papel. Acesse nosso aplicativo para iPad e tenha no seu tablet uma série de conteúdos
extras: vídeos, podcasts, fotos inéditas,
| www.petrobras.com/magazine
A Petrobras Magazine vai muito além do
#61
mais
interatividade e conexão
LEIA_ a versão impressa ASSISTA_ aos vídeos online ACESSE_ conteúdo extra no site INTERAJA_ com a versão iPad COMPARTILHE_ nas redes sociais
entrevista
Gilberto Gil #61
| www.petrobras.com/magazine
fala sobre cibercultura, criação colaborativa e inovação
esporte Futebol, paixão QUE MOBILIZA BILHÕES
infográficos e muito mais, integrando o conteúdo exclusivo da Petrobras Magazine à experiência única da navegação no iPad.
como as empresas podem compartilhar conhecimento e incorporar ideias que surgem fora de seus domínios
negócios Expansão da petrobras impulsiona diversos ramos da indústria
www.petrobras.com/magazine
volta ao mundo
Chile: a busca por novas fontes de energia
[inovação aberta] paradigma segundo o qual fluxos de conhecimento internos e externos são utilizados intencionalmente para acelerar a inovação
CAPA BR PANTONE 804C.indd 1
25/10/11 10:24
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VISÃO GERAL
62|63
HOLANDA
#61 / 2011 - publicação trimestral da Comunicação Institucional da Petrobras www.petrobras.com/magazine
_INOVAÇÃO ABERTA
REINO UNIDO
Gerente EXECUTIVO de Comunicação INSTITUCIONAL_Wilson Santarosa | Gerente de Comunicação Internacional_Izeusse Dias Braga Junior | Gerente de Relacionamento_ Gilberto Puig | Gerente de Projetos Especiais_Patricia de Mello Dias | Gerente de Multimeios_Patricia Fraga de Castro e Silva |Editora e coordenadora_Estephani Beiler Zavarise | Editores_Bruna Oliveira Baffa, Claudia Gisele Peres Martins, Eric Moreira Silva, júlia goulart jeronymo, Leonardo Queiroz de Sá, Monique Benati Rangel, Paula Alexandre Schuabb
PORTUGAL Em Brasília: voando no avião do projeto Rios Voadores ao lado de Gerard Moss (à esquerda, na foto menor)
ESTADOS UNIDOS
conselho editorial
Adriano Ferreira Lima_Responsabilidade Social | Eduardo Gutterres Villela_Exploração e Produção | AUGUSTO LEONARDO DE GOES TIRRE_Área Internacional| Lindinor Sá Larangeira_Abastecimento | Rafael Figueiredo Cruz e Silva_Centro de Pesquisas Mario Adriano Vieira Campanile_Imagem Corporativa e Marcas |Mariza Pelegrineti Lourenco Grynszpan_Engenharia | Nilton Marlucio de Arruda_Segurança, Meio Ambiente, Eficiência Energética e Saúde | Orlando Costa Gonçalves Junior_ Relacionamento com Investidores | Patricia Alves do Rego Silva_Relacionamento com o Público Interno | Paula de Oliveira Almada Moraes_Imprensa | Sandra Vasconcellos Chaves_Gás e Energia | Valério Tito Gama_Petrobras Biocombustível
MÉXICO
CHINA
LÍBIA CUBA
_contamos com
No Rio de Janeiro: bastidores da entrevista com Gilberto Gil
VENEZUELA
BENIN NIGÉRIA
COLÔMBIA
realização
TURQUIA
BRASIL
www.seluloid.com
Publisher_Flavio Rozemblatt |Diretora de atendimento_Paloma Bragança Diretora de design_Cynthia Homsi |GERENTE DE PROJETOS_Paula Wiederkehr Editor_Marco Antonio Barbosa|DIRETORA DE VÍDEO_GIZELLA WERNECK |DIRETOR DE FOTOGRAFIA (VÍDEO)_ STEFAN HESS RePÓRTERES_Vinicius Medeiros / Andréia Gomes Durão |Designers_tathyana raupp / Marina Curak / Julia Lima WEB DESIGNER_DIOGO ADIALA | DESENVOLVEDOR WEB_MARCELO PAULA | atendimento_JOANA FIGUEIREDO / Natasha Brust Coordenador de Mídias Sociais_alexis panno| PRODUTORA MULTIPLATAFORMA_BÁRBARA DE CASTRO gerente financeira_ROBERTA FERRAZ | RevisÃO_KATHIA FERREIRA
CINGAPURA
GABÃO
EQUADOR
TANZÂNIA
ANGOLA
PERU BOLÍVIA PARAGUAI
[2]
[1]
NAMÍBIA
URUGUAI
A revista Petrobras Magazine não é vendida. Para solicitar assinatura, informações e enviar cartas ou sugestões, contate a redação: Petrobras/Comunicação Internacional Av. República do Chile, 65, s ala 1001 • Rio de Janeiro – RJ | CEP: 20031-912 Brasil E-mail: petromag@petrobras.com.br Web: www.petrobras.com/magazine
NOVA ZELÂNDIA
CHILE ARGENTINA
A reprodução parcial ou total dos artigos desta publicação é autorizada mediante menção à fonte. © Copyright 2011 por Petrobras. Afiliada à Associação Brasileira de Comunicação Empresarial
[3]
[4]
[5]
[1] juliano bortolin, designer de produto e criador da arte da capa_ “O desafio hoje é sair da frente do computador e fazer o trabalho manualmente.” [2] tathyana
raupp, designer & bárbara de castro, produtora_ “Os fios entrelaçados foram a forma perfeita para representar os
6.627 6.627 6.627
do que a outra.” [5] gabriel gianordoli, infografista_ “O
8.563 8.563 8.563 segredo de transformar com sucesso números em imagens é
não perder de vista as13.172 histórias que eles têm para contar.” 13.172 13.172
12.164 12.164 12.164 14.276 14.276 14.276 19.387 19.387 19.387
20.206 20.206 20.206
2.421.155 2.421.155 2.421.155 2.505.379 2.505.379 2.505.379 2.563.193 2.563.193 2.563.193
2.641.508 2.641.508 2.641.508
* Média diária de produção de petróleo e gás natural
2010 2009 2008 2007 2006
70.822 70.822 70.822
sugerimos. A cada clique, ele vinha com uma situação melhor
2.342.928 2.342.928 2.342.928
Reservas totais provadas (bilhões de BOE)* 2010 2009 2008 2007 2006 2010 2009 2008 2007 2006
57.183 57.183 57.183
10.803 e alma na brincadeira que 10.803 generoso e entrou10.803 de corpo
8.867 8.867 8.867
Produção Diária (BOE/d)* mês de junho 2011 2010 2009 2008 2007
39.794 39.794 39.794
6.493 6.493 6.493
Adorei!” [4] felipe varanda, fotógrafo_ “O Gil é muito
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89.056 89.056 89.056
59.837 59.837 59.837
Andes: a missão era traduzir em imagens essas experiências. 2011 2010 2009 2008 2007
71.548 71.548 71.548
38.964 38.964 38.964
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49.900 49.900 49.900
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fotos, palavras e imagens em 74.291a presença da 74.291 74.291 movimento, Petrobras no país
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No50.213 Chile: revelando, em 50.213 50.213
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Investimentos (US$ milhões) - 1º semestre
fotografia_ “Dos rios voadores à majestosa Cordilheira dos
2011 2010 2009 2008 2007 2011 2010 2009 2008 2007
novos caminhos da inovação.” [3] stefan hess, diretor de
2011 2010 2009 2008 2007 2011 2010 2009 2008 2007
Angola Rua Pedro Felix Machado, 51/2º andar – Luanda - 2665 ANGOLA | Tel: (244 2) 39 0330 Argentina Av. Maipú, 1 - Buenos Aires – C1084ABA - ARGENTINA | Tel: (54 11) 4344-6072 Bolívia Centro Empresarial Equipetrol, Av. Leigue Castedo, 1700 - Santa Cruz de La Sierra - BOLIVIA|Tel. piloto: (591) 3667000 Chile Av. Cerro Colorado, 5240 - piso 14 / Região Metropolitana – Lãs Condes Santiago – CHILE| Tel: (00562) 328 4700 China Level 12th floor, units 21-25 - China World Tower 1 -JianGuoMenWai Avenue, Beijing - 100004 CHINA Tel: (86 10) 650 598 37 Cingapura 8 EU Tong Sen Street #22-89, The Central, Singapore 059818 – SINGAPORE | Tel: (65) 6550 50 92 Cuba Centro de Negócios Miramar – Edifício Beijing, Piso Nro.2, Oficina 216 – Avenida 3º, entre 76 e 78, Miramar – Municipio Playa, – Ciudad de La Havana, CUBA Colômbia Carretera 7, 71/21 - Edifício Bancafe / torre B - 17º piso – Santa Fé de Bogotá / DC – COLOMBIA | Tel: (57 1) 313 5000 Equador Esquina de Av. Amazonas N 39 123 y José Arízaga, Edificio Amazonas - Plaza, piso 5, Quito – ECUADOR | Tel: (592-2) 2985-300 EUA - Houston 10350 Richmond Avenue, Suíte 1400– Houston, TX - 77042 USA | Tel: (1 713) 808-2000 EUA – Nova York 570 Lexington, 43rd floor, New York -10022-6837 USA | Tel: (1 212) 829 1517 Holanda Weenapoint, torrent A - Weena 722, 3e. Verdieping – 3014 DA - Rotterdam – THE NETHERLANDS | Tel: (31 010) 206-7000 Japão - Tóquio - JA Bld 14 th Floor, Otemachi 1-3-1, Chiyoda-ku - Tokyo 100-6814 Tel: 081-3-5218-1200 Japão - Okinawa - 858 Aza Onaha, Nakagami-gun, Nishihara-cho, Okinawa Ken 903-0210 Tel: 081-988-882-9555 Líbia Al Fateh Tower, 2 - rooms 156 and 157 - Tripoli – LIBYA | Tel: (218 91) 215-0634 México AVENIDA Paseo de la Reforma, 115, piso 11, oficina 1101 Colonia Lomas de Chapultepec - México/DF - 11000 MÉXICO| Tel: +52 (55) 30 67 91 00 Nigéria Plot 98, Adeola Odeku Street - 5th Floor, Victoria Island Lagos – NIGERIA | Tel: (+234 1) 462-1300 Paraguai Avda. Aviadores del Chaco esq. Cañada., 2806/Edif. Petrobras San Jorge - Asunción – PARAGUAY| Tel: (595 21) 618 1592 Peru Amador Merino Reyna, 285 piso 5 - San Isidro Lima – PERÚ | Tel: (51 1) 222 4455 Portugal Lagoas Park, Edifício 11/1º Norte - Porto Salvo – Oeiras - 2740-270 - PORTUGAL | Tel: (351 210) 992 845 Reino Unido 4th floor, 20 North Audley Street, London - W1K 6WL - UK | Tel: (44 0 20) 7535 1100 Tanzânia Off Chole Road, Plot 1403/1A - Masaki Area – Dar Es Salaam - 31391 - TANZANIA | Tel: (255 22) 216 5676 Turquia Iran Caddesi, Karum Is Merkezi, 5.Kat, F Asansoru, 427 / 21 - Kavaklidere Cankya – Ankara - 6680 - TURKEY| Tel: (90 312) 457 6222 Uruguai Plaza Independência, 831 - piso 10, CP 11100 – Montevideo - URUGUAY| Tel: (598 2) 500-84-00 Venezuela Av. Venezuela del Rosal, Edificio Torre Lamaletto, piso 8 Caracas – VENEZUELA| Tel: (58 212) 957-7300
JAPÃO
* critério SEC
11,458 11,458 11,458 11,705 11,705 11,705 11,190 11,190 11,190 12,143 12,143 12,143
12,748 12,748 12,748
VISÃO GERAL
62|63
HOLANDA
#61 / 2011 - publicação trimestral da Comunicação Institucional da Petrobras www.petrobras.com/magazine
_INOVAÇÃO ABERTA
REINO UNIDO
Gerente EXECUTIVO de Comunicação INSTITUCIONAL_Wilson Santarosa | Gerente de Comunicação Internacional_Izeusse Dias Braga Junior | Gerente de Relacionamento_ Gilberto Puig | Gerente de Projetos Especiais_Patricia de Mello Dias | Gerente de Multimeios_Patricia Fraga de Castro e Silva |Editora e coordenadora_Estephani Beiler Zavarise | Editores_Bruna Oliveira Baffa, Claudia Gisele Peres Martins, Eric Moreira Silva, júlia goulart jeronymo, Leonardo Queiroz de Sá, Monique Benati Rangel, Paula Alexandre Schuabb
PORTUGAL Em Brasília: voando no avião do projeto Rios Voadores ao lado de Gerard Moss (à esquerda, na foto menor)
ESTADOS UNIDOS
conselho editorial
Adriano Ferreira Lima_Responsabilidade Social | Eduardo Gutterres Villela_Exploração e Produção | AUGUSTO LEONARDO DE GOES TIRRE_Área Internacional| Lindinor Sá Larangeira_Abastecimento | Rafael Figueiredo Cruz e Silva_Centro de Pesquisas Mario Adriano Vieira Campanile_Imagem Corporativa e Marcas |Mariza Pelegrineti Lourenco Grynszpan_Engenharia | Nilton Marlucio de Arruda_Segurança, Meio Ambiente, Eficiência Energética e Saúde | Orlando Costa Gonçalves Junior_ Relacionamento com Investidores | Patricia Alves do Rego Silva_Relacionamento com o Público Interno | Paula de Oliveira Almada Moraes_Imprensa | Sandra Vasconcellos Chaves_Gás e Energia | Valério Tito Gama_Petrobras Biocombustível
MÉXICO
CHINA
LÍBIA CUBA
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No Rio de Janeiro: bastidores da entrevista com Gilberto Gil
VENEZUELA
BENIN NIGÉRIA
COLÔMBIA
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TURQUIA
BRASIL
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Publisher_Flavio Rozemblatt |Diretora de atendimento_Paloma Bragança Diretora de design_Cynthia Homsi |GERENTE DE PROJETOS_Paula Wiederkehr Editor_Marco Antonio Barbosa|DIRETORA DE VÍDEO_GIZELLA WERNECK |DIRETOR DE FOTOGRAFIA (VÍDEO)_ STEFAN HESS RePÓRTERES_Vinicius Medeiros / Andréia Gomes Durão |Designers_tathyana raupp / Marina Curak / Julia Lima WEB DESIGNER_DIOGO ADIALA | DESENVOLVEDOR WEB_MARCELO PAULA | atendimento_JOANA FIGUEIREDO / Natasha Brust Coordenador de Mídias Sociais_alexis panno| PRODUTORA MULTIPLATAFORMA_BÁRBARA DE CASTRO gerente financeira_ROBERTA FERRAZ | RevisÃO_KATHIA FERREIRA
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A reprodução parcial ou total dos artigos desta publicação é autorizada mediante menção à fonte. © Copyright 2011 por Petrobras. Afiliada à Associação Brasileira de Comunicação Empresarial
[3]
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[5]
[1] juliano bortolin, designer de produto e criador da arte da capa_ “O desafio hoje é sair da frente do computador e fazer o trabalho manualmente.” [2] tathyana
raupp, designer & bárbara de castro, produtora_ “Os fios entrelaçados foram a forma perfeita para representar os
6.627 6.627 6.627
do que a outra.” [5] gabriel gianordoli, infografista_ “O
8.563 8.563 8.563 segredo de transformar com sucesso números em imagens é
não perder de vista as13.172 histórias que eles têm para contar.” 13.172 13.172
12.164 12.164 12.164 14.276 14.276 14.276 19.387 19.387 19.387
20.206 20.206 20.206
2.421.155 2.421.155 2.421.155 2.505.379 2.505.379 2.505.379 2.563.193 2.563.193 2.563.193
2.641.508 2.641.508 2.641.508
* Média diária de produção de petróleo e gás natural
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70.822 70.822 70.822
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2.342.928 2.342.928 2.342.928
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57.183 57.183 57.183
10.803 e alma na brincadeira que 10.803 generoso e entrou10.803 de corpo
8.867 8.867 8.867
Produção Diária (BOE/d)* mês de junho 2011 2010 2009 2008 2007
39.794 39.794 39.794
6.493 6.493 6.493
Adorei!” [4] felipe varanda, fotógrafo_ “O Gil é muito
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No50.213 Chile: revelando, em 50.213 50.213
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Investimentos (US$ milhões) - 1º semestre
fotografia_ “Dos rios voadores à majestosa Cordilheira dos
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novos caminhos da inovação.” [3] stefan hess, diretor de
