Tratado de Reabilitação

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Paulo Yazbek Jr. – Lívia Maria Santos Sabbag – Linamara Rizzo Battistella

Esta obra é indicada para: Médicos Fisiatras Médicos Cardiolgistas Nutricionistas Fisioterapeutas Educadores Físicos Profissionais especializados em Medicina Esportiva Demais interessados

Tratado de Reabilitação

Paulo Yazbek Jr.

Paulo Yazbek Jr. Lívia Maria Santos Sabbag Linamara Rizzo Battistella

Poder integrar duas especialidades foi o maior motivo que tivemos para realizar esta obra. A Divisão de Medicina de Reabilitação, talvez uma das poucas Instituições que têm a possibilidade de agregar esta multifunção de unir a Cardiologia e a Fisiatria, é dotada de equipamentos de primeira linha, com condição de avaliar e reabilitar pacientes com as mais diversas patologias adquiridas e congênitas, bem como fruto de acidentes das mais diversas causas. Pertencendo ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, pedimos o apoio das mais diversas especialidades na área e de outros Centros Médicos, tendo prontamente atendida a colaboração imprescindível para esta realização. O resultado não poderia ser outro. Foram meses de dedicação de eminentes técnicos nos diversos assuntos. Os capítulos, com poucas exceções, são independentes, podendo servir de orientação aos iniciantes na especialidade, bem como atualização dos já profissionais. A reabilitação é multiprofissional e, portanto, a presença de Médicos, Odontologistas, Nutricionistas, Professores de Educação Física, Fisioterapeutas, Psicólogos, Enfermeiros e Assistentes Sociais foi fundamental. Esta obra será de grande valor para consulta e aprendizagem da Arte de Reabilitar, podendo enriquecer a literatura médica brasileira.

Tratado de Reabilitação Diretrizes nas afecções cardiovasculares, neuromusculares e musculoesqueléticas

ISBN 978-85-7655-260-4

Instituto de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas – FMUSP Rede Lucy Montoro 9 788576 552604

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Instituto Phorte Educação Phorte Editora Diretor-Presidente Fabio Mazzonetto Diretora-Executiva Vânia M. V. Mazzonetto Editor-Executivo Tulio Loyelo

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IMREA – HC – FMUSP São Paulo, 2010

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Tratado de reabilitação: diretrizes nas afecções cardiovasculares, neuromusculares e musculoesqueléticas Copyright © 2010 by Phorte Editora Rua Treze de Maio, 596 CEP: 01327-000 Bela Vista – São Paulo – SP Tel/fax: (11) 3141-1033 Site: www.phorte.com E-mail: phorte@phorte.com

Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por quaisquer meios eletrônico, mecânico, fotocopiado, gravado ou outro, sem autorização prévia por escrito da Phorte Editora Ltda.

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Y37r Yazbek Junior, Paulo Tratado de reabilitação: diretrizes nas afecções cardiovasculares, neuromusculares e musculoesqueléticas / Paulo Yazbek Jr., Livia Maria dos Santos Sabbag, Linamara Rizzo Battistella. - São Paulo: Phorte, 2010. 808p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-7655-260-4 1. Coração - Doenças - Pacientes - Reabilitação. I. Sabbag, Livia Maria dos Santos. II. Battistella, Linamara Rizzo. III. Título. 09-6008.

CDD: 616.12062 CDU: 616.12-085

19.11.09 27.11.09

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Impresso no Brasil Printed in Brazil

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Autores Paulo Yazbek Jr. Médico pela FCMS Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP) Especialista em Cardiologia (SBC e INCOR-HC-FMUSP) Especialista em Ergometria (SBC) e em Medicina Esportiva (EEUSP) Curso de Ergometria e Ergoespirometria no Memorial Medical Center (LA-EUA) Médico-Chefe Assistente da Cardiologia do IMREA-HC-FMUSP Livia Maria dos Santos Sabbag Doutora em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP) Especialista em Cardiologia (SBC) e em Ergometria (SBC) Médica Cardiologista do IMREA-HC-FMUSP Linamara Rizzo Battistella Médica Fisiatra Doutora em Medicina (FMUSP) Professora Associada do Departamento de Medicina Legal, Ética Médica, Medicina Social e do Trabalho da Faculdade de Medicina de São Paulo Presidente da International Society of Physical and Rehabilitation Medicine – ISPRM (2004-2006) Presidente Honorária de ISPRM. Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência desde 2008 (Governo do Estado de São Paulo)

Colaboradores Adilson Gonçalves Educador Físico – IMREA-HC-FMUSP

Álvaro José Bellini Especialista em Cardiologia – Chefe do IMC de São José do Rio Preto

Adriana Pinto Bellini Miola Especialista em Cardiologia – Ergometria e Reabilitação do IMC de São José do Rio Preto

