História pontal 2014 anexo 119

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADES DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DO PONTAL PROJETO INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA

A ESCOLA COMO LUGAR: o Instituto Federal do Triângulo Mineiro – Campus Ituiutaba

Relatório parcial sobre a investigação do espaço escolar realizada no IFTM, no PIBID História Pontal, sob supervisão da Profa. Patricia Paes Leme A. O. Silva e coordenação da Profa. Sandra Alves Fiuza.

Licenciandos: Eduardo Salazar Miranda da C. Mattos Fabrício Marçal Vilella Jeovan Alves dos Santos Jessica Lemos Ferreira Mariluiza Santos Vilela Raissa Manjerão Di Foggi

Ituiutaba, MG


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Novembro/2014


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1 - Um breve histórico do ensino profissionalizante no Brasil: A instauração do IFTM Para entendermos como o ensino profissionalizante surgiu, precisamos fazer uma genealogia do mesmo. Antes de qualquer coisa temos que compreender que desde que as sociedades primitivas se organizaram e dividiram o espaço geográfico para transformá-lo a mesma não foi igualitária, ou seja, poucos indivíduos tinham acesso a terra, sendo assim fracionou a sociedade em duas categorias, ou melhor, dizendo em duas classes a dos proprietários de terra e dos não proprietários de terra. Estabelecida essa divisão social acontece o mesmo com outros setores, com a educação não é diferente. “Educação para homens livres pautada nas atividades intelectuais, enquanto que para os serviçais e escravos ao próprio processo de trabalho desde então, surge a separação entre educação e trabalho consumadas nas formas escravistas e feudal” (CANALI, 2009: 2). No período Colonial a economia era sustentada pelo setor agroexportador, no qual os africanos eram escravizados. Os escravos eram excluídos da educação intelectual, a única forma de educação que recebiam era restrita as atividades do trabalho braçal. Saltando alguns séculos, no período entendido como Primeira Republica, a base econômica do Brasil era sustentada pela produção café. No final dos anos de 1920 ocorreu uma pressão de alguns setores da sociedade para transformar a economia do país de agroexportador para industrial. No campo da educação, tentou-se democratizá-la, no entanto devido à escassez de professores e escolas a única classe que fora contemplada foi a elite que por meio deste fato perpetuou a relação de poder e dominação que exercia. No Estado Novo, a partir de 1942, por meio da Lei orgânica do Ensino Industrial, houve-se uma fusão entre a educação básica e educação profissional. Neste contexto surge o SENAI- Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, criado pelo Decreto-lei 4.048 em 22 de janeiro de 1942. O objetivo era organizar e administrar as escolas de aprendizagem industrial em todo país. Em 1971, no período da Ditadura Militar, o Estado por meio da Lei n° 5.692/1971, estruturou a educação de nível médio concomitante ao ensino profissionalizante. No ano de 2008, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, é instituída por meio da Lei n° 11.892/2008 a Rede Federal de Educação Científica e Tecnológica que na qual desenvolveu os Institutos Federais de Educação, de Ciência Tecnologia. Neste contexto, surge o IFTM.


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Os Institutos Federais foram criados por meio da integração do Centro Federal de Educação Tecnológica de Uberaba (CEFET) e da Escola Agrotécnica Federal de Uberlândia, em 29 de dezembro de 2008, após uma série de leis que corroborava com a implantação destes. Devido a uma crescente incorporação do ensino técnico nas escolas, agora também no ensino médio, por causa do ensino profissionalizante que se tornou promissor e tinha sido difundido pelo país desde os anos de 1927. A expansão do IFTM para a cidade de Ituiutaba só foi possível tendo em vista o processo de desenvolvimento socioeconômico da cidade. A instituição tem por objetivo formar profissionais críticos e reflexivos, visando à transformação do meio social. O campus de Ituiutaba oferta os cursos de Agroindústria, Eletrotécnica, Informática e Química. Os mesmos são presenciais e podem ser cursados concomitantes ao Ensino Médio ou desvinculado. Os cursos técnicos a distância são: Administração, Eventos, Logística, Meio Ambiente, Segurança do Trabalho e Serviços Públicos. Possui também graduação de nível superior em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (presencial) e Licenciatura em Computação (a distância) e Pós-graduação Latu Sensu em: Desenvolvimento de Sistemas para web e dispositivos móveis, Ciências Ambientais e Higiene e Segurança Alimentar. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus Ituiutaba localiza-se na Rua Belarmino Vilela Junqueira, s/nº, CEP 38.300-970, Bairro Novo Tempo II. Situa-se em uma área considerada rural por estar descentralizada. A Área territorial é equivalente a 1.660.901 m² que foi aparentemente doada pela Prefeitura Municipal de Ituiutaba, atualmente as instalações do IFTM já ocupam aproximadamente, 4.000 m².

2 - Observações do espaço escolar: as salas de aulas, mutimeios e o auditório Iniciamos as atividades do PIBID com a observação do espaço físico como um todo. Fomos conduzidos pela supervisora professora de História Patrícia Paes Lemes a visitar todos os blocos do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, campus Ituiutaba. Focamos nosso olhar em dois espaços físicos: a sala de aula e o auditório. Para que fosse possível realizar uma observação destes espaços, recorremos a dois autores que tem como proposta discutir a cultura escolar e a escola como lugar. São eles Dominique Julia e Antônio Vinão Frago.


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Através de suas obras conseguimos perceber com maior amplitude esses espaços, nos atentamos principalmente à questão reforçada por Frago “o espaço educa”. Diante disso, procuramos conhecer esses espaços, através de uma descrição minuciosa para que fosse possível pensar nesses ambientes voltados para uma instituição de ensino. Salas de aula Andando pela extensão dos blocos E e G notamos que as salas do bloco G possuem dimensões diferentes do bloco E, sendo assim fizemos a análise de ambos os blocos, por isso selecionamos uma sala de cada bloco para fazer a descrição. Escolhemos a sala E04 do bloco E para observarmos. A sala de aula possui 6,70 m. de largura por 9,31m de comprimento. A mesma agrega vinte 29 cadeiras de braço, de cor verde água, visivelmente parece fornecer um conforto em questões ergonômicas. Há duas janelas na parte superior do lado esquerdo com 70 centímetros de largura por 90 de altura. Existe apenas uma porta de madeira para entrada e saída, de cor azul marinho. O teto é feito de telha metálica do tipo sanduíche, no qual é sustentado por uma estrutura metálica. No recinto há 9 luminárias tubular com 2 lâmpadas florescentes em cada. No fundo da sala possui um ar condicionado, além disso, podemos contar com a ventilação natural através das grandes janelas. O piso é de granilite em tons de cinza. A parede é rebocada e pintada de cor branco gelo. Na parede do lado direito há três placas contendo os seguintes avisos: “Viva feliz sem o fumo”, “Proibido alimentos e bebidas” e “Proibido o uso de celular e equipamentos eletrônicos”. Ao longo da dimensão da sala há um total de dez tomadas, sendo que duas não funcionam. De frente das cadeiras destinadas as/os alunas/os tem uma lousa que está bem descentralizado com 1,70 de largura por 1,00 de altura. Ao lado da mesma possui uma mesa para o professor e uma lixeira. Sala de multimeios A sala de multimeios localiza-se no bloco B, o mesmo em que se encontra a biblioteca. A sala foi nomeada assim, pois possui diversos recursos midiáticos que podem ser usados pelas/os docentes na aplicação das aulas. O formato da sala é quadrado, contendo uma porta de vidro e duas janelas de vidro. A iluminação pode ser artificial devido às janelas e a porta de vidro. Para a iluminação artificial dentro da sala possui onze luminárias tubulares com 24 lâmpadas. A ventilação pode ser natural ou artificial através do ar condicionado.


