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04.DEZ.2017
PERLIM
FICHA TÉCNICA Direcção Orlando Macedo Redacção Daniela Castro Soares e Marcelo Brito Fotografia Diana Santos Paginação Pedro Almeida
Ainda a entrevista não tinha começado e Paulo Sérgio Pais, de sorriso na cara e sem formalismos, fez questão de partilhar um episódio cómico sobre o Perlim. “Entrei numa central de táxis e disse que precisava de um táxi. A gerente perguntou se era para mim e eu disse que não, que era para sextafeira e para o Pai Natal. Disse-me que, atualmente, o Pai Natal era bem preciso. Mantive um ar sério e disselhe que o trenó avariou e que tínhamos de ir buscá-lo às 21 horas. A senhora, desconfiada, mostrou-me as fotografias dos veículos. Disse-lhe que o Chevrolet era adequado. O espírito do Perlim é muito este. É preciso imputar a magia do Natal e acreditar nos sonhos. Toda a equipa do Perlim pretende transmitir esse espírito”. O diretor-geral da Feira Viva, empresa encarregue da realização e promoção do Perlim, retrocedeu uma década e recordou o início daquele que é um dos parques temáticos alusivos à época natalícia mais visitados do país.
Marcelo Brito* marcelo.brito@correiodafeira.pt
“O que acontece em Perlim não
10.ª Edição do Perlim. Recorda-se dos passos iniciais deste Parque Temático? Em 2007 faz-se e concretiza-se um projeto cujo primeiro nome era A Quinta do Pai Natal. A Quinta do Pai Natal seria a Quinta do Castelo onde viveria o Pai Natal e, à sua volta, os sonhos de todas as crianças e adultos, mas principalmente a magia do Natal e dos Sonhos. O projeto, desenvolvido internamente, é apresentado e aprovado. Decidimos avançar com a sua realização apenas em dezembro de 2008 para termos tempo de preparar-nos convenientemente. Reunimo-nos e tomámos a decisão de chamar ao festival Terra dos Sonhos. Desde início sabíamos da existência de uma associação com o mesmo nome. Fizemos uma parceria e ela esteve sempre presente com uma estrutura de dinamização e divulgação. Tudo correu muito bem. Passados quatro ou cinco anos, em função do sucesso obtido, a associação manifestou vontade de ter uma taxa sobre a bilheteira da Terra dos Sonhos. Discordámos porque achámos que era completamente desadequado e tomámos a decisão de mudar o nome.
O desafio era criar um país imaginário que tivesse um nome. Escolhemos muitos, mas na análise final apenas sobraram cinco nomes. Havia um empate e fomos a uma escola primária e fizemos uma votação por voto secreto. A esmagadora maioria, cerca de 80%, votou em Perlim.
Quais os momentos mais marcantes ao longo da última década? Quando iniciámos o projeto tivemos, aproximadamente, 20 mil visitantes. Muito ancorado na dinâmica local, nas escolas de Santa Maria da Feira, e sonhávamos ter 50 ou 60 mil. À medida que os processos se desenvolveram, recordo-me que a primeira vez que fizemos Perlim, os horários de funcionamento prolongavam-se até às 22 horas. Percebemos o problema e ajustámos os horários. Era impensável estar a essa hora na Quinta do Castelo com o frio. Foi uma das primeiras medidas de ajustamento. Começámos a crescer, apoiados nos agentes culturais locais, pequenas empresas e associações. Esse foi o mote. Procurámos uma
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PERLIM
FICHA TÉCNICA Direcção Orlando Macedo Redacção Daniela Castro Soares e Marcelo Brito Fotografia Diana Santos Paginação Pedro Almeida
Ainda a entrevista não tinha começado e Paulo Sérgio Pais, de sorriso na cara e sem formalismos, fez questão de partilhar um episódio cómico sobre o Perlim. “Entrei numa central de táxis e disse que precisava de um táxi. A gerente perguntou se era para mim e eu disse que não, que era para sextafeira e para o Pai Natal. Disse-me que, atualmente, o Pai Natal era bem preciso. Mantive um ar sério e disselhe que o trenó avariou e que tínhamos de ir buscá-lo às 21 horas. A senhora, desconfiada, mostrou-me as fotografias dos veículos. Disse-lhe que o Chevrolet era adequado. O espírito do Perlim é muito este. É preciso imputar a magia do Natal e acreditar nos sonhos. Toda a equipa do Perlim pretende transmitir esse espírito”. O diretor-geral da Feira Viva, empresa encarregue da realização e promoção do Perlim, retrocedeu uma década e recordou o início daquele que é um dos parques temáticos alusivos à época natalícia mais visitados do país.