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Angola Rua Pedro Felix Machado, 51/2º andar – Luanda - 2665 ANGOLA | Tel: (244 2) 39 0330 Argentina Av. Maipú, 1 - Buenos Aires – C1084ABA - ARGENTINA | Tel: (54 11) 4344-6072 Bolívia Centro Empresarial Equipetrol, Av. Leigue Castedo, 1700 - Santa Cruz de La Sierra - BOLIVIA|Tel. piloto: (591) 3667000 Chile Av. Cerro Colorado, 5240 - piso 14 / Região Metropolitana – Lãs Condes Santiago – CHILE| Tel: (00562) 328 4700 China Level 12th floor, units 21-25 - China World Tower 1 -JianGuoMenWai Avenue, Beijing - 100004 CHINA Tel: (86 10) 650 598 37 Cingapura 8 EU Tong Sen Street #22-89, The Central, Singapore 059818 – SINGAPORE | Tel: (65) 6550 50 92 Cuba Centro de Negócios Miramar – Edifício Beijing, Piso Nro.2, Oficina 216 – Avenida 3º, entre 76 e 78, Miramar – Municipio Playa, – Ciudad de La Havana, CUBA Colômbia Carretera 7, 71/21 - Edifício Bancafe / torre B - 17º piso – Santa Fé de Bogotá / DC – COLOMBIA | Tel: (57 1) 313 5000 Equador Esquina de Av. Amazonas N 39 123 y José Arízaga, Edificio Amazonas - Plaza, piso 5, Quito – ECUADOR | Tel: (592-2) 2985-300 EUA - Houston 10350 Richmond Avenue, Suíte 1400– Houston, TX - 77042 USA | Tel: (1 713) 808-2000 EUA – Nova York 570 Lexington, 43rd floor, New York -10022-6837 USA | Tel: (1 212) 829 1517 Holanda Weenapoint, torrent A - Weena 722, 3e. Verdieping – 3014 DA - Rotterdam – THE NETHERLANDS | Tel: (31 010) 206-7000 Japão - Tóquio - JA Bld 14 th Floor, Otemachi 1-3-1, Chiyoda-ku - Tokyo 100-6814 Tel: 081-3-5218-1200 Japão - Okinawa - 858 Aza Onaha, Nakagami-gun, Nishihara-cho, Okinawa Ken 903-0210 Tel: 081-988-882-9555 Líbia Al Fateh Tower, 2 - rooms 156 and 157 - Tripoli – LIBYA | Tel: (218 91) 215-0634 México AVENIDA Paseo de la Reforma, 115, piso 11, oficina 1101 Colonia Lomas de Chapultepec - México/DF - 11000 MÉXICO| Tel: +52 (55) 30 67 91 00 Nigéria Plot 98, Adeola Odeku Street - 5th Floor, Victoria Island Lagos – NIGERIA | Tel: (+234 1) 462-1300 Paraguai Avda. Aviadores del Chaco esq. Cañada., 2806/Edif. Petrobras San Jorge - Asunción – PARAGUAY| Tel: (595 21) 618 1592 Peru Amador Merino Reyna, 285 piso 5 - San Isidro Lima – PERÚ | Tel: (51 1) 222 4455 Portugal Lagoas Park, Edifício 11/1º Norte - Porto Salvo – Oeiras - 2740-270 - PORTUGAL | Tel: (351 210) 992 845 Reino Unido 4th floor, 20 North Audley Street, London - W1K 6WL - UK | Tel: (44 0 20) 7535 1100 Tanzânia Off Chole Road, Plot 1403/1A - Masaki Area – Dar Es Salaam - 31391 - TANZANIA | Tel: (255 22) 216 5676 Turquia Iran Caddesi, Karum Is Merkezi, 5.Kat, F Asansoru, 427 / 21 - Kavaklidere Cankya – Ankara - 6680 - TURKEY| Tel: (90 312) 457 6222 Uruguai Plaza Independência, 831 - piso 10, CP 11100 – Montevideo - URUGUAY| Tel: (598 2) 500-84-00 Venezuela Av. Venezuela del Rosal, Edificio Torre Lamaletto, piso 8 Caracas – VENEZUELA| Tel: (58 212) 957-7300
JAPÃO
* critério SEC
11,458 11,458 11,458 11,705 11,705 11,705 11,190 11,190 11,190 12,143 12,143 12,143
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_AOS LEITORES Em todo o mundo, as empresas estão intensificando a procura por soluções para seus desafios tecnológicos e de negócios fora de seus próprios muros para desenvolvêlas em conjunto com idéias próprias. Nesta edição, a Petrobras Magazine mostra de que modo a inovação aberta – conceito desenvolvido em 2003 pelo economista americano Henry Chesbrough – está revolucionando a forma como as organizações se relacionam e atuam para ter sucesso na eterna corrida pela inovação. Também detalha como seus princípios são utilizados pela Petrobras, que, ao longo do tempo, vem reforçando a cultura de cooperação com o ambiente externo. A colaboração também é o tema da entrevista exclusiva com o músico Gilberto Gil, que, entre diversos assuntos, fala sobre a cultura digital contemporânea e a utilização da inovação aberta na criação artística. Na seção Negócios, mostramos como o crescimento da Petrobras está impulsionando a cadeia produtiva e movimentando a economia do setor energético dentro e fora do Brasil. Reforçando nossa proposta de oferecer conteúdo de qualidade sobre o universo da energia em um conceito mais amplo, produzimos também reportagens sobre meio ambiente e sustentabilidade, combustíveis renováveis, futebol, fotografia – sempre privilegiando a diversidade de opiniões e, ao mesmo tempo, apresentando a forma como a Petrobras lida com cada um desses temas em seu dia a dia. Tudo isso por meio do formato multiplataforma, que possibilita a interação do leitor com conteúdos diversos e complementares, seja na edição impressa, no site da revista (www.petrobras.com/magazine) ou no aplicativo para iPad, que pode ser baixado gratuitamente na App Store.
As etapas da construção do trabalho artístico com fios de silicone, que rendeu as imagens que ilustram a capa e a reportagem principal desta edição
Queremos apresentar o nosso mundo e os desafios nele presentes através de diferentes olhares, e nosso maior objetivo é que você participe dessa jornada conosco. Aproveite a leitura!
Equipe Petrobras Magazine
_errata Na edição 60 da Petrobras Magazine, o crédito da imagem utilizada na página 42 é Paulo Cabral / Banco de Imagens Petrobras e o crédito da foto da página 43 é DR2 / Banco de Imagens Petrobras.
foto capa: Felipe Varanda
como curtir a revista A Petrobras Magazine não se esgota no papel. Boxes com esta cor, espalhados pela edição, indicam que há uma extensão do conteúdo da reportagem em questão, seja na internet (no site www.petrobras. com/magazine) ou na versão iPad da revista. Nossa informação vai até você, de forma dinâmica. Nova Petrobras Magazine. Interconectada e integrada. Interativa e atual. Leia. Acesse. Participe. Curta.
revista impressa_
iPad_ Interatividade, vídeos, áudio, fotos e textos
facebook_ atualizações, novos conteúdos e comentários: facebook.com/ fanpagepetrobras
web_ www.petrobras.com/ magazine: site oficial com fotos, vídeos, infográficos e textos
INDICE-BR-FINAL-804C.indd 4
As últimas novidades sobre a atuação da Petrobras
Inovação aberta: buscando conhecimento em todo canto
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Mauro Segura escreve sobre diversidade e inovação
economia
30 _VOLTA AO MUNDO
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_EM DISCUSSÃO
Gilberto Gil fala sobre cultura digital e criação coletiva
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_DESAFIO GLOBAL
_eNTREVISTA
06
energia
colaboração
_notícias
inovação
Chile: bom momento econômico demanda mais energia
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Índice #61 _Inovação
_MEIO AMBIENTE
Petrobras cresce e estimula cadeia de fornecedores
As iniciativas da empresa para reduzir a intensidade de suas emissões de CO2
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Ciência e aventura unidas no projeto Rios Voadores
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Futebol: despertando paixões e movimentando fortunas
crescimento
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Imagens do concurso “A Energia que Move o Mundo”
62 _visão geral
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tecnologia
_ensaio
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arte
_ESPORTE
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_COMO ISSO FUNCIONA?
sustentabilidade
_NEGÓCIO
diversidade
aberta
Como e onde a Petrobras atua pelo mundo
25/10/11 10:26
Gil: compositor consagrado que estendeu seus interesses Ă polĂtica e aos debates sobre o mundo digital
ENTREVISTA
INOVAÇÃO, tecnologia, cultura digital, criatividade e inspiração em uma conversa com o BRASILEIRO que saiu do interior da Bahia e ganhou o mundo com sua MÚSICA
vídeo_ Assista a entrevista exclusiva em www.petrobras.com/ magazine e na versão iPad
por marco antonio barbosa e Monique Benati // fotos FELIPE VARANDA
6|7
G ilberto Gil é um músico baiano de 69 anos que não se contenta com a reinvenção artística: participa de movimentos sociais e políticos, debate novas formas de entender e fomentar a cultura e é ávido desbravador das possibilidades abertas pela era da comunicação digital, entre elas o software livre e a flexibilização dos direitos autorais.
Figura chave na música brasileira há quase 50 anos, Gilberto Passos Gil Moreira, ou simplesmente Gil, como costuma ser chamado, projetou-se no cenário brasileiro com o advento do Tropicalismo, movimento cultural do qual participou no fim da década de 60 e que promoveu uma modernização radical da cultura pop no país, mesclando vanguardismo e manifestações da tradição popular. Desde então, não parou mais, transformando-se em um dos compositores mais reverenciados e regravados da Música Popular Brasileira (MPB). Ao longo dos anos, veio “aproveitando a vazante da infomaré” (como ele mesmo cantou em 1994,
na música “Pela Internet”), com uma atitude sempre receptiva à novidade – seja ela artística, cultural ou científica. Nos anos 90, quando pouca gente no Brasil entendia o que a comunicação digital representava, Gil já falava no assunto. Consagrado na música, decidiu juntar política e arte, um envolvimento que culminou com sua passagem de cinco anos pelo Ministério da Cultura, o que deu visibilidade inédita à pasta e aos debates em torno da produção e da difusão cultural. Esse artista, que sempre esteve ligado à tecnologia e à inovação (no seu álbum de estreia, de 1967, já cantava a exploração espacial em “Lunik 9”), recebeu a Petrobras Magazine em seu estúdio, no bairro da Gávea, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, para falar sobre os dois assuntos. Sem perder esses temas
de vista, também discorreu sobre inspiração, imaginação, composição, criação colaborativa – em uma conversa que começou com a cultura digital contemporânea e acabou voltando para o interior da Bahia, descobrindo a gênese do interesse de Gil pelo novo, pelo moderno, pela vanguarda.
8|9 O tema principal deste número da revista é a inovação aberta. O que o assunto representa para você?
Gilberto Gil: É um tema que está entre as várias questões do open source... códigos abertos, software livre, mash-up, mistura... As exigências que a contemporaneidade tem feito à gestão do conhecimento. Como se gerencia o conhecimento hoje? As novas tecnologias, as agilidades. E a inovação aberta é uma delas. A inovação deve ficar em ambientes fechados ou ir para ambientes abertos?
2
É possível imaginar um tipo de colaboração similar dentro da criação artística – como, por exemplo, a construção coletiva que é feita no jazz? Todos criando juntos em busca de uma solução – nesse caso, musical?
Gilberto Gil: Se você pensa nas colaborações no mundo do jazz, da música experimental, mesmo na música pop, existem experimentos sucessivos, alguns já se transformando em tecnologias aplicadas ao mundo do entretenimento, do registro, da gravação, do negócio da música. Outros campos, como a inovação tecnológica no ambiente das empresas, já vêm se beneficiando de experiências similares que vêm acontecendo no mundo da música.
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Como isso funciona no seu processo criativo? Como costuma lidar com interferências na criação?
Gilberto Gil: Dando um exemplo: a confecção dos repertórios dos shows. Quando estou sozinho, numa apresentação solo, todo o processo criativo fica por minha própria conta. Minha voz, meu violão etc. Se você acrescenta
Se você pensa nas colaborações no mundo do jazz, da música
experimental, mesmo no pop, existem experimentos sucessivos, alguns já se transformando em tecnologias aplicadas ao entretenimento e ao negócio da música” mais um músico, a participação dele se torna fundamental. A criação dos arranjos, a “arte-finalização” da canção já fica a cargo de nós dois. Se for com a banda com que eu trabalho, cinco ou seis músicos, nós compartilhamos a criação, como a música vai ser apresentada ao público. Isso é resultado de criação coletiva. O baixista diz assim, o tecladista diz assado, o saxofonista diz “olha aqui...” E no final juntam-se as ideias e temos um resultado compartilhado.
4 Sua obra é sempre aberta ou existe um momento de finalização?
Gilberto Gil: Há finalizações parciais. Chega-se a um formato definido para aquele momento. Tem uma introdução, uma primeira parte, um solo, um arremate. E assim nós a apresentamos no palco. Mas aí se abre uma nova oportunidade, começa-se de novo o trabalho de criação. Modificações na linha do baixo, no violão, na voz, no jeito de apresentar a melodia, na emissão das palavras, na letra... A obra permanece semiaberta. Às vezes temos uma obra fechada, um arranjo definitivo, que fica naquele formato em todas as apresentações. Mas é raro.
ENTREVISTA
1
5
Uma das fases mais difíceis dos projetos de inovação aberta é a implementação. Ou seja, todo o diálogo e a troca acontecem num processo colaborativo, mas o produto final pode acabar se perdendo no caminho. Com a sua experiência musical, como é possível implementar essas inovações de forma que
digital: (cantarola, imitando o som do baixo) “dumdumdumdum-dum...” E na hora do show ele tocou essa gravação e saiu variando por cima dela, improvisando com aquela gravação. São possibilidades que se desdobram a partir da tecnologia.
elas não se percam?
Gilberto Gil: Se falamos de outros campos, de matéria7 Quando falamos de cibercultura, que outros assuntos você considera que deveriam estar em debate na sociedade hoje? prima mais “dura” – literatura, cinema, dramaturgia... – Gilberto Gil: Não dá para dizer: “A cultura cibernética podemos até ter essa noção mais rígida de formato final deveria ser usada por tais e tais interesses da criação para eliminar o risco de entropia, de uma perda por humana”. Já está sendo usada. Não há campo da criação excesso de improvisação. No caso da música, esse risco onde essas novas tecnologias é menor porque a música é não estejam prestando serviços mais plástica. É mais como novos. As medicinas, as o próprio cérebro, tem uma engenharias, as arquiteturas, capacidade muito grande as artes gráficas, musicais, de reprocessamento para as ciências... A decifração criar novas significações... Não dá para dizer ‘A do código genético não seria Claro que na música popular, possível sem os bits e bytes. nos formatos mais rígidos, Tudo que é resultante da radiofônicos, isso acontece. Como num livro, ou num texto deveria ser usada por tais e inteligência humana conta com a colaboração decisiva teatral, nos quais a rigidez é do processo cibernético. tais interesses da criação’. mais necessária. Mas no jazz, Aplicativos variados para na música de improvisação, na Não há campo onde essas diversos campos do interesse música instantânea, esse medo humano, da atividade da entropia é muito pequeno. novas tecnologias não intelectual e criativa. Vai da Podem-se correr riscos muito grandes, reconstruir trechos estejam prestando serviços medicina ao futebol (risos). Quando você discute sobre inteiros e aquilo ainda vai novos. Tudo que é resultante colocar um computador para ter coerência. Basta ver as definir se o jogador estava ou composições do free jazz, que da não em impedimento, se a nem têm formato inicial! bola entrou no gol ou não... conta com a Enfim, vai daí até onde você Dentro da classe artística colaboração do processo quiser imaginar, a música, a brasileira, você foi um criatividade, a poesia, entusiasta pioneiro das cibernético” as extensões das novas tecnologias. Primeiro, subjetividades todas. lançou a faixa “Pela Internet”.
cultura cibernética
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inteligência humana
Depois, todo o álbum Banda
Larga Cordel foi lançado pela rede. Como foram essas experiências? O que isso acrescentou ao seu trabalho?
