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Mecânica
FRENTE 1
MÓDULO 19
Atrito 2. ATRITO ESTÁTICO
Atrito é um estado de aspereza ou rugosidade entre dois sólidos em contato, que permite a troca de forças em uma direção tangencial à região de contato entre os sólidos. • O fato de existir atrito entre dois sólidos não implica, necessariamente, a existência de uma força de atrito entre eles. • A força de atrito só se manifesta quando há deslizamento entre os sólidos (atrito dinâmico) ou quando houver tendência de deslizamento entre os sólidos (atrito estático). • O sentido da força de atrito é sempre contrário ao deslizamento ou à tendência de deslizamento entre sólidos em contato. • De acordo com a 3.a Lei de Newton (Ação e Reação), os sólidos A e B trocam entre si forças de atrito, isto é, existe uma força de atrito que A aplica em B e outra força de atrito que B aplica em A. É evidente que tais forças de atrito são opostas, isto é, têm mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos.
• Quando entre dois sólidos A e B existe atrito e, embora não haja movimento relativo entre eles, há uma tendência de deslizamento, isto é, há uma solicitação ao movimento, surge uma força de atrito no sentido de evitar o deslizamento relativo, denominada força de atrito estática. • Não havendo deslizamento, a força de atrito estática tem intensidade igual à da força que solicitou o sistema a se mover, chamada força motriz.
→ Fat
BA
→ = – Fat
AB
• As forças de atrito trocadas en → → tre A e B ( Fat e Fat ) nunca se equiBA AB libram, porque estão aplicadas em corpos distintos.
Fat
estática
= Fmotriz
• Dependendo da intensidade → da força motriz ( F ), a força de atrito → estática ( Fat ) tem intensidade que E pode variar de zero (não há solicitação ao movimento) até um valor máximo chamado força de atrito de destaque (o deslizamento entre os sólidos em contato é iminente). 0 ≤ Fat
E
≤ Fat
destaque
• A força de atrito de destaque (Fat ) tem intensidade proporcional à D intensidade da força normal de contato entre os sólidos (FN), isto é, a força que tende a apertar um sólido contra o outro. • A constante de proporcionalidade entre a força de atrito de destaque (Fat ) e a força normal (FN) só D depende dos sólidos em contato (material dos corpos, polimento, lubrificação) e é denominada coeficiente de atrito estático (E). Fat = E FN D
3. ATRITO DINÂMICO
• À medida que a força motriz vai aumentando (maior solicitação ao movimento), a força de atrito estática também vai aumentando, de modo a continuar evitando o movimento relativo entre os sólidos. Contudo, existe uma limitação para o valor da força de atrito estática, isto é, existe uma força de atrito máxima que é denominada força de atrito de destaque.
• Quando a intensidade da força motriz (F) supera a intensidade da força de atrito de destaque (FatD), tem início o deslizamento entre os sólidos em contato e o atrito é chamado dinâmico ou cinético. • É de verificação experimental que o coeficiente de atrito dinâmico (d) é menor do que o coeficiente de atrito estático (E), o que significa que, ao iniciar o movimento, a força de atrito diminui sua intensidade. d < E Fatdin = d FN FatD = E FN
}
⇒ Fatdin < FatD
– 69
FÍSICA BDE
1. CONCEITO DE ATRITO
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• Durante o deslizamento entre os sólidos, supondose que as suas superfícies de contato sejam homogêneas (d constante) e que a intensidade da força normal seja constante (FN constante), a força de atrito terá intensidade constante, não importando a velocidade relativa entre os sólidos, nem a intensidade da força motriz.
Exemplo (1)
Durante o movimento: Fat
din
= d FN = constante
4. COEFICIENTE DE ATRITO
Exemplo (2)
Muitas vezes, para simplificar os exercícios, assume-se a igualdade dos coeficientes de atrito estático e dinâmico (hipótese teórica), o que implica a igualdade das intensidades das forças de atrito de destaque e dinâmica. E = d ⇔ Fat = Fat D
din
5. GRÁFICO DA FORÇA DE ATRITO Para uma força motriz de intensidade F crescente, representamos a intensidade da força de atrito trocada entre dois sólidos.
Exemplo(3)
FÍSICA BDE
Exemplo (4)
6. FORÇA NORMAL A força normal corresponde à força de compressão entre os corpos e deve ser identificada em cada exercício, conforme exemplos a seguir:
70 –
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MÓDULO 20
Plano Inclinado
1. COMPONENTES DA FORÇA PESO
3. ACELERAÇÃO NO PLANO INCLINADO COM ATRITO
2a. Lei de Newton (PFD):
Quando um corpo se move livremente em um plano inclinado, com atrito, a força resultante, responsável pela sua aceleração, é a soma vetorial da componente tangencial de seu peso (Pt = m g sen θ) com a força de atrito dinâmica (Fat = µd m g cos θ).
m g sen θ – µd m g cos θ = m a
4. ÂNGULO DE ATRITO
• Se o corpo for lançado para cima, teremos:
q
Da figura: Pt sen θ = ––– P
Pn cos θ = ––– P
Pt – Fat = m a
a = g(sen θ – μd cos θ)
Estático Se o corpo permanecer em repouso no plano inclinado, porém na iminência de deslizar, isto é, a força de atrito solicitada ao máximo, teremos: Fat = Pt D
• Pt = P sen θ: componente tangencial do peso; é a componente que solicita o bloco para baixo; na ausência de atrito faz o papel de resultante que acelera o bloco.
2. ACELERAÇÃO NO PLANO INCLINADO SEM ATRITO Quando um corpo se move livremente em um plano inclinado, sem atrito, a força resultante responsável por sua aceleração é a componente tangencial de seu peso: 2a. Lei de Newton (PFD): Pt = m a m g sen θ = m a ⇒ a = g sen θ Observe que a intensidade da aceleração (g sen θ) é independente da massa do corpo.
μE = tg θE 2a. Lei de Newton (PFD): Pt + Fat = m a m g sen θ + µd m g cos θ = m a a = g(sen θ + μd cos θ) • Se o corpo for abandonado do repouso ou lançado para baixo, teremos:
O ângulo θE, tal que µE = tg θE, é chamado “ângulo de atrito estático”.
q
Dinâmico Se o corpo for lançado para baixo no plano inclinado e descer em movimento retilíneo e uniforme (aceleração nula), teremos: Fat
din
= Pt
µd m g cos θd = m g sen θd μd = tg θd O ângulo θd, tal que µd = tg θd, é chamado “ângulo de atrito dinâmico”.
– 71
FÍSICA BDE
• Pn = P cos θ: componente normal do peso; é a componente de compressão que aperta o bloco contra o plano inclinado; é equilibrada pela reação normal de apoio e só tem interesse em problemas com atrito.
µe m g cos θE = m g sen θE
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MÓDULO 21
Componentes da Resultante → → → FR = Ft + Fcp
1. FORÇA RESULTANTE Admitamos que sobre um corpo → → → atuem as forças F1, F2, ..., Fn em relação a um sistema de referência inercial (para nossos estudos, ligado à superfície terrestre). A força resultante sobre o corpo é a soma vetorial das forças atuantes. →
→
→
→
FR = F1 + F2 + .... + Fn
A intensidade da força resultante é obtida pela aplicação do Teorema de Pitágoras. 2
2
2
FR = Ft + Fcp 3. COMPONENTE TANGENCIAL DA FORÇA RESULTANTE q
Função A componente tangencial da for→ ça resultante Ft está ligada à acelera→ ção tangencial a t e, portanto, provoca variação na intensidade da velocidade vetorial.
