AS CONTRIBUIÇÕES DO PIBID/GEOGRAFIA ALICERÇANDO A REPRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO ATRAVÉS DE MAQUETES JOAO VICTOR FREITAS SILVA1 MATHEUS EDUARDO SOUZA TEIXEIRA2 DIEGO IZAC FERREIRA3 ROBERTO BARBOZA CASTANHO4
1- INTRODUÇÃO O projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) Geografia busca, através de oficinas, novas propostas para o campo do ensino, desenvolvendo atividades que promovem a integração e a socialização dos estudantes, estimulando a troca do conhecimento adquirido. Neste sentido, buscou-se, através da elaboração de maquetes do espaço urbano, uma forma mais didática de incentivar e aguçar a percepção dos discentes em relação ao meio em que vivem. O uso da maquete no ensino de Geografia permite aos alunos uma maior manipulação e uma melhor visualização dos objetos e dos temas estudados, ampliando suas possibilidades de estudo, dando aos mesmos um maior poder de compreensão e uma melhor interação com a matéria. Esse recurso didático, ainda pouco utilizado dentro das salas de aula, é também uma forma de estimular os alunos a participarem das aulas, incentivando-os na elaboração do material e transformando o espaço escolar em um ambiente de interação e aprendizagem, deixando de lado o tipo de educação tradicional e desestimulante ainda hoje existente. Para isso faz-se necessário não apenas o empenho do discente, mas,
1 Graduando em Licenciatura e Bacharelado da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (FACIP), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e-mail: joaovictorfs14@yahoo.com 2 Graduando em Licenciatura e Bacharelado da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (FACIP), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e-mail: matheuseduardo002@gmail.com 3 Graduando em Licenciatura e Bacharelado da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (FACIP), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e-mail: diego-izac@bol.com.br 4 Professor Doutor da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (FACIP), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e-mail: rbcastanho@gmail.com
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principalmente, o empenho dos professores em buscar e concretizar diferentes formas de ensino. As maquetes são utilizadas como uma forma inicial de representação do espaço, permitindo aos alunos uma melhor e mais detalhada visualização dos locais representados, dando-lhes a oportunidade de pensar e questionar a disposição e a localização de determinados objetos, além de possibilitar o contato com diferentes áreas sem sair da sala de aula. Por tanto, o objetivo deste trabalho é o de apresentar os resultados obtidos na oficina realizada na Escola Estadual Doutor Fernando Alexandre denominada “representando o espaço geográfico”, demonstrando como esse recurso didático contribuiu para uma melhor aprendizagem do ensino do Geográfico. 1.1 – Procedimentos Metodológicos
No que se referem aos aportes metodológicos da presente pesquisa, estes foram divididos em etapas, assim as etapas são as seguintes: Inicialmente realizou-se uma pesquisa bibliográfica visando alicerçar as temáticas trabalhadas, para que fosse possível efetuar uma fundamentação teórica da pesquisa e uma sustentação das discussões que seriam realizadas posteriormente. Ainda destaca-se que as principais temáticas trabalhadas nesta fase vêm ao encontro da proposta inicial do estudo, como Cartografia, Cartografia Escolar, Práticas Pedagógicas, Espaço Geográfico, Cartografia aplicada nos anos inicias do ensino, bem como pesquisas relacionadas à oficina didática a ser aplicada para os alunos do ensino fundamental. Na segunda etapa, realizou-se a coleta do material didático para ser aplicado na oficina, e foi necessário cartolina, tesoura, lápis de cor, régua, impressão. Posterior a isto, efetuou-se uma visita na Escola Estadual Dr. Fernando Alexandre, que teve como ideia central elaborar uma maquete em três dimensões. 2- DISCUSSÃO Cartografia Escolar
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Cartografia é a ciência que está relacionada às formas de representação da Terra em geral. Sendo assim, fazem-se necessárias diversas intervenções pedagógicas para uma melhor compreensão desta disciplina. A Cartografia Escolar possibilita pensar significativamente o conhecimento do Espaço Geográfico através da leitura e entendimento das representações Cartográficas para além do objeto de estudo, ou seja, na formação de seu significado. (FRANCISCHETT, 2007). Espaço Geográfico é definido por Santos (2004, p. 63), como, “o espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos de ações, não considerado isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá”. Assim, Almeida (2011, p.4), discorre, A presença da cartografia na Educação Básica cresceu consideravelmente nas duas últimas décadas. Embora o uso de mapas e o ensino de conceitos cartográficos já façam parte dos programas escolares de Geografia há muito tempo, temos assistido recentemente uma expansão dos conhecimentos cartográficos no ensino que vai desde a educação infantil até o ensino superior.
