A VACA

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A VACA

WAF BO OKS

BERNARDETE BETTENCOURT


© Bernardete Bettencourt © Waf Book


BERNARDETE BETTENCOURT

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a vac a |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| ||||||||||

WA F B O OKS



5.

10.

15.

20.

||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| ........................................................................... ........do deserto a coroa do deserto…… ....................o leão que nos busca entre flechas… ……………o talher que nos devora a boca… ...............[ratoeira de pó]—————— ******** palavras despidas de virilidade palavras ao sol no gozo das pétalas ao sol palavras à sombra das palmeiras de riso breve sobre seu principal varão o grande bebedor o que sorve todas as aguas .......................................... |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| |||||||||| ||||||||||

Paisagem devorante

Se atiras uma pedra à lagoa desfazes o espelho durante uns momentos

Frases que se encostam às margens como carraças

O Ritmo do Nada


35.

40.

45.

50.

quando ele saiu cá para fora para a luz que cose os barros ……… os potes ……… os tijolos ……… para fazer para fazer a recolha das palavras que contam das palavras que embalam de cabeleira ardente dos embalos que entrançam a verdade de enigmas ardentes dos suspiros que vagam nos tanques em barcas fulgentes —.—.—.—.—.—.— :::::::::::::::::::::::::::::::::: —.—.—.—.—.—.— :::::::::::::::::::::::::::::::::: —.—.—.—.—.—.— :::::::::::::::::::::::::::::::::: —.—.—.—.—.—.— ::::::::::::::::::::::::::::::::::

A sinceridade do Irrelevante

A maior revolução foi na Suméria

Escrever sem letras é uma evasão à evasão

A incerta palavra etecetera


55.

60.

65.

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havia cordeiros havia a lembrança dos cordeiros a lembrança dos talhantes dos cordeiros a lembrança do sangue no talhar os cordeiros ………………………………….... §§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§ ....................................................... dactilografava como se os cordeiros estivessem antes das vociferações das funduras que originam…. ……………………………….... )/( )/( )/( )/( )/( )/( )/( )/( )/( )/( )/( )/( .................................................... pescou na luz o que a luz fizera parir pescou na deusa a luz coada nos mamilos pescou no Abismo a luz mascarada de míngua

A liberdade de imprensa é a legitimidade da ofensa

Frases que se acumulam com medo de se repetirem

Cultivar só os jardins alheios

A citação é um abuso de confiança


75.

80.

85.

90.

a gente…… na sua acamada cona era notável...... na sua bordada cona era notável? na sua encrespada [========] Engana elogiou-se cheia do prazer em sua cona luxuriante ela elogiou-se, sim senhor cheia do prazer em sua cona bordejante ...................... ...................... olhou-a tocou-a # ó maravilha olhou-a tocou-a # ó maravilha olhou-a # maravilha # maravilha como um tambor cavo a ecoar no fundo das suas ternuras no gaveto das ganas no toque maravilhado da cona ............. ............. ............. ............. ............. .............

A sintaxe é uma ilusão que trai a descontinuidade da fala

A míopia é o resultado de uma maior intimidade consigo mesmo

A paisagem muda o clima que muda a paisagem


95.

100.

105.

110.

quando me puser com salamaleques ao senhor quando eu fizer o que tenho a fazer....….. algo no mínimo brilhante, quando eu o fizer com meus braços bonito, bem bonito quando eu o fizer com minhas pernas gloriosa quando eu…… que tenho que o fazer com minha língua quando eu o fizer com os meus dedos […………………] para aperfeiçoar, para dar uma esfrega nas coisas quando eu o fizer com meus cabelos com luxuriante gozo e gestos de deusa sim senhor quando eu o fizer exuberante, quem o diria? não é? mesmo exuberante… […] […] […] […] […] […] […] […] […] […] […] […] […] […] […]

frases que se destacam por atacarem

Temos que livrar a arte do serviço militar

Estudar o definhar das revoluções

Ler só as notas de rodapé


115.

120.

125.

130.

quando eu o fizer com toda a alegria e há-de pôr-se a brilhar é o mínimo dos mínimos quando eu o fizer com ainda mais alegria o retorno não o eterno retorno mas um retorno à mão de semear concreto como Odisseus regressando ao lar quando eu o fizer brilhante mesmo brilhante, faça o que fizer ……[?]…… quando eu o fizer ……[?]…… com gosto extremo puro estonteante ……[?]…… ≠ ……[?]…… ≠ ……[?]…… ≠ ……[?]…… ≠ ……[?]…… ≠

O modelo de legislação podia ser a gramática de Panini

A pátria é uma afinidade de afectos mais do que uma geografia ou língua

Palavras injustas que ficam justas


135.