2. COMPONENTES DA FORÇA RESULTANTE
→ → → Ft ⇒ at ⇒ variação de | V |
Para facilitar seu estudo, a força → FR costuma ser separada em duas componentes.
A resultante tangencial é nula nos movimentos unifor→ mes (兩 V 兩 é constante) e está presente nos movimentos va→ riados (兩 V 兩 varia), não importando a trajetória do móvel.
FÍSICA BDE
Portanto, a força resultante é uma força imaginária (hipotética) que poderia substituir as forças reais e produzir no corpo a mesma aceleração vetorial.
Características vetoriais • Intensidade
4. COMPONENTE CENTRÍPETA DA FORÇA RESULTANTE q
Função A componente centrípeta da for→ ça resultante Fcp está ligada à ace→ leração centrípeta acp e, portanto, provoca variação na direção da velocidade vetorial, tornando a trajetória curva. → → → Fcp ⇒ acp ⇒ variação na direção de V
A resultante centrípeta é nula nos movimentos retilíneos → (direção de V é constante) e está presente nos movi→mentos curvilíneos (direção de V varia). Características vetoriais • Intensidade →
→ → 兩 Ft 兩 = m 兩 at 兩 = m 兩 γ 兩
• Direção → tangente à trajetória (// a V). →
Ft: componente tangencial de FR
→
→
Fcp: componente centrípeta de FR →
→
Cumpre ressaltar que Ft e Fcp não são forças que realmente atuam no corpo, mas apenas componentes da força resultante (que é uma força imaginária). A força resultante é a soma vetorial de suas componentes tangencial e centrípeta.
72 –
• Sentido O mesmo da velocidade vetorial nos movimentos acelerados. Oposto ao da velocidade vetorial nos movimentos retardados.
m V2
m = massa do corpo. V = intensidade da velocidade linear. ω = intensidade da velocidade angular. R = raio de curvatura da trajetória.
m = massa do corpo. γ = aceleração escalar.
→
→
| Fcp | = m | acp | = –––––– = m ω2R R
• Direção Normal à trajetória (
→
a V ).
• Sentido Dirigido para o interior da curva descrita. 5. FORÇA RESULTANTE NOS PRINCIPAIS MOVIMENTOS q
MRU → → Ft = 0 porque o movimento é uniforme.
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→
→
Fcp = 0 porque o movimento é retilíneo. →
q
No ponto D, o peso faz o papel de resultante tangencial e a força normal, aplicada pelo trilho, faz o papel de resultante centrípeta:
Ponto A
→
FR = 0 q
MRUV
→
Ft = P ⇔ | γ | = g
→
D
Ft ≠ 0 porque o movimento é variado. →
Fcp = ND
→
D
Fcp = 0 porque o movimento é retilíneo. →
→
q
FR = Ft q
MCU
→
→
Ft = 0 porque o movimento é uniforme. →
→
Fcp ≠ 0 porque o movimento é curvilíneo. →
Ponto C
No ponto A, a resultante tangencial é nula e a resultante centrípeta tem intensidade dada por: Fcp = NA + P A
→
FR = Fcp q
MCUV
→
q
Ponto B
→
→
→
Fcp ≠ 0 porque o movimento é curvilíneo.
No ponto C, o peso é decomposto em uma componente tangen→ → cial Pt e uma componente normal Pn. No ponto C, a componente tangencial do peso (Pt = P sen θ) faz o papel de resultante tangencial:
→ → → FR = Ft + Fcp 6. EXEMPLO Consideremos uma pequena esfera percorrendo um trilho circular sem atrito, em posição vertical, sob a ação exclusiva de seu peso e da força normal aplicada pelo trilho.
Ft = Pt = P sen θ ⇒ | γ | = g sen θ C
No ponto B, a resultante tangencial é nula e a resultante centrípeta tem intensidade dada por:
No ponto C, a resultante entre a força normal (NC) e a componente normal do peso (Pn = P cos θ) faz o papel de resultante centrípeta:
Fcp = NB – P B
Fcp = NC – Pn = NC – P cos θ C
q
Ponto D 7. FORÇA CENTRÍFUGA
Consideremos os pontos A, B, C e D indicados na figura e analisemos as forças em cada uma dessas posições:
As leis de Newton só podem ser aplicadas em relação a certos sistemas de referência privilegiados, chamados sistemas inerciais. Em nossos estudos, consideramos como inerciais os sistemas de referência em repouso ou em translação retilínea e uniforme em relação à superfície terrestre.
– 73
FÍSICA BDE
Ft ≠ 0 porque o movimento é variado.
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Consideremos uma plataforma horizontal, com movimento de rotação uniforme em relação ao solo terrestre e velocidade angular de módulo ω. Consideremos um bloco de massa m, em repouso em relação à plataforma. Para um referencial fixo no solo terrestre, o bloco está em movimento circular e uniforme sob ação de duas forças: → 1) força de gravidade P aplicada pela Terra; → 2) força de contato F aplicada pelo apoio. → → Esta força F admite uma componente normal FN, → → que equilibra o peso P, e uma componente de atrito Fat, que faz o papel de resultante centrípeta.
referencial adotado estar em movimento de rotação em relação ao solo terrestre. Tal força é chamada de força de inércia centrífuga ou simplesmente força centrífuga.
Referencial na plataforma: bloco em repouso → → → → F + P + Fcf = 0 Referencial no solo terrestre: → → | FN| = | P| → | Fat| = Fcp = mω2R
Portanto, quando surge a pergunta:
FÍSICA BDE
Para um referencial fixo na plataforma, o → → bloco está em repouso e, além das forças F e P, o bloco estará sujeito a uma terceira força, dirigida para fora, com a mesma intensidade e direção da força de → → atrito, de modo que a resultante de F, P e desta terceira força seja nula. Esta força dirigida para fora e de intensidade mω2R não é aplicada por nenhum agente físico; não é uma força real, do tipo ação-reação e é motivada pelo fato de o
“Força centrífuga existe ou não?”, a resposta é simples: depende do referencial adotado. Para um referencial ligado ao solo terrestre (sistema de referência inercial), não existe força centrífuga. Para um referencial ligado a um sistema em rotação ou descrevendo uma curva, em relação ao solo terrestre, existe a força centrífuga (força de inércia, força fictícia, pseudoforça ou força de correção de referencial) que tende a lançar o corpo “para fora da curva”.
MÓDULO 22
Exercícios de Força Centrípeta
MÓDULO 23
Trabalho
1. CONCEITO →
Uma força F realiza trabalho quando (I) transfere energia mecânica de um corpo para outro; (II) transforma energia cinética em potencial ou vice-versa; (III) transforma energia mecânica em outra forma de energia (por exemplo, em térmica). Portanto, na conceituação de trabalho, deve estar sempre presente um agente físico força e uma trans-
74 –
ferência ou transformação de energia mecânica. 2. DEFINIÇÃO →
Quando a força ( F ) é constante e o seu ponto de aplicação sofre um → deslocamento ( d ), tal que o ângulo → → entre d e F vale θ, o trabalho é dado por: → → τF = | F | | d | cos θ
• Quando a força é variável, a definição de trabalho é feita com o uso da função matemática integral e do produto escalar entre dois vetores e, portanto, foge ao nível do Ensino Médio.
