A Revista da Família Ano XLIII nº 71 OUTUBRO | NOVEMBRO | DEZEMBRO 2012
Adolescentes A hora da morte
Conversa franca e direta sobre sexo e sexualidade
Médico intensivista fala sobre os últimos segundos de vida de uma pessoa
O fracasso
Todos têm medo dele. Conheça os tipos e suas possíveis causas
Pornografia Saiba quais são suas fases e como lidar com este problema
Influência
Educando filhos para influenciarem e não serem influenciados
Doenças Casualidade ou castigo divino?
Natal
Liturgia, poesias e decoração
Deus, DIA DO MÚSICO EVANGÉLICO
música e vida Como conciliar o ministério e a profissão de músico
EDITORIAL
Compromisso com os
valores da Palavra SHEILA DE AMORIM SOUZA
"Anunciem comigo a sua grandeza; louvemos juntos o Senhor" (Sl 34.3). Costumamos levar conosco uma ou várias músicas que marcaram nossa vida. Normalmente, elas são gatilhos para diversas lembranças vivenciadas, sejam elas boas ou ruins. Minhas lembranças remotas com a música são de ir a Escola Dominical, ainda criança, e cantar no conjunto infantil. Depois, na adolescência, em outro grupo, onde o cuidado desses dirigentes era para que não tornássemos o nosso louvor em apresentação para a igreja ou para quem quer que estivesse ouvindo, mas em um compromisso com Deus e a sua Palavra. Hoje, ainda me lembro dessas recomendações e busco aplicá-las no conjunto coral de que participo e também no quarteto feminino. Confesso que não é uma tarefa fácil; é preciso vigiar. A música é um meio de expressar a fé que professamos e de levar a mensagem de Deus aos que precisam. Ela também influencia a vida espiritual porque, sem comunhão com Deus, a música se torna vazia. Hoje é muito comum ver artistas de música gospel se transformarem em pessoas inacessíveis rodeadas por assessores e estafes. Um problema comum pode estar nos referenciais desses músicos. A pergunta não deveria ser com quem queremos ser parecidos, mas se estamos seguindo o padrão bíblico que Deus tem para nós. Se entendermos que a música é um convite de Deus, nós a compreenderemos como um chamado para sermos usados por Ele, mesmo sendo imperfeitos. A Revista Alvorada ouviu músicos que estão fora do circuito “pop star” da música gospel para falarem de suas convicções e explicarem como administram esse ministério que, para alguns, é também profissão. Para o pastor e músico Carlos Manga, "o grande desafio na música cristã é não vender a sua alma. Há muitos músicos cristãos cobrando preços exorbitantes por suas participações. O lado ‘pop star’ de alguns está ficando ridículo". Essa situação só pode ser resolvida com o conhecimento da vida e obra de Jesus, trazendo-se os seus preceitos para a vida, a fim de que não nos percamos em conceitos distorcidos. Também nesta edição, entre tantos assuntos interessantes e relevantes, temos: uma entrevista com um médico intensivista sobre os últimos segundos de vida de uma pessoa; os tipos de fracassos e como superá-los; uma conversa bem franca sobre pornografia, sexo e sexualidade com adolescentes e como educá-los para influenciarem e não serem influenciados neste mundo, para que cresçam aprendendo a temer e a amar a Deus sobre todas as coisas. Nossa missão não é fácil. Jesus mesmo nos advertiu sobre isso. Mas, se estivermos comprometidos com o Evangelho, encontraremos outras pessoas que trabalham para estender o Reino de Deus com seriedade e compromisso com os valores da Palavra do Senhor. E são esses os valores que nos leva a uma vida de "sucesso". Boa leitura e até 2013 com Cristo em nós, a essência! Sheila alvorada@ipib.org
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Prelúdio, dentro e fora da igreja, são necessários para uma vida espiritual sadia e focada na paz
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Doenças
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A hora da morte
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SUMÁRIO
Reflexão
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Casualidade ou castigo divino?
Pobreza
Qual tem sido o posicionamento da igreja moderna diante da injustiça que provoca a miséria, fome e agonia de milhões de seres humanos?
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Cristianismo
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Entrevista
Cristãos palestinos sofrem e perseveram por amor a fé
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Com o Rev. Sérgio Augusto de Queiroz
Para as crianças "O presente que nunca acaba". Versículo bíblico, dicas de brincadeiras, comportamento e muitas atividades
Médico intensivista fala sobre os últimos segundos de vida de uma pessoa
Psicanálise e Esperança O fracasso, quais seus tipos e como superá-lo
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Solidão
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Família
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Pornografia
A humanidade está a caminho do abismo da solidão, por mais que queira afirmar que não Falando abertamente sobre as mudanças que ocorrem em nossa vida e na sociedade em busca da felicidade Uma distorção da sexualidade.Conheça suas fases e como lidar com o problema
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Pais e filhos
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Consciência Negra
18 Pais e Filhos
Uma conversa franca sobre sexo e sexualidade com seus filhos adolescentes
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Educando filhos para influenciarem e não serem influenciados A história de vida de uma mulher negra e de grande valor
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CESE
A Campanha Primavera para a Vida, em sua 12ª edição, tem o tema “Justiça Ambiental na perspectiva de Direitos”
Reforma Protestante
A história e a importância de Zuínglio
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Dia do Músico
As convicções e explicações de músicos que exercem a atividade como ministério e profissão
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Dia de Ação de Graças
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Reflexão
Sugestão de liturgia e decoração para celebrar um tempo importante Restauração: Deus é capaz de nos olhar com esperança, não importando o nosso estado de degradação.
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Natal
Uma das datas mais significativa para os cristãos. Sugestões de liturgia, decoração e poesias
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Dia da Bíblia
Uma poesia para celebrar no 2º domingo de dezembro
Proclame,
um congresso de missões da IPIB
Alvorada A Revista da Familia
Órgão Oficial da Secretaria da Família da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil. Registrado, em 7/11/ 1974, no Instituto Nacional de Propriedade Industrial sob o n° 289 - CNPJ n° 62.815.279/0001-19 - Fundada em 3/2/1968 por Rev. Francisco de Morais, Maria Clemência Mourão Cintra Damlão, Isollna de Magalhães Venosa. Ministério da Comunicação: Rev. Wellington Barboza de Camargo. Secretário da Família: Rev. Alex Sandro dos Santos. Coordenadoria Nacional de Adultos: Ione Rodrigues Martins e Odair Martins. Coordenadoria Nacional do Umpismo: André Lima. Coordenadoria Nacional de Adolescentes: Rev. Rodolfo Franco Gois. Coordenadoria Nacional de Crianças: Rev. Rodrigo Gasque Jordan. Editora: Sheila de Amorim Souza. Revisor: Rev. Gerson Correia de Lacerda. Arte e Diagramação: Seiva D’Artes. Foto capa: Luciana Abrão. Fotos e ilustrações: Allison de Carvalho, Luciana Abrão, Fotolia, stock.xchng, brusheezy e dreamstimefree. Colaboraram nesta edição: Wanderlei de Mattos Júnior, Daniela Welte, Evandro Rodrigues, Dulce Vieira Franco de Souza, Alex Sandro dos Santos, Maria Emília Conceição, Daniel Dutra, Fernando Hessel, Fábio Ikedo, Leontino Farias dos Santos, Lídia Sendin, Marcos Kopeska, Marcelo Custódio Andrade, Reinaldo Montoza Briones, Vera Roberto, Diêgo Lôbo, Eduardo Galasso, Marcelo Peixoto, Tiago Nogueira, Fabiana Lopes de Souza, Cinira Barbosa Furtado do Nascimento, Carina Portela, Emerson Ricardo Pereira dos Reis, Valdomiro Pires de Oliveira. Redação: e-mail alvorada@ipib.org - Fone: (11) 2596-1903. Assinaturas na Editora Pendão Real - Rua da Consolação, 2121 -CEP 01301-100 - São Paulo/SP Fone/Fax (11) 3105-7773 - E-mail: atendimento@pendaoreal.com.br. Assinatura anual Individual (4 edições): R$37,00, acima de 10 assinantes R$ 33,00, para receber através do (a) agente ou R$ 55,00, para receber em casa. Número avulso: R$ 9,50. Depósito no Banco Bradesco - Agência 095-7 - Conta Corrente 174.872-6. Tiragem: 2500 exemplares. Os artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista. Permitida a reprodução de matéria aqui publicada, desde que citada a fonte.
REFLEXÃO
Prelúdio
Vida focada na paz EZEQUIEL LUZ
“Deixo-vos a paz, a minha paz vou dou; não vô-la dou como a dá o mundo” (Jo 14.27). Quando vou visitar meus irmãos e parentes em Blumenau, sou atraído a participar do culto em português em uma Igreja Luterana, situada no alto de um morro no centro da cidade. Ela possui um templo no estilo gótico, construído na segunda metade do século XIX. Chego cedo, subo a escada que dá acesso à entrada contemplando a arquitetura, entro e sou dominado por um silêncio que me dá uma sensação da presença de Deus. Sento-me, olho para belo teto do santuário, para a mesa da comunhão, para o púlpito do lado direito de quem entra, para a pia batismal e, depois, corro meus olhos pelo boletim, pela liturgia, leio um texto bíblico e fico meditando na grandeza de Deus, embalado por uma música suave que sai de um órgão de tubos. Esse período é chamado de prelúdio. Prelúdio é uma apresentação, um ato introdutório que antecede e antecipa o acontecimento principal e mais importante que está por vir. Na igreja, é um momento de preparação para o culto a Deus. Infelizmente, muitas igrejas modernas não priorizam a experiência do prelúdio. O fiel chega ao templo, que mais se parece com um clube social com gente conversando e se cumprimentando. O grupo de louvor executa uma música agitada e, em pouco tempo, todos estão cantando, levantando as mãos, pulando, dançando. Não se tem tempo para acalmar o coração; ao contrário, o culto é dominado por intensos estímulos projetados para manter a atenção das pessoas. Não quero dizer que somente uma reflexão silenciosa, dentro de um ambiente emoldurado por uma bela arquitetura, com uma música adorável ao fundo é o auge da experiência religiosa. Quero dizer que a prática do prelúdio é necessária para nos desligar das preocupações do cotidiano e nos preparar para o ato de culto. Além disso, a prática do prelúdio é um meio para conduzir-nos a um tipo de vida diferente, a vida que Deus desejou para nós, a vida focada na paz. O inimigo contemporâneo da paz é a busca intensa pelo prazer. Durante a semana, somos bombardeados pelas mais diversas mensagens estimulando a busca do prazer. Os estilos modernos de adoração e práticas espirituais, quando não são acompanhados de momentos contemplativos e de meditação, podem contribuir para uma vida que dependa sempre de injeções de estímulos. Há muita gente viciada, buscando estímulos cada vez maiores. Mas esses mesmos estímulos sequestram a sensação de prazer, produzindo desânimo com o que é ordinário, natural, corriqueiro e simples. Portanto, amados, os prelúdios dentro e fora da igreja e tudo o que eles representam – serenidade, harmonia, paz, foco na presença de Deus – são necessários para uma vida espiritual sadia e focada na paz. O Rev. Ezequiel é pastor da IPI Betesda, em Dourados, MS
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Alvorada 3
A VOZ DO CORAÇÃO
Doenças: MARCOS KOPESKA
Epicuro, filósofo da Grécia Antiga, tentou entender Deus a partir do sofrimento humano: "Deus ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto, nem sequer é Deus. Se pode e quer, que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então existência dos males? Por que razão é que não os impede?" A filosofia epicurista não me faz duvidar de Deus, apenas reflete, de forma arquitetada, o egocentrismo infantil e utópico do ser humano, querendo passar pela vida sem qualquer ônus, perda ou pesar. Algo impossível para nós, mortais, finitos e temporais. Aliás, não somente Epicuro e os amigos de Jó interpretaram a doença a partir da existência ou justiça de Deus. Há um livro, ainda não traduzido, “Teorias Sobre as Doenças”, que traz a pesquisa feita em 139 culturas, das quais 135 interpretam as enfermidades como castigo divino. Trata-se da mistificação das doenças, as quais nossos antepassados julgavam como um fenômeno "sobrenatural", ou seja, além da sua compreensão do mundo, superada, posteriormente, pela teoria de que a doença era um fato decorrente das alterações ambientais no
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meio físico e concreto em que o ser humano vivia. Portanto, saúde e doença são estados de um mesmo processo, composto por fatores biológicos, econômicos, culturais e sociais. Conta-se que uma avó, desejosa de conversar com sua neta, ligou para sua casa. Um bisneto atendeu ao telefonema e ela perguntou por que ele estava em casa e não no colégio. Ele respondeu: "Vó, estou descansando no Senhor". Em outras palavras, ele estava doente, mas, por causa da convicção religiosa dos pais, não podia admitir que estava doente, pois uma doença, para eles, significava pecado na vida. Acontece que doenças ou enfermidades não são castigos divinos, reflexo da falta de fé, sinais pecados na vida ou indicativos de negligência na comunhão com Deus. São fatos inerentes à nossa frágil humanidade e débil existência. Nós, que confiamos na soberania de Deus, vamos além. Cremos que as enfermidades podem, inclusive, ser instrumentos de Deus para nossa sedimentação emocional e espiritual. Você conhece uma árvore chamada carvalho? Pois é, esta árvore é usada pelos geólogos e botânicos como medidor de catástrofes naturais do ambiente. Quando querem saber o índice de temporais e tempestades ocorridas numa determinada floresta, eles observam logo o carvalho, que naturalmente é a árvore que mais absorve as conseqüências de temporais. Quanto mais temporais e tempesta-
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casualidade ou
castigo
divino?
des o carvalho enfrenta, mais forte ele fica. Suas raízes se aprofundam mais no solo e seu caule se torna mais robusto, sendo quase impossível ser arrancado ou derrubado pelos vendavais. Mas não pense que os cientistas precisam fazer essas análises todas para saber isso. Basta apenas olharem para o carvalho. Para absorver as conseqüências da tempestade, a robusta árvore assume uma aparência disforme, como se realmente tivesse feito muita força. Muitas vezes uma aparência triste. Cada tempestade para o carvalho é um desafio a ser vencido e não uma ameaça. Numa grande tempestade, muitas árvores são arrancadas, mas o carvalho permanece firme. Assim somos nós. Devemos tirar proveito das situações contrárias à nossa vida e ficar mais fortes. Um pouco marcados, talvez. Com a aparência abatida, mas fortes! Raízes profundas! O apóstolo Paulo escrevendo aos cristãos, na ante-sala do martírio em Roma, anima-os: "E não somente isso, mas nos gloriemos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde" (Rm 5.3-5). Pense nisso! O Rev. Marcos, integrante do Conselho de Envio da MIAF (Missões para o Interior da África), é autor de 12 livros, articulista, também integra a Secretaria de Ação Pastoral da IPIB. É pastor de 3ª IPI de Marília, SP
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REFLEXÃO
EXCLUSIVO:
A hora da morte! FERNANDO HESSEL
A Revista Alvorada entrevista um importante médico intensivista sobre os últimos segundos de vida de um indivíduo.
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Este pode ser um dos maiores desafios da humanidade e da comunidade científica. Saber o que realmente acontece depois da morte ainda é motivo de muitos estudos e especulações de muitas religiões. Qual seria o comportamento da alma quando ela deixa o corpo? Sabemos que isto é mistério já descrito nas Sagradas Escrituras. O minuto que antecede à perda do fôlego da vida é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores medos dos seres humanos. Especialistas afirmam que o medo de morrer é o
arrependimento inconsciente daquilo que não se aproveitou durante a infância e a juventude. O medo da morte é o resultado de uma vida não vivida. Por isso, muitas pessoas, quando passam dos 50 anos de idade, começam uma corrida desenfreada de cirurgias plásticas e exercícios físicos; tudo isso para a busca de uma fórmula do rejuvenescimento. O fato é que a idade avança e, mesmo com a ciência da medicina ortomolecular, o nosso corpo vai se enfraquecendo e, infelizmente, somos obrigados a lidar com a possibilidade da perda. Esta medicina visa diagnosticar cada célula do corpo humano e descobrir através dela doenças futuras que podem ser fatais. Os médicos ortomoleculares analisam, através de uma gota de sangue, as estruturas do material coagulado. Dependendo da coloração e dispersão das células na lâmina, eles conseguem ali traçar um perfil do paciente e, dependendo disso, passam por uma série de análises clínicas para interromper o envelhecimento. No laboratório de genética da USP (Universidade de São Paulo), já são feitos testes com sangue umbilical de be-
bês, ainda no ventre da mãe, que desvendam as doenças que estão propensos a desencadear com o avanço da idade. As aflições quanto ao nosso destino marcam os enormes índices de depressão. Além do passado mal resolvido, a falta de perspectiva e o desconhecimento daquilo que vem pela frente fazem com que as pessoas se afundem cada vez mais em remédios controlados. Estes remédios têm a sua devida importância, mas acompanhados de terapias ocupacionais ou psicológicas. Constata-se que os remédios por si só não resolvem a situação de medo; os próprios médicos recomendam a busca de atividades e até de Deus na vida do paciente para vencer esta barreira. Mas o que dizem os médicos que trabalham numa unidade de terapia intensiva? A equipe da Revista Alvorada teve acesso a um dos mais importantes médicos especialistas em “ressuscitação” de pacientes em estado de quase morte. O Dr. Luciano de Castro é formado pelo Instituto Superior de Ciências Médicas de Santiago de Cuba, em 2002, e pós-graduado em medicina intensiva pelo Instituto de Ensino e
O medo da morte é o resultado de uma vida não vivida. Por isso, muitas pessoas, quando passam dos 50 anos de idade, começam uma corrida desenfreada de cirurgias plásticas e exercícios físicos; tudo isso para a busca de uma fórmula do rejuvenescimento. A Revista da Família
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Fernando e o médico Luciano de Castro
Pesquisa do Hospital Sírio Libanês, no início de 2006. Durante a nossa entrevista, ele contou diversas histórias de pacientes em estado crítico de vida e seus últimos minutos de fôlego. Para ele, alguns pacientes têm plena consciência de que estão morrendo, sendo a dor o maior indicativo do fim da vida. Outros não sentem a dor da morte. Muitas pessoas, que sofrem de doenças de longa duração, acabam se acostumando com aquela realidade e convivem teoricamente bem com aquele mal e, quando chegam aos últimos minutos de vida, o suspiro acaba sendo quase imperceptível. Para o Dr. Luciano, diferentemente daquilo que muitos pensam, uma morte por parada cardíaca ou AVC, dependendo da área cerebral atingida, causa muita dor ao paciente. São poucos os organismos que conseguem liberar endorfina no sangue que poderia amenizar esta dor e transformá-la em sensações de prazer na pré-morte. Durante muito tempo, ouvimos falar de pacientes que conseguem prolongar um determinado tempo de vida num leito hospitalar e comandar o momento de morte. Um comportamento ainda muito estudado pelos psiquiatras e neurologistas é este poder de comando do cérebro na vida de um indivíduo. Neste tema ainda não há consenso. “É muito comum pacientes, 8 Alvorada
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no momento que antecede a morte, quererem ver um familiar. Isso é algo curioso e real. Já presenciei muitos casos destes. Mas há também aqueles que dispensam este momento e partem deste mundo”, confirma o Dr. Luciano. Muitos pacientes relatam que estão sentindo a chegada do final da vida, mas, por algum motivo e limitação, não conseguem explicar melhor de onde vem esta percepção. “Deve existir algum fator espiritual que dê este indicativo, mas nós, muitas vezes, não entendemos este tipo de comportamento”, ressalta o médico. O médico intensivista não gosta de usar o termo ressuscitar ao ser perguntado sobre esta profissão que teoricamente devolve a vida a inúmeras pessoas em estado crítico. Ele prefere a palavra reanimação. Ressuscitar está muito acima daquilo que um médico pode fazer por um paciente. Reanimar uma pessoa quando tudo parece estar perdido é infinitamente prazeroso; diversas experiências foram relatadas durante o nosso bate-papo no consultório; tanto jornalista e médico se emocionaram. Uma delas foi a história de uma criança de oito meses que estava na rua com a mãe e sofreu um choque anafilático. O garoto foi levado imediatamente ao hospital público, onde o médico estava de plantão no pronto socorro. A mãe, segundo o relato nº 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
O médico intensivista não gosta de usar o termo ressuscitar ao ser perguntado sobre esta profissão que teoricamente devolve a vida a inúmeras pessoas em estado crítico. Ele prefere a palavra reanimação. Ressuscitar está muito acima daquilo que um médico pode fazer por um paciente.