140.

145.

150.

na cidade aleijada onde se busca o amor (a) na cidade das encruzilhadas onde refulgem as jóias (b) na cidade onde os caçadores mostram cabeças-animais (c) na cidade onde o meu bem espanta suas ternuras (d) # # # # # # ................................. # # # # # ................................. #

O martírio é sempre pela reputação

Uma educação secreta

Nascer é exilar-se da mãe

Ternura institucional


155.

160.

165.

170.

era nessa palavra que ela bolava dona de si ingente cevada a jardineira desdenhando a tartaruga desdenhando as flechas desdenhando belos paradoxos desdenhando cantos bêbados .......................... .......................... .......................... .......................... /|\/|\/|\/|\/|\/|\ /|\/|\/|\/|\/|\/|\ ***** /|\/|\/|\/|\/|\/|\ * * * * * °°° /|\/|\/|\/|\/|\/|\ * * * * * °°° /|\/|\/|\/|\/|\/|\ ***** /|\/|\/|\/|\/|\/|\ .......................... .......................... ƒƒƒ ..........................

Laio é uma tragédia de que Édipo e Jocasta estão inocentes

Evita a moral das ferramentas

O horto faz-se contra a paisagem


175.

180.

185.

190.

e assim dirigirei o que haja a dirigir as minhas etapas são etapas para cumprir ao Abismo no Obscuro a assim dirigirei minhas etapas a Aqui o Abismo no Obscuro e é claro que eu eu mesma lhe falarei com as minhas carnes com minha língua-fruto língua-livro e ele falante falará cochichará baixinho tossirá tossirá terá vergonha e tapará a face no Abismo, no Obscuro, nos lugares que varam e que teimamos em nomear =≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠ =≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠ |.|.|.|.| (º) =≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠ =≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠ |.|.|.|.| (ª) =≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠=≠

Pensar o Paraíso para evitar o terror e deus

Um Abismo que nos vomita

A harmonia namora a incongruência desde Heraclito


195.

200.

205.

210.

e eu mesmo falarei e cochicharei e tossirei com a face na face de Aqui no Abismo, no Obscuro :::::::::::::::::::::::: e então convidou-a sair disse que saísse com diligentes pés ah, ó Dama Engana ele é para mim..... que coisa……… até enerva............. que coisa……… * + * * + * * + * * + * * + * * + * * + * * + * * + * * + * * + *

O bom detalhe é ateísta. Deus está no bom do talho.

A ideia de posteridade leva à opressão de si mesmo

O tempo é um espectro que não se define


215.

220.

225.

230.

eu, Engana……eu sou a Dama Engana….. e ele é mesmo para mim……. querem-se querem-se abeirar do Abismo…….. hoje……… pessoalmente………desvairados o mais cedo possível de preferência hoje .... :=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=: :=:=:=:=:=:

A Natureza ama travestir-se

Gertrude Stein era a cabeça do casal

Datas que se evadem das artes

O Zigurat é o Labirinto


235.

240.

245.

250.

eu já cá o disse, olá se o disse, não arruídem de mansinho a terra é vasta não arruídem em vão o céu é vasto não arruídem orelhas o silêncio é vasto num pedido escrito e rescrito ao senhor Aqui como o óleo doce do cedro como o óleo que massaja vigorosas ancas e as nucas e as nádegas e os tornoselos……. ..................................................................... |====||====||====| ||___|||___|||___|| |====||====||====| ||___|||___|||___|| |====||====||====| ||___|||___|||___|| |====||====||====| ||___|||___|||___|| |====||====||====| ||___|||___|||___||

A ordem é uma desordem que ganhou peso

Uma anamnése que retrocede aos deuses

Jesus fala da eucaristia como de uma anamnése

Um estilo-sopa


255.

260.

265.

270.

ah, o senhor Aqui….. quem não tem vontade do senhor Aqui?...... para meu...... só para meu………. meu e meu e meu……… para naco fragmentário fissura minúscula greta quebradiço engenho …… …… …… …… …… …… …… …… *+**+**+**+**+* *+**+**+**+**+* *+**+**+**+**+* *+**+**+**+**+* *+**+**+**+**+* …… …… …… …… …… ……

A memória é ambulatória

Uma língua que nos desabita

Dados que pedem para ser baralhados

Impérios que com o stress se tornam senis


275.

