BioPontal Francilelle EMMachadoAssis Anexo 89

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Análise dos dados levantados no laboratório de Ciências

O laboratório de ciências da Escola Municipal Machado de Assis é composto por: 2 bancadas, 2 pias, 5 cadeiras, 3 armários, 5 tomadas, 2 janelas e 1 porta, o mesmo possui uma área total construída de aproximadamente 25 m², onde 3,24 metros de largura e 7,71 metros de comprimento. Ao analisar o espaço percebeu-se a falta de um quadro para auxiliar o professor durante a explicação de algum conteúdo, e com a devida analise foi possível fazer um levantamento que possibilitou quantificar os materiais presentes no espaço, os quais foram: 11 microscópios, entretanto somente 4 encontrava-se em estado de uso, 7 balões de fundo redondo, 3 balões de destilação,1 proveta 100ml, 1 proveta 500ml,1 proveta 230ml, 2 provetas 250ml, 5 erlenmeyer, 1 béquer, 35 tubos de ensaio, 4 aparelhos de destilação simples, 4 bureta, 2 pipetas graduadas 10ml, 1 pipeta volumétrica, 2 grades de tubo de ensaio, 1 balança, 3 conta gotas, 1 caixa de lâmina, 2 coleções didática (anatômica). Além destes, foram encontrados no laboratório animais fixados e fetos que não estavam conservados de maneira adequada. Com relação aos reagentes disponíveis no laboratório, foram encontrados: tintura de iodo, sulfato de amônio, cloreto de cobre, sulfato de ferro e amônio, dicromato de potássio, sulfato de alumínio, oxido de zinco e alguns frascos sem identificação nenhuma. E na maioria dos reagentes encontrados, não possuíam rótulos com as informações necessárias, como por exemplo, informações sobre vencimento do produto e informações sobre peculiaridades e toxidez das substâncias, havia apenas o nome manuscrito no frasco. O laboratório também, não possui instalação de gás adequada e um descarte apropriado para o lixo gerado e as soluções utilizadas. Em relação à segurança foi observado que o espaço não cumpriu algumas medidas importantíssimas, como a presença de saída de emergência e de extintores de incêndio. Não há também a presença de orientações de segurança para os alunos. Verificou-se também que o laboratório é raramente usado. Constatou-se ainda que a professora de ciências é a única que utiliza o espaço nas aulas. As disciplinas de Biologia, Física e Química compõem a Base Nacional Comum das matrizes curriculares dos estabelecimentos que ofertam Ensino Médio e a Educação Básica, no Brasil. Utilizados por professores para o ensino dos conceitos presentes em


diferentes campos do conhecimento científico, os laboratórios são considerados espaços importantes no processo de ensino e aprendizagem. Apesar de ser considerado como uma ferramenta para melhorar o ensino de ciências e tornar o aprendizado mais estimulante, os laboratórios estão pouco presentes, só 10,6% das 192.676 escolas Brasileiras do país, entre públicas e privadas, possuíam laboratórios de ciências em 2012. Dentre as escolas que tinham o espaço, 60,1% eram publica e 39,9% eram privadas. Quando se pensa a respeito da infra-estrutura dos laboratórios escolares se busca mapear as condições essenciais para que o professor execute a proposta pedagógica planejada. Essas condições passam pela adequação do espaço físico, pelos recursos materiais disponibilizados e pela garantia de organização e manutenção. A segurança se resume em: a definição dos materiais escolhidos para a construção dos laboratórios, pois precisam ser laváveis, duráveis e resistentes a produtos químicos e à ação do fogo; nos cuidados com o manuseio de vidrarias e equipamentos em geral; no trato com substâncias químicas; nos cuidados com os seres vivos; e com a prática fora dos laboratórios, sejam em outras dependências escolares. Durante a observação pedagógica do laboratório de ciência e matemática com relação à infra-estrutura, pode-se perceber da dificuldade da administração da aula com relação ao tamanho da sala, que permiti o uso por, no máximo 10 pessoas ao mesmo tempo, incluindo professores e alunos, o mesmo é compartilhado por alunos do ensino médio e fundamental, independente da modalidade de ensino. Chamou a atenção, durante as visitas, a necessidade de limpeza e organização dos espaços. Em relação às condições de segurança, são inadequadas por causa de diferentes fatores, entre eles: ausência de extintores, nem caixa de areia, que são usadas como recursos paliativos e nem ambiente próprio para armazenagem do lixo e nem coleta seletiva do mesmo, a falta de manutenção em portas e gavetas e a inadequação dos móveis ao conteúdo, falta de jalecos, luvas, máscaras e capela para cuidado com gases tóxicos; piso e móveis de madeira; tamanho da sala; falta de cadeiras e de armários para guardar com segurança materiais como reagentes no qual alguns foram encontrados sem datas de validades e outros vencidos, vidrarias, microscópios, mostruários de materiais biológicos inadequados e outros instrumentos. Foi observado que o ambiente possui água corrente, e o laboratório fica situado no final do corredor, porém não tem saída de emergência para corredores ou acesso rápido ao pátio. Em relação à iluminação, entende-se por bom quando a luz externa e a


luz interna estavam associadas para iluminar o ambiente; boa quando a condição de iluminação é dada primordialmente pela luz interna; e, inadequada quando nenhuma das duas supre a necessidade de iluminação. A circulação de ar é considerada boa, porém as janelas e portas não são amplas, impedindo acesso a espaços externos. Infere-se que, entre as possíveis variáveis para a pouca utilização dos laboratórios por parte dos professores, está uma sensação de insegurança quando de sua utilização. Sair do espaço convencional de aulas, onde os alunos estão sentados em suas respectivas carteiras ou, se em movimento, limitados em sua ação, para adentrar nos laboratórios, requer pensar com cuidado. Dirigir-se a um espaço, adequado fisicamente e com recursos materiais garantidos para a realização das práticas, porém sem assentos para todos, com bancos de três apoios, materiais diversos expostos aos alunos, mesas inadequadas, bancadas insuficientes, por vezes sem o auxílio dos agentes de execução, ausentes ou desviados de função, entre outros, requerem não só domínio do conteúdo ministrado ou das técnicas de experimentação, mas também domínio absoluto do espaço e da turma. Neste sentido, a preocupação com a segurança de todos desvia a intenção do professor daquilo que foi planejado. Por isso a utilização dos espaços dos laboratórios, como recursos pedagógicos, fica impossibilitada.

Referência BEREZUK, A. P; INADA, P. Avaliação dos laboratórios de Ciências e Biologia das Escolas Públicas e Particulares de Maringá, Estado do Paraná. Maringá, v. 32, n. 2, p. 207-215, 2010 Disponível em: <http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHumanSocSci/article/viewFile/6895/68 95>. Acesso em 25 de jun de 2014. STARK, J; TONIN, H. L; FLORES, T. L. M. Importância dos Laboratórios de Ensino de Ciências Naturais Desenvolvidos em Escolas de Educação Básica. II Congresso Internacional de Educação Cientifica e Tecnológica. Santo Ângelo. URI, 2729 de junho de 2012. Disponível em: <http://www.santoangelo.uri.br/ciecitec/anaisciecitec/2012/resumos/REL_EXP_PLEN ARIA/ple_exp7.pdf>. Acesso em 25 de jun de 2014. RIBEIRO, M. Só 11% das Escolas Brasileiras têm Laboratório de Ciências. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/so-11-das-escolasbrasileiras-tem-laboratorio-de-ciencias-10804574>. Acesso em 25 de jun de 2014.


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