do Dr. Luciano, entregou o menino já desfalecido em suas mãos, virou as costas e saiu silenciosamente. Naquele pronto atendimento, todos os procedimentos foram realizados e conseguiram, depois de muito esforço, reanimar o bebê. “Os casos com crianças são os mais dramáticos, ainda mais quando se tem filhos, como eu. Aquela mãe, quando entregou o garotinho, parecia que estava transferindo uma responsabilidade e fizemos de tudo. Para ela, as esperanças já estavam perdidas pela forma como me deu o bebê. Mas, graças a Deus, recuperamos a vida daquele menino”, conta com os olhos avermelhados. Este, sem sombras de dúvidas, é um trabalho que deve ser realizado por prazer, pois tratar da vida afastando a possibilidade de morte é algo desafiador e que não pode ser executado por qualquer pessoa. A sensibilidade de um médico intensivista é tudo num diagnóstico. Comumente, encontramos relatos de pessoas que recebem atestado de óbito e que se levantam ou se mexem durante o velório. Isto acontece, segundo o Dr. Luciano, por erro médico na avaliação clínica dos pacientes. Existem pessoas que diminuem drasticamente os batimentos cardíacos e respostas cerebrais. Se o médico não for experiente durante a observação, cairá neste tipo de falha considerada gravíssima. Há casos nos quais tudo para num paciente, que volta, depois de um período. O Dr. Luciano adota sempre um procedimento de aguardar 10 minutos, antes de desligar todos os aparelhos num paciente de UTI com sinais claros de óbito. Este tempo é considerado um período ideal, após todos os protocolos de óbito serem cumpridos. O médico afirma que já testemunhou diversos casos de restabelecimento de vida quase que imediato dos órgãos vitais do paciente neste tempo. “Talvez esta seja uma das chances de nós, médicos, nos aproximarmos mais de
Deus. É um sentimento de heroísmo, mas não podemos dizer que ressuscitamos alguém; você só está aproveitando o talento que Deus te deu para prolongar um pouco mais a vida daquele paciente”, reafirma o Dr. Luciano. Todos têm direito a uma morte digna, sem dor e sofrimento. Ao falar sobre a eutanásia, declarou-se contrário, mas entende que pode ser discutida. A matéria aprovada pelo Conselho Federal de Medicina é a ortotanásia, que é a morte natural sem interferência externa, evitando suportes extraordinários para a sobrevida de um paciente terminal. A distanásia é reprovada por boa parte da classe médica, pois obriga o médico a manter a vida do paciente em casos irreversíveis aos olhos clínicos. Alguns casos são conhecidos da ortotanásia no Brasil e no mundo, como o do papa João Paulo II, morto em 2005, e o do ex-governador de São Paulo, Mário Covas, que passaram os últimos momentos de vida recebendo cuidados para amenizar o sofrimento. Um caso que chamou muita atenção, pela luta contra a morte, foi o do ex-vice-presidente da República do Brasil, José Alencar. Os médicos, durante o final da vida de José Alencar, deram demonstrações de terem praticado a ortotanásia, pelo fato de chamarem a família no último dia de vida. A declaração de um dos médicos, Raul Cutait, durante uma coletiva de imprensa, reforça a ideia: “O José Alencar se despediu ao lado da família com conforto, sem dor e dormindo.” “Não tenho medo da morte; temo apenas a desonra.” A frase marcou a briga do ex-vice-presidente da República, após 18 longas cirurgias e inúmeros tratamentos para curar ou, ao menos, conter o câncer que encerrou sua vida. Enfim, estamos preparados para este momento? O Fernando é jornalista e membro da IPI de Palmas, TO
A Revista da Família
Oração durante a cirurgia ajuda na recuperação O Dr. Fábio Iekedo, médico formado pela UNIFESP, com residência e mestrado em reumatologia na UNIFESP, colaborador da Alvorada, realizou uma pesquisa duplo cega, randomizada (nem o pesquisador sabe quem está recebendo nem o paciente sabe quem está administrando), com um grupo controle, no Nebraska Medical Center, em Omaha, Nebraska, EUA, para verificar se, em uma situação considerada altamente estressante (cirurgia cardíaca), o fato do paciente ouvir alguma mensagem durante a anestesia geral poderia ajudar na recuperação após a cirurgia. Embora os resultados não tenham sido significativos, a prevalência de infecções na cicatriz cirúrgica foi 5 vezes maior no grupo controle (que não ouviu nada durante a cirurgia), em comparação com aqueles que ouviram um CD com uma oração ou com uma técnica de relaxamento para o intra-operatório. Os pacientes do grupo controle permaneceram, em média, 6.9 dias no hospital. Os que ouviram uma oração durante a cirurgia ficaram, em média, 5.6 dias, e os do grupo com relaxamento, 5.7 dias. O resumo da pesquisa foi publicado na revista inglesa Complementary Therapies in Clinical Practice. Visite o site do Dr. Fábio: http://www.coales.com.br
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PSICANÁLISE E ESPERANÇA
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O fracasso LEONTINO FARIAS DOS SANTOS
O problema do fracasso sempre inquietou a humanidade. Todos temos medo do fracasso; há os que não assumem o seu próprio fracasso. Nos relatos bíblicos sobre a criação, homem e mulher atribuíram ao outro a culpa pelo seu fracasso. Temos culpa pelo fracasso?
O que vem a ser o fracasso?
O fracasso pode ser uma sensação ou certeza de que algo não deu certo na vida pessoal, profissional ou institucional. Ele é parte do processo de quem tenta fazer ou aprender alguma coisa. Refere-se à condição de quem não atinge o desejado ou teme atingi-lo insatisfatoriamente. O indivíduo, para ser considerado fracassado, depende do contexto e do uso do conceito de fracasso. Assim, o que é considerado fracasso, para uns, necessariamente não seria, para outros. Uma pessoa pode ser tida como fracassada num contexto, mas um sucesso em outro.
Os tipos de fracasso
Com frequência, discute-se hoje o fracasso escolar, por exemplo. É um fenômeno de múltiplas causas, resultante de fatores históricos, sociais e econômicos em geral. Na Psicanálise, reconhece-se que se trata de algo complexo que envolve crianças que se vêem “impedidas” de aprender e progredir na escola, sem que saibam explicar a origem dessa dificuldade e que se limitam a dizer “eu tento, mas não consigo”, “eu não tenho culpa, é muito difícil”, entre outras frases! No tratamento desse fracasso, a criança precisa ter a garantia do direito de expressar suas angústias por meio de relatos imaginários, sob a forma de argumentos dramáticos (através de jogos e desenhos, entre outros), onde a escuta e as intervenções do analista levem à simbolização e conse-
quentemente à elaboração de seus conflitos. Geralmente a criança com fracasso escolar é encaminhada para um especialista através da escola, de um médico ou pela família, na expectativa de solução. A experiência tem mostrado, porém, que nem sempre as técnicas reeducativas aplicadas por algum especialista sem a devida habilitação dão o resultado que a família espera. Nenhum especialista pode desconhecer que a criança está relacionada com o inconsciente no qual há desejos reprimidos a partir de seu vínculo com os pais, com os conflitos familiares e outros relacionamentos nem sempre pacíficos para a vida interior da criança. Há muita coisa não dita pela criança (que está em seu inconsciente), que lhe causa angústia e que pode causar mal-estar mais profundo, impedindo o bom rendimento escolar. Um outro tipo de fracasso está relacionado à vida afetiva. Muitas vivências mal resolvidas na infância podem interferir no relacionamento conjugal, por exemplo. Quando o desenvolvimento emocional foi conturbado em fases anteriores, causando traumas na infância e adolescência, poderá determinar conflitos no relacionamento da pessoa com o sexo oposto ou consigo mesmo. Muitos complexos têm sua origem em falhas nesse desenvolvimento. Outros fracassos na vida profissional, na prática de esportes, estão relacionados a situações mal ou não resolvidas em certas fases da vida pessoal. Dificuldades com a auto-estima, a falta de autoconfiança, a ansiedade, o medo imaginário de fracassar, o perfeccionismo são fatores decisivos para que o fracasso aconteça.
Como superar o fracasso
A princípio, é fundamental a busca do autoconhecimento. Há situações na vida humana que resultam de problemas não resolvidos que
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estão dentro de nós. Desejos reprimidos, traumas de infância, vivências não resolvidas ou mal resolvidas ligadas ao desenvolvimento emocional, conscientes ou inconscientes, levam-nos a perder a confiança em possibilidades e a nos fixar em limitações, nem sempre reais. Sócrates, filósofo grego, desafiou seus interlocutores: “Conhece-te a ti mesmo”. A Psicologia, ao buscar resposta para a questão do comportamento humano, tem percebido, com a observação sistemática das pessoas, que elas pouco se conhecem. Para Skinner, quando uma pessoa se conhece melhor e se aprofunda nos porquês de sua existência, torna-se mais fácil acontecerem mudanças significativas em seu comportamento. Freud concluiu que nossas ações são direcionadas mais pelo que está registrado no inconsciente do que pelo que está na superfície – o consciente. No inconsciente estão nossas pulsões instintuais; nossas forças dinâmicas estão fora do controle da vontade. Nele estão nossos desejos reprimidos. Por conta das energias instintuais inconscientes é que, às vezes, somos levados a fazer coisas que não queríamos. Nossos conflitos emocionais geram atitudes limitadoras em nossa convivência pessoal e social, cujas causas desconhecemos. Nossos fracassos estariam relacionados a essas energias internas, que podem nos enfraquecer. Para não fracassar, é importante superar as neuroses. O autoconhecimento é caminho para essa superação porque nos ajuda a enfrentar situações internas traumáticas, conflitivas, impeditivas, inconscientes e buscar o sucesso almejado. Colocar para fora, numa experiência terapêutica, palavras, imagens e símbolos é básico para que ocorra a superação de limites. Do ponto de vista bíblico, a questão do autoconhecimento aparece no Novo Testamento. O apóstolo Paulo,recomendou que cada um se resolva diante de si e de Deus: “Examine-se a si mesmo” (1Co 11.28). Para ele, é assim que cada um deve habilitar-se para superar seus pecados! Outras alternativas têm sido apontadas para a superação do fracasso: saber que todos estão sujeitos ao fracasso; não personalizá-lo como algo apenas inerente a si próprio; saber que o fracasso também produz sucesso e dele aprender a beneficiar-se; acreditar em si mesmo; dar um passo de cada vez - tudo isso tem sido visto como caminho de superação. Essas alternativas até poderão ajudar. Mas, sem a busca de algo mais profundo, como o mergulho no inconsciente para identificar as verdadeiras causas, tudo poderá não passar de artifício . O Rev. Leontino é psicanalista e pastor na IPI do Alto de Vila Maria, São Paulo, SP
As possíveis causas do fracasso Vários fatores podem determinar o fracasso: Situações externas poderão gerar o fracasso - Problemas sociais (falta de assistência médica e psicológica, alimentação inadequada, moradias e serviços precários de água e esgoto) que atingem pessoas em situações desfavorecidas podem comprometer o desempenho do indivíduo na vida escolar, profissional, relações familiares, afetivas.
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Há situações internas e inconscientes que também podem ser determinantes do fracasso - Problemas morais, emocionais e psicológicos e até desejos inconscientes que não suportam a satisfação têm gerado fracasso. Reconheçamos, também, o medo de fracassar. Envolve pessoas com medo de rejeição e que temem ficar expostas ao ridículo. Associado a esse medo está o problema da auto-estima, algo freqüente, pois teme-se resultados negativos e, daí, a instabilidade emocional. A baixa auto-estima pode levar a alternativas de fuga como o uso de drogas, por exemplo. Acrescente-se aqui a baixa autoconfiança. Esta gera dificuldades para que um indivíduo alcance sucesso nas coisas que faz e acredita. Geralmente os que têm medo de fracassar também são ansiosos, inseguros, sentem-se desconfortáveis, extremamente preocupados. Sua insegurança emocional faz sofrer todo o corpo, com reações até vexatórias. Não confiam em si e têm dificuldades para acreditar nas possibilidades que lhe são oferecidas!
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Há pessoas que fracassam “diante da possibilidade do êxito”, até mesmo como autopunição, inconscientemente, por se sentirem culpadas por algum tipo de situação vivida na infância ou na adolescência, sem razão aparente. Neste caso, diz-se que a pessoa vive a “neurose do fracasso”, isto é, quando o indivíduo sente-se impossibilitado de tolerar a satisfação de seus próprios desejos. O fracasso como “medo do sucesso” ocorre em nível psíquico por inibições que podem levar o indivíduo à depressão, delírios e mesmo ocasionar acidentes, doenças graves e até mortais. Embora aparentemente paradoxal, essa situação é reconhecida por Freud, Ferenczi, Melanie Klein, Lacan, Bion, entre outros, quando se referem à lógica paradoxal e à noção de suplementariedade. Em outras palavras, significa que também vivemos entre paradoxos, onde desejos que conscientemente nos parecem óbvios nem sempre correspondem ao que realmente queremos. Escondidos em nosso inconsciente estão desejos reprimidos que poderiam explicar os nossos fracassos. Por exemplo, será que sempre queremos a cura para nossas enfermidades? Por isso, algumas vezes Jesus perguntou o óbvio aos enfermos: “Queres ser curado?” (Jo 5. 6), “Que queres que eu te faça?” (Lc 18. 41).
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COMPORTAMENTO
MARCELO CUSTÓDIO ANDRADE
Existe uma conspiração contra os seres humanos! Algo muito sutil está pairando em todos os ambientes. Onde quer que haja uma pessoa, ali está uma estratégia conspirando contra. Poucos têm percebido, poucos têm denunciado, porém faz-se necessário identificarmos, permitirmos a desconstrução e permitirmos a construção de contra-ataque. Eu e você estamos sendo ameaçados pela solidão. Algo extremamente difícil de ser vivido. Cada vez mais as pessoas estão se distanciando umas das outras. Já não conversamos pessoalmente. Se estamos frente a frente com alguém, dizemos: "Te mando um e-mail pra conversarmos sobre isso". A internet como meio de comunicação está contribuindo progressivamente para isso. Não saímos mais de casa para estar com as pessoas. Apenas acessamos o msn (programa de bate papo virtual) e todos estão ali. Muitas vezes, não estão realmente, pois nesse território, todos dizem que são o que lhes parece melhor. "Tenho 1,80, olhos azuis, 75kg, excelente pro-
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fissão, falo inglês, espanhol e francês. Não tenho problemas". Não é a figura da internet que me preocupa. A internet é um meio que apenas expressa o coração de cada pessoa, onde ela está. O fato é que todos têm tido a necessidade de ter uma proteção muito bem feita, um obstáculo insuperável, para que outros não invadam sua vida privada e particular. Afinal, "a vida é minha, dá licença". A questão da solidão está exatamente ligada ao fato de que hoje não se estabelecem raízes nos relacionamentos. Ninguém passa do nível primário do relacionamento, a aparência. E ai daquele que diante da pergunta: "Está tudo bem com você?", responder: "Sabe, não está não; estou precisando de ajuda; em casa as coisas estão assim, assim e assim; quero apenas poder desabafar; está muito difícil". Coitada dessa pessoa! Com quem será que poderá conversar numa terra de super-heróis? Ei, você está em lugar errado! A internet é lugar para pessoas perfeitas. Então poderá ouvir: "Me desculpe, a conexão caiu", "Vou precisar sair agora", "Depois a gente conversa". Quero afirmar que, se desejamos viver uma vida em abundância, precisamos ser transformados por Cristo. É através dele que podemos nos relacionar de maneira sadia. Em Cristo, não precisamos de proteção. Não precisamos temer que alguém toque em áreas de que não gostemos, porque ele, Cristo, já tocou e curou. O relacionamento é para Deus o alvo maior. "Se não tiver amor nada serei, tudo passará, mas o amor permanece para sempre." Porém o amor é para ser praticado entre as pessoas e Deus, e entre as pessoas com outras pessoas. Porém como amar se não sou amado? Dificilmente isso acontecerá. Deus nos amou primeiro. Ele demonstrou seu amor por nós enviando seu filho para sofrer e morrer por todos os seres humanos. Jesus é poder, muitas vezes invisível, que só recebe quem crer que ele existe.
