EPIDEMIOLOGIA DA ATIVIDADE FÍSICA, EXERCÍCIO FÍSICO E SAÚDE 2ed by Phorte Editora

Francisco José Gondim Pitanga

Epidemiologia

Doutor em Saúde Coletiva pelo Instituto de saúde coletiva – UFBA; mestre em Ciência do Movimento Humano pela Universidade Federal de Santa Maria – RS; professor-adjunto da Universidade do Estado da Bahia, professor-adjunto da Universidade Federal da Bahia, professor-convidado da Universidade Católica do Salvador; presidente da comissão científica do Departamento de Educação Física da Sociedade Brasileira de Cardiologia – regional Bahia; editor-chefe da Revista Baiana de Educação Física.

esta nova edição, revisada e ampliada, Francisco José Gondim Pitanga estabelece uma associação ainda mais profunda entre epidemiologia, atividade física e saúde, identificando os determinantes do estilo de vida ativo fisicamente. Também esclarece a importância da prática de atividades e exercícios físicos para a redução das principais disfunções orgânicas causadas pelo sedentarismo. Finalizando, prescreve exercícios para indivíduos aparentemente saudáveis e para portadores de disfunções crônico-degenerativas. Esta é uma obra de grande importância para a Educação Física e para as áreas afins, proporcionando maior compreensão das variáveis envolvidas na relação entre epidemiologia, atividade física e saúde.

Francisco José Gondim Pitanga

Os aspectos ambientais e comportamentais estão diretamente relacionados à saúde e à qualidade de vida, que, por sua vez, possuem um conjunto de determinantes e condicionantes caracterizados por alimentação, moradia, saneamento básico, transporte, trabalho, renda, poluição ambiental, educação, lazer, atividade física e serviços essenciais. Partindo desses pressupostos, por um lado, evidencia-se que algumas necessidades básicas do homem, como felicidade, alegria e prazer, estão inter-relacionadas aos fatores determinantes de saúde e qualidade de vida. Por outro, os paradigmas, atividade física ou exercício físico e saúde, são bastante discutidos entre os diversos especialistas da área. Podemos dizer que o exercício físico está contido na atividade física em virtude de ela ter maior amplitude. Em relação à promoção da saúde, o que será mais relevante? Atividade física ou exercício físico? É o que, além de outras questões, pretende-se responder.

ISBN 978-85-7655-082-2

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Epidemiologia da Atividade Física, do Exercício Físico e da Saúde

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Instituto Phorte Educação Phorte Editora Diretor-Presidente Fabio Mazzonetto Diretora-Executiva Vânia M. V. Mazzonetto Editor-Executivo Tulio Loyelo

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Epidemiologia da Atividade Física, do Exercício Físico e da Saúde 3ª edição revisada e ampliada

Francisco José Gondim Pitanga

São Paulo, 2010

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Epidemiologia da atividade física, do exercício físico e da saúde Copyright © 2010 by Phorte Editora Rua Treze de Maio, 596 CEP: 01327-000 Bela Vista – São Paulo – SP Tel/fax: (11) 3141-1033 Site: www.phorte.com E-mail: phorte@phorte.com Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por quaisquer meios eletrônico, mecânico, fotocopiado, gravado ou outro, sem autorização prévia por escrito da Phorte Editora Ltda. CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________ P758e 3.ed. Pitanga, Francisco José Godim Epidemiologia da atividade física, do exercício e da saúde / Francisco José Godim Pitanga. - 3.ed. rev. e ampliada. São Paulo : Phorte, 2010. il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-7655-082-2 1. Exercícios físicos. 2. Aptidão física. 3. Saúde. I. Título. 09-6294.