Andrea Karina Meszaros Bueno Silva Mestre em Fisioterapia (USP) e Supervisora IDPC

Alexandra Passos Gaspar Fisiatra do Hospital Sírio Libanês e da AACD Almir Sergio Ferraz Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP)

Andréa Thomaz Especialista em Fisiatria (IMREA-HC-FMUSP) Arlete Camargo de Melo Salimene Doutora em Serviço Social (PUC-SP) e Diretora do Serviço Social do IMREA-HC-FMUSP Augusta Leite Campos Mestre em Cardiologia (UFF-RJ)

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Caio César Jorge Medeiros Jr. Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP) Carla Paschoal Corsi Ribeiro Fisioterapeuta do Serviço de Fisioterapia do IMREAHC-FMUSP Carlos Alexandrino Brito Fisiatra-assistente e Coordenador da Escola de Postura do IMREA-FMUSP

Eduardo César Swensson Educador Físico – IMREA-HC-FMUSP Eduardo Villaça Lima Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP) Giuseppe Dioguardi Especialista em Cardiologia e Medicina Esportiva (IDPC) e pós-graduação em Cardiologia (IDPC-USP)

Carlos Alberto Cyrillo Sellera Mestre em Ciências (UNIFESP – EPM)

Gracinda Rodrigues Tsukimoto Diretora do Serviço de Saúde e Terapeuta Ocupacional do IMREA-HC-FMUSP

Carmen Silva Figliolia Terapeuta ocupacional e chefe do IMREA-HCFMUSP

Guilherme Veiga Guimarães Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (INCOR-HC-FMUSP)

Célio Ronaldo Tuda Especialista em Cardiologia (FMUSP)

Gustavo Fonseca Paz Ferreira Especialista em Medicina Esportiva (IDPC)

Cristina Ichihara Assistente Social e Especialista em Serviço Social – Reabilitação de pessoa com deficiência física do HCFMUSP

Harumi Nemoto Kaihami Mestre em Ciências – Área de concentração em Psicologia (FMUSP)

Christina May Moran de Brito Doutora em Ciências – Área de concentração em Fisiatria (FMUSP) Cristiane Akie Kavamoto Fisiatra (IMREA-HC-FMUSP e AACD) Cristiane Bonilha Boreggio Antonelli Educadora Física – IMREA-HC-FMUSP Cristiane Vieira Cardoso Educadora Física – IMREA-HC-FMUSP Denise Maisa Surantes Pós-graduanda em Cardiologia (UNIFESP – EPM) Donaldo Jorge Filho Doutor em Ciências – Área de concentração em Fisiatria (FMUSP)

Isabel Chateaubriand Diniz de Salles Fisiatra Coordenadora do Hospital Sírio Libanês e da AACD Japy Angelini Oliveira Filho Professor associado e Livre-Docente em Cardiologia (UNIFESP – EPM) João Vicente Vitola Professor-adjunto de Medicina (UFPR) e Doutor em Ciências (FMUSP) José Augusto Fernandes Lopes Mestre em Sistemas Eletrônicos (Escola Politécnica – USP) José Cláudio Meneghetti Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP)

Edgard O. C. Prochaska Doutor em Odontologia (USP)

José Maria Santarém Doutor em Ciências – Área de concentração em Fisiatria e Reumatologia

Edmar Alcides Bocchi Professor Associado e Livre-Docente da FMUSP e Diretor da Unidade de Transplante do INCOR-HCFMUSP

Leda Maria Campos Guerra Mestre (FOUSP), especialista em Medicina Bucomaxilo Facial e Diretora de Odontologia do IMREAHC-FMUSP

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Luiz Eduardo Mastrocolla Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP)

Priscilla Pereira dos Santos Otsubo Fisioterapeuta do Serviço de Fisioterapia do IMREAHC-FMUSP

Marcelo Alves Mourão Médico-Chefe da Fisiatria do IMREA-HC-FMUSP

Renata Maria Ortiz de Silva Mestre em Fundamentos de Enfermagem (EEUSP)

Marcelo Riberto Doutor em Ciências – Área de concentração em Fisiatria (FMUSP)

Ricardo Contesini Francisco Especialista em Cardiologia e Medicina Esportiva (IDPC) e pós-graduado (UNIFESP)

Marcos Valério Rezende Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP)

Ricardo Vivacqua Costa Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP)

Maria Cecília dos Santos Moreira Mestre Fisioterapeuta e Diretora do Serviço de Fisioterapia do IMREA-HC-FMUSP