Marcelo Brito* marcelo.brito@correiodafeira.pt
“O que acontece em Perlim não
10.ª Edição do Perlim. Recorda-se dos passos iniciais deste Parque Temático? Em 2007 faz-se e concretiza-se um projeto cujo primeiro nome era A Quinta do Pai Natal. A Quinta do Pai Natal seria a Quinta do Castelo onde viveria o Pai Natal e, à sua volta, os sonhos de todas as crianças e adultos, mas principalmente a magia do Natal e dos Sonhos. O projeto, desenvolvido internamente, é apresentado e aprovado. Decidimos avançar com a sua realização apenas em dezembro de 2008 para termos tempo de preparar-nos convenientemente. Reunimo-nos e tomámos a decisão de chamar ao festival Terra dos Sonhos. Desde início sabíamos da existência de uma associação com o mesmo nome. Fizemos uma parceria e ela esteve sempre presente com uma estrutura de dinamização e divulgação. Tudo correu muito bem. Passados quatro ou cinco anos, em função do sucesso obtido, a associação manifestou vontade de ter uma taxa sobre a bilheteira da Terra dos Sonhos. Discordámos porque achámos que era completamente desadequado e tomámos a decisão de mudar o nome.
O desafio era criar um país imaginário que tivesse um nome. Escolhemos muitos, mas na análise final apenas sobraram cinco nomes. Havia um empate e fomos a uma escola primária e fizemos uma votação por voto secreto. A esmagadora maioria, cerca de 80%, votou em Perlim.
Quais os momentos mais marcantes ao longo da última década? Quando iniciámos o projeto tivemos, aproximadamente, 20 mil visitantes. Muito ancorado na dinâmica local, nas escolas de Santa Maria da Feira, e sonhávamos ter 50 ou 60 mil. À medida que os processos se desenvolveram, recordo-me que a primeira vez que fizemos Perlim, os horários de funcionamento prolongavam-se até às 22 horas. Percebemos o problema e ajustámos os horários. Era impensável estar a essa hora na Quinta do Castelo com o frio. Foi uma das primeiras medidas de ajustamento. Começámos a crescer, apoiados nos agentes culturais locais, pequenas empresas e associações. Esse foi o mote. Procurámos uma
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PERLIM dos Piratas’ que tem sempre magia e encanto. Adotamos uma estratégia para promover o conforto do público com bancadas maiores. Por vezes as pessoas estão de pé em espetáculos, como o do exterior do Castelo, completamente inédito, propositadamente para maximizar a capacidade de público. Temos ‘Uma Aventura em Perlim’, um espetáculo de magia e cor onde participam as mascotes. Uma das grandes novidades é a TOP, Televisão Oficial do Perlim. O desafio é ter um estúdio televisivo num país imaginário com reportagens imaginativas permanentes. Temos cerca de 16 áreas temáticas. Diariamente irá ser feito o espetáculo de encerramento que implicará o cantar de parabéns a Perlim. O resto é surpresa. A TOP (Televisão Oficial do Perlim) é uma aposta apenas para esta edição ou há a pretensão de estender-se para as próximas? Pretendemos que tenha continuidade. É uma aposta que combina um trabalho árduo do departamento de Marketing do Feira Viva juntamente com os atores. É uma co-produção e um desafio para todos. Acreditamos que possa ter continuidade no futuro com alguns ajustamentos.