Com o passar do tempo, a linguagem Cartográfica reafirma sua importância no ensino de Geografia, pois contribui não só para que os alunos compreendam os mapas, mas também para que eles desenvolvam capacidades cognitivas relativas à representação do Espaço, e ainda, oferece a percepção necessária para que se adquiram conhecimentos fundamentais no que tange aos aspectos Geográficos. (FRANCISCHETT, 2007). Neste contexto, Almeida (2011, p. 4), afirma, A cartografia escolar está se estabelecendo como um conhecimento construído nas interfaces entre cartografia, educação e geografia, abrangendo conhecimentos e práticas para o ensino de conteúdos originados na cartografia, mas que se caracteriza por lançar mão de visões próprias de diversas áreas.
A Ciência Cartográfica deve ser trabalhada desde o início da escolaridade, contribuindo para que os estudantes não só compreendam, mas para que utilizem os
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materiais como, bússolas, mapas, cartas topográficas, e ainda, desenvolvam a capacidade de representar o Espaço Geográfico. (OLIVEIRA; SOUSA, s/d) Neste sentido, Nascimento e Hetkowski (2011) falam que o professor ao ensinar Cartografia deve não somente preparar o aluno para ler os mapas ou elementos teoricamente criados, mas também possibilitar que o estudante faça uma interpretação do mundo, contemplando os aspectos locais com mais ênfase, bem como elucidando sua inserção num contexto global. Ainda sobre essa relação entre o cotidiano e teórico, Castellar (2009, p. 221), traz a seguinte afirmação, O mais difícil da prática docente é provocar a dialética entre o conhecimento cotidiano e o conhecimento acadêmico, potencializando-se assim novos conhecimentos, em um processo no qual os objetivos conjuguem conceitos, esquemas e experiências para garantir uma aprendizagem sólida e significativa, sem diminuir ou aligeirar conteúdos. Por isso pensar uma Educação Geográfica significa superar as aprendizagens repetitivas e arbitrárias e passar a adotar práticas de ensino que invistam nas habilidades: análises, interpretações e aplicações em situações práticas; trabalhar a cartografia como metodologia para a construção do conhecimento geográfico, a partir da linguagem cartográfica; analisar os fenômenos em diferentes escalas; compreender a dimensão ambiental, política e socioeconômica dos territórios.
Assim, pode-se dizer que é no desenvolvimento das noções espaciais que o estudante adquirirá embasamento para o entendimento das representações Cartográficas e do Espaço Geográfico. Neste sentido, para uma contribuição significativa para o desenvolvimento da cidadania, é necessário que a criança valorize o aprendizado espacial frente ao Espaço compreendido, elaborando seus próprios mapas de uma forma interativa, associando conhecimentos obtidos em sua realidade sociocultural. (ROSA, 2010).