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Os aparelhos disponíveis na sala para uso são: Data show, caixas de som, Tv de 42 polegadas, lousa, receptor de antena parabólica, estabilizadores, home theater e computador. Devido às dimensões da sala, existe a possibilidade de agregar vários alunos. A lousa situa-se ao lado esquerdo da sala, próximo das janelas. Acima do quadro há um painel para a reprodução holográfica do aparelho de Data show. Abaixo tem uma mesa que agrega o computador e caixas de som, abaixo da mesa tem estabilizadores. A sala possui alguns elementos que podem levar os alunos (as) a dispersarem. Os dutos e as estruturas de fiação elétrica que ficam fixados no teto podem fazem com que os discentes percam a concentração. No centro da sala há uma pilar que pode atrapalhar a visão dos alunos caso o ambiente esteja lotado. A sala de multimeios pode ser utilizada de várias maneiras. Como foi citado, existem várias possibilidades em que a/o docente pode utilizar as diversas mídias presente na mesma. Ao observarmos esse espaço no qual os alunos passam boa parte do dia, laçamos um olhar reflexivo sobre o mesmo. A ventilação é frequentemente natural, embora tenha um ar condicionado na sala, ele é pouco utilizado. Devido às dimensões das janelas laterais as salas possuem cortinas para proteger os alunos/as do Sol e da luminosidade excessiva ao longo do dia. Pode-se auxiliar na projeção de imagens holográficas do Data show. Devido à vastidão da sala as/os alunas/os podem optar por qual espaço iram se acomodar. Como já citado na descrição das salas, as estruturas metálicas podem levar os alunos a dispersão e a lousa que pelo fato de estar descentralizado as/os discentes podem não conseguir enxergar os escritos do/a docente. Auditório O auditório se localiza no bloco D do IFTM, sua área total é de 403,75 m². Para a sua utilização, teoricamente deveria ser agendada com antecipação, mas pelo que podemos observar, qualquer docente pode utiliza-lo caso o espaço esteja livre. O anfiteatro é bastante utilizado para palestras, ensaios e apresentações teatrais, exibição de filmes, entre outros eventos que podem ser útil o uso do auditório. Em questão descritiva do espaço físico, já em sua porta de entrada notamos ser de pivotante em madeira com aplicação de esmalte sintético, contendo 150x210 (largura e altura), ela fica trancada com cadeado quando não está sendo utilizado o anfiteatro. Ao entrar no auditório nos deparamos com cadeiras universitárias acolchoadas, com o total de 206 assentos disponíveis, mas obviamente esse número pode variar uma vez que essas cadeiras são removíveis, ou seja, podendo ser colocadas e retiradas do estabelecimento, é importante


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levar em consideração o número de lotação escrito em placas, que esta colocada como: “lotação máxima de186 pessoas sentadas e em pé”, mas em prática como podemos notar o auditório atualmente está ultrapassando esse limite. Em toda a extensão do auditório com exceção do camarim e a sala técnica que é onde se encontra os aparelhos auditivos, a parede e o teto são revestidos em carpete que possibilita uma boa acústica dentro do recinto. A cor do carpete é azul marinho, deixando o auditório com baixa luminosidade, mas levando em consideração por ser um auditório parece propício para os seus fins. Nas paredes podemos encontrar diversas placas com avisos do tipo: “proibido alimentos, “viva melhor sem fumo”, proibido uso de celular e equipamentos eletrônicos” e etc. Pensando nestes avisos, nos parece contraditório por se tratar de um auditório, uma vez que pode haver casos que o uso de aparelhos eletrônicos seria inevitável, e a proibição ao consumo de alimentos em apresentações de peças teatrais e em exibição de filmes, por exemplo, não necessariamente são proibidas. Ainda no âmbito da extensão do anfiteatro, existem dois extintores com alarme de incêndio e placas sinalizadoras de segurança, garantindo uma segurança em caso de incêndio, em questão de climática podemos encontrar três ares condicionados do porte grande, na qual é propício para uma temperatura ambiente agradável seja ela quente ou fria. Também existem oito caixas de sons nas paredes do auditório, para que o áudio abranja todo o espaço, notamos que todas elas funcionam. Além de existir outras caixas de sons maiores próximo ao palco. Em questão de luminosidade, nessas paredes em carpete, contém 12 luminárias do tipo “tartaruga” fluorescente e 42 luminárias do tipo tubular no tento, que quando ligadas disponibiliza uma luminosidade agradável, nem muito fraca nem muito forte. O piso é em granilite em tons de cinza, este piso é inclinado com declividade em sentido ao palco limitado por degraus com distanciamento de 110 cm cada e o piso do centro não contém esses degraus, que em termos de acessibilidade nos parece favorável à locomoção de deficientes físicos. Próximo ao espaço destinado ao palco, podemos encontrar nas laterais do auditório para dar acesso ao palco, uma rampa do lado esquerdo com 1,20 de largura que ao seu fim contém escadas e do lado direito apenas escadas na qual possibilita o acesso ao palco. Palco este que contem 8,40 x 4,0 (largura e comprimento), seu piso em taco de madeira, na parede de fundo do palco há um painel que possibilita serem refletidas as imagens do projetor (data show). Ao lado deste painel existe uma passagem tanto do lado esquerdo quanto do direito, passagens que são tampadas com portas improvisadas que dão acesso ao que pode ser chamado de camarim. Este camarim atualmente é utilizado para depósito de


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materiais esportivos direcionados a Educação Física, ou seja, atualmente não se utiliza para o que foi proposto e sim como um depósito. Neste espaço, o piso na planta arquitetônica é representado com o mesmo tipo de material do palco, o taco de madeira, mas na realidade, este piso é em cerâmica, suas paredes são rebocadas e pintadas. Podemos encontrar no mesmo recinto banheiros que comportam os materiais esportivos, e ao lado lavatórios. Voltando próxima a entrada do auditório, onde se localiza a área técnica, já mencionada à cima, esse ambiente é direcionado a/o técnica/o de aparelhagem de som, luz entre outros que possibilita o auxilio da/o docente ou para demais atividades que são realizadas no auditório. Para que seja possível a visão da/o técnica/o em direção ao palco, existe uma janela de vidro de 3,8m de largura, possibilitando ver todo o auditório, a sala em si o seu tamanho é 250 x 7,0 (largura e comprimento) dentro do espaço existe um depósito na qual se mantém fechado, o piso da sala é de granilite em tons de cinza, na plana arquitetônica diz que a parede também é revestida em carpete, mas na realidade ela é apenas rebocada e pintada de branco. Além dos aparelhos e a mesa de som, também podemos encontrar cadeiras e um armário nesta sala, para o uso de guardar exatamente os aparelhos necessários. Em suma, isto é o que compõe todo o ambiente nomeado com Auditório, de modo geral nos parece eficiente para o seu uso, não extremamente grande, mas comporta um número razoável de pessoas, tanto em questão de som que depende de quem está monitorando, pois houve ocasiões em que estávamos presente quando se realizava atividades no auditório, especificamente uma palestra em que o áudio estava baixo, impossibilitando uma boa compreensão dos que estavam nas últimas cadeiras do auditório, mas acreditamos que seja por falta de teste antecipado ou pelo monitoramento ao longo do evento, pois pelo o suporte de som que existe disponível, daria para ter um volume potente dentro do recinto. Quanto à luminosidade e temperatura do ambiente, não observamos falhas, contém um número bom de lâmpadas e de ar condicionado, pensamos que para obter esses números exatos para compor o auditório houve um estudo do espaço e nesta questão proporciona certo conforto ao público.