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Que as pessoas me desculpem, mas o melhor que existe é um mistério e é para aqueles que creem no que não se vê, e que escorre pela mão dos que apenas creem no que vêm. Deus também pensou nessas pessoas e deixou toda a criação, tudo quanto existe, para dar testemunho dele, porém o passo seguinte é o invisível mais visível que tudo. Tenho um desejo grande de ver as pessoas se relacionarem verdadeiramente. Quero estar com pessoas que vivem sem medo de se relacionar, sem medo de abrir seu coração, sem ter a necessidade de utilizar obstáculos que me impedem de conhecê-la mais. Pois sei que, à medida que conheço pessoas, profundamente eu me conheço. Sei que, à medida que vivo relacionamentos verdadeiros e íntimos, estou vivendo as melhores coisas da vida. Esses relacionamentos me levam mais perto de Deus. Eu estou cansado de relacionamentos de mão única. Não quero estar constantemente apenas em uma direção. Eu quero relacionamentos de mão dupla, onde ambos compartilham a vida. E, quando isso acontece, é maravilhoso. Podem dar testemunhos aqueles que já tiveram momentos assim. Como é gostoso! É a própria existência humana em sua máxima de propósitos. É o ápice, é ponto maior, é nesse lugar que desejo estar. Que possamos identificar essa falta em nossa vida e permitir que Cristo desconstrua em nós o que o impede de construir em nós para termos relacionamentos vivos e sadios. Talvez você pergunte: Por que Jesus nisso? "Ele é o único capaz. Todos os caminhos estão fracassados, mas ele permanece inabalável em seus propósitos". Essa é uma causa urgente. A humanidade está a caminho do abismo da solidão, por mais que ela queira afirmar que não. A prática mostra o contrário. O Rev. Marcelo é pastor da 1ª IPI de São Paulo, SP
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DE 8 DEZEMBRO
DIA NACIONAL DA
FAMÍLIA
FAMÍLIA
Falando
abertamente REV. ALEX SANDRO DOS SANTOS
Quero falar um pouco sobre "Felicidade". Todos buscam a felicidade. Não há exceção para isso. É interessante notarmos que, em busca da felicidade, muitas pessoas se casam, ao mesmo tempo em que, em busca da mesma felicidade, outros se divorciam. Algumas experimentam drogas na expectativa de serem felizes. Outras buscam na conquista e no sexo a sensação de felicidade. A felicida-
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de é única, mas a perspectiva humana para encontrá-la é diferente. Muitas pessoas, por não serem ou não se sentirem felizes, descartam o que têm e desejam o que não possuem. Há uma busca intensa e angustiante pela felicidade. Neste ano, tive a oportunidade de conhecer a cidade de Belém do Pará. Fui levado pelos amigos ao Complexo do Ver-o-Peso. Entre barracas de roupas, artesanatos e açaí, o que mais me chamou a atenção foram as barracas em que algu-
Precisamos nos adaptar às mudanças que ocorrem em nossa vida e na sociedade. Se queremos viver felizes, precisamos buscar a alegria em Deus e ensinarmos os seus valores à nossa família e amigos. A felicidade é um caminho. Um caminho que trilhamos na presença de Deus. mas senhoras vendiam pequenos frascos de vidros cheios de líquidos de colorações diferentes. Cada um deles tinha uma suposta solução para os problemas: para conquistar seu amado; para tirar o mau olhado; para ganhar dinheiro. Curiosamente perguntei: Qual a senhora vende mais? Ela respondeu: O que traz a felicidade!!! Sabemos que não existe uma fórmula para a felicidade. Se houvesse, venderia tudo. Inclusive sabemos que alguns podem ter uma vida financeira equilibrada, mas não serem felizes. Outros podem possuir uma aparência que atenda aos padrões de estética da sociedade, mas, mesmo assim, serem infelizes. Até mesmo homens e mulheres que alcançaram projeção social e saíram do anonimato vivem solitários e infelizes. Todas essas conquistas humanas produzem euforia e satisfação em qualquer um de nós, mas jamais poderão ser confundidas com felicidade. A felicidade não pode ser minimizada a um mero sentimento de leveza e bem-estar causado por alguma circunstância agradável. Podemos definir a felicidade como "contentamento", que é a capacidade de estar satisfeito em qualquer circunstância. É a capacidade de se adaptar emocional e espiritualmente às mudanças. Para que essa adaptação ocorra, precisamos dedicar tempo a um relacionamento com Deus e também ao diálogo com outras pessoas. Várias pessoas participam do diálogo na caminhada de vida. Os diálogos podem ser francos e abertos ou truncados. Dialogamos com pessoas ajuizadas e desajuizadas. Nesse processo, não dá para saber o que vamos ouvir, mas podemos decidir quem iremos e queremos ouvir. É possível falar dos assun-
tos que nos interessam e fugirmos dos que nos constrangem, mesmo não sendo sábios. Muitos evitam falar sobre crises, dinheiro, sexo, drogas e outros assuntos, contudo, não se dão conta do mal que estão fazendo. Obviamente precisamos ter sensibilidade para saber a hora certa de abordar determinados assuntos e a melhor linguagem a ser usada com o membro da família. Lembro-me que, há dois anos, eu e minha esposa precisamos nos sentar com nossos filhos e falar com eles sobre sexualidade. Não foi fácil! Mas era preciso! A idade deles já exigia conhecimento, seus amigos já faziam piadas e brincadeiras com duplo sentido e, no currículo das apostilas, eles veriam em breve o sistema reprodutor. Nós sabíamos que, se não ensinássemos naquele momento, outros fariam e, talvez, com bases equivocadas. A bênção do sexo, o seu prazer, a necessidade da espera, as questões hormonais, o que é o homossexualismo e a pedofilia. Tudo! Sim, explicamos tudo! Aberta e francamente. Esclarecemos o assunto e nos dispusemos a falar sobre qualquer dúvida que um dia vierem a ter. Precisamos nos adaptar às mudanças que ocorrem em nossa vida e na sociedade. Se queremos viver felizes, precisamos buscar a alegria em Deus e ensinarmos os seus valores à nossa família e amigos. A felicidade é um caminho. Um caminho que trilhamos na presença de Deus. E, ao falarmos em caminho, precisamos nos lembrar das palavras de Jesus Cristo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6). Ele é o caminho da felicidade. O Rev. Alex, pastor da 1ª IPI de Machado, MG, é o secretário da Família da IPIB
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PAIS E FILHOS
Conversando (abertamente)
sexo e sexualidade sobre
com seus filhos adolescentes 18 Alvorada
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WANDERLEY DE MATTOS JÚNIOR
Se eu pudesse fazer uma representação gráfica aqui nesta revista do comportamento da maior parte dos pais e filhos adolescentes no que se refere ao diálogo franco e aberto sobre sexo e sexualidade, eu deixaria toda esta página em branco! É muito comum que a maior parte das informações, descobertas e resolução de dúvidas que surgem na cabeça dos adolescentes sobre sua sexualidade, quando esta começa a brotar, NÃO seja colhida em casa, mas, sim, sozinho, com amigos, na internet ou a partir de deduções e associações – nem sempre as mais sadias. Apesar de todos os avanços da sociedade rumo à quebra de tabus e preconceitos, falar sobre sexo com os filhos – ou os filhos falarem sobre sexo com seus pais – ainda é tabu: não se sabe bem o que dizer, até onde dizer, como iniciar, o que perguntar, o que deixar de falar, e assim por diante. Não é tarefa fácil. Pra ajudar (a complicar ainda mais!), existe o peso religioso que, em vez de ser libertador, pode, em muitos casos, ser um fator complicador para um diálogo verdadeiramente aberto e sadio sobre sexo. A Bíblia é um livro incrível. Revela o comportamento sexual de vários de seus personagens, bem como suas consequências, constrangimentos e desdobramentos. Mostra desde a brutalidade e o engano até o lirismo erótico de um
casal apaixonado (como o livro de Cantares – sim, ele fala de amor, sexo e paixão, do começo ao fim). Parece que Deus não tem muito problema em tratar desse assunto. Claro, a invenção foi dele – e não foi só para procriação – por favor!!! O problema mesmo está em nós – adultos! A primeira coisa que nos falta é a memória: lembrar como a descoberta da nossa própria sexualidade ocorreu conosco. O que de bom e de ruim sentimos e o porquê – assim podemos evitar que nossos filhos passem pelas mesmas tolices e autocensuras a que talvez tenhamos sido expostos. Talvez a melhor maneira de abordar o assunto da sexualidade com seus filhos adolescentes seja por meio da franqueza, sem censura. Se você puder suprimir a palavra “pecado” em sua abordagem inicial, já ajudará bastante a evitar traumas desnecessários – e inúteis. Aliás, esse é um dos problemas na forma como, muitas vezes, o assunto é tratado no contexto cristão. Alguém pergunta: Sexo é pecado? E você diz: Não, desde que seja dentro do casamento. Por que você acha que há tantos homens e mulheres frustrados(as) e travados(as) ados(as) sexualmente? Porque é muito complicado para a cabeça beça de qualquer pessoa, especialmencialmente na adolescência, elaborar como uma coisa gostosa sa pode ser pecado por anos até que, num dia, logo após uma ma cerimônia, de uma hora pra ra outra, deixa de ser pecado e passa a
ser bênção! A primeira informação é a que conta e, aí, podem se arrastar anos de vida sexual e afetiva aquém de toda a sua potencialidade porque conceitos legalistas e repressores de pecado foram inculcados na cabeça de adolescentes e crianças em sua fase de formação e elaboração, das quais podem não conseguir se livrar na fase adulta. É preciso que o adolescente entenda que seu corpo e suas sensações não são pecado, que fantasiar não é pecado, que a avalanche de desejo sexual que sente não é pecado e que fazer sexo não é pecado! O quêêêê???!!! Quer dizer que pode transar antes de casar?! Essa é sempre a pergunta! É preciso reposicionar o conceito de pecado em relação ao sexo, senão a garotada vai continuar se machucando na vida adulta por causa de repressões covardes e fundamentadas na hipocrisia e legalismo religioso e num mau entendimento das Escrituras e do lugar da sexualidade na vida humana. A questão principal não deve ser se pode ou não, se é pecado ou não, mas se será benéfico, adequado e pleno ou não, transar fora do compromisso de amor
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r maneira o lh e m a z Talve assunto da o r a d r o b de a om seus c e d a d li a sexu entes seja c s le o d a s filho anqueza, fr a d io e m por ra. sem censu nº 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
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A geração de hoje não suporta a hipocrisia religiosa. A franqueza é uma bênção e pode levar adolescentes a uma relação tranquila e sadia com sua sexualidade, seus desejos, vontades e fantasias, prevenindo muitos problemas futuros – e presentes. Além disso, ter a liberdade de falar sobre os prazeres e perigos da internet é essencial para preservar seu bem-estar e sua integridade física, moral e emocional.
e mutualidade que leva duas pessoas a se casarem. O problema maior não está no momento do sexo, mas no que está por trás dele, nas consequências emocionais e físicas (afinal, barrigas ainda crescem meses depois da fecundação e paternidade hoje em dia é um risco do qual é cada vez mais difícil escapar!). Mas não é só
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isso: sexo envolve responsabilidade, parceria, sentimentos; cria vínculos; mexe com a vida do outro. Sexo traz uma realização e um alívio que não termina após o ato, mas gera consequência emocionais posteriores. Tudo isso tem de ser levado em conta ao abordar as razões envolvidas em praticar ou não o ato sexual apenas mo-
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tivado pelo desejo ou pela paixão, especialmente nos anos da adolescência, quando a maturidade emocional ainda não está consolidada tanto quanto a capacidade física e sexual. Outra coisa que pais devem falar com filhos é sobre prevenção. A maneira mais segura de evitar gravidez e doenças sexualmente transmissíveis
(DST e AIDS) é a abstinência sexual. Mas, já que a conversa é pra ser franca, você e eu sabemos que esse papo de “nós nos casamos virgens”, em muitos dos casos significa “nós nunca fomos até o final”. Certo?! Assim, o ideal é que adolescentes e jovens consigam controlar seus impulsos. Mas, quando não conseguem e acabam indo até o penúltimo ponto antes do ponto final, eles podem não conseguir fazer o ônibus parar mais! A maioria dos casos de gravidez indesejada é porque não houve prevenção. O fato de haver um compromisso com a não prática de sexo fora do casamento não exclui a importância do aprendizado sobre os métodos contraceptivos, particularmente como usar um preservativo. Assim, se junto com um compromisso que seus filhos podem ter sobre não se relacionarem sexualmente antes do casamento, é preciso ter um outro compromisso muito claro: caso isso venha acontecer, que jamais aconteça sem preservativo – JAMAIS. Por maior que seja o compromisso com Deus, somos humanos e somos seres sexuais (e sexo não é pecado, lembram?!) e podemos ser levados pelas circunstâncias e descumprirmos o projeto de abstinência. Se isso acontecer – ou seja, se acontecer sexo fora do casamento – este precisa ser feito com preservativo. É mais fácil ter essa mensagem bem guardada do que despejar um caminhão de culpa e condenação que, na hora do bem-bom, não vão dar conta de segurar o tsunami de hormônios
enlouquecidos – e basta uma única vez para acontecer uma gravidez fora de contexto. Diálogo aberto, franco, sem acusações, nem culpas, nem hipocrisia. Você e seu cônjuge transaram antes de casar? Foram quase até o ponto final, mas conseguiram descer um ponto antes? Não se sintam heróis por causa disso! Se foram até ali, vocês transaram do mesmo jeito – só ficou faltando o gran finale – a penetração completa. Por que não partilhar sua própria experiência com seus filhos?! Seja ela qual for. A geração de hoje não suporta a hipocrisia religiosa. A franqueza é uma bênção e pode levar adolescentes a uma relação tranquila e sadia com sua sexualidade, seus desejos, vontades e fantasias, prevenindo muitos problemas futuros – e presentes. Além disso, ter a liberdade de falar sobre os prazeres e perigos da internet é essencial para preservar seu bem-estar e sua integridade física, moral e emocional. O discurso religioso hipócrita vai proibir tudo: não pode pensar, não pode fantasiar, não pode se masturbar, não pode ter sonho erótico, não pode nada! Essa postura poderá gerar neuroses, culpa, deturpação do sexo, frustração e, via de regra, experiências sexuais não planejadas e traumatizantes porque não são permitidas quaisquer válvulas seguras de escape. Isso, sim, é pecado. Por essas e outras razões, o diálogo franco e aberto, a orientação amorosa e segura, livre de censuras e tabus, é o melhor caminho. Apresentar diante de Deus todas
essas mudanças que vão acontecendo na mente e corpo dos adolescentes é também uma forma de deixar Deus próximo e acessível para que eles possam inserir o sexo e a sexualidade em seu diálogo com Senhor e Criador da nossa sexualidade em oração. Pais devem ser o porto seguro de seus filhos. Devem ser vistos como mentores, porém mentores de carne e osso, gente em quem eles podem se abrir e confiar sem medo de serem julgados. Filhos adolescentes estão sob o risco de um sexo prematuro, mal informado e desastroso. O maior pecado é não mostrar a beleza do sexo e do prazer que Deus planejou para um contexto maior do que o de apenas satisfazer a curiosidade ou o desejo de maneira irresponsável. As válvulas de escape existem e devem ser discutidas e exploradas. Nem tudo que se passa em nossa mente e em nosso corpo é pecaminoso! Não! Deus nos fez imaginativos, fantasiosos e criativos! Isso faz parte do processo inerente do desenvolvimento da sexualidade humana. Por fim, a vida deve ser maior do que tudo isso: deve haver espaço para o lazer, para a brincadeira, para o crescimento espiritual, para o desenvolvimento intelectual e esportivo, para a socialização e para a elaboração sadia da sexualidade. Buscar o melhor de Deus para a vida, sua vontade tranquila e sua graça amorosa, sempre é o caminho da vida e da paz!
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O Rev. Wanderley é pastor da IPI do Brasil, tradutor e intérprete
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FIQUE ATENTO
Um problema chamado:
pornografia DANIEL DUTRA
A sexualidade humana é uma dádiva de Deus. Deus fez o nosso corpo, inclusive as partes sexuais, e colocou em nós hormônios para a sensação do prazer: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1.31). Porém, a sexualidade é como um grande rio, rico, profundo e bom, enquanto se mantiver dentro de seu leito apropriado. No momento em que um rio ultrapassa suas margens, torna-se destrutivo. Richard Foster diz que a pornografia é uma distorção da sexualidade. O material pornográfico nasce de uma fantasia e não de uma realidade (sessões fotográficas em estúdio e recursos gráficos de computador no photoshop). O grande perigo é se encantar com um conto de fadas, um falso espetáculo, um mundo de sonhos, enganoso, atraente e artificial. Sexualidade no mundo real é uma mistura de ternura e mau hálito, perfume e suor, e luta diária contra a balança. Quando as pessoas acreditam no mundo dos sonhos, começam a olhar de maneira crítica para os defeitos do mundo real e começam a procurar um mundo de fantasia perfeito. Esse faz de conta é
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destrutivo tanto para a verdadeira sexualidade quanto para a verdadeira espiritualidade. Uma estatística de 1995 revelou que os norte-americanos gastam mais em pornografia do que em Coca-Cola. A situação no Brasil não deve ser muito diferente. Augustus Nicodemos afirma que mensalmente são vendidas cerca de 8 milhões de cópias de revistas pornográficas no Brasil. A internet impulsionou o consumo de material pornográfico, sendo que 12% dos sites da grande rede têm este tipo de conteúdo. Jesus censurou a prática de pensamentos sexuais fora do casamento: “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mt 5.28). Tudo começa com um pensamento: “Pensamentos tornam-se ações, ações tornam-se hábitos, hábitos tornam-se caráter, e nosso caráter torna-se nosso destino” (James C. Hunter). Blaise Pascal disse que “Deus fez o homem para pensar. Em todas as outras habilidades, ele perde para os animais, que correm mais velozmente, carregam mais peso”. “A vida consiste naquilo que um homem pensa durante o dia todo” (Ralph Waldo Emerson). Muitas vezes transformamos aquilo que temos de mais precioso, nossa mente, em uma fossa negra. Devemos disciplinar os nossos pensamentos: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4.8). Jack Eckerd, um empresário milionário, dono de um negócio que rendia mais de dois milhões de dólares por ano, ao se converter a Cristo em 1986, determinou que todas as publicações pornográficas vendidas em suas 1.700 lojas fossem retiradas, mesmo que isso significasse a perda de alguns milhões de dólares anuais. Este homem é exemplo de que, quando o coração é mudado, as mudanças morais seguem atreladas.
