Especial Fim de ano

Mais Mais Perfil

Nยบ 40 - Novembro/2014 Proibida a venda

ESPECIAL www.maismaisperfil.com

Fim de Ano

O amor mora no detalhe

4

DEZEMBRO / 2014

5 DEZEMBRO / 2014

Sumário

32

Mais Mais Perfil

Qualquer maneira de amor vale a pena

ESPECIAL Fim de Ano

Ágora

14 por Wilma Trindade Etelmar Loureiro Ana Karina Dutra

16, 26, 30 e 48

52

Comportamento

Gente

Empresarial

28

O Caminho do despedício

44

Ponto de Vista

ESPECIAL DE NATAL

8

Muros Insanos

Etelmar Loureiro

20

Escrito nas Estrelas

Tarciso Alves

50

Brasil: um país cartorial

O desenvolvimento passa por aqui

Expediente

BRICS e ANTIBRICKS

Editoria Geral: Wilma Trindade | Fotos: Wilma Trindade, e KK Gontijo | Colaboradores: Etelmar Loureiro, Paula Greco, Ana Karina Dutra | Tarciso Alves | Design Gráfico: Alderson Cunha - KDesign | Revisão: Tarciso Alves | Impressão: Gráfica Nacional | Tiragem: 5.000 exemplares

Diego Trindade D’Ávila Magalhães

6

34 FUTURO

42 Isso é Quente

Newton Luiz Concellos

54

DEZEMBRO / 2014

VALADARES DO

por Paula Greco

Mulheres

Super Poderosas

Esta revista é uma produção da WTF Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização.

Governador Valadares - MG - Dezembro/ 2014 | Contato: (33) 9121-0601 / (33) 9953-1124 / 8843-5522 / 8437-0707 wilmaperfil@hotmail.com | www.maismaisperfil.com

Editorial Wilma Trindade Pelo andar da carruagem, 2014 passará para a história do Brasil sendo um marco de abertura como o foi a queda do muro de Berlim, na Alemanha. Abertura de bocas, e quantas, que possibilitaram à Polícia Federal percorrer com sucesso intrincados labirintos da política nacional. Descobrir o princípio e chegar-se ao fim, eis o desejo das mentes capazes de entender o tamanho das linhas que traçaram as relações promíscuas entre empresas, parlamentares e governos. Com todos os escândalos que, licença presidente Dilma, nos “estarreceram”, o ano de 2015 desponta nos parecendo mais promissor do que muitos outros, em que pese a sua vitória, ou quiçá reforçado por ela. Graças à coragem de uma tríade, imprensa, promotores e juízes, eficaz com o poder próprio da Polícia Federal, caminha-se para a luz, eliminando o período obscuro, os últimos 12 anos, transparente só da boca para fora. Como os antigos filósofos observaram que o conhecimento traz a luz, é possível acreditar que uma reforma política está próxima, e com ela uma sociedade mais sadia e digna, mais promissora para nossos filhos, que já estão vendo que ficar rico com roubo pode possibilitar viver no bem bom, mas não mais por muito tempo. Condutas amorais levam ao xilindró os colarinhos engravatados, da mesma forma que leva o ladrão do submundo ou o estuprador da esquina.

Educativas foram as cenas de todo- poderosos terem que entrar no camburão da Polícia Federal, encapuzando suas caras acostumadas a serem mostradas com a empáfia de riquezas de famílias tradicionais, ou de homens que se fizeram por si mesmos. Bom chegar ao fim do ano dessa forma, alvissareira, como o The End das películas onde, em geral, os bandidos morrem ou vão para a cadeia. Esta nossa edição, a última desse marcante ano, quer brindar com você, leitor, essa conquista iniciada com um homem negro, digno e corajoso, de que temos orgulho de escrever o seu nome: Joaquin Barbosa. Brindamos com ele, pois ele nos fez recuperar posturas esquecidas. Não é porque todo mundo faz que se torna lícito fazer. Trazemos também outras posturas que essa nova era exige, com a matéria de conscientização do desperdício. Entre outros temas, que podem tornar o seu fim de ano mais leve e um 2015 mais alegre, pleno de confiança no futuro do Brasil, nosso e de tantas outras gerações.

Obrigada a todos que tornaram essa edição possível.

A Deus, glórias e graças, hoje e sempre. Boas Festas, lindas férias e até março, se Deus quiser.

ELA USA KIT HOLIDAY

RUA BÁRBARA HELIODORA, 483 CENTRO TEL.: 3271-1937

7 DEZEMBRO / 2014

Mais Mais

Ponto de Vista Etelmar Loureiro

MUROS INSANOS

É� inacreditável a rapidez com que o tempo passa, tornando distantes episódios que, no imaginário, parecem ser de ontem.

Nem parece, por exemplo, que já decorreram 25 anos desde a derrubada do Muro de Berlim.

Lá se foram duas décadas e meia, um quarto de século, de um fato que, pelas suas caracterí� s ticas, sobretudo a forma inusitada e tranquila como aconteceu, assombrou o mundo.

Entre os sensatos, ninguém imaginava que aquele paredão fosse durar tanto quanto as Muralhas da China. Faltava-lhe sustentação ideológica, justificativa relevante, algo que lhe conferisse o status de imprescindí�vel e digno de se alojar na lembrança positiva da humanidade. Por outro lado, nem mesmo os otimistas supunham que o monstrengo cairia antes de 50 ou 100 anos.

Tinha como finalidade principal deter o elevado fluxo de gente para a parte ocidental de Berlim, onde forte retomada econômica pós-guerra oferecia melhores chances de trabalho e negócios.

Mas o muro era um trambolho arquitetônico, sí�mbolo da insensibilidade comunista. Verdadeira catástrofe ideológica causada pela Guerra Fria em que os Estados Uni-

dos e a União Soviética disputavam a hegemonia mundial.

Começou a ser erguido na madrugada de 13 de agosto de 1961, logo provocando a separação de famí� lias, amigos e de toda uma nação por quase três décadas.

Nos 28 anos em que se manteve de pé, causou sofrimentos e tragédias que jamais se apagarão da memória coletiva.

Sua queda, em 9 de novembro de 1989, marcou o fim de um longo perí�odo de hostilidades e de disputas econômicas, filosóficas e militares, entre capitalistas e marxistas.

Entretanto, embora exemplar e auspicioso, esse episódio não significou o fim das demais barreiras existentes, nem desestimulou a construção de outras tantas. Pelo contrário, a prática tornou-se recorrente, tí�pica do egocentrismo em que vivemos.

As Coreias continuam separadas.

Na fronteira dos EEUU com o México há um imenso paredão, o mesmo acontecendo entre Israel e Palestina. Até no Rio de Janeiro eles foram erguidos, a pretexto de prevenir a expansão das favelas.

Fato é que nos quatro cantos do mundo os muros são mantidos ou proliferam, aos montes, aprofundando o abismo entre pretos e bran-

cos, ricos e pobres, cultos e ignorantes, heteros e homossexuais, democratas e socialistas, liberais e conservadores, cristãos e islâmicos, e outras polarizações.

Velhos conhecidos, eles sempre existiram, separando pessoas e contribuindo para a legitimação de poderes presumidos. O passar do tempo apenas fez com que se tornassem cada vez mais sólidos, densos, espaçosos e intransponí�veis.

Os mais difí�ceis de derrubar nem sempre são fí�sicos e visí�veis. Piores são os imateriais, de natureza polí�tica, econômica, social, étnica, moral, intelectual, religiosa e outras ditadas por paradigmas e regras subjetivas.

Assim como o Muro de Berlim, uns e outros devem ser exterminados, a bem da humanidade.

Bem pensado, o muro só é realmente útil em três situações: nas comunidades, como protetor de imóveis; na vida pública, como refúgio de maus polí� t icos; na fantasia dos casais, como obstáculo a pular.

Afora essas – e também às vezes nessas – só traz constrangimentos.

E dos grandes!

Etelmar Loureiro

Bacharel em Direito E-mail: etelmar@gmail.com Blog: http://gentefatoseabstratos.blogspot.com

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O amor mora no detalhe Com um brunch impecável e delicioso, Suellen e Bruno Maikel simplesmente extasiaram seus convidados, com as mais belas opções para fazer sua casa mais linda nesta temporada de fim de ano. Peças e adornos de decoração natalina enriqueceram ainda mais os móveis Haifa, feitos a mão. O bom gosto reinante na Haifa cria uma atmosfera de harmonia e paz inebriantes, como pedem as confraternizações de fim de ano. A revista Mais Mais Perfil viajou no mundo Haifa e trouxe para você, leitor, mais sugestões. Escolha a cor e brinde na semana mais esperada do ano, o Natal e a chegada de 2015, com muito amor e carinho nos mí�nimos detalhes.

FOTOS WILMA TRINDADE

Os empresรกrios Bruno Maikel e Suellen

RUA BELO HORIZONTE, 475 - CENTRO - GOVERNADOR VALADARES - MG - FONE: 3271-2111 www.haifafeitoamao.com.br

Dr. Roberto Carlos Machado na presidência da AM-GV POR WILMA TRINDADE

Roberto Carlos Machado, novo presidente da Associação Médica de Governador, ladeado pela prefeita Elisa Costa, por Rômulo Leite, o ex-presidente, e Manoel Arcísio, presidente da Unimed/GV.