3 - A Biblioteca do IFTM No intuito de compreender os espaços da Biblioteca do IFTM, que é um lugar de grande importância na vida escolar dos alunos, bem como dos funcionários do Instituto,


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optou-se por fazer uma observação de cunho etnográfico, usando como texto base Etnografia da Prática Escolar, de Marli Eliza Dalmazo A. de André. O tipo de observação realizada é de caráter participante, de acordo com André, "A observação é chamada de participante porque parte do princípio de que o pesquisador tem sempre um grau de intenção com a situação estudada, afetando-a e sendo por ela afetado.” (ANDRÉ, 1995, p-28). As três portas de entrada da Biblioteca são de vidro temperado transparente, o que oferece uma ampla iluminação natural ao ambiente. Logo na entrada ficam os armários (escaninhos) e o balcão de recepção, onde se encontram a Bibliotecária Elis Ane e/ou as Técnicas em Biblioteca Márcia e Denise. Atrás da mesa de recepção, há um grande cartaz com as regras de proibição principais do espaço observado. Os escaninhos são utilizados pelos usuários da biblioteca que entram com bolsas no local, pois uma das regras é que é proibido trazer bolsas e similares para dentro da área. Nas paredes, há algumas placas reforçando as advertências, como por exemplo: Silêncio, que não é cumprido no momento em que há alunos estudando em grupo; É proibido o uso de celular, mas, novamente, percebem-se constantemente alunos com fones no ouvido. É também proibido consumir alimentos e bebidas dentro do recinto, fumar, correr, entrar com animais e jogar lixo no chão ou debaixo das mesas. Ao lado da porta principal de entrada, se localizam as estantes de periódicos e uma baia de computador para pesquisa individual no acervo da biblioteca. Há dois extintores de incêndio próximos à entrada e dois no final do espaço estudado, próximos aos banheiros, Processamento Técnico, Coordenação e Periódicos. Ao longo das paredes laterais da biblioteca se localizam as baias de estudo e pesquisa em computadores, totalizando 13 do lado do jardim (de frente para a entrada) e 10 do lado da entrada. Há ainda, no centro do espaço de circulação da Biblioteca, 10 mesas redondas, com cinco cadeiras cada, de estudo coletivo para os alunos, nas quais também realizamos nossas reuniões do PIBID História. Há apenas três estantes incompletas de livros, localizadas ao lado dos “aquários”, que originalmente, na planta, deveriam ser as 3 salas de estudo em grupo, agora utilizadas como sala do PRONATEC, Centro de Idiomas e Coordenação e Gestão de Pessoas. Há dois banheiros, um masculino e outro feminino, mas eles permanecem trancados devido à má utilização dos alunos, sendo de uso exclusivo dos funcionários. Não se nota, no entanto, uma saída de emergência adequada em caso de algum acidente. A área mais utilizada da Biblioteca pelos alunos compreende o espaço que vai dos “Aquários” até a porta de entrada. Durante a observação etnográfica da Biblioteca, percebe-se que a maior parte dos estudantes utiliza o computador para fins de entretenimento, apesar das redes sociais serem bloqueadas pelo Instituto. Mesmo assim, alguns alunos conseguem driblar


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o acesso restrito e fazem uso de jogos online pela internet. Quando isso é percebido pelos técnicos do TI (Tecnologia da Informação), eles restringem ou cancelam o acesso. Percebe-se também que uma parcela muito grande de estudantes, além de frequentar a biblioteca para utilizar o computador para outros fins a não ser somente o Estudo, pouco utilizam os livros ou periódicos disponíveis nas estantes. Percebe-se então que a Biblioteca, assim como toda a estrutura do Instituto, é um "espaço que educa", pois muitas vezes encontram-se professores com alunos realizando alguma atividade pedagógica. Para Dominique Julia: Poder-se ia descrever a cultura escolar como um conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar, e um conjunto de práticas que permitem a transmissão desses conhecimentos e a incorporação desses comportamentos; normas e práticas coordenadas a finalidades que podem variar segundo as épocas (finalidades religiosas, sociopolíticas ou simplesmente de socialização). Normas e práticas não podem ser analisadas sem se levar em conta o corpo profissional dos agentes que são chamados a obedecer essas ordens e, portanto, a utilizar dispositivos pedagógicos encarregados de facilitar sua aplicação, a saber, os professores primários e os demais professores. (JULIA, 2001, p. 10-11)

Compreendemos que o espaço da Biblioteca educa, abre espaço para a socialização e a troca de conhecimentos. Os usos do espaço pelos estudantes definem o local e seus agentes históricos, determinando condutas e o papel dos sujeitos. Os demais estudantes se reúnem nas mesas de centro para realizar pesquisas em grupo ou individuais através do acesso à internet (grande maioria) ou em livros (minoria). Há câmeras espalhadas por toda a extensão da Biblioteca, exceto na área de estudo onde as mesas de centro se localizam, mas elas não estão em funcionamento. A frequência dos estudantes na Biblioteca é maior durante os períodos de intervalos entre as aulas, de 20 pessoas ou mais, sem contar os profissionais do local. Outro aspecto observado foi que a Biblioteca possui o jogo de Xadrez de tabuleiros e alguns alunos o utilizam. Através do site do IFTM (www.iftm.edu.br), os estudantes podem acessar e verificar os títulos das obras que estão disponíveis no portal. Deve-se observar também que em determinada ocasião, foi encontrado um aluno dormindo sobre a baia de pesquisa individual no computador, durante um longo tempo. O Jardim da Biblioteca composto de grama “Batatais” corresponde a uma área de aproximadamente 1415 m2. Encontram-se também 7 mudas de árvores plantadas ao longo da grama. Essa área é murada ao longo de sua extensão, tem um poste de iluminação e um sensor


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de movimento que se encontra desativado no momento. Além disso, na planta original, deveriam constar mesas de leitura para serem utilizadas pelos usuários da biblioteca, porém elas se encontram no pátio da área externa, ainda não montadas. As salas denominadas como "Aquários", pelos profissionais do Espaço, se concentram no espaço determinado para a Biblioteca, porém à parte, onde os estudantes praticamente não frequentam. Tais salas seriam determinadas para a realização de Estudos em Grupo (exigido pelo MEC), todavia, pela falta de espaço físico do Campus, as salas estão sendo temporariamente utilizadas pelo RH (Recursos Humanos do Campus), bem como pelo PRONATEC (Programa de Capacitação profissional do Governo), como também pelo Centro de Idiomas, onde os estudantes aprenderiam Inglês. Contudo, somente os professores utilizam esta sala específica para guardar seus materiais. Existem mais duas salas, que atualmente são usadas como depósito, incluindo a sala de Periódicos. Depois, temos os banheiros juntamente com um bebedouro.

4 - Os laboratórios do IFTM A pesquisa sobre o espaço dos laboratórios no IFTM teve como objetivo perceber toda a estrutura física, observando o modo com são utilizados esses espaços nas atividades pedagógicas e a importância dessas práticas na formação e na vida cotidiana dos alunos. A intenção é interpretar a disposição material e também os significados desses espaços, como afirma AntonioViñal, interpretação que é o resultado não apenas da disposição material de tais espaços, como também de sua dimensão simbólica. (FRAGO, 1998, p.78). O IFTM – Campus Ituiutaba oferece os laboratórios divididos na área de Informática, Microbiologia, Processamento de leite e de carne, Química e Físico-Química. As propostas destes laboratórios são de incluir os alunos de forma adequada e direcionada, para que eles utilizem a prática juntamente com a teoria, adquirindo assim, um conhecimento mais específico do curso. A observação do espaço físico foi realizada através do projeto arquitetônico do local, realizado pelo arquiteto Paulo Trajano Menicucci Júnior (CREA:74745/D – MG), e também pela atuação direta dentro dos espaços que compõe os laboratórios. O laboratório de informática é dividido em cinco salas, sendo todas elas no piso superior, bloco B. Há três tipos de laboratórios, sendo eles: Laboratório de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (B03, B04, B05), Laboratório de Redes(B06) onde em cada um


