Arte no Papel

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Bovey Lee p.8

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Patrick Gannon

Robert Ryan

Peter Callesen

Gémeo Luís

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Simon Schubert

Bernard Jeunet

Sher Christopher

Su Blackwell

Elsa Mora

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Papel... Ao pensar em papel, qual é a primeira coisa que me vem à cabeça? A primeiríssima mesmo? Poderia ser “papel de máquina” (se calhar seria o mais lógico e previsível)...mas o facto é que não é. Poderia também ser papel higiénico, ou papel de parede, tendo em conta que em ambos os casos a palavra “papel” quase que pede por obrigação os complementos “higiénico” ou o “de parede”. É quase automática a associação: papel...HIGIÉNICO; papel... DE PAREDE. É quase instantâneo. Se bem que o papel...DE MÁQUINA também surge com bastante naturalidade. Papel autocolante? Humm...também não. Na verdade, e deixandome de rodeios e de mistérios sem piada nenhuma, a primeira coisa que me vem à cabeça quando penso em papel...é o sketch dos Gato Fedorento. Nesse sketch, denominado “O Papel”, três personagens interagem entre si de uma forma, digamos que deveras repetitiva, sendo a lenga-lenga sempre a mesma, ao longos de quase dois minutos de vídeo: “­– Qual papel?” pergunta um, “– O papel!” responde o outro. “– Qual papel? – O papel!”. Mas na verdade, e como já foi possível perceber com toda a destreza e evidência (e disso tenho a certeza), nada disto tem a ver com o conteúdo e conceito do deste livro. Normalmente, os prefácios dos livros são coisas muito sérias e muito chatas de se ler, e normalmente até são escritas por outras pessoas que não os próprios autores (a grande prova de que até para eles escrever prefácios é um valente frete), daí ter dado o meu parecer acerca do papel (não que interesse muito, mas achei pertinente dá-lo na mesma). Entrando, agora, num espírito mais sério (a tal parte chata), e falando do livro propriamente dito, o que pretendo dar a conhecer às pessoas que estão a ler este prefácio (aposto que a maior parte nem sequer reparou que ele existia) foi o facto de o papel, sendo uma das coisas mais flexíveis, maleáveis e simples, poder ser transformado em obras de arte completamente inesperadas. Podemos desenhar no papel, podemos pintar, podemos utilizá-lo para as mais diversas situações da nossa vida. Mas, as mais interessantes, são aquelas que envolvem uma criação artística e que possuem originalidade. Trabalhar o papel, dando-lhe as mais variadas formas a partir de um simples rectângulo, ou quadrado, ou o que for, e transforma-lo numa peça de arte, é algo que muita gente não está habituada a ver. Recorrendo ao bisturi, à tesoura, ao x-acto, limitando-se a dobrar, cortar e colar, recorrendo a meios digitais ou limitando-se a desenhar e a cortar, os artistas e os magníficos trabalhos que serão apresentados neste livro, são a prova de como a imaginação não tem limites.

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Bovey Lee nasceu em Hong Kong e actualmente trabalha e vive em Pittsburgh. Os seus recores de papel combinam a tecnologia digital ao artesanato manufacturado para contemporanizar e extender a arte tradicional que é o tradicional recorte de papel Chinês. Os seus recortes de papel incrivelmente e atamente complexos exploram temas como poder, política, sobrevivência e como funcionam em cenas de catástrofes.

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Nasceu em Lourenço Marques, actual Maputo (Moçambique), em 1965. Lecciona na Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos e na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Recebeu a Menção Especial do Prémio Nacional de Ilustração 2002, pela ilustração do livro “Grávida no Coração”.