FOTOS WILMA TRINDADE

Em solenidade no Ilusão Esporte Esporte Clube, na noite de 21 de novembro, tomou posse como presidente da Associação Médica de GV o ginecologista e obstetra Roberto Carlos Machado. Quem se despediu do cargo foi o gastroenterologista Rômulo César Coelho Leite. Foram prestigiados pela prefeita Elisa Costa, secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, André Merlo, pelo presidente da União Ruralista, Reginaldo Vilela, e da Cooperativa, Guilherme Olinto Rezende, do Sindicato Rural, Afonso Bretas, e pelo empresário e presidente do Sindicato do Comércio/ GV, Hercí�llio de Araújo Diniz. Ainda pelo presidente do jornal Diário do Rio Doce, Edison Gualberto, e naturalmente pelos associados da classe médica, entre eles o presidente da Unimed/GV, ginecologista Manoel Arcí�sio, Sebastião Santiago, George Simões, entre tantos, que se torna impossí�vel citar todos.

Após a cerimônia, a descontração ficou por conta de um show apresentado pelo Grupo Queijo Cachaça e Comédia, de BH, regado fartamente por espumante rosé, scotch e petiscos deliciosos. Convidada como amiga da famí�lia do novo presidente, fiz questão de marcar presença.

Dr. Jorge Ferreira Pinto e Rosimar

Dr. Roberto Carlos Machado e Aparecida Guilherme Olinto e Afonso Bretas

Roberto Carlos Machado com sua mãe, Enesita, ou melhor, D. Zinha, esposa, Cida, e filhas Natália, Roberta e Vitória

Dr. Roberto Carlos Machado, Otacília e Dr. Francisco

12

DEZEMBRO / 2014

Dr. Nilo Nominato e Marília Vitói

Dr. Paulo Petrucelli, Dr. George Simões e Flávio Cordeiro

Castor e Cláudia com as gêmeas Júlia e Eliza

Mirtes e Dr. William Ramos

P

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o. p m e t u e s v o l u in d o n o

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13 DEZEMBRO / 2014

Mais Mais

Opinião

PASSEIOS RENTÁVEIS

POR ETELMAR LOUREIRO

CADÊ AS OUTRAS? Pergunta que não quer calar: em um país onde o governo controla tantas empresas, seria a Petrobrás o único foco de corrupção?

Há muitas outras onde o dinheiro da “viúva” jorra, aos montões.

Seria bom ampliar o “pente fino”!

$uperfaturamento Circula na internet a lista das 10 garotas de programa mais caras do mundo, feita pelo site The Richest. Os preços variam de R$ 2.500 a R$ 100 mil por uma noite de prazer. Os maldosos estão dizendo que a tabela foi elaborada por dirigentes da Petrobrás.

Mesmo a contragosto, muitos lucram com a má conservação das ruas e calçadas valadarenses.

AMBIGUIDADE

Que o digam os que tratam de ví�timas dos buracos e desní�veis existentes nos locais onde transitam pedestres cadeirantes.

Nos meios financeiros, onde seriedade e gozação quase sempre se confundem, comenta-se que uma eventual manutenção de Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda seria tão aplaudida quanto a permanência de Renan Calheiros na presidência do Senado. Dilma entenda como quiser ...

Boa amostra é o estado calamitoso do passeio que circunda a Praça de Esportes e o Colégio Estadual, duas instituições oficiais.

POR WILMA TRINDADE

Aqueles países estão em guerra “cívil” há anos...

(Ana Maria Braga ao se referir a guerra civil em países do Oriente Médio. E o pior, é que ninguém da Globo fez a correção.

Outubro

De tantos labirintos de más práticas por todo o paí�s não demorou encontrar um pequenino em GV, sendo a entrada pela Universidade Federal de Juiz de fora. Em seu braço estendido aqui a Polí�cia Federal vasculhou a residência da secretária Municipal de Comunicação, do secretário de Educação, e de um ex- secretário (“Epa, ex, como assim?” “Sabe não, desinformada? Foi antes das eleições. A briga com a prefeita foi feia.. Os ditos foram, de ladrão, prá lá”.) - “Estarrecida”, licença presidente Dilma, fiz a pergunta que não quis calar... Por que, gente? O olhar e o gesto da resposta ficaram em minhas retinas.

negro

Com tantos investimentos na cidade, a

pergunta que não quer calar: E o nosso Aeroporto? É� incompreensí�vel ter que viajar de

carro ou ônibus para Ipatinga ou Vitória para de lá pegar aviões para São Paulo, Brasí� l ia, Rio e outros lugares. Esse atraso, não atrasa, emperra qualquer desenvolvimento.

POR ANA KARINA DUTRA

Das nossas pequenas corrupções

14

DEZEMBRO / 2014

– furar sinal de trânsito, não parar para o pedestre que está na faixa, jogar lixo na rua, ou pela janela do carro, parar em fila dupla, dar razão ao filho desordeiro na escola, em lugar de apoiar o castigo dado pelo professor... E assim, cauterizando nossa moral e nossos princí�pios éticos, acomodamo-nos às grandes corrupções dos que colocamos no poder pelo nosso próprio voto. Parem o Brasil, eu quero descer!

As últimas eleições

foram capazes de criar acirradas discussões, e mesmo brigas familiares – coisa nunca dantes vista neste paí� s ! Aí� , vem a paródia do que Russo cantou: “É� preciso amar as pessoas como se não houvesse eleições”. Em se chegando o tempo de celebrar o Advento, que o espí�rito reinante seja deste, e não daquela.

15 DEZEMBRO / 2014

FOTOS ROBSON DE OLIVIERA E MARINA ROJO

Os noivos Ana Emília Porcaro e Ronaldo de Lucena

Ana Emília e o tio Lúcio Gonçalves fron Canadá

Ronaldo, conduzido pela mãe Nilande Mendes de Lucena

Ana Emília conduzida pela mãe Catharina Gonçalves Porcaro

AnaEmíliaPorcaroeRonaldodeLucena No dia 25 de outubro, quem viveu a emoção de encaminhar os filhos ao altar foram as elegantes Catharina Porcaro, viúva do Dr. Niltro Porcaro, e Nilande Mendes de Lucena. Na Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem o sorriso da noiva Ana Emí�lia, mais bela que nunca, iluminava com todo glamour, ao encontro de Ronaldo para o SIM mais importante de suas vidas. A belí�ssima cerimônia encantou toda a nave. A recepção aconteceu no Minas Tênis Clube e depois os felizes noivos seguiram para a lua de mel na Espanha.

Alessandra Porcaro e Orestes Miraglia com a filha Luíza e os noivos

Luíza e o tio Vinícius Porcaro

Nilton Porcaro e Michele, com as filhas Izabela e Grabriela com os noivos Ronaldo e Ana Emília

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contato@wishbh.com.br

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FOTOS WILMA TRINDADE

Melissa no GV Shopping Uma nova loja Melissa faz brilhar ainda mais o GV Shopping, nesse fim de ano. Como sempre, o detentor da marca na Planí�cie, o polivalente jovem empresário Marcelo Lopes Ramos, receberam em noite inaugural, amigos e tradicionais melisseiras.

Encanto geral com o visual da coleção “Eat my Melissa”. Coloridas e assinadas por estilistas internacionais do naipe de Karl Largefeld, da Channel, Vivienne Westwood e os irmãos Campana. Venha viver essa experiência única que a Melissa preparou para você! Clube Melissa, você já é sócia e não sabia.

O braço direito, Ivone Pereira de Pinho, com a irmã Ivy Agostini Ramos e a filha Carolina Agostini Ramos

Bia e Marcela, amigas melisseiras

Flávio Lopes Ramos e a sogra melisseira, Clara Cipriano

Ivy e Marcelo brindam ao sucesso da Melissa GV-Shopping

Julimar e Tatiane com os amigos anfitriões Ivy e Marcelo

Paula Maia, uma melisseira apaixonada, e amiga

18

DEZEMBRO / 2014

Gabriela, Ivy, Marcelo, Marcela, Carolina, Salatiel e Fabrícia

Os irmãos Marcelo e Flávio Lopes Ramos

Marcelo e o gerente e amigo Áthila

Marcelo, prestigiado pela melisseira Nelma

Ivy Agostini Ramos

www.melissa.com.br

www.clubemelissa.com

19 DEZEMBRO / 2014

Mais Mais

Ponto de Vista Tarciso Alves

ESCRITO

NAS ESTRELAS

20

DEZEMBRO / 2014

Os conhecidos videntes do paí�s, sempre tão lembrados nos finais de ano, ainda não se pronunciaram sobre o que o ano de 2015 reserva para os brasileiros de modo geral, e talvez isso nem seja mais necessário, pois de certa forma o futuro já está previsto e agendado.

Agora, as previsões estão ao alcance de todos, inclusive daqueles que não acreditam nelas.

Porém, dessa vez, elas não vêm das constelações do cosmos, como anteriormente acontecia. No cenário brasileiro atual, a astrologia está perdendo espaços para instituições menos esotéricas, face a diversos fatos atuais e vindouros que hoje podem ser vistos com nitidez, especialmente nas instâncias federais e nos meios de comunicação.

Ninguém precisa estudar as conjunções astrais, tampouco analisar trí�gonos, quadraturas e oposições no zodí�aco, para saber o que vai ocorrer no paí�s no próximo ano, ou mesmo em Governador Valadares, de modo especial.

No paí�s, todos sabem que haverá dificuldades na área econômica, turbulências nas atividades polí�ticas, intermináveis discussões no Congresso Nacional, excesso de denúncias sobre corrupção em toda parte, além de trabalho de sobra para a Polí�cia Federal, do Oiapoque ao Chuí�.

Entretanto, nada disso vai impedir o desenvolvimento de Governador Valadares, que está em curso em diversos setores. Conforme se pode observar, ele está acontecendo a olho nu, dispensando

equipamentos óticos, como binóculos e telescópios, e prescindindo dos dons especiais dos astrólogos, com os seus complicados cálculos sobre o comportamento dos astros no espaço sideral.