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há 21 computadores, sendo dois computadores por mesas e um na mesa do professor, e Laboratório de Hardware (B07),que é utilizado pra estudos de montagem e desmontagem de computadores, contendo uma máquina só. Os locais são utilizados pelos alunos dos cursos de Informática (técnico), Ciência da Computação e Análises de Desenvolvimento de Sistemas (superior). Todas as salas contém a mesma forma arquitetônica, a área sendo de 54,00m²(9,00m² sendo de comprimento e 6,00m² de largura). Duas janelas (tipo J2), de ferro e vidro basculante, medindo L:440cm X H:90cm ao lado da porta, do outro lado da sala há mais duas janelas (tipo J1), de ferro e vidro com quatro folhas de correr, medindo: L:440cm X H:200cm. A porta (tipo P1), sendo em madeira com aplicação em esmalte sintético, medindo:L:90cm X H:210cm. O piso (tipo 1) em granilite em tons de cinza, a parede (tipo1) rebocada e pintada e o teto (tipo 1) coberto com telha metálica sanduíche sobre estrutura metálica.A iluminação é composta por lâmpadas fluorescente. O atendimento neste laboratório se faz com o técnico Getúlio de Morais Pereira, formado em ciências da computação (bacharel), especialista em softwares pra internet e dispositivos móveis. Para a utilização do espaço é necessário o agendamento com o mesmo, com 48hrs de antecedência. Outro laboratório, localizado no bloco C, sala C07, é o de Microbiologia. O local é utilizado pelos alunos dos cursos de Agroindústria e Química (técnicos), além da disciplina de biologia que há no ensino médio. A área total da sala é de 81,48m² (comprimento: 13,58m² X largura: 6,00m²), sendo que no fundo da sala há um cômodo reservada para higienização, porém é utilizada como depósito. Três janelas do (tipo J2), de ferro e vidro basculante, medindo L:440cm X H:90cm ao lado da porta principal, do outro lado da sala há mais três janelas (tipo J1), de ferro e vidro com 4 folhas de correr, medindo L:440cm X H: 200cm. A porta (tipo P7), é um portão de correr em chapa metálica calafetado e pintado com tinta automotiva com trilho suspenso, no fundo da sala há uma porta (tipo P1), de madeira com aplicação em esmalte sintético, medindo L:90cm X H:210cm, que dá acesso ao cômodo. O piso (tipo 1) granilite em tons de cinza, a parede (tipo 1) rebocada e pintada e o teto (tipo 1) sanduíche sobre estrutura metálica. A iluminação é composta por lâmpadas fluorescente, mas o local tem um bom acesso de luz solar. No laboratório há duas mesas coletivas para 5 pessoas cada, um balcão com uma capacidade mais abrangente. Há ainda vários equipamentos voltados para o manuseio dos alunos, sendo eles: balança de precisão eletrônica digital, chapa aquecedora, centrifuga de laboratório, refrigerador duplex, estufa de esterilização e secagem, incubadora controle automático de temperatura microprocessado, cabine de segurança biológica classe 1, estufa de esterilização e secagem com renovação e circulação de ar,


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microscópio biológico binocular, contador de colônias, estufa para cultura bacteriológica, microscópio biológico trinogular, microscópio trinocular estereoscópico com zoom, sistema de eletroforese, coletor de frações,bomba peristáltica e dosador de meio de cultura, liofilizador de bancada, agitador vortex, forno micro-ondas, centrifuga refrigerada, banho maria duplo, autoclave, incubadora, balança eletrônica, balança digital . O atendimento deste laboratório se faz com a técnica Mariana Torres de Castro, tecnóloga em alimentos. Para a utilização do espaço é necessário o agendamento com a mesma, com 48hrs de antecedência. O Laboratório de Processamento de Carne, sala C08, bloco C, chamado também por “planta”. O local é utilizado por alunos do curso de Agroindústria (técnico). A área total da sala é de 108,18m² (comprimento de 18,03m² e largura de 6,00m²), onde no fundo da sala há duas portas para dois cômodos, um que é utilizado para a higienização e o outro para depósito. Quatro janelas (tipo J2), de ferro e vidro basculante, medindo L: 440cm X H:200cm no lado da porta de entrada, no outro lado da sala há quatro janelas (tipo J1), de ferro e vidro com 4 folhas de correr, medindo L:440cm X H:90cm. Há duas portas principais (tipo P7), de correr em chapa metálica sobre estrutura metálica calafetado e pintado com tinta automotiva com trilho suspenso, medindoL:150cm X H:210, ao fundo da sala há duas outras portas (tipo P1), de madeira e esmalte sintético, medindo L:90cm X H:210cm. O piso (tipo 1) granilite em tons de cinza, parece (tipo 1) rebocada e pintada e o teto (tipo 2) com laje rebocada e pintada. A iluminação é composta por lâmpadas fluorescente, mas o local tem um bom acesso de luz solar. No laboratório contém: freezer horizontal duas portas, triturador de grãos, talha manual,moedor de carne aço inox, tumblera vácuo, amaciador e preparador de carne, seladora de mesa para sacos de polietileno e polipropileno com acionamento manual, embutidora alimentícia vertical (para salsicha, linguiça), balança analítica com sistema de calibração, micro injetora manual, seladora a vácuo, defumador compacto, liquidificador industrial, fogão industrial 2 bocas, refrigerador vertical, cortador manual/elétrico; cutter, misturadeira de carne, máquina de gelo em cubos, cutter (cortador), chapa aquecedora, cortador de frios, balança digital, plataforma de impacto para recepção de latões, balança de precisão eletrônica, balança eletrônica digital bivolt. O atendimento neste laboratório se faz com o técnico Wagner Bartolomeu Correa Lins Junior, tecnólogo em alimentos. Para a utilização do espaço é necessário o agendamento com o mesmo, com 48hrs de antecedência. O Laboratório de Processamento de Leite, sala C14, bloco C é utilizado por alunos do curso de Agroindústria (técnico), assim como o anterior, só estando divido devido a o risco de


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contaminações de produtos. A área total da sala é de 108,18m² (comprimento de 18,03m² e largura de 6,00m²), onde na lateral esquerda da porta principal há uma outra porta que da acesso a um cômodo, utilizado para higienização. Quatro janelas (tipo J2), de ferro e vidro basculante, medindo L: 440cm X H:200cm no lado da porta de entrada, no outro lado da sala há quatro janelas (tipo J1), de ferro e vidro com 4 folhas de correr, medindo: L:440cm X H:90cm. Há duas portas principais (tipo P7) de correr, em chapa metálica sobre estrutura metálica calafetado e pintado com tinta automotiva com trilho suspenso, medindo: L:150cm X H:21cm, na lateral esquerda há uma outra porta (tipo P1), de madeira com aplicação em esmalte sintético, medindo: L:90cm X H:210cm. O piso (tipo 1) granilite em tons de cinza, parede (tipo 1) rebocada e pintada e o teto (tipo 2) com laje rebocada e pintada. A iluminação é composta por lâmpadas fluorescente, mas o local tem um bom acesso de luz solar. No recinto há:liquidificador industrial, despolpadora de frutas, tanque de lavagem inox com cesto, tacho para doce de leite com exaustor – fundo semi esférico, autoclave vertical, extrator de suco médio, divisora de massa, incubadora, cortador de legumes tipo manual, modeladora de pães, maquina de gelo em cubos, desidratador, balança eletrônica, armário para panificação, descascador de legumes, balança digital, multiprocessador de alimentos, seladora de pedal, resfriador de líquido, tanque para cozimento de massas, freezer horizontal 2 portas, batedeira industrial, par de liras para corte de massas vertical/horizontal, mesa de evisceração, liquidificador basculante, balança analítica com sistema de calibração, fogão industrial, forno elétrico, refrigerador vertical, iogurteira elétrica, amassadeira basculante, maquina de fazer massa, batedeira planetária, seladora de embalagem a vácuo, forno industrial a gás, sorveteira. O atendimento neste laboratório se faz com o técnico Wagner Bartolomeu Correa Lins Junior, tecnólogo em alimentos. Para a utilização do espaço é necessário o agendamento com o mesmo, com 48hrs de antecedência. O laboratório de Química Geral e Química Orgânica se encontra no bloco C, sala C05, e é utilizado pelos alunos dos cursos de Agroindústria e Química (técnicos), Processos Químicos (superior), além da matéria de química ofertada pelo ensino médio. Tendo a área total de 88,92m² (comprimento de 14,82m² e largura de 6,00m²), ao lado esquerdo da porta principal há outra porta que dá acesso a um cômodo, que serviria para a higienização, porém é utilizado como depósito. Ao lado da entrada principal há três janelas (tipo J2), de ferro e vidro basculante, medindo: L:440cm X H:90cm, no lado posterior há mais três janelas (tipo J1), ferro e vidro com quatro folhas de correr, medindo: 440cm X 200cm. A porta principal (tipo P7), sendo um portão de correr em chapa metálica calafetado e pintado com tinta automotiva com trilho suspenso, medindo: L:150cm X H:210cm, ao lado esquerdo da portal principal se