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Richard Foster diz que a pornografia é uma distorção da sexualidade. O material pornográfico nasce de uma fantasia e não de uma realidade
Fases da pornografia
Pesquisas feitas entre homens que assistiam regularmente a pornografia pesada identificaram quatro fases nas reações a esse estímulo:
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Primeira, ela leva a um vício. As primeiras fases de excitação levam a envolvimento repetido e deliberado com o material pornográfico a fim de obter excitação sexual. A pessoa se torna obsessiva. O hábito pode tornar-se compulsivo para as pessoas que o praticam. Elas sentem-se enredadas e a prática pode tornar-se um hábito incontrolável que a tudo domina. Talvez o aspecto mais perturbador desse processo obsessivo seja a sensação que a pessoa tem de ser indisciplinada e descontrolada. Depois, há uma fase de escalada na qual a pessoa deseja material mais grosseiro e excitante a fim de atingir o nível anterior de excitação sexual. “O inferno e o abismo nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem” (Pv 27.20). Tudo isso é suficientemente destrutivo, mas talvez o mais nocivo aspecto da pornografia sejam as formas distorcidas de poder que ela re-
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trata. A pornografia pesada é muito mais do que excitação; é violenta e doentia. Ela apela para o poder bruto, sádico e destrutivo: “Os olhos nunca se cansam de ver” (Ec 1.8). A próxima fase é a insensibilidade, na qual a pornografia fica entediante, e a pessoa não é repelida pelo que vê e não sente compaixão pelas pessoas envolvidas. A fase final é a propensão para colocar em ação tudo o que viu, tornando-se parte de seu repertório de comportamento sexual.
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Mentiras sobre a pornografia 1) “Quando eu casar, eu paro” Pensam que a resposta para a sua dependência de pornografia é o casamento. “Se eu me casar, eu poderei ter relações sexuais legítimas e, então, todo este pecado vai desaparecer”. A pornografia e o sexo dentro do casamento são coisas diferentes. Se houver um vício nesta área, ainda casado pode continuar a buscar material pornográfico. 2) “Não consigo resistir às tentações”
vados pelos pais a buscar material pornográfico para a descoberta de sua sexualidade. Infelizmente, se não forem direcionados e orientados pela Palavra de Deus, correm o risco de se tornarem escravos da pornografia, e sentirem-se desmotivados a viver uma vida santa. 4) “Eu posso ser feliz sozinho consumindo pornografia”. A pornografia é uma atividade solitária. A verdadeira sexualidade conduz a um profundo relacionamento pessoal com alguém, na hora certa. Apesar de a pornografia poder proporcionar prazer, jamais poderá satisfazer plenamente.
O que podemos fazer? 1) Fuja das tentações! Deixe o computador na sala ou em um lugar onde as pessoas têm acesso. Delete e jogue fora todo material pornográfico. “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor” (2Tm 2.22).
2) Evite o segundo olhar!
Outra mentira! A palavra de Deus nos garante a vitória: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). Jesus Cristo, quando esteve na terra como homem, mostrou que é possível viver uma vida santa mesmo em um corpo carnal. Nas três investidas do tentador em Lucas 4, Jesus mostra, com a expressão “está escrito”, que a sua obediência ao Pai é incondicional, não circunstancial, mas total.
Você não pode controlar o primeiro, mas pode evitar o segundo.
3) “Você não vale nada e está perdendo tempo, se não desenvolver sua sexualidade”
As amizades são como um elevador: podem nos conduzir para cima ou para baixo: “Dize-me com quem andas, e te direi quem és” (Provérbio francês).
Muitos adolescentes são incenti-
3) Compartilhe com um amigo! Compartilhe as lutas com uma pessoa de sua confiança. “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados” (Tg 5.16). 4) Evite más companhias!
5) Discipline suas conversas! Evite piadas e histórias com sentido duvidoso: “As más conversações corrompem os bons costumes” (1Co 15.33). 6) Selecione a programação! Escolha cuidadosamente os filmes e programas de televisão que assiste: “Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (1Jo 2.16-17). 7) Tome cuidado com o que você lê e ouve! Muito da literatura e música contemporânea apela ao instinto sexual. Cuidado com a “pornofonia”. Leia livros evangélicos e ouça músicas cristãs que edifiquem sua vida e te aproximem de Deus: “Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo; nenhum deles, contudo, sem sentido” (1Co 14.10). 8) Gaste tempo com as Escrituras e orando! O salmista disse: “Guardo no meu coração a tua palavra para não pecar contra ti” (Sl 119.11). Memorize versículos e, quando a tentação chegar, cite-os. A palavra de Deus é a única coisa à qual Satanás não resiste: “Jesus lhe respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem” (Lc 4.4). 9) Mantenha-se firme! “Olhando firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus” (Hb 12.2). Cada dia é uma vitória. Você vai ficando forte espiritualmente e quando perceber a pornografia já não te faz escravo! O Rev. Daniel é psicólogo, pastoreia a IPI de Rondonópolis, MT
www.pastordanieldutra.blogspot.com Referências bibliográficas FOSTER, Richard. Dinheiro, sexo e poder, um chamado a renovação a ética. CHALLIES, Tim. Desintoxicação sexual. DRISKOLL, Mark. Pecado Sexual
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PAIS E FILHOS
Os pais têm grande preocupação, insegurança e temor quanto às influências a que seus filhos estão expostos diariamente
Educando filhos para influenciarem e não serem influenciados REINALDO MONTOZA BRIONES
Certa vez, reuni pais de juniores para uma conversa que nortearia uma nova atividade que estávamos desenvolvendo. Em determinado momento da conversa, comecei a perceber uma grande preocupação destes pais em relação à fase que seus filhos estavam vivendo e o receio, temor e insegurança quanto às influências a que estavam expostos. Logicamente com base nesta motivação, percebi na fala dos pais um apelo forte, ou melhor, uma certa ‘pressão’ para que a igreja promovesse atividades atrativas com o propósito de arrebanhar os filhos e gerar um ambiente seguro para se relacionarem. Quando percebi isto, mudei um pouco o curso da conversa e trouxe uma palavra aos pais a respeito deste medo com as influências do mundo.
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Jesus, ao orar pelos seus discípulos, consciente de que no mundo teriam aflições e que o mundo os odiaria assim como odiaram a ele próprio, pediu ao Pai: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno” (Jo 17.15). Quero fazer uma aplicação deste texto à educação de filhos. Existe uma fase na vida de nossos filhos em que eles são completamente dependentes e sujeitos à nossa autoridade, mas, infelizmente, este tempo passa rápido demais e, quando nos damos conta, eles já estão fazendo sua própria agenda, querendo ir ao cinema com amigos, reunindo-se para trabalhos da escola, festinhas, ou seja, tomando suas próprias decisões. O autor do livro ‘Pastoreando o Coração da Criança’, Tedd Trip (a propósito, recomendo esta leitura aos pais), faz uma consideração importante a respeito de autoridade e influência. Ele diz: “À medida que a criança cresce, a habilidade de controlá-la dessa forma diminui”. Ou seja, com o passar dos anos, a autoridade sobre nossos filhos vai se manifestando na forma de influência. Ele diz que: “...a influência representa a disposição do filho de se colocar debaixo da autoridade por causa da confiança”. Com isso, entendemos que autoridade em qualquer âmbito, inclusive na esfera do relacionamento pai e filho, deve ser conquistada através da confiança. Se nós investirmos tempo e energia instruindo nossos filhos nos caminhos do Senhor, conforme Paulo nos
orienta: “Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos” (Ef 6.4), certamente colheremos os frutos deste investimento na fase em que nossos filhos passarem a tomar suas próprias decisões e fizerem suas próprias escolhas. Atualmente, Christina e eu estamos desfrutando desta fase, já com filhas jovens, Nathalia (20 anos), no 2° ano de Odontologia, e Ana Paula (17 anos), preparando-se para o vestibular de Nutrição/Gastronomia. Hoje, participamos intensamente da vida delas e de suas escolhas; juntos, oramos buscando a vontade de Deus; trazemos sempre a orientação da Palavra e, principalmente, as mantemos em nossas agendas de oração. Temos plena consciência que todo o investimento que fizemos nos anos que se passaram, especialmente da infância, a despeito de nossas falhas, mas completamente amparados pela maravilhosa graça de Deus, está gerando frutos hoje. Acredito ser pertinente deixar muito claro que “...criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos”, como nos exorta Paulo, não diz respeito a levar seus filhos na escola dominical ou fazer com que participem de todos os acampamentos, Escolas Bíblicas de Férias... Entendo que o papel da igreja está diretamente relacionado aos pais, instruindo-os, discipulando-os, aconselhando-os e alimentando-os com a Palavra para que estejam aptos para discipularem seus filhos. Isto mesmo! A responsabilidade do discipulado dos filhos é sua, pai! Provérbios 22.4 diz: “Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele”. Precisamos atentar, em primeiro lugar, que A Revista da Família
este é um conselho de sabedoria aos pais e não um mandamento; depois, que ‘educar ou ensinar’ não significa levar às atividades dominicais da igreja, mas fazê-lo nas situações do dia-a-dia, inculcando os ensinamentos da palavra, falando deles, repetindo-os em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem, como nos instruí a Lei de Deus em Deuteronômio 6.4-8. Quando damos ouvidos a este conselho e o praticamos, constatamos que nossos filhos crescem sobre uma base sólida que são os princípios da Palavra de Deus, e estes constituem-se muito mais fortes e intensos do que qualquer influência que possam sofrer. Nós, pais cristãos, devemos criar nossos filhos para o Senhor, ou seja, criá-los para que sejam uma influência neste mundo, para que cresçam aprendendo a temer e amar a Deus sobre todas as coisas, e, para isso, precisamos empenhar tempo, energia, oração, palavra de Deus, exemplo... Concluo trazendo à memória os compromissos que fazemos ao apresentarmos nossos filhos ao batismo, prometendo orar por eles e com eles, instruí-los na Palavra e sermos exemplos de fé em nosso lar. Somente pela graça isto é possível! Dediquemo-nos a esta missão maravilhosa confiada por Deus a nós e, no futuro, veremos que valeu a pena! O Rev. Reinaldo, casado com Christina, pai de Nathalia e Ana Paula, é pastor da IPI Maanaim, em Curitiba, PR, desde 1998 (www.ipimaanaim.org.br - acesse o site para conhecer mais sobre a nossa história e ouvir as mensagens pregadas nas celebrações).
Contatos: oo.com.br Email – reibriones@yah ones; Twitter: Bri do nal Rei ok: ebo Fac @ReinaldoBriones
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Alvorada 27
VOZ DO CORAÇÃO
Uma negra de valor AMANDA REGINA DA SILVA TOBIAS
Comecei a participar do movimento negro cristão a convite de Vera Roberto. O primeiro Fórum de Mulheres Negras Cristãs em que estive presente abordou o tema “A Mulher Negra na Igreja e Sociedade”. Através desse movimento é que temos a oportunidade de conhecer os nossos direitos, como cidadãos negros, e de nos valorizar. A minha família, como qualquer outra, tem seus altos e baixos. Resido com meus avós, minha mãe, irmã e tia. O meu irmão do meio é casado, ainda não tem filhos, porém tem um lindo lavrador, que é o mais novo membro da família. Meu avô materno é descendente de espanhóis e minha avó, de africanos. Somos uma família bem brasileira. Eu não fui criada com o meu pai, mas minha mãe soube fazer os dois papéis bem feitos. Acho que ela até merecia ganhar um “Oscar” por isso. Toda a minha família é cristã. Desde pequenos, frequentamos a igreja. Recentemente, celebramos as bodas de ouro dos meus avós. Durante um ano e meio nos preparamos para o grande momento, desde a música de entrada até as lembrancinhas. Tudo 28 Alvorada
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Este texto faz parte do livro Pérolas Negras, organizado por Vera Maria Roberto, assistente social, coordenadora da Pastoral de Negritude do Conselho Latino Americano de Igrejas (Clai-Brasil). O livro traz outras histórias de vida de mulheres negras com o intuito de transmitir os desafios, experiências e percepção de cada uma delas enquanto mulheres, negras e cristãs. São mulheres que sonham, vivem e conciliam os cuidados de suas famílias com a atuação nos espaços religiosos e na sociedade. Um dos objetivos do livro é combater todas as formas de preconceito e discriminação, principalmente no meio religioso.
0Para adquirir o livro, contate a autora: email: veramariar@yahoo.com.br - facebook.com/vera.m.roberto
saiu na mais perfeita ordem para a honra e glória de Deus. Somente Ele sabe os desafios que enfrentamos, durante o período de planejamento até a execução. A emoção tomou conta e acredito que todos os convidados foram abençoados. Minha família não é perfeita, mas é aquela que Deus preparou para mim. Quanto ao Movimento Negro Cristão, infelizmente são poucas igrejas que têm esse tipo de movimento. A minha é uma delas. Eu já tive a oportunidade de participar na Igreja Metodista e acredito que lá, de todas as igrejas, é onde tem mais força a participação dos membros no movimento. Eu me percebi como uma mulher negra de valor, quando comecei a participar do Fórum de Mulheres Negras Cristãs. Muita coisa em minha vida mudou, e uma delas foi acreditar que tenho valor, que sou capaz de realizar qualquer coisa. Infelizmente, como negros, sofremos preconceitos em todos os lugares, até mesmo na igreja. Eu sou uma prova disso. Na época em que estava para entrar na faculdade, tinha dúvida a respeito de qual profissão seguir. Foi aí que conheci a advogada Carmem Dora e, conversando sobre o assunto, ela me deu uma dica: por que eu não fazia comunicação/relações públicas?
A partir daí, eu busquei saber o que esse profissional faz e me interessei pelo curso. No decorrer desse processo, passei por muitos desafios até chegar à universidade e um deles foi a questão financeira: como é que eu iria custear os meus estudos? Prestei vestibular em duas das mais concorridas universidades públicas do país, sem sucesso. Até que, no Fórum de Mulheres Negras, uma das participantes disse-me que havia uma ONG, a Educafro, que mantém convênio com universidades particulares até mesmo no exterior. Naquele dia mesmo, realizei uma pesquisa sobre ela e os procedimentos para conseguir a bolsa de estudos. Após um ano, consegui 80% de bolsa de estudos e o melhor: na escola em que eu queria estudar, a Universidade Metodista de São Paulo. Considero esta como uma das minhas maiores vitórias já conquistadas. Ao entrar na faculdade, em minha sala havia apenas 5 negros, incluindo a mim mesma, em uma sala de 80 alunos. Era uma porcentagem considerada baixa. Com o decorrer do curso, muitas pessoas desistiram, restando 40 alunos. E eu era a única negra da sala. Aquilo foi me motivando a sempre buscar o meu melhor e a fazer as coisas até o fim, e a reconhecer que sou uma mulher negra de valor. Hoje, já formada, posso dizer que valeu a pena. Sou reconhecida pelo meu trabalho, dentro e fora da faculdade. A Amanda é membro da 1ª IPI de São Caetano do Sul, SP
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Luiz Brito
+AÇÃO
ionamento da ic s o p o o id s m te l Qua da injustiça te n ia d a rn e d o m igreja fome e agonia , a ri é is m a a c o v que pro humanos? s re e s e d s e õ h il m de Indiferença? 30 Alvorada
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Erradicação da
Pobreza EVANDRO RODRIGUES
“Santificareis o ano quinquagésimo e proclamareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis cada um à sua possessão, e cada um à sua família” (Lv 25.10). Na lei judaica, a terra era um bem inalienável. Ainda que alguém empobrecesse, a ponto de precisar vender as propriedades de sua família para saldar dívidas, no quinquagésimo ano o comprador, ou os herdeiros deste, precisava devolver as propriedades adquiridas aos donos originais. Desta maneira, a lei que Deus entregou ao seu povo fazia com que a terra cumprisse seu papel social, pois era por meio dela que as famílias subsistiam, retirando o alimento e cuidando dos animais; construíam as habitações em que viviam e podiam ainda garantir os elementos necessários para o sacrifício e a manutenção de todo o aparelho religioso em Israel. Este, entre outros, era um aspecto revolucionário da lei de Israel, que o distinguia dos povos vizinhos. Quando os profetas do Antigo Testamento levantavam suas vozes para que o povo se arrependesse dos maus caminhos e voltasse a Deus, suas mensagens focavam muito mais do que o desvio cúltico, a idolatria ou o descumprimento de tarefas religiosas. Antes, apontavam para o abandono de aspectos sociais da lei, fundamentais para o equilíbrio de uma vida justa e igualitária. Acusavam os ricos, a casa real e o templo de não cumprirem suas obrigações com as viúvas, os órfãos, os estrangeiros e os leprosos; gente pobre, sem condições de gerar riquezas, espoliada com pesados tributos para que os palacianos e os sacerdotes vivessem confortavelmente. Assim clamou o profeta-levita Oséias: “Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos” (Os 6.6). A palavra hesed no texto hebraico, traduzida por misericórdia, pode significar também “solidaA Revista da Família
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ae Reconheço que o desafio da pobrez s miséria humana não possui soluçl õe da igreja simples. Sei também que o pape mo . Mas não é a do simples assistencialis o? “Irmãos, isso não soa um tanto demagógiclvação da a igreja deve se ocupar com a sa ssoas”. alma, e não em dar comida às pe
riedade”. Somam-se a Oséias, no oitavo século a.C., as vozes de Amós, Miquéias, Elias, Eliseu e Isaías. Amós vem do campo. Era um trabalhador do povo, vaqueiro, pastor e agricultor. Sua mensagem ameaça as elites, apregoando que Javé deseja a justiça na realidade da vida da gente empobrecida. Já as pessoas que Miquéias defende são aquelas exploradas “até os ossos”: “Disse eu: Ouvi, agora, vós, cabeças de Jacó, e vós, chefes da casa de Israel: Não é a vós outros que pertence saber o juízo? Os que aborreceis o bem e amais o mal; e deles arrancais a pele e a carne de cima dos seus ossos; que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne no meio do caldeirão?” (Mq 3.1-3). Elias e Eliseu enfrentam o palácio na figura de Acabe e sua rainha, Jezabel. Nabote é a figura do povo, morto por um pedaço de terra (1Rs 21). Isaías é feito profeta dentro do templo. Porém, ao longo de seu ministério vai se opondo à corte e ao próprio sacerdócio. Condena o rei Acaz por confiar em seu exército, e não em Javé (Is 7.9). Quando olhamos para as atividades desses homens nos enchemos de inspiração. Entendemos que lutar por justiça e igualdade faz todo sentido, pois essa é a vontade do Senhor. Se a Igreja de Jesus é o “Israel de Deus”, o “povo santo”, é fácil concluir que Ele deseja que nós sejamos os portadores do mesmo senso de justiça contido na lei do A.T. Porém, qual tem sido o posicionamento da igreja moderna diante da injustiça que provoca a miséria, fome e agonia de milhões de seres humanos? Indiferença? Se não lutamos pela justiça e pelo direito, as palavras dos profetas também nos atingem frontalmente. 32 Alvorada
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Reconheço que o desafio da pobreza e miséria humana não possui soluções simples. Sei também que o papel da igreja não é a do simples assistencialismo. Mas isso não soa um tanto demagógico? “Irmãos, a igreja deve se ocupar com a salvação da alma, e não em dar comida às pessoas”. Ao que todos respondem “amém”. Assim nos acomodamos com esse discurso, sem considerar que o ser humano não é simplesmente uma “alma”, mas um ser extremamente complexo, com necessidades espirituais, físicas e emocionais. Algo precisa ser feito. E se as igrejas que gastam milhões com programas de televisão fizessem um cadastro de famílias em situação de risco e de baixa renda e comprassem alimentos diretamente do produtor, repassando a preço de custo? Não posso prever exatamente qual seria o impacto na economia, e como atravessadores e grandes distribuidores atacadistas e varejistas reagiriam. Mas talvez fosse mais eficiente que distribuir algumas cestas básicas e dizer: “Deus abençoe”. É certo que a principal função da igreja é a de proclamar a boa-nova da salvação em Cristo Jesus. Mas entendo que uma igreja sem qualquer relevância social na comunidade onde foi plantada dá claros sinais de que negligencia o direito e a justiça, desdenhando dos que sentem frio e fome. Vejo muita gente criticando os programas socais do governo. É evidente que as bolsas são utilizadas como cabresto eleitoral e garantia política. Mas, se, como eu, você já visitou cidades do Norte e Nordeste brasileiro, por exemplo, sabe que para inúmeras famílias a única forma de sobreviver é através do dinheiro do governo, pois estão à mercê dos interesses egoístas dos grandes proprietários de terra. Observar a Constituição, prover recursos e distribuição igualitária de renda, segurança, atendimento médico, educação e etc. são obrigações do Estado. Porém, ações pontuais, individuais e coletivas podem gerar uma força imprevisível na cobrança desses direitos. Devemos criticar, sim; mas precisamos agir. Não só no Dia Internacional para Erradicação da Pobreza (17 de outubro) mas em todo tempo a igreja possa ser símbolo de hesed (misericórdia/solidariedade). Símbolo concreto de esperança, justiça e amor. Símbolo vivo do Evangelho de Jesus Cristo, que ama o ser humano integralmente.