é copiado nem copiável” cenografia completamente diferenciada. Não compramos cenografia, constr uímos. Esse é o desafio que temos nos projetos em Santa Maria da Feira e Perlim é um bom exemplo. Lembro-me que, quando atingimos as 40 mil pessoas, tirámos uma fotografia com o visitante número 40 mil porque não sabíamos se, em mais algum ano, atingiríamos, novamente, esses números. Passados dois ou três anos, atingimos as 80 mil pessoas. Voltámos a tirar a fotografia porque achámos que jamais iríamos atingir esse número. No ano passado, com um elemento extremamente determinante que são as condições climatéricas – que sempre tentámos ajustar para dar um maior conforto –, definimos que tínhamos de chegar às 100 mil. Tivemos a felicidade de, na 9.ª edição, fruto do trabalho, das condições climatéricas favoráveis, da
adesão fortíssima da população feirense e portuguesa e com o especial incremento da Galiza, dar um salto e atingimos mais de 120 mil pessoas. Algo inimaginável quando iniciámos o projeto há 10 anos.
“Todos os espetáculos são completamente inéditos”
Que surpresas estão preparadas para esta edição? O nosso desafio, em cada edição, é surpreender o público. Já deixámos de estar obcecados com a dinâmica de conseguir mais visitantes. Queremos mais visitantes felizes, mais visitantes satisfeitos e não queremos sobrecarregar o espaço. Em termos de surpresas, a dinâmica do Perlim obriga a que existam muitas. Todos os espetáculos são completamente inéditos e estreiam no primeiro dia. Teremos o ‘Regresso
A sua filha cresceu com o Perlim. Deu-lhe dicas e novas ideias para o seu desenvolvimento? Sim. A fonte de oportunidades de melhoria vem dos diversos sítios e das mais diversas pessoas. De colegas, amigos, pais e filhos. Tentamos captar todas as informações. A lógica da melhoria contínua é um desafio permanente. Funciona como a Batalha Naval. Se dizemos B4 e percebemos que cai na água, no ano seguinte já não vamos fazer B4. O Perlim tem sido promovido na Galiza. Qual o objetivo? O festival enche-se de espanhóis… É claramente uma aposta ganha. Nesta edição, voltámos à Galiza. Percebemos que grande parte dos que vêm ficam verdadeiramente encantados com Santa Maria da Feira. Com a dinâmica hospitaleira, com as condições de hotelaria e restauração e com Perlim. Pretendemos, cada vez mais, fazer a transferência para outros eventos. Seja para o Imaginarius, para a Viagem Medieval ou para Festa das Fogaceiras. Temos uma parceria de alma com ‘nuestros hermanos’.
“O que acontece em Perlim não é copiado nem copiável”
O que distingue o Perlim dos restantes parques temáticos de Natal? Em Perlim não compramos, construímos. Construímos os cenários e os espetácu-
los. O que acontece em Perlim é algo de inédito. Não é copiado nem copiável. Os agentes locais estão cheios de competências e começam a trabalhar connosco de forma regular. Se tivermos tempo de trabalho, conseguimos alavancarnos pela diferenciação. Beneficiamos do encanto e da magia do Castelo e da Quinta do Castelo. É irreplicável e uma fonte enorme de diferenciação. Temos verificado, a nível da hotelaria e restauração, uma adesão significativa a Perlim que ajuda a distinguir o produto global que é Santa Maria da Feira no Natal. O visitante chega à Feira e sente uma energia de magia ainda antes de chegar a Perlim. É o desafio de construir memórias felizes que passa pela combinação de todas as partes interessadas e envolvidas no projeto. No ano transato, a Quinta do Castelo recebeu 120 mil visitantes. Qual a meta estabelecida para esta edição? Obviamente que não gostamos de andar para trás. Definimos, para a nona e a décima edição, atingir os 100 mil visitantes. Em função de contingências positivas da nona edição, passámos, em 20%, esse objetivo e obviamente que queremos, nesta edição, atingir os 100 mil visitantes, mas vai depender de muitos fatores, como as condições climatéricas. É nossa ambição e preparámos todos os espetáculos e conteúdos com esse objetivo. As condições climatéricas não se podem controlar, mas podem-se contornar. Existem alternativas? Quando vamos a qualquer parque temático do mundo, as condições climatéricas são determinantes. A nossa preocupação é que, mesmo que chova, os espetáculos aconteçam. Obviamente que as pessoas terão de ver espetáculos à chuva porque não conseguimos cobrir a Quinta do Castelo na sua totalidade, mas muitos dos visitantes vêm preparados para momentos de adversidades. A nossa garantia é que tudo faremos para que os espetáculos e diversões funcionem, mesmo em condições adversas, a não ser que não existam condições de segurança. Os trabalhadores do Perlim são renumerados abaixo do valor mínimo nacional e são chamados de voluntários, o que tem sido criticado pelos partidos da Oposição. Que comentário faz a estas críticas? A partir do momento em que o presidente da Câmara comenta esse assunto, não me cabe a mim fazê-lo. *O autor do texto escreve segundo o novo acordo ortográfico Pub.
