS ESPECIAIS O Ricardo Durand fala sobre o cancelamento do MWC. GUIAS 26 / O Windows 7 morreu; viva o Windows 7. Guia para continuar a usar o sistema operativo da Microsoft

30 / Aprenda tudo sobre a aplicação O Seu Telemóvel 34 / Transforme uma pen USB num verdadeiro cofre

07

15

LINUX

36 / Nesta edição, damos-lhe a conhecer três programas open source para tirar notas.

08

MACGUIA

38 / Os treze principais comandos e gestos dos novos iPhone.

09

DESCOMPLICÓMETRO

40 / Explicámos-lhe como funcionam os sistemas surround, as normas existentes e qual a melhor.

11

APPS

52 / Uma selecção de aplicações que o vão ajudar a ser mais amigo de ambiente.

12

MOTOR MAIS

54 / ENSAIOS Audi A4 35 TDI S tronic Mercedes-Benz GLC 220d Kia XCeed

13

62 / TECNOLOGIA EM MOVIMENTO O Gustavo Dias conta aquilo que o impressionou no novo Galaxy S20 Ultra. 64 / GADGETS Energy Sistem Earphones Urban 1 Sony WH-H910N H.ear On 3 Bose Alto Corsair iCue LS100 66 / TESTES Samsung Galaxy S20 e Z Flip Asus ROG Zephyrus M GU502 Microsoft Surface Pro 7 Dynabook Tecra X50-F Huawei Nota 5T LG CineBeam 4K Laser Philips 326M6 HP EliteDisplay E273 Lenovo Yoga Smart Tab Asus ROG Strix Radeon RX 5500 XT Corsair H100i RGB Pro XT NZXT Kraken Z63

16

PLAY

76 / JOGOS Warcraft III Reforged Journey to the Savage Planet

PLUG

58 / Este mês, saiba tudo sobre radiadores para watercooling.

14

LAB

80 / JOGOS MOBILE Tetris Magic: ManaStrike Might & Magic: Chess Royale GI Joe: War on Cobra

TECHPORN

60 / Desmontámos a Nintendo Switch Lite.

17

SLEEP

82 / Em Março, assinalamos  o nascimento do Hulu, do Mac OS X e o desaparecimento do Netscape.

CLASSIFICAÇÕES A PCGuia usa um método de avaliação de produtos que tenta conciliar as medições de desempenho com os aspectos mais empíricos como a experiência de utilização. O valor final da nota será obtida através de uma média aritmética que dará um valor de 1 a 10. Os produtos com nota 9 ou superior recebem o Prémio de Excelência PCGuia. Mais informação em pcguia.pt/como-testamos.

MEDIÇÕES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO QUALIDADE

8

10

6

9 Distribuidor: PCGuia Site: pcguia.pt Preço: €42 Facto positivo Facto negativo

3


04

INFOGRAFIA MAFALDA FREIRE

ATITUDES DOS PORTUGUESES EM RELAÇÃO À CIBERSEGURANÇA NÍVEL DE INFORMAÇÃO

3% 43% 30%

A CIBERSEGURANÇA EM PORTUGAL O Relatório Cibersegurança em Portugal – Linha de Observação Sociedade da responsabilidade do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) analisou as atitudes, os comportamentos e a educação/sensibilização dos portugueses em relação à cibersegurança respeitantes ao ano de 2018 e comparou-os com os valores da União Europeia. Estes são os principais resultados. Portugal

22%

Muito bem informado

10%

Razoavelmente bem informado

41%

Não muito bem informado

28%

Nada informado

18%

Não sabe

2% 3%

TOP 5 DAS PREOCUPAÇÕES EM SER VÍTIMA DE CIBERCRIME

75% 68% 67% 64% 63%

Infecção de dispositivos com software malicioso (vírus, etc.)