3- RESULTADOS O estudo teve como resultado a elaboração de maquetes com o intuito de que os alunos da educação básica tenham uma melhor compreensão do Espaço Geográfico. Neste sentido, as maquetes representaram algum espaço em que eles estão acostumados a verem no cotidiano, retratando casas, prédios, árvores, carros, pessoas,
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entre outros. A presente atividade visou estimular os alunos a compreender o ambiente em que eles vivem, através das representações em maquete. As fotos de 01 a 05 mostram a realização da oficina, bem como o resultado final. Para Elaboração da atividade os alunos foram convidados a formar grupos, cada grupo recebeu materiais para a elaboração da maquete, tais como tesoura, cola branca, Cartolinas, lápis, etc. A ideia foi produzir representações do espaço em que os alunos vivem, mas de uma forma educativa e interessante visto que a pintura, recorte de papel, estimula o interesse do aluno, além de tornar a aula bastante divertida e estimulante.
Foto 01: Vista parcial dos alunos elaborando a maquete
Fonte: SILVA, J. V. F. (2014).
Como podemos ver na foto 1, os alunos iniciam a atividade de elaboração da maquete, sendo que cada grupo esta constituído por 6 alunos assistidos por um bolsista do PIBID bem como pelo Coordenador Roberto Castanho e a professora Supervisora Regina, nessa primeira etapa, os alunos se concentraram em desenhar os prédios, pessoas, arvores etc... Recortando logo em seguida os desenhos que eles mesmos foram finalizando.
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Foto 2: Vista dos alunos pintando as figuras da maquete.
Fonte: SILVA, J. V. F. (2014).
Na etapa seguinte os alunos pintaram e desenharam, começando a elaborar a maquete, colando as figuras numa base de cartolina, como ĂŠ possĂvel notar na foto a seguir, sendo que cada grupo teve a liberdade de pintar da forma que optasse. Foto 03: Nesta foto pode-se observar os alunos elaborando a maquete
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Fonte: SILVA, J. V. F. (2014).
Logo após colar as figuras, os alunos enfim finalizaram a maquete, abaixo podese ver as representações do espaço urbano através das figuras, a elaboração da maquete foi importante, pois, instigou a noção do que seja o espaço urbano em que eles estão inseridos, além do mais, atividades que envolvem maquetes chamam a atenção e interesse dos mesmos Através desse trabalho didático o rendimento dos alunos melhorou bastante com a atividade didática, todos participaram com bastante vontade da elaboração da maquete. Foto 04: Maquete em Finalizada
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Fonte: SILVA, J. V. F. (2014) Foto 05: Maquete em três dimensões finalizada
Fonte: SILVA, J. V. F. (2014).
Como se pode observar, as maquetes em três dimensões traduzem uma realidade vivenciada pelos estudantes, esse método de ensino ajuda-os a entender o Espaço Geográfico de uma maneira fácil, tendo uma melhor compreensão deste objeto de estudo da geografia, o aluno então começa a desenvolver habilidades para que possa ter uma melhor interpretação no que tange aos aspectos de representação cartográfica. 4- CONCLUSÃO Pode-se dizer que é no desenvolvimento das noções espaciais que o aluno estará adquirindo embasamento para a compreensão das representações cartográficas e do espaço geográfico em questão. Assim, a maquete é um recurso didático que permite ao estudante, de acordo com seu nível intelectual, desenvolver e aprimorar seus conhecimentos sobre conceitos e representações espaciais em diferentes escalas, e ainda, uma maior interação entre alunos e professores, possibilitando um melhor rendimento das atividades propostas em sala de aula.