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encontra uma outra porta (tipo P1), de madeira com esmalte sintético, medindo: L:90cm X H:210cm, que dá acesso a uma sala de higienização usada como depósito. O piso (tipo1) de granilite em tons de cinza, a parede (tipo1) rebocada e pintada e o teto (tipo 1) em telha metálica sanduíche sobre estruturas metálicas. A iluminação é com lâmpadas fluorescentes, mas o local tem um bom acesso a luz solar. No recinto há os seguintes equipamentos: manta aquecedora, analisador de atividade de água, gabinete metálico, liofilizador de bancada, gabinete metálico frente na cor azul, centrifuga de laboratório, agitador eletromagnético para peneiras redondas, peneira granulometria, agitador mecânico, dessecador sem vacuômetro, estufa de esterilização e secagem, forno mufla: forno elétrico de aquecimento direto por resistência, destilador de nitrogênio, centrifuga de bancada, centrifuga de tubos: centrifuga clínica angulo fixo, analisador de umidade, agitador magnético com aquecimento, agitador magnético, extrator de óleos e graxas através de solventes, chapa aquecedora, balança analítica, balança eletrônica analítica, refratômetro digital automático, refrigerador duplex frostfreecapacidade 324l. O atendimento neste laboratório se faz com atécnicaMaria Julia dos Santos Dantas, tecnóloga em Química. Para a utilização do espaço é necessário o agendamento com a mesma, com 48hrs de antecedência. O laboratório de Físico-Química e Química Analítica se encontra no bloco C, sala C06, é utilizado pelos alunos dos cursos de Agroindústria e Química (técnicos), Processos Químicos (superior) e a disciplina de química e física ofertadas no ensino médio. Tendo a área total de 101,52m² (comprimento de 16,94m² e largura de 6,00m²), no fundo do laboratório há uma porta que dá acesso a um cômodo usado como depósito de reagentes. No lado da porta principal há quatro janelas (tipo J2), de ferro e vidro basculante, medindo: L:440cm X H:210cm, no outro lado da sala há mais 4 janelas (tipo J1), de ferro e vidro com quatro folhas de correr, medindo: 440cm X 200cm. A porta principal (tipo P7), sendo um portão de correr em chapa metálica sobre estrutura metálica calafetado e pintado com tinta automotiva com trilho suspenso, medindo: L:150cm X H:210cm. O piso (tipo 1) de granilite em tons de cinza, a parede (tipo 1) rebocada e pintada e o teto (tipo 1) em telha metálica sanduíche sobre estruturas metálicas. A iluminação é com lâmpadas fluorescentes, mas o local tem um bom acesso a luz solar. O laboratório é composto pelos seguintes equipamentos: espectrofotômetro, agitador magnético, polarímetro de disco, dessecador sem vacuômetro, balança de precisão eletrônica, estufa para cultura bacteriológica, estufa de esterilização e secagem, chapa aquecedora, banho maria, paquímetro mecânico universal, sensor de pH, calorímetro de duplo vaso com resistor, conjunto gaseologico, balança eletrônica analítica,


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agitador magnético com aquecimento, aparelho jartest compacto, medidor de pH, capela exaustão de gases: fibra de vidro, conjunto lavador de pipetas, balança analítica com sistema de calibração, forno mufla forno elétrico de laboratório de aquecimento direto por resistência, refrigerador

duplex:

capacidade

410l,

agitador

magnético

com

aquecimento,

espectrofotômetro, manta aquecedora classe 300, capacidade 50 ml, condutivimetro de bancada, polarímetro de disco,

microcomputador pessoal notebook, dessecador sem

vacuômetro, densímetro para álcool, sensor de temperatura, peneira granulometria, calorímetro de agua em jaqueta de alumínio com agitador e termômetro, viscosímetro de Ostwald-Fenske, micropipeta volume variável, chapa aquecedora, estufa de esterilização e secagem, triturador homogeneizador, refratômetro digital automático, medidor de densidade líquidos, agitador mecânico, fotômetro de chamada digital microprocessador com compressor, destilador de água em inox tipo pilsen, moinho universal, bomba a vácuo, sistema purificador de água por osmose reversa, chuveiro e lava-olhos O atendimento neste laboratório é feito com a técnica Maria Júlia dos Santos Dantas, tecnóloga em química. Para a utilização do espaço é necessário o agendamento com a mesma, com 48hrs de antecedência. Para a utilização destes laboratórios, exceto o de informática, há a necessidade de higienização e vestimentas adequadas para as realizações dos trabalhos descritos pelos professores. A presença do docente se faz necessária, porém a do técnico é indispensável para o manuseio dos equipamentos. Podemos perceber que a observação do espaço escolar se faz não apenas nele como espaço físico, pois: A escola seria, assim, um espaço demarcado, mais ou menos poroso, no qual a análise de sua construção, enquanto lugar, só é possível a partir da consideração histórica daquelas camadas ou envolventes que o configuram e definem” (VIÑAL, 1998, p.81). Buscando fazer uma análise etnográfica dos locais, como sugere Marli Eliza Dalmazo Andre, percebemos que é a vivência dos alunos no espaço que constitui faz dele a constituição do todo. As formas de relação, de comportamento e de aprendizagem demonstra a importância dos laboratórios na formação e no cotidiano dos alunos. Uma vez que, estes trazem uma forma prática mais dinâmica e atuante na carreira e em seu desenvolvimento profissional. A forma de convívio do IFTM se diferencia de outras escolas, além de ser uma escola técnica e somente para o Ensino Médio, as condições que esses laboratórios oferecem é extremamente gratificante para os alunos. Quando utilizam dos espaços é fácil à compreensão


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de realização estampada em suas faces, veem aquilo como uma grande carga de experiência, parece que fantasiam estar no próprio mercado de trabalho. Outro ponto válido é a relação que há entre os alunos e os técnicos dos laboratórios, pode se ver diariamente nos corredores das escolas e mesmo nas aulas, uma relação bem harmônica, amigável e ao mesmo tempo profissional entre os mesmos. Por outro lado, percebemos a dificuldade para adquirir produtos de uso nos laboratórios. As formas de acessibilidade também são limitadas, de maneira que este relatório foi produzido em parceria pelos discentes: Jeovan Alves dos Santos e Eduardo Mattos, do PIBID/História UFU – Campus Pontal, um deficiente visual (baixa visão) e um vidente, foi percebido que em todos os laboratórios observados não há acessibilidade em relação a prática dos currículos dos cursos oferecidos pelo Instituto. Sabendo que o governo federal tem investido nesta área de inclusão, visto que, no IFTM - Campus Ituiutaba, não possui ainda alunos com qualquer tipo de deficiência, porém no momento que começarem a surgir demanda, acredita–se que irão se adequando as necessidades. A observação realizada teve uma relevância muito favorável no pensar e no agir, referente ao espaço escolar e da escola como lugar. Proporcionando uma experiência rica e única na formação de futuros profissionais do ensino.