Gilberto Gil: Trazer computadores, sintetizadores, máquinas de ritmo, deu uma liberdade que resulta mesmo em novas formas, inusitadas até. A utilização dessas tecnologias múltiplas, que se cruzam, criou possibilidades surpreendentes. No palco você já tem o conceito do aberto. Há alguns dias, no Nordeste, tocávamos a música “Vamos Fugir” e o baixista gravou sua linha inicial de baixo com um gravadorzinho
8 Você também divulgou bastante o conceito Creative
Commons no Brasil e no mundo. Até que ponto podemos falar sobre a flexibilização de direitos autorais? Consegue ver essa discussão ampliada para outros ramos, fora do meio artístico – como, por exemplo, no ramo de patentes e invenções?
Gilberto Gil: As licenças do Creative Commons já estão na casa das centenas de milhões. Recentemente lançaram o Science Commons para o campo das pesquisas científicas, na linha da inovação aberta. Eles estão trabalhando a
partir da constatação de que não é possível mais o conhecimento fechado, sob pena do atraso definitivo. Para a ciência, para as artes, para as aplicações tecnológicas de todos os campos... para tudo é preciso haver commons. Foi assim que se deu a condição contemporânea: trocas múltiplas em todos os sentidos. Vai dos textos literários, passando pelos trabalhos acadêmicos, trocas artísticas... E não há só um modelo, há uma série de outros licenciamentos abertos. O governo da Inglaterra tem um licenciamento próprio, outras instituições também têm.
9
Como avalia a repercussão de “Oslodum”, a canção que você lançou com direitos totalmente liberados, via Creative Commons?
Gilberto Gil: Na música você tem quatro ou cinco tipos de licença, desde aquele que diz “todos os direitos reservados”, seguindo o modelo tradicional, até o que anuncia “todos os direitos liberados”, e entre os dois extremos tem-se direitos parcialmente liberados, criando possibilidades para os mash-ups, os usos parciais de fragmentos, a reaplicação de partes de obras musicais e literárias... “Oslodum” eu escolhi para deixar totalmente liberada, para reutilização de trechos da canção ou da música inteira. Não tenho controle sobre isso, como isso vem sendo usado. Possivelmente há alguns produtos por aí feitos a partir de trechos da canção, pelo mundo afora.
10 Quais seriam os caminhos para
ampliar ainda mais a difusão da produção cultural brasileira numa escala global?
Gilberto Gil: Uma das saídas para a expansão da presença cultural brasileira é exatamente o mundo aberto, o software livre, o
Criatividade para todos Criado em 2001 para repensar o conhecimento como um recurso pertencente à coletividade, o Creative Commons (http://creativecommons. org) transformou-se em sinônimo de liberdade na difusão (e na reutilização) da informação. O CC permite a autores de qualquer tipo de conteúdo (músicos, escritores, cineastas, fotógrafos...) liberarem determinados usos de suas obras por parte da sociedade, através de licenças específicas. É possível, por exemplo, que um compositor use a licença “Atribuição” (que libera os direitos de utilização por qualquer outra pessoa, desde que seja mantido o crédito do autor) para uma de suas canções. Ou que um blogueiro aplique a licença “Uso Não Comercial” (liberando a republicação de trabalhos, desde que seja para fins não lucrativos) a seus textos publicados. Cerca de 200 milhões de instituições, empresas e artistas adotam algum modelo de Creative Commons para distribuir conteúdo – da Casa Branca à rede de TV Al Jazeera.
Pela internet, pelo tablet, pelo celular Gil não fica apenas no discurso quando fala em “abrir” sua obra via web. Em julho deste ano, o artista lançou um aplicativo gratuito para iPhone e iPad. Espécie de versão pocket de seu site oficial, o aplicativo permite ouvir em streaming todas as faixas da discografia de Gil desde o primeiro LP (Louvação, 1967), além de dar acesso a fotos, letras das músicas e vídeos. Na versão iPad desta edição da Petrobras Magazine, o leitor encontrará um link para baixar o app que disponibiliza toda a obra do compositor.
12|13
11 Falando de política e de sociedade, que debates nacionais e globais
mais o interessam neste momento?
Gilberto Gil: Tudo me interessa, tudo que diz respeito à expansão da responsabilidade cidadã, da atuação social dos indivíduos e dos coletivos. Isso vai da política tradicional – governos, casas legislativas, leis e normas – até a discussão das questões de uso da natureza pelo homem, da intervenção do homem na natureza. Ou do uso dos saberes e dos conhecimentos, como podemos insistir numa maior democratização desses usos. Então, a política, a ecologia, a ciência, a tecnologia, o comportamento, está tudo interligado. Até porque não pode haver interesse parcial, não dá para estar interessado em ecologia sem estar interessado em economia, distribuição de renda, democratização de processos
decisórios em política. Sou interessado em tudo isso, porque não posso estar interessado em uma dessas coisas apenas.
ENTREVISTA
licenciamento mais amplo. Na moda, no videogame, na música, na ciência, nas investigações acadêmicas, na criação de ciência aplicada. Vejo países emergentes, como o Brasil, cada vez mais beneficiados por essa maré de criação para usos coletivos. Lembro que o BNegão, artista brasileiro que passou a gravar e divulgar suas canções de forma livre na internet, começou a ter uma carreira internacional a partir disso. Ele passou a ter um mercado de shows que não tinha antes, no mundo inteiro. Antes era um artista que tinha um pequeno nicho de público no underground brasileiro. Com a divulgação aberta de suas músicas na internet passou a ter ouvintes na França, na Alemanha...
12 Pensando na sua infância, o Gil
menino, lá do interior da Bahia (foi criado no pequeno município de Ituaçu), não tinha acesso a essas tecnologias. Mas é curioso ver que você tem um interesse muito grande nesses avanços, e que sua obra sempre refletiu esse interesse... O mundo da máquina e a infância lúdica se cruzam?
Gilberto Gil: A influência das máquinas vem desde lá, da infância. Quando via as revistas sobre a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), aos três, quatro anos, ficava muito interessado naquelas máquinas, nos tanques, nos navios, nos aviões... As novas condensações, as novas configurações do conhecimento técnico me interessavam fortemente. Depois segui com as revistas em quadrinhos, acompanhando o Super-Homem e o Batman, personagens ligados a uma aceleração da tecnologia. Então, desde pequeno sou fascinado pelo diálogo com a máquina, com os processos “maquínicos” que definem usos tecnológicos. O fascínio pelo desmonte das máquinas, que um menino naturalmente tem quando pega um carrinho de brinquedo e tira a roda, o volante... (risos) Saber como aquilo é construído e eventualmente remontar, reconstruir... É o que os meninos dos computadores fazem hoje. O Facebook, o Google, tudo isso é resultado da curiosidade que os jovens têm sobre as engenhocas, da capacidade de remontar, de reutilizar a tecnologia de maneiras que não foram imaginadas originalmente.
Cinco décadas de inovação Entre discos de estúdio, registros ao vivo e coletâneas, Gilberto Gil contabiliza 58 álbuns lançados desde 1967; o mais recente, Fé na Festa: Ao Vivo, é de 2010. Nessa trajetória, conciliou como poucos a tradição musical popular brasileira (com ritmos como samba, baião e xaxado) e influências da música pop – especialmente o reggae e o rock. Entre as dezenas de clássicos que assinou, vale lembrar que os avanços científicos e tecnológicos são temas recorrentes. Além das já citadas “Pela Internet” e “Banda Larga Cordel”, o baiano abordou esses assuntos em canções como “Alfômega” (1969), “Cérebro Eletrônico” (1969), “Parabolicamará” (1992) e “A Ciência em Si” (1997).
Presença na Conferência
ARPEL 2011
Milton Costa Filho, gerente geral da Petrobras México e presidente da Arpel, discursou na cerimônia de abertura da conferência e ressaltou a importância, para a América Latina e o Caribe, do debate de temas como os impactos da crise na África e no Oriente Médio sobre os fluxos de investimentos. Segundo ele, as empresas se voltam, cada vez mais, para regiões onde há segurança e estabilidade política, além de ambientes mais producentes. E isso inclui o mercado de petróleo, gás e biocombustíveis. A sessão estratégica intitulada “Novas fronteiras e desafios em operações em águas profundas” foi presidida por Carlos Alberto da Costa, diretor-geral executivo da Petrobras Argentina, e incluiu uma palestra de Maurício Diniz, gerente-geral de Engenharia Submarina da Companhia, sobre os avanços na exploração da camada pré-sal. José Carlos Villar Amigo, gerente executivo para a América Latina da Área Internacional da Petrobras, também falou sobre a importância das novas descobertas na região.
Evento contou com a participação de altos executivos da Petrobras
Abordando o cenário energético global, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, discorreu, em sua palestra, sobre o impacto do preço do petróleo no mercado de gás e a mudança dos fluxos de consumo e produção de petróleo devido principalmente à queda da demanda na Europa, nos EUA e no Japão e ao aumento nos mercados da China e da Índia. Gabrielli ressaltou a crescente importância da América Latina como região produtora de hidrocarbonetos e seu potencial para receber investimentos no setor. Ainda na mesma data, Solange Guedes, gerente executiva de Engenharia de Produção, destacou o compromisso da Petrobras com questões de segurança operacional e detalhou o Programa de Reforço da Segurança de Operações Marítimas. Rodrigo Abramof, gerente de Qualidade de Produto, discursou sobre sustentabilidade econômica e o futuro do setor de refino. Lauro Valdir de Souza, gerente de Análise Estratégica, abordou a capacitação exigida para se lidar com temas como mudança climática e segurança. Encerrando a participação da Petrobras, Luis César Stano, gerente de Desempenho em Segurança, Meio Ambiente, Eficiência Energética e Saúde, discorreu sobre gestão ambiental e ressaltou a importância da integração das questões de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) nos processos das empresas, no desenvolvimento e na avaliação de projetos e nas práticas e processos de gestão.
Foto: Agência Petrobras
Petrobras marcou presença na Conferência Regional Arpel 2011, promovida pela Associação Regional de Empresas do Setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis na América Latina e Caribe (Arpel), tendo por tema “Ideias – Soluções – Ações – Rumo a uma Maior Sinergia Regional”. A conferência, realizada em Punta del Este (Uruguai), entre os dias 28 e 31 de março, reuniu os principais representantes dos setores de petróleo, gás, biocombustíveis e outras energias renováveis para discutirem o desenvolvimento energético sustentável nas duas regiões. Este ano, o evento, reeditado a cada dois anos, contou com mais de 500 participantes, entre membros da cadeia produtiva, stakeholders e altos executivos de empresas como a Petrobras. As apresentações e palestras versaram sobre assuntos como o ambiente de negócios e suas dinâmicas corporativas, a sustentabilidade econômica e operacional do setor energético, o meio ambiente e as melhores práticas em operações e gerenciamento.
NOTÍCIAS
14|15
PETROBRAS CHEGA AO
Foto: Thinkstock
GABÃO
GABÃO
Expandindo sua atuação internacional, a Petrobras adquiriu, em junho, 50% dos direitos de explorar os blocos Ntsina Marin e Mbeli Marin, localizados na Bacia Costeira do Gabão, na região offshore da república africana de mesmo nome (na costa oeste da África). A operação, concretizada por meio da subsidiária Petrobras Participaciones S.L. (PPSL), permitirá a exploração de uma área de 6.683 quilômetros quadrados, em profundidade de água que pode chegar a 2,4 mil metros. Estudos apontam que as condições geológicas encontradas são comparáveis às do Brasil. A Petrobras se compromete a executar um programa que compreende a aquisição de 2 mil quilômetros quadrados de sísmica 3D. Ao término dessa etapa, a Companhia terá o direito de avaliar a sua permanência na próxima fase do programa exploratório, que incluirá a perfuração de poços. A firma britânica Ophir Energy, da qual a Petrobras comprou os direitos sobre os dois blocos, continua a deter participação acionária de 50%.
novas descobertas no
GOLFO MÉXICO
DO
Mais de 700 milhões de barris de óleo equivalente (boe): eis o potencial estimado da recente descoberta em águas ultraprofundas no Golfo do México, anunciada pela Petrobras no começo de junho. Explorações na área de Hadrian, na concessão de Keathley Canyon, na parte norte-americana do Golfo, constataram três importantes reservas (duas de petróleo e uma de gás), já consideradas, em conjunto, uma das maiores descobertas da última década na região. Situada a cerca de 400 km a sudoeste da costa de Nova Orleans (EUA), em profundidade de água de aproximadamente 2.100 metros, uma acumulação de petróleo de 144 metros de espessura de reservatório foi constatada por intermédio da perfuração do poço KC 919#3, no bloco KC 919. Objetivos ainda mais profundos serão perfurados na área. A presença de petróleo e/ou gás já havia sido confirmada anteriormente nos blocos KC 919, KC 918, KC 963 e KC 964. No projeto, operado pela ExxonMobil, a subsidiária Petrobras America detém 50% do bloco KC 918 e 25% dos blocos KC 919, KC 963 e KC 964.
Marca
Biocombustíveis
Lubrax é revitalizada
em expansão A Petrobras adquiriu 50% do capital social da empresa BSBIOS Indústria & Comércio de Biodiesel Sul Brasil S.A., localizada em Passo Fundo, no estado do Rio Grande do Sul. O negócio, realizado por meio da subsidiária Petrobras Biocombustível, envolve recursos da ordem de R$ 200 milhões. A usina está apta a produzir, por ano, 160 milhões de litros de biodiesel a partir de óleos vegetais. Com a nova sociedade, as duas empresas passam a compartilhar a operação de um complexo industrial com capacidade produtiva total de 300 milhões de litros/ano de biodiesel, e que possui investimentos também em etanol. A aquisição reforça a liderança da Petrobras no setor de biocombustíveis no Brasil, consolidando a parceria existente entre as duas companhias, que já eram associadas na Usina de Biodiesel de Marialva, no estado do Paraná, e amplia sinergias comerciais e operacionais na Região Sul do país. Com a aquisição, a Petrobras passa a operar cinco usinas de biodiesel, sendo duas na Região Nordeste, uma no norte de Minas Gerais, uma no Paraná, em parceria com a BSBIOS, e a unidade em Passo Fundo. A capacidade total de produção da Companhia é de 710 milhões de litros de biodiesel/ano.
foto: Divulgação
Aos 38 anos, a marca Lubrax, líder no setor de lubrificantes no Brasil e com mercado em expansão na Argentina, no Uruguai, no Paraguai e no Chile, passou por uma grande revitalização, com o objetivo de ampliar ainda mais o seu mercado. Mais de 120 tipos de óleos usados nos segmentos automotivo, industrial, de aviação, naval e ferroviário tiveram suas embalagens e seus rótulos redesenhados e integrados, com base em um novo posicionamento da marca, reforçando a associação com a Petrobras. A iniciativa foi implementada pela empresa e por sua subsidiária Petrobras Distribuidora, com base em pesquisa realizada com diversos perfis de públicos. A Companhia procurou entender as principais necessidades do consumidor para fazer um produto ainda mais moderno e confiável. Conheça mais sobre Lubrax no site www.lubrax.com.
foto: André Valentim/Banco de Imagens Petrobras
CRESCIMENTO & responsabilidade em 2010 Petrobras lançou seu Relatório de Sustentabilidade 2010, documento que compila informações sobre o desempenho da Companhia no ano passado. A publicação espelha a integração entre os três pilares da estratégia corporativa da Petrobras: crescimento integrado, rentabilidade e responsabilidade socioambiental. Também aponta o progresso da Companhia no cumprimento das diretrizes do Pacto Global da Organização das Nações Unidas, do qual é signatária desde 2003. No relatório, mereceram destaque o início das operações no campo Lula, na camada pré-sal da Bacia de Santos, a oferta pública de ações que captou R$ 120,2 bilhões no mercado e a assinatura do Contrato de Cessão Onerosa, que garantiu à Companhia o direito de produzir 5 bilhões de barris de óleo equivalente em áreas não licitadas na Província Pré-Sal. Na área ambiental, destaca as ações da Petrobras para mitigação da mudança do clima, especialmente no que diz respeito à eficiência energética, além do investimento em meio ambiente – R$ 2,4 bilhões, sendo R$ 457 milhões a mais do que o total investido em 2009. Pela primeira vez, o relatório foi impresso em papel sintético, feito de plástico reciclado. Nenhum componente oriundo de árvores foi usado na fabricação do papel, que pode ser novamente reciclado. O Relatório da Petrobras segue as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI) e se enquadra no nível de aplicação A+, adequado aos relatórios que apresentam informações sobre todos os indicadores essenciais que constam das diretrizes e cujo conteúdo é submetido à verificação externa. Acesse o relatório completo no endereço www.petrobras.com.br/rsa2010.