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Além disso, o uso da maquete proporciona ao estudante uma maior capacidade de analisar os fenômenos espaciais, concedendo aos mesmos um maior entendimento sobre o conteúdo da matéria de Geografia dada em sala de aula. A realização da oficina “representando o espaço geográfico” pelos alunos da Escola Estadual Doutor Fernando Alexandre foi uma forma diferente e mais didática de aprendizagem, deixando-os interessados e mais participativos nas atividades desenvolvidas na sala. 5- AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao PIBID (Programa de Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) e a instituição UFU (Universidade Federal de Uberlândia) pelo apoio financeiro e material necessário para o desenvolvimento desse trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, R. D. Cartografia Escolar. Salto Para o Futuro. Ano XXI Boletim 13, 2011. Disponível em: <http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/17463213Cartografia.pdf>. Acesso em: 25 de Set. de 2014. CASSEMIRO, R. R., MELLO, M. C. O. A MAQUETE COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE CONCEITOS GEOGRÁFICOS. Perú: UNESP, 2013, 9 p. Disponível em: <http://www.egal2013.pe/wpcontent/uploads/2013/07/Tra_Rodrigo-Rosa-Cassemiro-M%C3%A1rcia-Cristina-deOliveira-Mello.pdf>. Acesso em: 17 de set. 2014. CASTELLAR, S. M. V. Educação geográfica: a psicogenética e o conhecimento escolar. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 66, p. 209-225, maio / ago, 2005. Disponível em:< http:// www.cedes.unicamp.br >. Acesso em: 03 de mar. de 2014. FRANCISCHETT, M. N. A cartografia escolar crítica. In:ENPEG 2007. UNIOESTE – Campus Francisco Beltrão/PR. 2007. Disponível em: < http://bocc.unisinos.br/pag /francischett-mafalda-cartografia-escolar-critica.pdf >. Acesso em: 18 de mar. de 2014. HETKOWSKI, T. M. ; NASCIMENTO, F. S. . Potencialidades da Educação Catográfica nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: a importância da formação de professores. In: X Congresso Nacional de Educação e I Seminário Internacional de Representação
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Social, Subjetividade e Educação, 2011, Curitiba. Anais do Congresso Nacional de Educação. Curitba: Champagnat PUC-PR, 2011. v. 6. p. 1-12. Disponível em: <http://educere.bruc.com.br /CD2011/pdf /4602_2729.pdf>. Acesso em: 16 de Mar. de 2014. MALANSKI, L. M., OLIVEIRA, B. R. O USO DA MAQUETE NO ENSINO DE GEOGRAFIA. Curitiba: UFPR, 2008, 9 p. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index. php/extensao/article/view/24783/16618>. Acesso em: 17 de set. 2014. MUNIZ, A. M. V., SILVA, V. A GEOGRAFIA ESCOLAR E OS RECURSOS DIDÁTICOS: O USO DAS MAQUETES NO ENSINO-APRENDIZAGEM DA GEOGRAFIA. Fortaleza: UFC, 2010, 7 p. Disponível em: <http://www.geosaberes.ufc.br/seer/index. php/geosaberes /article/viewFile/117/pdf506>.Acesso em: 17 de set. 2014. OLIVEIRA, M. R. dos. A; SOUSA, I. A. de. Ensino de geografia e cartografia nos anos iniciais do ensino fundamental. Universidade Federal do Mato Grosso, s/d. Disponível em: <http://www.ie.ufmt.br/semiedu2009/gts/gt12/ComunicacaoOral/MEIRE%20ROSE%20 DOS%20ANJOS%20OLIVEIRA.pdf >. Acesso em: 19 de mar. de 2014. ROSA, O. Os caminhos da alfabetização cartográfica. Espaço e Geografia, v. 13, n. 1, p. 119 – 147, 2010. Disponível em: < http://www.lsie.unb.br/espacoegeografia /index.php/espacoegeografia/article/view/101/99 >. Acesso em: 20 de mar. de 2014. SANTOS, M. A natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. 4ª ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. ________ et al. O espaço em questão. São Paulo: Marco Zero, 1988.
O processo de ensino aprendizagem observado com os alunos de geografia na educação básica, através das oficinas do PIBID. Gabriela de Oliveira Costa5
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Graduando em Licenciatura e Bacharelado da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (FACIP), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e-mail: gabriela.geo@outlook.com.