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O mundo encantado de Perlim Texto Daniela Castro Soares Fotos Diana Santos FEIRA O primeiro dia de Perlim levou muitas famílias até à Quinta do Castelo. À entrada, um gigante roseiral cor-de-rosa, a fazer lembrar Alice no País das Maravilhas, dava as boas-vindas aos visitantes deste mundo de fantasia. Ao lado, o lago branco, preenchido com pequenas casinhas e encabeçado pelo Farol, era um excelente ‘photopoint’ para aqueles que pretendiam guardar no tempo a visita ao espaço. De hora em hora, as mascotes perlinescas apareciam e faziam as delícias dos mais pequenos. Caminhando pelo recinto, começávamos a ouvir, além da música ambiente natalícia, vozes e gritos. Era o ‘Regresso dos Piratas’ que já decorria com casa cheia. “Eu não sei mas ouvi dizer… que os piratas vamos prender”. Os soldados empenhavam-se em defender o seu forte, mas os piratas foram mais espertos e enganaram o capitão e a catatua Aurora (cortesia do Zoo de Lourosa), disfarçando-se e conseguindo roubar o tesouro. Rapidamente, porém, são apanhados e uma luta de espadas se inicia. Com muito humor, os actores faziam uso de gestos, sotaques e dança para entreter os mais pequenos.
As portas do parque de Natal feirense abriram para acolher centenas de visitantes que aproveitaram o fim-de-semana prolongado para entrar num universo paralelo de neve, doces, mascotes e muitos espectáculos musicais. Desce, desce sem parar
No mesmo espaço, havia filas para comprar pipocas e algodão doce, e rampas de trenós e snowtubing que dividiam as faixas etárias. Alguns iam, incentivados pelos pais, receando o trenó à medida que ele ficava mais próximo; outros pediam “por favor” para deslizarem. Lá em cima, havia mais actividades radicais à sua espera. Slide e arvorismo incluíam pontes periclitantes, redes, túneis, foguetões e uma parede imensa para escalar que, curiosamente, era a que tinha a fila mais comprida. Face à aventura, as crianças respondiam com um “sim” entusiasta. E se algumas actividades eram de teor físico, outras baseavam-se no conhecimento. Havia um Jogo da Glória para participar, em formato 3D, com animadores de fatiotas coloridas e canções divertidas, chamado ‘Jêcêtrêsdê’. O Zoo de Lourosa, que participou este ano pela primeira vez, decorou o seu espaço “Floresta Silenciosa” como um aviso às crianças para as acções do Homem, nomeadamente na Ásia, que estão a provocar a extinção de diversas espécies de aves, ao aprisioná-las e usá-las para competições de canto, alimentação ou usos medicinais. Dentro da tenda, faziam-
se puzzles e pinturas faciais. Ainda, pelo Perlim, havia clássicos da literatura para descobrir. Livros gigantes, da Rapunzel, Três Porquinhos ou Pinóquio, com mais livros por dentro para conhecer, que resultavam numa bonita obra de arte e em mais um fundo para boas fotografias.