Em toda a sua história, este municí�pio tem dado mostras de ter nascido predestinado ao sucesso, apesar dos eventuais contratempos por que tem passado. Isso acontece desde quando se emancipou, em 30 de janeiro de 1938, tendo Aquário como seu signo solar. De lá pra cá, ele tem se mantido de forma inovadora e arrojada, como se estivesse sempre 100 anos à frente, à maneira de todos os aquarianos.

Neste final de ano, mais uma vez, a estrela de GV está brilhando. A inauguração do Atacadão, do Grupo Carrefour, trouxe novo alento ao comércio da cidade, além de abrir novas oportunidades de emprego e renda para grande número de jovens e adultos, diminuindo o contingente de mão de obra ociosa na região.

A essa grande conquista se pode somar outra, tão importante quanto. O setor da indústria valadarense ganha novo impulso com o iní�cio das atividades da empresa Laticí�nios Bela Vista, também neste ano. Os benefí�cios que ela trará para todo o Vale do Rio Doce são também de inegável importância para o desenvolvimento regional, com reflexos diretos na qualidade de vida de toda a população.

Tudo isso acontece porque a cidade vem despertando a atenção de grandes empreendedores do

paí�s, por tudo que pode oferecer.

Sua localização geográfica, que a tornou uma cidade-polo, e o contexto socioeconômico em que se insere representam, em conjunto, um enorme potencial à espera de aproveitamento por iniciativas de grande porte, especialmente nas áreas da indústria, do comércio, da saúde e da educação, em todos os ní�veis.

Aliás, em grande parte, isso já ocorre. A construção do Hospital Regional, bem como a do Campus da Universidade Federal de Juiz de Fora, além das obras do Hospital da Unimed e do projeto da Casa do Médico, são fatos que merecem ser levados em conta por aqueles que podem investir na cidade, inclusive no setor imobiliário.

A demanda por imóveis residenciais e comerciais bem localizados tende a se intensificar, nos próximos anos. Ninguém precisa consultar os astros, nem recorrer ao tarot, búzios ou bola de cristal, para saber que quem investir agora em Governador Valadares só tem a ganhar – e não vai ser pouco. Afinal, além de suas riquezas naturais – Ibituruna, Rio Doce, clima, pedras preciosas, solo fértil, etc – este municí�pio nasceu fadado ao sucesso, tendo todos os elementos (fogo, ar, terra e água) bem conjugados, e o seu destino escrito nas estrelas, de forma luminosa e inalterável.

Tarciso Alves tarcisoalvesgv@hotmail.com

21 DEZEMBRO / 2014

Sucesso em dose dupla FOTOS WILMA TRINDADE

“O charme e o bom gosto de mãe e filha à frente da Visual Bolsas e Lanna Shoes

A aptidão natural para o comércio, a capacidade gerencial e o feeling para entender as necessidades dos clientes foram determinantes para o crescimento profissional da empresária Liliana Gomes. Competente e profunda conhecedora do ramo de artigos de couro e com experiência de 20 anos no comércio de malas, bolsas e acessórios, há três anos, expandiu seus horizontes com a Lanna Shoes, uma arrojada e confortável loja, que fortalece o comércio da Rua Belo Horizonte.

Malas e Bolsas

Cintos e carteiras

MALAS

Pense em uma loja que parece multiplicar em qualidade e diversidade o seu espaço fí�sico. Malas, bolsas e acessórios para viagens das mais conhecidas e reconhecidas marcas do mercado brasileiro, desde as linhas mais básicas às mais arrojadas e sofisticadas, passando por viseiras, travesseirinhos para o pescoço e até lâmpadas para leitura. Pois tudo isso, em opções de encher os olhos, pode ser encontrado na Visual Bolsas e Acessórios, que há mais de 20 anos é referência pela qualidade de seus artigos autenticamente fabricados no Brasil. À� frente da tradicional loja da Rua Peçanha, a empresária Liliana Gomes é o mais perfeito exemplo de sucesso profissional alcançado pelo próprio esforço. Tendo iniciado sua trajetória trabalhando exatamente com artigos em couro, ela passou pelos empreendimentos Bicho Doce, Bichinho de Pelúcia, atuando, a seguir,

BOLSAS

S A PAT O S

ACESSÓRIOS

durante 17 anos, na Visual Bolsas.

Liliana continua seu trabalho de buscar sempre o melhor para sua clientela cada vez maior. Nessa incansável dedicação para oferecer o melhor e atender aos gostos mais exigentes, ela fez da Visual Bolsas e Acessórios a mais completa loja de artigos para viagem de Governador Valadares, tanto que o espaço da Peçanha ficou pequeno e, sem ter como ampliar, surgiu a inspiração que, apoiada pelo cunhado Eduardo Lanna, se tornou uma bela realidade, há três anos.

A Lanna Shoes, ampla e confortável, nasceu para completar e ampliar não só a capacidade, mas a variedade de artigos da Visual Bolsas e Acessórios.

Seu conceito arrojado guarda a mesma visão empreendedora de qualidade total. À� frente da Lanna Shoes, seguindo o caminho da mãe, o bom gosto e experi-

Bolsas e calçados femininos

ência de Ariana Gomes Botelho, cujo DNA empresarial levou-a a trocar a formação em pedagogia pelo fascinante mundo fashion dos acessórios em couro.

Na Lanna Shoes as marcas Cláudia d´Avila, Wernner, Claudina, Raphaella Booz, Demiler e Bortolossi são o carro chefe, ao lado das mais sofisticadas bolsas, cintos e carteiras para o dia a dia e das mais confiáveis marcas de malas para você viajar com elegância. As cores e os designers das últimas tendências também estão nas vitrines da loja. Desde o brilho do ouro, das pedrarias, às cores que a nova estação dita: O azul BIC, o amarelo, o preto com dourado, o nude total. Das sandálias para noites de festas à moda praia – com anabelas e rasteirinhas para o day by day, até as bolsas de franjas, tendência que veio para ficar, e complementa o visual descolado da Lanna Shoes.

Rua Belo Horizonte N° 477 . Centro . Gov. Valadares Tel.: (33) 3272-8457 facebook.com/Lanna Sapatos facebook.com/Visual Bolsas e Acessórios

FOTOS WILMA TRINDADE

Inauguração da Clínica

Roberta Machado Odontologia

O

FOTOS WILMA TRINDADE

evento empresarial do dia 17 de novembro aconteceu com a inauguração da Clí�nica Roberta Machado Odontologia. Formada pela Univale e devidamente preparada para exercer sua profissão, Roberta recebeu, como um presente, o gesto dos pais, Mônica e José Roberto Araújo, que externaram, com a bela e muito bem equipada clí�nica, o seu carinho e confiança.

Um momento de muito orgulho e emoção.

As bênçãos foram proferidas pelo Pastor Dr. Rimack e logo após os brindes compartilhados pelos especiais convidados, em clima de carinhosa amizade . Como editora da revista Mais Mais Perfil e muito mais, como amiga de longa data foi um prazer registrar a felicidade que emanava de todos, por mais essa conquista da querida e muito elegante odontóloga Roberta Machado.

Vânia, Elizabeth e Mônica Machado

Dalva Rodrigues, Mônica e Inês

Edilene Reis

Dr. Renato Girelli, Dra. Roberta Machado e Dra. Caroline Girelli

Antônia Mara e Roberta Machado Mônica, Roberta e José Roberto de Araújo

Bruno e Roberta Machado

Mõnica, José Roberto, Roberta e Pr. Rimack

Dra. Roberta Machado e Dr. Jarbas Jr

Ivo, Fabricio, Roberta, Rodrigo e Kenedy

Dr. Guilherme, Dra. Débora, Dr. Jarbas Jr, Dra. Roberta, Lino Tadeu e Terezinha

Jussara, Dalva Rodrigues, Inês e Alba Valéria

Vanúzia Araújo e Roberta Machado

Bertha Diniz e Roberta Machado

Mõnica, Emilia e Marcos Machado

Daena, Dra. Roberta e Dr. Siddhartha

RUA SÁ CARVALHO, 197 - CENTRO - GOVERNADOR VALADARES TEL.: (33) 3271-2054 / 302-16985

FOTOS WILMA TRINDADE

A aniversariante Lucianni Pontes

Halloween

Mariza Bretas

Fernanda Carvalho

Lucianni Pontes e Regino Cruz

Aniversariante do dia 31 de outubro, a sofisticada e muito querida Lucianni Pontes comemorou inspiradí�ssima, levando para a Casa da Á� rvore uma autêntica festa de Halloween.

Entre caveiras e abóboras devidamente iluminadas, bruxas e bruxos, no melhor estilo, se misturavam com belas deusas gregas e outras fantasias que alegraram o climão da noite fantasmagórica embalada ao som de pagodinho comandado pelo fã do ritmo, o co-anfitrião, Regino Cruz.

Bel Miranda

Juliana

Denise, Delcimar de Oliveira e Mara Ferreira Bel Oliveira

Valéria Mol

Izaura, Bel Oliveira, Marisa Bretas e Kiti

Bebel Menezes e ClĂĄudia

Berenice MagalhĂŁes

Samantha

Gustavo e Mayara

Marisa Bicalho

Carla Aguiar

Michele e Regina

Back Stage

Sebastião Andrade e Rosemeire

GV Shopping

Os dinâmicos Sebastião Andrade e Rosemeire, da Back Stage, chegam neste final de ano com as mais interessantes opções em moda masculina para os gatos de todas as idades que fazem questão de andar na moda. As marcas mais badaladas em looks sociais e esportivos para todas as idades.