71%

Roubo de identidade

70%

Hacking a redes sociais ou conta de email

67%

Fraude em cartão bancário ou em banco online

70%

Emails fraudulentos ou telefonemas a pedir os seus dados

60%

UE

PERCEPÇÃO DA GRAVIDADE DOS CRIMES

O COMPORTAMENTO DOS PORTUGUESES 44% 44% 34% 30% 23% 16% 13% 12% 20

Instalou um software antivírus

47%

Não abre emails de pessoas desconhecidas

45%

85% 78% 75%

É menos provável fornecer informação pessoal a sites

46%

Só visita sites que conhece e nos quais confia

44%

37%

32%

Pornografia infantil Fraude bancária

82% 71%

Roubo da identidade

70%

Discurso de ódio

61%

Infeção de dispositivos com software malicioso

41%

Só usa o seu próprio computador

CONHECIMENTO DOS CONTACTOS OFICIAIS PARA COMUNICAR CIBERCRIMES

Altera as suas passwords regularmente

Sim e já comuniquei

34%

21%

Utiliza passwords diferentes para os vários sites

29%

Utiliza passwords mais complexas que no passado

27%

2% 12% 86%

5%

Sim, mas nunca comuniquei

16%

Não conheço/não sei

79% Ilustrações: Freepik


06

BOOT

RICARDO DURAND

O WINDOWS 7 MORREU; VIVA O WINDOWS 7 GUIA PARA CONTINUAR A USAR O ANTIGO SISTEMA OPERATIVO DA MICROSOFT No dia 14 de Janeiro, a Microsoft acabou, de forma oficial, de dar suporte técnico ao Windows 7. Mas, se ainda tem este sistema operativo, isto não é caso para deixar de o usar, no dia-a-dia. Ainda assim, tem de ter cuidado com algumas coisas - nós explicamos tudo neste guia.

Antes de começarmos a explicar como pode usar o Windows 7 de forma segura, é preciso que perceba bem uma coisa: nunca será tão seguro como o Windows 10. O facto de a Microsoft dar suporte a um sistema operativo é o maior factor que determina a sua segurança, independentemente dos antivírus ou de outras ferramentas usadas, como os antimalware. Uma vez anunciado o fim do suporte, a Microsoft está a passar uma mensagem inequívoca: é preciso actualizar para o Windows 10. No entanto, a informática é um compromisso constante entre risco e conveniência. Quando vamos para a cama, à noite, ficamos descansados por trancar tudo, mas não construímos uma parede de tijolo do lado de fora da porta da rua, sabendo que temos de a mandar abaixo de manhã, quando saímos para o trabalho para a escola. Portanto, se usar o Windows 7 e quiser ter a conveniência de continuar a usar um sistema operativo que conhece bem e de que gosta, tem de aceitar os riscos. E isto significa, sobretudo, mudar a forma como usamos o PC, com algumas cedências. É preciso pesar bem os prós e os contras, para perceber se vale mesmo a pena usar um sistema operativo que já não tem suporte de segurança por parte da empresa que o criou.

ACTUALIZE O SOFTWARE E OS DRIVERS Com o “fim” do Windows 7, os conselhos de segurança tradicionais tornam-se mais importantes que nunca. Na maioria dos casos, é obrigatório ter o software e os drivers actualizados, mas neste caso estas recomendações têm de ser ainda mais reforçadas. A nossa sugestão vai no sentido de usar um programa que verifica se há software desactualizado no PC e que também instala as actualizações disponíveis: o Patch My PC (bit.ly/2SpbJt6). Alguns programas podem ser actualizados sem que tenhamos de fazer alguma coisa; noutros casos, será preciso carregar em ‘Perform XX updates’, onde o ‘XX’ é o número de programas a serem actualizados. Aqui, também podemos agendar actualizações regulares para o nosso software. Tem apenas de perceber uma coisa: este tipo de programas é tão bom quanto o banco de dados em que se baseiam para fazer os updates - se um programa não estiver neste repositório, o actualizador não o vai encontrar no seu PC. Embora o Patch My PC seja simples de usar, o seu banco de dados é mais pequeno que o do Downloadcrew UpdateScanner (bit.ly/2OuZ4UC), por isso vale a pena recorrer a esta alternativa se não encontrar os updates desejados no outro programa. Para actualizar drivers, pode usar o IObit DriverBooster (bit.ly/385PgYM), um programa que compara os drivers instalados com uma “biblioteca” on-line das actualizações mais recentes. O DriverBooster dá indicação dos drivers desactualizados e mostra o update respectivo que estiver disponível - basta dar um clique em ‘Actualizar agora’ para corrigir a situação. 26