O poder do amor
Os espectáculos não paravam e eram tantos. ‘Uma Aventura em Perlim’ juntava as mascotes Perlim, Pim, Pimpim, Merlim para dar a conhecer a sua casa a Camila, uma menina que vem de um mundo des-
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PERLIM
colorido. E quando ela se encanta e fica a viver em Perlim, depois de uma transformação mágica que lhe concede um belo vestido vermelho, a mãe Antonella e o irmão Pedro Henrique vêm à sua procura, e não estão nada contentes. Apesar das suas tentativas para tornar Perlim “um manto branco”, dentro daquele cenário arco-íris com guarda-chuvas em forma de nuvem, o amor e a cor “acabam por reinar”. “Podes ser quem tu quiseres, basta acreditar”. ‘D. Azevinho e Natalina’ era o título do espectáculo de Marionetas. Contava a história da princesa Natalina que fazia anos no dia de Natal e por isso se tinha instituído no reino que “todos os dias é Natal”. Um pretendente recusado e ressentido, Farófia, tenta acabar com a festa e aprisiona a princesa na torre. O “mais nobre justiceiro” do reino, D. Azevinho parte para a salvar e pelo caminho derrota o Diabrete Pirete e Romy, o Dragão. Quando enfrenta Farófia, contudo, acaba por sucumbir, e é a própria princesa que dá uma lição ao vilão e traz de volta o Natal. Uma história de sucesso no feminino que contou com grande participação das crianças, tentando alertar D. Azevinho para as investidas dos malfeitores. “Vitória, vitória, acabou a história. Marmelada, marmelada, a história está acabada. Perlimpimpim, a história chegou ao fim”. Ainda, as Termas de S. Jorge, parceiro habitual do Perlim, compuseram o espectáculo didático ‘Já cheira a Natal’ pois “a brincar se cuida da saúde”, figurando a menina Narizinho e os Caça Ranhocas que ensinavam às crianças como “irrigar” o nariz com “água mineral e natural”. Vestidos a preceito, leram (e actuaram) o manual de instruções – “desinfectar é a solução” - até que a menina Narizinho já pudesse, de novo, sentir os aromas do Natal. “Sentem o cheiro a canela? Eu também! Não posso acreditar, já consigo respirar”, dizia, contente. Para abrilhantar a festa, contaram com a presença do Gotinhas, a sorridente mascote das Termas, que tirou fotografias com as muitas crianças na assistência. “Água é vida que corre. Quando a chuva cai, a vida renasce e a Terra agradece”.
Decoração à altura
nas várias estações para recolher e deixar passageiros, os Bombones, os duendes e os repórteres da Televisão Oficial de Perlim que ora entrevistavam os visitantes, ora subiam ao palco para uma emissão especial. Com rubricas divertidas como ‘No Trenó Com’, ‘Em Bom Perlinês’ ou ‘TOP de Gama’, fixavam miúdos e graúdos à tela gigante com a elevada componente de interacção do talk-show. No final, um hilariante vídeo de apanhados que deixou todos de sorriso no rosto. “Foi o programa possível, o primeiro de Perlim”. Começava já a anoitecer e tanto o Farol como o Castelo acendiam as suas luzes e potenciavam o encanto. Estava na hora de ver ‘Bela Bela Isabela’ no monumento feirense, retratando a vida da “princesa sem igual” Isabela e da sua mãe que escondeu a magia de Perlim para a proteger da irmã malvada. Mas eis que a vilã seduz a sobrinha e o cetro do poder cai, novamente, nas mãos erradas. Laverna congela todas as personagens da corte, de vestidos compridos e fatos com collants, até que Isabela começa a cantar e a música salva o dia. “Como é possível?”, pergunta a vilã. “Só fiz o que a minha mãe me ensinou, olhei para o coração”, responde a princesa, declarando que “a verdade e a justiça imperem sempre”. “Acredita em ti e montanhas moverás. Há magia em Perlim. Feliz Natal”, despede-se o elenco. Estava quase na hora do espectáculo de encerramento ‘Parabéns a Perlim’ que também teria como pano de fundo o Castelo. Semelhante à Chegada do Pai Natal, reuniu todas as personagens no palco para cantarem os parabéns ao evento. São 10 anos de sonhos, alegria, diversão, magia, doces, crianças e de uma marca vincada em Santa Maria da Feira. O mundo encantado de Perlim continua aberto até ao final do mês.