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O Evandro é membro da IPI de Vila Brasilândia, São Paulo, SP evandroalpha@hotmail.com
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CAMPANHA
É chegada a Primavera: CESE lança Campanha Ecumênica por Justiça Ambiental Sobre a CESE
A CESE
A CESE foi fundada em 1973 por igrejas cristãs empenhadas no fortalecimento das lutas dos movimentos sociais por uma sociedade mais justa e democrática. Desde então, já apoiou mais de 10 mil iniciativas, beneficiando a vida de mais de 9,5 milhões de pessoas em todo o país. Atualmente, é composta pelas seguintes igrejas: Igreja Católica Apostólica Romana – CNBB, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB), Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (IPUB), Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) e Aliança de Batistas do Brasil.
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Por 39 anos, a organização vem trabalhando não só no apoio a projetos, mas também na articulação e diálogo entres diversos públicos, de diversas regiões do país, de diversos cleros e, principalmente, de diversas lutas. Essa é, na verdade, sua principal característica: a CESE é hoje umas das organizações mais plurais do país; trabalha no apoio às jovens mulheres indígenas da região norte ao mesmo tempo em que apóia as crianças e adolescentes cristãs de Brasília e o movimento negro do recôncavo baiano. São iniciativas nas áreas de direitos humanos, meio ambiente, fortalecimento institucional, desenvolvimento econômico, educação, saúde popular, articulação ecumênica, comunicação e cultura. Não é por menos que, em quase quatro décadas de trabalho, já apoiou mais de 10 mil iniciativas populares na luta por transformação social, ajudou a mudar a vida de mais 9,5 milhões de brasileiros e brasileiras que diariamente vivem as consequências da extrema desigualdade que ainda é muito presente no Brasil.
A Campanha Primavera para a Vida, em sua 12ª edição, tem o tema “Justiça Ambiental na perspectiva de Direitos”, e segue até dezembro. Com a chegada da Primavera, a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) renova o seu compromisso como serviço das igrejas de apoio à luta por direitos no Brasil. Não é difícil perceber que algo estranho, que não é nada bom, está acontecendo com o nosso Planeta Terra, nossa casa comum. Rios, antes caudalosos, estão sofrendo períodos com pouca ou nenhuma água; estiagens que se prolongam; temporais que quase tudo destroem; o calor aumenta em uma região, o frio em outra. O clima do planeta está mudando rapidamente e provocando muitas alterações nos ecossistemas, na natureza de forma geral, na vida das pessoas, principalmente as mais vulneráveis. O objetivo da Primavera para a Vida é justamente chamar a atenção dos cristãos e sensibilizá-los sobre essa realidade cada vez mais presente. Eliana Rolemberg, diretora executiva da CESE, alerta para a importância de ficarmos atentos e nos prepararmos para as consequências das mudanças climáticas. “Quando indígenas perdem suas terras para a construção de hidroelétricas questionáveis como Belo Monte, nordestinos sofrem com secas a cada ano mais severas e sulistas perdem suas casas para as chuvas cada vez mais frequentes e extremas, percebemos que estamos caminhando para um futuro incerto, onde os direitos humanos serão muito ameaçados pelas condições climáticas. Vamos todos sofrer muito, se não despertarmos para essa realidade e se não mudarmos nossos padrões de produção e con-
sumo de forma urgente. A CESE e as igrejas que a compõem não podem ficar fora deste debate”, afirma Eliana. O Rev. Cláudio Silva, da IPIB, afirma o compromisso da igreja com a CESE. “A IPIB sempre abraça os temas abordados pela CESE. As temáticas são sempre levadas para nossos seminários e eventos. Em Belém, a cada ano, temos realizado cultos ecumênicos e atividades conjuntas de várias igrejas para celebrar a Primavera Para a Vida. Tem sido um momento de grande significado e de grande participação das comunidades”. Um desses projetos apoiados foi a Rede Ecumênica de Juventude (REJU): “Gostaria de destacar a importância do apoio da CESE para os movimentos sociais e para a juventude, inclusive para o nascimento da própria REJU. Ela tem contribuído bastante na luta por direitos e no fortalecimento das bases de nossos movimentos, chegando às pessoas mais à margem da sociedade”, afirma Quitéria Silva, da REJU - Alagoas. O segundo objetivo da PPV é a mobilização de recursos junto às bases das igrejas que compõem a instituição. As igrejas de Salvador, Erechim, São Paulo, Belém, Vitória, entre outras, têm se unido a projetos sociais apoiados pela CESE para organizar refeições, vendas de artesanato, debates e outras atividades para angariar contribuições. Eliana explica como essas igrejas podem participar: “Neste ano, vamos reforçar uma grande rede de amigos da CESE. As comunidades podem se organizar para reunir doações mensais. Por menor que seja cada doação, se juntamos com as de muitas pessoas nessa grande rede, teremos recursos para fazer com que as sementes germinem e se multipliquem!”
“Eu creio que a CESE, em seus quase 40 anos, mostrou fidelidade e continuidade. Fidelidade em apoiar os projetos da base, especialmente aqueles ligados aos Direitos Humanos, mas os Direitos Humanos na perspectiva dos pobres, que é o direito à vida. E ela só consegue isso porque há gente sensível, cooperativa e generosa que a ajuda nesse grande projeto.” Leonardo Boff, teólogo
Contato 0 Diêgo Lôbo, Comunicação, Diego@cese.org.br, (71) 2104-5468 A Revista da Família
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PROTESTANTISMO
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DE 1 3 OUTUBRO
REFORMA PROTESTANTE DIA
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Ulrico Zuínglio nº 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
EDUARDO GALASSO FARIA
Mais uma vez no mês de outubro voltamos os olhos para o episódio histórico que há quase 500 anos - 1517 - colocou o mundo ocidental frente a uma revolução religiosa: a Reforma Protestante e seu grande líder, Martinho Lutero. O fato e suas implicações deixaram marcas profundas no cristianismo e principalmente na existência das pessoas que até hoje vivenciam a experiência transformadora do encontro pessoal com Deus. No quadro de incertezas e angústias do século XVI, especialmente no que se refere ao destino pessoal e à salvação, um marco norteador foi estabelecido e a saída do labirinto, libertadora, se tornou visível e praticável. Acontecimentos desse tipo sempre estão associados a personalidades destacadas e são elas que logo nos vêm à mente. Além do reformador alemão, outros tiveram o seu nome associado ao evento que ainda hoje nos inspira. Alguns companheiros no mesmo barco foram Guilherme Farel, João Calvino, Teodoro Beza, Henrique Bullinger, Tomás Müntzer, Ulrico Zuínglio. Detenhamo-nos por um pouco neste último que, antes do reformador de Genebra (língua francesa), foi o pioneiro do movimento reformado na Suíça (língua alemã). Zuínglio pertencia a uma família de pessoas notáveis em sua cidade, nos Alpes Suíços, e nasceu em 1484, um ano depois de Lutero. Sua trajetória e influência poderiam ter sido bastante semelhantes à do reformador alemão não fosse sua morte tão prematura, na luta pela causa evangélica, em um campo de batalha, aos 47 anos. Alguns fatos no início da vida de Zuínglio, que nos interessam aqui, chamam a atenção. E é pena que só ouçamos falar dele quando se menciona sua defesa do sacramento da Ceia como memorial e não como transubstanciação. Jovem precoce, aos 14 anos entrou na Universidade de Viena em plena efervescência do movimento humanista liderado por Erasmo de Roterdã. Com 22 anos, tornou-se sacerdote na cidade de Glarus. Marcante acima de tudo foi o lugar que teve em sua vida e obra o estudo e a dedicação às Escrituras. Enquanto a ênfase de Lutero apontava para a justificação pela graça mediante a fé, para ele o fundamento de tudo se encontrava na bela mensagem da Bíblia, sonegada para o povo desde a Idade Média. Como humanista influenciado por Erasmo, inte-
ressou-se pelo estudo das fontes cristãs nas línguas originais, aprofundando seus conhecimentos e contestando o distorcido ensino religioso tradicional. Tão grande era o seu apreço pelo Novo Testamento que era capaz de repetir de memória, em grego, as epístolas de Paulo. Quando foi transferido para a paróquia de Zurique, valeu-se de seus recursos como pregador para anunciar as verdades fundamentais da fé, começando com a exposição, no púlpito, do Evangelho de Mateus e atraindo grande número de ouvintes. Nessa cidade, uma grande epidemia matou seu irmão e um terço da população. A morte esteve bem próxima dele próprio e foi grande a sua dor. Escreveu então: “Eis que na porta ouço da morte a batida”, para, depois da recuperação, proclamar: “Meu Senhor! Por tua mão curado sobre a terra uma vez mais estou”. Em debate público com os romanistas em 1523, sustentou que a autoridade do ensino da igreja dependia do testemunho escriturístico somente. Negou o caráter sacrificial da missa, a intercessão dos santos, as obras como mérito para a salvação, o purgatório. Defendeu um culto simples no vernáculo e a comunhão com ambos os elementos, pão e vinho. Para as questões morais, em que estava envolvida a liberdade das pessoas, a Escritura seria a norma a seguir. Defendeu o casamento dos clérigos. Zuínglio foi também um líder popular natural que conduziu o povo suíço em questões políticas. Logo que iniciou seu ministério em Glarus, denunciou a principal atividade econômica lucrativa dos suíços, que era fornecer soldados profissionais como mercenários para lutar nas guerras travadas na Europa, inclusive pelo papa. Como em geral acontece, os que mais tinham suas vidas arriscadas eram os pobres. Uma verdadeira carnificina! “Teria Cristo ensinado isso?”, perguntou em um poema que escreveu. O desagrado dos que se sentiam prejudicados financeiramente fez com que o reformador fosse transferido para a igreja de Zurique. A atuação de Zuínglio nesta área gerou uma tradição na Igreja Reformada que se consolidou mais tarde com a atuação de Calvino frente às autoridades de Genebra. Principalmente em razão disso, até hoje os suíços mantêm a tradição de neutralidade armada e, com ela, sustentam sua independência política. O Rev. Eduardo, pastor jubilado, é professor da Faculdade de Teologia de São Paulo (FATIPI)
Enquanto a ênfase de Lutero apontava para a justificação pela graça mediante a fé, para ele o fundamento de tudo se encontrava na bela mensagem da Bíblia, sonegada para o povo desde a Idade Média. A Revista da Família
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CRISTIANISMO
DE 9 2 NOVEMBRO
DE DIA INTERNACIONAL O SOLIDARIEDADE COM POVO PALESTINO
Cristãos palestinos sofrem e perseveram por amor à fé 38 Alvorada
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MARCELO PEIXOTO
“Os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Rm 8.18). O cristianismo é uma realidade cada vez mais residual no território em que Jesus nasceu e viveu. Hoje os cristãos representam pouco mais de 1% da população israelita e palestina. “Nunca me esquecerei de suas orações por mim e pela minha família. Eu pude senti-las, e elas tocaram meu coração de maneira poderosa. Elas me encheram de força e capacidade para suportar aquele terrível acontecimento. Suas orações por mim são como uma bengala que me ajuda a andar e a manter o equilíbrio aonde quer que eu vá.” As palavras acima foram ditas por Pauline Ayyad, esposa de Rami Khader Ayyad, ex-diretor da única livraria cristã da Faixa de Gaza (Palestina), sequestrado e assassinado em 2007, após sofrer uma série de ameaças de radicais islâmicos. Um grupo ligado à Al Qaeda, que atuava em Gaza, assumiu a responsabilidade por lançar bombas na livraria e também por matar Rami. O casal Ayyad tinha dois filhos, quando Rami foi morto; Pauline estava grávida de 5 meses de uma menina. Hoje Pauline e seus três filhos passam bem, mas sofreram muito e ainda sofrem com a perda de Rami. A realidade dos cristãos palestinos é muito dura, principalmente para aqueles que vivem na Faixa de Gaza, região governada pelo partido islâmico Hamas. Os cristãos de Gaza sofrem com diversos problemas psicológicos, devido à pressão feita pelas forças do governo; além disso, sofrem com o desemprego, com o isolamento da sociedade, com um sentimento latente de insegurança, etc. Muitos, inclusive crianças, estão traumatizados pelas crueldades que aconteceram e ainda acontecem em Gaza. Em outras áreas da Palestina,1 como em Belém, a população cristã diminuiu drasticamente nos últimos 20 anos, de 60 para apenas 10%. Na Cisjordânia, há situações de discriminação e danos a propriedades cristãs. Isso ocorre devido aos constantes ataques
e pressões que a comunidade cristã sofre por parte das autoridades locais e do fanatismo religioso. Mesmo assim, é possível notar a presença de cristãos, por exemplo, em Belém, Ramallah, Nablus e outros locais. Em Nablus, no norte da Cisjordânia, restam hoje, aproximadamente, 500 cristãos. Há 40 anos, eles eram 3.000. Mesmos sem grande peso político ou econômico, os cristãos asseguram que a sua presença na Palestina nunca irá desaparecer. “Somos poucos, somos pequenos, mas estamos aqui e permaneceremos”, afirma um cristão palestino.
O auxílio de Portas Abertas
A Portas Abertas tem atuado em diversos países ao redor do mundo para socorrer cristãos em situações de vulnerabilidade, discriminação e perseguição religiosa. Nos últimos anos, Portas Abertas tem atuado em parceria com a Sociedade Bíblica da Palestina para dar assistência às famílias que, por causa dos conflitos entre israelenses e palestinos, perderam o contato com seus entes queridos e vivem em situação de pobreza extrema. “Com a ajuda de Portas Abertas Internacional, pudemos socorrer muitas famílias necessitadas e devolver o sorriso aos rostos das pessoas marginalizadas”, disse um membro da Sociedade Bíblica da Palestina. Nesses projetos, dezenas de famílias foram ajudadas com cestas básicas, remédios e materiais hospitalares. Portas Abertas também atua, na Palestina, através do Musalaha, um ministério de reconciliação entre jovens israelenses e palestinos. Organizando reuniões esporádicas, seminários e conferências, o Musalaha procura unir, através do amor de Cristo, jovens que foram separados pelo ódio e segregação. Que possamos orar para que haja paz em Israel/ Palestina, e para que muçulmanos e judeus se rendam ao incomparável amor de Cristo Jesus. O Marcelo é historiador de Portas Abertas Brasil
1. Historicamente, o termo Palestina abrange todo o território que hoje está dividido entre o Estado de Israel e as áreas habitadas por árabes palestinos, “Faixa de Gaza e Cisjordânia”, respectivamente sob o governo do Hamas e da Autoridade Nacional Palestina.
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ENTREVISTA Corrupção e falta de uma educação libertadora são os temas que mais preocupam o jovem pastor Sérgio Augusto de Queiroz, 40 anos, casado com Samara, pai de Sérgio, Esther e Débora. Pastor evangélico desde 25 de julho de 2004, função que desempenha por vocação, atua profissionalmente como procurador da Fazenda Nacional.
Rev.