5 - Setores Administrativos do Instituto Porque “A racionalização burocrática – divisão do tempo e do trabalho escolares – e a gestão racional do espaço coletivo e individual fazem da escola um lugar em que adquirem importância especial”, (FRAGO, 2001:80) passamos a seguir à observação do espaço ocupado pela administração do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, parte burocrática da escola que, ao mesmo tempo em que cuida de toda a vida escolar dos alunos e de todos os funcionários da escola, muitas vezes, por ausência de contato pessoal, não conhece os rostos dos mesmos. Todos os funcionários que trabalham nesse setor administrativo são conhecidos como Técnicos, o que se diferencia em relação pessoal com os Técnicos dos Laboratórios, que possuem contato mais estreito com os alunos. As salas do Instituto são numeradas de acordo com os blocos do qual fazem parte, é no Bloco A que se encontra todo o setor administrativo do IFTM, portanto, as numerações das


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salas começam sempre com A e o número da sala. Há também um Bloco em separado que é onde se localiza o Almoxarifado/Prefeitura de Campus. A sala A11- Originalmente denominada como Pedagogia, hoje recebe o nome de Sala de Licitação- Contratos e Compras, sendo responsável pelas aquisições do Campus bem como a Contratações. Seus coordenadores são os técnicos Thiago e Ariadne. A sala A07Originalmente denominada como Financeiro Logística - hoje recebe o nome de Financeiro e Contabilidade. Assim como a numeração da sala, que atualmente passou a ser o número A10 e é responsável pela execução orçamentária e coordenação do recurso financeiro, não possuindo coordenadores, mas tendo como funcionárias: Sirlene e Ana Carla. A sala A08 é a sala de Coordenação de Curso. Na sala A07 fica a Coordenação de Pesquisa e Extensão, é onde se coordena as pesquisas, extensões, bem como estágios dos cursos, sua coordenação fica a cargo da Técnica Kerllen. A sala A06, não menos importante que as da administração, é onde localiza-se a Copa, tendo como funcionária e coordenadora Nizete, pessoa que, nota-se durante nossos momentos de interação com o pessoal, é muito querida por todos. A copa possui horários determinados para a funcionária fazer café e chá: 06:45 h, 08:45 h (o café das 9h é levado para os professores), 13 h e depois às 15h. é o local onde os técnicos se reúnem em determinados momentos, comem, conversam e socializam, não somente eles, mas os bolsistas do PIBID também. Todos os funcionários podem esquentar comida ou guardá-la na geladeira. Os alunos só podem guardar seus mantimentos na copa ou esquentá-los, sob autorização. A sala A05, onde está a Recepção/ Secretaria é responsável por encaminhar as pessoas que chegam ali para os locais que desejam ir, bem como é responsável também pelos xerox (apenas para funcionários do Instituto). Na sala A02,originalmente denominada como Direção Administrativa, possui 2 setores:Atualmente recebe o nome de Coordenação Geral de Administração e Planejamento e Coordenação de Controle. Ambos são responsáveis por todas as normas que existem na Escola, bem como sua fiscalização, tendo como coordenadores: Geral: Anivaldo (não estava presente no momento da observação), Abelar e Cristiano, na Direção Geral, a coordenadora Ana Paula (não estava presente no momento da observação). A Sala A03 era Originalmente denominada como Direção de Ensino, mas atualmente é chamada de Coordenação Geral de Ensino e Extensão. A Sala A04, originalmente denominada como Sala de Coordenações, atualmente recebe o nome de Coordenação de Cadastro e Registro Acadêmicovulgo "Secretaria", sendo responsável pela emissão de certificados, Histórico Escolar, bem como outros documentos da vida escolar do aluno e é coordenada pela técnicaDallyana. A Sala de Coordenação de Administração do Campus/ Prefeitura de Campus


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é responsável pela engenharia, bem como o transporte, dentre outros aspectos físicos do campus, tendo como coordenadores: Carlos- responsável pelo setor do transporte, Coordenador do Setor geral: Eric- Engenheiro agrônomo e Arthur- Engenheiro Civil. A Sala H06 é o Setor de Almoxarifado, seus coordenadores são Luís Fernando e Marco Antônio, sendo responsáveis por tudo que passa por ali que os professores/alunos precisam, como por exemplo,as Carteiras, mesas, dentre outros objetos. Todos os materiais encontrados ali, exceto bens de consumo, são inventariados e etiquetados.

6 - Os espaços abertos do IFTM A fim de contemplar a afirmação de Antônio Viñao Frago (2001, p. 75) de que “O Espaço não é neutro, sempre educa”, passamos a observar a área externa do Instituto Federal do Triângulo Mineiro. Segundo Frago: Para analisar a dimensão espacial dos centros docentes [...] em primeiro lugar, se deverá considerar sua localização ou adequação em relação a outros espaços e lugares; depois, o local ou território ocupado e a distribuição, no mesmo, das zonas edificadas e não edificadas e, assim, seguir progressivamente, desde essas últimas até a sala de aula, passando pelo edifício em seu conjunto e sua distribuição interna em diversos espaços e usos. Além disso, entre um espaço e outro será necessário considerar as áreas de transição – pórticos, corredores, áreas de espera. (FRAGO, 2001:75)

Como o campus ainda é muito recente, muito do projeto ainda está em execução, incluindo algumas estruturas da área externa. A via única que dá acesso ao campus, intitulada de Avenida Mauro Baduy, é asfaltada, porém sem acostamento, de mão dupla, estreita, e interceptada por uma ponte que passa sobre um córrego, terminando em uma rotatória em frente à portaria do campus. Com uma área total, segundo a planta, de 106, 88 m², a Guarita ou Portaria, é composta de um prédio branco gelo acrílico, retangular, de 8,20 m de altura x 4 m de largura x 8,15 m de comprimento. Os rodapés são em ardósia, de 10 cm de altura, há uma faixa horizontal de 75 cm de altura, de látex PVA cor concreto, seguida por uma faixa horizontal de 8 cm de tinta cor branco gelo acrílico, uma faixa horizontal de 8 cm de tinta cor verde floresta, seguida por outra faixa horizontal de 4,5 cm de branco gelo acrílico e uma faixa de 8 cm de verde floresta, o restante da parede é em branco gelo acrílico. A Guarita possui uma sala frontal de 3,20 m de altura, por 4,0 m de cumprimento e 3,70 m de largura, constituída de concreto maciço e vidro laminado com isolante térmico. A parede de frente à entrada da área


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é constituída de concreto e grandes janelas de vidro (duas delas sendo pivotantes verticais de vidro laminado 8 mm de medidas 53x120x100 cm, duas de vidro laminado 8mm fixas, de medidas 77x120x100 cm, e uma grande janela frontal, de vidro laminado fixo, 8 mm, de dimensões 227x120x100 cm) que possibilitam ampla visão da área externa frontal. Nas paredes laterais, há, em cada uma, uma porta de vidro laminado 8 mm com isolante térmico de medidas 80x220 cm. Também constam uma janela em cada lado, de um metro de pé direito, de vidro laminado 8 mm com isolante térmico, de medidas 80x120x100 cm. Na parede de trás, há duas janelas de vidro laminado 8 m, pivotantes horizontais, de medidas 60x60x160 cm. Acima delas, sobre a laje piso, há uma janelinha de acesso, onde, dentro da estrutura, se localiza a caixa d’água de 500 L da Guarita. A portaria/guarita é bem iluminada naturalmente devido às grandes janelas, há bancadas de mármore negro em cantos específicos ao longo das paredes, e perto do banheiro. É equipada com ar condicionado e iluminação elétrica, além de ter uma TV e muitas tomadas. A Guarda de Segurança que estava presente no momento da observação chama-se Laurinda, ela afirma que a guarda da guarita é feita em turnos de 12 em 12 horas, trabalhando no período de 12/36. Qualquer pessoa pode entrar no Instituto sem apresentar identificação, exceto nos fins de semana. Para que os alunos deixem a instituição antes do horário previsto eles devem apresentar na portaria uma autorização por escrito da secretaria. A autorização, concedida pelo Apoio Estudantil, vem em um tipo de papel de cor específica que é mudada a cada semana a fim de evitar falsificação. A fachada da portaria/guarita do Instituto é de cor verde floresta e branco gelo, com a sigla IFTM nas laterais verdes em letras brancas e, em cima, sobre o prédio, estão os dizeres em letras brancas em fundo verde, iluminadas por lâmpadas fluorescentes: “Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro Campus Ituiutaba”. Ao lado dessa fachada, no chão de calçada, há a presença de tapete tátil, desde a calçada até a guarita. O Tapete é pouco convencional e não oferece acessibilidade, não há sinalização para deficientes ou pessoas de baixa visão, ele inicia-se dentro da vaga de cadeirante, na calçada e segue muito perto da cerca até ao lado da guarita, onde indica que o deficiente visual deve atravessar a rua de acesso para o lado da Portaria, ficando, a parte da rua, sem indicação alguma, em seguida, ele recomeça em frente a porta da guarita e segue ladeando-a, passa muito próximo às lâmpadas de iluminação terrena e termina no meio do Canteiro que ainda está em obras e separa as duas vias de acesso – entrada e saída – isso se repete em ambos os lados da portaria. Se o projeto continuar como estão as obras, a via do acesso de deficientes visuais deverá ser