Rita de Cássia Montelli Educadora Física – IMREA-HC-FMUSP

Marta Imamura Doutora em Ciências – Área de concentração em Fisiatria (IOT-HC-FMUSP) Mauricio Koprowski Garcia Fisioterapeuta e Educador Físico – Reabilitação em Piscina do IMREA-HC-FMUSP Midori Cristina Silvestre Namihira Fisiatra do IMREA-HC-FMUSP Milton Artur Ruiz Doutor em Ciências – Medicina Interna (Unidade Estadual de Campinas) e mestre (UNIFESP – EPM) Mônica Milinkovic de la Quintana Especialista em Reabilitação (HC-FMUSP) Nabil Ghorayeb Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP) Nilsa Cecília Mammana Madureira Mestre em Saúde do Adulto (EEUSP) e Diretora da Divisão de Enfermagem do IMREA-HC-FMUSP Oswaldo Tadeu Greco Doutor em Ciências (FAMERP e USP) e Responsável pelo setor MP e TC do IMC de São José do Rio Preto Patricia Cantericui Vianna Fisiatra do IMREA-HC-FMUSP

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Roberto Guimarães Alfieri Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP) Romeu Sergio Meneghelo Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP) Rose Mary Maciel Especialista em Assuntos de Família, Terapeuta familiar da PUC e da USP e Assistente Social-Chefe do IMREA-HC-FMUSP Satiko Tomikawa Imamura Doutora em Ciências – Área de concentração em Fisiatria (IMREA-HC-FMUSP) Sandro Pinelli Médico-Assistente e especialista em Cardiologia (IDPC) Sonia Askanuch Yezeguilian Nutricionista E Especialista em Saúde Pública (Faculdade de Saúde Pública da USP) Susimeire Buglia Doutoranda do Instituto Dante Pazzannese de Cardiologia (IDPC) Thais Rodrigues Pato Especialista em Fisiatria (IMREA-HC-FMUSP) Vera Lúcia Rodrigues Alves Doutor em Ciências – Área de concentração em Psicologia e Social (PUC)

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William Azem Chalella Doutor em Ciências – Área de concentração em Cardiologia (FMUSP) Wilma Viana Educadora Física – IMREA-HC-FMUSP Xiomara Miranda Salvetti Doutora em Ciências – Área de concentração em Cardiologia

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Dedicamos este livro aos nossos pais e aos nossos filhos, presentes, ou não, pelo incentivo que sempre nos deram por serem a razão para continuarmos em novas realizações.

Paulo, Livia e Linamara

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Agradecimentos Agradecemos de coração àqueles que, de alguma maneira, direta ou indiretamente, ajudaram nesta obra: Tatiana da Costa Oliveira, Zelaide de Morais Silva, Ailton dos Santos Pereira, Raimunda Maria da Conceição Araújo, Dra. Hatsue Sakamoto, Dra. Sueli Satic Hamada Jucá, Tânia Cristina Duran, Eduardo Augusto Matias, Eduardo Santarelli, Leandro B. Afonso Martinez, Márcia Maria Batista, Cristiane B. de Freitas, Ana Lucia Miranda da Silva, Dra. Neusa Sayuri Habu, Tânia Alves dos Santos, Marcelo Carlos da Silva Jr., Efrain Alves Midoes, Andréia Regina de Camargo, Alan dos Santos Silva, Elisângela de Souza Lima, Luiz Enrique Exposito, Rosana Afonso Machado da Costa, Claudia Xavier Virges, Maria Luiza Barbosa de Paula, Jurema Maria Alves da Cruz, Ricardo Alves Midoes, Célia Pires de Araújo, Priscila Arakaki, Aparecida de Freitas Vieira, Ângela Maria Alvarenga, Andréia Gomes de Souza, Maria José Alves de Almeida, Aparecida Ferreira Mendes, Fabio Mazzonetto, Talita Gidarchichi, Maria Apparecida Bussolotti, Silas Messias, Benedita P. Fonseca, Dr. Afonso Guedes Barbato, Milton Godoy e Paulo Augusto de Camargo Júnior. Agradecemos aos Profs. Drs. Luis Gastão do Serro Azul e Sankar Koyal (Memorial Hospital LA-EUA) Agradecemos especialmente à Dra. Margarida Miyazaki, diretora-executiva do Instituto de Medicina Física e Reabilitação – IMREA – Hospital das Clínicas – FMUSP.

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Prefácio Ao conhecer este livro, senti-me tomado por grande alegria e privilegiado em prefaciá-lo. A par da excelência do conteúdo e da qualificação de seus organizadores e autores, esta obra prima pela originalidade do tema. Ao privilegiar a qualidade de vida como objetivo da reabilitação, os autores superaram-se em demonstrar a importância do assunto nos vários capítulos que compõem a obra. Por vezes esquecido dos tratados convencionais sobre vários assuntos que versam sobre medicina, este tema recupera a qualidade de vida com a reabilitação, desenvolto com grande elegância neste Tratado de Reabilitação, aproximaram os autores da essência da medicina, que é o humanismo, entrelaçado com a arte de buscar a cura. Esta obra portentosa com certeza deve atingir diferentes segmentos dos profissionais envolvidos na área da saúde, preenchendo importante lacuna. Parabéns aos organizadores pela iniciativa. Parabéns à nossa Instituição, que ganha mais um título à altura da sua grandiosidade. Prof. Dr. Jose Otavio Costa Auler Junior Diretor-Clínico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