A Petrobras é a empresa de energia da América Latina mais preocupada com questões ligadas à sustentabilidade de seu negócio, de acordo com ranking elaborado pela empresa de consultoria espanhola Management & Excellence (M&E) e pela revista LatinFinance, especializada no mercado latino-americano. Divulgado em maio, o estudo apurou o grau de adesão de grandes empresas do setor a políticas de sustentabilidade e a implementação efetiva dessas políticas pelas companhias. A Petrobras destacou-se por atingir uma nota superior à de seus pares na categoria referente a desempenho em sustentabilidade. Foram avaliados cerca de 200 atributos relacionados a responsabilidade social, governança corporativa e práticas ambientais e financeiras. O ranking é considerado ferramenta essencial para investidores e analistas do mercado avaliarem o desempenho futuro das empresas que o integram.
2.
NO TOP 10 entre as empresas de CAPITAL ABERTO Oitava empresa do mundo entre as que têm ações negociadas em bolsa; 5ª da lista, considerando-se lucro e valor de mercado; única empresa latino-americana a figurar entre as dez maiores. Assim está classificada a Petrobras no mais recente ranking elaborado pela revista americana Forbes, que avaliou companhias de capital aberto de todo o mundo em quesitos como lucro, receitas, ativos e valor de mercado. A Petrobras subiu dez posições em relação a 2010, quando constou em 18º lugar no ranking.
NOTÍCIAS
3.
A MARCA MAIS VALIOSA DA AMÉRICA LATINA
A Petrobras figura na 1ª posição na América Latina e na 61ª colocação geral no ranking das cem marcas mais valiosas do mundo, divulgado pela agência americana de pesquisa de Marketing Millward Brown. O ranking registra um aumento, entre 2010 e 2011, de 39% no valor da marca Petrobras, que chegou a US$ 13,4 bilhões e subiu 12 colocações em relação ao último levantamento. A Petrobras ficou à frente de marcas globais como Pepsi, Samsung, Siemens e Sony, e de concorrentes como Petrochina e British Petroleum.
4. EM ALTA NO FORTUNE 500 Em seu ranking anual, que classifica as 500 maiores corporações globais, a revista Fortune apontou a Petrobras como a 34ª maior empresa do mundo, a corporação brasileira mais bem-posicionada, com faturamento de US$ 120,052 bilhões, e a 8ª companhia entre as que mais lucraram no ano passado (US$ 19,184 bilhões de lucro, totalizando aumento de 23,7% em relação a 2009). Tendo em vista o ranking de 2010, a Petrobras subiu 20 posições na classificação entre as maiores corporações globais (do 54º lugar para o 34º). A lista é considerada um dos mais importantes indicadores do cenário mundial de negócios.
foto: Thinkstock
Líder no ranking de sustentabilidade
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Como as empresas podem aproveitar ideias inovadoras que surgem fora de seus domínios? Por meio da INOVAÇÃO ABERTA , companhias de todos os tamanhos compartilham conhecimentos e desenvolvem soluções tecnológicas em conjunto para acelerarem sua evolução
onde quer que a
inovação esteja
DESAFIO GLOBAL por marco antonio barbosa // PRODUÇÃO DO MODELO JULIANO BORTOLIN, Tathyana Raupp E Bárbara de Castro // fotos FELIPE VARANDA
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xistem menos de 50 empresas, no mundo todo, capazes de realizar inspeções de precisão em dutos de óleo e gás para prevenir corrosão e vazamentos. No Hemisfério Sul, apenas uma tem a expertise necessária para o trabalho: a brasileira PipeWay Engenharia, localizada na cidade do Rio de Janeiro. A operação de equipamentos como o Pig Corrosão, que detecta falhas estruturais em dutos submarinos sob condições extremas de pressão e temperatura, levou a empresa a prestar serviços para companhias de atuação global. Isso só foi possível graças à colaboração entre a PipeWay e a Petrobras, que, em 1998, começou a transferir tecnologia para a empresa, na época um projeto-piloto conduzido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). A parceria, coordenada pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), disponibilizou para a PipeWay a tecnologia e as ferramentas necessárias ao desenvolvimento do Pig Corrosão; em contrapartida, o fornecedor não apenas prestou o serviço, mas também aperfeiçoou novas soluções a partir dos projetos iniciais. A experiência unindo a PipeWay e a Petrobras é um caso exemplar de inovação aberta. Abrindo suas portas para colaboradores externos (universidades,
“Há muito tempo as empresas perceberam que não podem criar, por conta própria, tudo aquilo de que precisam”, diz Bruno Rondani, diretor executivo do Centro Open Innovation – Brasil. Uma das soluções é a inovação aberta, modelo segundo o qual as empresas podem (e devem) usar ideias externas em conjunto com as próprias ideias, visando avançar o estágio tecnológico no qual se encontram. Para isso, seus departamentos de pesquisa devem estar abertos para aprimorar projetos em parceria com fontes externas, debater problemas e compartilhar invenções e produtos que, antes, eram guardados a sete chaves. “Sozinhas, as corporações não têm como enfrentar todos os desafios contemporâneos. A inovação aberta gera criação de valor e amplia as plataformas de colaboração entre empresas, inclusive entre competidores, o que é saudável para o desenvolvimento de qualquer ramo da indústria”, opina Rondani.
Foto: Jean Livet/Universidade de Harvard
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fornecedores, instituições independentes de pesquisa e eventualmente até concorrentes), compartilhando informações e trocando experiências, a Petrobras faz parte do grupo cada vez maior de empresas que desenvolvem soluções tecnológicas com base no conceito de inovação aberta (open innovation), criado pelo economista americano Henry Chesbrough em 2003. “Inovar é mais do que apenas investir em pesquisa científica. Também é pensar em novos modelos de negócio, manter cooperação com os clientes e consumidores e atrair a participação de fontes externas de conhecimento”, afirma Chesbrough (leia entrevista na página 26). A partir da observação de práticas realizadas por corporações grandes e pequenas desde a década de 60, ele definiu os fundamentos do conceito, que oferece alternativas para as empresas enfrentarem um eterno desafio: como inovar de forma rápida e eficaz?
Patentes defendidas a bala
A maior parte das evoluções tecnológicas surgidas nos séculos 19 e 20 nasceu dentro do modelo hoje conhecido como “inovação fechada” (termo também criado por Chesbrough). As grandes empresas investiam grandes valores em centros de pesquisa, que faziam, internamente, o ciclo completo de elaboração de produtos. “O gerenciamento fechado da inovação proliferou no começo do século 20 devido à falta de envolvimento das universidades e das instituições governamentais em pesquisas que tivessem aplicações comerciais ou industriais”, aponta o francês Albert Meige, pesquisador da École Polytechnique em Paris, diretor da Presans, que presta consultoria em desafios tecnológicos, e autor de vários ensaios sobre inovação. “Era um ciclo no qual as companhias investiam internamente em novos produtos e processos e conseguiam recuperar grande parte do valor aplicado à criação de novas tecnologias. Mas, para tanto, precisavam manter sua base de pesquisadores por vários anos e a propriedade intelectual tinha de ser protegida.” Esse modelo impulsionou o avanço tecnológico em boa parte das empresas do mundo ocidental no século passado e ainda hoje é a regra, se pensarmos em termos de aplicações práticas e de produtos que chegam ao consumidor final. Um
Segredo industrial, sigilo de patentes, propriedade intelectual: desde os primórdios do capitalismo, esses termos sempre acompanharam os processos de inovação implementados pelas empresas. Um exemplo dessa proteção é o procedimento adotado nas décadas de 1900 e 1910 pela corporação comandada por Thomas Edison, o inventor da lâmpada elétrica. A firma detinha a patente sobre as câmeras cinematográficas e não hesitava em usar de violência física (inclusive disparando tiros) para reprimir qualquer estúdio de cinema que não pagasse os royalties devidos pelo uso da invenção.
exemplo é o da Apple, que mantém estrito controle sobre sua marca, seus sistemas operacionais e suas soluções de hardware. Entretanto, mudanças nos mercados e na economia tornaram necessária a busca por modelos alternativos. Mesmo as grandes companhias não conseguiam mais manter, por anos a fio, seu quadro de pesquisadores, que carregavam consigo suas expertises específicas quando iam embora. A proliferação dos venture capitalists (investidores que financiam firmas iniciantes, à base de capital de risco) permitiu que pequenos empreendedores pudessem criar projetos tecnológicos inovadores. As corporações perceberam também que vários produtos nascidos de pesquisas internas, que antes podiam ficar anos sem aplicação prática, poderiam ser licenciados ou transferidos para outros fins. E os fornecedores passaram a demonstrar uma capacidade muito maior de dialogar com os clientes para os quais prestavam serviços, às vezes até aprimorando tecnologias criadas por
Brainbow, ou o “arco-íris cerebral”: as ligações entre os neurônios são representadas por cores fluorescentes e servem de metáfora para a conexão entre diversas fontes de conhecimento em prol da inovação
Correndo por fora Nos anos 80, a Lucent (do ramo de telecomunicações) perdeu grandes fatias do mercado para a Cisco, uma companhia muito menor, mas que preferia recorrer a fornecedores externos e start-ups (companhias iniciantes de tecnologia, com estrutura pequena e ágil; saiba mais na página 23) para obter soluções inovadoras com rapidez. Na mesma época, a capacidade de pesquisa da IBM foi desafiada e, com frequência, superada pelos modelos de negócio mais inovadores desenvolvidos por corporações então iniciantes, como a Intel e a Microsoft. Abrindo-se para a colaboração com terceiros, a Nokia espalhou seus centros de P&D pelo mundo (estão hoje em 16 países) e, em três décadas, balançou um cenário dominado por gigantes como a Motorola e a Siemens. No setor farmacêutico, novatas como a Amgen e a Genzyme aplicaram a inovação aberta para enfrentar empresas bem maiores, como a Merck e a Pfizer.
eles. Esses movimentos vêm se multiplicando desde o começo dos anos 60. Comparando a forma como algumas das principais empresas de tecnologia nos Estados Unidos lidaram com essas mudanças, Chesbrough foi capaz de identificar os preceitos da inovação aberta. Atualmente, as companhias precisam descobrir qual dos caminhos para a inovação – mais aberto ou mais fechado – é o adequado ao seu caso: “Ainda há um intenso debate sobre qual modelo é o ideal. O fundamental é inovar, seja como for”, ressalta Everton Bonifácio, coordenador de treinamento interno para empresas no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). “O modelo de negócio de cada corporação precisa ser bem pensado para se identificar exatamente o que pode ser feito de modo interno e quais recursos complementares devem ser buscados em fontes externas. Desse modo, os riscos de perdas de potenciais lucros ou de exclusividade de uso sobre determinadas tecnologias são minimizados”, completa. Roberto Murilo Carvalho de Souza, gerente de Estratégia Tecnológica do Centro de Pesquisas da Petrobras, explica a situação na prática: “A decisão também depende do estágio em que estamos em relação ao
objetivo tecnológico em vista. Se estamos adiantados, pode valer mais a pena desenvolver tudo por conta própria. Se é um campo que ainda não dominamos, podemos buscar parceiros”. O gerente executivo do Cenpes, Carlos Tadeu da Costa Fraga, afirma que a Petrobras pratica a inovação aberta desde o início das suas atividades de desenvolvimento tecnológico e capacitação de recursos humanos para P&D, nos anos 60. “Na criação da pesquisa na Petrobras, um dos principais vetores foi a rápida absorção de tecnologias de refino. Adquirimos os primeiros projetos, aprendemos com as técnicas criadas em outros países, aprimoramos ao longo do tempo e somos hoje proprietários de diversas tecnologias que a própria Petrobras desenvolveu”, diz ele. A consolidação da capacidade de inovação na empresa se deu um pouco mais tarde, à época em que foram descobertos os campos petrolíferos gigantes no mar da Bacia de Campos. Segundo o executivo, não havia tecnologia disponível para extrair petróleo desses campos em grandes profundidades, então
É importante ter acesso a boas ideias onde quer que surjam. Mas para avaliar se uma ideia é boa ou não para o nosso negócio, temos que ter competência interna” Carlos Tadeu da Costa Fraga, gerente executivo do Centro de pesquisas de petrobras
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22|23 foi preciso desenvolvê-las em conjunto com fornecedores internacionais, ampliando a cultura de cooperação tecnológica na Companhia. Para Carlos Tadeu, o momento atual é de intensificação dessa cultura de cooperação com o ambiente externo. A Petrobras integra, em sua estratégia tecnológica, parcerias com universidades, fornecedores e outras empresas em várias áreas de conhecimento – interagindo, inclusive, com outros segmentos de negócios na busca de soluções inovadoras. “Por exemplo, várias abordagens usadas na área de saúde são também usadas no setor de petróleo, para imageamento e diagnóstico de rochas”, diz. “É importante ter acesso a boas ideias onde quer que surjam. Mas para avaliar se uma ideia é boa ou não para o nosso negócio, temos que ter competência interna. Temos que nos orgulhar de capturar boas ideias externas tanto quanto nos orgulhamos de desenvolver as nossas soluções internamente”, defende. Roberto Murilo reforça o pensamento de Chesbrough quando afirma: “Não se trata apenas de desenvolvimento tecnológico. Open innovation só não basta, é preciso ter open mind (‘mente aberta’). Temos de abrir o radar e pensar de forma bem ampla, pensando em alianças pelo mundo todo, inclusive fora do eixo Estados Unidos-Europa”.
Vários caminhos levam à inovação
lançá-lo (aproveitando o acesso a um novo mercado que, a princípio, não seria atingido). Um conceito inovador criado por uma startup (firmas iniciantes e com estrutura ágil e pequena, em sua maioria voltadas para o mercado de tecnologia) também pode ser compartilhado com outra corporação maior que tenha fundos e pessoal necessários para manufaturar e lançar o produto final. Existe ainda a possibilidade de uma grande empresa preferir criar outra menor (as chamadas spinoffs), por conta própria ou em parceria, apenas para desenvolver uma inovação em particular.
Não existe um único modelo de inovação aberta. Tudo depende da origem da ideia, de como ela será conduzida e de que forma chegará ao mercado. Usemos como exemplo um cientista que, no decorrer de suas pesquisas, se depare com uma descoberta que julgue interessante. Se a empresa para a qual trabalha decidir não lançar comercialmente o produto, o conceito de inovação aberta preconiza que esse cientista pode, por exemplo, desenvolver a ideia por conta própria. Em outro caso, uma firma poderia criar um novo produto internamente, mas escolher uma companhia parceira para
“Antes, havia o paradigma do not invented here (‘não inventado aqui’), segundo o qual as empresas olhavam com desconfiança qualquer criação que não tivesse sido integralmente inventada por seus departamentos internos de P&D”, lembra Bruno Rondani. “As companhias que abraçaram a inovação aberta adotaram outro paradigma: probably found elsewhere (‘provavelmente achado em algum outro lugar’), indicando que a conexão com novas tecnologias vindas de fontes externas é algo a ser valorizado.”
