ESTENDER CEOS
Desenhos Pedro Proença Textículos Sóniantónia
Waf Books
São demasiado expansivas as cores. O que sayrá dellas se tornará num horto galante muito para além da devassidão.
As orquídeas dissimulam a noite e estemdem os çeos.
Não se pode emçarrar o homem numa só sabedoria, num só sabor, num só eco.
Rimam a destruir as ofegações da fala.
He sabedoria em frescas manhãs orientais.
O sabor do café é sabença do bom e do mau?
A simpreza do complexo he escarnyda pelo ignorante.
Desconfio do imutável, porque é variante empedernida do mutável.
Moro no torto, que é um horto.
Renasces na tua obra sem que lá estejas.
Descobrimo-nos larvas em vésperas de estrondosas metamorfoses.
Cuyda que hes livre asy furiosamente lavada e meticulosamente estendida.
Estende, na corda da lyra, a tua roupa.
A paisagem exige uma exercitação suada.
O ardor da coussas também é um apartar.
O invisível tem como vocação conhecer?
Senhor, leixa-me no eco da tua euforia.
Treslado pera ti a lingua do vemtre.
A máquina do mundo vem do orgíaco preestabelecido.
Visitaçam de actor desamparado improvisando papéis inadequados chamados Epifanias.
Eu havia temor e reçeava-me desgastar em enunciações ostensivas – todas mynhas obras murmuram o presente na antiguidade e na pele.
O divino, e não o profundo, é pelo eriçando-se.
O que vejo no espelho não é um coraçam forte nem de gram fortaleza.
Traduções fieis que estão disseminadas em línguas ignotas.
Outras línguas, que não babélicas, prucuram urgente tradução.
Eram vistidos de comfussam, e explosivos.
A sabedoria que me sobe das tripas, como em Salamão.
Muito se teima nos lombos da indicibilidade amorosa,.
Fartaram-se minhas penas do teu preçário.
Teseu interroga-se: que farey com esta tusa?
O fogo do tigre destruirá as moradas daquelles que o tomam por gato.
Buscava tactilmente mapas que secam mãos.
Pela leveza fizeste-me forte.
Não precisas de podar as árvores do Parayso.
Ouve-me e mostrar-te-hey a divina risada.
Pede-se rigor amtre a inabilidade na intensidade.
Vai, sem reticências amorosas, na exaustão das leituras.
Insurrecta, acantona-se já fora das margens.
A glória é bem mais vaca do que baleia.
A rouquidão de que fuy nasçida.
Eu nam sou eu, sou a vemtura do amor sabiamente desatinado, desafinado.
Limgua de brasfemadores cuja saliva queyma.
Teu corpo busca os exageros da plenitude com e sem palavras.
Nomes são ossos.
Descartei-me da minha mudamça nas tuas danças.
Cada nome tem uma morfologia feita de outras palavras.
Os rostos pedem dias acompanhados com a altivez das harpas.
Habituamo-nos desde cedo a progredir nas barbas do inexacto.
A elisão, porca elisão, de lamber com cuspos versos..
Homem naçydo de molher vive hy a préhistória deste pequeno tempo.
Ca tu escreves com a honestidade amorosa do poejo?
Há quem queira levar o vemto para sua cassa.
Criaturas desossadas para exactos condimentos.
Em caldos de prosa ocultas a tua glória.
Dá colos aos meus estilos!
E em meus demtes trago a pasta de uma encardida emoção que me desespera da boca.
…para que sejas semelhante a um axioma porque desfaço eu as minhas carnes?
Calade-vos huum pouco onde se dissimulam os deuses.
E nos enrolam caligrafias com gozo.
Há um bestiário de semelhamças pera dar conta do Escomdido.
Hy prazerá a desesperante transparência paradisíaca.
As criaturas ascendem a uma mestiçada vemtura…
Pois eu, como orquídea, já viera molhada.
Um hiato nos devora, a disputar com Deos.
Cores traiçoeiras destruy-as!
Devassas incursões, que as esparge o vemto.
Fayscas de çimzas amadas.
A fidelidade ao tremor quebramta a minha carne.
E espavorecede, poemdo voso dedo cruel sobre as mais nobres relações.
E os que caçam ecos não precisam de matilhas de cães?
O ciúme segura a paixão como animada porta da morte.
É Durga a deusa que se desboca.
As feras farejam fábulas de taaes palavras em fossas.