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• No caso de forças variáveis, o cálculo do trabalho pode ser feito com o auxílio do teorema da energia cinética ou do método gráfico. • O trabalho de uma força constante não depende da trajetória do móvel entre os pontos A e B.
6. FORÇA CONSERVATIVA Quando o trabalho de uma → força F , entre dois pontos A e B, não→depende da trajetória, a força F é chamada conservativa. Uma força constante é um exemplo de força conservativa. A força peso e a força eletrostática são exemplos importantes de forças conservativas.
3. CÁLCULO DO TRABALHO PELAS PROJEÇÕES
7. TRABALHO NULO O trabalho é nulo quando não há transferência ou transformação de energia mecânica. Isso acontece em três casos:
O trabalho do peso não depende da trajetória 5. SINAL DO TRABALHO →
Quando a força F favorece o deslocamento, temos: →
cos θ > 0 e o trabalho de F é positivo. → Quando a força F se opõe ao deslocamento, temos:
→
cos θ < 0 e o trabalho de F é negativo.
Assim: → → | d | cos θ = proj. d → → | F | cos θ = proj. F
4. CÁLCULO DO TRABALHO DO PESO →
→
→
τp = | P | | d | cos θ
|P|=mg H cos θ = –––– → |d|
}
Daí: τp = m g H
Força nula Sem força, não há realização de trabalho. q Deslocamento nulo Se o ponto de aplicação da força não sofre deslocamento, não há trabalho, porque não há transferência, nem transformação de energia mecânica. q Força perpendicular ao deslocamento → Quando a força F e o deslocamen→ to d forem perpendiculares (θ = 90°), temos: cos θ = 0 ⇒ τF = 0
A definição de trabalho de uma força constante nos conduz a: → → τF = | F | proj. d → → τF = | d | proj. F O cálculo do trabalho pelo método das projeções nos revela que apenas a componente da força na direção do deslocamento realiza trabalho, isto é, transfere ou transforma energia mecânica.
q
No caso da força peso, temos: Na subida do corpo, o trabalho do peso é negativo e corresponde à transformação de energia cinética em energia potencial: τp = – m g H
Exemplos Quando o deslocamento é horizontal, a força peso não realiza trabalho. A reação normal de apoio não realiza trabalho quando é perpendicular à trajetória. A componente centrípeta da força resultante nunca realiza trabalho por ser perpendicular à trajetória. 8. UNIDADES q
Unidade Da definição de trabalho, temos: → → τ = | F | | d | cos θ u(τ) = N . m
Na descida do corpo, o trabalho do peso é positivo e corresponde à transformação de energia potencial em energia cinética.
A unidade de trabalho no SI é denominada joule (J).
τp = + m g H
joule (J) = N . m
– 75
FÍSICA BDE
Quando dois vetores formam entre si um ângulo θ, o produto do módulo de um deles pelo cos θ corresponde à projeção desse vetor na direção do outro:
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Óptica
FRENTE 2
MÓDULO 19 1. ÂNGULO LIMITE q
Ângulo limite de refração Considere dois meios transparentes e homogêneos (1) e (2), delimitados por uma superfície (S), com índices de refração absolutos n1 e n2, tais que n2 > n1, para uma dada luz monocromática. Vamos supor que a luz se propague no sentido do meio menos para o meio mais refringente. Para incidência normal, ocorre refração da luz, porém não ocorre desvio de sua trajetória.
Reflexão Total O valor máximo do ângulo de refração é denominado ângulo limite de refração (L). q
Ângulo limite de incidência Considere, agora, a luz se propagando no sentido do meio mais para o meio menos refringente. Para incidência normal (i = 0°), a refração ocorre sem desvio do raio refratado (r = 0°).
O ângulo limite de incidência (L) pode ser calculado pela aplicação da Lei de Snell-Descartes: n2 sen i = n1 sen r n2 sen L = n1 . sen 90° n1 nmenor sen L = ––– ou sen L = ––––––– n2 nmaior
FÍSICA BDE
Se aumentarmos o ângulo de incidência (i), o ângulo de refração (r) também aumentará, porém sempre respeitando a condição r < i.
Se aumentarmos o ângulo de incidência (i), o ângulo de refração (r) também aumentará, porém, neste caso, r > i.
Notas • Para um par de meios (1) e (2), os ângulos limites de incidência e de refração são iguais, por isso, indicamos pela mesma letra L. • O ângulo limite de incidência ou refração ocorre sempre no meio mais refringente. 2. REFLEXÃO TOTAL Se a luz incidir com ângulo maior do que o limite, não poderá ocorrer refração e a luz será totalmente refletida.
Quando o ângulo de incidência (i) for máximo, isto é, i = 90° (incidência rasante), o ângulo de refração (r) também será máximo, porém rmáx < imáx = 90°.
76 –
Quando o ângulo de refração (r) for máximo e igual a 90° (emergência rasante), o ângulo de incidência correspondente será o ângulo de incidência máximo para o qual ainda ocorre refração e é denominado ângulo limite de incidência (L).
Portanto, para ocorrer reflexão total, a luz deve-se propagar no sentido do meio mais para o meio menos refringente e o ângulo de incidência deve superar o ângulo limite.
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MÓDULO 20 1. DEFINIÇÃO
Lentes Esféricas Assim, temos os seguintes tipos de lentes:
Denomina-se lente esférica uma associação de dois dioptros esféricos ou um dioptro esférico e outro plano.
Sendo n2 o índice de refração absoluto do material com que a lente é feita e n1 o índice de refração absoluto do meio onde a lente está imersa, temos os casos resumidos na tabela: Lentes de bordos finos n2 > n1 convergentes n2 < n1
divergentes
Lentes de bordos espessos divergentes convergentes
O caso mais comum é n2 > n1: lentes de vidro e imersas no ar. Em geral, n3 = n1. Os elementos geométricos importantes de uma lente esférica são:
4. LENTE DELGADA Se a espessura da lente for desprezível quando comparada com os raios de curvatura R1 e R2, ela será chamada lente delgada. Na figura a seguir, representamos as lentes delgadas convergentes e divergentes.
FÍSICA BDE
O1 e O2 : centros de curvatura. R1 e R2 : raios de curvatura. e: espessura da lente.
O eixo definido pelos centros de curvatura O1 e O2 constitui o eixo principal da lente. As três primeiras lentes são denominadas lentes de bordos finos e as três últimas, lentes de bordos espessos. 3. COMPORTAMENTO ÓPTICO DAS LENTES
Feixes de luz atravessando uma lente de vidro imersa no ar.
2. NOMENCLATURA E TIPOS Nomearemos as faces voltadas para o meio exterior assinalando em primeiro lugar a face de maior raio de curvatura.