MUDAR PARA UMA CONTA PADRÃO As contas padrão são uma boa forma de usar o Windows 7 com mais segurança, já que têm acesso limitado às configurações e restrições do sistema, o que nos impede de instalar ou remover programas ou de mesmo alterar as configurações do sistema. Estas limitações aplicam-se ainda a qualquer software que tenhamos instalado no PC, o que pode impedir que o sistema seja infectado com malware Para criar uma destas contas “limitadas” tem, primeiro, de fazer login como administrador e assegurar-se de que a conta tem uma password. Vá até ao ‘Painel de Controlo’ e depois entre em ‘Contas de Utilizador’ e seleccione sua conta. Aqui, clique em ‘Criar uma password’ e digite uma nova palavra-passe duas vezes, assim como uma dica que o faça lembrar dela, e clique em ‘Ok’. De seguida, clique em ‘Gerir outra conta’ e clique em ‘Adicionar um utilizador novo...’. Dê um nome a esta conta, seleccione ‘Padrão’ e clique em ‘Criar Conta’. Agora, basta reiniciar o PC e fazer login com os dados desta nova conta padrão que criou.

INSTALAR ACTUALIZAÇÕES DE SEGURANÇA EM FALTA A Microsoft pode ter posto um ponto final no suporte do Windows 7, mas será que, antes de 14 de Janeiro, tinha mesmo instalado todas as correções de segurança disponibilizadas? Para verificar isto, entre no menu ‘Iniciar’ > ‘Painel de Controlo’ > ‘Sistema e segurança’ > ‘Programas’ > ‘Ver atualizações instaladas’. Além de fazer isso, existem algumas actualizações de segurança que deve descarregar à parte e guardá-las numa pen USB, caso precise delas mais tarde, por exemplo, quando for preciso reinstalar o Windows 7. Mas, primeiro, precisa de fazer o download do Windows 7 em formato ISO para usar num DVD ou pen, no site da Microsoft, em bit.ly/2v2L1i1. Aqui, vá até ao fundo da página, insira a chave do produto e siga as instruções (se não souber qual é a sua chave, use o software Magical Jelly Bean Keyfinder: bit.ly/31uk4jB). De seguida, faça o download da actualização de segurança KB3020369 (para 32 bit: em bit.ly/3b7kb8W; e, para 64 bit, em bit.ly/2SpgCSY) e de mais um pacote semelhante em bit.ly/39bZQ0E (32 bit) ou bit.ly/2vTQlET (64 bit). Depois de fazer o download, transfira-os para uma pen USB.

CORRER O WINDOWS 7 NUMA MÁQUINA VIRTUAL Há uma maneira de tirar partido do melhor dos dois mundos, ou seja, actualizar para o Windows 10, mas continuar a usar Windows 7. Para isso, é preciso instalar o Windows 7 como um sistema operativo virtual num PC com Windows 10. Isto não o vai proteger de ataques, mas impede que, no caso de isto acontecer, afecte o Windows 10. Primeiro, faça o download do Windows 7, como já explicámos; depois, é preciso usar um software de virtualização - sugerimos o VirtualBox. Se tiver um computador de 64 bits, entre em virtualbox.org/wiki/downloads e clique em ‘Windows hosts’, para começar o download. Caso o sistema seja de 32 bits, faça o mesmo, mas em bit.ly/2ulYlhu.

1

Abra o VirtualBox, seleccione ‘New’ e dê um nome à sua máquina virtual - ‘Windows 7 VR’, por exemplo). De seguida, decida a quantidade de memória que quer usar. Isto vai depender das capacidades que o seu PC com Windows 10 tem e do uso que quer dar ao Windows 7. Imaginemos que o computador tem 16 GB de memória: se isto acontecer, pode atribuir mais memória à máquina virtual (pelo menos 2 GB), para que o Windows 7 funcione de forma mais rápida. Ainda nesta janela, que permite escolher a quantidade de memória a usar pelo sistema virtual, seleccione a opção em ‘Create a virtual hard disk now’ e clique em ‘Create’.

2

27


10

TEMA DE CAPA

3

PROJECTOS SIMPLES PARA O RASPBERRY Pi P O R : G U S TAVO DI AS , P E D R O T R ร I A E R ICA R D O D U R A N D

Este guia teve o apoio da PTRobotics (ptrobotics.com) onde encontra os computadores e os respectivos acessรณrios. 42


O Raspberry Pi é um pequeno computador tão versátil e barato, que pode ser utilizado para tudo, desde aprender a programar até controlar toda a sua casa. Nesta edição da PCGuia ensinamos-lhe a fazer projectos simples e práticos parea tirar partido deste micorcomputador. E nem vai ser preciso ter quaisquer conhecimentos de electrónica e informática.