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Eduardo Marques Silveira6 Patrícia Inague Moretti7 Roberto Barboza Castanho8 3- INTRODUÇÃO
Este trabalho conta com relatos e discussão de acontecimentos que ocorreram através das oficinas realizadas pelo programa institucional de bolsa iniciação à docência (PIBID), junto à Universidade Federal de Uberlândia. Sendo este o fato de tornar tal trabalho necessário, que foram analisados durante o processo de ensino aprendizagem com os alunos da educação básica. O programa em questão torna possível a compreensão dos discentes para com a realidade vivenciada no ensino da rede pública de educação básica. Dessa forma, pode-se analisar criticamente os fatos vivenciados como as atitudes dos professores e dos alunos. A escola em que se realizaram as atividades do PIBID foi a Escola Estadual Dr. Fernando Alexandre, localizada no município de Ituiutaba – MG, foi o cenário onde se efetuaram as observações dentro do ambiente escolar, bem como se conversou com alunos e professores da escola. Desta maneira, justifica-se assim a necessidade desta discussão dentro da rede pública de ensino. Julga-se necessário, percepções sobre a formação dos professores de geografia, para entender como a mesma interfere na construção do ensino de geografia dentro da escola básica. Além disso, buscou-se compreender como é Graduando em Licenciatura e Bacharelado da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (FACIP), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e acadêmica do Programa de PósGraduação em Geografia, FCT/ UNESP, e-mail: marqueseduardos@hotmail.com.
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Graduando em Licenciatura e Bacharelado da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (FACIP), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e-mail: patrícia.inague@hotmail.com.
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Docente do Curso de Geografia da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (FACIP), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e-mail: rbcastanho@gmail.com. 8
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a qualidade do ensino ministrado nas escolas através dos resultados das oficinas aplicadas. A partir do exposto, este trabalho será dividido em algumas partes, partindo da busca por uma leitura bibliográfica de autores como Maria Edivani Silva Barbosa, Helena Copetti Callai, Luiz Fernandes Dourado e outros contribuintes metodológicos servirão de alicerce para a discussão e reflexão sobre as teorias pedagógicas. Dessa forma, pode-se entender de forma clara a situação da educação brasileira. 4- DISCUSSÃO
De fato, sabe-se que os principais problemas decorrentes da falta de qualidade na educação é uma herança dos ideais da ditadura militar, onde a proposta era construir um grande número de escolas. No entanto, houve pouca qualificação aos professores, raros programas de progressão continuada e políticas governamentais defasadas que causaram fragilidade na educação básica atual. Desta maneira, Dourado e Oliveira (2009 p. 202) ressalta que [...] a efetivação de uma escola de qualidade se apresenta como um complexo e grande desafio. No Brasil, nas últimas décadas, registram-se avanços em termos de acesso e cobertura, sobretudo no caso do ensino fundamental. Tal processo carece, contudo, de melhoria no tocante a uma aprendizagem mais efetiva.
Com isto, é possível compreender que ao longo dos anos o Brasil sofreu e ainda tem sofrido com as inúmeras problemáticas do ensino-aprendizado, pois o mesmo sofre com a precariedade das infraestruturas das escolas quanto dos professores. No que tange os professores na atualidade, percebe-se que em sua maioria os mesmo não estão preparados para enfrentar uma sala de aula, ou seja, professores com pouca capacitação não deveriam estar presentes ensinando alunos das mais diversas idades.
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Além disso, salienta-se que a falta de infraestrutura, salários baixos e outras problemáticas são obstáculos para os professores, prejudicando os professores no que se refere o processo de aprendizagem. Diante dos desafios enfrentados pelos professores, Neto & Barbosa (2010, p. 163) discorrem que, Na atualidade, a ocorrência de dificuldades está relacionada à maneira como são conduzidas as didáticas e metodologias utilizadas na Geografia escolar. Embora haja situações difíceis enfrentadas pelos professores, por exemplo, a baixa remuneração, a formação inicial desqualificada, o excesso de carga horária de trabalho, além do problema da indisciplina e a ausência da família na tarefa de educar, o professor deve buscar alternativas para superar e transformar a realidade em que está inserido.