O bom gosto da empresária Juliana Vieira está em tudo que faz ou traz. Ao receber para reinauguração da sua muito bem montada Juliana Vieira Espaço Feminino, fez aterrissar em GV nada mais, nada menos que a BBB 14, bela Letí�cia Santiago. O coquetel regado a champã, a nova coleção, o profissionalismo e charme da Top encantaram as clientes e imprensa especialmente convidada. Foi, sem dúvida, a noite fashion mais concorrida e prestigiada do ano.

Spatifillus Letícia Santiago e Juliana Vieira

Wish Pensa uma loja que dá vontade de morar dentro, de tantas coisas lindas? Pois a Wish é bem assim. Muitos mimos e criatividade máxima em artigos para deixar qualquer ambiente mais lindo e sofisticado.

Miúra

Edvaldo Soares e Luiz de Castro

28

DEZEMBRO / 2014

Os Supermercados Coelho Diniz expressam neste iní�cio de dezembro desejos de Boas Festas inaugurando em Teófilo Otoni, sua .... loja.

Uma expansão planejada que lhes dá o status de maior rede de supermercados do Leste de Minas. À� s conquistas desse grupo genuinamente valadarense, pelo empreendedorismo que engrandece GV, temos o orgulho e satisfação de erguer à famí�lia Coelho Diniz o nossobrinde a um Feliz Natal, desejando que 2015 seja um ano MAIS MAIS próspero.

Um sucesso essa dupla

Ao melhor estilo “debutante”, o GV Shopping chega aos 15 com todo pique da juventude. Equipe liderada pelo dinâmico Sí�lvio Figueiredo mais uma vez acertou em cheio na decoração e nas promoções de natal.

Neste final de ano, o GV Shopping brilha!

A Spatifilus do GV Shopping apresenta sua coleção Fim de Ano. Brilho do ouro e de pedras coloridas, bem da cor da estação de festas e descontração das férias que também se aproximam. Os empresários Edney Guerra e Brenda Guerra com a experiência que lhes confere a tradição de famí� l ia no contato com as marcas mais descoladas para deixar a mulher mais sensual, bonita e feminina seja em rasteirinhas, plataformas eu saltos médios. Viva o sucesso de 2015 usando Spatifilus.

Expansão

O lançameto imobiliário do ano foi mesmo o loteamento da Chácara Miura. Toque de midas de Edvaldo Soares e Cia conferindo à cidade a rara oportunidade de 70 unidades para desfrutar da tranqüilidade e proximidade com a natureza sem precisar ir para longe da cidade. Na vizinhança, o campus da UFJF confere status de nobreza ao novo bairro.

Réveillon Para quem vai ficar em Governador Valadares, a Sociedade Recreativa Filadélfia é, como reza a tradição, a melhor e mais democrática opção de Réveillon. Ambientes direcionados para diferentes públicos, mas com igual capricho na produção da virada mais movimentada da planí�cie.

Sua Casa planejada

Quartos, cozinhas, banheiros, home teathers projetados especialmente de acordo com as preferências pessoais de quem realiza o sonho da casa própria. Na Sua Casa.

Ambientes Projetados todos esses sonhos ganham forma e ainda com a facilidade de trabalhar os cartões do BNDES e financiamentos habitacionais da Caixa Econômica Federal.

29 DEZEMBRO / 2014

Bodas de Rubi

Como se vislumbrou pela elegância do convite, foram simplesmente chiques as Bodas de Rubi do casal Maria Inês e Ricardo Augusto Pereira. Amorosos e muito animados, tendo os filhos Ricardo, Alessandra e Júnia, e os genros Marcelo e Wellington no apoio, além dos netos Felipe, Lucas e Dante e Lara, a muito esperada primogênita da Alessandra. Entre os 300 convidados, naturalmente, toda famí�lia Da Mata Rodrigues e Rodrigues Pereira, entre mais gente, amigos de sempre. Márcia Avelino ambientou com rosas no tom, e Pe. Francisco Vidal celebrou a emocionante cerimônia.

Finérrimo cardápio do Buffet Célia Bittencourt, espumante Rosé Brut e as luzes e o som do DJ Baleia colocaram a noite de 3 de outubro entre as melhores do ano de 2014.

FOTOS WILMA TRINDADE E FLÁVIA CARVALHO

As bênçãos de Pe. Francisco Vidal

Ricardinho e a namorada Luisa

Wellington e Alessandra, à epera de Lara

Maria Inês e Gute Rodrigues Pereira brindam às suas Bodas de Rubi

Bel Miranda Pereira

Maria Inês e sua Irmã Heloísa

Maria Inês com a amiga Vera Vargas e irmã Neyla

Risoná e Marcílio Alves com a filha Rosalina

30

DEZEMBRO / 2014

Júnia e Marcelo Barros com o filho Lucas

Graziela e Cilene

Dirce e a nora Flávia

Casal Gilberto e Zélia, João Batista Resende e Regina Da Mata Rodrigues

Marize De Marco e Marisa Bicalho

Beré

José Maurílio e Márcia Avelino

Elvécio e Mércia Barroso e os amigos anfitriões

Wallid Homaidan e Mônica

Zulema Miranda e Ducarmo Castelo Branco

Rodrigo, Márcio e Paulo e Gute, os irmãos Rodrigues Pereira

Alexandre Prado e Maristela Chisté

Tatazinho Vargas e Daniella

Gute, Stella e Carlos Magno Simões

Reginaldo Vilela e Zezé

Sueli e Marcelo Marigo

Oswaldo e Té Gontjo com as filhas KK e Daniela

Geila Coelho, Lucianni Pontes,Lalite, Júnia e Heloísa

Leo Pereira e a filha Camila

31 DEZEMBRO / 2014

Mais Mais

Comportamento

Por Paula Greco

(greco_paula@yahoo.com.br) Fotos: Divulgação

Questões de gênero, afetos, liberdades e preconceitos pontuam os novos modelos familiares

Qualquer maneira de amor vale amar Uma enquete postada no site da Câmara dos Deputados dá a exata dimensão da importância do tema. Criada pela Coordenação de Participação Popular da Câmara para conhecer a opinião dos cidadãos sobre a definição de família que consta no projeto de lei 6583/2013 (Estatuto da Família), a consulta popular bateu todos os recordes de participação e levantou muitas polêmicas. No ar desde fevereiro deste ano, a enquete já começou mexendo com a opinião pública, ao amealhar mais de 20 mil votos em 24 horas. Quase 10 meses depois, já são mais de Três Milhões de opiniões, e o resultado segue oscilando de forma bastante parelha.

32

DEZEMBRO / 2014

A

pergunta da enquete é: “Você concorda com a definição de famí�lia como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, prevista no projeto que cria o Estatuto da Famí�lia?”, tendo apenas SIM e Não como opções de resposta. Sempre que uma das opções dispara um pouco no “placar”, defensores do “outro lado” fazem campanhas nas redes sociais defendendo seu ponto de vista. Essa verdadeira batalha de opiniões – muitas vezes radicais e exaltadas se dá, basicamente, entre grupos religiosos conservadores e defensores das causas e direitos LGBT’s.

Fato é que, independentemente das divergências de opinião, a realidade já mostra claramente um novo panorama nos modelos familiares. Uma realidade inclusive documentada pelo último censo do IBGE, de 2010, que pela primeira vez pesquisou o sexo dos cônjuges nos lares em que as pessoas afirmavam ser casadas. A resposta para a essa pergunta era opcional, o que permite dizer que os resultados estejam ainda abaixo da realidade, mas sinaliza com clareza que a forma familiar convencional – união heterossexual definitiva e filhos

– ainda é maioria, mas convive com vários outros modelos familiares, inclusive os que são formados por cônjuges do mesmo gênero.

E mais: as relações homoafetivas também são apenas mais um modelo familiar entre os 19 diferentes identificados pelo censo, indicando que os outros tipos de arranjos familiares estão em 50,1% dos lares, entre eles: casais sem filhos, pessoas morando sozinhas, três gerações sob o mesmo teto, casais gays (com ou sem filhos), mães ou pais sozinhos com filhos, amigos morando juntos, netos com avós, irmãos e irmãs, e ainda a chamada famí�lia “mosaico”, composta por pais divorciados que levam os filhos para o segundo casamento.

Os números do IBGE mostram que já passa de 60 mil o número de casais gays que moram juntos. Destes, 20% declaram ter filhos, enquanto que nas uniões heterossexuais o que aumentou foi a proporção de casais sem filhos, que passou de 14,9%, em 2000, para 20,2% no censo de 2010. Outro dado que leva à reflexão é que, entre as famí�lias formadas por casais com filhos, 16,3% têm filhos de apenas um dos cônjuges, ou de

... por mais que mude, o mundo é e será sempre o mesmo. A diferença é que o direito te dá mais força para enfrentar o preconceito. A gente, o ser humano, é feito para sobreviver. E o amor é o que torna a gente sobrevivente.

relações anteriores de ambos.

Essa mudança nos parâmetros de vida familiar é um tema bastante completo, recheado de variáveis. No contraponto à frieza dos números que apenas apontam a realidade, ela envolve uma série de discussões (e não guerras de grupos radicais) a partir da modernização dos comportamentos na sociedade contemporânea. Direitos iguais, liberdade de expressão e de orientação sexual entram em pauta, e a modernização se percebe a partir de atitudes como o combate à homofobia, à dominação do homem sobre a mulher, e ao preconceito contra núcleos familiares não tradicionais.