O

microcomputador Raspberry Pi foi lançado em 2012, com a ideia de disponibilizar um computador barato para formação em informática, electrónica e programação das novas gerações. Ao mesmo tempo, o objectivo era de que fosse também capaz de fazer as mesmas tarefas de um computador maior e mais caro. O Pi tem o tamanho de um cartão de crédito e é vendido sozinho (só a placa de circuito impresso), ou em kits que incluem cabos, uma caixa e a fonte de alimentação, para que se consiga começar logo a trabalhar. Neste momento existem oito modelos: o mais recente é o Raspberry Pi 4, lançado no ano passado, que tem um processador ARM com quatro núcleos a 1,5 GHz, 1, 2 ou 4 GB de memória RAM, duas entradas micro HDMI (compatíveis com TV ou monitores 4K), ligações USB 3, rede com fios gigabit, rede sem fios 802.11ac e Bluetooth 5. O sistema de armazenamento primário usa cartões microSD onde pode ser gravado um dos muitos sistemas operativos existentes para esta máquina.

configurar o Raspberry Pi como servidor NAS (de que falaremos mais à frente); ou a Retropie, desenhada para transformar este pequeno computador numa máquina de jogos antigos. Todos estes sistemas operativos são gratuitos.

QUE SISTEMAS OPERATIVOS EXISTEM?

A forma mais simples de instalar o sistema operativo Raspbian é aceder ao site raspberrypi.org e descarregar o software de instalação chamado NOOBS, disponível em duas versões: uma apenas com o sistema operativo, e outra, completa, com as aplicações incluídas. Depois, tem de descompactar o ficheiro para uma pasta no seu computador. Terá também de ter um cartão de memória microSD com pelo menos 8 GB - formate-o em FAT32 no seu PC. Neste passo, se encontrar alguma dificuldade na formatação, pelo facto de o Windows não ser compatível com este tipo de sistema de ficheiros num cartão com tanto espaço, use o software gratuito MiniAide Fat32 Formatter Home Edition. Depois, é só copiar o conteúdo da pasta que descompactou para o cartão. Quando acabar, coloque o cartão no Raspberry Pi e ligue-o. Não se esqueça de que vai precisar de um teclado e rato para o usar. O computador arranca e inicia o programa de instalação do sistema operativo, que faz tudo sozinho: é só seguir as instruções. Ao fim de poucos minutos, estará no ambiente de trabalho do Raspberry Pi pronto a fazer o que quiser.

Existem muitos sistemas operativos que se podem instalar no Raspberry Pi. Todos, menos um, têm uma coisa em comum: são baseados em Linux. A única excepção é o Windows da Microsoft, que existe em duas versões: a IoT, um “sabor” light do Windows que, como nome indica, foi desenhado para aplicações de Internet das Coisas, mas que, para já, apenas funciona até ao Raspberry Pi 3; e o Windows on ARM, uma versão completa do Windows 10 para processadores ARM, capaz de executar aplicações X86 como o Microsoft Office. Esta versão só deve ser instalada no modelo mais poderoso, uma vez que tem requisitos bastante mais altos que os da versão IoT. O sistema operativo padrão chama-se Raspbian e pode ser instalado em duas versões: a simples, que inclui apenas o sistema; e a completa, que, além do sistema operativo, inclui um conjunto de aplicações de produtividade e de desenvolvimento em várias linguagens de programação. Depois, existem outras versões criadas para aplicações específicas: o OpenELEC que serve para transformar o Raspberry Pi num leitor de media; a OpenMediaVault, para

INSTALAR O RASPBIAN

8 7 1 6

2

3

4 5

1

Slot para Cartões Micro SD

2

Ligação de energia

3

HDMI

4

Ligação da câmara

5

Jack 3,5 mm

6

Portas USB

7

Internet

8

Ligação de 40 pinos

43


15

GADGETS

ENERGY SISTEM EARPHONES URBAN 1

4

O conceito de auscultadores lançado pela Apple em 2016 foi replicado por várias marcas que, com mais um menos colagem ao formato original, lá foram lançando estes novos tipos de earphones, compostos por duas peças individuais, com ligação Bluetooth. A marca espanhola Energy Sistem já nos tinha enviado uns do género, os Style 6, e agora voltamos a pegar noutros semelhantes, muito mais baratos (19,90 euros, em vez dos 59,90 dos anteriores) e onde a qualidade sonora é apenas satisfatória. Isto torna os Urban 1 uma solução para quem se queira iniciar neste mundo dos phones Bluetooth individuais, com uma caixinha que serve de carregador. O emparelhamento é feito apenas uma vez e, depois, assim que os tiramos daqui, ligam-se de imediato ao telemóvel. Há várias cores à escolha e, além de música, podemos usá-los para chamadas. Na caixa vêm ainda outros adaptadores para o ouvido e, juntamente com esta oferta, a relação preço/qualidade torna-se, desta forma, imbatível para um equipamento deste género. R I C A R D O D U R A N D energysistem.com €19,99