SérgiodeAugusto Queiroz
TIAGO NOGUEIRA
É formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho (UFPB), bacharel em Direito (UFPB), mestre em Teologia pelo Instituto Bíblico Betel do Brasil e em Filosofia na área de Ética e Filosofia Política pela UFPB. Para aprofundar ainda mais os conhecimentos, cursou o doutorado na Trinity International University, nos Estados Unidos. Preside a Igreja Batista Cidade Viva, em João Pessoa, PB. Sua igreja não só fala de Missão Integral como a exerce, tem assento no Conselho Municipal de Assistência Social e preside o Conselho Estadual de Assistência Social no Estado da Paraíba. Dos 11 abrigos de crianças existentes em João Pessoa, a igreja atua em 8, mantém convênio com o Conselho Nacional da Justiça para prestação de serviços de advocacia voluntária aos presidiários, realiza trabalhos nas ruas, hospitais, e investe alto em educação. Sérgio foi um dos preletores da 4º Conferência de Plantação de Igrejas, organizada pelo Centro de Treinamento de Plantação de Igrejas (CTPI), entre os dias 31/7 a 2/8/2012 na Co40 Alvorada
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munidade Presbiteriana Chácara Primavera, em Campinas, SP, sob o tema: “Revitalizar para Plantar, Plantar para Revitalizar”. O tema de sua palestra foi sobre o modelo de “Igrejas Multi-Site”, modelo adotado pela igreja que pastoreia, atualmente com mais de 3.000 membros e que está construindo um templo para 10.000 membros. O senhor disse que Jesus Cristo fez um projeto para que o seu evangelho fosse absorvido por qualquer cultura. Hoje, qual a maior dificuldade e a maior facilidade para se transmitir o evangelho em nossa cultura?
Creio que a mensagem do evangelho está além das contingências culturais. O Concílio de Jerusalém foi o primeiro da cristandade e foi convocado exatamente para tratar sobre a expansão do evangelho para fora dos muros e da cultura judaica. A maior facilidade para a transmissão da mensagem, especialmente no Ocidente, é a liberdade de expressão de nossas idéias, aliada a um arsenal de possibilidades quanto aos veículos de comunicação, mas a dificuldade reside na inexistência de um compromisso com a firmeza doutrinária, enquanto se entrega a mensagem com sensibilidade cultural e flexibilidade metodológica.
Rev. Sérgio durante a Conferência de Plantação de Igrejas
O senhor defende a necessidade de uma nova reforma no cristianismo evangélico no País. Por onde o senhor começaria?
Penso que a Igreja Reformada precisa de reformas eclesiológicas urgentes. No tempo da Reforma Protestante, a questão mais enfatizada foi a soteriologia,onde a graça de Deus foi exaltada no processo salvífico. Não obstante, a nossa eclesiologia é amarrada, a concentração de poder espiritual é visível e o sacerdócio individual de cada crente não passa de uma linda doutrina reformada sem aplicação prática. Temos que liberar o povo de Deus para que seja povo de Deus e viva plenamente os desafios de sua conversão. As igrejas que hoje não plantam novas igrejas é por que perderam o fervor, o primeiro amor, como a igreja de Laodicéia?
Laodicéia foi uma igreja com uma extrema autoconfiança, que deixou de lado a dependência com relação ao Senhor. O fortalecimento da nossa história institucional e o foco em nosso próprio umbigo denominacional tem produzido igrejas cheias de si e totalmente inertes quanto à expansão do Reino de Deus através da plantação de novas igrejas.
No último Censo Demográfico do IBGE (2010), a população evangélica cresceu; se mantiver essa tendência, em 30 anos, os evangélicos poderão ser maioria no país e o Brasil deixaria de ser o “maior país católico do mundo”. Que evangelho está crescendo no Brasil?
O evangelho no Brasil é uma colcha de retalhos teológicos, típica de uma expansão rápida. Entretanto, penso que Deus pode usar essa abertura para pavimentar um grande futuro. Creio que a igreja brasileira é um bebê que precisa ser discipulado e as igrejas tradicionais podem exercer um grande papel nessa questão. Agora, se o papel da igreja reformada é apenas criticar os acontecimentos, perderemos a oportunidade de transformar a paisagem espiritual de nossa nação. O evangelho está sendo transformado num produto?
Sem dúvida. Isso é razão de muita tristeza. O neopentecostalismo domina os meios midiáticos e isso facilita essa tendência. Precisamos orar para que o Senhor mude essa triste realidade. Quais são os assuntos que mais o preocupam na sociedade? E nas igrejas?
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Creio que a igreja brasileira é um bebê que precisa ser discipulado e as igrejas tradicionais podem exercer um grande papel nessa questão
Corrupção e falta de uma educação libertadora são inimigas de uma A Revista da Família
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nação que deseja ser forte. Por outro lado, a falta de sensibilidade cultural de muitas igrejas reformadas quanto aos acontecimentos externos é também razão de extrema preocupação.
lugares da cidade, visando a utilização dos mesmos recursos e da mesma visão ministerial.
Hoje vivemos na época das redes sociais, da comunicação instantânea. O senhor tem ensinado sobre a igreja multi-site. O que é uma igreja multi-site?
Somos uma igreja que ama a missão integral, não só no prisma da reflexão, mas especialmente na prática. Estamos presentes em 8 de 11 abrigos de crianças em João Pessoa, temos convênio com o Conselho Nacional da Justiça para prestação de serviços de advocacia voluntária aos presidiários, temos trabalhos nas ruas, temos trabalhos permanentes em hospitais, investimos alto em educação através da Escola Internacional Cidade Viva, que tem se tornado modelo de educação full time e bilíngue, e desenvolvemos parcerias com escolas públicas e unidades prisionais juvenis, além de estarmos totalmente engajados com transformação social. A Cidade Viva tem assento no Conselho Municipal de Assistência Social e preside o Conselho Estadual de Assistência Social no Estado da Paraíba. É importante frisar que fomos eleitos e não temos associação político-partidária de nenhuma natureza.
Igreja multi-site é uma igreja que se reúne em vários lugares ou possui diversos formatos e opções de celebrações de acordo com a realidade teológico-cultural de seu povo. Por que ser uma igreja multi-site? Quais são as boas referências de igrejas que adotam o modelo multi-site no Brasil e mundo?
A igreja multi-site é uma das maneiras de ampliar a ação missionária. Especialmente nos Estados Unidos, igrejas reformadas ou não estão sendo fundadas. Desde John Piper até Bill Hybels, o modelo multi-site tem se tornado o que poderíamos chamar de a nova normalidade eclesiástica. Quais são os maiores paradigmas para se adotar o modelo multi-site?
Medo, falta de compreensão do modelo, concentração de poder espiritual e tradição denominacional. O senhor acha que igrejas históricas conseguiriam adotar o modelo multi-site?
Há várias igrejas históricas adotando o modelo no mundo. Poderíamos afirmar que as “igrejas” Universal da Graça e Mundial do Poder de Deus são um modelo de multi-site? O que as difere do modelo implantado pela Igreja Batista Cidade Viva?
As igrejas citadas têm um modelo episcopal de governo, como a Igreja Católica, e penso que não devem ser consideradas como multi-site. Tratam-se de denominações com um sistema centralizado. Na nossa comunidade, plantamos igrejas autônomas e, ao mesmo tempo, expandimos a nossa igreja em 42 Alvorada
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Como sua igreja (comunidade) se relaciona com o seu entorno? Ela exerce a missão integral de que maneira?
Fale um pouco sobre sua família.
Minha família é linda e serve ao Senhor com alegria. Sou casado com Samara Queiroz, supervisora de informática da Justiça Federal na Paraíba e uma grande empreendedora, que se afastou sem vencimentos por três anos para fundar a Escola Internacional Cidade Viva. Samara é formada em computação pela UFPB e é especialista em Redes pela mesma Universidade, além de possuir especialização em Liderança pela FIP. Temos três filhos: Sérgio Augusto (14 anos), Esther (12 anos) e Débora (9 anos). São crianças maravilhosas, que têm uma grande veia artística e amam ao Senhor. O Tiago é licenciado e trabalha da IPI de São Bartolomeu, MG
POESIA
Deficiente físico MARIA EMÍLIA CONCEIÇÃO
Tem gente auto-suficiente, imponente, que se acha importante, mais que os outros até... Se esquecendo que a vida é frágil E que, em qualquer momento, pode já não ser o que é. Não depende de querer; às vezes, por acidente, a pessoa se torna deficiente... Mas desses que se dizem normais, perfeitos...
porque não têm nenhum defeito, existem alguns mais deficientes que um deficiente qualquer, Porque sua deficiência está na mente e no coração... Com a alma empedernida, os sentimentos corroídos pela inveja, pela maldade. Não sabem rir, Não sabem chorar, têm a vida pela metade porque não aprenderam a amar!... A Maria Emília é membro da IPI de Cruzeiro, SP
DE 3 DEZEMBRO
NAL DIA INTERNACIO S DOS PORTADORE DE DIFICIÊNCIA FÍSICA
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MÚSICA Os mitos e tabus a respeito da música cristã são muitos, mas as opiniões e discordâncias que já marcaram épocas e definiram padrões não impedem que Deus continue a levantar homens e mulheres para louvar o seu nome por meio dessa arte.
Deus, música e vida FABIANA LOPES DE SOUZA
O Senhor não permite que a obra pare. Ele mantém seus planos, distribui dons e cinge de força aqueles que se dispõem a trabalhar em meio a um mundo torto, vazio de Deus e distante da verdade. Entre as muitas intempéries da pós-modernidade, em meio a uma arte rasa e às vezes distante dos preceitos do Senhor, ainda é possível ouvir melodias e arranjos valorosos e composições profundas. A Revista Alvorada buscou músicos que se mantém em pé, fora do circuito “pop star” da música gospel, para falarem de suas convicções e explicarem como administram esse ministério que, para alguns, é também profissão. O músico João Alexandre, membro da Igreja Presbiteriana da Saúde, em São Paulo, diz que busca fugir da realidade de cantar o que as pessoas gostam de ouvir para cantar o que as pessoas precisam ouvir. “Eu saí fora de tudo o que é mercantilismo. A minha maior luta é convencer as pessoas de que não existe uma forma de louvor. A música cristã não tem forma. Eu posso louvar a Deus com qualquer ritmo e instrumento, desde que a letra diga a verdade. O critério não é o sucesso e, sim, se o que a pessoa está cantando é bíblico e tem fundamento”, diz.
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Para o músico e também pastor da Comunidade Vineyard Rio, Luciano Manga, à medida que a carreira de alguns se desenvolve e a fama chega, muitos perdem a base e ignoram o real motivo do trabalho que estão fazendo. “O grande desafio na música cristã é não vender a sua alma. Há muitos cantores cristãos cobrando preços exorbitantes por suas participações. O lado “pop star” de alguns está ficando ridículo. Jesus nunca nos ensinou isso. Ele nos ensinou a servir e não sermos servidos”, diz. Ele acredita que, para administrar esse ministério e profissão de forma equilibrada, é preciso se munir de evangelho, ou seja, conhecer muito a vida e obra de Jesus, para trazer os preceitos de Cristo para a vida. “Se o ensino de Jesus não for a sua base, as coisas se complicam e as pessoas acabam se perdendo”, diz. Andar com Cristo é essencial e não se deixar dominar pelo sucesso e pelas regalias de uma sociedade que gosta de cultuar personalidades é uma tarefa que faz parte desse ministério. Se o músico deixar de olhar para o céu e começar a olhar para as coisas do mundo, em algum momento haverá perdas. “Na minha opinião, a visão de ser um músico cristão é a de servir o corpo e evangelizar, sem gerar expectativas de reconhecimento. Hoje em dia, essa visão está mais voltada ao sucesso e a uma carreira promissora,
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Andar com Cristo é essencial e não se deixar dominar pelo sucesso e pelas regalias de uma sociedade que gosta de cultuar personalidades
DE 0 2 NOVEMBRO DIA DO MÚSICO EVANGÉLICO
Wagner Iishii com a Banda Fusão durante a gravação do mais recente trabalho. O pianista Luiz Otávio na Catedral Evangélica de São Paulo
A Revista da Família foto: Allison de Carvalho
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visão biblicamente inexistente”, diz o músico e seminarista da IPI de Rolândia, Wagner Ishii. Mas, além de administrar o caminho para onde a carreira se direciona, é preciso também gerenciar o tempo, ter disciplina com ensaios e com a qualidade e, como em toda profissão, encontrar também tempo para se dedicar à família e aos amigos. Buscar o equilíbrio entre todas essas variáveis é, segundo o pastor da IPI de Rolândia, um trabalho constante para quem mescla profissão e ministério. “O maior desafio é colocar os valores em ordem. Dedicação ao ministério 24 horas por dia e, ao mesmo tempo, não perder a família, não deixar que o profissionalismo e religiosidade sufoquem a fé”, destaca.
Excelência ou mediocridade?
O desafio vai ainda mais longe. Em um contexto em que a fama se tornou o bezerro de ouro de alguns músicos, a qualidade nem sempre faz parte do
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O músico Tiago Viana
resultado final. A excelência, que deveria ser o foco principal, ganha papel secundário, para que seja possível agradar a muitos e facilitar o reconhecimento. Para João Alexandre, assim como em muitas denominações, o tema das músicas hoje está inserido no que ele chama de “época da meritocracia”, ou seja, as músicas trazem mensagens a respeito do que as pessoas merecem receber por serem filhas de Deus. “Temos que voltar à época da graça”, explica, destacando que os músicos precisam expressar nas letras a mensagem da cruz e a ideia de que Deus já nos deu uma graça sem tamanho ao nos enviar Jesus. “Se ele não me fizer mais nada, já é o suficiente. Nenhuma bênção de Deus, por maior que seja, substitui a presença de Deus na nossa vida”, diz. Ele também critica o alcance da atual música evangélica e a qualidade duvidosa. “A música tem que sair desse lugar comum em que está hoje. A nossa música é irrelevante, não estamos comunicando nada pro pessoal de fora. Temos
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músicas harmônica e melodicamente fracas e poeticamente nulas”, explica. “Mediocridade não glorifica a Deus. O que glorifica a Deus é excelência”. Uma saída para esse contexto de música sem qualidade pode vir, segundo ele, da própria liderança das igrejas, que precisa ter cuidado com o que é tocado e cantado dentro das igrejas. Para Manga, as próprias igrejas poderiam criar ambientes de treinamento e formação de músicos para tentar mudar o cenário de falta de profissionais nesse ministério. O pianista da 1ª IPI de São Paulo, Luiz Otávio, crê que a saída esteja exatamente em um despertar por mais conhecimento. Estudante de música e professor, ele vê as igrejas investindo muito pouco no ministério de música e os crentes tendo pouco interesse em estudar. A música, na visão dele, precisa ser tratada com maior profissionalismo. “Infelizmente, os músicos amadores que são voluntários na igreja não buscam se aprimorar e melhorar, e algumas igrejas também não inves-
Pastor e músico Carlos Manga
tem”, destacou. Para ele, música envolve disciplina. Ele é músico contratado da 1ª IPI e cumpre uma agenda cheia todas as semanas, o que envolve ensaios com os três coros da igreja, estudo individual, preparação da liturgia do culto e decisão dos hinos que serão tocados. Segundo ele, é legítimo que as igrejas contratem músicos e paguem salários a eles. Embora alguns critiquem esse tipo de atitude, o pianista explica que isso mostra a preocupação em fazer uma música de qualidade em um ambiente em que muitas vezes não há profissionais disponíveis, ao mesmo tempo em que se valoriza o músico que escolheu se dedicar integralmente a isso. “Quando eu olho para a música como ministério, eu não preciso
ganhar dinheiro por isso, mas, como profissional de música, eu tenho que sobreviver. É difícil, mas hoje já há igrejas que têm essa visão de contribuir e ajudar os músicos”, ressalta. Ele frisa, no entanto, que, neste contexto, é melhor que o músico contratado seja também cristão porque, embora o lado técnico seja importante, é preciso estar lá realmente para servir a Deus. A vida da pessoa também precisa ser de adoração.
Dinheiro e ministério
Quando o dinheiro ingressa na discussão, há, obviamente, uma série de distorções, como há também incompreensões. Achar um meio termo é quase sempre difícil. Agradar a todos, imposA Revista da Família
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João Alexandre
sível. O músico Tiago Vianna, membro da Igreja Presbiteriana Aliança, em Campinas, São Paulo, diz que vive um dilema com relação a como deve cobrar pelo seu trabalho. Ele diz que quase nunca coloca um valor fixo para participar dos cultos porque não se sente bem fazendo isso. “É muito difícil para mim estabelecer um cachê, mas, infelizmente, 95% das igrejas não dão um valor que é suficiente para que meu trabalho continue sendo feito. Eu tenho que trabalhar com outras coisas para complementar a renda”, diz. Vianna diz que toca em outros ambientes como restaurantes e livrarias, mas explica que tem um critério bem estabelecido com relação ao repertório e não toca o que não condiz com sua fé. Ele lançou em setembro de 2011 o seu terceiro cd e explica que mudou bastante a linguagem das canções para que elas falem também ao público de fora da igreja. As canções não são de temáticas cristãs, mas, segundo ele, refletem os valores da sua fé. “O meu primeiro disco tem uma linguagem explicitamente cristã. No meu segundo disco, percebi que fazer música só para dentro da igreja soava incompleto. Então, as música deste álbum trazem as ideias 48 Alvorada
da minha formação cristã, mas expressando isso de uma forma mais acessível às pessoas que não conhecem a Deus. Meu disco mais recente tem declaradamente com uma linguagem para fora”, diz. O músico Luciano Manga diz que ele e a sua banda são flexíveis no momento de cobrar para se apresentar. “Às vezes, nós vamos sem ganhar nada, quando entendemos o intuito do trabalho e as condições da igreja”, diz. Ele explica, no entanto, que não vive apenas da música, já que também é sustentado pelo ministério pastoral, mas sabe que há músicos que precisam de maior apoio das instituições por não terem outro sustento, se não a música. O Wagner Ishii não cobra nada além das despesas de deslocamento. João Alexandre também explica ter uma política flexível em relação a isso, mas concorda que, em muitos casos, as igrejas não dão o devido valor ao músico. Ele diz que, antes de propor valores, conversa com a liderança da igreja para entender a realidade e, por isso, não tem um valor fixo. “Eu proponho um valor que fique bom para todo mundo. Há situações em que eu peço oferta e aí eu não cobro nada”, diz. Ele acredita que hoje
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há muitos músicos explorando igrejas, cobrando valores exorbitantes, mas há também muitas igrejas explorando músicos, ao não pagar um valor adequado. João Alexandre, porém, destaca que não sobrevive apenas das participações em igrejas e das vendas de seus cds. “Eu ataco de todos os lados, compondo, fazendo arranjo, tocando em casamento. Eu vou onde me chamarem”, explica o cantor que também tem o seu próprio estúdio, onde faz trabalhos tanto para a igreja quanto para fora. Ele destaca que não se importa em tocar fora da igreja, mas diz que tem tudo muito bem estabelecido a respeito do repertório, não concordando em cantar nada que contradiga sua fé. Manga também diz que não vê problema em um músico profissional se apresentar fora do ambiente da igreja; no entanto, é necessário cautela, para não se deixar contaminar por ambientes e pessoas. O pastor da IPI de Rolândia, diz, por outro lado, que discorda e crê que o músico cristão deva se dedicar apenas a Deus. “Tenho uma visão radical acerca deste aspecto. Não pode jorrar de uma mesma fonte água doce e amarga. Cada ministro de adoração deve viver aquilo que canta ou toca integralmente”, diz. Mesmo diante das muitas opiniões ao redor da música, o nosso desejo é que sempre haja a necessidade de ir além, de refazer formatos, de compreender, de estudar, de aprender e que, acima de tudo, a boa música nunca desfaleça. Sabemos que, quando a arte é feita com excelência e se propõe a glorificar a Deus, cada verso, cada arranjo ou melodia trazem consigo a beleza do Criador e o som se torna agradável às pessoas, mas especialmente ao Senhor, que recebe o verdadeiro louvor. A Fabiana é jornalista e colaboradora da Alvorada
Quer saber mais?