Por todo sp ao e spaço, havia pequenas obras de arte que compunham o cenário. Estrelas e corações pendurados nas árvores, pinheiros e flores em formato miniatura, cogumelos que proliferam, nuvens azuis e roxas e chupa-chupas de bengala. Tudo para que as crianças sintam que entraram dentro dos seus filmes animados preferidos. E não havia lugar mais mágico do que a Lapónia, onde as renas e o Pai Natal as esperavam para ouvirem os seus desejos. Muitos sentaram-se ao colo do velho de barbas brancas e fizeram a lista completa. Outros apenas olharam, estarrecidos, sem se aperceberem que os pais tudo faziam para captarem o momento para a eternidade. À volta, uma grande escolha de gastronomia, com pão com chouriço, castanhas assadas, tripas e crepes, e muitos bolos apetitosos. Em Perlim, circulava o comboio, apitando e parando
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Pedro Páscoa
De mini-elfo a mascote principal Pedro Páscoa tem, hoje, 20 anos, mas já desde os 11 que participa no Maior Parque Temático de Natal do Norte do país. “Envolveu-se de tal forma na Floresta Encantada que, aos poucos, foi chegando mais perto do seu sonho. Pedro Ivo tem 11 anos e, como grande parte das crianças da sua idade, também tem um sonho, mas que deixou de o ser. Ofereceu-se para colaborar com os Persona e será o Elfo pequenino de todos os Elfos que percorrerão a Terra dos Sonhos e, assim, realiza o seu sonho de ser actor”, relatava o Correio da Feira em 2008. O jovem lembra-se, sobretudo, naquela primeira edição, de ver “muita gente” à sua volta.“Era uma criança no meio de todos os profissionais. Aprendi com os melhores e foi aí que começou o meu bichinho pela representação”, diz. Os Persona acolheramno, depois de o terem conhecido durante a Viagem Medieval, e o pequeno Pedro Páscoa vestiu a pele de mini-elfo. “Andava junto deles e ajudava no que fosse preciso”. E foi preciso ir à ala pediátrica do Hospital S. Sebastião para uma “surpresa de Natal”. “Um conjunto de personagens do imaginário infantil surpreendeu as crianças ali internadas. A iniciativa da Feira Viva deixou pais emocionados e crianças com um sorriso de orelha a orelha” (CF, 22 de Dezembro de 2008). Participou durante mais alguns anos no evento, parou em 2014 e regressou agora para a 10.ª edição do Perlim, onde faz a mascote principal.“Pura coincidência, nem sabia que o evento já fazia 10 anos. Vou ser a mascote, estou no espectáculo da tarde ‘Uma Aventura em Perlim’ e no espectáculo de encerramento”. Apesar de já não ser criança e a magia do Perlim ter, naturalmente, mudado, o jovem garante que “adora” trabalhar no evento. “O cenário, as crianças, o Pai Natal, os espectáculos … A partir do dia 1 entra-se num mundo mágico”, refere, confessando-se “nervoso e ansioso” pela responsabilidade que lhe foi concedida. “Em Santa Maria da Feira só se fazem coisas boas. Temos o Imaginarius, no Verão a Viagem Medieval e para acabar o ano em grande… Perlim”.
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Perlim à Mesa 16 cafés e restaurantes feirenses quiseram homenagear o Maior Parque Temático de Natal do Norte do País e trouxeram Perlim para cima da sua mesa com ementas criativas e coloridas. O CF pediu a todos que enviassem o seu menu acompanhado de fotografia e nesta página figuram aqueles que quiseram participar.