BOSE ALTO

4

Óculos de sol que dão música? Sim. Só mesmo da Bose. Estes óculos escuros são, ao mesmo tempo, auscultadores que não tapam as suas orelhas: emparelham com dispositivos Bluetooth, como os smartphones, e permitem o controlo da reprodução de áudio, chamadas e assistentes digitais, como a Siri ou o Assistente Google. Como óculos são muito bem construídos e as lentes distorcem muito pouco a imagem. O som é projectado directamente para os canais auditivos a partir de altifalantes na parte de baixo das

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hastes - o sistema é estranho, mas funciona surpreendentemente bem. O som aparece claro e, do lado de fora, mal se ouve pelas pessoas que estão à sua volta. Os graves estão um pouco apagados porque não há muito sítio onde se consiga fazer ressonância, mas o som não é nada mau. Segundo a Bose, a bateria dá para estar a ouvir música durante três horas e meia e demora duas horas a carregar através de um cabo que se fixa magneticamente a uma das hastes. P E D R O T R Ó I A abc.pt €229,95


CORSAIR ICUE LS100

?.?

SONY WH-H910N H.EAR ON 3

4

Lançados em conjunto com o Walkman NW-A105, os novos auscultadores WH-H910N tentam reunir as capacidades do excepcional sistema de cancelamento de ruído activo dos WH-1000XM3, com um visual mais radical, graças a uma maior variedade de cores e acabamentos distintos. Estamos perante auscultadores certificados para reproduzir conteúdo Hi-Res Audio, alimentados por uma bateria com 35 horas de autonomia, corpo dobrável, painel táctil para regulação de diversos parâmetros (como pausa, regulação do volume, etc.) e um eficaz sistema de cancelamento de ruído. Existe ainda a possibilidade de associar o seu assistente de voz preferido (Google Assistant e Amazon Alexa), bem como gerir tudo isto através de uma excelente aplicação móvel Headphones Connect, disponível para Android e iOS. Infelizmente as semelhanças terminam aqui, já que os H910N utilizam controladores de 25 mm, em vez de 40 mm, como os WH-1000XM3, o que acaba por se traduzir num som reproduzido com menor intensidade, especialmente nas frequências mais graves. Não estamos com isto a dizer que o som é mau, simplesmente não está ao nível da excelência dos WH-1000XM3, que facilmente encontrará ao mesmo preço que estes. G U S T A V O D I A S sony.pt €300

4

Para quem gosta de ter um setup luminoso, a Corsair lançou o iCUE LS100, um sistema de iluminação LED composto por quatro fitas que podem ser aplicadas na parte de trás de qualquer monitor, através de imanes autocolantes e um módulo de controlo que se liga ao computador por de USB. Este permite ao utilizador controlar o esquema de iluminação através do software iCUE da Corsair, o mesmo que é usado para programar os ratos e os teclados da marca. Entre as predefinições do sistema destaca-se a que permite usar um efeito semelhante ao do sistema Ambilight da Philips, que muda a iluminação consoante a cor predominante na imagem do ecrã, para ficarmos com uma luz condizente com a imagem. Pode também definir a cor da iluminação consoante a temperatura do processador ou da placa gráfica, o som que está a ser reproduzido ou, ainda, definir um efeito (ou cor) personalizado. P E D R O T R Ó I A corsair.com €86,90