São 11 faixas. Todas as canções têm uma pegada jovem em seus arranjos, porém sempre conduzindo o ouvinte à adoração ao Senhor através das composições fundamentadas na Palavra de Deus. 0 www.ipirolandia.com.br
Uma boa dica para quem quer saber mais sobre esse assunto é a leitura do livro “Músico: Profissão ou Ministério?”, de autoria de João Alexandre e Luciano Garruti Filho. O livro traz respostas para uma série de perguntas que perseguem os músicos da atualidade. Além de tratar dos temas mais polêmicos como, por exemplo, se um músico cristão deve ou não tocar fora da igreja, a leitura também dá definições sobre o que é música e explica até mesmo quem foram os famosos levitas, quase sempre identificados como músicos. Preço médio: R$ 16, 00 Onde encontrar: na Loja Virtual dos Vencedores por Cristo (www.vpc.com.br)
UM MINUTO DE SILÊNCIO mostra uma nova fase de Tiago Vianna na busca de parcerias. Com produção de Maurício Caruso e a presença de vários músicos, este CD provoca, questiona, faz pensar! 0 http://tiagovianna.com
Você sabia? Você sabia que, dentro da 1ª IPI de São Paulo, funciona também uma escola de música? A SoArte é um projeto sociocultural, sem fins lucrativos, que reúne profissionais especializados para ajudar no aperfeiçoamento dos músicos. A escola oferece cursos de bateria, canto lírico, canto popular, contrabaixo elétrico, guitarra, piano, saxofone, teclado, viola, violão, violino, violoncelo, etc. Entre em contato para mais informações: Rua Nestor Pestana, 136 3º andar – Consolação Tel: (11) 3138-1603; Email: marketing@soarte.art.br; Facebook.com/soarte
Este CD de João Alexandre foi produzido e arrajado por seu filho, Felipe Silveira. O trabalho é voltado a reflexão humana e contemplação diviana. 0www.joaoalexandre.com.br
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LITURGIA Sugestão de liturgia para a celebração do Dia de Ação de Graças, preparada pelo secretário de música e liturgia da IPIB, Rev. Emérson Ricardo Pereira dos Reis
“Dia de Ação de Graças” Orientações Os cânticos utilizados nesta ordem litúrgica foram todos extraídos do hinário da IPIB, o Cantai Todos os Povos. A seguir, apresentamos mais algumas sugestões: para a 1ª parte do culto (“Graça”) – CTP 5, 6, 28, 32, 36 ou 427; para a 2ª parte do culto (“Des-Graça”) – CTP 52, 54, 55, 78, 92 ou 133; para a 3ª parte do culto (“Agraciados”) – CTP 100; para a 4ª parte do culto (“Agradecidos”) – CTP 60, 74, 83, 88 ou 225; para a 5ª parte do culto (“Graciosos”) – CTP 69, 294, 310 ou 313. Se a Santa Ceia for celebrada nesse culto, deve ser incluída entre a oração de dedicação (após o ofertório) e o envio (no final do culto). Nesse caso, um cântico adequado seria o CTP 250. No momento da confissão de pecados, sugere-se que sejam entoadas três estrofes do hino CTP 143 e que o coro/refrão do hino seja cantado apenas após a 3ª estrofe. A oração de adoração foi extraída do Manual do Culto da IPIB (São Paulo, SP: Pendão Real, 2011, p. 312). A oração de confissão foi inspirada na oração de ação de graças presente no livro Orações: para diferentes momentos da vida (São Leopoldo, RS: Sinodal, 2011, p. 48). A oração de ação de graças foi extraída do Livro de Oração Comum (IEAB, 1999, p. 40). Para a quarta parte da liturgia, sugere-se um “momento de gratidão” em que os membros e participantes da igreja devem ser 50 Alvorada
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estimulados pelo oficiante a apresentarem seus agradecimentos a Deus. As pessoas presentes ao culto devem ser orientadas a se colocarem em pé e falarem o seu motivo de gratidão em voz alta. Por exemplo: “Agradeço a Deus pelo meu emprego”. Em seguida, todos dizem: “Graças a Deus”. Espontaneamente, voluntariamente, os irmãos e as irmãs se sucedem nessa apresentação. Os motivos podem ser os mais diversos: trabalho, saúde, casamento, nascimento de um filho, conclusão de um curso, aquisição de um bem, etc. Mas devem ser apresentados sucintamente! Ao término, todos fazem juntos a oração de ação de graças e participam do ofertório. Os membros da igreja podem ser chamados à frente para este momento de dedicação a Deus. O “Dia de Ação de Graças” acontece sempre na quarta quinta-feira do mês de novembro (neste ano será no dia 22 de novembro). O culto pode ser realizado na própria quinta-feira ou no domingo seguinte. Trata-se de uma data comemorativa que começou a ser celebrada pelos protestantes norte-americanos no século XVII. É uma celebração de gratidão inspirada nas festas da colheita registradas no Antigo Testamento. Algumas igrejas costumam promover o “Culto das Primícias” no último domingo do ano litúrgico, próximo ao “Dia de Ação de Graças”, nesse mesmo espírito de gratidão a Deus.
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1. Graça
Prelúdio (Silêncio e Oração) Saudação (2ª Pedro 1.2) Oficiante: Graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, nosso Senhor. Povo: Amém! Chamada à Adoração (Salmo 103.1-2; 90.17) Oficiante: Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome. Povo: Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum só de seus benefícios. Oficiante: Vinde, adoremos ao Deus de toda a graça! Povo: Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus! Oração de Adoração Oficiante: Deus de toda sabedoria e graça, tu nos deste nossa mente para conhecer-te, nossos corações para amar-te, e nossa voz para entoar o teu louvor. Enche-nos com teu Espírito Santo para que sejamos capazes de celebrar a tua glória, e adorar-te em espírito e em verdade, segundo a tua Palavra. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Povo: Amém. Cântico: “Louvores a Deus” (CTP 79)
2. (Des)graça
Chamada à Confissão de Pecados (Hebreus 4.14, 16; 12.15) Oficiante: Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. Que
DE NOVEMBRO
DIA DE AÇÃO DE
ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus. Oremos: Oração de Confissão Todos: Senhor, diariamente somos agraciados com tua proteção e as tuas bênçãos, mas nem sempre voltamos nossos corações a ti em sinal de agradecimento. Perdoa o nosso pecado. Cântico: “Redenção pela Cruz” (CTP 143 – 1ª estrofe apenas) Todos: Senhor, tudo o que somos e tudo o que temos vem de ti. Perdoa-nos porque não somos graciosos para com os outros, como tu és gracioso para conosco. Não praticamos a gratidão, a partilha e a doação. Cântico: “Redenção pela Cruz” (CTP 143 – 2ª estrofe apenas) Povo: Senhor, não queremos uma vida “sem graça”. Não queremos viver na “desgraça” do pecado. A tua graça é melhor do que a vida! Salva-nos, ó Deus, pelo teu grande amor. Cântico: “Redenção pela Cruz” (CTP 143 – 3ª estrofe e coro) Confissão Silenciosa Declaração de Perdão (Romanos 5.20; Salmo 103.3-4; Efésios 2.8) Oficiante: Ouçam as boas-novas: onde abundou o pecado, superabundou a graça! O Senhor é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem te coroa de graça e misericórdia. Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Cântico: “Preciosa Graça” (CTP 112)
3. Agraciados
Acolhendo a Palavra de Deus Oficiante: Não podemos viver só de pão, mas precisamos da Palavra de Deus. Nesta hora, somos agraciados pelo Senhor com o pão
da Palavra! Que, pelo Espírito Santo, sejamos agora alimentados com o pão da vida, Jesus Cristo! Oremos: Oração por Iluminação (cantada): “Vem, Espírito Divino!” (CTP 35 – 1ª estrofe e coro) Leitura do Antigo Testamento: Livro do Deuteronômio 8.1-10 Responso: “Louvemos Todos Juntos” (CTP 482) Leitura do Novo Testamento: Evangelho de Lucas 17.11-19 Responso: “Louvado Sejas, ó Cristo” (CTP 483) Proclamação da Palavra Orações de Intercessão e Súplica
4. Agradecidos
Cântico: “Conta as Muitas Bênçãos” (CTP 231 – 1ª estrofe e coro) Momento de Gratidão Oficiante: Neste momento, vamos apresentar ao Senhor os motivos especiais de gratidão que trazemos conosco. A cada motivo apresentado voluntariamente, repetiremos: “Graças a Deus!”. Apresentação de Motivos de Gratidão Oração de Ação de Graças Todos: Onipotente Deus, Pai de toda a misericórdia, nós, teus indignos servos, rendemos-te os mais humildes e sinceros agradecimentos por toda a tua benevolência e carinhosa bondade para conosco e para com todos. Nós te bendizemos por nossa criação, preservação e por todas as bênçãos desta vida; principalmente por teu inestimável amor na redenção do mundo por nosso Senhor Jesus Cristo, pelos meios de graça e esperança da glória. A ti rogamos nos concedas tal apreciação de tuas misericórdias,
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GRAÇAS
que nossos corações exultem de sincera gratidão, e que proclamemos teus louvores não somente com os nossos lábios, mas com as nossas vidas, entregando-nos inteiramente ao teu serviço, e andando na tua presença em santidade e retidão todos os nossos dias. Por Jesus Cristo nosso Senhor, a quem, contigo e o Espírito Santo, seja toda a honra e glória, por séculos sem fim. Amém. Ofertório Cântico: “Graças Pelos Muitos Frutos” (CTP 222) Oração de Dedicação
5. Graciosos
Envio (Hebreus 12.28; Efésios 4.7; 1ª Pedro 4.10) Oficiante: Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor. A graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Sejamos todos graciosos, manifestando a graça de Deus ao mundo! Cântico: “No Espírito Unidos” (CTP 312) Bênção (2ª Coríntios 13.13) Pastor(a)/Presbítero(a): A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós. Povo: Amém. Poslúdio (Silêncio e Oração)
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POESIA
Salmo do dependente químico
REV. VALDOMIRO PIRES DE OLIVEIRA
A droga é meu guia, nada me faltará. Ela atende os meus anseios: leva-me aos pratos desejados e às fontes do meu maior prazer. Refrigera-me a alma aflita e cansada dos becos sem saída... Mas logo, sem querer, mergulho num porão escuro, onde encontro, de mãos dadas, o prazer e a morte. Sinto medo, o chão treme sob os pés e gela a alma dentro de mim. Vou e faço uso novamente, mas nem a droga me tira a fissura. Desejo sumir, mas pra onde?...
Corro pra casa, antigo refúgio, acho a minha mãe em oração, ela sofre por mim, também adoeceu. Isso me fere o peito, me dói. Tomo um banho, sento à mesa, janto, fumo, troco umas palavras com minha mãe e outras pessoas, nem assim me sossega o espírito. Um olhar, uma palavra qualquer aflora a minha agressividade... Penso que nenhuma bondade habita mais o meu coração. Sinto vergonha de mim!... Percebo que fiz as pazes com a morte, até já pedi pra morrer, pois sei que posso matar alguém. Ando estranho, frio, insensível... Todos sabem, nunca fui assim! Faço tudo pra me conter, mas, confesso, tenho medo de mim. O Rev. Valdomiro é ministro jubilado da IPIB
A Revista da Família
nº 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
Alvorada 53
CRISTIANISMO
Presépio de garrafa pet CARINA PORTELA
Passo a passo:
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Separe 2 garrafas pet de 2 litros, lave-as bem e seque.
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Com um pincel macio, passe uma tinta primer e deixe secar por 3 horas. Faça isso em todas as garrafas.
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Na primeira garrafa, aplique a tinta na cor que deseja fazer o corpinho, como se fossem roupas e deixe secar por mais 3 horas.
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Pegue a segunda garrafa e corte seguindo a linha, ou uns 15 cm, da boca e separe. Isso será a cabeça. Pinte com uma cor de pele, espere secar e desenhe olhos nariz e boca.
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Com a parte da base, seguindo uns 10 cm, faremos o cabelo para encaixar na cabeça. Capriche! Cabelos encaracolados, loiros, ruivos etc...
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Com a sobra da segunda garrafa faça os bracinhos e pinte com a mesma cor usada no corpo. Se quiser, faça uma mãozinha simples e pinte da cor do rosto! Pronto! É só montar as peças! A Carina, artita plástica, é membro da IPI de Cidade Patriarca, São Paulo, SP
54 Alvorada
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nº 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
O que é o Natal?
Sentindo o Natal
SIDAMAIA BARRETO DE JESUS SANTOS
LÍDIA SENDIN
O que é Natal? Quem pode dizer? É compra, presente Ou peru pra comer? Não tenho certeza, mas posso dizer: É o menino Jesus que acabou de nascer. Nasceu numa manjedoura. Humilde assim? Qual será seu futuro? Qual será o seu fim? Já é perseguido, o pequeno bebê Por um rei malvado Que quer vê-lo morrer. Mas ouvi uma história, Bem pertinho daqui, Que o menino não é pobre não. Como assim? Tem um Pai lá na glória, Uma casa de pérolas, Com ruas de ouro e carmesim, Que foi preparada também para mim. E por que pra você e não para mim? Eu não sei lhe dizer. Foi o que ouvi por aí. Agora já sei, eu já entendi. É o Filho de Deus! O Salvador. Que veio ao mundo trazer seu amor. Você tem razão. A todos vamos dizer que o menino Jesus acabou de nascer. É Natal! Jesus nasceu! Bendito seja o Filho de Deus!
Veja as belas luzes claras, É o Natal que vem chegando Enfeitando as cores raras, A Jesus anunciando. Dos cantores do coral, Pelas vozes anjos falam Das histórias do Natal Que à noite nos embalam. Um menino simboliza A pureza deste dia E em seu seio entroniza Muito amor e alegria. Nem as luzes da cidade, Nem presentes, nem cartões Podem dar felicidade Aos tristonhos corações. Mas somente o Esperado Que, envolto em muita luz, Veio a nós abençoado: Só o Eterno Deus-Jesus. A Lídia é membro da IPI de Piracicaba, SP
A Sidamaia é da IPI de Fazenda Grande, BA
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nº 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
Alvorada 55
Famílias no Altar CINIRA BARBOSA FURTADO DO NASCIMENTO
A ideia é recolher fotos de todos os membros da igreja. Após, montar a árvore de natal. Você vai precisar: • Bolas de acrílico • Porta-retratos pequenos • Fotos • Laços de fita • Luzes
56 Alvorada
A Revista da Família
Depois de montada a árvore, o Conselho poderá orar em favor das famílias em volta da mesma. No último dia do ano, a sugestão é que cada um obtenha sua bola/foto. Se desejarem, poderão sugerir uma oferta para a igreja, destinando-a para o MASD (Ministério de Ação Social e Diaconia). O MASD poderá transformar em cestas-básicas para famílias carentes. Bom trabalho! A Cinira, sub assessora da CNA, é membro da IPI do Cambuci
Obs.: Sobre o material, especialmente bolas e porta-retrato: caso a igreja tenha dificuldade em encontrar ou desejar mais detalhes, entre em contato: (11) 3257-2291 ou E-mail: cinira57@hotmail.com
nº 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
LITURGIA E POESIA
Orientações para Liturgia de Natal REV. EMÉRSON RICARDO PEREIRA DOS REIS
1. A presente ordem litúrgica (páginas 58-59) foi estruturada a partir do relato do Evangelho de Lucas 2.1-20. O culto expressa os acontecimentos do nascimento de Jesus, conforme apresentados pelo evangelista nesse texto bíblico. Assim, na 1ª parte do culto, somos situados no tempo cronológico. Jesus se encarnou na história humana. Na 2ª parte do culto, recordamos que a peregrinação de José e Maria a Belém, a fim de que Jesus nasça na cidade de Davi, cumprindo as antigas profecias. Na 3ª parte do culto, relembramos que, em Belém, não houve lugar para Jesus nascer. Hoje, esse lugar existe em nosso meio? Na 4ª parte do culto, ouvimos a proclamação da Palavra de Deus e meditamos sobre o nascimento de Jesus Cristo. Na 5ª parte do culto nos identificamos com os pastores, para quem foi anunciada a boa-nova do Natal de Cristo. Como os anjos e como os pastores, louvamos ao Senhor, buscamos a sua presença e nos dedicamos a ele. Na 6ª e última parte do culto, nos comprometemos a guardar tudo no coração, como Maria fez, mas também a anunciar ao mundo o nascimento de Jesus, louvado e glorificando a Deus, como os pastores. 2. Os textos do relato de Lc 2.1-20 devem ser lidos por um narrador previamente escolhido e preparado para essa leitura. Sugerimos a participação de, pelo menos, dois oficiantes na liturgia. Eles também devem ser bem orientados e treinar para que as leituras sejam bem feitas. Esses oficiantes poderiam ser escolhidos entre os jovens e os adultos da igreja. De igual modo, as crianças e os adolescentes poderiam participar encenando cada trecho do relato de Lucas (na medida em que for sendo lido). Eles não precisam ter “falas”, mas apenas dramatizarem aquilo que está sendo lido pelo narrador. O espaço litúrgico do templo poderia ser adaptado para que “José”, “Maria”, os “anjos”, os “pastores”, fossem entrando e tomando cada um o seu lugar conforme o relato for evoluindo, até que, no final do culto, todos estejam à frente formando o cenário do nascimento de Jesus (Maria e José, com o menino Jesus na manjedoura e os pastores diante deles; os anjos também podem compor a cena final!). 3. Os cânticos inseridos nesta ordem litúrgica são todos extraídos do hinário Cantai todos os Povos, com exceção do “Indagações do Natal” (que foi publicado na 1ª edição do CTP, datada de 2003, sob o nº. 331, bem como na coletânea Canteiro, volume III, nº. 14, publicada em 1991). 4. A oração de adoração foi retirada do livro CultoArte: celebrando a vida: advento, natal, epifania (Campinas, SP: CEBEP; Petrópolis, RJ: Vozes, 1999, p. 79). A oração inserida na terceira parte do culto foi extraída do livro Celebrar Natal em família e comunidade (São Leopoldo, RS: Sinodal, 2006, p. 29). 5. Os textos bíblicos propostos pelo Lecionário Comum Revisado para a ocasião são os seguintes: Véspera de Natal (24/12) – Isaías 9.2-7; Salmo 96; Tito 2.11-14; e Lucas 2.1-14 (15-20); Dia do Natal (25/12) – para o período da manhã – Isaías 62.6-12; Salmo 97; Tito 3.4-7; e Lucas 2.(1-7) 8-20; – para o período da noite – Isaías 52.7-10; Salmo 98; Hebreus 1.1-4 (5-12); e João 1.1-14. A cor litúrgica é o branco.