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Apresentação É uma obra que, de maneira exemplar, com excelente didática e capítulos pouco dependentes um do outro, abrange conhecimentos relacionados ao exercício e à reabilitação, envolvendo basicamente cardiologia e noções importantes de fisiatria, ambas abordando aspectos de reabilitação. O livro está escrito em três partes e trinta e quatro capítulos. Seus autores e colaboradores pertencem a instituições de referência, incluindo médicos cardiologistas, fisiatras, especialistas em medicina esportiva, fisioterapeutas, professores de educação física, nutricionistas, enfermeiros, psicólogos, odontologistas e terapeutas ocupacionais. É o livro que estava faltando nesta área de atuação. Os autores

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Sumário Introdução.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Seção 1 1 – Fisiologia da Avaliação Física na Reabilitação, Gênese e Evolução das Lesões Ateroscleróticas (Paulo Yazbek Jr.).. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2 – Nutrição e Fatores de Risco (Sonia Askanuch Yezeguielian) .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 37 3 – Ergometria na Reabilitação Cardíaca (Luiz Eduardo Mastrocolla, Susimeire Buglia, Eduardo Villaça Lima e Sandro Pinelli) .. . . 89 4 – Ergoespirometria na Reabilitação Cardíaca: Teste Cardiopulmonar (Paulo Yazbek Jr., Célio Ronaldo Tuda e Almir Sergio Ferraz) .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 109 5 – Ecocardiografia na Reabilitação Cardíaca Marcos Valério Resende e Caio César Jorge Medeiros Jr.) .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 6 – Medicina Nuclear na Reabilitação Cardíaca (João Vicente Vitola, José Cláudio Meneghetti e William Azem Chalela).. . . . . . . . . . . . . . . . 149

Seção 2 7 – Aplicação Técnica da Prescrição de Treinamento Físico (Wilma Viana, Cristiane Bonilha Boreggio Antonelli, Cristiane Vieira Cardoso, Eduardo César Swensson, Adilson Gonçalves e Rita de Cássia Montelli).. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 8 – Exercícios Resistidos no Condicionamento Físico Cardiovascular (José Maria Santarém).. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207

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9 – Reabilitação Cardíaca não Supervisionada (Japy Angelini Oliveira Filho, Xiomara Miranda Salvetti e Denise Maisa Surantes) .. . .. . . 225 10 – Condicionamento Físico para Adolescentes (Isabel Chateaubriand Diniz de Salles e Alexandra Passos Gaspar).. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 255 11 – Reabilitação nos Idosos (Christina May Moran de Brito e Marcelo Alves Mourão) .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 273 12 – Reabilitação na Lesão Medular (Marcelo Alves Mourão, Patrícia Canterucui Vianna e Midori Cristina Silvestre Namihira).297 13 – Fatores de Risco e Enfermidades Cardiovasculares em Populações com Lesão Medular (Livia Maria dos Santos Sabbag).. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 315 14 – Teste Ergométrico Pós-Infarto do Miocárdio (Roberto Guimarães Alfieri) .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 325 15 – Prescrição do Exercício Físico para Pacientes com Insuficiência Cardíaca (Almir Sergio Ferraz, Paulo Yazbek Jr., Guilherme Veiga Guimarães e Edmar Alcides Bocchi).. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 339 16 – Condicionamento em Pacientes Pós-Revascularização do Miocárdio e Transplante Cardíaco (Romeu Sergio Meneghelo, Almir Sergio Ferraz e Andrea Karina Meszaros Bueno Silva).361 17 – Avaliação Cardiológica do Atleta (Carlos Alberto Cyrillo Sellera) .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 389 18 – Reabilitação Aquática em Pacientes com Cardiopatia (Cristiane Akie Kavamoto e Mauricio Koprowski Garcia) .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 403 19 – Mergulho Subaquático – Risco Pulmonar (Edgard O. C. Prochaska) .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 433