CDD: 613.71 CDU: 613.71

08.12.09 15.12.09 016713 ________________________________________________________ Impresso no Brasil Printed in Brazil

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Apresentação Nos últimos anos, o reconhecimento das vantagens da prática regular de atividade física e/ou do exercício físico na promoção da saúde, reduzindo a incidência das doenças crônico-degenerativas, vem despertando enorme atenção por parte de diversos pesquisadores. Na atualidade, a inatividade física já é considerada fator de risco primário para as doenças cardiovasculares, dessa forma, torna-se fundamental a identificação dos determinantes da atividade física, para, em seguida, serem propostos modelos teóricos para incentivar a adoção e manutenção da prática de atividades físicas, bem com estratégias para incentivar a população a adotar o estilo de vida ativo fisicamente. Essa abordagem tem uma clara relação com as principais aplicações da epidemiologia, constituindo-se, portanto, uma questão de saúde pública. Assim, por meio do presente trabalho, procuramos fazer associações entre epidemiologia, atividade física e saúde na perspectiva de identificar os determinantes do estilo de vida ativo fisicamente. Tentamos, também, esclarecer a importância da prática de atividades físicas e/ou exercícios físicos na redução das principais disfunções orgânicas causadas pelo estilo de vida sedentário, por meio do controle das principais variáveis consideradas como fatores de risco para o desenvolvimento dessas doenças. Finalmente, trabalhamos com princípios e pressupostos na prescrição de exercícios para indivíduos aparentemente saudáveis, bem como para portadores de disfunções crônico-degenerativas.

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Considerando o exposto, esperamos, com a nova edição (revisada e ampliada) deste livro, contribuir para que os profissionais de educação física e áreas afins possam ter uma melhor compreensão das variáveis envolvidas na relação epidemiologia da atividade física, exercício físico e saúde. Francisco José Gondim Pitanga

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Sumário Capítulo 1 – Conceitos e Definições

Definição de Saúde Definição de Atividade Física Definição de Exercício Físico Definição de Aptidão Física Relação Atividade Física, Exercício Físico, Qualidade de Vida e Saúde

11 13 14 14 18

Capítulo 2 – Epidemiologia Aplicada à Atividade Física 21 Definição de Epidemiologia Aplicações da Epidemiologia Bases Históricas da Epidemiologia Bases do Método Epidemiológico de Pesquisa Causas e Determinantes do Processo Saúde-Doença A Solução Multicausal Análise de Dados Epidemiológicos Precisão e Validade em Epidemiologia da Atividade Física Qualidade na Obtenção de Informações em Epidemiologia da Atividade Física Tipos de Estudos em Epidemiologia Métodos de Análise em Epidemiologia Transição Epidemiológica Relação Epidemiologia, Atividade Física, Exercício Físico, Qualidade de Vida e Saúde

21 21 22 25 26 29 29 37

Principais Estudos sobre Epidemiologia da Atividade Física

Capítulo 3 – Aderência aos Programas de Atividade Física e Saúde Pública

Aplicações da Epidemiologia Determinantes da Atividade Física Prevalência do Sedentarismo no Brasil e no Mundo Informações em Saúde para Propostas de Políticas Públicas para Promoção de Atividades Físicas

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41 49 53 67 68

77 77 79 81

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Modelo Epidemiológico para Estudos sobre Atividade Física e Saúde

Capítulo 4 – Fatores de Risco para Desenvolvimento de Doenças Coronarianas

Fatores de Risco Principais Fatores de Risco Predisponentes Fatores de Risco Condicionais

92 93 93

Capítulo 5 – Métodos para Avaliação dos Níveis de Prática de Atividade Física

103

Questionário Internacional de Atividade Física

111

Capítulo 6 – Atividade Física, Exercício Físico e Dimensão Morfológica da Aptidão Física Relacionada à Saúde Índice de Massa Corporal Composição Corporal Distribuição da Gordura Corporal

125 125 130 137

Capítulo 7 – Atividade Física, Exercício Físico e Dimensão Funcional da Aptidão Física Relacionada à Saúde

159

Capacidade Aeróbica

159

Capítulo 8 – Atividade Física, Exercício Físico e Dimensão Fisiológica da Aptidão Física Relacionada à Saúde 165 Pressão Arterial Colesterol Triglicerídios Lipoproteínas Plasmáticas Glicemia Densidade Óssea

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169 182 184 189 203 208

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Capítulo 9 – Prescrição de Exercícios Físicos na Promoção da Saúde Pressupostos Científicos Composição da Sessão de Exercícios Frequência Semanal Duração Intensidade Prescrição do Treinamento Neuromuscular