Com isso, pode-se perceber que o processo de ensino aprendizado dos alunos nas escolas brasileiras tem sofrido muito com os obstáculos presentes no dia a dia, e que em alguns casos podem ocasionar na evasão escolar. A partir disso, foi possível compreender a cerca do cenário vivenciado nas escolas públicas brasileiras. Conforme mencionado anteriormente, o presente trabalho é voltado para a ciência geográfica em sala de aula e, portanto, faz-se pertinente realizar algumas discussões acerca desta temática. O ensino de geografia, ao longo dos anos escolares é confundido como uma disciplina de confecção de mapas, entretanto esta é uma afirmação errada, pois sabe-se que a mesma abrange contextos sociais, políticos, ambientais, econômicos e espaciais. Assim, por estes e outros motivos o ensino de Geografia tem sido desvalorizado nas instituições de ensino público. Ainda sobre isso, é possível discutirmos a ideia de Neto e Barbosa (apud Pontuschka, 2000) onde a autora discorre sobre a necessidade de entender a geografia como contexto escolar, ou seja, como disciplina necessária para o
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entendimento de uma série de fatores, tal como de outras disciplinas. Além disso, os autores Neto e Barbosa (apud Pontuschka, 2000) aponta também [...] que a interação com os professores das demais áreas do conhecimento e a cultura escolar é necessária no sentido de mobilizar toda a possibilidade existente nesse espaço em direção à formação do aluno no seu movimento de vida e nas relações sociais que mantém no interior de grupos sociais e nas instituições a que pertence ou a que venha a pertencer, contribuindo, desta forma, com a construção da cidadania do aluno.
Nas escolas há também a problemática de instituições públicas de ensino sem a base didática para um aprendizado mais adequado. Foram analisadas as questões de objetos práticos e dificuldades teóricas para entender o nível regular da turma em questão. Para isso, tem-se a necessidades de uma postura diferenciada por parte dos educadores para transmitir seus conhecimentos. Segundo Augusto e Caldeira (apud Morin, 2002B, p. 29), é necessário “articular, religar, contextualizar, situar-se num contexto e, se possível, globalizar, reunir os conhecimentos adquiridos” Sobre a matéria de Geografia nas escolas, é constatado sua carga horária ser inferior a de matemática ou português, ainda assim é necessário que o tempo limitado instigue e atraia a atenção dos alunos para sua didática. Kaercher (1999) afirma que, [...] juntamente com outras disciplinas escolares, a Geografia pode ser um instrumento valioso para elevar a criticidade dos alunos, pois trata de assuntos intrinsecamente polêmicos e políticos, quebrando a tendência secular da escola como algo tedioso e desligado do cotidiano.
Portanto, entende-se que há uma defasagem no ensino da ciência geográfica em relação com outras disciplinas, uma realidade criada pelos métodos conservacionistas da ditadura militar. 3- RESULTADOS PARCIAIS
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Como destacado anteriormente a escola onde o PIBID geografia tem executado suas atividades é a Escola Estadual Dr. Fernando Alexandre. Após algumas observações foi possível verificar que a escola em questão tem cerca de 200 alunos. A escola supracitada conta com alguns projetos provenientes da prefeitura municipal, como por exemplo, o esporte na escola, onde os alunos participam no período vespertino atividades esportivas, todavia estas atividades são optativas. No que se refere ao grupo de alunos em análise, pode-se perceber que não há familiaridade acerca dos temas da Geografia, por isso, necessitou-se a elaboração de oficinas que contribuíssem para um melhor aprendizado por parte dos alunos. Neste sentido, em sala de aula constatam-se diversas situações que denotam erroneamente a defasagem da Geografia como componente curricular. Estas situações são causadas pela completa dispersão através de conversas paralelas, leituras de outras disciplinas ou temas e apatia geral dos alunos. Dessa forma, reflete-se como podemos construir um ambiente saudável para o aprendizado sem que haja obstáculos para o aprendizado. Em experiências trazidas por Neto e Barbosa (2010), trouxeram que a relação ao papel dos professore, explica o desconhecimento da Geografia; chegam ao ensino fundamental com grandes deficiências de leitura e escrita. Além do mais existe a necessidade de preparação dos professores frente as didáticas utilizadas no ensino da geografia, necessitando de uma maior preparação, e atualização do ato de ensinar, levando em consideração as dificuldades gerais, encontradas pelos alunos, que poderá ser diferente em cada região, por um conjunto de fatores. Existe também uma imaturidade dos estudantes na educação básica; falta de interesse dos alunos, que pode ser explicado pela falta de motivação dos professores, nesses anos básicos. Além da desmotivação política presente no cenário da educação brasileira.