Sinônimo de maturidade é compreender que mulheres divorciadas podem – e devem – recomeçar suas vidas conjugais, mães solteiras têm a chance legal e moral de construí� rem suas famí� l ias e é também direito inalienável dos casais homoafetivos terem vida conjugal. E, mesmo legalizados, esses direitos nem sempre são respeitados. O choque com valores tradicionais e a intolerância fazem com que essas mudanças sejam lentas, e muitas vezes dolorosas para quem tem a coragem de sair das sombras à procura da própria felicidade. Mas cada história de amor vivida mostra que esse sentimento é bem maior que o preconceito.

Junia & Claudia “Eu sou o pacote completo: filha adotiva, mãe solteira e homossexual”.

A frase, forte como a realidade que expressa, acreditem, não foi dita em tom de lamento ou revolta. Ao contrário, veio com um certo humor e a naturalidade de quem levou quase cinco décadas, mas consegue hoje perceber claramente quem é, o que quer da vida e quem quer ao seu lado.

Mas nem sempre foi simples assim para Junia Salomé. Desde a infância, ela conta que já dava mostra que frufrus e frescuras não eram muito a sua praia, e se lembra, às gargalhadas, de uma frase do pai ao vê-la numa apresentação de balé: “parecia o Fred Flintstone jogando boliche”.

Complicação maior veio na adolescência, na atração pelas meninas, que aprendeu a esconder, nos amores platônicos nunca declarados, na negação familiar – que ela hoje entende, mas contra a qual lutou, sofreu e aprontou bastante. Entretanto, faz questão de declarar de coração aberto: “homossexualismo não é uma escolha. Ninguém olha no espelho e diz: ‘eu quero ser gay’. E também não é culpa de pai e mãe, nem de criação. É� natural. É� o que a gente é!”

A tranqüilidade que mostra hoje é bem diferente dos anos rebeldes vividos entre festas, violões, temporadas no exterior e a companhia de meninos e meninas, que lhe trouxeram de presente, além de muitas experiências e histórias pra contar, o filho Pedro, hoje um adulto bacana, que estuda teologia.

Uma tranqüilidade que, para Junia, tem nome e sobrenome: Claudia Cristina Pereira Salomé. Juntas há 23 anos, elas trazem tatuados, nos pulsos, os nomes uma da outra. Entre idas e vindas, dias paz e de luta, elas

construí�ram uma vida, um lar, uma famí�lia. “Foi a Claudia que ensinou o Pedro a me chamar de mãe, que trouxe ele pra perto da gente”, conta Junia.

Juntas, elas cresceram como seres humanos, buscaram a compreensão das famí�lias, criaram o “próprio reino”, que é como Junia chama a casa cheia de bichos – muitos deles resgatados da rua por Claudia – e solidificaram uma relação que, desde maio de 2013, é, legalmente, uma união civil. “Colocamos no papel o que já era a nossa verdade. Dentro de nós, já éramos casadas há muito tempo”, conta Junia.

Para ela, que faria tudo de novo em sua busca pela felicidade ao lado da companheira Claudia, preconceito é uma coisa que sempre vai existir: “por mais que mude, o mundo é e será sempre o mesmo. A diferença é que o direito te dá mais força para enfrentar o preconceito. A gente, o ser humano, é feito para sobreviver. E o amor é o que torna a gente sobrevivente”.

33 DEZEMBRO / 2014

VALADARES DO

FUTURO O desenvolvimento passa por aqui ESPECIAL

Marco Túlio, Jorge, Luiz de Castro e filho Bruno Luiz

Edvaldo Filho, Edvaldo Soartes e Luiz de Castro

Edvaldo Soares e o deputado federal Leonardo Monteiro

Luiz de Castro

Cantídio Ferreira e Edvaldo Soares Com os empreendedores Edvaldo Soares e Luíz de Castro, os irmãos Geraldo e Marialdo Araújo

Wendel Faúla

Carmélia, corretora de imóveis, Sandra e Dr. Izaías

Edvaldo Soares e Renato Fraga

João Batista Resende, Luís Castro e Marcelo Colen

Emílio Diniz, Rodrigo, Marlene de Castro e Inêz Soares

Um projeto para uma nova Valadares Ebinho, Franz Amaral e Eliston Machado

Elpídio Mafra, João, e Carmélia

Aroldo Batista e Marco Aurélio

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DEZEMBRO / 2014

Governador Valadares espera há muitos anos a chegada de uma grande indústria. A expectativa do desenvolvimento tem acompanhado nossas gerações. Em tempos mais remotos, vimos nossa cidade sair dos planos da USIMINAS, que foi se instalar em nossa vizinhança. Mais recentemente ficamos muito perto de ter a Aracruz Celulose, que desistiu da expansão, com a crise de 2009. Mas, finalmente, o nosso sonho foi realizado, e Valadares conseguiu a indústria que tanto desejou. Não uma indústria qualquer, mas a indústria do saber.

A chegada da Universidade Federal faz surgir uma nova Valadares. Podemos dizer que a história da nossa cidade começa, a partir de agora, a ser reescrita. Isso porque uma universidade federal nunca chega sozinha: ela traz consigo o desenvolvimento, a pesquisa e muitos investimentos.

Já vimos, no Brasil, algumas cidades que se transformaram completamente, após a chegada de uma universidade, como Campinas e Ribeirão Preto, no

Estado de São Paulo. Em Minas, um pouco mais perto da gente, vimos Viçosa se tornar uma referência. E este é o futuro de Governador Valadares: ser um polo de Educação, Pesquisa e Desenvolvimento.

As obras do campus da UFJF estão a todo vapor, e a área onde ela será instalada já começa a se valorizar. Isso porque ali no entorno também está instalado o campus do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) e, em breve, estará pronto o novo Hospital Regional.

O campus da Universidade Federal, que deve ficar pronto em 2015, terá mais de 4 mil alunos e 566 servidores, entre professores e técnicos administrativos. Todo esse investimento criará uma demanda habitacional na região, não deixando dúvidas de que Valadares irá se expandir, principalmente naquela área.

Por todos esses fatores, investimentos imobiliários nessa região têm se mostrado um ótimo negócio. E essa possibilidade já existe com o lançamento do empreendimento Chácaras Miura.

FOTOS WILMA TRINDADE

Silvano Gomes

35 DEZEMBRO / 2014

VALADARES DO

FUTURO O desenvolvimento passa por aqui FOTOS WILMA TRINDADE

ESPECIAL

Alexandre e Ana Angélica, Estevão e Fabíola

Márcio Pereira homenageia Said Perpétuo

Diretores da APARD: Márcio Pereira, Ana Angélica, Francisco Abreu e Paulo Francês

Isabel Miranda recebendo homenagem, como Apoiador-Mor

Araceli Vieira, Beré, Luciana e Sônia Leão, Sayonara Calhau, Bel Miranda e Ignêz Vieira Cabral

Laiere Alvarenga, Saint-Clair Jr, Dilo Melo e filho

Catatau

Aline Abreu

Edina e Carlos, leia-se, Casa Realeza

XII Encontro de Pescadores e Amigos do Rio Doce Quando a sociedade civil organizada se une para trabalhar em benefí�cio da comunidade, o resultado é sucesso garantido! Com a APARD não tem sido diferente. A associação, formada por pescadores amadores, apaixonados pela atividade que viajam o Brasil em busca dos melhores recantos, mas também conhecem bem as águas do Rio Doce, decidiu que a união poderia e deveria ir além dos momentos de lazer, voltando esforços e recursos para a recuperação do rio que abraça a nossa cidade, fonte de sustento de tantas famí�lias ao longo de todo seu curso.

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DEZEMBRO / 2014

Com vários pontos de assoreamento e muita poluição, o rio pede ajuda, e ela veio em forma de ações sociais organizadas pela APARD (Associação de Pescadores e Amigos do Rio Doce), através de toda a sua diretoria. A mais recente delas mostrou a força do grupo. Mais de 500 pessoas sensibilizadas pela causa prestigiaram o almoço beneficente cuaja renda será revertida para a recuperação do Rio Doce.

A iniciativa já ganhou a adesão e o apoio de ambientalistas, autoridades, entidades e empresas como o Frigoleste de Rodrigo Lima e do Grupo Coelho Diniz. Nosso Doce rio agradece!

Flávia e Leopoldo

37 DEZEMBRO / 2014

VALADARES DO

FUTURO O desenvolvimento passa por aqui

Marcello Medeiros, da Rede Bristol de Hotéis, diretores da Shopper Roger Tonidandel e Idel Gorenstein, prefeita Elisa Costa, Elgen Júnior da Ibcon e Emmerson Ferreira da BHZ Arquitetura

Ana Paula Machado e prefeita Elisa Costa

Dorinha e Elgen Machado

Ivo Anastas Tassis, prefeita Elisa Costa e Elgen Júnior

Elgen Júnior e Ana Paula Machado, Idel Gorenstein, Roger Tonidandel e Emmerson Ferreira

FOTOS WILMA TRINDADE

ESPECIAL

Prefeita Elisa Costa, Marcelo Medeiros, diretor de novos mercados e Luis Fantini, diretor de marketing da Rede Bristol

Vinícius Lanna, Danilo Escobar, Idel Gorenstein e Cláudia Brasil

NOVA RODOVIÁRIA

Um projeto avançado que inicia 2015 POR WILMA TRINDADE

N

o dia 9 de outubro, no salão de festas Vintage, a Prefeita Elisa Costa e Elgen Machado Júnior da empresa Ibicom, receberam a imprensa e mais ou menos 180 pessoas representantes da sociedade local, para apresentar oficialmente o projeto de construção de uma Nova Rodoviária para Governador Valadares. Com eles, os diretores da Shopper Shopping Centers, empresa responsável pela execução do projeto e o diretor da Rede de Hotéis Bristol, uma das maiores do Brasil. As intenções postas demonstraram uma grande força de realização que poderá mudar realmente o conceito atual

da Rodoviária e da cidade como se vê em nossos dias com os mendigos e o comércio informal tomando conta de ruas e calçadas, imagens que tanto comprometem o trânsito, os passeios e a limpeza urbana, que tanto comprometem o bom aspecto da cidade. Marcado para iniciar em janeiro de 2015 o empreendimento compreende, além do Terminal Rodoviário, um Centro de Compras, hotel com 190 leitos, área de alimentação com 450 assentos, estacionamento com capacidade para 1500 carros por dia, Ponto de Táxi coberto, Mix para abrigar lojas populares, praça de alimentação, e até um mercado, destinado

a hortifrútis, em espaço completamente coberto, e duas escadas rolantes, entre tantos outros avanços de primeiro mundo.