65


15

LAB

ASUS ROG ZEPHYRUS M GU502 Quando testámos o ROG Zephyrus G GA502 ficámos surpreendidos com a aposta da Asus num processador AMD para um portátil para gaming. Porém, com esta versão Zephyrus M GU502, a Asus mostra que a Intel ainda é a escolha mais acertada para computadores portáteis. Fisicamente, este ROG Zephyrus M é idêntico ao já testado Zephyrus G, excepto no que toca à cor do acabamento, Azul Glaciar, que acaba por destacar vários elementos estilísticos deste portátil. No entanto, poderá ser demasiado claro para alguns potenciais clientes, que continuam a preferir o preto para um equipamento orientado para jogar. E, verdade seja dita, com este acabamento claro (onde a tampa é em alumínio escovado), os efeitos de iluminação LED RGB do sistema Aura Sync acabam por passar completamente despercebidos. O ecrã garante imagens de elevada qualidade, graças ao uso de um painel IPS, e é excelente para jogar, uma vez que tem um tempo de resposta de apenas 3 ms e uma taxa de actualização de 240 Hz. Gostámos da inovadora dobradiça que, embora pareça idêntica a todas as outras, permite elevar a distância da base do Zephyrus à mesa, sempre que abrir a tampa do ecrã, melhorando assim o fluxo de ar do sistema de arrefecimento.

ARREFECIMENTO EXIGENTE Já que falamos no sistema de arrefecimento, convém referir que este, quando o computador está configurado nos modos ‘Performance’ ou ‘Turbo’, irá tornar-se algo incomodativo, sendo recomendável a utilização de auscultadores. Isto acontece porque a Asus escolheu um processador Intel Core i7-9750H de seis núcleos a 2,6 GHz (até 4,5 GHz, quando utilizado o modo ‘Turbo’) e uma controladora gráfica Nvidia GeForce RTX 2060 com 6 GB de memória dedicada. A esta configuração poderá adicionar os 32 GB de memória RAM (16 GB soldados na própria

motherboard), do tipo DDR4 a 2666 MHz, e uma unidade SSD do tipo PCIe NVMe com 1 TB.

DESEMPENHO SURPREENDENTE Os resultados obtidos, quando activado o modo Turbo nas definições do equipamento, revelaram um desempenho surpreendente. Contudo, isto não se verificou nos testes de desempenho geral e no PCMark 10; aqui, o ROG Zephyrus M ficou ao nível de qualquer outro equipamento que tenha com um processador similar. Onde este computador se destacou foi nos testes que são bastante influenciados pelo desempenho gráfico do sistema, como o 3DMark e nos jogos testados. Aqui, registámos um desempenho que superou muitas configurações anteriormente testadas e que utilizavam, em teoria, configurações superiores, como uma GeForce RTX 2070. De sublinhar que, embora se trata de um portátil com uma configuração pensada para jogar, pode usar um powerbank para carregar a bateria, através da ligação USB Type-C; por outro lado, não tem uma tomada doméstica disponível para usar o carregador fornecido. G U S T A V O D I A S

MEDIÇÕES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO QUALIDADE

7

9,5

8,5

8 Distribuidor: Asus Site: asus.pt Preço: €2399 s Elevado desempenho s Design elegante t Acabamento pode não ser do agrado de todos

FICHA TÉCNICA n Processador: Intel Core i7-9750H a 2,6 GHz n Memória: 32 GB DDR4 2666 MHz n Armazenamento: 1 TB SSD NVMe n Placa Gráfica: Nvidia GeForce RTX 2600 6 GB n Ecrã: 15,6” IPS 240 Hz (1920 x 1080) n Ligações: 2 x USB 3.1 Gen 1, USB 3.1 Gen2, USB 3.1 Gen2 Type-C, HDMI 2.0b, RJ-45, jack 3,5 mm n Dimensões: 360 x 252 x 18,9 mm n Peso: 1,9 kg BENCHMARKS n PCMark 10: 4863 n PCMark 10 Productivity: 7348 n 3D Mark Fire Strike: 15 348 n 3D Mark Cloudgate: 36 656 n FarCry 5 1080p Ultra: 83 fps n Shadow of Tomb Raider 1080p Highest DX12: 78 fps PONTO FINAL Mantendo a elegância e dimensões compactas da gama Zephyrus, este modelo destaca-se por oferecer um excelente desempenho, superior a muitos computadores portáteis de gaming dedicados.