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20 – Treinamento Físico em Altitudes: Atletas e Cardiopatas (Ricardo Vivacqua Cardoso Costa e Augusta Leite Campos).. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 457 21 – A Célula-Tronco na Insuficiência Cardíaca: Importância na Reabilitação (Álvaro José Bellini, Oswaldo Tadeu Greco e Adriana Pinto Bellini Miola) .. . . . . . . . . . . . . 481 22 – Condicionamento Físico para Amputados de Membros Inferiores (Donaldo Jorge Filho, Mauricio Koprowski Garcia, José Augusto Fernandes Lopes e Linamara Rizzo Battistella) .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 517 23 – Condicionamento Físico Pós-Acidente Vascular Encefálico (Andréa Thomaz e Christina May Moran de Brito).. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 565 24 – Reabilitação Cardíaca e Tratamento da Fibromialgia (Marcelo Riberto, Thais Rodrigues Pato Saron e Linamara Rizzo Battistella) .. . . . . . . . . . . 579 25 – Ergometria e Ergoespirometria na Doença Musculoesquelética: Fibromialgia (Livia Maria dos Santos Sabbag).. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 595 26 – Condicionamento Físico em Alterações Posturais (Carlos Alexandrino Brito e Linamara Rizzo Battistella) .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 603 27 – Síndrome Dolorosa Miofascial (SDMF): Importância na Reabilitação (Marta Imamura e Satiko Tomikawa Imamura) .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 639 28 – Morte Súbita Cardíaca em Atletas (Nabil Ghorayeb, Ricardo Contesini Francisco, Gustavo Fonseca Paz Ferreira e Giuseppe S. Dioguardi) .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 657

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Seção 3 29 – Abordagem Psicológica do Cliente Cardiopata (Vera Lúcia Rodrigues Alves e Harumi Nemoto Kaihami) .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 673 30 – A Enfermagem no Atendimento da Reabilitação Cardíaca (Nilsa Cecília Mammana Madureira, Renata Maria Ortiz de Silva e Mônica Milinkovic de la Quintana).. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 687 31 – Fisioterapia na Reabilitação das Doenças Incapacitantes com Afecções Cardiovasculares (Maria Cecília dos Santos Moreira, Carla Paschoal Corsi Ribeiro e Priscilla Pereira dos Santos Otsubo).. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 697 32 – O Serviço Social no Programa de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular (Arlete Camargo de Melo Salimene, Rose Mary Maciel e Cristina Ichihara) . . . . . . . . . . . . . 735 33 – Odontologia na Reabilitação Cardíaca (Leda Maria Campos Guerra) .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 745 34 – Terapia Ocupacional em Cardiopatia Associada à Disfunção Física (Gracinda Rodrigues Tsukimoto e Carmen Silvia Figliolia) .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 767 Caderno Iconográfico .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 793

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Introdução

lidade de vida, permanecem a complexidade e a impossibilidade de conceituar, de forma

Qualidade de Vida da Reabilitação

como

Objetivo

adequada e única, a qualidade de vida. Todos os estudiosos deste tema concordam com a subjetividade e a multidimensionalidade que existem no conceito de qualidade de vida.

Adicionar mais qualidade aos anos de

Pessoas de todas as idades devem ser es-

vida é o objetivo da medicina moderna, reco-

timuladas a participar de programas de ativida-

nhecendo que se dispõe, hoje, de inúmeros tra-

de física para promoção de saúde, prevenção de

tamentos que não curam, mas limitam e con-

doenças e melhora da qualidade de vida.

trolam os sintomas e a progressão da doença.

A prevenção e a reabilitação na perspec-

A introdução do conceito de qualidade

tiva da qualidade de vida nos remetem ao enfo-

de vida, como medida de desfecho em saú-

que multidisciplinar. Múltiplas são as variáveis

de, surge como consequência da necessidade

hoje bastante conhecidas, e, portanto, o enfo-

de se reconhecerem a condição funcional e

que preventivo e terapêutico é polifacetário.

a percepção do paciente sobre as variáveis

Neste contexto, o exercício vem sen-

positivas da vida humana. Assim, as pesqui-

do apontado como um fator de grande im-

sas na área da saúde na atualidade envolvem,

portância na assistência desses pacientes; no

com frequência, a avaliação das característi-

entanto, era vaga e pouco clara a literatura

cas adaptativas do individuo e a percepção

sobre este tema. Impressões pessoais não

sobre seu estado de saúde.

devem substituir o conhecimento baseado

Qualidade de vida em saúde está qua-

em estudos clínicos e laboratoriais, e, quando

se sempre vinculada ao modelo funcionalista

o médico se defronta com a necessidade de

de avaliação. Essa abordagem considera que,

orientar seu paciente, deve dispor das infor-

para uma boa qualidade de vida, o indivíduo

mações necessárias para uma adequada pres-

deve estar de posse da sua funcionalidade

crição terapêutica.