Quando um feixe de luz cilíndrico incide em uma lente esférica, ele pode ter dois comportamentos ópticos distintos: • O feixe emergente é do tipo cônico convergente. A lente, neste caso, é denominada convergente; • O feixe emergente é do tipo cônico divergente. A lente é divergente.
A intersecção do eixo principal com a lente delgada é um ponto O denominado centro óptico da lente delgada. Além do centro óptico O, são importantes os seguintes pontos: F : foco principal objeto. F': foco principal imagem. A distância de F a O é igual à distância de F' a O e é chamada distância focal f. A : ponto antiprincipal objeto. A': ponto antiprincipal imagem.
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A distância de A a O é igual à distância de A' a O e é igual a 2f.
b) Todo raio de luz que incide na lente numa direção que passa pelo foco principal objeto F emerge paralelamente ao eixo principal.
d) Todo raio de luz que incide na lente numa direção que passa por A emerge numa direção que passa por A'.
F tem natureza real nas lentes convergentes.
e) Todo raio de luz que incide obliquamente ao eixo principal emerge numa direção que passa pelo foco secundário (F's).
Observação: Sempre que necessário, consideraremos obedecidas as condições de nitidez de Gauss. 5. RAIOS NOTÁVEIS
FÍSICA BDE
a) Todo raio de luz que incide numa lente paralelamente ao eixo principal emerge numa direção que passa pelo foco principal F'.
F tem natureza virtual nas lentes divergentes.
c) Todo raio de luz que incide, passando pelo centro óptico O, atravessa a lente sem desviar.
6. CONSTRUÇÃO GRÁFICA DA IMAGEM DE UM PEQUENO OBJETO FRONTAL q F’ tem natureza real nas lentes convergentes.
F’ tem natureza virtual nas lentes divergentes.
78 –
Lente convergente Objeto antes de A
Imagem: real, invertida e menor do que o objeto (máquina fotográfica).
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Objeto em A
q
Objeto em F
Imagem: real, invertida e do mesmo tamanho do objeto.
Imagem: imprópria.
Lente divergente
Imagem: virtual, direita e menor do que o objeto.
Objeto entre F e O Objeto entre A e F
MÓDULO 21
Imagem: virtual, direita e maior do que o objeto (lupa ou lente de aumento).
b) Nos sistemas ópticos refratores, quando objeto e imagem são de natureza diferente, estão posicionados no mesmo semiespaço definido pelo sistema. FÍSICA BDE
Imagem: real, invertida e maior do que o objeto (projetor de slides).
Observações a) Nos sistemas ópticos refratores, quando objeto e imagem são de mesma natureza, estão posicionados em diferentes semiespaços definidos pelo sistema.
Estudo Analítico e Vergência de uma Lente
1. EQUAÇÃO DE GAUSS Sejam p e p' as abscissas do objeto e da imagem, respectivamente. A Equação de Gauss relaciona p, p' e f. 1 1 1 ––– = ––– + ––– f p p'
De acordo com o sistema de eixos adotado, temos a seguinte convenção de sinais: p p p' p' f f
> < > < > <
0 0 0 0 0 0
: : : : : :
objeto real objeto virtual imagem real imagem virtual lente convergente lente divergente
2. AUMENTO LINEAR TRANSVERSAL Sejam i e o as medidas algébricas das dimensões lineares da imagem e do objeto, respectivamente, com orientação positiva para cima. O aumento linear transversal é, por definii ção, o quociente ––– . o
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Desenhando o objeto sempre para cima, o será positivo. Se a imagem resultar para cima, temos i > 0: imagem direita. Se a imagem resultar para baixo, temos i < 0: imagem invertida. A exemplo dos espelhos esféricos, valem as fórmulas: i p’ ––– = – ––– o p
e
i f ––– = –––––– o f–p
4. UNIDADE DE VERGÊNCIA Sendo a distância focal f um comprimento, a vergência tem dimensão do inverso do comprimento. Sua unidade de medida é o cm–1 ou o m–1. Esta última unidade, m–1 (inverso do metro), é a usual na prática, recebendo a denominação de dioptria e sendo representada por di. 5. EQUAÇÃO DE HALLEY OU DOS "FABRICANTES DE LENTES" A distância focal de uma lente depende
3. VERGÊNCIA DE UMA LENTE É sabido que quanto menor é a distância focal de uma lente, mais abruptamente ela converge ou diverge raios de luz paralelos, isto é, "quanto menor sua distância focal, maior é seu poder de convergir ou divergir raios de luz".
• do material de que a lente é feita, representado por seu índice de refração absoluto (n2); • do meio externo que envolve a lente, representado por seu índice de refração absoluto (n1); • da geometria da lente, representada pelos raios de curvatura R1 e R2. O valor da distância focal (f) é calculado pela Equação de Halley ou dos "fabricantes das lentes": 1 n2 ––– = –––– – 1 f n1
(
1 1 –––– + –––– R1 R2
)(
)
Convenção de sinais: face convexa: R > 0 FÍSICA BDE
face côncava: R < 0 1 face plana: –––– → 0 R
6. LENTES JUSTAPOSTAS A lente L2 é mais convergente que a lente L1, pois, tendo menor distância focal, converge mais abruptamente os raios de luz. Para medir o poder de uma lente em convergir raios de luz, define-se uma nova grandeza, que será denominada vergência ou convergência da lente. Define-se vergência (V) de uma lente como o inverso de sua distância focal. 1 V = ––– f
80 –
Para uma associação de lentes delgadas justapostas, a vergência da associação é igual à soma algébrica das vergências das lentes associadas. Por exemplo, para duas lentes justapostas, escrevemos: V = V1 + V2
1 1 1 ––– = ––– + ––– f f1 f2
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MÓDULO 22
Óptica da Visão
1. REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO OLHO
Os cones e bastonetes são as células sensoriais da visão. Situadas na retina, essas células transformam a informação luminosa sobre elas incidente em informação elétrica que escoa para o cérebro através do nervo óptico. Na foto acima, tem-se um aspecto de cones e bastonetes vistos ao microscópio com ampliação de 1600 vezes.
Vista lateral de uma córnea humana.
Nesta representação, destacamos apenas as partes mais importantes na formação das imagens, indicando sua função óptica. O esquema apresentado é denominado "olho reduzido". a) Cristalino: é uma lente convergente, do tipo biconvexa. De um objeto real, esta lente deve produzir uma imagem real sobre a retina. b) Pupila: comporta-se como um diafragma, controlando a quantidade de luz que penetra no olho. c) Retina: é a parte sensível à luz, onde deve formar-se a imagem. Comporta-se como um anteparo sensível à luz. d) Músculos ciliares: comprimem convenientemente o cristalino, alterando sua distância focal. A distância da retina ao cristalino é constante e da ordem de 1,5cm e corresponde à abscissa da imagem p'.