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Natal Brasileiro LÍDIA SENDIN
Dezembro aqui tem sol e calor, Não se vê neve no quente Natal, Mas há estrelas no céu de esplendor, Com muita alegria e sons de coral. Na festa não há nem rena ou anão, Mas canta soberbo aqui o sabiá. Na hora do abraço ou aperto de mão O brinde se faz com o guaraná. O nosso Natal é bem brasileiro, Bebemos garapa, leite e café, Nos falta, bem sei, o frio estrangeiro, Mas sobram em nós a crença e a fé. Se chega de fora o altivo pinheiro, Ondulam aqui festivas palmeiras. Se o tempo é de ser um bom companheiro, A festa é de amor sem cerca ou barreiras. Estando entre nós o dono da festa, Aqui ou ali é dia de luz. Portanto, então, o bem que nos resta, É sempre o nascer em nós de Jesus. A Lídia é membro da IPI de Piracicaba, SP
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Alvorada 57
Sugestão de liturgia para a celebração do
“Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo” 1. O amor de Deus invadiu o tempo e a história! • • •
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Prelúdio (Silêncio e Oração) Saudação e Acolhida O Relato do Natal (Evangelho de Lucas 2.1-2)
Narrador: Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria.
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Chamada à Adoração (Gálatas 4.4; Tito 2.11; Salmo 96.1-3)
Oficiante 1: Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei. Povo: A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens! Oficiante 2: Jesus nasceu nos dias de César Augusto, imperador romano; nos dias de Quirino, governador sírio; nos dias do primeiro recenseamento. Isto significa que o Deus Eterno invadiu a história humana! Jesus nasceu entre nós e, ainda hoje, ele nasce em nosso mundo, nasce aqui no Brasil! Povo: Cantai ao Senhor um cântico novo! Cantai ao Senhor, todas as terras! Oficiante 1: Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia. Povo: Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas.
Cântico: “Natal Brasileiro” (Hinário Cantai Todos os Povos nº. 334) Oração de Adoração (adaptada por Luiz Carlos Ramos)
Oficiante 2: Ó Deus, toda glória seja a ti, pelo dom de teu Filho, luz em meio às trevas e esperança do mundo, a quem enviaste para trazer liberdade aos cativos e sonho aos cansados. Junto aos pastores e aos anjos cantores, permite-nos louvar teu nome e contar a todos sua história, a fim de que todos acreditem e se alegrem e reconheçam teu grande amor. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Povo: Amém.
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58 Alvorada
A Revista da Família
Oficiante 1: E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. (Miquéias 5.2)
Cântico: “Do Tronco Rude” (CTP 326 – 2ª estrofe)
Oficiante 2: O nascimento do Messias, prometido por Deus pela boca dos profetas, fazia parte de um maravilhoso plano de salvação!
Cântico: “Do Tronco Rude” (CTP 326 – 3ª estrofe)
O Relato do Natal (Evangelho de Lucas 2.6-7)
Narrador: Estando eles (Maria e José) ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias... e não havia lugar para eles na hospedaria...
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O Relato do Natal (Evangelho de Lucas 2.3-5)
Narrador: Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Oficiante 1: José é filho de Davi. Por isso, Jesus também será descendente do rei Davi e nascerá em Belém, cidade de Davi e de sua família, como os antigos profetas haviam anunciado:
Cântico: “Do Tronco Rude” (CTP 326 – 1ª estrofe)
3. Há lugar para o menino nascer entre nós?
2. O Messias foi anunciado pelos profetas! •
Oficiante 2: Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. (Isaías 11.1)
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nº 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
Oficiante 1: Na cidade de Belém, não havia lugar para Jesus nascer. Não havia quarto, casa, pensão, hotel para acolher Maria e José, e para acolher o nascimento do Salvador. Por esse motivo, Jesus vai nascer em uma estrebaria, junto dos animais. Oficiante 2: E hoje, há lugar em nosso mundo, em nosso país, em nossa cidade, em nosso bairro, em nossa igreja, em nossa família, em nossa casa, em nosso coração, para Jesus nascer?
Momento de Silêncio e Oração de Confissão de Pecados Cântico: “Indagações do Natal?” (1ª Ed. CTP 331 ou Canteiro, Vol. III, nº. 14) Oração (Vera Regina Waskow)
Oficiante 1: Misericordioso Deus e Pai, que enviaste teu Filho encarnado, feito gente como a gente, para purificar-nos dos pecados e nos dar nova vida, faze com que encontremos força e alegria nos caminhos da vida como teus seguidores fieis. Cria em nossos corações a convicção de que estás conosco sempre no poder da tua Palavra. Vem com tua graça envolver as pessoas que se desviaram de ti. Liberta da angústia, joga tua luz sobre pessoas enlutadas e oprimidas, solitárias e tristes. Sara, Senhor, as nossas feridas. Deus da graça, ajuda-nos a assumir o milagre do teu amor com humildade. Desperta em nós a gratidão como resposta ao amor que tens para conosco, para que amemos a ti e as pessoas próximas. Abre nossos corações para receber teu Filho em fé viva, e que na obediência nos tornemos herdeiros da graça de Jesus Cristo. Povo: Amém.
Cântico: “O Nascimento de Jesus” (CTP 348 – 2ª e 3ª estrofes)
4. Ele veio e sempre vem ao nosso encontro! •
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O Relato do Natal (Evangelho de Lucas 2.6-7)
Narrador: Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura... Oficiante 2: Jesus nasceu entre nós; vestiu nossas roupas! Veio para Belém; veio para esta terra. Veio para camponeses pobres; veio para nós. Nesta noite de Natal, mais uma vez, Jesus vem ao nosso encontro, pela sua Palavra!
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Oração por Iluminação Leitura(s) das Sagradas Escrituras Cântico: “Jesus Nasceu” (CTP 345) Proclamação da Palavra Afirmação de Fé (Manual do Culto da IPIB, p. 327)
Todos: Creio em Jesus Cristo e no poder do Evangelho que começou em Belém. Creio naquele, cujo Espírito glorificou uma pequena aldeia, de cuja vinda pastores deram sinal e para quem não havia lugar em mansão alguma. Creio na bondade do Pai, que nos deu seu próprio Filho como Salvador. Creio naquele a quem os reis da terra desprezaram e os orgulhosos não puderam compreender, mas cuja vinda mudou o curso da história. Creio naquele a quem os pobres, os oprimidos, os tristes, os doentes, os cegos e os leprosos deram as boas-vindas e o aceitaram como Senhor e Salvador. Creio que este mundo será transformado pelo poder daquele cujo nascimento comemoramos. Amém.
5. O louvor dos anjos é o nosso louvor! •
anjos é também o nosso louvor!
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Narrador: E, ausentando-se deles os anjos para o céu, diziam os pastores uns aos outros: Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer. Foram apressadamente e acharam Maria e José, e a criança deitada na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram o que lhes tinha sido dito a respeito deste menino. Todos os que ouviram se admiraram das coisas referidas pelos pastores. Oficiante 2: Os pastores acreditaram nos anjos e foram até Belém! Levaram a sério a boa-nova e não se escandalizaram de um menino pobre, envolto em panos! Eles são um modelo de fé para nós e nos convidam, nesta hora, a nos apresentarmos também diante do menino Jesus e sua manjedoura. Como os pastores, coloquemo-nos diante do Filho de Deus, em atitude de dedicação e consagração. Ofertemos ao Senhor as nossas vidas!
Cântico: “Surgem Anjos Proclamando” (CTP 346 – 2ª e 4ª estrofes) Ofertório Oração de Dedicação
6. Guardar no coração, sim! E, anunciar a boa-nova, também! •
O Relato do Natal (Evangelho de Lucas 2.18-20)
Narrador: Todos os que ouviram se admiraram das coisas referidas pelos pastores. Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração. Voltaram, então, os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado.
O Relato do Natal (Evangelho de Lucas 2.8-14)
Narrador: Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. E um anjo do Senhor desceu onde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem. Oficiante 1: O céu desceu à terra no nascimento de Jesus! Também os anjos desceram à terra para anunciar a boa notícia aos homens: nasceu o Salvador, o Cristo, o Senhor! A mensagem celestial era para os pastores; é para todos nós! O louvor dos
Cântico: “Surgem Anjos Proclamando” (CTP 346 – 1ª e 3ª estrofes) O Relato do Natal (Evangelho de Lucas 2.15-18)
• • • •
Oficiante 1: Nesta noite, mais uma vez ouvimos a doce e velha história do nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Como Maria, vamos guardar e meditar nessas palavras em nossas mentes e corações. Mas, além disso, como os pastores, vamos sair daqui glorificando e louvando a Deus por tudo o que nos foi anunciado, por tudo o que vimos e ouvimos. Todos: Daremos testemunho de que Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna! (João 3.16)
Cântico: “Eis dos Anjos a Harmonia” (CTP 351) Bênção Poslúdio (Silêncio e Oração) Cumprimentos de Feliz Natal!
A Revista da Família
nº 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
Alvorada 59
REFLEXÃO
DULCE VIEIRA FRANCO DE SOUZA
Meu pai considerava a agricultura dificílima. Só manteve sua herança por insistência de mamãe que havia visto muita gente perder tudo ao tentar mudar de ramo, sem a devida qualificação profissional. No entanto, papai era dotado de uma enorme inteligência prática. A física era naturalmente clara em sua cabeça: elétrica, hidráulica, mecânica. Com ele frequentamos ferro velho, oficinas. Também marcenarias recendendo a sassafrás ou óleo vermelho. Montava pequenas usinas hidrelétricas e centros telefônicos. Tudo poderia ser consertado. Peças poderiam ser feitas ou adaptadas. Crescemos ajudando em construções, segurando nível, prumo, linha, parafusos, pregos. Tomamos gosto pelo conserto. O improvável pode ser a grande solução. Nada se descarta. Aqui em nossa casa, na roça, ouvia uns nomes estranhos para móveis, utensílios domésticos, roupas. Êtagér, terrina, penhoar, estas palavras estão no Aurélio, vem do francês: étagére, terrine e peignoir. Não sei em que época foram incorporadas à nossa linguagem local, onde geralmente se usava cuia, gamela e cabaça . Os professores particulares e os internatos as trouxeram. Sempre achei bonitos os móveis das casas boas, da cidade ou da fazenda. Quando pude, comecei a comprar móveis lindos, em mal estado, para recuperá-los. Alguns armários de jacarandá ou imbuia possuíam o fundo de madeira leve, que geralmente precisava ser trocada, além de precisarem de lixa, cera, etc.
60 Alvorada
A Revista da Família
O pessoal de minha casa ficava alarmado com tais aquisições. Também tinha certa dificuldade em localizar um marceneiro para tal recuperação. Mas..., depois da obra acabada..., boas surpresas, elogios. Estes móveis não sofreram depreciação pelo uso ou tempo. Ao contrário, cada peça que temos valorizou. Raridades. Exclusivas. Manufaturadas. Sem saber, persegui um estilo, o francês. Nós, seres humanos, somos “poemas” de Deus. Efésios 2.10 diz que somos feitura sua. Obra exclusiva, criada à sua imagem e semelhança. Projeto e execução de alto padrão. Mas... quantos acontecimentos em nossa vida, dependendo ou não de nossas escolhas, nos quebram, embaçam nosso brilho. Além de ser nosso Criador, Deus é capaz de nos olhar com esperança, não importando o nosso estado de degradação. “ ...Quem é como o Senhor Nosso Deus, que habita nas alturas; que se curva, para ver o que está nos céus e na terra; que do pó levanta o pequeno, e do monturo ergue o necessitado, para o fazer assentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo” (Sl 113. 5 -8. Ed. Revista e Corrigida). “... Ele ergue do pó o desvalido” (Ed. Atualizada) “...Ele livra da humilhação os pobres e tira da miséria os necessitados, Ele faz com que eles sejam companheiros de governantes, dos governantes do seu povo” (Ed. NTLH). Deus enxerga e ergue o pequeno, necessitado, desvalido e pobre. Livra da miséria e humilhação. Nisto creio! Amém! A Dulce é membro da IPI de Botelhos, MG
nº 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
matthew mcarthur
Restauração
A Revista da FamĂlia
nÂş 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
Alvorada 61
CRIANÇAS
O presente que nunca acaba! DANIELA WELTE (TIA PINK)
João 15.14: “Vocês são meus amigos se fazem o que eu mando!”
Algumas crianças me contaram que amam ganhar presentes, e cada um tem o seu favorito. João Pedro ama vídeo game; Thayná ama jogos de tabuleiro; Yasmim ama boneca; Paulinho ama bola de futebol; Verônica ama computador; a Naira ama ganhar livro e cd de música. E você? Qual presente você acha mais legal? Faça um círculo no brinquedo de que você mais gosta!
Mas eu descobri que mais legal do que qualquer brinquedo são amigos pra brincar junto com a gente! A Bíblia fala, em Provérbios 27.9: “Assim como os perfumes alegram a vida, a amizade sincera da animo para viver”. Viu que legal? Um amigo de verdade nos alegra tanto que nos deixa mais animado pra viver! Quantos amigos você tem? Escreva aqui os nomes deles
Com um amigo do nosso lado, não precisamos de brinquedos. Tudo vira brincadeira e qualquer brinquedo fica mais legal para brincar. É muito legal ter vários brinquedos, mas muito mais legal é você ter amigos para poder brincar, mesmo que seja sem nenhum brinquedo! Pergunte pra eles!
62 Al Alvorada lvo v ra rada ada da
A Re R Revista vist vi s a da aF Família am a míllia i
n 7 nº 71 o outubro/novembro/dezembro, u utub utu ro o/n /novem ovembro/ bro/deze dezembro mbro,, 2012 2012 2
Esse desenho que você pode pintar mostra o que nos afasta de nossos amigos. Você consegue descobrir o nome desse pecado? Essa criança está mostrando o pecado do ____________________!
Atitude
Muitas atitudes podem nos afastar de nossos amigos ou até mesmo fazer com que ninguém queira ser nosso amigo. Ajude os amigos a passarem pelo caminho cujas atitudes os levem à verdadeira amizade. Dica da tia Pink: Brincadeira da época da mamãe: Mãe da Rua Antigamente, as crianças não tinham tantos brinquedos como as de hoje e, por isso, tinham de usar mais a criatividade para criá-los. Pergunte pra mamãe e pra vovó como elas brincavam. • Mãe da rua: essa precisava de ruas tranquilas e muitas crianças juntas. Um participante é sorteado e passa a ser a mãe da rua. Os outros se dividem em dois grupos e cada um fica em uma calçada. O objetivo é atravessar a rua – pulando em um pé só, de costas ou como estipularem – sem ser pego pela mãe. Quem for pego, se torna a nova a mãe e a brincadeira continua. Quando todos forem capturados, ela chega ao fim.
Jesus morreu na cruz para podermos ser amigo dele. Vamos mostrar que queremos ser amigo de Jesus obedecendo ao que está escrito na Bíblia! Ele nos ensina como ser e como ter amigos verdadeiros. Ele é um amigo que sempre está do nosso lado. Ele é Emanuel - Deus conosco! Jesus é um amigo que nunca nos magoará e sempre vai escolher o melhor para nós!
Daniela Welte (Tia Pink) é coordenadora regional de crianças do Presbitério Sudoeste de Minas, e congrega na IPI de Alterosa, MG
A Re Revista evi v st sta da F Família amíl am míllia i
nº 71 nº 1o outubro/novembro/dezembro, uttubro/n u utub o//novem / ovem vem em mbro/ o//deze dezembro dezembro mb br , 2012 bro 2012 2 12
Alvorada A lvo ora r da a 63 3
A Bíblia MARIA EMÍLIA CONCEIÇÃO
A Bíblia não é um livro comum porque de Deus é a palavra; ela nos mostra o caminho e diz que é só um. Muita gente lê a Bíblia, mas não entende o que ela diz; Se entendesse e seguisse, Seria, com certeza, feliz. A Bíblia conta as histórias de gente boa e ruim; ela contém a verdade, por isso que é assim. Ela nos dá muitos exemplos daqueles que obedeceram, que foram bem sucedidos e as lutas sempre venceram. Mas fala também daqueles que não quiseram obedecer e fizeram tudo errado, vindo depois a sofrer... Conta de como Deus é nosso pai onisciente, cuidando dos filhos seus e estando sempre presente,
DE 2 1 DEZEMBRO
Se mais você quer saber, É muito fácil, agora: É só pegar uma Bíblia Com todo cuidado e ler!
DIA DA
BÍBLIA Amy Burton
A Maria Emília é membro da IPI de Cruzeiro, SP
64 Alvorada
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nº 71 outubro/novembro/dezembro, 2012
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4 Alvorada
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nÂş 65 abril/maio/junho, 2011