(Mc Kenna, 1998) e, ainda que com limitação

De alguma maneira, a radicalização do

das atividades, garantindo participação e in-

conceito de exercício como fator de saúde

clusão social satisfatória.

desperta a questão referente a riscos e be-

Os instrumentos com base teórica na

nefícios da atividade física. Para responder a

funcionalidade estão identificados como pes-

situações de morte súbita durante ou imedia-

quisa de qualidade de vida relacionada à saúde.

tamente após o exercício, é preciso reconhe-

É preciso lembrar que, a despeito do

cer o significado da adequação do exercício à

consenso sobre a importância de avaliar a qua-

capacidade física e conceituar o exercício ex-

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Tratado

de

Reabilitação

tenuante. Fundamental é saber que o exercí-

tados possam ser conseguidos após um pro-

cio terapêutico, que obedece a níveis previa-

cedimento cirúrgico que, ao mesmo tempo,

mente definidos e individualizados para cada

encerra os riscos de uma cirurgia e a comple-

paciente, deve ser diferenciado da atividade

xidade e a sofisticação de uma moderna tec-

física não supervisionada e da competitiva.

nologia, nem sempre completamente apro-

Exercícios regulares e moderados são

veitada pelo paciente, exatamente por serem

eficientes na proteção contra as doenças co-

negligenciados os cuidados de recuperação e

ronárias. A regularidade do exercício foi con-

reabilitação em longo prazo.

siderada fator fundamental para a manutenção deste efeito protetor.

Desde 1992, a American Heart Association enfatiza, por meio de uma publicação

Exercícios desenvolvidos com inten-

(Statement on Exercise), sua posição quanto

sidade apropriada, em intervalos regulares

à necessidade de se estimularem, de forma

e de forma constante, impedem o desenvol-

contínua, escolas, empresas e grupos comu-

vimento da doença arterial coronária e são

nitários a desenvolver programas específicos

um fator relevante na prevenção do infarto

de exercícios. Afirma, no mesmo artigo, que

agudo do miocárdio. Portadores de doenças

programas deste tipo, nos locais de trabalho,

cardiovasculares, inclusive valvopatas, car-

com uma abordagem integral para a Saúde

diopatas e pessoas com insuficiência cardíaca

do Trabalhador, são efetivos para modificar

são fortemente beneficiados pelo exercício,

os fatores de risco coronariano e também

ampliando este universo inicialmente repre-

para reduzir o absenteísmo, os acidentes de

sentado pelos hipertensos e pelos coronaria-

trabalho, os custos com cuidados de saúde,

nos. Mais uma vez é enfatizada a necessidade

internação e reabilitação.

de se buscar uma melhor qualidade de vida.

Este livro representa uma novidade na

O exercício assume, pois, o seu papel

área de Reabilitação, pois abrange, também,

na prevenção e na terapêutica do paciente

os pacientes com deficiência física e restrição

coronariano, porém apenas isso não é sufi-

da mobilidade com todos os problemas de

ciente. Adequação dos hábitos alimentares,

saúde, que esta população de aproximada-

controle do álcool, do tabagismo e principal-

mente 15 milhões de brasileiros envolve.

mente do estresse constituem os paradigmas

O atleta e o paciente, com ou sem de-

para a qualidade de vida, que é a meta de

ficiência física, podem submeter-se a práticas

todo programa de Reabilitação.

de exercícios nos mais diversos meios, na água

É preciso, a partir do reconhecimento

(subaquática e aquática), por exemplo, bem

desses fatos, dar maior atenção ao seguimen-

como em altitudes maiores, motivo pelo qual

to pós-operatório, para que melhores resul-

o tema é abordado por especialistas da área.

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Introdução

23

Os métodos Diagnósticos de Avaliação, por exemplo, Ergometria, Teste Cardiopulmonar e Ecocardiografia, bem como a Medicina Nuclear, foram abordados na perspectiva de avaliação e acompanhamento do processo terapêutico. Considerando que todos os profissionais da saúde devem estar preparados para assistir ao paciente de forma integral, este livro pretende ser um valioso auxílio para todos aqueles que trabalham, no seu dia a dia, nessa área do conhecimento médico. Assim, foram abordados tópicos específicos relacionados ao controle do estresse, à limitação do álcool e ao combate ao tabagismo e à obesidade. Estudos recentes como célula-tronco e sua possibilidade na medicina atual foram considerados em capítulo especial. Nesta obra, o profissional de Saúde foi contemplado em diversas disciplinas, como: Enfermagem, Nutrição, Psicologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Odontologia e Educação Física, além da abordagem especializada em Cardiologia, Fisiatria e Medicina Esportiva. Linamara Rizzo Battistella

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Seção 1

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1

Fisiologia da Avaliação Física na Reabilitação, Gênese e Evolução das Lesões Ateroscleróticas Paulo Yazbek Jr.