Teimas de orquídea geram palavras vemtossas?
É o recôndito a plenitude?
Fresquíssima, és filha das mais recentes mutações.
Eriça-te como um ouriço no vemtre.
Este é o exílio que come a minha compaixão.
Condenei-me à mançebia envelhecendo.
Pecados de alegria húmida como o orvalho.
A humilhação que nos torna mais inaugurais que as antigas deusas.
Omde he a tua cumplicidade feroz com os desertos lunares?
Porque nos foy dada a luz tornamo-nos ainda mais mulheres.
…e a buscam com os espelhos do Inominável, grotesco alçar da cabeça pera tamger as nuvees.
Indignos para estátuas, mas adequados para gozo iproquita do que he semelhável ao sublime.
No tempo em que serpentes encarnavam em cegos adivinhos…
Muntas vezes é na corruçam que se alça a grandeza da alma.
Outrora as cobras eram mães de palavras.
A façe da espada fita o papiro.
Pois fuge a tua dor como um velho dançando.
…é a ambiguidade tentacular e torcida do real.
Quem dera a mym a terna acessibilidade mutua das serpentes enlaçadas…
As minhas amadas fingem-se infantes para mostrar logo suas carnes em chamas.
Negras as línguas em que se liquidifica a voz de Elohim.
Amerçeade-vos de mym e do amor cego.
Perecerás na teia de meus contos.
Pensas no Minotauro mas a deusa que urde tudo é a Aranha Cretense.
E sejam escurentadas com a escuridam arteira da consciência.
Desçimge lamentos como rebanhos?
As melodias acharam-se predadoras e desregularam o ventre.
E aquilo que dito e redito, fica por dizer.
Vozes que se expõem a perder a alma.
Tu es a minha vida que vem embrulhada em armadilhas.
Aqueles que sondam a plenitude animal com vergonha do seu pelo.
Ansiamos sonoros dilúvios com gregos sofismas.
As raizes são grãs canibais.
O feminino deslumbra-se com os laços.
Esta expansão de uma cosmética rude he a minha cassa.
Propago através de línguas brancas e reçebo através da pitonisa palpitante
A luz será trevossa nas suas barrocas teias.
O vácuo deflagra a cada instante.
É uma fala meu coyro.
E trabalhavam o mar de púrpura que he a imtiligemçia.
Serás em mim selva de ternuras e degelo.
O caule da caducidade dos coitos.
O fogo que rege o ventre.
Há plantas musculadas que provam o ouro.
Na inclemência das palavras fraguam fragmentos de nenhum todo.
Entregar-te-ás comtra mym socorrendo-te da retórica das desordens consentidas.
A arte é o descerramento dos sentidos com muyta fortaleza.
É na nuca que o Deos te bafeja.
O plácido pomar que retira os tapetes aos hieróglifos.
A pertinência dos paraísos desaparece no eco do génio.
Animais de suaves peles filosofais.
E averas muytas das mais insuspeitas coisas.
Semeia orquídeas utópicas em quintais atópicos.
Traduzo-me nos corpos. O orgasmo é a tradução do deos.
Palavras p’a larvas.
A sabedoria he tirada das coussas.
E tornaram ao silêncio e à retracção da noyte na cesta do dia.
Podem as nuvens ser o lugar do emtemdimemto?
Do maao e do cruel também colhemos os ruminantes desejos.
Rabbi Yosef respondeu: “tudo o que bloqueia as palavras de deus é Job respomdendo a Job resplandecendo em Job”.
Rabbi Eliezer disse: as estrelas sam limpas amte a oração.
A beleza? Alegre glosa da maliçia muyta.
A misiricordia é o membrar das enxutas emoções.
Coisas que estam ocultas na cabeleira das gargalhadas.
As amarguras de mynhas línguas estão demasiado atarefadas nas canseiras da alma.
Eu nam te perdoarey que não ponhas a tua lingua na monstruosidade da minha boca.
Rupturas que acabam em cançonetas.
Se me sofrer levarei o imferno com uns grandes cornos que me coroem a cabeleira.
As palavras abrem frutos de comoções que te aprestas a trincar para extraír a suculência.
E porém eu mesma me embaraço numa gravidês celeste.
este livro foi desenhado por Pedro Proença & paginado em Lisboa por John Rindpest em Dezembro de MMXX
Esttarei doravante atenta às perplexidades da natura.