Enfim, uma obra grandiosa, que precisará tomar um quarteirão da Av. Brasil, entre outras mudanças urbanas que fazem parte. Pelo cronograma dos empreendedores a obra será inaugurada em dezembro de 2015. O belo projeto da conceituada Shopper Shopping Centers é de encantar e, obedecido à risca, pode representar o atendimento que Valadares há muito anseia, pois merece um terminal rodoviário mais decente, compatí�vel com o seu status de Cidade-Polo do Leste de Minas.

VALADARES DO

FUTURO O desenvolvimento passa por aqui ESPECIAL

Terras Alphaville Rio Doce

Hercilinho Diniz e Francisco, gerente comercial do Alphaville

FOTOS WILMA TRINDADE

Rodrigo Lima com Andrea e Pedro Oliveira

Valewska Esteves com o filho Vitor, e o corretor Tarek

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DEZEMBRO / 2014

Gustavo Magu e Rodrigo Lima

Setembro, 27 no Filadélfia. O profissionalismo e experiência do Terras Alphaville aterrissaram em GV com sua mega estrutura especialmente para vender o seu mais novo empreendimento em Minas Gerais. O Terras Alphaville Rio Doce. Os mais bem conceituados corretores de imóveis estavam lá e durante todo o dia, foi como um pregão de Bolsa de Valores. Não é preciso dizer que a parceria com o Grupo Coelho Diniz incrementou as vendas. Rodrigo Lima – leia-se Frigoleste foi um dos investidores amigo, entre tantos outros.

Wilson Filho e Hatenzinho

Vinícus Diniz, Rodrigo Lima e Hercilinho Diniz

41 DEZEMBRO / 2014

Mais Mais

Isso é Quente

Por Paula Greco

(greco_paula@yahoo.com.br)

Mulheres

Super Poderosas

Eu sou Malala com MALALA

M

alala Yousafzai tem apenas 17 anos e acaba de receber, no último mês de outubro, o Prêmio Nobel da Paz. A mais jovem laureada na história desta que talvez seja a mais conhecida e importante comenda do mundo tem uma vida bastante peculiar, e certamente muito mais intensa – em dramas e conquistas – que as adolescentes da sua geração. Nascida no Paquistão, Malala pertence a uma famí�lia de educadores e

ativistas em defesa da educação das meninas, proibidas de frequentar escolas pelo Talibã. Aos 11 anos, ela escrevia um blog para a rede britânica de comunicação BBC. Protegida por um pseudônimo, narrava seu cotidiano e angústias sob a ocupação tabibã. Aos 13, foi personagem de um documentário do New York Times sobre o tema, mas ganharia as manchetes mundiais em definitivo aos 15, quando foi ví�tima de um atentado quando voltava da escola. Dos três tiros à queima-roupa, um acertou em cheio seu rosto, deixando-a em estado grave. Transferida para um hospital inglês, Malala se recuperou, deu origem à petição que mudou a lei de direito à educação no Paquistão, foi capa da revista Time, considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo e celebrou seu 16º aniversário, em 12 de julho de 2013, discursando na Assembleia da Juventude da ONU, em defesa da educação. “Vamos pegar nossos livros e canetas. Eles são nossas

armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução”, disse ela. Uma trajetória dessas é credencial mais do que suficiente para uma autobiografia. “Eu sou Malala” (I’m Malala – tí�tulo original em inglês) foi escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb e conta a história de uma famí�lia exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã, abrindo uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente.

reira e viver “La Dolce Vitta”. Mas o seu último filme, lançado recentemente nos EUA, é uma prova de que, aos 80 anos, Shirley MacLaine esbanja competência e vitalidade, ao dar vida à esfuziante Elsa, personagem tí�tulo do lindo “Elsa & Fred”, versão estadunidense para o belí�ssimo

filme homônimo produzido em 2005, na Argentina. No Brasil, o roteiro de Elsa e Fred ganhou adaptação para o teatro ano passado, com Umberto Magnani e Sueli Franco no elenco. A história – de rara sensibilidade e ternura – mostra as possibilidades do amor na terceira idade e o seu infinito poder transformador, provando que é sempre tempo para celebrar a vida. E tudo isso, em grande parte, graças à personalidade cativante da personagem Elsa, interpretada lindamente por Shirley MacLaine, que tem ao seu lado, no papel de Fred, outro grande nome do cinema norte-americano: Christopher Plummer.

Filme lindo, reflexivo, de derreter o coração e encher os olhos de lágrimas, mas que, ao final, deixa uma linda lição de amor. Imperdí�vel!

Filme Elsa & Fred com SHIRLEY MACLAINE E CHRISTOPHER PLUMMER

A

veterana atriz norte-americana Shirley MacLaine é uma autêntica diva, um dos baluartes de talento e personalidade do cinema mundial.

Com quase 70 filmes em 60 anos de carreira, detentora de prêmios como os dos festivais de Veneza e Berlim, o BAFTA, Globo de Ouro, Cecil B. DeMille (pelo conjunto da obra) e um Oscar de Melhor atriz por “Laços de Ternura”, ela poderia apenas deitar sobreLAMB os louros de sua vitoriosa carcom CHRISTINA 42

Elsa e Fred

DEZEMBRO / 2014

Música A Diva com VALESCA POPOZUDA

O

nome dela se escreve com “s”, mas a pronúncia, bem carioca, é com um extenso “x”: Valexxxxxxca. A diva.

A que fecha, que lacra, que é “dexxxtruidora mexxxmo”, que manda beijinho no ombro pro recalque passar longe. E que não manda recado, fala “na lata” para quem quiser ouvir (e cantar) o quanto as mulheres podem ser poderosas, donas de si, orgulhosas de sua condição feminina. Tá! Você pode até não gostar de funk e dizer que o ritmo é pobre (e é mesmo, mas pra se jogar na “pixxxta” não tem melhor), pode até execrar as letras escrachadas, os muitos palavrões (que ficaram para trás, é bem verdade), o jeito direto de dizer verdades que geralmente vêm embrulhadas em pí�lulas douradas. Mas não para negar que esta autêntica representante das comunidades populares cariocas – e de todo o Brasil – conquistou seu espaço como artista e como porta-voz das mulheres. “Beijinho no Ombro”, seu hit anterior, foi a música mais tocada do ano, o clipe mais assistido do ano e ganhou versão até de coral lí�rico. Os versos, em sua maioria compostos por gí�rias tí�picas da periferia, foram repetidos à exaustão por gente de todas as idades e classes sociais, ganhando notoriedade e virando até questão de uma prova de filosofia. “Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba” fez com que ela fosse chamada de pensadora contemporânea, ironizada, subestimada, tratada como uma artista menor. Mas quando soube que uma pedagoga carioca, cuja tese de mestrado estuda o feminismo implí�cito nas músicas de Valesca, tinha convite para apresentar seu trabalho em Harvard, mas não ia por falta de dinheiro, a musa do “popozão” tratou logo de ajudar a “colega”, sentindo-se lisonjeada por ser objeto de estudo de uma acadêmica. Chiquérrima. E, agora, Valesca Popozuda mostra de novo quem é que manda no funk. Não precisou nem de uma semana para que o clipe do seu novo hit – lançado neste mês de novembro – alcançasse milhões de visualizações. E cá entre nós, conceitos e preconceitos à parte, vale a pena se abrir para a diversão despretensiosa e dançante de “Eu sou a diva que você quer copiar”. Eu, neste caso, ela!

43 DEZEMBRO / 2014

ESPECIAL DE NATAL

44

DEZEMBRO / 2014

FOTOS WILMA TRINDADE

O brilho de uma noite...

NOITE FELIZ Toda a magia do Natal na tradição de suas cores e formas

M

POR PAULA GRECO

ais um ano passou voando, e eis que mais uma vez chega o tempo de celebrar o nascimento do Menino Jesus, de se aninhar nos abraços amorosos de gente querida, erguer brindes, e celebrar a vida. A ocasião, claro, pede um ambiente especial. Entre laços, enfeites, luzes, taças e castiçais, variações de verde e vermelho encantam os olhos e lembram a todos que é Natal! Capricho em cada detalhe da mesa que vai reunir a famí�lia, charme nas peças que preparam a casa para noite de festa e lembram, por seu simbolismo, o verdadeiro espí�rito da ocasião. Muito além do gorro do Bom Velhinho, o vermelho remete ao sangue derramado na cruz, para nossa salvação. Ao seu lado o verde da esperança, da vida que se renova e se faz eterna. Juntas, elas brilham na expressão do mais puro espí�rito natalino e de todas as suas tradições.