Como já ressaltamos, a abscissa p' da imagem (distância do cristalino à retina) é constante e, como a abscissa p do objeto assume valores distintos, conforme a particular posição do objeto visado, a equação 1 1 1 –– + –– = –– mostra-nos que a distância focal do p’ p f cristalino deve ser variável. Para cada valor de p, a distância focal f assume um valor conveniente, para que a imagem se forme exatamente sobre a retina. A variação da distância focal do cristalino é feita com a intervenção dos músculos ciliares. Sendo p' = constante, percebemos pela Equação de Gauss que quanto menor for p (objeto mais próximo da vista), menor deverá ser a correspondente distância focal f. Assim, à medida que aproximamos o objeto do olho, os músculos ciliares comprimem o cristalino, diminuindo o raio de curvatura das faces e também a distância focal f. O trabalho realizado pelos músculos ciliares, de variação da distância focal do cristalino, é denominado "acomodação visual". 3. PONTO REMOTO E PONTO PRÓXIMO Ponto remoto (PR) é o ponto mais afastado que o olho vê com nitidez, estando os músculos ciliares relaxados.
– 81
FÍSICA BDE
2. ACOMODAÇÃO VISUAL
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Ponto próximo (PP) é o ponto mais próximo da vista para a qual a imagem é nítida, estando os músculos ciliares com máxima contração. Para que um objeto possa ser visto com nitidez, ele deve situar-se entre o ponto próximo e o ponto remoto do olho. A região do espaço compreendida entre tais pontos é denominada zona de acomodação.
nítida na retina, com os músculos ciliares relaxados (condições de visão mais cômoda).
PRM = ponto remoto do olho míope. d: distância mínima de visão distinta. D: distância máxima de visão distinta.
Para o olho normal, o ponto remoto está no infinito (D → ∞) e o ponto próximo está a uma distância convencional d = 25cm.
D = distância máxima de visão distinta do olho míope. P' = imagem nítida do ponto remoto sobre a retina. Como a distância focal máxima do cristalino está sendo demasiado pequena, isto é, sua vergência é maior do que a ideal, a correção é feita com o uso de uma lente divergente. Tal lente divergente deve fornecer, de um objeto impróprio, uma imagem virtual no ponto remoto do olho. Esta imagem virtual se comporta como objeto real para o olho, dando uma imagem final real e nítida sobre a retina.
O problema do hipermetrope não é a visão de objetos distantes, pois, com uma acomodação conveniente, a distância focal do sistema é reduzida, possibilitando a visão nítida do objeto impróprio. A dificuldade reside no afastamento do ponto próximo. A distância focal mínima do sistema é maior do que deveria ser, fazendo com que a visão de objetos próximos não seja possível com nitidez. Nesse caso, a vergência do sistema deve ser aumentada, com o uso de uma lente corretiva convergente. Tal lente convergente deve fornecer, de um objeto real, situado no ponto próximo do olho normal, uma imagem virtual, no ponto próximo do olho hipermetrope. Esta imagem se comporta como objeto real para o olho, dando uma imagem final nítida sobre a retina.
FÍSICA BDE
4. MIOPIA A miopia é um defeito da visão que consiste em um alongamento do globo ocular. Há um afastamento da retina em relação ao cristalino, e com isso a imagem de um objeto impróprio se forma aquém da retina, e portanto não é nítida.
De um objeto impróprio, a lente corretiva divergente dá uma imagem em seu foco imagem; como tal imagem vai ser objeto para o olho, ela deverá coincidir com o ponto remoto do olho míope (PRM ≡ F'). A lente corretiva tem distância focal f = – D , em que D é a distância máxima da visão distinta para o olho míope.
PPN = ponto próximo do olho normal (emetrope). PPH = ponto próximo do olho hipermetrope. Sendo d = 25cm a distância mínima de visão distinta para o olho normal, dH a distância mínima de visão distinta para o olho hipermetrope e f a distância focal da lente corretiva, teremos: p = d = 25cm
Para o míope, o ponto remoto está a uma distância finita, maior ou menor, conforme o grau de miopia. Quando o objeto está no ponto remoto do míope, a imagem forma-se
82 –
5. HIPERMETROPIA A hipermetropia é um defeito da visão que consiste num encurtamento do globo ocular.
p' = -dH (imagem virtual) 1 1 1 –– = ––– – ––– f 25 dH
(CGS)
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MÓDULO 23
Classificação das Ondas e Velocidades do Som e da Luz
1. CONCEITO DE ONDA Dizemos que um meio sofre uma perturbação quando qualquer uma das propriedades físicas associadas a um de seus elementos de volume é alterada.
Dizemos, então, que: Onda é qualquer perturbação que se propaga através de um meio.
É o caso, por exemplo, das ondas esquematizadas ao lado, que, ao atingirem a rolha, fazem com que esta execute um movimento de sobe-edesce, sem que seja arrastada para a direita. 3. NATUREZA DAS ONDAS q
Ondas mecânicas São perturbações mecânicas que se propagam através das partículas de um meio material. Exemplos Ondas numa corda, ondas na superfície da água, ondas numa mola, o som etc. O som constitui-se de ondas mecânicas que se podem propagar em meios sólidos, líquidos e gasosos. É importante destacar que as ondas mecânicas não se propagam no vácuo. Assim:
Representação esquemática de uma onda eletromagnética.
Resumindo: A luz é onda eletromagnética que se propaga no vácuo e em alguns meios materiais. Sua velocidade no vácuo vale 3,0 . 108m/s.
FÍSICA BDE
Se a perturbação se estender a outros elementos de volume do meio, originar-se-á uma onda.
O som não se propaga no vácuo. q
No exemplo acima, a pessoa dá um solavanco na extremidade esquerda da corda, produzindo uma onda que se propaga através da mesma. 2. PROPRIEDADE FUNDAMENTAL DAS ONDAS Uma onda transmite energia, sem propagação de matéria.
Ondas eletromagnéticas Constituem-se do conjunto de um campo elétrico e um campo magnético, variáveis e perpendiculares entre si, que se propagam no vácuo e também em alguns meios materiais. Exemplos Ondas de rádio e TV, microondas, infravermelho, luz, ultravioleta, raios X etc. As radiações eletromagnéticas propagam-se no vácuo com a maior velocidade fisicamente concebível: c = 3,0 . 105km/s = 3,0 . 108m/s
Os raios X têm grande utilização na medicina como, por exemplo, no diagnóstico e avaliação de fraturas ósseas. Essas radiações se propagam através dos músculos, mas são bloqueadas pelos ossos. Assim, utilizando-se chapas sensíveis aos raios X, é possível fazer uma “foto” de partes do corpo de uma pessoa na qual ficam evidenciados os ossos com seus possíveis problemas.
4. ONDAS QUANTO ÀS DIREÇÕES DE VIBRAÇÃO E PROPAGAÇÃO q
Ondas longitudinais A direção de vibração coincide com a de propagação.
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q
Ondas mistas Têm caráter longitudinal e transversal.
Na mola acima, a onda representada é longitudinal, pois, enquanto a propagação ocorre da esquerda para a direita, as partículas vibram horizontalmente, isto é, na mesma direção. São também longitudinais as ondas sonoras nos meios fluidos (líquidos ou gasosos).
As ondas nas superfícies líquidas são mistas. 5. ONDAS QUANTO À FRENTE DE ONDA E À DIMENSÃO q
q
Ondas transversais A direção de vibração é perpendicular à de propagação.