Foto: Divulgação/Braskem
Abrindo as ideias:
Foto: Divulgação/Fiat
Fiat Mio Considerado o primeiro carro concebido via crowdsourcing (saiba mais na página 27). Cerca de 18 mil usuários contribuíram com ideias para o carro urbano ideal.
Braskem Criou um banco online de ideias aberto a qualquer pessoa disposta a sugerir novas linhas de pesquisa. Um quarto dos pesquisadores a serviço da empresa são parceiros externos.
Foto: Divulgação/IBM
IBM Desde 2006, a empresa mobilizou mais de 150 mil pessoas, em 104 países, em iniciativas de inovação aberta, num projeto que já recebeu mais de US$ 100 milhões em investimentos.
Foto: Divulgação/ Samsung
O projeto do jato ERJ-145, grande sucesso de vendas, foi criado a partir da colaboração entre a Embraer e quatro outras companhias.
Intel Aberto em 2009 em Munique (Alemanha), o Intel Open Lab coordena vários programas de cooperação. A empresa também tem centros de inovação aberta na Suíça, na Irlanda e em Israel.
Foto: Divulgação/Intel
Embraer
Foto: Divulgação/Airliners.net
Abriu ao público o código de seu sistema operacional Android, permitindo que parceiros externos sugiram melhorias e criem aplicativos compatíveis com a plataforma.
futuro
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esde sua fundação, a Petrobras vem usando iniciativas de inovação aberta em vários de seus projetos, mesmo antes de a tendência ganhar o nome atual. Até a década de 70, conduziu trabalhos de pesquisa em conjunto com outras empresas, internalizando conhecimentos sobre tecnologias de refino. Com as descobertas de reservas de petróleo na Bacia de Campos, nos anos 80, intensificou-se a cooperação com companhias como a Schlumberger e a Halliburton e o desenvolvimento dos primeiros projetos envolvendo outros centros de pesquisa, especialmente no campo da perfuração de poços em grandes profundidades. Na década atual, foram organizadas as chamadas redes temáticas, conjuntos de universidades que recebem apoio da Petrobras e desenvolvem pesquisas de interesse da Companhia. Essas redes geraram projetos como os testes pioneiros de estabilidade de plataformas – em cooperação com as universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de São Paulo (USP) – e soluções de computação gráfica (conduzidas com a PUC-Rio). Os enormes desafios trazidos pela exploração de petróleo e gás na camada pré-sal multiplicaram as parcerias. “Hoje temos diversos modelos de cooperação”, conta o gerente de Estratégia Tecnológica do Cenpes, Roberto Murilo Carvalho de Souza. “Desenvolvemos produtos junto a outras empresas, dividindo custos; operamos com empresas incubadas dentro de universidades; e estamos prontos para receber os centros tecnológicos que vão ser instalados no Rio de Janeiro por parceiras como Schlumberger, FMC e GE, dentre outras”. A PipeWay, citada no começo da reportagem, encaixa-se neste cenário. A firma recebeu, em 2001, a tecnologia conhecida como pig, ferramenta de inspeção de dutos que acumula grande quantidade de sujeira – daí o nome “porco”. O Pig Corrosão foi uma solução criada pela Petrobras e apresentada a outras companhias (incluindo a PipeWay) com o objetivo de melhorar os
serviços de limpeza e inspeção nos dutos da própria Petrobras. “Recebemos a tecnologia, mas o know-how foi desenvolvido por nós”, lembra Vinícius Carvalho, diretor da PipeWay. “A Petrobras tinha o produto e queria passar a ferramenta para uma empresa externa. Ao longo de quase dez anos, fomos adaptando-o e aperfeiçoando-o. Hoje, usamos o Pig Corrosão e outras soluções derivadas dele para prestar serviços a outras companhias pelo mundo todo, pagando royalties à Petrobras.” Roberto Murilo resume: “Se gastamos recursos ao desenvolver um produto e não o usamos mais, por que não licenciá-lo?” Um dos principais exemplos do envolvimento da Companhia com a inovação aberta é o programa Procap Visão Futuro. Um pool de mais de 40 instituições de todo o mundo, entre empresas e universidades, trabalha em parceria para imaginar novas soluções tecnológicas voltadas à exploração e produção de óleo e gás, envolvendo sistemas de produção, engenharia de poços, logística, reservatórios e sustentabilidade. Cada solução é desenvolvida em workshops com as universidades e empresas contratadas. Evolução de programas iniciados na década de 80, o Procap hoje testa projetos de separação de fluidos e bombeamento multifásico (óleo, água e gás), além de automação de plataformas. Para 2013, está previsto o primeiro protótipo de perfuração a laser. Outra iniciativa pioneira da Petrobras envolve o Programa Tecnológico para Mitigação de Mudanças Climáticas (Proclima), no qual está sendo aplicada uma metodologiapiloto em inovação aberta. “Perguntamos aos nossos parceiros: o que fazer com o dióxido de carbono? Quais são as melhores soluções para transformá-lo em um produto e não mais tratá-lo apenas como emissão? A saída é química? Ou deve-se usar a biotecnologia? É isso o que estamos discutindo”, conta o gerente de Estratégia Tecnológica sobre o projeto, que une a Petrobras a representantes da academia (UFRJ e Instituto Nacional de Tecnologia) e da indústria (Dow Química, Dupont e Abiquim).
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Caminho aberto para o
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_henry chesbrough Em seu livro Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology (“Inovação Aberta: o Novo Imperativo Para Criar e Lucrar Com a Tecnologia”), o economista Henry Chesbrough criou, em 2003, o termo “inovação aberta” para explicar como as corporações podem buscar ideias externas para alavancar seu desenvolvimento, além de compartilhar as próprias inovações. Hoje Chesbrough é diretor executivo do Centro de Inovação Aberta da Haas School of Business, na Universidade de Berkeley (EUA), e viaja pelo mundo propagando seus conceitos. “A tendência decolou nos últimos anos”, afirmou à Petrobras Magazine.
Existe conhecimento útil distribuído pelo mundo todo. E não há empresa ou país capaz de agregar todo esse conhecimento por conta própria”
Mas também há riscos. Um deles refere-se à propriedade intelectual, na hora de definir quem detém os direitos legais para aplicar o conhecimento gerado. Outro risco é a empresa acabar desencorajando o uso de tecnologia externa nos processos internos de P&D. Com relação ao mercado de energia, como as companhias globais do setor estão adotando a inovação aberta? A Schlumberger tem aberto, a especialistas de fora da empresa, pesquisas sobre minerais e depósitos de óleo, o que, muitas vezes, cria novas perspectivas a respeito dos pontos ideais para perfurar outros poços. No setor de petróleo, a Statoil (Noruega) desenvolve e partilha novas práticas em exploração em águas profundas. Toda a indústria deve pensar em compartilhar suas informações a respeito de tecnologias de perfuração mais seguras para o meio ambiente. O Brasil possui uma grande reserva offshore para explorar e é fundamental que sua indústria de petróleo empregue os melhores conhecimentos disponíveis nesse processo.
Inovação aberta é um conceito relativamente novo. Mas, mesmo antes de surgir, várias empresas já o aplicavam, certo? Sim, a inovação aberta já era praticada antes de eu lançar meu livro. Mas várias das empresas citadas na publicação admitiram que meus escritos as ajudaram a entender e articular o que já faziam, tanto para fins de treinamento, quanto para comunicação externa. A tendência realmente decolou nesses últimos oito anos.
Quais os benefícios – e potenciais riscos – para as empresas de países emergentes, como o Brasil, que passem a adotar a inovação aberta? O maior desafio que vejo para as empresas brasileiras é que elas, historicamente, são muito fechadas. Uma nova atitude, que valorize a abertura e a partilha de conhecimento, será necessária.
Foto: Divulgação
A inovação aberta é uma tendência irreversível? É possível que uma empresa consiga sobreviver no século 21 sem empregar seus recursos? O insight fundamental para entender a inovação aberta é que, hoje, existe conhecimento útil e passível de ser aproveitado distribuído pelo mundo todo. E não há empresa ou país, não importa seu tamanho ou eficiência, capaz de agregar todo esse conhecimento por conta própria. Assim, creio que a inovação aberta seja inevitável na maioria dos países capitalistas. Todos nós precisamos nos conectar a qualquer um que possa contribuir com conhecimento, onde quer que essa pessoa esteja.
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E daqui em
DIANTE?
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oje, a inovação aberta é seguida, com adaptações e regras próprias, em quase todos os ramos da indústria. A discussão diz respeito à forma como cada empresa entende a inovação e à sua capacidade de absorver novos conceitos.
Exemplo: sem a chamada knowledge economy (economia do conhecimento), não há como abrir a inovação. A valorização da especialização e do nível de formação dos trabalhadores no estágio atual do capitalismo industrial transformou o saber em uma valiosa moeda de troca nos chamados “mercados do conhecimento”, operados por companhias como a NineSigma (Estados Unidos), que ajuda a identificar profissionais capazes de resolver desafios ligados à inovação para gigantes como a Philips e a Xerox. Intimamente ligado à inovação aberta, também há o conceito de crowdsourcing (junção de crowd, ”multidão”, e sourcing, “delegar”), no qual um desafio (tecnológico ou não) é apresentado de maneira aberta, disponível a ser solucionado por um grande grupo de pessoas vindas de áreas diversas do conhecimento. A “multidão”, que se organiza por meio das ferramentas da Web 2.0 (como redes sociais e projetos colaborativos on-line), participa da análise das alternativas apresentadas. As contribuições mais relevantes e inovadoras são reunidas e usadas na solução do desafio. Resolvido o problema proposto, o membro – ou os membros – do grupo que conseguiu a solução mais satisfatória geralmente é recompensado, seja com dinheiro, seja apenas com o prazer pelo reconhecimento de seu trabalho.
Em todo o mundo, cresce a importância de consultorias especializadas em guiar as corporações, especialmente as grandes, diante desse novo panorama, que exige não só mudanças nos métodos de trabalho, mas também na mentalidade dos gestores. É possível, por exemplo, contratar uma firma como a IdeaConnection (Canadá), que intermedeia o contato entre um cliente que apresenta um desafio específico e um fornecedor que se disponha a solucioná-lo (o cliente só paga se ficar 100% satisfeito). Ou empregar os serviços da Brightidea (EUA), que organiza concursos de inovação para companhias como a GE e a Cisco. “Os caminhos são vários. Algumas iniciativas começam e não terminam, outras mudam de rota ou sofrem influências de descobertas de concorrentes. Isso tudo precisa ser monitorado, seja o processo iniciado por uma ideia dentro da empresa, por uma ideia de fora ou por uma combinação de ambos”, explica José Paulo Silveira, diretor associado da Macroplan, que presta consultoria em inovação aberta para a Eletrobras, a Petrobras e a Suzano, entre outras companhias, além de órgãos públicos brasileiros, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Silveira aponta que o Brasil vive um momento de valorização da inovação como estratégia competitiva. “Estudos feitos por instituições como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que as firmas que inovam mais têm maior participação no faturamento global de seus segmentos e maior sucesso comercial. E, usando a inovação aberta, é possível inovar mais, com menos recursos”, ensina.
_Mauro Segura Engenheiro pós-graduado em marketing e comunicação, Segura é hoje o diretor de Marketing e Comunicação da IBM Brasil e tem mais de 20 anos de experiência em seu campo de atuação. Publica regularmente textos sobre esses temas no blog http:// aquintaonda.blogspot.com. A IBM Corp foi apontada como uma das 10 empresas que mais estimulam e promovem a diversidade em nível global, em pesquisa conduzida este ano pela consultoria DiversityInc (EUA).
Semanas atrás, em uma reunião de trabalho, ouvi a seguinte frase: “A gente adora uma ‘floresta de pinheiros’. Todo mundo igualzinho, sem criar problemas, pensando igual...” por MAURO SEGURA
De maneira geral, em nossas cabeças, a inovação parece ocorrer quase por acaso. Imaginamos que, de repente, alguém tem uma ideia brilhante e tudo acontece. Isso pode até ser verdade, mas muitas empresas já descobriram que ela não é fruto apenas do acaso. A inovação é resultado de processos, de foco e de cultura corporativa. Desenvolver um senso contínuo de inovação nos colaboradores parece ser hoje prioridade da maioria das empresas, independentemente do tamanho e do segmento de atuação. A inovação genuína e contínua no ambiente de trabalho exige algumas pre-condições básicas. Uma delas é a diversidade. E entenda diversidade num espectro bem amplo. Estou falando de diversidade de ideias, comportamento, formação, idade, experiências, cor, raça, sexo e cultura.
De forma geral, as empresas adoram “florestas de pinheiros”. Raramente encontramos exemplos de grupos que sejam realmente diversos nos principais projetos e nas estratégias das empresas. Faça um exercício e veja a organização na qual você trabalha. Ao subir cada vez mais na pirâmide organizacional, a “floresta de pinheiros” fica mais evidente. Ironicamente, é no topo da hierarquia que encontramos a menor diversidade de conceitos. As empresas não reconhecem isso, mas essa parece ser a maior barreira para uma cultura genuína de inovação. A diversidade, contudo, não serve de nada se não existir um ambiente organizacional aberto e que fomente a troca de ideias. A imagem do Professor Pardal, sozinho, tendo uma sacada brilhante, é divertida, mas é uma ilusão. A inovação acontece a partir do conflito sadio de opiniões, experiências, visões e perspectivas. Quanto maior a pluralidade e o número de interações entre as pessoas, maior será a probabilidade de surgirem pensamentos inovadores. A unanimidade nos leva quase sempre ao mesmo lugar.
Para as empresas que enfrentam um mercado cada vez mais competitivo e disruptivo – onde novos modelos de negócio e competidores criativos aparecem a todo o momento –, a capacidade de inovar não é mais apenas uma questão para superar a concorrência. É questão de sobrevivência. A habilidade de inovação de uma empresa é potencializada ao máximo quando acontece a colaboração espontânea entre pessoas com pensamentos diversos, que tenham liberdade e vontade de falar e opinar, quase como que tomando um chopinho na mesa de um bar no final de semana. As empresas estão descobrindo que essa liberdade para conversar é importante. Juntar grupos heterogêneos de dentro e de fora da empresa é uma saudável forma de oxigenar a organização e descobrir oportunidades de inovação, desde a retaguarda até as linhas de frente do negócio.
foto DIVULGAÇão
EM DISCUSSÃO
adoramos “florestas de pinheiros”
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Para seguir exibindo os pujantes índices de desenvolvimento econômico dos últimos anos, o Chile tem por meta aumentar a produção de energia e, ao mesmo tempo, diversificar e limpar sua matriz energética. Por meio dos biocombustíveis, a Petrobras contribui para que o país enfrente esses desafios
VOLTA AO MUNDO
vídeo_ Assista a vídeo em www.petrobras.com/magazine e na versão iPad
Santiago e a Cordilheira dos Andes ao fundo, vistos do alto do Cierro San Cristóbal - colina que é um dos pontos turísticos mais visitados da capital
por marco antonio barbosa // fotos stefan hess
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o começo de junho, a agência de classificação de risco Austin Ratings, que avalia os melhores mercados para se investir no mundo, divulgou pesquisa apontando os países que tiveram os mais expressivos desempenhos econômicos nos primeiros três meses de 2011. Acima da China, da Índia e dos demais emergentes asiáticos, aparece no topo da lista o Chile, cujo Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 9,8% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2010.
Tipo exportação O Chile requer mais energia para manter o ritmo de seu acelerado crescimento industrial. As indústrias de alimentos (com destaque para as empresas voltadas à produção e à pesca de salmão), as madeireiras e o setor de mineração experimentaram a evolução mais rápida nos últimos anos. Entre as commodities, o cobre ganha destaque. O Chile é o maior produtor mundial do minério. Em relação ao comércio com outros países, 45% de tudo o que o país exporta são itens com alto valor agregado. Vinhos, celulose, metanol, produtos químicos e insumos agrícolas são os destaques da pauta.