45 DEZEMBRO / 2014

ESPECIAL DE NATAL

46

DEZEMBRO / 2014

FOTOS WILMA TRINDADE

O PODER DO OURO

S

í�mbolo dos reis e da divindade, o dourado dá um toque de nobreza aos ambientes natalinos. Na árvore de Natal, ele valoriza as formas do pinheiro – sí�mbolo da força vital que sobrevive ao inverno gelado, renovando as esperanças dos homens – e lembra o tesouro que é a presença de Jesus Renascido em nossas vidas. Presente também nas indispensáveis luzes de Natal, o dourado ilumina e confere um ar de magia aos ambientes especialmente preparados para a ocasião. Imponente, o brilho do ouro dá um ar de glamour e sofisticação às mesas e produções que se estendem até o os brindes que recebem o novo, com toda a sua exuberância e os melhores votos: fartura, abundância, sabedoria, energia, inspiração, iluminação espiritual e – por que não? – “muito dinheiro no bolso, e saúde para dar e vender”.

47 DEZEMBRO / 2014

Poder de família

A famí�lia Sá, de Amparo e José Geraldo Pedra Sá, entra, literalmente, em clima de big party no dia 20 de dezembro, quando recebem na Fazenda União a banda The Fire Boys para um grande show.

Motivos têm de sobra: Os 4.0 do primogênito Viní�cius, os sete de seu filho Henrique e os 9 anos da Carolina, filha do André Sá, aliás, que chega a GV no dia 11 de dezembro com um prêmio de campeão no Torneio Challenger de Orleans, na França, quando competiu em dupla formada com o Thomaz Bellucci. A estada em GV pode render mais para o simpático e experiente tenista.

Para brindar 2015 com o doce charme da juventude, da classe médica dessa Planície.

Q

uem movimentou a família para o Estado do Rio de Janeiro no fim de semana do dia 19 de novembro foi a belíssima Réssica Mara M. de Miranda com as solenidades de sua formatura pela Faculdade de Medicina de Volta Redonda. E 2015 promete mais festas. Os pais Ricardo Miranda e Márcia estão a todo vapor nos preparativos para o casamento da primogênita Renata Izabela, com data marcada para maio.

Réssica

E

xercendo a profissão de cirurgião plástico em Valadares, Thiago Andrade Alves, e Natália marcaram com toda elegância na noite da Associação Médica no Ilusão.

Caloura again

A Roberta Machado

bela Roberta Machado, depois de formada em odontologia venceu o vestibular para o Curso de Medicina. É a segunda filha do Dr. Roberto Carlos Machado e Aparecida que faz opção pela profissão do pai.

Alianças Lindos, bem sucedidos, bem criados e bem formados, Fabiano Coelho Vargas e Laura Caribé Pifano ficaram noivos em noite festiva. Um acontecimento que reuniu familiares e amigos mais próximos que alegraram ainda mais a casa dos pais dele Altair e Marisa .

A

médica Natália Machado marcou na posse do pai na presidência da Associação Médica com todo charme ao lado do namorado, o corretor de imóveis Walquí�rio Fonseca.

Natália Machado e Walquírio Fonseca

A

pediatra Helena Ramos, que regressa à planí�cie, também como perita-médica e Lucas Mota, estudante do 5º ano de medicina em São Paulo, onde se conheceram.

Sílvia e Fábio Mesquita

Mais Mais

Ponto de Vista Newton Luiz Concellos

BRASIL:

UM PAÍS CARTORIAL Quando frequentamos a “Harvard University” U.S.A., como bolsista da Associação Universitária Interamericana, tí�nhamos como meta, e parte inerente daquele programa educacional, identificar os principais obstáculos ao desenvolvimento econômico do Brasil.

Era tarefa ambiciosa, porém, aos nossos olhos de jovens estudantes entusiastas e sonhadores, perfeitamente exequí�vel.

Colocamos mãos à obra, e várias razões foram elencadas, desde as mais tradicionais, como os fatores culturais e religiosos, até o estilo predatório da colonização lusitana, que, entre outras mazelas, nos brindou com sua onipresente e perniciosa BUROCRACIA. Incluí�mos em nossa relação a burocracia, tão somente, como mais um dos inúmeros obstáculos a serem enfrentados. À� quela época, ainda não haví�amos nos apercebido da sua enorme dimensão. Achávamos que seria, apenas, mais um dentre nossos muitos problemas. Anos mais tarde, já no governo militar dos generais presidentes , quando foi criado o Ministério da Desburocratização no ano de 1979, nós e, acredito, a maior parte dos brasileiros, tomou consciência de seu poder deletério, e quão perniciosa era para nosso paí�s esse verdadeiro câncer organizacional. Recebeu então o Brasil um novo codinome, PAÍ�S CARTORIAL. É� ramos o paraí�so dos cartórios, da papelada, tudo tinha que ser minuciosamente selado, carimbado, com as firmas devidamente reconhecidas e

todas as cópias autenticadas. Não se fazia nenhuma obra e nem se instalava qualquer empresa no Brasil, sem uma verdadeira “via-crúcis” por intermináveis repartições públicas, aonde o governo, exigia dos empreendedores documentos de toda sorte, certidões, atestados, provas e mais provas disso e daquilo, além do pagamento de inúmeras taxas. Para se participar de simples concorrência chegava-se ao absurdo de se exigir dos participantes a apresentação de 58(cinquenta e oito) documentos.

Tudo isso a um alto custo, sempre pago pelo contribuinte, para deleite do governo e dos cartórios que se locupletavam e ainda se locupletam, enquanto o paí�s para, a economia trava, e nosso crescimento (PIB) despenca. Essa é, em nosso entendimento, a verdadeira “herança maldita”, da qual nunca conseguimos nos livrar. Indubitavelmente o principal problema a ser enfrentado pelo próximo governo.

Em artigo anterior, nessa mesma revista, já haví�amos escrito suscintamente sob os males causados ao nosso paí�s pelo excesso de burocracia. Esse mal é, na verdade, um câncer, que num processo semelhante à metástase vai progressivamente se espalhando e contaminando toda a estrutura administrativa do Brasil. A nossa burocracia, infelizmente, não está restrita tão somente aos órgãos governamentais, como pode imaginar alguém menos informado,

não é privilégio do governo, mas um mal que nos afeta a todos.

Somos simultaneamente ví�timas dela e de seus mais entusiastas agentes. A verdade é que a adoramos, não vivemos sem ela. Em qualquer transação feita são exigidos, pelas partes, os mais inúteis e estapafúrdios documentos, evidentemente com todas as cópias autenticadas, firmas devidamente reconhecidas, seladas e carimbadas, perfeitas inutilidades, que só garantem mais trabalho e despesas ao contribuinte e faturamento aos cartórios e ao governo.

O próximo governo da presidenta reeleita, será novamente confrontado pelo monstro burocrático, esta é uma oportunidade impar de enfrentá-lo e derrotá-lo. Caso não o faça, sua gestão certamente será um retumbante fracasso e pagaremos todos um alto preço com intransponí�veis obstáculos postos ao nosso tão sonhado desenvolvimento.

Embora o assunto seja fascinante o espaço é finito, antes, porém, de encerrarmos, brindaremos os leitores com duas informações: o Brasil possui milhares de cartórios que arrecadam anualmente bilhões de reais, enquanto nos Estados Unidos não existe nenhum, nenhum mesmo, e pelo seu grau de desenvolvimento parece que esta ausência não lhes faz falta.

Newton Luiz Concellos

newtonconcellos@ig.com.br Engenheiro civil, mestre em gestão de universidades.

Mais Mais

Mundo

Por Paula Greco

greco_paula@yahoo.com.br Fotos: Divulgação

Da plantação à mesa do consumidor final, são muitos os motivos que fazem os alimentos trilharem

O caminho do

desperdício!

E

ntre as maiores preocupações com o futuro da humanidade está a produção de alimentos. Estima-se que até 2050 a população mundial passe de Dois Bilhões de pessoas. E qual seria o custo, para o planeta, de alimentar tanta gente? Mais áreas desmatadas, mais combustí�vel gasto, mais emissão de poluentes, menos “saúde” para a Terra.

O assunto é tão vital que a Organização das Nações Unidas criou um programa de estudos especiais sobre Alimentação e Agricultura. E os mais recentes estudos realizados pela FAO (sigla em inglês) apresentam números desconcertantes acerca de um item especí�fico: o desperdí�cio. Estima-se que um terço (ou seja, 33%) de toda a produção mundial de alimentos vá parar no lixo. E são vários os “gargalos” apontados pela FAO como origem para tamanha perda de comida que, se somada, daria para alimentar um paí�s inteiro.

Nos paí�ses industrializados, por exemplo, o maior desperdí�cio se dá nas vendas a varejo e no consumo. A famosa “xepa” da feira, os legumes que sobram nos supermercados e sobretudo a comida pronta

que é descartada nos restaurantes e fast-foods são os responsáveis pela maior parte desta conta. Já os paí�ses em desenvolvimento desperdiçam mais após a colheita ou durante o processamento, por falta de infraestrutura para conservação desses alimentos. Malha viária precária e acondicionamento inadequado ajudam a aumentar esses números.

O custo/benefí�cio para o comércio atacadista e varejista também colabora na escala do desperdí�cio. O temor de baixar muito o preço de alguns alimentos faz com que produtores prefiram deixar apodrecer parte da produção de legumes e hortaliças, que ofertar “demais” o produto, fazendo com que ele fique mais barato.