A frente de onda é um ponto
Podemos observar na superfície da água ondas circulares ou retas. Em ambos os casos, a frente de onda é uma “linha” e, por isso, essas ondas são bidimensionais. q
A frente de onda é uma superfície ONDAS TRIDIMENSIONAIS
ONDAS UNIDIMENSIONAIS
FÍSICA BDE
Uma onda se propagando ao longo de uma corda tem por frente de onda um “ponto”, o que significa que essa onda é unidimensional. q
A frente de onda é uma linha ONDAS BIDIMENSIONAIS
Na corda acima, a onda representada é transversal, pois, enquanto a propagação ocorre da esquerda para a direita, as partículas vibram verticalmente, isto é, na direção perpendicular. São também transversais todas as radiações eletromagnéticas, inclusive a luz.
84 –
As ondas luminosas emitidas, por exemplo, por um palito de fósforo aceso propagam-se em todas as direções em torno do palito. Isso mostra que as frentes de onda são “superfícies” (no caso, superfícies esféricas) e, por isso, essas ondas são tridimensionais.
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Eletricidade
FRENTE 3
MÓDULO 19
Campo Magnético da Espira
1. CAMPO MAGNÉTICO NO CENTRO DE UMA ESPIRA CIRCULAR
q
Módulo É dado pela equação: µ.i B = –––––– 2R
Vejamos as características do vetor indução magnética, no centro da espira (Fig. 1). q
Direção É perpendicular ao plano da espira.
,
na qual: µ = permeabilidade magnética do meio interno à espira. i = intensidade da corrente. R = raio da espira. 2. CAMPO MAGNÉTICO NO INTERIOR DE UM SOLENOIDE RETILÍNEO
Fig. 1 – No centro da espira, o campo magnético tem direção perpendicular ao plano da espira.
Sentido É dado pela regra da mão direita (Fig. 2).
FÍSICA BDE
q
O solenoide retilíneo é um fio condutor enrolado em forma de hélice. É muito semelhante à mola helicoidal da sua apostila. Também ele é formado por n espiras idênticas, porém elas não são justapostas, mas ligeiramente afastadas.
Fig. 2 – Regra da mão direita.
Dispõe-se o polegar indicando o sentido do campo → magnético (vetor B), e os demais dedos indicam, curvadamente, o sentido da corrente elétrica (i). Exemplos (Figuras 3a e 3b) Imagine uma espira percorrida por corrente elétrica. Na figura 3a, ela tem o sentido anti-horário e na 3b, horário. Disponha os quatro dedos em curva, no sentido da → corrente elétrica e o seu polegar lhe dará o sentido de B.
Fig. 3a e 3b – Campo magnético de uma espira percorrida por corrente elétrica.
O solenoide.
Ao ser percorrido por corrente elétrica, o solenoide gera um campo magnético. Dentro do solenoide, as linhas de indução são praticamente retas paralelas, significando que o campo magnético é semelhante ao produzido por um ímã em forma de barra. Quanto mais longo o solenoide, mais fraco torna-se o campo externo e mais uniforme torna-se o campo interno. Por extensão, denominaremos por solenoide ideal aquele de comprimento infinito e cujo campo interno é perfeitamente uniforme. No solenoide ideal, não existe campo externo. Na prática, obtém-se um campo magnético uniforme no interior do solenoide sempre que o seu comprimento ᐉ for muito maior que o raio (R) de uma espira. Ou seja: ᐉ >>R.
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O campo magnético no interior do solenoide.
q
Características do campo magnético no interior do solenoide a) Direção É a mesma do eixo do solenoide reto ou sempre perpendicular ao plano das espiras deste.
As linhas de indução entram por uma face e saem pela outra.
Nos ímãs em forma de barra, ocorre o mesmo processo com o campo magnético. As linhas “nascem” no polo norte e “morrem” no polo sul.
b) Sentido É dado pela regra da mão direita. As linhas de indução do ímã.
Por analogia, às faces de uma espira podemos atribuir dois polos: um norte e o outro sul.
Regra da mão direita no solenoide. FÍSICA BDE
Envolva o solenoide com a mão direita de modo que a ponta dos dedos indique o sentido da corrente e o po→ legar indique o sentido de B). c) Módulo É dado pela equação:
Polos de uma espira.
q
µ . n .i B = ––––––––
ᐉ
,
na qual: µ = permeabilidade do material no interior do solenoide. i = intensidade da corrente. n = número de espiras contidas no comprimento ᐉ do solenoide.
Regra prática Quando, numa espira, a corrente elétrica circula no sentido horário, trata-se de uma face SUL. Quando a corrente elétrica circula no sentido antihorário, trata-se de uma face NORTE. A justificativa é simples. Observe na figura a, pela regra da mão direita, que o campo magnético está penetrando no centro da espira. Na figura b, em que a corrente circula no sentido anti-horário, o campo magnético está saindo do centro da espira.
3. POLOS DE UMA ESPIRA No desenho das linhas de indução do campo magnético produzido por uma espira, notamos que as linhas de indução entram por uma face e saem pela outra (Fig. a e b). Polo sul.
86 –
Polo norte.
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4. POLOS DE UM SOLENOIDE Do mesmo modo que atribuímos a polaridade norte e sul às faces da espira, devemos fazê-lo aos extremos de um solenoide e também de uma bobina chata.
Usando a regra da mão direita, determinamos o polo de entrada e o de saída do campo magnético. Por analogia com o ímã, podemos escrever: “nasce” no norte e “morre” no sul. q
Atração e repulsão A mesma regra enunciada para os polos dos ímãs também se verifica entre os polos de espiras, bobinas e solenoides. Polos do mesmo nome repelem-se. Polos de nomes contrários atraem-se. Polaridade de um solenoide.
MÓDULO 20
Indução Eletromagnética
1. FLUXO DO VETOR INDUÇÃO MAGNÉTICA
2. CASOS PARTICULARES
FÍSICA BDE
Observe que na figura (2a), em que a superfície da espira é perpendicular ao campo, ela é atravessada pelo maior número possível de linhas de indução e o fluxo magnético é o máximo; na figura (2b), nenhuma linha atravessa a superfície da espira e o fluxo magnético é nulo. Desse modo, podemos interpretar fisicamente o fluxo magnético como sendo o número de linhas de indução que atravessa a superfície da espira.
Fig. 1
Consideremos uma espira de área A colocada → dentro de um campo magnético B , de tal forma que a → normal (n ) à superfície da espira faça ângulo α com as linhas de indução. (Fig. 1)
Fig. 2a.
→
Define-se fluxo do vetor indução B , através da espira, como sendo a grandeza escalar dada por Φ = B . A . cos α No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de fluxo magnético, denomina-se weber (símbolo Wb). Da definição de fluxo magnético, resulta Wb 1 Wb = 1 T . 1m2 → T = ––––– m
Fig. 2b.
– 87
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3. INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA Vamos considerar uma espira ligada a um galvanômetro de zero central e um ímã. Com essa montagem, podemos efetuar as seguintes observações: 1.a) Se o ímã é mantido imóvel, o galvanômetro não indica passagem de corrente (Fig. 3).