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por esse Canteiro que separa as duas vias, ou pelas calçadas laterais que estão sendo construídas. Após a Portaria/Guarita, de um lado, há uma via de acesso para entrar no campus, e do outro, uma via de acesso para sair, ambas de mão única, estreitas, sem acostamentos, pavimentos, ou meios-fios – que estão sendo colocados agora. Há uma distância de pouco mais de 500 m entre a Portaria e o Prédio Principal ou Prédio I de recepção. O Estacionamento está sendo construído no momento e será constituído de piso Intertravado hexagonal, sendo que esse material está amontoado em pilhas grandes de pedras ao redor do campus, concentradas em pequenas partes de grama ou mato, agrupadas principalmente em três montes, alguns perto do Bloco G, outras próximas ao almoxarifado, outras ainda, próximas ao retorno nas vias de acesso. Na via asfaltada de acesso ao campus, próximo à portaria, há uma intervenção de terra por onde os principais meios de transporte escolar (ônibus coletivos e vans) entram, dirigindose ao Bloco E das salas de aula, onde o chão ainda é de terra e poeira. O Horário de chegada dos ônibus é de aproximadamente 07:00 Hs e de saída, mais ou menos 17:00 Hs. O Espaço entre os Blocos G e B, constituído por grama e terra, está sendo utilizado temporariamente como estacionamento de veículos utilitários. Ao redor desse espaço, há uma grande quantidade de mato, onde estão depositadas as partes de mesas e bancos de cimento, algumas já muito danificadas ou quebradas, que serão distribuídas futuramente pelos espaços ao redor do campus, como por exemplo, no jardim da Biblioteca. O Espaço em “V” entre um prédio e outro, em frente à via de acesso, é constituído em seus vários níveis e subníveis, por Grama Batatais e várias mudas de árvores de espécies distintas. Além de contar com uma casinha de abrigo para 4 botijões de gás, possivelmente, que servem ao refeitório, uma vez que se localiza no rumo deste; Esse espaço é usado livremente pelos alunos e demais funcionários do Instituto para transitar entre um prédio e outro desprezando assim as rampas de acesso e as escadarias. Logo na entrada do bloco A, do lado da principal fachada do Instituto, está localizada a caixa d’água do local - pintada de verde floresta similar à descrita na portaria – protegida por uma cerca/alambrado, retangular, com entrada desprotegida virada para a via de acesso. Ao longo dos corredores cobertos, ou área de Circulação Coberta, dos blocos dos dois Prédios, há bancos de cimento retangulares, levemente arredondados nas bordas superiores, disponíveis para utilização dos alunos e demais funcionários. Os pisos dessa área são de Pedra Miracema, as paredes são rebocadas e pintadas em branco gelo e o teto é de cobertura em telha metálica sanduíche sobre estrutura metálica. Ao longo desses corredores, há ainda,


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tomadas de energia, vasos de plantas e bebedouros de água ocasionais; Alarmes, Mangueiras e 2 pares de Extintores de Incêndio (um de pó Químico contra Equipamentos Elétricos e Líquidos Inflamáveis; e outro de Água, contra Aparas de Papel e Madeira), distribuídos regularmente ao longo de toda a área, com avisos nas paredes para que os alunos não alterem ou estraguem os extintores. Na parte traseira do Prédio 1, onde localiza-se o Almoxarifado, há uma espécie de estacionamento, em frente ao local, onde também está localizado várias pilhas de Piso Intertravado, a ser colocado no Estacionamento; Há uma estrada de terra estreita, de via única, que circula todo o perímetro dos dois prédios, saindo do Almoxarifado, passando por trás do Jardim da Biblioteca, circulando o prédio pelos laboratórios, passando atrás do Bloco G e terminando na via de acesso de terra dos transportes escolares. Por trás do Prédio 1, próximo aos laboratórios, após o Jardim da biblioteca, há uma área gramada onde localiza-se em nível superior ao solo plano, uma espécie de cobertura mínima de cimento que protege o padrão e a caixa de força do Instituto, juntamente com o poste do transformador. Ambas as estruturas cercadas por uma cerca/alambrado, guardada por um portão azul de grade, resguardado por um cadeado. Ao longo do terreno, notam-se ainda três pequenas caixas amarelas tampadas de cimento no solo, vários canos de descarga dos dejetos que correm pelas valetas no decorrer do prédio; Mais à frente, no fim do bloco, em frente aos fundos dos Laboratórios, encontra-se uma casinha retangular, branca gelo, de cimento, com data de 10 de Junho de 2013 (presente na Placa de Inauguração), para armazenamento de Gás Encanado para Refeitório e Laboratório. Na casinha encontram-se 4 botijões de gás, separados por uma parede de concreto, em duplas, cada dupla, resguardada por um par de portões azuis vazados de grade, trancados por correntes e cadeados. Há, do lado de fora, na parede lateral direita, um par de extintores de incêndio (um de 6 Kg, outro de 12 Kg, ambos compostos de NaHCO 3, Bicarbonato de Sódio, contra líquidos inflamáveis e Equipamentos Elétricos). Percebo dois trabalhadores dormindo deitados na calçada atrás do Prédio 1, onde encontra-se as estruturas acima descritas, um deles me vê observando, mas nem se incomoda. Como não há quadras de esportes, a área mais plana de terreno gramado, entre os Laboratórios e o Bloco G é utilizada como quadra pelos alunos. Há dois postes de madeira fincados ao chão, onde os discentes amarram a rede de Vôlei/Peteca (ao que parece, o esporte favorito deles), e utilizam uma fita amarela colocada ao chão para demarcar o perímetro do que seria a quadra. Ali eles brincam dependendo do tempo, clima e seus horários vagos, ou intervalo de lanche.


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Áreas de Convivência No Instituto, chama-se área de convivência toda área coberta, ampla e espaçosa onde os alunos possam se agrupar (conviver). Ao todo, há quatro áreas de convivência ao longo dos dois prédios. A Área de Convivência Iestá localizada no prédio I, entre a sala de Assistência Estudantil (que possui uma grande janela para atender aos alunos voltada para esse espaço), e a sala da Tecnologia da Informação. É um espaço amplo, aberto, possui uma lousa de avisos em sua parede oposta à janela da Sala do Atendimento Educacional, com um quadro como Logotipo e o nome do IFTM, uma torneira e um recipiente de pilhas. Há nesse espaço, um vaso grande quadrado feito de concreto com arbustos de diversos tipos em cada canto do espaço, um conjunto de lixeiras com as cores que classificam cada tipo de lixo, e 2 conjuntos de 3 cadeiras integradas de cores azuis onde os alunos se sentam para matar o tempo. Um destes conjuntos encontra-se nesse momento encostado a uma cadeira em frente à janela de atendimento, o outro, está entre duas pilastras centrais, do corredor do acesso aos funcionários virado para a paisagem de fundo. Mais uma vez há alguns alunos neste espaço, dois alunos sentados nas cadeiras na mesa, um terceiro sentado na beira da canaleta ao lado da mesa, e o outro de pé. Este local também é uma área de transição entre a área dos funcionários dos setores administrativos e o restaurante do campus. Daqui nota-se de um lado, o campus entre os dois prédios, o guarita/portaria do Instituto, bem como as obras sendo feitas para o futuro estacionamento e uma parte da cidade. Do outro lado, nota-se o almoxarifado, uma construção utilizada como estacionamento, uma casinha, e a vegetação natural do cerrado. Área de convivência II – Biblioteca Localizada entre a parede lateral da Biblioteca e as escadas e rampa de acesso, ainda no prédio I, a área de convivência II possui seis mesas longas e retangulares com bancos igualmente longos e retangulares integrados.As estruturas das mesas e de seus bancos são feitos de metal negro e seus tampos são de compensado na cor branco gelo, os quais a maioria já começando a se desgastar. A parte dos alunos que utilizam esse espaça (que é o 3° mais popular depois da área de convivência 3 e da 1ª que e a Biblioteca) em sua maioria até agora pela observações feitas, ou ò utilizam para dormir ou para fazerem tarefas, poucos estão ali só por estar ou para lanchar. Essa área apresenta, porém, grande fluxo de movimento pelo corredor e pelas escadas por serem os espaços de transição mais populares entre os níveis. Do lado direito do corredor, há um muro que não permite a vista, por estar localizada no nível médio do prédio, encostado nele localizam-se 5 lixeiras com as cores que classificam cada