280.

285.

290.

para Aqui, o senhor dos nós das cordas porei um perfume sagrado?…….. ainda há quem faça dessas perguntas…… nunca escapará…….. quem escapa?……. de mim…… de me… qualquer coisa……. que eu me estivesse nas tintas para ele que me teve o sexo no sexo em fúria de sexo …o sexo todo……todinho……todíssimo… que me teve o sexo no sexo em fúria de sexo …o sexo todo……todinho……todíssimo… o dia todo…. o sexo que não cessa ⏔⏔⏔⏔⏔ transbordante...................⏕⏕⏕ o sexo que não cessa ⏔⏔⏔⏔⏔ transbordante...................⏕⏕⏕ o sexo que não cessa ⏔⏔⏔⏔⏔ transbordante...................⏕⏕⏕

Enciclopédia a babelizar os deuses

Nele as intenções eram do progresso o excremento

Dada a impossibilidade da vanguarda tudo fica reaccionário


295.

300.

305.

310.

o sexo recurvo da Dama Engana… o novo noivo de Engana a sagrada o sexo recurvo e noivo da sagrada ⏃⏃⏃⏃⏃⏃ bela como uma vaca beleza entre as belezas ⇅ vaca de olhos sinceros de olhos de cão prodígio bovino isto é que é uma vaca ó grande festa! haverá algo mais prodigioso que uma vaca? ⊥⊥⊥ ⊥⊥⊥ ⊪ |⊪ |⊪ |⊪ |⊪ ⊪ |⊪ |⊪ |⊪ |⊪ ⊪ |⊪ |⊪ |⊪ |⊪ ⊪ |⊪ |⊪ |⊪ |⊪ ⊪ | ⊪ | ⊪ | ⊪ | ⊪ ⊯⊯⊯⊯⊯ ⊪ |⊪ |⊪ |⊪ |⊪ ⊪ |⊪ |⊪ |⊪ |⊪

Especializou-se em antologias de fraudes

Em que momento é que começamos a ter consciência de nós?

Perguntas que servem de papel de parede


315.

320.

325.

330.

e foi com Aqui com o Obscuro nesse dia….. o do conhecimento excepcional ∵ ∵ ∵ ∵ ∵ ∵ ∵ ∵ que sabem os poderes divinos? que sabem os poderes «tout cour»? nos céus e na terra…….[…] nas várzeas lavradas pelos grandes arados …naves onde pousam os abutres mulheres parindo nuas nas margens § ≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚ ≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚≚ ≚≚≚≚≚≚≚ ≚ ⊗⊗⊗…⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗…⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗…⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗…⊗⊗⊗ ⊗⊗⊗…⊗⊗⊗

Exageros insuficientes a encarnarem em letras

Uma esforográfica a imitar escrita cuneiforme

Autobiografia vocacionada para Museologia


335.

340.

345.

350.

da sua moradia ele adivinhou as intenções dos deuses……. Aqui o rei do Abismo…………….

Santidade hipersexuada

que bela veste de linho! que bela veste de linho! que belo pendão que bela espada que bela cinta que bela morte na lâmina virada a norte

Mortos que estão na fila para a vida

do seu terraço ele vislumbrou os preparos dos deuses Aqui o rei do Abismo que levava a Ira desembaínhada ……………. ⊳⊳⊳⊳⊳⊳⊳ ⊳⊴ ⊳⊴ ⊳⊴ ⊲⊲⊲⊲⊲⊲⊲ ⊵⊲ ⊵⊲ ⊵⊲ ⊲⊴⊳ ⊲⊴⊳ ⋉ ⊲⊴⊳ ⊲⊴⊳ ⋊

A geometria interroga o informe

O artista nu é voluntáriamente horroroso


355.

360.

365.

370.

antes Engana a sagrada a Dama já se abeirara seis varas do Abismo ……. e no Obscuro soube tudo sobre seus engenhos o raio de Aqui raios partam Aqui ah Aqui [Aqui] ++++++++++++++ ++++++++++++++ ++++++++++++++ e Aqui a seu homem, deu instruções: vinde meu homem escuta minhas palavras antes que as larvas nos levem sem reparo antes que a escuridão se agrave sem reparo antes que nos talhem as vidas sem reparo ++++++++++++++ ++++++++++++++

Palavras que se esforçam para não serem ditas

Frases que nos fazem odiar melhor

Frases que levam o munda a comer-nos

Sou rescrito em melhor pelos meus personagens


375.

380.

385.