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A comunidade escolar é constituída por uma classe média, cujo pais possuem uma condição financeira para arcar os estudos de seus filhos em instituições de ensino superior particulares, o que causa, segundo o professor P5, um desestímulo e um comodismo por parte dos alunos. (NETO E BARBOSA, 2010. p. 171)
Com isto pode-se destacar que as atividades trabalhadas com os alunos que variam dos 10 até os quinze anos foram as mais lúdicas possíveis. Inicialmente como forma de compreender as principais dificuldades dos alunos realizou-se uma atividade lúdica de jogo da memória, aproveitando o evento que estava ocorrendo na época foi impresso as bandeiras de todos os países que participaram da copa, é quando um aluno descobria duas bandeiras iguais eram dadas algumas informações referentes aos mesmos, ainda sendo utilizado nesta o globo como suporte para o trabalho. Nas figuras um e dois podem ser observadas tais ações. Figura 1: Atividade Jogo da Memoria
Fonte: SILVEIRA, E. M. COSTA, G. O. 2014 Figura 2: Atividade Jogo da Memoria
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Fonte: SILVEIRA, E. M. COSTA, G. O. 2014
Ainda podem ser destacadas algumas outras atividades executadas com os alunos, como por exemplo, uma roda de conversa, a apresentação de um filme intitulado de “Meu Amigo Dinossauro”, é também a representação do espaço onde os mesmo estão inseridos através da elaboração de maquetes. Todas estas atividades foram de suma importância para o entendimento de como os alunos compreendem a geografia. Estas atividades podem ser observadas na figura 3.
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Figura 3: Mosaico de Atividades
Fonte: SILVEIRA, E. M. COSTA, G. O. 2014 3. CONCLUSÃO
Desta maneira é de grande importância realização deste e de outros tipos de dinâmicas na sala de aula pois assim é possível a compreensão das principais dificuldades que o aluno tem com relação as mais diversas temáticas. Principalmente frente ao cenário brasileiro da educação, onde é explicita a falta de recursos e de preparação dos professores. Existe também a necessidade de aprofundamento do estudo em questão, para entendimento e propostas de melhorias nas didáticas principalmente nos anos iniciais da educação. E maior inclusão das áreas geográficas nesses anos, bem como todos anos básicos de educação.
5- AGRADECIMENTOS
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Os agradecimentos são direcionados ao Programa institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), percursores iniciais das discussões sugeridas neste trabalho, bem como aos alunos e professores da Escola Municipal Dr. Fernando Alexandre. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUGUSTO, Thaís Gimenez da Silva; CALDEIRA, Ana Maria de Andrade. Dificuldades para a Implantação de Práticas Interdisciplinares em escolas Estaduais, apontadas por professores da área de Ciências da Natureza. In: Investigações em Ensino de Ciências. V12, n-1, 2007. p. 139-154 DOURADO, Luiz Fernando; OLIVEIRA, João Ferreira de. A qualidade da educação: perspectivas e desafios. Caderno Cedes. v. 29, n. 78, mai. – ago. 2009, p. 201-215. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/ v29n78/v29n78a04.pdf>. Acesso em: 12/10/2014. NETO, Francisco Otávio Landim; BARBOSA, Maria Edivani Silva. O Ensino de Geografia na Educação Básica: uma análise da relação entre a formação do docente e sua atuação na Geografia Escolar. In: Revista: Geosaberes: Revista de Estudos Geoeducacionais. V.1, n-2, dez. de 2010. p. 160-179.
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