O preço da mão de obra para colher uma safra também pode ser, em alguns casos, maior que o seu valor de mercado, e, nesses casos, elas nem saem da lavoura. Nos restaurantes, as (muito necessárias, por sinal) exigências de Vigilância Sanitária não permitem que alimentos não consumidos, que ficam nas estufas, sejam doados ou reaproveitados. E aí� a quantidade de comida descartada só vai aumentando.

Até mesmo os consumidores finais aca-

bam se tornando cúmplices do desperdí�cio. Comprar comida demais (e depois deixar estragar na geladeira ou não guardar corretamente, ou que acarreta em perda ou apodrecimento), não aproveitar corretamente todo o valor nutricional de alguns alimentos (VIDE BOX), são algumas das atitudes que fazem crescer números considerados alarmantes.

Ranqueado como quarto maior produtor de alimentos do mundo, o Brasil também lidera as estatí�sticas do desperdí�cio, figurando entre os 10 paí�s es que mais perdem comida, principalmente entre a colheita e o transporte dos alimentos.

Segundo o estudo da FAO, pelo menos 10% da produção se perdem nas plantações. Do que sobra, 50% são perdidos na distribuição, no transporte e no abastecimento. E, do restante, 40% se perdem na cadeia do consumo, como nas feiras livres. Um desperdí�cio que chega a 40 mil toneladas por dia, segundo uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Empraba). De acordo com esse estudo, boa parte dos alimentos também é desperdiçada durante o preparo das refeições.

NO BRASIL

O DESPERDÍCIO CHEGA A

26,3 MILHÕES DE TONELADAS POR ANO

ENQUANTO

300 70 CRIAÇAS MORREM DE FOME

MIL TONELADAS VÃO PARA O LIXO DIARIAMENTE

12 BILHÕES DE PREJUÍZO POR ANO OU 1,4% DO PIB

Números para refletir Os números apontados pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), pela EMBRAPA e pelo Instituto Akatu (organização não governamental sem fins lucrativos que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente) mostram como todo esse alimento desperdiçado poderia ser usado para melhorar outros indicadores sociais.

Em termos quantitativos, a perda de alimentos no Brasil chega a 26,3 milhões de toneladas por ano, o que seria suficiente para alimentar até 35 milhões de pessoas. Diariamente, enquanto quase 300 crianças morrem de fome, 70 mil toneladas de alimentos vão para o lixo.

Em termos financeiros, o prejuí�zo pode chegar a R$12 bilhões por ano, o que representa 1,4% do PIB nacional, e seria suficiente para alimentar 8 milhões de famí� l ias nesse perí�odo, com a doação regular de cestas básicas de R$ 120.

Os maus hábitos alimentares e a falta de conscientização no preparo e consumo nas residências, restaurantes e cozinhas industriais são responsáveis pelo descarte de pelo menos 20% dos alimentos adquiridos para consumo final. Esses dados apontam para uma cruel realidade: parte da fome do mundo poderia ser saciada com o que vai para o lixo.

Combatendo o desperdício em casa Para combater o desperdí�cio de alimentos em larga escala é necessária a implantação de polí�ticas públicas nacionais e internacionais, além de ações coletivas de cidadania, através da própria ONU e de ONG’s ligadas ao tema. Mas também é possí�vel combater o desperdí�cio em casa. A utilização de partes normalmente descartadas dos alimentos (talos, folhas e raí�zes) é mais difundida, mas ainda tem poucas adesões. As dicas abaixo podem ajudar na mudança dessa prática: TALOS: o de agrião contém muita vitamina C, podendo ser usado em sucos, refogado com tempero e ovos batidos, ou adicionado ao molho pesto de manjericão. Também podem ser aproveitados como recheios de tortas, patês ou escondidinhos, assim como os de couve, beterraba, brócolis e salsa, que contêm fibras.

FOLHAS: as da cenoura são ricas em vitamina A (importante para saúde dos olhos, pele, cabelos e para o crescimento). Você pode aproveitá-las para fazer bolinhos ou para substituir o uso da salsinha.

Elas são extremamente parecidas em aspecto e sabor. ÁGUA DE COZIMENTO: a da beterraba pode ser utilizada para o preparo de gelatinas vermelhas, tornando-as mais nutritivas.

A das batatas, que concentra as vitaminas hidrossolúveis (que se dissolvem em água) pode virar purê (com a adição de leite em pó e manteiga) ou agregando valor nutricional ao arroz ou macarrão.

CASCAS: as de batata, mandioquinha, nabo, cenoura ou beterraba, podem virar aperitivos saudáveis, assadas com flor de sal e ervas.

As das frutas, como goiaba e abacaxi podem ser batidas no liquidificador, e o suco resultante, usado para substituir ingredientes lí�quidos em receitas de bolos.

A casca da laranja pode ser caramelizada, para ser servida com café, transformada em compotas ou usada para aromatizar biscoitos.

A casca da banana, extremamente nutritiva, é rica em potássio e fibras e pode ser usada como massa de bolo e no preparo de doces. Também pode adicionar sabor ao tempero de bifes e bolinhos salgados.

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Ponto de Vista Diego Trindade D’Ávila Magalhães

BRICS E ANTIBRICS

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Quando o Washington Post (dos EUA) e a The Economist (do Reino Unido) começaram a criticar o BRICS, já se percebia a importância desta coalizão, que incomodaria os poderosos interesses das potências ocidentais.

Por que o BRICS incomoda? Como esse grupo procura mudar a realidade internacional?

Oficialmente, Brasil, Rússia, Í� ndia, China e Á� frica do Sul formam um agrupamento polí�tico informal, sustentado pela vontade polí�tica de seus membros.

O conjunto dessas economias emergentes equivale a mais de um quarto do PIB mundial, e essas nações representam mais de 41% da população do planeta. O BRICS promove a cooperação entre os seus membros e com outros paí�ses em desenvolvimento, propõe uma reforma na ordem econômica internacional e se pronuncia em prol da solução pací�fica de conflitos.

Os EUA agem como se o BRICS fosse uma espécie de OTAN do Sul, coisa que não é nem pretende ser. Diferentemente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o BRICS não tem um tratado constitutivo, uma sede, nem um propósito militar. BRICS não é antiamericano em particular, é antiamericano apenas na medida em que se opõe ao unilateralismo dos EUA e a iniciativas econômicas e militares de caráter hegemônico.

A OTAN era uma aliança militar de defesa que reunia dezenas de paí�ses liderados pelos EUA, pelo Reino Unido e pela França, e concebia a União Soviética como a sua principal ameaça.

Mesmo após a extinção da União Soviética, a OTAN expandiu-se, abarcando dezenas de paí�ses de fora do Atlântico Norte, e atua como uma espécie de polí�cia do mundo e tem trabalhado com a perigosa ideia de que as ameaças (como a ameaça terrorista) estão em toda parte. Esse discurso legitima as

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recentes intervenções militares no Iraque, na Lí�bia e na Sí�ria, que pioraram ainda mais a vida polí�tica e econômica nesses lugares. O BRICS é atualmente o grupo de paí�ses que mais critica as ações bélicas realizadas pelas grandes potências e sempre defendeu o diálogo polí�tico e a cooperação econômica para resolver crises.

Os paí� s es emergentes do BRICS argumentam que o desenvolvimento socioeconômico é a principal solução para problemas como o terrorismo.

Nesse sentido, o grupo propõe iniciativas que envolvem o financiamento incondicional (diferentemente do FMI e do Banco Mundial) de economias em

crises conjunturais e de projetos de infraestrutura social e econômica. Em julho de 2014, o BRICS criou um banco que exerce funções semelhantes às do Banco Mundial: o Novo Banco de Desenvolvimento recebeu em inicialmente um aporte de US$ 100 bilhões para financiar projetos de desenvolvimento sustentável com ênfase em infraestrutura. No mesmo ano, divulgou-se o Acordo Contingente de Reservas, com US$ 100 bilhões para emprestar para paí� s es em crise financeira, função semelhante à do FMI. Ambas as iniciativas inibem o FMI e o Banco Mundial de atuarem como instrumento de

poder os EUA e a UE, cujos votos valem mais do que os outros no processo decisório dessas instituições.

Os membros do BRICS estão todos no G20 financeiro, que inclui outros 14 paí�ses e a UE na discussão sobre a reforma da ordem econômica internacional. Contrariando os interesses dos EUA e da UE, o BRICS tem reivindicado reformas que ampliam o poder de voz e de decisão de paí�ses em desenvolvimento. A declaração do BRICS de julho de 2014 repercutiu no comunicado do G20 financeiro de novembro de 2014, no qual o G20 se mostra “decepcionado” com o atraso no cumprimento do acordo sobre as reformas no FMI e pressiona os EUA a implementarem o acordo.

No G20 e em outros fóruns, o BRICS defende a regulamentação do sistema financeiro, para combater a evasão fiscal das multinacionais, minimizar os impactos negativos da especulação financeira, e promover a transparência nos fluxos globais de capital (algo crucial contra a corrupção e o tráfico de drogas e de armas). Além disso, tem promovido o comércio internacional com moedas locais (sem a intermediação do dólar) e busca alternativas para a centralidade do dólar estadunidense na economia internacional.

O Brasil beneficia-se dessa coalizão que busca um cenário internacional mais próspero e pací�fico, além de mais justo para as nações em desenvolvimento. É� previsí�vel que poderosos interesses nutridos pela ordem internacional contemporânea se organizem para inviabilizar reformas e para deslegitimar o BRICS. É� irônico que aqueles que antes apontavam o dedo exigindo reformas econômicas agora estejam sentindo como é estar do outro lado.

Diego Trindade d’Ávila Magalhães

Professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e doutorando em Estudos Estratégicos Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). diego.magalhaes@ufsm.br

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