Há 4 bilhões de anos, o oxigênio na

peu na Terra. Muito depois, um evento mais

Terra era de apenas 1% da taxa atual. À medi-

importante faz surgir as formas homonídeas

da que este foi se acumulando na atmosfera,

do gênero HOMO. Esse nome designa as es-

devido à formação da camada protetora de

pécies Homo habilis, o primeiro HOMO; Homo

Ozônio, possibilitou que surgissem os pri-

erectus, que passa a colonizar a Europa e a Ásia;

meiros seres multicelulares, precedidos por

e há cerca de 40 mil anos apareceu na Terra o

formas primitivas de algas verde-azuladas

protótipo do que chamamos Homo sapiens, que

detectadas em rochas.

chega até a América. Estes Homos gradativa-

1

Nesse período, a Terra foi recoberta

mente assumiram a posição de bípede, porém,

por densa vegetação que adicionou oxigê-

pagando um tributo enorme por isso. Aparen-

nio à atmosfera em constante troca com o

temente, planejado para ser um quadrúpede,

meio ambiente.

teve todos seus órgãos adaptados ao ortosta-

Este fenômeno complexo facilitou aos

tismo com o decorrer da evolução.

anfíbios emigrarem do mar dando origem aos répteis e aos mamíferos maiores, sen-

****

do necessários alguns milhões de anos mais para o aparecimento dos dinossauros − que

No sistema cardiocirculatório dos ani-

desapareceram com o cataclisma que irrom-

mais, o sangue é impelido em vasos situados

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28

Tratado

de

Reabilitação

horizontalmente, com algumas exceções. No

Para que haja manutenção da homeos-

corpo humano há necessidade constante de

tase, todos os órgãos deste sistema energéti-

operacionalidade dos sistemas de controle

co complexo necessitam de transferência de

de quimiorreceptores e pressorreceptores,

energia do organismo. Esta se faz de forma

assim como no sistema de ventilação que é

lenta, em quantidades diminuídas de acordo

deficiente nos ápices pulmonares.

com as necessidades da célula.

O nosso organismo faz uso da trans-

O organismo no reino animal oxida

formação da energia química em energia me-

carboidratos, gorduras e proteínas com pro-

cânica, permitindo que o indivíduo realize seus

dução de CO2 e H2O, obtendo energia que é

movimentos, sendo, para isto, necessária a inte-

utilizada nos processos vitais (Figura 1).

gração dos sistemas cardiovascular e pulmonar. Gordura

Carboidratos

Proteínas

Ácidos graxos Glicerol

Glicose

Ácidos aminados

Ácido pivúrico

Acetil CO-A

CICLO DE KREBS

Figura 1 – Esquema do metabolismo energético.

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Fisiologia

da

Avaliação Física

na

Reabilitação, Gênese e Evolução

das

Lesões Ateroscleróticas

29

Os músculos consomem oxigênio - O2

co, com pouca alteração no pH e sem eleva-

nas mitocôndrias e produzem energia quími-

ção significativa da temperatura. Por esta via,

ca na forma de adenosina trifosfato (ATP),

forma-se maior número de ATP para cada

tendo como principal derivado o dióxido de

mol de glicose metabolizada.

carbono (CO2). Este processo denomina-se

Sabe-se que cerca de 90% da síntese

fosforilação oxidativa, porém, a ATP pode

da ATP é obtida pela cadeia respiratória aco-

ser gerada pelos sistemas ATP-fosfocreatina

plada à fosforilação. Neste jogo de reações, a

(ATP - PCR) e glicolítico.

NAD (adenina-dinucleotídeo-nicotinamida)

A ATP-PCR é um sistema anaeróbio

exerce papel fundamental como coenzima.

que não depende de O2, sendo o mais primi-

Veja-se como os nutrientes consumi-

tivo não aeróbio e imediato, agindo nas ati-

dos na dieta respondem pela permanência e

vidades que duram menos de 15 segundos,

pelo equilíbrio interno:

como, por exemplo, o seu predomínio em uma corrida de 100 metros.

Os caibodratos, ou moles de glicose, geram 686 kcal:

A ATP é armazenada em pequenas quantidades, portanto, o organismo só pode

C6H12O6 + 6 O2

6 CO2 + H2O + E

realizar exercícios de grande intensidade durante alguns segundos. A evolução para seres

Como são necessárias 7,3 kcal para a

superiores levou à necessidade de reações

síntese de 1 mol de ATP, é fácil observar que:

químicas naturais mais complexas, como a fosforilação oxidativa, processo pelo qual a ATP é sintetizada a partir da cadeia respiratória, denominada Sistema Anaeróbio Lático: Glicogênio (ou glicose)

ATP + ácido lático

Já no sistema aeróbico as reações são realizadas em presença de O2: Glicogênio ou gorduras

O2

ATP + CO2 + H2O

O processo aeróbio é o mais eficiente do ponto de vista de produção energética, pois forma ATP sem produção de ácido láti-

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686 kcal / 7,3 = 94 ATP A energia dos carboidratos é obtida pelo processo da glicólise. Por este meio, permite-se a liberação de pequenas quantidades de formação de ácido pirúvico. Se o O2 não se acha disponível, o ácido pirúvico formado pela glicólise pode ser convertido em ácido lático ou em acetilcoenzima-A, com liberação de H+: O CH3 – C – COOH + DPNH + H+ (ácido pirúvico)

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30

Tratado

de

Reabilitação

portanto, cerca de 13 vezes mais do que a metabolização de uma molécula de glicose.