Quando o fluxo magnético varia através da superfície de uma espira, surge nela uma corrente elétrica denominada corrente induzida. Esse é o fenômeno da indução eletromagnética. Obs.: se a espira estiver aberta, a variação de fluxo magnético determina entre seus extremos uma d.d.p. induzida. Na prática, em vez de uma espira, usa-se uma bobina, com a qual se multiplica o efeito. 4. SENTIDO DA CORRENTE INDUZIDA – LEI DE LENZ
Fig. 3 – Estando o ímã parado, não há corrente na espira.
2.a) Se o ímã se aproxima da espira, aparece corrente elétrica num certo sentido, que cessa quando paramos o ímã (Fig. 4).
A Lei de Lenz afirma que O sentido da corrente induzida é tal que seus efeitos se opõem às causas que a originam. Exemplo Ao aproximarmos da espira o polo norte do ímã (causa), surge na espira um polo norte que se opõe à aproximação do ímã. Desse modo, a corrente induzida tem sentido anti-horário, em relação ao observador O.
FÍSICA BDE
Fig. 4 – Ao aproximarmos o ímã da espira, esta é percorrida por uma corrente elétrica em determinado sentido.
3.a) Se o ímã for afastado da espira, a corrente muda de sentido (Fig. 5).
Fig. 6.
Ao afastarmos da espira o polo norte do ímã (causa), surge na espira um polo sul que se opõe ao afastamento do ímã. Deste modo, a corrente induzida tem sentido horário, em relação ao observador O. Fig. 5 – Ao afastarmos o ímã da espira, esta é percorrida por uma corrente de sentido oposto ao da corrente produzida ao aproximarmos o ímã.
4.a) Quanto mais rapidamente o ímã for movimentado, tanto mais intensa será a corrente. Ao aproximarmos ou afastarmos o ímã da espira, varia o número de linhas de indução que atravessa a superfície da espira, isto é, varia o fluxo magnético através da superfície da espira. Nesses casos, o ponteiro do galvanômetro sofre deflexão, indicando que a espira é percorrida por corrente elétrica. Assim, podemos concluir que
88 –
Fig. 7.
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Nas figuras 8a e 8b, indicamos o sentido da corrente induzida na espira quando o polo sul do ímã é aproximado e depois afastado.
Fig. 8.
MÓDULO 21
Fig. 9 – Ao aproximarmos o ímã, Φ cresce. O fluxo induzido Φ’ surge opondo-se ao aumento de Φ. A regra da mão direita fornece o sentido de i.
FÍSICA BDE
Há ainda outra maneira de apresentarmos a Lei de Lenz. O sentido da corrente induzida é tal que origina um fluxo magnético induzido que se opõe à variação do fluxo magnético indutor. Esquematicamente, sendo Φ o fluxo magnético indutor e Φ' o fluxo magnético induzido (criado pela corrente induzida), temos
Eletrização
1. INTRODUÇÃO A Eletrostática estuda os fenômenos que ocorrem com cargas elétricas em repouso, em relação a um dado sistema de referência. Como vimos na Eletrodinâmica, a carga elétrica é uma propriedade associada a certas partículas elementares, tais como prótons e elétrons. Verifica-se que tais partículas possuem as seguintes cargas elétricas: próton + 1,6 . 10–19 C –––––––––––––––––––––––––––––––– elétron – 1,6 . 10–19 C
Fig. 1 – Corpo neutro.
Dizemos que um corpo está eletrizado negativamente quando possui um número de elétrons maior que o de prótons. Nesse caso, há excesso de elétrons no corpo.
2. CORPO ELETRIZADO De uma maneira geral, os corpos com os quais lidamos cotidianamente são neutros, isto é, possuem igual quantidade de prótons e de elétrons (Fig. 1).
Fig. 2 – Corpo eletrizado negativamente.
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Dizemos que um corpo está eletrizado positivamente quando possui um número de elétrons inferior ao de prótons. Nesse caso, há falta de elétrons no corpo.
∑ Q = (+ 5) + (– 8) = – 3 Após algum tempo, devido a trocas internas Fig. 3 – Corpo eletrizado positivamente.
3. PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA q
Sistema eletricamente isolado Não troca cargas elétricas com o meio exterior.
q
Princípios São leis básicas que se verificam na prática, cujas demonstrações teóricas não são possíveis por serem as primeiras leis relativas ao assunto. •
Princípio da atração e repulsão Cargas elétricas de mesmo sinal repelem-se (Fig. 4).
∑ Q = (– 1) + (– 2) = – 3 Observemos que variou a quantidade de cargas de cada um deles, porém não se alterou a soma algébrica. ∑ Q = – 3 permaneceu constante.
FÍSICA BDE
Obs.: uma decorrência imediata do princípio de repulsão de cargas homônimas é que, num corpo constituído de material condutor, as cargas em excesso ficam na sua superfície externa (Fig. 6).
Fig. 4.
Cargas elétricas de sinais contrários atraem-se (Fig. 5).
Fig. 5.
•
Princípio da conservação das cargas elétricas Em um sistema eletricamente isolado, a soma algébrica de cargas elétricas (positivas e negativas) per manece constante, ainda que se verifique variação de quantidade das cargas positivas e das negativas. Exemplo: temos, em um sistema isolado, inicialmente
90 –
Fig. 6 – Cargas em excesso permanecem na superfície externa do condutor.
4. PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO São processos de eletrização mais comuns: atrito, contato e indução.
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q
Eletrização por Atrito Se atritarmos dois corpos constituídos de materiais diferentes, um deles cederá elétrons ao outro (Fig. 7).
q
Eletrização por contato Se encostarmos um corpo neutro, constituído de material condutor (sólido metálico, por exemplo), em um outro corpo eletrizado, haverá passagem de elétrons de um corpo para o outro e o corpo neutro ficará eletrizado (Fig. 8).
Fig. 7a.
Fig. 8a.
FÍSICA BDE
Fig. 7b.
Fig. 8b.
Fig. 7c.
•
Série triboelétrica A série triboelétrica é uma sequência ordenada de substâncias que nos dá o sinal da carga que cada corpo adquire.
Fig. 8c.
•
Caso particular Se ambos os corpos, (A) e (B), forem esféricos, do mesmo tamanho e constituídos de metal, após o contato, cada um deles ficará com metade da carga total inicial (Fig. 9).
– 91
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Elétrons de B foram atraídos e “povoaram” a região esquerda do corpo B, ao passo que prótons foram mantidos, por repulsão, na região direita de B. Se ligarmos à terra, ou mesmo tocarmos o dedo em B, haverá subida de elétrons (ou passagem de elétrons), como mostra a Fig. 2.
Fig. 9a.
Fig. 2 – Ligando o induzido à terra.
Se desligarmos o fio-terra na presença do indutor, então as cargas do induzido se manterão.
Fig. 9b.
q
FÍSICA BDE
Eletrização por indução Indução é uma separação de cargas elétricas que ocorre em um corpo condutor, sem que ele tenha tocado outro corpo, mas apenas tenha sido colocado nas proximidades de um corpo eletrizado (Fig. 1).
Fig. 3 – Desligando o fio-terra na presença do indutor.
Convém observar o seguinte: 1.o) Na indução, os corpos “ter minam” com cargas elétricas de sinais contrários. Indutor
Induzido
positivo
negativo
negativo
positivo
Fig. 1a.
2.o) Após o término da indução, ou mesmo durante ela, verifica-se uma atração entre o indutor e o induzido.