390.

…………………........................................................ ...... a terra inteira............. golpeada……. o palácio era...... gordo pavor………. devastamento… Dejectos que se ... espalhado rápidamente ........................................... tornam ouro entre as casas mui altas……fumegante…................... onde se fidelizam os desastres arrancados aos astros... Ulisses, entre o ................................................................................... complicado nos lugares abandonados o desenrascado nos vergéis abanados e o trapalhão nos bordéis dos embaucados corpos-sacos trapos pó ⌂ A fé como uma ⌒⌒⌒⌒⌒⌒⌒⌒⌒⌒⌒ chantagem ⌒—⌒—⌒—⌒—⌒—⌒ hipnótica ⌣--⌣--⌣--⌣--⌣--⌣--⌣--⌣ ⌒—⌒ ⌒—⌒ ⌒—⌒ ⌒⌒⌒⌒⌒⌒⌒⌒⌒⌒⌒ O culto da obra ⌒—⌒—⌒—⌒—⌒—⌒ é mumificação ⌣--⌣--⌣--⌣--⌣--⌣--⌣--⌣ ⌒—⌒ ⌒—⌒ ⌒—⌒


395.

400.

405.

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os povos foram negramente espargidos............ onde se cruzam os rios....... onde se embuscam os banidos as cidades foram destruídas destruídas todas onde se cruzam os rios onde cães lambem feridos era mais do que certo…… os povos foram surpresos por trovoadas de fogo…… onde se cruzam os rios onde mortos descem frios ⊕ ⊍-⊍-⊍-⊍-⊍ ⊍-⊍-⊍-⊍-⊍ ⊍-⊍-⊍-⊍-⊍ ⊍-⊍-⊍-⊍-⊍ ⊍-⊍-⊍-⊍-⊍ ⊍-⊍-⊍-⊍-⊍ ⊍-⊍-⊍-⊍-⊍ ⊕⊕ ⊕⊕

Musas-Múmias

O Paraíso é uma forma de elitismo

Obras de arte que crescem depois de mortas

Poemas que te vomitam

Profanar as consagrações


415.

420.

425.

430.

era um pânico dos diabos……. o mal veio ao de cima do Montanhoso e dizimaram-se os rebanhos…… … a confiança foi-se……… ………………………… já tinham dado o que tinham para dar…….. o que deveria passar de modo afastado……. ↷ fez Casa Grande pastor de confiança passagem ausente…… fez o pastor de confiança um passar afastado…… tinha alterado suas palavras de tão ausente sagradas palavras completamente...... ⇅ ≈≈≈≈≈≈≈≈ ⇅ ≓≓≓≓≓≓≓≓ ⇅ ≈≈≈≈≈≈≈≈ (⋈) ⇅ ≓≓≓≓≓≓≓≓ ⇅ ≈≈≈≈≈≈≈≈ ⇅ ≓≓≓≓≓≓≓≓

Livros mentais que nunca saiem da cabeça

Móveis que contêm casas

Casas que contêm bairros

Uma pintura onde se pode perfeitamente morar


435.

440.

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450.

tornou-se vazio, e porque não dizê-lo com todas as letras, traidor…………..temível……leve… Casa Grande, pastor ausente de palavras passadas já não lhe podemos confiar […( )…] […( )…] Em-Mil baralhara os nós decretados dos destinos……… ……………………………………………… […( )…] […( )…] […( )…] […( )…] […( )…] […( )…] […( )…] […( )…] […( )…] […( )…]

Ferramentas de incomunicação

Negócios cegos

Partes que degeneram o todo

A pergunta foi tão fundo que chegou ao outro lado do mundo


455.

460.

465.

470.

Nem-Má começou um lamento nela....... Nem-Má começara o começar lamentos e tinha uma cava voz de lamentos….. ººº os lamentos eram mais lamentos em Nem-Má os lamentos lamentavam-se para e por Nem-Má as preces desciam às covas às mudas covas onde não há murmúrios nem cobras para ti XXXXX onde secam as palavras para ti XXXXX onde se extinguem as intenções para ti XXXXX onde os poderes definham para ti XXXXX onde a solidão cose a boca dos mortos para ti XXXXX

Variantes exóticas da intimidade

Questões que desafogam

Escolios que avacalham sériamente

Um livro que vive na vulva


475.

480.

485.

490.