OH

O metabolismo proteico pode ser útil CH3 – C – COOH + DPN

+

em exercícios de longa duração. Os aminoácidos podem sofrer desaminação ao produzir

H

ATP aerobiamente. Como se observa na Fi-

(ácido lático)

gura 1, existe uma interação metabólica dos diversos nutrientes.3 Todas estas equações bioquímicas

Ciclo

de

Krebs

são básicas para gerar energia para as células. O organismo utiliza o sistema aeróbico ou anaeróbico em função da intensidade

A acetilcoenzima-A é um elemento importante do ciclo de Krebs.

do exercício físico a ser executado e o tipo de fibra muscular usado no momento. Nos

A função deste ciclo é degradar o subs-

exercícios que exigem energia imediata, é

trato, acetil-CO-A, em CO2 e átomos de H+

usado o sistema anaeróbico. Caso a atividade

no interior da mitocôndria. Estes átomos são

física seja prolongada e de baixa intensidade,

oxidados em processo que envolve o trans-

utilizam-se as vias metabólicas aeróbicas.

porte de elétrons e a fosforilação oxidativa com a produção de ATP.

Os sistemas cardiovascular, respiratório, nervoso central e periférico regulam in-

Então, haverá a metabolização com-

timamente as necessidades metabólicas. Es-

pleta de uma molécula de glicose do músculo

tes sistemas associados a uma função renal

esquelético, gerando 36 moléculas de ATP,

normal controlam o suprimento sanguíneo

sendo quatro provenientes diretamente da

de um órgão ou tecido e consequente neces-

fosforilação (Krebs e glicólise) e 32, da fos-

sidade de O2.

forilação oxidativa.

Papel fundamental em todo este com-

Já as gorduras são encontradas sob a

plexo fisiológico orgânico é representado

forma de triglicérides nas células adiposas.

pela microcirculação que se interpõe entre o

Pela ação da lípase, os triglicérides são trans-

sistema arterial e o venoso. A quantidade de

formados em acetilcoenzima-A, sendo uma

capilares, sua funcionalidade e a autorregula-

fonte adicional na formatação de ATP e H+

ção são influenciadas pela temperatura local,

pelo ciclo de Krebs.

pelo pH do líquido intersticial e pelos ele-

O catabolismo de cada molécula de

trólitos. A água e os nutrientes fluem na mi-

gordura neutra gera 463 moléculas de ATP,

crocirculação devido às pressões existentes.

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Paulo Yazbek Jr. – Lívia Maria Santos Sabbag – Linamara Rizzo Battistella

Esta obra é indicada para: Médicos Fisiatras Médicos Cardiolgistas Nutricionistas Fisioterapeutas Educadores Físicos Profissionais especializados em Medicina Esportiva Demais interessados

Tratado de Reabilitação

Paulo Yazbek Jr.

Paulo Yazbek Jr. Lívia Maria Santos Sabbag Linamara Rizzo Battistella

Poder integrar duas especialidades foi o maior motivo que tivemos para realizar esta obra. A Divisão de Medicina de Reabilitação, talvez uma das poucas Instituições que têm a possibilidade de agregar esta multifunção de unir a Cardiologia e a Fisiatria, é dotada de equipamentos de primeira linha, com condição de avaliar e reabilitar pacientes com as mais diversas patologias adquiridas e congênitas, bem como fruto de acidentes das mais diversas causas. Pertencendo ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, pedimos o apoio das mais diversas especialidades na área e de outros Centros Médicos, tendo prontamente atendida a colaboração imprescindível para esta realização. O resultado não poderia ser outro. Foram meses de dedicação de eminentes técnicos nos diversos assuntos. Os capítulos, com poucas exceções, são independentes, podendo servir de orientação aos iniciantes na especialidade, bem como atualização dos já profissionais. A reabilitação é multiprofissional e, portanto, a presença de Médicos, Odontologistas, Nutricionistas, Professores de Educação Física, Fisioterapeutas, Psicólogos, Enfermeiros e Assistentes Sociais foi fundamental. Esta obra será de grande valor para consulta e aprendizagem da Arte de Reabilitar, podendo enriquecer a literatura médica brasileira.

Tratado de Reabilitação Diretrizes nas afecções cardiovasculares, neuromusculares e musculoesqueléticas

ISBN 978-85-7655-260-4

Instituto de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas – FMUSP Rede Lucy Montoro 9 788576 552604

capa3.indd 1

23/3/2010 12:00:26


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