Essa foi apenas mais uma entre as inúmeras amostras da pujança da nação sul-americana nas últimas décadas. Uma expansão do PIB com taxas médias de 6% nos últimos 15 anos, como a que o Chile vem apresentando, implica investimentos constantes em infraestrutura e em produção de energia. Em fevereiro, o presidente do país, Sebastián Piñera, declarou que, se a nação pretende continuar a crescer nesse ritmo, precisa duplicar sua capacidade energética. O economista Ricardo Matte Eguiguren, exdiretor do Programa Económico de Libertad y Desarrollo (Programa Econômico de Liberdade e Desenvolvimento), organização não governamental que elabora estudos socioeconômicos, complementa: “O grande desafio é fazer com que as taxas de crescimento sejam sustentáveis e consigam transformar o Chile em um país desenvolvido”. Ao mesmo tempo, a busca pela diversificação da matriz energética é uma necessidade premente. De acordo com os mais recentes balanços, publicados em 2010 pela Comissão Nacional de Energia
(CNE), órgão do Ministério de Energia do Chile, a capacidade de geração energética do país, da ordem de 58.257 gigawatts-hora (GWh), provém, basicamente, de carvão e petróleo (42%) e de fontes hídricas (36%). A demanda por energia vem duplicando, a cada década, desde 1970. Cerca de 63% dos projetos de expansão da capacidade energética do país envolvem usinas termelétricas – e, entre esses, 95% serão baseados em carvão. Além disso, o Chile é dependente de fontes externas de hidrocarbonetos, como petróleo e gás natural. Para o governo, esse quadro precisa mudar. A Petrobras, que atua no Chile na distribuição de combustíveis nas áreas de varejo, industrial e de aviação, está atenta às necessidades do país no setor de energia. A empresa pretende auxiliar o Chile a diversificar e limpar sua matriz energética por meio da implantação de projetos envolvendo biocombustíveis. “Nossa proposta sempre foi ir além do abastecimento de energia. Investimos na diversificação das fontes energéticas e no combate à poluição atmosférica nas principais cidades – especialmente em Santiago. A capital, por sua geografia, é uma das cidades que mais sofrem com esse problema”, conta Otavio Cintra, presidente da Petrobras Chile. O biodiesel e o etanol estão entre os combustíveis nos quais a Petrobras aposta no Chile. No âmbito do programa Etanol: Energía + Limpia, lançado em junho de 2010, a empresa conduziu uma pioneira série de testes com veículos com motores flex, usando o etanol como combustível. Já o diesel B5 (com 5% de biodiesel) está sendo usado, desde maio, no transporte público de Santiago. O chamado bus ecológico, que circula entre os bairros de Providencia, Ñuñoa, Macul e San Joaquín (na Região Metropolitana de Santiago), emite menos partículas poluentes, rodando com uma mistura de biodiesel de soja e diesel tipo A1. A iniciativa resultou de um convênio firmado, em dezembro último, entre a Petrobras Chile, a fabricante de veículos pesados Scania e a concessionária de transporte público de Santiago, Alsacia. Ainda mais inovador foi o lançamento, em abril, de uma estação de abastecimento para veículos movidos a eletricidade – a primeira do tipo na América Latina capaz de efetuar recargas rápidas. Com abastecimento de 30 minutos, a estação (ou electrolinera, como é chamada pelos chilenos) garante autonomia de 130 km para motores elétricos. Para efeito
De tanque cheio O Programa Etanol: Energía + Limpia pôs para rodar, durante cerca de um ano, entre 2010 e 2011, um carro de passeio sedã e uma picape movidos 100% a etanol. Foi a primeira vez que veículos movidos a biocombustível trafegaram pelas ruas do Chile. Os testes, feitos em parceria com a General Motors, foram realizados em variadas condições de temperatura, altitude e carga.
A capital chilena iluminada: país precisa aumentar sua produção de energia
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Perspectivas para o futuro Além dos projetos da Petrobras envolvendo biodiesel e etanol, os esforços do governo e da iniciativa privada para diversificar a matriz energética chilena incluem investimentos no desenvolvimento de outras fontes mais limpas e que gerem menos dependência em relação aos recursos não renováveis. Parques eólicos com capacidade para fornecer 500mW estão sendo planejados no Norte do Chile, no litoral das regiões de Atacama, Coquimbo e Maule, de acordo com a Fundación Imagen de Chile. Também ao Norte, ganha destaque o potencial da energia solar (avaliado como um dos mais altos do mundo pela UN-Energy, agência de energia da Organização das Nações Unidas). Investimento de US$ 1,3 bilhão será feito, até 2012, para instalar, na região de Copiapó, um parque de células fotovoltaicas capaz de gerar 100mW. Já a biomassa – no caso, biogás extraído dos depósitos de lixo – é usada para fornecer gás encanado a domicílios em grandes cidades, como Santiago e Valparaíso. Em Antofagasta (Norte do país), pesquisam-se projetos de energia geotérmica. A ministra do Meio Ambiente do Chile, María Ignacia Benítez, disse à Petrobras Magazine que o país tem excelentes condições para desenvolver energias renováveis não convencionais. “Além de permitirem maior diversificação da matriz energética, elas ajudam a reduzir emissões”, conta Maria Ignacia. “É um desafio produzir toda a energia de que o Chile precisa, sempre cumprindo as exigências de preservação ambiental. Mas contamos com características climáticas e geográficas muito auspiciosas para encontrar fontes alternativas.” De acordo com o governo chileno, a Petrobras presta importante contribuição na transição para um futuro mais sustentável. “O discurso sobre sustentabilidade da empresa se traduz em ações concretas”, diz a ministra. “Projetos como o do bus ecológico e a inauguração da electrolinera reforçam as iniciativas governamentais de preservação do meio ambiente e posicionam o Chile como uma nação que aposta na eficiência energética e no combate à poluição.”
de comparação, a recarga total de um automóvel elétrico pode demorar até três horas e meia em uma estação tradicional. “Temos consciência dos problemas energéticos locais e acreditamos que, com nossa experiência e a liderança que mantemos na América Latina como empresa sustentável, podemos ser de grande ajuda ao país”, completa Cintra. Nos últimos anos, a Petrobras vem aumentando sua presença no Chile. Com a compra, em 2009, da participação da ExxonMobil na Esso Chile Petrolera e em outras empresas chilenas associadas, a Companhia detém, atualmente, 16% do varejo chileno de combustíveis e 7% do mercado industrial. A Petrobras mantém uma rede de 230 postos de serviço no país, além de sete terminais de distribuição de combustíveis (quatro próprios e três em joint-venture). “Trata-se de um dos mercados mais estáveis e rentáveis da América do Sul. O país tem um esquema de distribuição maduro, que permite lançar e experimentar novos produtos e serviços da empresa”, detalha o presidente da Petrobras Chile. A expansão da Petrobras no país aproveita o excelente momento da economia chilena, propício a investimentos em diversas áreas. Seguindo uma série de medidas com o objetivo de reduzir tarifas e eliminar barreiras comerciais para flexibilizar as atividades produtivas, o Chile deixou para trás o passado de produtor agrícola e, hoje, mantém um ritmo crescente de industrialização. A economia chilena é apontada pelo Fórum Econômico Mundial como a mais competitiva da América Latina (30ª no ranking mundial de competitividade). Além disso, o país tem uma democracia sólida e exibe, atualmente, os melhores indicadores sociais e os mais evidentes sinais de prosperidade do Cone Sul (região geopolítica ao Sul da América do Sul), segundo o Índice de Desenvolvimento Humano apurado pela Organização das Nações Unidas.
VOLTA AO MUNDO
34|35
Contribuições da Petrobras para a diversificação da matriz energética do Chile. Acima, o bus ecológico, que roda com 5% de biodiesel. Na outra página, a electrolinera, capaz de abastecer carros elétricos em 30 minutos
Matriz energética do Chile Consumo total anual
Capacidade instalada total
14.878 megawatts Biomassa Eólica
1% 1%
Hidráulica
36%
Petróleo
Projetos em construção para ampliação da capacidade energética
16%
355.259
Coque Gás natural
29%
Outros
Hidráulica
1.044
300 000
Derivados de petróleo
200 000
internamente (dados de 2008)
Biomassa
47.969
97
43.695 24.614
Eólica
20
8.996 Dados de 2008
Evolução do consumo energético do país (em teracalorias) Total
é produzida
1.943
51.170
3.040
32%
(carvão e diesel)
175.775
Carvão Gás Natural
pelo Chile provém de fontes externas
Térmica
Derivados de petróleo
Eletricidade
17%
(em megawatts)
teracalorias
Lenha
Carvão
68%
da energia consumida
Total:
3.104
O mais recente levantamento da Comissão Nacional de Energia aponta que o país consumiu em 2008 toneladas de petróleo.
2.767.000
1 00 000 0 1978
1 98 8
1 998
2008
O setor de transporte é responsável por mais da metade desse consumo:
1.428.000 toneladas
Fonte: publicação "Antecedentes sobre la matriz energética en Chile y sus desafios para el futuro", Ministério da Energia do Chile
petrobras magazine 35
reação em
cadeia Crescimento da Petrobras
c
impulsiona a cadeia produtiva e movimenta a economia do setor energético dentro e fora do Brasil
om um Plano de Negócios que prevê investimentos de US$ 224,7 bilhões entre 2011 e 2015 e a maior perspectiva de crescimento no setor de energia mundial, a Petrobras está demandando cada vez mais produtos e serviços aos fornecedores de sua cadeia produtiva. Atualmente, cerca de 20 mil empresas formam a cadeia de fornecedores diretos e indiretos da Petrobras. E a tendência é de que esse número se torne ainda maior: a Companhia planeja aumentar sua produção total de óleo e gás, saltando dos atuais 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) para 4 milhões, em 2015, e 6,4 milhões, em 2020. Mais da metade (US$ 127,5 bilhões) do montante do Plano de Negócios será destinado a projetos de exploração e produção de óleo e gás no Brasil, sendo
que US$ 53,4 bilhões serão investidos no Polo PréSal. Uma das empresas que desenvolvem projetos para a exploração da camada pré-sal é a Engevix, atuante no setor de energia desde 1965. A companhia, sediada no estado de São Paulo, está mobilizada para a construção de oito cascos idênticos de FPSOs (Floating, Production, Storage, and Offloading System – navios capazes de produzir, armazenar e escoar petróleo) com a finalidade de atender à demanda da Petrobras no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos. É a primeira vez no mundo que uma empresa constrói, simultaneamente, oito navios desse porte. Essa produção em série de unidades “replicantes”, como são chamadas, promoverá maior rapidez no processo de construção, além de reduzir custos. Para desenvolver o projeto, a Engevix utiliza, no estado do Rio Grande do Sul, o Estaleiro Rio Grande, que tem área total construída de 440 mil metros quadrados e abrigará o maior dique seco da América Latina. “Só
Investimentos da Petrobras 224,7 BILHÕES
US$ 1,1 MIL e US$ 1,3 MIL
é o total de investimentos previstos no Plano de Negócios 2011-2015
a cada segundo
Para efeito de comparação, é um valor que supera o Produto Interno Bruto de Portugal
Apenas a Exploração & Produção do pré-sal receberá investimentos de
US$
127,5
53,4 BILHÕES
(57%) do total
223,7
2%
ATUAIS
US$
BILHÕES
US$
NEGÓCIO
Esse montante significa que a Petrobras investirá, nos próximos cinco anos, entre
O novo Plano de Negócios prevê que a contribuição do pré-sal à produção da Petrobras suba para
serão destinados ao segmento de Exploração & Produção
18%
2015
40,5%
2020
BILHÕES em 2010 É um aumento de
Pesquisa e Desenvolvimento
US$
4,6 BILHÕES
US$
Ampliação do parque de refino
US$
35,4
BILHÕES
8,7 BILHÕES
em relação ao Plano de Negócios anterior
Biocombustíveis
US$ 4,1 BILHÕES
Outros
investimentos expressivos previstos:
Ampliação das térmicas a gás e das plantas de fertilizantes
US$ 9 BILHÕES
Segurança, Meio Ambiente, Eficiência Energética e Saúde (SMES)
US$ 4,2 BILHÕES Distribuição
US$ Fonte: Plano de Negócios Petrobras 2011-2015
3,1 BILHÕES
As descobertas em águas profundas no Brasil representam
1/3
das descobertas em águas profundas no mundo nos últimos 5 anos
Nos últimos 30 anos, a Petrobras aumentou sua produção em
10%
AO ANO em média
por ANDRÉIA GOMES DURÃO // INFOGráficoS Gabriel Gianordolli
US$
36|37 44|45
Foto: Paulo Arthur /Banco de Imagens Petrobras
Estaleiro BrasFELS, no estado do Rio de Janeiro: plena atividade graças ao impulso dado pela Petrobras à indústria naval brasileira
esse projeto dos FPSOs deve criar 5 mil empregos diretos e outros 15 mil indiretos”, conta o vice-presidente da Engevix, Daniel Peres.
As companhias
empregos diretos e indiretos, além de outros 2 mil postos de trabalho durante a vida operacional das embarcações. Roberto Gonçalves, gerente executivo da Engenharia da Petrobras, explica como o estímulo às empresas brasileiras se dá, na prática: “Estabelecemos uma porcentagem de conteúdo produzido no Brasil em nossos contratos e, com isso, formamos um mercado. As firmas começam a produzir internamente bens que, antes, compravam no exterior”.