Aqui fechou a porta grande do Obscuro Nu-Mudo retirou-se para seu quarto de dormir e jejuou jejuou com um saco na cabeça em seu zenith de portas trancadas em seu quarto fosco sem luz (⊽) e o vento esfregou muralhas e a areia açoitou estevas e urzes e as palmeiras descabelaram (⊽) ||⊽↴⊽|| ⊽↴⊽|| ||⊽↴⊽|| ⊽↴⊽|| ............................ ............................ ||⊽↴⊽|| ⊽↴⊽|| ||⊽↴⊽|| ⊽↴⊽|| ............................ ............................ ||⊽↴⊽|| ⊽↴⊽|| ||⊽↴⊽|| ⊽↴⊽||

Imperfeições que são perfeições de perfeições

Um sorriso que dá estalos

Uma Arte para Nunca Mais

Um agora eternamente adiado


495.

500.

505.

510.

Engana tossiu...... nas palavras…… nas tumescidas sílabas nos sinais encardidos nas tábuas nos presságios augurados nas tripas .............................................................. um Enviado adiantou-se no céu……….. e o dia estava cheio da mais descabida ternura a mãe……… estava ali mesmo a mãe……… ⇉⇉⇉⇉⇉⇉⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉⇉⇉⇉⇉⇉⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉⇉⇉⇉⇉⇉⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉⇉⇉⇉⇉⇉⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉⇉⇉⇉⇉⇉⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉ ⇉

Vários apocalipses em elipses ou a conta-gotas

O anti-poético como variante do poético

Vestia-se de lua

A assinatura perseguia-o

Era um moderno atrasado


515.

520.

525.

530.

já não podia ser a mãe………. já não regava o cravo já não colhia a menta já não mexia a panela já não abraçava os filhos a miserável mãe…….. por causa de um terrível filho… … mãe do rei……… Nenhures… ….uma santa…… e gritava: oh meu coração! oh meu pardo coração! oh como apodrece meu pardo coração! devido aos destinos decretados pelo O-Que-Manda……. … ……………………………… ……………………………… | nnnn | nnnn | nnnn | nnnn | | nnnn | nnnn | nnnn | nnnn | | nnnn | nnnn | nnnn | nnnn |

Ressurreições literais

É impossível uma autobiografia completa

Máscaras que competem com os mascarados

Cada palavra é um palimpsesto


535.

540.

545.

550.

………………………………………………… porque se fêz o apascentador de gados desconfiável na distância? ⋽ afastado, chorou amargamente no quadrado largo que era o lugar da consolação dos difíceis dos abandonados dos humilhados dos poucos…. ⋐⋐⋐ ⋐⋐⋐ seu sono doce não veio mais aos povos………. cuja felicidade....……. ………………………enegrecia …………………………………… ≣ ≣ ≣ ≣ ≣ ≣ ....................................................... ≣ ≣ ≣ ≣ ≣ ≣ ⋐⋐⋐ ⋐⋐⋐ ⋐⋐⋐

A matemática da des-desconstrução

As coisas começaram antes da Suméria mas ninguém antes as anotou

Criar propensões poéticas em lugar de poemas


555.

560.

565.

570.

passaram esse tempo em lamentações….. lamentações sobre o guardador dos altos cornos sobre o confiável arrastador de manadas o que tinha sido arrebatado….. o que tinha sido afastado…… o que se fora no fio do fado ……………………………… ……………………………… ∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢ ……………………………… ……………………………… ∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢ ……………………………… ……………………………… ∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢ ……………………………… ……………………………… ∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢∢ ……………………………… ………………………………

Gosto de sentir para lá do meu corpo

Um sublime minúsculo

Limpar rosas com o cu

Traduções que emigram

Uma religião céptica


575.

580.

585.

590.

…a inundação foi enchente nos canais e aquele que os corria e os repara o zelador dos canais dos vastos vastos canais também se afogara…… ⊙⊙ a cevada arrebentara, acumulava-se jazida esbanjara-se nas terras feridas pelos arados ensopara-se apodrecera nos fétidos juncais esfarelara-se entre moscas ratos chacais…… …a vida da terra, despejada inundada……. ⊥⊥⊥ e para os fazendeiros em seus campos férteis foram mínguadas as colheitas e houve secura nas línguas e houve mortes na boca das crias e as tetas feneceram sobre ventres inchados ⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒ ⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒ ⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒⋒

O divino como recusa

Textos sagrados que nos deixam sujos

Mortos que lavam vivos

Livros que lutam com outros livros


595.

600.

605.

610.