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Um dos temas comuns na maioria dos meus trabalhos é a reenterpretação de contos de fadas tradicionais, bem como o interesse genérico pelas memórias de infância. [As minhas obras] existem na terra perdida da infância, entre o sonho e a realidade, e é nesse encontro, ou confronto, entre duas vertentes, numa espécie de personificação utópica, que as minhas obras se tornam vivas, muitas vezes de uma forma tragicómica. Peter Callensen


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Nascido em 1962, Robert Ryan é um artista britânico conhecido especialmente pelos seus trabalhos de minucioso recorte de papel e serigrafia. A sua vasta obra é caracterizada por ter uma aparência bastante intrincada e repleta de detalhes, que é reflectido nas delicadas tramas que este cria nas suas obras. A sua prática incide-se no corte e remoção de papel para produzir imagens e padrões dentro de um único pedaço de cartão.

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As ilustrações e o trabalho de Patrick Gannon são feito inteiramente recorrendo ao corte de papel e tendo como base madeira. Com estúdio e casa em Tóquio, embora com raízes em Nova Jersey, Patrick faz uma mistura de fantasia mais ousada com um toque de subtileza conceptual. Na sua obra, combina influências da sua vida no Japão e da sua educação em Nova Jersey, onde cresceu rodeado de animais. O seu interesse por mitos e fábulas levou-o a estudar a literatura, chegando mesmo a tirar uma graduação no Providence College, Rhode Island. Todos esses elementos se reúnem para inventar uma mitologia exclusivo para o mundo actual.

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Cubana de nacionalidade, Elsa Mora, ou Elsita, como gosta de ser conhecida, é uma artista plástica, licenciada em multimédia. Radicada nos Estados Unidos, Elsa já trabalhou com cerâmica, pintura, ilustrações, fotografias, instalações e agora criou o belíssimo blog The heArt of Papercuts, que, como o próprio nome sugere, traz tudo sobre a arte de cortar papel. Recortes mágicos e surpreendentes. Criações feitas com todo amor e muita paciência, trabalhadas até os mínimos detalhes. Silhuetas, rostos anónimos, animais, natureza. Tudo é lúdico e delicado.

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O papel foi usado para a comunicação, desde a sua invenção, quer entre os seres humanos ou numa tentativa de se comunicar com o mundo espiritual. Eu uso este meio delicado e acessível e utilizo processos irreversíveis e destrutivos para reflectir sobre a precariedade do mundo em que vivemos e da fragilidade de nossa vida, sonhos e ambições. Su Blackwell

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Cada escultura é única e é uma resposta a uma exploração do papel como um meio para se fazer escultura. O papel é um meio bonito para trabalhar. É um desafio e uma alegria a forma como de criam formas tridimensionais a partir de algo que é ordinariamente plana. Cada escultura tem uma força e permanência criada pela manipulação de um meio que muitas vezes é assumido como sendo frágil e transitório e, com uma compreensão da construção e da forma, cada escultura é criada sem o recurso a outro tipo de materiais. Sher Crhistopher

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Bernard Jeunet não pinta nem desenha as suas ilustrações. As suas personagens são esculpidas em papel, a pose ensaiada sobre cenários, a composição ajustada com rigor, os elementos decorativos dispostos meticulosamente. Todo o mobiliário, todos os objectos, da minúscula caixa de lápis ao minúsculo caderno, a luz e as sombras, os reflexos da luz na água. Tudo é papel! (autor desconhecido)


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Simon Schubert, escultor, nasceu em 1976 na cidade de Köln, na Alemanha. Estudou Artes de 1997 a 2004 na Kunstakademie Düsseldorf. Simon ficou conhecido por seu trabalho com papel, no qual através de um complexo processo de dobras e vincos o artista cria imagens tridimensionais em folhas de papel. Com essa técnica, o artista consegue reproduzir com impressionante fidelidade imagens em perspectiva, tais como corredores ou espaços internos de uma casa.

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TÍTULO Arte no Papel PESQUISA Pedro Reis DESIGN Pedro Reis 1a EDIÇÃO Maio, 2010 PUBLICAÇÃO U.Porto Editorial MORADA Praça Gomes Teixeira 4099-002 Porto SITE http://editorial.up.pt EMAIL editup@reit.up.pt IMPRESSÃO Norcópia TIRAGEM 1 exemplar ANO 2010

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