Esse projeto pioneiro faz parte de um contexto maior: o de revitalização da indústria se enxergam naval brasileira. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, afirma: “O conjunto de estaleiros com a empresa” existentes no Brasil, que Roberto Gonçalves, gerente há cinco anos gerava 2 mil executivo de Engenharia empregos, hoje absorve 58 A possibilidade de trabalhar em mil postos de trabalho. E conjunto com a Petrobras também da Petrobras grande parte dessa demanda é desperta interesse no exterior. proveniente da Companhia”. “Nosso plano de investimentos Em 2010, a frota da Petrobras era de 190 navios, entre é conhecido no mundo todo e as companhias próprios e afretados, além de 240 barcos de apoio e internacionais se enxergam aqui dentro, colaborando 54 sondas. Até 2017, outras 88 embarcações devem com a Petrobras”, afirma Roberto Gonçalves. Um ser entregues à Petrobras, gerando mais de 30 mil exemplo de empresa estrangeira disposta a investir
internacionais colaborando
Foto: Divulgação/NKT
Construção dos cascos
empresas a serem contratadas
O investimento inicial da Engevix no projeto é de
Serão criados
R$ 400 milhões,
5 mil
empregos diretos
com outros
e 15 mil indiretos com a construção dos navios
R$ 300 milhões
Cabos da NKT Flexibles sendo embarcados: firma Construção dinamarquesa vai abrir dos fábrica no Brasilmódulos
esperados em uma fase posterior
Com isso, a empresa espera dobrar seu faturamento anual, atingindo
R$
em 2011 3 bilhões
ENGEVIX Serão
8 FPSOs
mi
idênticos, cada um com capacidade de processar diariamente:
nessa aproximação é a dinamarquesa NKT Flexibles, especializada em estruturas flexíveis para operações em profundidade, e que está prestes a inaugurar uma fábrica no Brasil – a primeira fora do país de origem em mais de cem anos de existência. A filial, que receberá investimento de US$ 200 milhões e irá gerar pelo menos 400 empregos diretos, não será apenas uma planta industrial mais próxima do cliente. O representante regional da NKT, Marcos Villela, explica que a unidade será uma instalação otimizada, com equipamentos exclusivos, e desenvolverá estruturas que não são produzidas na Dinamarca, permitindo a criação de produtos mais complexos a partir de polímeros reforçados com fibra de carbono. “Essa nova planta representará o que há de mais moderno em nosso segmento”, sintetiza Villela. O porte do plano de investimentos da Petrobras e a complexidade dos novos projetos atraem ainda outras empresas, que não estão diretamente relacionadas à cadeia produtiva de óleo e gás. Especializada em produtos e serviços ligados ao fornecimento e ao tratamento de água, efluentes e resíduos, a Perenne
de cúbic
NKT
Flexibles A NKT Flexibles vai fornecer
700
quilômetros de linhas flexíveis à Petrobras
1,3 bilhões
de euros:
valor do contrato (com duração de quatro anos) firmado com a Petrobras
Pela primeira vez, a empresa irá produzir estruturas flexíveis capazes de operar em águas ultraprofundas até
3 mil metros
Fonte: NKT
Valor (em R$ bilhões)
1500
100
1200
80
900
60
600
40
300
20
0
0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Foto: Divulgação / Perenne
Contratos
O plano de negócios da Empresa prevê aportes de
US$ 108,2 bilhões em exploração e produção até 2014, dos quais
US$ 57,8 bilhões serão direcionados à indústria nacional
PETROBRAS
50%
Técnico opera equipamentos da Perenne: a empresa é especializada em tratamento de água e resíduos
tem investido, desde 2006, cerca de R$ 2 milhões por ano em contratações e capacitação de pessoal e na aquisição de equipamentos para atender às normas da Companhia. “Fomos contratados, em 2008, para desenvolver o projeto de engenharia de dois secadores de lodo para a Refinaria Henrique Lage (em São José dos Campos, estado de São Paulo) – um caso pioneiro no mundo. Conciliamos o projeto conceitual de uma empresa italiana, detalhamos a engenharia no Brasil e enfrentamos muitos desafios. Agora estamos na expectativa da conclusão da montagem do sistema para avaliar os resultados”, relata Nelson de Oliveira Guanaes, presidente da Perenne. Visando fortalecer e ampliar ainda mais sua cadeia de fornecedores, a Petrobras participa de programas que auxiliam as empresas a obter financiamentos e aprimorar a capacitação de funcionários. Uma dessas iniciativas é o Programa Progredir, por meio do qual a Companhia atua como “âncora” para ajudar os fornecedores na obtenção de crédito junto a instituições financeiras e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Progredir foi lançado em junho
do atendimento da Perenne é direcionado à
Petrobras
Fonte: Perenne
PERENNE Por conta do aumento da demanda, a companhia aumentou nos últimos cinco anos seu número de funcionários
(de 66 para 151) E SUA RECEITA BRUTA ANUAL SALTOU DE
R$ 11 MILHÕES PARA
R$ 80 MILHÕES
Construção dos cascos O investimento inicial da Engevix no projeto é de
Serão criados
empresas a serem contratadas
empresas a serem contratadas
Construção dos módulos
Integração da plataforma
R$ 400 milhões,
5 mil
empregos diretos
com outros
e 15 mil indiretos com a construção dos navios
R$ 300 milhões esperados em uma fase posterior
Com isso, a empresa espera dobrar seu faturamento anual, atingindo
R$
em 2011 3 bilhões
ENGEVIX Serão
8 FPSOs
idênticos, cada um com capacidade de processar diariamente:
6
milhões
de metros cúbicos de gás
150 mil barris de óleo
Fonte: Petrobras e Engevix
deste ano e 15 empresas já obtiveram financiamento por intermédio do programa, movimentando um total de US$ 85,2 milhões. Na mesma linha, destaca-se o Programa Nacional de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás (Prominp), criado para aumentar a participação da indústria brasileira na implantação de projetos NKTde Minas e no setor. Coordenado pelo Ministério Flexibles
Energia, o Prominp contempla ações voltadas para o desenvolvimento tecnológico e para a qualificação profissional. A Petrobras participa do Comitê Diretivo do Prominp, que oferece cursos gratuitos para 175 categorias profissionais na indústria de energia. Até o final de 2010, o programa qualificou 78 mil pessoas para trabalhar nas áreas de petróleo e gás natural e identificou a necessidade de qualificação de mais 212 mil pessoas até 2014, em 185 profissões.
A NKT Flexibles vai fornecer
Investimentos em destaque 700
para a análise. Comprometida com a manutenção da quilômetros classificação de grau de investimento, a Petrobras Para atingir os objetivos determinados em seu Plano de linhas flexíveis à Petrobras mantém a meta de alavancagem financeira média de de Negócios 2011-2015, o maior do mundo no setor 25-35% e o limite máximo do indicador dívida líquida/ de energia, a Petrobras mantém a geração de caixa 1,3debilhões EBITDA de até 2,5x. própria como a principal fonte financiamento dos euros: investimentos. A Companhia de também prevê, pela primeira valor do contrato (com duração As metas do plano foram traçadas levando-se em conta o vez, um programa de desinvestimentos, no montante de quatro anos) firmado com a Petrobras de US$ 13,6 bilhões, com o objetivo de aumentar a Pela primeira vez, cenário positivo da economia brasileira, com crescimento a empresa irá produzir rentabilidade e a eficiência na gestão dos ativos. Osestruturas flexíveis vigoroso na demanda de derivados, e a curva ascendente capazes de operar em águas ultraprofundas na produção da empresa. Outras variáveis que influenciam recursos adicionais necessários ao plano serão captados as estimativas de fluxo de caixa são: preço do barril tipo por meio da contratação de novas dívidas junto a fontes de até mil Brent, Preço Médio de Referência dos produtos vendidos financiamento no Brasil e exterior. Não está prevista novametros pela Petrobras, percentual de investimento realizado, emissão de ações. custos operacionais e taxa de câmbio (média de R$ 1,73/US$). Considerando todas as variáveis, a Petrobras A necessidade de financiamento líquido para os projetos, pretende atingir um fluxo de caixa das atividades excluindo a amortização, representa uma média de operacionais, após o pagamento de dividendos, entre captação que varia entre US$ 7,2 bilhões e US$ 12 US$ 125 bilhões e US$ 148,9 bilhões no período 2011-2015. bilhões por ano, de acordo com os cenários utilizados
3
40|41 NEGÓCIO
FPSOs replicantes: projeto e produção
gestão de emissões Efeito estufa, aquecimento global, mudanças no clima: empresas, governos e cidadãos já enfrentam esses desafios. Como uma empresa de energia, a Petrobras acompanha atentamente essas questões e as leva em consideração ao planejar suas ações. Desde 2005, a mudança do clima está incorporada à estratégia corporativa da empresa, que adotou uma série de medidas para maximizar sua eficiência energética e reduzir a intensidade das emissões de gases de efeito estufa:
2
Tecnologia
A Petrobras criou dois programas para desenvolver e implementar soluções tecnológicas, como a captura, o transporte e o armazenamento geológico de CO2, para mitigar as emissões em processos e produtos da Companhia: > PROCLIMA - Programa Tecnológico de Mudanças Climáticas; > PROCO2 – Programa Tecnológico de Gerenciamento do CO2, voltado aos desafios do pré-sal.
US$
30
MILHÕES foram investidos entre 2006 e 2009 nas áreas de sequestro de carbono e mudança do clima, e um adicional de
US$
200
MILHÕES
será investido no período 2010-2015.
Adiantando-se a qualquer regulamentação, a Petrobras assumiu o compromisso voluntário de evitar o lançamento, na atmosfera, de CO2 proveniente do pré-sal.
1 Inventário de Emissões
O SIGEA®, Sistema de Gestão de Emissões Atmosféricas, integra todas as atividades da Companhia. Todo equipamento que emite gases de efeito estufa (GEE), independentemente de seu tamanho ou potência, tem suas emissões contabilizadas. Os valores são calculados mês a mês com alto nível de precisão, requerido para tomadas de decisão.
7 CONPET
O Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural (CONPET), iniciativa do Governo Federal coordenada pela Petrobras, avalia o nível de fumaça preta emitida pelos veículos a diesel e realiza ações educativas com os motoristas visando à economia de combustível, em todo o Brasil.
3
US$
1 BILHÃO
Criado na década de 70, o Programa Interno de Conservação de Energia tem o objetivo de reduzir o consumo de eletricidade e combustível em todas as unidades da Companhia. Nos últimos cinco anos, o programa gerou a economia de cerca de
3
Redução de Flaring A Petrobras já investiu
US$
de óleo equivalente por dia.
Outros US$
200
322
no Programa de Otimização do Uso de Gás Associado (POAG) com o objetivo de reduzir a queima de gás em tochas. Principais ações: > aumento do uso do gás natural nas novas plataformas; > ajuste das variáveis operacionais das plataformas já existentes para minimizar a queima de gás.
serão investidos no programa entre 2010 e 2015. A Petrobras tem como meta, para 2015, reduzir em 65% a intensidade da queima de gás natural e em tocha nas operações de exploração e produção.
MILHÕES
em projetos de eficiência energética e US$ 200 milhões em P&D.
MIL BARRIS
4
5
MILHÕES
Biocombustíveis A Petrobras prevê investimento de
US$
4,1
BILHÕES no negócio de biocombustíveis entre 2011 e 2015. Além de contribuir para a mitigação da mudança do clima, a iniciativa está alinhada à estratégia da Companhia de apoiar a produção agrícola sustentável e a agricultura familiar.
6 Apoio a Iniciativas da Sociedade A Petrobras patrocina projetos voltados à conservação dos recursos naturais e ao fortalecimento da consciência ecológica, por meio do Programa Petrobras Ambiental. O investimento previsto é de
US$
250
MILHÕES até 2012.
As iniciativas vão evitar que até
92,7 MILHÕES
de toneladas de CO2 sejam emitidas.
Desde a década de 70, a Petrobras atua em vários estágios da produção industrial e distribuição do etanol, por meio do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que possibilitou ao Brasil evitar, entre 1975 e 2007, a emissão de cerca de
800 MILHÕES
de toneladas de CO2.
COMO ISSO FUNCIONA
A Petrobras estabeleceu, em 2010, o compromisso de maximizar sua eficiência energética. Metas para 2015: > Redução da intensidade energética nas operações de refino e das usinas termelétricas em 10% e 5%, respectivamente; > Redução da intensidade de emissões de gases de efeito estufa nas operações de E&P, de refino e das usinas termelétricas em 15%, 8% e 5%, respectivamente. Para isso, serão investidos cerca de
42|43 infográfico GABRIEL GIANORDOLI
Eficiência Energética
Foto: Stefan Hess
Os rios voadores – correntes aéreas que transportam vapor de água da Amazônia até o Sul do Brasil – são estudados em projeto pioneiro que une Aventura, ciência e educação
MEIO AMBIENTE
vídeo_
por marco antonio barbosa // fotos stefan hess / MARGI MOSS // infográfico GABRIEL GIANORDOLI
44|45
ar Assista ao vídeo sobre o projeto em www.petrobras.com/ magazine e na versão iPad
navegar no
Gerard Moss a bordo do avião que acompanha as correntes de ar carregadas de umidade
“Os rios voadores transportam as moléculas de água pelo ar, por meio dos ventos que vêm do Oceano Atlântico, entram na Floresta Amazônica e a contornam. Lá, fazem uma curva, encaminham-se para o Centro-Oeste e para o Sul do Brasil. E, de lá, podem chegar até a Argentina”, explica Pedro Leite da Silva Dias, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores científicos do projeto Rios Voadores. Desde 2007, a ciência – por meio do Instituto Nacional
Flagrante de uma precipitação na região do Alto Araguaia (estado do Mato Grosso)
Sempre em movimento “A vida é curta. Não dá para ficar parado.” Eis o lema do piloto Gerard Moss, que, ao lado de sua mulher, a queniana Margi, une o gosto pelas viagens a uma declarada paixão pela natureza – e por sua preservação. Nascido na Suíça e radicado no Brasil desde 1982 (depois de passar por Hong Kong, Estados Unidos e Austrália), Moss ficou famoso por completar duas voltas ao mundo pilotando os próprios aviões: um monomotor, em 1989, e um motoplanador, em 2001. Dois anos depois, iniciou o projeto Brasil das Águas, também patrocinado pela Petrobras. Entre outubro de 2003 e dezembro de 2004, percorreu mais de 120 mil km num avião anfíbio, colhendo amostras de água de rios e lagos em todas as regiões do Brasil. Analisado, o material permitiu a identificação de ambientes com águas ainda não contaminadas, informação fundamental para que possam ser preservados. “A água é importante, vem de longe, custa caro… e um dia vai fazer falta”, alerta o aviador.
Foto: Margi Moss
timoneiro Gerard Moss aderna a embarcação alguns graus a bombordo. Um leve ajuste de rota e atingimos a corrente principal do rio. É uma bacia de rios amplos: alguns podem ter até 800 quilômetros de largura. O motor (de proa, e não de popa, como se poderia esperar) faz muito barulho, o que dificulta a conversa dentro da nave. Tudo em volta é azul e branco, cores que também adornam nossa nau. Azul do céu e branco das nuvens, uma vez que estamos a cerca de 3 mil metros de altitude. Nosso “barco” é o avião monomotor PT-RXE (Romeo), no qual Moss, nosso “timoneiro”, navega. A “corrente” em questão é um rio voador – um curso de água atmosférico, invisível, que transporta pelos ares umidade e vapor de água a partir da Bacia Amazônica, no Norte do Brasil, para outros pontos do país. E cuja “foz” influencia, de forma decisiva, o clima, as chuvas e a umidade, ao “desaguar” em regiões a milhares de quilômetros.
MEIO AMBIENTE
FotoS: Margi Moss
A bordo do balão (acima) ou do avião monomotor (à direita), Moss vê panoramas da natureza brasileira que muitos desconhecem
de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do laboratório do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP – busca estudar e explicar esse fenômeno unindo forças com a aviação, personificada em Gerard Moss, piloto com duas voltas ao mundo no currículo, idealizador e realizador de diversos projetos ambientais. Moss resume com precisão: “Os rios voadores são imaginários, mas a água que circula por eles é muito real”. “Navegar” pelos rios voadores a bordo do avião de Moss vem permitindo a metereologistas e estudiosos das mudanças climáticas entenderem como a condensação de água na região amazônica influencia a formação
46|47
de chuvas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Três quartos da chuva que cai sobre a Amazônia retornam à atmosfera na forma de vapor, originário da evaporação dos rios e da transpiração das árvores. Carregada por ventos alísios, predominantes no verão, essa água evaporada desloca-se para o Sul, formando os rios voadores. Assim que os técnicos do Inpe determinam que as condições são as ideais para seguir o curso de um desses rios “virtuais”, Moss levanta voo, a partir de sua base aérea em Brasília. A viagem pode ser de avião (durante o verão, quando os rios voadores estão mais bem formados) ou de balão (no outono e no inverno, para estudar as massas de ar estacionadas sobre a floresta).
“São campanhas de sete a dez dias, planejadas em função do deslocamento desses rios voadores”, narra Moss. O avião voa numa faixa entre mil e 3 mil metros de altitude. Um filtro suga o ar externo, carregado de umidade. Dentro de tubos de vidro, ele é resfriado até condensar-se, a -78ºC, formando gotas de água em estado líquido. Em solo, nos laboratórios do Cena, em Piracicaba (estado de São Paulo), as amostras trazidas por Moss são revaporizadas e analisadas. “Não conhecíamos nada sobre a composição desse vapor. Correr atrás da massa de ar enquanto ela se move sobre o continente é uma aventura que traz informações muito relevantes”, conta o pesquisador Marcelo
Em sua primeira etapa, o projeto empreendeu 12 campanhas aéreas, percorrendo principalmente os estados do Pará, Amazonas e Rondônia, e o bioma do Pantanal, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Uma única viagem ao longo do “curso” de um rio voador estendeu-se por 3.800 km, de Belém, no estado do Pará, até a capital do estado de São Paulo. Foram coletadas mais de 500 amostras, entre 2007 e 2009. O professor Enéas Salati, veterano pesquisador do Cena, é autor de 150 trabalhos científicos relativos a questões ambientais, recursos hídricos e impactos no clima por atividades humanas. É também um dos idealizadores do bem-sucedido método de análise da composição dos rios voadores. Segundo ele, a prioridade agora é a segunda fase do projeto, que envolve eventos, palestras e visitas em escolas públicas das cidades de Brasília (Distrito Federal), Chapecó (estado de Santa Catarina), Cuiabá (estado de Mato Grosso), Londrina (estado do Paraná), Ribeirão Preto (estado de São Paulo) e Uberlândia (estado de Minas Gerais). Essas cidades ficam em regiões nas quais o fenômeno formado na região amazônica influencia a quantidade e a qualidade das chuvas. Moss e a equipe do projeto participam de exposições explicativas sobre os rios voadores, além de coordenarem oficinas de formação para professores
Foto: Margi Moss
Zacharias Moreira, que, no Cena, tenta desvendar o “DNA” do vapor coletado por Moss: de onde vêm aquelas moléculas de água, para onde estão indo, qual a sua composição química. “As amostras servem para comprovar teorias importantes. Uma única árvore de grande porte pode evaporar mil litros de água por dia. Para onde isso vai? Essa água toda pode virar chuva em São Paulo”, conjectura o piloto.