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211 211 213 214 215 216 220

Capítulo 10 – Prescrição de Exercícios Físicos para Grupos Especiais

225

Obesidade Hipertensão Arterial Vasodilatadores Betabloqueadores Diuréticos Diabetes Reabilitação Cardíaca

225 231 234 234 234 236 240

Considerações Finais

244

Referências

247

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Capítulo 1 Conceitos e Definições

Definição de Saúde Na atualidade, saúde tem sido definida não apenas como a ausência de doenças. Saúde se identifica como uma multiplicidade de aspectos do comportamento humano voltados a um estado de completo bem-estar físico, mental e social (Who, 1978). Pode-se, também, definir saúde como uma condição humana com dimensões física, social e psicológica, cada uma caracterizada por polos positivo e negativo. A saúde positiva estaria associada à capacidade de apreciar a vida e de resistir aos desafios do cotidiano, enquanto a saúde negativa estaria associada à morbidade e, no extremo, à mortalidade. Os principais fatores que influenciariam os deslocamentos dos indivíduos entre os polos positivo e negativo seriam ambientais, sociais, estilo de vida e biológicos.

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Polo Positivo:  meio ambiente (poluição ambiental);  sociais (saneamento básico, moradia, renda familiar, transporte);  estilo de vida (alimentação, atividade física, estresse emocional etc.);  fatores biológicos.

Polo Negativo: Ao admitir que as doenças são indicadores de eventuais desequilíbrios entre o homem, o seu estilo de vida e o meio ambiente, a saúde deverá ser alcançada mediante a interação de ações que possam envolver o próprio homem por meio de suas atitudes diante das exigências ambientais e comportamentais representadas pela alimentação, estresse, lazer, aspectos climáticos, atividade física etc. Nesse contexto, para se atingir o completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos populacionais devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar, favoravelmente, o meio ambiente (Ministério da Saúde, 1996). Assim, parece que saúde não é algo estático, pelo contrário, é necessário construí-la ao longo da vida, evidenciando o fato de que ela é educável e, por sua vez, deve ser tratada não apenas com base em referenciais de natureza biológica e higienista, mas, sobretudo, num contexto didático-pedagógico (Guedes e Guedes, 1995).

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Conceitos e Definições

Definição de Atividade Física A atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que resulta em gasto energético (Caspersen, Powel e Christenson, 1985), tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos, atividades laborais e deslocamentos; enquanto, aptidão física seria uma série de atributos adquiridos em razão da prática regular da atividade física. A atividade física pode ser representada por diversos domínios, dentre eles podemos citar: atividades físicas nos momentos de lazer, atividades físicas de deslocamento, atividades físicas domésticas e atividades físicas no trabalho. Atividades de Lazer/Tempo

Atividades no Trabalho

Atividade Física

Forma de Deslocamento

Atividades Domésticas Figura 1.1 – Domínios da atividade física.

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Definição de Exercício Físico Atividade repetitiva, planejada e estruturada que tem como objetivo a manutenção e a melhoria de um ou mais componentes da aptidão física (Caspersen, Powel e Christenson, 1985).

Definição de Aptidão Física No início do século XX, as definições de aptidão física concentravam-se sobre a força muscular. A Bateria de Testes de Sargent e o Índice de Aptidão Física de Roger, os quais envolvem, sobretudo, medidas de força, eram comumente usados para mensurar aptidão física. No final da I Guerra Mundial, a aptidão cardiovascular começou a receber considerável atenção, fazendo que a aptidão física passasse a ser descrita com mais de um fator. Além da força muscular, medidas de pressão sanguínea, frequência cardíaca em repouso e pós-esforço foram usados para avaliar aptidão física (Corbin, 1991). Além disso, a literatura revela muitas tentativas prévias para definir aptidão física, contudo, as definições tradicionais são muito variadas. A maioria delas define aptidão física em termos de capacidade de movimentos. Termos como capacidade funcional, trabalho físico, performance de atividade física foram sugeridos com intenção de descrever um conceito relacionado, primariamente, com a capacidade de produzir grande quantidade de atividade motora (Pate, 1988).

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