Sempre que estiver com carga baixa e não houver forma de a carregar com o transformador fornecido, poderá usar um powerbank e um cabo USB como alternativa. 68


MICROSOFT SURFACE PRO 7

Com a chegada de mais um ano, o mercado nacional recebe a nova geração do tablet profissional da Microsoft, o Surface Pro 7. O que terá mudado face ao seu antecessor? Infelizmente, pouco. Externamente, a Microsoft continua a usar a velha política ‘em equipa que ganha, não se mexe’, ou seja, volta a recorrer a um corpo em alumínio com o apoio ajustável, encaixe na base para o opcional teclado/capa, e o já habitual ecrã táctil de 12,3 polegadas, de elevada resolução (2736 x 1824). Este ecrã tem uma excelente qualidade de imagem, mas deveria ter sido actualizado, não só para ser compatível as mais recentes normas HDR, bem como pela enorme moldura em torno do mesmo, algo impensável para um tablet lançado em 2019. Até as dimensões do Surface Pro 7 são exactamente as mesmas dos seus antecessores (desde o Surface Pro 4 de 2015), bem como o peso, sempre em torno das 790 gramas, dependendo da configuração. Felizmente, existe uma novidade, algo que tem sido pedido há muito tempo: a inclusão de uma porta USB 3.1 Gen2 Type-C, que além de poder ser uasada com DisplayPort 1.4, permite carregar a bateria do Surface, algo que, estranhamente, não é referido pela Microsoft.

actualização da geração de processadores Intel utilizados. Como tal, o novo Surface Pro 7 vem equipado com a 10.ª geração de processadores Intel Core, podendo optar pelo Dual-Core Core i3-1005G1, ou os Quad-Core Core i5-1035G4 e Core i7-1065G7 (o que vinha com o tablet que recebemos para teste). Este processador tem a vantagem de incluir a mais recente geração do controlador gráfico integrado da Intel, o Iris Plus Graphics, que quase duplicou o desempenho gráfico registado no teste Cloudgate do 3DMark pelo anterior controlador Intel UHD Graphics 620 do Surface Pro 6 anteriormente testado. O resto da configuração conta ainda com a utilização de memórias DDR4 de velocidade superior, face às anteriores DDR3, e vários níveis de capacidade de armazenamento, estando a configuração com o processador Core i7 limitada a 256, 512 ou 1 TB. O modelo testado vinha com 256 GB, capacidade essa que pode ser ampliada usando o serviço cloud OneDrive da Microsoft, bem como um cartão MicroSD.

NOVIDADES INTERNAS

Se, por fora, as diferenças são quase inexistentes, deixando-nos uma certa sensação de desilusão, por dentro as novidades são maiores. Este Surface Pro 7

Se, por fora, tirando a porta USB-C, não existe qualquer tipo de novidade, no interior temos melhorias importantes, com a habitual

SABOR AGRIDOCE

Finalmente, a Microsoft decidiu substituir a porta Mini DisplayPort por uma moderna ligação USB 3.1 Gen2 Type-C, que tem a particularidade de ser compatível com DisplayPort 1.4, ou seja, até dois ecrãs 4K a 60 Hz.

representa uma melhoria de desempenho significativa, inclusive na bateria, tendo obtido exactamente a mesma autonomia que a Microsoft anuncia, o que é algo inédito. As capas continuam a ter uma qualidade de construção e um tacto excelente, a precisão do ecrã e da opcional Surface Pen continua a ser uma referência, mas, lá está, são opcionais num tablet que não é acessível, que tem um (cada vez mais) ruidoso sistema de arrefecimento que não traz inovação. G U S TAVO D I A S

MEDIÇÕES

EXPERIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

PREÇO QUALIDADE

8 9

8.5

6

Distribuidor: Microsoft Site: microsoft.com/pt-pt Preço: €1699 s Bom desempenho s Autonomia t Sem inovação FICHA TÉCNICA n Processador: Intel Core i7-1065G7 a 1,3 GHz n Memória: 16 GB DDR4 2400 MHz n Armazenamento: 256 GB SSD PCIe NVMe n Placa Gráfica: Intel Iris Plus Graphics n Ecrã: 12,3” táctil (2736 x 1824) n Ligações: USB 3.0, USB-C 3.1 Gen2, leitor de cartões MicroSD, jack 3,5 mm n Dimensões: 292 x 201 x 8,5 mm n Peso: 790 gr BENCHMARKS n PCMark 10: 4653 n PCMark 10 Productivity: 7462 n PCMark 10 Battery Modern Office: 659 minutos n 3D Mark Cloudgate: 14 320 PONTO FINAL O novo Surface Pro 7 volta a ter maior desempenho e maior autonomia que o seu antecessor, mas tirando isso, e a nova ligação USB-C, pouco mais tem para oferecer em termos de inovação.

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