Água & clima, dupla fundamental O interesse da Petrobras em projetos como o Rios Voadores faz parte de um plano mais amplo. A mais recente edição do Programa Petrobras Ambiental, que tem justamente como tema “Água e Clima: contribuições para o desenvolvimento sustentável”, apoia projetos da sociedade voltados para o estudo e a preservação de lagos, rios e mares brasileiros e da natureza que depende desses ecossistemas. O investimento da Companhia em iniciativas voluntárias de preservação ambiental é crescente: saltou de R$ 17 milhões, em 2004, para R$ 257,7 milhões no ano passado. Projetos como o Águas do Cerrado (que recupera córregos e rios no interior do estado de Goiás) e o Lagoas Costeiras (que estuda as lagoas do litoral do estado do Rio Grande do Sul) refletem a importância do tema para a Petrobras. “Investimos em iniciativas de todas as regiões que contribuem para a promoção do desenvolvimento sustentável”, conta a gerente de Programas Ambientais, Rosane Aguiar. Conheça mais em http:// www.petrobras.com.br/minisite/ ambiental/.
da rede pública, nas quais esclarecem o fenômeno e transmitem outras noções sobre o clima e as condições hidrográficas e meteorológicas no Brasil, distribuindo também material didático para aulas. “É importante reunir várias instituições e núcleos de pesquisa, mas também é fundamental atingir a sociedade”, detalha Salati. Para os pesquisadores, a sensibilização das pessoas sobre a existência dos rios voadores pode ajudar na preservação da natureza. Os esforços contra o desmatamento seriam intensificados a partir da consciência de que a derrubada das árvores na Amazônia pode diminuir a quantidade de água evaporada que circula nos rios voadores. A mesma água evaporada capaz de gerar umidade e chuvas em outros locais, influenciando o clima de regiões muito distantes. A prioridade dos pesquisadores agora é tentar entender quanto do vapor transportado pelos rios voadores acaba se transformando em chuva que cai sobre o Sul e o Sudeste do Brasil. Essa união entre ciência, universidade e aventura desperta, e muito, a curiosidade das crianças. “O que eu não consigo resolver com a tecnologia de hoje, talvez possa ser solucionado no futuro, por alguma criança que está entendendo agora o fenômeno”, diz Salati. Utilizar a educação para incentivar a preservação do meio ambiente também é algo defendido pelo Programa Petrobras Ambiental. “A empresa patrocina o projeto desde o início e acredita que iniciativas como essa contribuem para aproximar assuntos importantes, como a mudança climática, da realidade das pessoas. A ferramenta utilizada é a educação ambiental, atividade inerente a todo projeto patrocinado”, afirma Rosane Aguiar, gerente de Programas Ambientais da Comunicação Institucional da Petrobras.
Os Rios Voadores 1
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Parte da umidade se precipita em forma de chuva, formando os rios que compõem a Bacia do Amazonas.
Na Amazônia, acontece a evapotranspiração (perda de água do solo e das plantas) e mais condensação de umidade. Os ventos da região formam o curso dos rios voadores.
5
Os rios voadores carregam a umidade acumulada para o interior do Brasil, precipitando-se em outras regiões.
6
Deslocando-se para o Oeste, o vapor avança até os Andes. Impedido de avançar pelas montanhas, circula novamente sobre a Amazônia.
3
5
O calor intenso na faixa equatorial do Atlântico provoca mais evaporação e enche os ventos de umidade.
A umidade concentrada chega às regiões Sul e Sudeste do Brasil, podendo atingir o Paraguai e a Argentina até se dispersar.
Os rios voadores concentrados ao longo do curso do Rio Amazonas lançam
6
17 TRILHÕES de litros de água por dia no Oceano Atlântico.
Uma única árvore com uma copa de 10 metros de diâmetro lança na atmosfera até
10
300 LITROS de água por dia.
Calcula-se que existam no planeta um total de
1,4 SEXTILHÃO
O vapor de água transportado pela circulação atmosférica pode cumprir percursos variáveis e muito longos, que chegam a ultrapassar
Somadas, as árvores da Amazônia são responsáveis pela evapotranspiração de
20
1000 km.
Em média, cada molécula de água evaporada fica
10 dias em suspensão
de litros de água, renovada constantamente pelos ciclos hidrológicos.
antes de voltar a cair no solo.
O ciclo hidrológico
TRILHÕES de litros de água, diariamente.
A evapotranspiração nas áreas cobertas por florestas é, em média,
4
vezes maior
evaporação das águas de superfície
Fonte: Projeto Rios Voadores
leito freático
Desse total,
na forma de chuva;
5% (25,25 trilhões de litros de água) são transportados aos continentes.
umidade da atmosfera sobre a terra firme
interceptação e transpiração da vegetação e do solo
TRILHÕES de litros
95% voltam aos próprios mares
As árvores ainda ajudam no sequestro de carbono e na absorção do CO2 atmosférico pelos mares.
escoamento de superfície
camadas impermeáveis
505
do que a registrada em regiões de pasto ou desmatadas.
evaporação proveniente da terra
precipitações sobre a terra
A cada ano, a evaporação de água dos oceanos chega a
evaporação do oceano
precipitações sobre o oceano
fluxo superficial
movimento de águas subterrâneas
infiltração correntes subterrâneas
oceano intrusão de água salgada
paixão a toda prova Esporte mais popular do mundo, O FUTEBOL mobiliza bilhões de torcedores e envolve nações inteiras em competições internacionais – um FASCÍNIO que também movimenta um vasto mercado web_ acesse o site www.energiadastorcidas. com.br para saber mais sobre a campanha e assistir aos vídeos de todas as torcidas
ESPORTE
O
gol é o grande momento do futebol. É ele que materializa a implacável equação que define a partida: o time que marca mais vezes sai com a vitória. Enquanto um lado celebra, o outro vive a resignação momentânea, já que o amor pelo time não cede um milímetro. Pelo contrário, sai fortalecido, energizado: no jogo seguinte, estão todos lá novamente, seja no estádio ou diante da TV, cumprindo o mesmo ritual. Mas, afinal, o que explica essa paixão desmedida?
Encontrar uma resposta definitiva não é fácil. Cada aficionado tem sua explicação. Ainda assim, o escritor e historiador Eduardo Bueno, autor de Brasil: Uma História – Cinco Séculos de um País em Construção, arrisca uma hipótese. “O futebol tem um apelo lúdico e coletivo envolvente. Soma-se uma pitada de imprevisibilidade e se chega a um esporte apaixonante”, diz Bueno, que também já escreveu um livro sobre a história de seu time, o Grêmio, de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul. João Máximo, jornalista brasileiro veterano em coberturas de Copas do Mundo e autor de diversos livros sobre o esporte, ressalta a imponderabilidade que o cerca. “Como todo espetáculo, o futebol tem um roteiro – que nem sempre
por Vinicius Medeiros // Ilustração Guilherme portela
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Mão santa Nas quartas de final da Copa do México, o argentino Maradona marcou o primeiro gol na vitória de 2 x 1 sobre a seleção da Inglaterra com uma jogada irregular: saltando na pequena área, usou a mão esquerda para tocar a bola em direção à rede. O árbitro não viu a infração e validou o gol, apesar dos protestos dos ingleses. A Argentina acabou vencendo a Copa naquele ano. Em 2005, Maradona admitiu publicamente que usara a mão para marcar o gol, mas o resultado do jogo não foi alterado.
é respeitado. Em outros esportes coletivos, os favoritos ganham 95% dos jogos. Já nos gramados, qualquer coisa pode acontecer. A ida ao estádio para confirmar, ou não, o resultado é o que move a paixão.” Decepções e vitórias fazem parte do futebol. É consenso, no entanto, que ambas inflam os sentimentos. A dor da derrota para o Uruguai na Copa de 1950, por exemplo, é uma cicatriz eterna na pele dos brasileiros. Da mesma forma, a imortal jogada de Diego Maradona conhecida como “La mano de Dios”, na Copa de 1986, não sai da cabeça dos argentinos. “É impossível dissociar os dois mundos. Sem a paixão vinda das ruas, o futebol não seria o mesmo. Mas é claro que, em países como Brasil, Argentina ou Inglaterra, esses elementos se tornam parte do mesmo produto”, diz Carlos Carpaneto, editor do diário Olé, principal jornal esportivo argentino. Eduardo Bueno faz coro. “Amo o futebol, mas não o concebo sem a arquibancada, que une pessoas de todas as crenças, raças e classes. Sou também a favor do estímulo à rivalidade, mas de forma pacífica”, defende. O forte elo emocional entre as torcidas e seus times do coração gera grandes oportunidades para as empresas se aproximarem de seus públicos-alvo. A Petrobras atua nesse campo desde 1984, quando decidiu patrocinar o Flamengo, um dos times mais populares do Brasil. “Em 2008, desvinculamos o patrocínio de clubes para apoiar, a partir do ano seguinte, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. A visibilidade é sem precedentes. No Brasileirão de 2010, segundo relatório da consultoria Informídia, o retorno em exposição de TV chegou a R$ 113 milhões”, relata Thiago Luz, um dos responsáveis pelo patrocínio
Esporte de bilhões A estreita relação entre o campo e a torcida estimula um amplo mercado consumidor em que grandes marcas se inserem. Dados levantados pela consultoria BDO RCS apontam que, em 2010, as receitas dos clubes brasileiros atingiram o valor recorde de R$ 2,18 bilhões, entre vendas e trocas de jogadores, patrocínios, direitos de transmissão de TV e licenciamento de marcas. Com a proximidade da Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil, a expectativa é de que esses números sigam a tendência de alta. Em todo o mundo, as atividades econômicas em torno do futebol movimentaram estimados 19 bilhões de euros no ano passado.
ESPORTE
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Mais perto de você
esportivo da Petrobras. “Em paralelo promovemos diversas ações com as torcidas”, completa. O projeto Energia de Todas as Torcidas é um dos destaques nessa aproximação entre a Petrobras e os apaixonados pelo esporte. Criada em 2010, a iniciativa mergulhou no mundo do torcedor para entender suas manias, crenças e superstições. “Produzimos vídeos das torcidas dos 20 times da Série A do Brasileiro, mostrando um pouco do que é essa paixão que mobiliza multidões. Posteriormente, um média-metragem reuniu, com novas imagens e depoimentos, toda essa energia das diversas torcidas, e foi exibido no canal de TV por assinatura ESPN.
Este ano, damos continuidade com a produção de curtas dos quatro clubes que subiram para a Série A: AméricaMG, Bahia, Coritiba e Figueirense”, conta Walter Romano, responsável pelo planejamento da Comunicação Digital da Petrobras. Os vídeos já ultrapassaram 1 milhão de visualizações no Youtube. Romano ressalta que o projeto é uma importante ferramenta da Petrobras para lidar com a cultura dos fãs. “Por meio do Energia de Todas as Torcidas, queremos reforçar o vínculo emocional entre as pessoas e a marca Petrobras, fazendo com que fãs do futebol também se tornem fãs da nossa marca. Até aqui, o sucesso é inegável.”
Desde 2010, a Petrobras vem convidando os apaixonados por futebol para viver a Energia de Todas as Torcidas por meio de minidocumentários sobre os clubes da série A do Campeonato Brasileiro, competição da qual é patrocinadora oficial. Agora, o torcedor pode se aproximar ainda mais de seu clube do coração através do iPhone e do iPad. O aplicativo Brasileirão Petrobras permite que ele acompanhe as principais notícias sobre seu time, com informações sobre os jogos e gols das partidas em tempo real, além da tabela de classificação do campeonato. O app, disponível para download gratuito na App Store, traz ainda todos os vídeos produzidos pela Petrobras para cada torcida. O projeto também está presente nas redes sociais, promovendo uma interação direta com o público. Para saber mais, siga no Twitter o perfil @todastorcidas (www.twitter.com/todastorcidas) e torne-se fã da página A Energia das Torcidas no Facebook (www. facebook.com/energiadastorcidas).
Fotos (no sentido horário): Ahmad Prakarsa Dhahiyat, Ryan Chu, Mariana Capeletti Calaça
QUAL É A ENERGIA QUE MOVE O MUNDO? Impulsionada pelo desafio de entender como a energia é vista e percebida, a Petrobras associou-se à Lomography - maior comunidade de fãs da fotografia analógica - para procurar a resposta na inspiração e no talento de pessoas do mundo todo
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Na imagem maior, a foto de Ryan Chu, de Taiwan
Essa colaboração resultou em uma COMPETIÇÃO internacional de FOTOGRAFIAS no site da Lomography (www.lomography.com) e uma EXPOSIÇÃO no MUSEU DE ARTE MODERNA do Rio de Janeiro, onde uma instalação composta por enormes mosaicos, com milhares de cópias afixadas manualmente, formou o maior LOMOWALL já apresentado na América Latina
Fotos (no sentido horário): Barlaam C. Cintrón Barbosa, María Eugenia Quiroga, Iskandar Rodzai, Sonja Berg, Marshall Foster, Rìo do Muinho
À esquerda, foto de María Eugenia Quiroga, da Argentina
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Fotos (no sentido horário): Martin Lamarle, Britt Vanderschouw, S. Kaps C/O S. Saalmink, Willie Schumann, Ian Poh Wei Yi, Ehud Neuhaus, Daniel Jenny, Jay Panelo, Blanca Viñas Aicoz
O concurso “Energia que Move o Mundo” buscou imagens que pudessem representar a energia de diversas maneiras, em uma ação que marcou o lançamento do novo portal global da Petrobras, www.petrobras.com, e da nova Petrobras Magazine
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Acima, a imagem produzida por Perlyn Gone Bunyi, das Filipinas
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Os vencedores, ao vivo Ryan, María Eugenia, Perlyn e Daniel John, os quatro primeiros colocados no concurso, vieram ao Rio de Janeiro para participar da abertura da exposição
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Fotos (no sentido horário): Remko Smit Sanz, Susana Rodrigo Durán,Rodrigo Nogueira Camillo de Almeida, Stéphane Heinz, Matthew Cieslowski, Daniel John Fernandez, Ina Thedens
Das cerca de 13 MIL IMAGENS capturadas por lomógrafos de cada canto do mundo, foram selecionadas 30 para representar as DIFERENTES FORMAS COMO AS PESSOAS VEEM A ENERGIA ao seu redor e em torno do planeta. A energia dessas imagens você vê aqui
Abaixo (foto maior), imagem enviada por Daniel John Fernandez, da Espanha
web_ veja todas as fotos do concurso em www.petrobras.com/ magazine
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papel. Acesse nosso aplicativo para iPad e tenha no seu tablet uma série de conteúdos
extras: vídeos, podcasts, fotos inéditas,
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entrevista
Gilberto Gil #61
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fala sobre cibercultura, criação colaborativa e inovação
esporte Futebol, paixão QUE MOBILIZA BILHÕES
infográficos e muito mais, integrando o conteúdo exclusivo da Petrobras Magazine à experiência única da navegação no iPad.
como as empresas podem compartilhar conhecimento e incorporar ideias que surgem fora de seus domínios
negócios Expansão da petrobras impulsiona diversos ramos da indústria
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volta ao mundo
Chile: a busca por novas fontes de energia
[inovação aberta] paradigma segundo o qual fluxos de conhecimento internos e externos são utilizados intencionalmente para acelerar a inovação
CAPA BR PANTONE 804C.indd 1
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