Alta Burguesia Feira No Alta Burguesia Feira, há dois hambúrgueres à escolha. O Menu Perlim tem o custo de 15€ e inclui o Hambúrguer Perlim (Novilho de Bacon, linguiça, pickle couve rouxa e ovo estrelado com batata frita e molho de alho), bebida, sobremesa e café. Já o Menu Pimpim custa 12,50€ e inclui o Hambúrguer Pimpim (Novilho com queijo e tomate com batata frita, maionese/ketchup), Refrigerante, Gelado Pimpim e uma Surpresa.
Feira Hostel & Suites O Feira Hostel & Suites escolheu a temática “floresta silenciosa” no âmbito do ‘Perlim à Mesa’, decorando o restaurante e criando uma sobremesa a pensar nas crianças com o mesmo nome. O Bolo de Chocolate recheado com mousse de frutos vermelhos é inspirado na clássica sobremesa “Floresta Negra”. A fachada principal do Hostel também foi decorada para o evento. O restaurante Os Vinte, espaço de restauracão do Feira Hostel & Suites, vai oferecer durante todo o mês de Dezembro um menu infantil ao preço de 5,50€ que inclui uma escolha alimentar saudável e as preferências dos mais novos.
Norte Face à “avalanche esperada”, o plano do Norte passou por ter um menu de adulto e um menu para criança que variam de dia para dia. Os menus incluem sobremesa e aí não falta a ‘RENA MENA’, “um lindo e delicioso bolo de chocolate que as crianças adoram”, garante o Norte.
Rossio O restaurante Rossio, localizado no coração da zona histórica de Santa Maria da Feira, convida todos a visitar o seu espaço encantado, que se enche de magia no Perlim. O Chef Luís Lavrador (cozinheiro da Selecção Portuguesa) preparou um menu especial para o evento, válido até 31 de Dezembro, para agradar a miúdos e graúdos. “O Rossio faz questão de dar o seu contributo e trazer o Perlim à mesa! O nosso espaço é decorado em função das histórias e tudo fica ainda mais mágico”, diz o restaurante. No menu Perlim, há duas opções de prato principal. No prato de peixe, há posta de bacalhau com broa acompanhado de puré de grão de bico e migas, e como prato de carne há lombo de porco grelhado com batatas fritas e migas. Para as crianças há: douradinhos de pescada (prato de peixe) e bifinhos de frango (prato de carne), acompanhados de arroz e batata frita. “E quem consegue dizer que não ao nosso famoso cheesecake com frutos vermelhos? Pois bem, esta foi a sobremesa eleita para fazer parte do nosso menu especial Perlim”, diz o Rossio. Há surpresas cheias de Perlim-pim-pim.
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O Pai Natal chegou à Feira… e as crianças deliraram Texto Daniela Castro Soares Fotos Diana Santos FEIRA Ainda o relógio não tinha soado as 21h00 e todo o estacionamento no Rossio e centro histórico feirense estava comprometido. Apesar dos 5º que se faziam sentir, os pais, determinados, não quiseram que os filhos deixassem de ver aquela que é a sua personagem favorita: o Pai Natal. Sem desanimar, subiram para o Castelo onde, na envolvente, a mancha de população já se começava a formar. Eram muitas crianças, de várias faixas etárias, algumas vinham só com os pais, outras também com primos e amigos, e ainda aqueles casos de famílias inteiras, de sete ou oito pessoas, que se juntavam num grande abraço de grupo contra o frio. O espectáculo atrasou e as crianças, do fundo dos seus casacos de pêlo, gorros animados e luvas, começavam a queixarse: “Ainda falta muito?”. Os pais pediam paciência e os seguranças do evento garantiam “está quase”, enquanto tentavam controlar a distância de segurança para o palco. Todos queriam estar mais perto das mascotes e do Pai Natal, quando ele chegasse, mas ninguém sabia como e quando isso ia acontecer. “Ouvi alguém dizer ‘ho, ho’, ho’”, dizia, esperançosa uma menina. Outras duas, ao lado, jogavam entre elas para aquecer. “Vou pedir muitas coisas ao Pai Natal e depois ele escolhe”, contava outra. Mas a impaciência crescia e alguns começaram a chamar “Pai Natal!”. Só se ouvia, no entanto, a música ambiente típica da época, como a famosa Last Christmas. Pelo recinto, os repórteres da nova Televisão Oficial de Perlim iam interagindo e entretendo o público.
