Guimarรฃes na Histรณria
MUMADONA DIAS A fundadora de Guimarães foi Mumadona Dias quando mandou construir, no século X, o Mosteiro em honra de Santa Maria e o Castelo.
Depois da morte do marido, a Condessa Mumadona Dias partilhou com os seus filhos as muitas terras que possuía. As terras de Guimarães ficaram com a sua filha Onega que era, na altura, religiosa. Por isso, Mumadona funda aqui o Mosteiro de Santa Maria, onde esteve depois de ficar viúva e ao qual deu terras, gados, ornamentos de culto, livros e outros rendimentos. Sabese hoje que este Mosteiro possuía uma notável e valiosa biblioteca. Quando a sua filha Onega deixa a vida religiosa, Mumadona dá-lhe outros bens em troca de Guimarães, passando ela própria a ser a sua dona e senhora.
Para mostrar o seu poder e defender o seu território, em torno do Mosteiro, na Vila de Baixo, mandou construir o Castelo e uma muralha na parte alta de Guimarães, à volta do qual se desenvolveu uma das duas vilas de Guimarães: a Vila de Cima ou a Vila do Castelo.
Destas ainda existem fortes marcas em Guimarães. O Castelo já não é o mesmo, mas está no mesmo local. A Colegiada também sofreu alterações.
CONDE D. HENRIQUE e D. TERESA Os pais de Afonso Henriques, D. Henrique e D. Teresa terão vindo para Guimarães por volta de 1096, depois do rei Afonso VI ter oferecido ao Conde o Condado Portucalense e a sua filha em casamento, pela ajuda prestada na luta contra os mouros. Foi nesse ano, que deram Carta de Foral a Guimarães. Afonso Henriques terá aí nascido em 1109.
AFONSO HENRIQUES Segundo a tradição, Afonso Henriques poderá ter nascido em Guimarães.
Assim que cresceu, reparou que o trabalho de seu pai, o Conde D. Henrique, de tornar o Condado Portucalense independente do Reino de Castela e Leão, se poderia perder porque a sua mãe, D. Teresa, se apaixonara por um nobre galego. Em 1128, para impedir que o Condado Portucalense continuasse a depender de Castela, combateu e derrotou as tropas de sua mãe, na Batalha de S. Mamede, na zona de Aldão. Assim se garantiu a independência do Condado.
Esta é a maior marca deixada por Afonso Henriques, em Guimarães e em Portugal. Em abril de 1128, Afonso Henriques confirma o foral dado pelos pais a Guimarães.
No reinado de D. Afonso Henriques, Guimarães foi a capital de Portugal e é a partir daqui que ele faz várias entradas na Galiza para garantir a independência. Também daqui partiu para sul à conquista de mais territórios, tirados aos mouros.
Hoje ainda há muitas marcas da sua presença em Guimarães: o Castelo, que ele reconstruiu, a capela de S. Miguel, onde se diz ter sido batizado, embora o mais provável fosse que o seu batismo se desse na Colegiada, onde os pais assistiam às cerimónias religiosas. As suas marcas são tão grandes que em Guimarães há escolas, ruas e até o clube local o tem como símbolo principal.
O filho de Afonso Henriques, D. Sancho I, que também foi rei, esteve em Guimarães para agradecer a Santa Marinha o seu segundo filho varão. Trouxe com ele alguns presentes.
D. JOÃO I A Colegiada da Oliveira era um local de devoção onde vieram rezar todos os reis portugueses da primeira dinastia e grande parte dos da segunda. Dois séculos depois, D. João I está também muito ligado a Guimarães. Era um devoto de Nossa Senhora da Oliveira e, por isso, lhe pediu proteção antes de uma das batalhas mais importantes da nossa história, a Batalha de Aljubarrota.
Como Portugal venceu o poderoso exército de Castela, para agradecer, D. João I trouxe a Guimarães várias ofertas a Nossa Senhora da Oliveira. Aumentou a sua Igreja (que ainda hoje é um dos monumentos mais importantes em Guimarães).
Trouxe o seu loudel e um tríptico de prata dourada. Também ele mandou deitar abaixo a muralha que separava a vila de Cima e a vila de Baixo.
Diz-se, também, na Lenda da Santa Cabeça que, ao ser mordido por um cão, D. João I terá rezado à Santa Cabeça que aqui existia e conseguiu curar-se.
Por volta de 1420, D. Afonso, seu filho ilegítimo e primeiro duque de Bragança, manda construir o Paço dos Duques.
D. MANUEL I No reinado de D. Manuel I, Guimarães passa a ser vila, por Foral de 1517.
D. MARIA II A Rainha D. Maria II visitou Guimarães em 1852 durante dois dias. Quando chegou, dirigiu-se a um pavilhão que havia sido montado de propósito para a sua visita, no Toural. Ali lhe foram entregues as chaves da cidade.
Em seguida, foi rezar à Igreja da Oliveira. A família real ficou alojada no palacete do Conde de Arrochela (atual Palácio Vila Flor).
Como forma de agradecimento pela receção, em junho de 1853, D. Maria II assina o foral que eleva Guimarães à categoria de cidade.
Desta visita ficaram marcas, como a rua que passou a ter o seu nome que liga a Porta da Vila à Igreja da Oliveira (espaço por ela percorrido).