Fig. 1b.
Ao aproximarmos o corpo B (condutor, neutro) do corpo A, eletrizado, as cargas elétricas do primeiro separam-se e ocorre a indução eletrostática.
92 –
Fig. 4.
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3.o) Na eletrização por contato, os corpos “terminam” com cargas de mesmo sinal. 4.o) Na eletrização por atrito, os corpos “terminam” com cargas de sinais opostos.
5
O ELETROSCÓPIO DE FOLHAS
O eletroscópio é um aparelho que se usa para detectar a presença de cargas elétricas num corpo.
Fig. 5b – Eletroscópio na presença de cargas elétricas.
MÓDULO 22
FÍSICA BDE
Fig. 5a – Eletroscópio de folhas, longe de cargas elétricas.
Força Eletrostática
1. INTRODUÇÃO
2. LEI DE COULOMB
Consideremos duas cargas puntifor mes q e Q separadas uma da outra por uma distância d e situadas no vácuo.
A intensidade da força eletrostática depende dos seguintes fatores:
Entre elas, existe uma força eletrostática que pode ser de atração ou de repulsão, conforme os sinais das cargas (Fig. 1).
1.o)
da distância que separa as partículas;
2.o)
das quantidades de eletricidade q e Q;
3.o)
do meio em que as partículas se encontram.
Geralmente, o meio é o vácuo, a menos que se mencione o contrário. A Lei de Coulomb diz:
Fig. 1 – Entre as cargas, existe a força eletrostática.
A intensidade da força eletrostática entre as duas cargas é diretamente proporcional ao produto delas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.
– 93
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4. GRÁFICO DA FORÇA ELETROSTÁTICA |q|.|Q| F = K0 –––––––––––– (1) d2 Na expressão anterior, K0 é uma constante de proporcionalidade, denominada constante eletrostática do vácuo.
Mantidos os valores de q e Q e supondo o meio o vácuo, vamos construir uma tabela, variando o valor de d.
No SI, o seu valor é K0 = 9,0 . 109 N.m2/C2
d
F
2d
F/4
3d
F/9
4d
F/16
Em outros meios, a constante eletrostática será indicada apenas por K e seu valor é menor do que K0. Assim, temos o gráfico. Neste caso, temos |q|.|Q| F’ = K –––––––––––– (2) d2 Mantidos os valores de q, Q e d e sendo K < K0 , resulta de (1) e (2): F’ < F. 3. UNIDADES IMPORTANTES DO SI
q Q d F
K
unidades C C m N N . m2/C2 do SI
FÍSICA BDE
MÓDULO 23
Campo Elétrico
1. INTRODUÇÃO Chamamos de carga de prova (q) a uma partícula eletrizada ou corpo puntiforme eletrizado que se utiliza para verificações e observações (sondagens).
Fig.2 – Na região R, há um campo elétrico.
Fig.1 – O pesquisador e a carga de prova (q).
2. CONCEITO DE CAMPO ELÉTRICO Dizemos que numa região do espaço há um campo elétrico quando, ao sondarmos a região com a carga de prova, notamos o aparecimento de uma força eletrostática agindo na carga de prova.
94 –
3. ONDE ENCONTRAMOS O CAMPO ELÉTRICO Os campos elétricos são encontrados em torno dos corpos eletrizados. Por exemplo: fixemos uma esfera de alumínio, eletrizada, sobre um pedestal. Em torno dela, haverá um campo elétrico e isso se confirma na sondagem com a carga de prova.
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→
2.o) Quando a carga de prova (q) for positiva, F e E têm o mesmo sentido. →
→
3.o) Quando a carga de prova (q) for negativa, F e E têm sentidos opostos.
→
Fig.3 – Na região que envolve a esfera fixa, há um campo elétrico.
→ → Fig.5 – Sentido de F e de E com relação ao sinal de (q).
4. ANALOGIA
→
5. VETOR CAMPO ELÉTRICO: E
Para melhor definir a direção, o sentido e a → intensidade do campo elétrico, definimos um vetor E, denominado vetor campo elétrico. → Para tanto, seja F a força eletrostática do campo elétrico sobre a carga de prova q nele colocada (Fig. 4).
Fixemos uma carga puntiforme Q. Em sua volta, há um campo elétrico. Coloquemos uma carga pontual q a uma distância d de Q.
Sobre (q), bem como sobre (Q), aparece uma força eletrostática. Temos → → F F E = –––– ⇒ E = ––––– q |q|
(1)
Sendo |q|.|Q| F = K0 –––––––––– d2
(2)
Vamos substituir (2) na (1): Fig. 4 – Carga de prova no campo elétrico.
q
Definição → → F E = –––– q
ou
→ → F =q.E
|q| |Q| K0 ––––––– d2 E = ––––––––––––– |q| Por cancelarmos q, afirmamos que o módulo do vetor campo independe da carga de prova. Restará
Convém observar que 1.o)
→
→
F e E são vetores de mesma direção.
|Q| E = K0 –––––– d2
– 95
FÍSICA BDE
O campo elétrico de uma esfera é análogo ao campo gravitacional de um planeta. Envolvendo o planeta, há um campo de forças dito "campo gravitacional". Se usarmos um objeto qualquer como "corpo de prova", o planeta o atrairá, transmitindolhe uma força gravitacional. Envolvendo uma esfera eletrizada, há um campo eletrostático. Se aproximarmos dela uma carga de prova, a esfera a atrairá (ou a repelirá), transmitindo-lhe uma força eletrostática. Tanto o gravitacional como o campo elétrico são campos de força.
6. MÓDULO OU INTENSIDADE DO VETOR CAMPO ELÉTRICO
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Observação A unidade provisória do campo eletrostático, no SI, é newton por coulomb.
→
2.a) Não devemos dizer que os vetores E da Fig. 6 estão "repelindo" os pontos P. Analogamente, eles não os estão atraindo na Fig. 7. →
3.a) O vetor campo elétrico E não é uma força, mas apenas uma representação simbólica de uma direção e um sentido de um agente transmissor de força.
7. SENTIDO DO VETOR CAMPO ELÉTRICO O seu sentido dependerá exclusivamente do sinal da "carga-fonte" (Q). a) Quando a "carga-fonte" Q for positiva, o campo elétrico será de afastamento. Os vetores campo elétrico apontarão "para fora", isto é, são centrífugos em relação à carga-fonte.
8. GRÁFICO DO CAMPO ELÉTRICO Variando-se a distância d, varia a intensidade E do vetor campo elétrico. O gráfico de E em função de d é um ramo de uma hipérbole cúbica, conforme indica a Fig. 8.
Fig.6 – Campo de afastamento para Q > 0.
b) Quando a "carga-fonte" Q for negativa, o campo elétrico será de aproximação. Os vetores campo elétrico apontarão para o centro da carga-fonte. FÍSICA BDE
Fig. 8.
Já o gráfico de E em função de d2 é um ramo de “hipérbole equilátera” (Fig. 9).
Fig. 7 – Campo de aproximação para Q < 0.
Observações →
1.a) Quando representamos um ponto P e um vetor E , é bom ressaltar que, mesmo não havendo carga em P, há um campo elétrico no local.
96 –
Fig. 9.