O-que-doi senhor das vales e das valas e das levadas, removeu os vales e as valas de Casa Grande enquanto a inteligência se enlameava …………………………… ⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋ [!!!] na terra perdeu-se o rasto do deus o deus dos lírios o deus dos auroques o deus da doce estação o deus da harpa que ebulia e bailava …………………………… ⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋ …………………………… ⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋ …………………………… ⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋ …………………………… ⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋⇋

Substituir o sangue por tinta de impressão

Aranhas que se alimentam de cobras

Obra, dobra, cobra, sobra

Um Museu de oráculos


615.

620.

625.

630.

o alimento fino tornou-se escasso nas planícies não brotaram ervas que as atapetassem luxuriantemente jamais……….nunca mais……… nunca mais elas cresceram………… as plantas atapetantes……… ……..nem as devoraram as vacas na sua exuberância bovina...... §…÷…§ §…±…§ §…x…§ §…|…§ §…÷…§ §…±…§ §…x…§ §…|…§ §…÷…§ §…±…§ §…x…§ §…|…§

Uma aura que se reproduz eletrónicamente

Pastilha para a eclosão poética

Medições do peso da fama

Um barroco liso?


635.

640.

645.

650.

todo o gado que pena nos vales todas as manadas todas as grandes manadas foram destruídas dizimadas dizimadas e as vacas esmagadas amargamente esmagadas amargas pelo peso pesado do sol pelo pusilânime peso prensado pelo sol ∽∽∽∽∽∽∽∽∽∽∽ ....|....|....|....|....|....|....|....|

∽∽∽∽∽∽∽∽∽∽∽ ....|....|....|....|....|....|....|....|

∽∽∽∽∽∽∽∽∽∽∽ ....|....|....|....|....|....|....|....|

∽∽∽∽∽∽∽∽∽∽∽ ....|....|....|....|....|....|....|....|

Criar um túnel entre o consciente e o inconsciente onde se possam ligar os faróis

As primeiras últimas vezes

Uma amnésia que se julga anamnése

Uma pedagogia auto-irónica


655.

660.

665.

670.

ó sábio arrastador de altos cornos não deste ordens nenhumas nenhumas nem na batalha nem no combate……… § ó nosso rei, advogado dos divinos ó nosso ornamento estás doente e as raízes adoeçem em tua dor e as raízes morrem pela tua dor § ó Suma-Semente advogado dos homens murados pilão dos povos ó fama dos que se ajuntavam no cais fodedor das servas de Engana ajuntador de ardis e enigmas .............................. § § .............................. § § ...............................

A minha personalidade é um híbrido mal-amanhado

Há outros Universos a irritar o nosso

Comprar a fama a crédito


675.

680.

685.

690.

o líder dos homens murados o devorador de tâmaras o acumulador de sementes o garanhão esfaimado encontra-se doente… suas mãos que se habituaram a agarrar bestas de cornos já não as podem agarrar jamais jamais ⇶ | ⇶ |⇶ |⇶ | ⇶ | ⇶ |⇶ |⇶ | ⇶ | ⇶ |⇶ |⇶ | ⇶ | ⇶ |⇶ |⇶ | ⇶ | ⇶ |⇶ |⇶ | ⇶ | ⇶ |⇶ |⇶ | ⇶ | ⇶ |⇶ |⇶ | ⇶ | ⇶ |⇶ |⇶ | ⇶ | ⇶ |⇶ |⇶ | ⇶ | ⇶ |⇶ |⇶ |

Punha pontos de interrogação em todos os dogmas

+ * ++ *** +.+ .... *.* +*+* :*:

A pontuação provoca sentidos instáveis

Textos que são um caos ortográfico


695.

700.

705.

710.

seus braços que estreitaram deusas putas donzelas já não as podem envolver jamais jamais …..seus pés...... não podem pisar o verdor das ervas jamais jamais que ele e eles se encontram doentes ........................................................………. {unununununununununun} ........................................................………. {unununununununununun} ........................................................………. {unununununununununun} ........................................................………. {unununununununununun} ........................................................………. {unununununununununun} ........................................................………. {unununununununununun}

O fardo das fardas (banal)

A falsa personalidade que nos muda

Ideias que nos andam a parir

A revolução é um pastiche do vulcão


O texto expande e comenta um poema da GREAT FAKE TRANSLATION escrito em 2004 & incluído no livro Comentários ao Apocalipse publicado em 2010 — é uma homenagem tardia ao Tablets de Armand Schwerner


Este Livro foi escrito e composto por Bernardete Bettencourt no final de Junho de 2018 e ĂŠ dedicado a todos o que andam por aĂ­ a arrebanhar belas frases



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