O espectáculo começou
Eis que então a música começa e detrás da estrutura cénica saem Perlim, Pim, Pimpim, Merlim e tantas outras persona-
Antes da abertura do Perlim, na passada quinta-feira, o Pai Natal fez uma entrada em grande na cidade. Não veio de trenó, mas conquistou os corações de todas as crianças ao chegar ao Castelo na sua fatiota vermelha e acompanhado dos travessos duendes para, em conjunto com as mascotes perlinescas, encantar o público.
gens do Maior Parque Temático de Natal do Norte do país. Os pais apressam-se a colocar as crianças às cavalitas e outros ‘empurram’ os filhos mais para a frente, todos querem que a experiência seja inesquecível. As personagens prometem uma “festa bem colorida”, onde cada um tem a sua tarefa, e a Pimpim confessa: “Estou tão ansiosa que o Pai Natal chegue, estou cheia de saudades. Já não o vemos há imenso tempo”. Bolachas foram preparadas só para ele e o Perlim, mal ouve o tal, fica com água na boa. “Está sempre cheio de fome”, dizem os outros. Entram em cena, agora, os Bombones, que vão ajudar a chamar o Pai Natal com a sua música. Toca o bombo e o saxofone e todos os instrumentos em sintonia para que o velho de barbas brancas ouça a melodia. O público acompanha com palmas. Mas eis que alguém decide estragar a festa. É a Luísa que… não acredita no Pai Natal e fez refém a chave do Perlim. “Vocês são uns palermas”, grita. O alarme activa e as mascotes ficam perturbadas. “E agora?”. As crianças vaiam a malfeitora. Contra a maldade, a música novamente. “Olha bem à tua volta, juntos podemos brilhar”. No meio da multidão, as crianças encavalitadas às costas dos pais, não deixam de dançar.
Carta dos céus
Do céu, ‘cai’ um drone para entregar uma carta muito importante. Os pequenos olham, em êxtase, a descida e subida do drone. “Vai para as estrelas, alto, bem alto”, diz uma menina. Vem aí o Pai Natal e a vilã treme, não há nada que ela possa fazer. “Quem acredita no Pai Natal, põe os braços no ar!”, pedem as mascotes. E logo um mar de mãos se ergue. Só a Luísa permanece com os braços cruzados. Eis que as luzes se ligam e um Castelo,
em todo o seu esplendor, vê chegar o Pai Natal. De longe, os pais avistam-no e logo se aproximam, carregando os filhos. Acompanhado dos duendes, passa por entre o povo feirense, até ao palco, onde o esperam os habitantes de Perlim. Pelo meio do percurso, e até ao fim do evento, os duendes travessos vão lançando caretas às crianças que, divertidas, devolvem com línguas de fora. “Sonhar é acreditar que tudo é possível”, pois até a Luísa se rende aos encantos do Natal. Os sorrisos cúmplices entre os mais pequenos são deliciosos, uma alegria genuína por estarem perto da magia. “Feliz Natal”, despede-se a organização. “Já acabou?”, perguntam as crianças, acenando adeus ao Pai Natal. Mas ainda havia fogo-de-artifício para ver, com caras deliciadas a olhar o céu, e muita neve saída detrás das letras Perlim, despoletando a correria pela melhor foto. Os pais ‘sacam’ do telemóvel mas para as crianças o que importa é a brincadeira. No dia seguinte, Perlim abria as portas.
O que pediste ao Pai Natal? Matilde Uma Nancy patinadora. Francisco Uma mota. Sara Um telemóvel e um mp4. Margarida Uns patins. Maria Inês Pinturas da Barbie.
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