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tipo de lixo. Mas do lado esquerdo há grades vasadas de cor azul com pouco mais de um metro de altura que nos permitem ver, a estação de energia do campus, e ao fundo a paisagem de mata verde, com estrada de terra e construções distantes que são sufocadas pela vegetação. Área de convivência III – Lanchonete A área de convivência III localizada na lanchonete é talvez o local mais popular do campus, especialmente aos intervalos. Durante o dia, as aulas tem três intervalos, das 9:1010:11 hs; das 11:10-13:00 hs e as 14:50-15:10 hs, nesses períodos, os alunos frequentam a lanchonete e ocupam seus bancos, lotando o espaço. (Esse local encontra-se na interseção entre os prédios I e II. Em frente à lanchonete há uma área vazia de circulação coberta, ao qual os alunos também utilizam para jogar peteca em seus horários vagos, utilizando-se das traves do teto de telha metálica sanduiche sobre estruturas metálicas sanduiche, como rede para o jogo. As vezes há uma multidão de alunos reunidos ali, só para assistir a batalha. Há tambores de lixo com suas classificações. Mas este local também e utilizado como espaço para mostras de trabalhos. Há também um orelhão, um bebedouro e uma mesa longa [como as da área de convivência 2],porem, sem o tampo, restando somente os dois longos bancos integrados de coloração branca.) A lanchonete, composta em forma de “L” com uma cozinha fechada no interior. Ela é composta externamente em sua parte frontal por sete mesas enfileiradas, com tampos de granito/mármore negro, com estruturas e ferro negro e quatro bancos integrados circulares, com tampo de madeira na cor branca. Na lateral da lanchonete há mais seis mesas em mesmo estilo, algumas lado a lado, outras enfileiradas, diferenciando-se apenas devido aos bancos, onde algumas apresentam somente dois bancos conjugados de três lugares. Nota-se que se ficarmos muito tempo observando os alunos, acabamos nos mesclando a eles sem de fato nos misturarmos. E que se nos focarmos em determinado grupo por muito tempo, eles sentem-se desconfortáveis, olham-nos com estranheza e não se aproximam. A mesa que me sento possui quatro lugares, mas ocupo somente um, contudo, alguns alunos preferem ficar de pé a oferecer um segundo olhar. Há uma televisão trancada em um suporte no alto de uma pilastra na interseção entre as duas partes da lanchonete, permitindo que ambos os lados possam assistir os eventos. Contudo, nesse tempo de observação, eu nunca a vi em ação. Próximo à TV, há uma placa branca pendurada à viga no teto, onde circunscrevese o símbolo da IFTM e o nome Lanchonete. Nas pilastras que rodeiam a lanchonete e na parede lateral há vários ganchos parafusados há mais de 1,60 m de altura para que os alunos possam pendurar suas mochilas, o que, mais uma vez, nunca acontece, pois as mochilas são


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pesadas e cederiam ao peso de seu material juntamente com a altura em que estariam. Alguns alunos trazem, ainda, instrumentos musicais como violão e utilizam esse espaço para tocar e se divertir no intervalo entre as aulas. Área de Convivência IV – Refeitório Localizada entre o refeitório e o auditório, fica em frente aos banheiros (em frente ao refeitório), possui bebedouros de água para todas as pessoas, três vasos grandes de plantas diversas, localizadas ao lado de duas pilastras que margeiam o espaço, e uma mesa retangular ampla (como a da área de convivência II), porém falta-lhe o tampo, restando somente os bancos para serem utilizados pelas pessoas. Encontramos nesse momento, sendo utilizada por sete adolescentes que conversam descontraidamente entre si. A parede oposta a do refeitório (que contemos bebedouros e a entrada para os banheiros) é pintada nos padrões da parede externa da Guarita (os rodapés são em ardósia, de 10 cm de altura, há uma faixa horizontal de 75 cm de altura, de látex PVA cor concreto, seguida por uma faixa horizontal de 8 cm de tinta cor branco gelo acrílico, uma faixa horizontal de 8 cm de tinta cor verde floresta, seguida por outra faixa horizontal de 4,5 cm de branco gelo acrílico e uma faixa de 8 cm de verde floresta, o restante da parede é em branco gelo acrílico) e de todas as paredes externas do Instituto. O teto é em cobertura em telha metálica sanduiche sobre estrutura metálica e o piso é em pedra Miracema. A parede do refeitório, por sua vez, é toda branca, com dois pares de portas de correr (uma para se entrar e outra para sair) em vidro temperado de dimensões 2,5 X 3,0 m. A palavra “Refeitório” encontra-se escrita em letras verdes na parede em branco gelo acrílico, rebocada e pintada. Ao lado dessas portas, encontram-se janelas de vidro temperado fixo, de dimensões 6,5 X 3,0 m. A maior parte das laterais do refeitório é composta por janelas de vidro temperado com partes fixas até 1,5 m de altura e janelas de correr de 1,5 m até 3,0 m de altura. Não temos autorização da empresa privada para adentrar o refeitório, porém, é uma área bem ampla, com três fileiras de mesas longas (do tipo presentes na Área de Convivência II). Logo na entrada há uma catraca para que os alunos passem o cartão, juntamente com uma mesas de recepção onde os estudantes pagam metade da refeição (por alto, especulamos que a refeição equivale a um valor de R$ 8,0 reais, mas o Instituto custeia, por meio da carteirinha estudantil, metade do valor, ficando os discentes a cargo de pagar o valor restante). Na porta de saída também há uma mesa de controle para que se comprem os tickets de alimentação. Há um dia específico para se comprar os tickets e o pessoal do refeitório cola nos vidros o


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cardápio semanal, que é variado de semana em semana, baseado em acompanhamento com um nutricionista específico da empresa. Observando no geral, os corredores, as áreas de circulação também adquirem um caráter de área de convivência, exceto quando o sol invade a propriedade e queima quem fica exposto por algum tempo, por ser um campo aberto, a instalação é muito aberta e iluminada, sujeito a luz e calor, e também ventos fortes ou brisas, a não ser nesses casos, os alunos utilizam-se dos bancos dos corredores, das canaletas, de todo o lugar em que se possa sentar para interagirem entre si de forma que transforme o espaço em lugar de convivência, de estabelecer relações, para conversar, flertar, namorar e discutir, chorar e rir, bem como utilizar-se das diversas tomadas para carregar seus aparelhos eletrônicos como celulares, tablets ou notebooks. Por ser o Instituto de tempo integral, com estudantes do ensino médio em pleno afloramento emocional, é aqui que a vida dos alunos se passa, mais intensa, muitas vezes, do que a dos funcionários. É nesse espaço que se descobre, além do estudo e aprendizagem, a viver. É aqui que se conhecem os amores, que florescem as amizades, que crescem os romances, que se bebe das incertezas, que se saboreia das desilusões, que se vive o intenso, que se ri e que chora, que discute, briga, aproxima e afasta, começa e termina. São universos diferentes colidindo entre si o tempo todo em relações entre aluno-aluno, alunoprofessor, aluno-funcionário, aluno-sistema, alunos-meio ambiente, alunos-animais e viceversa.

7 - Considerações Finais Durante o período de seis meses de observações, acompanhamos o cotidiano da comunidade escolar nos espaços físicos, especificadamente salas de aula e auditório. O espaço que mais vimos em funcionamento foi o auditório. Acompanhamos atividades que foram realizadas para os alunos do Instituto, tanto no auditório quanto nas salas de aula, observamos sua estrutura, o que a compõe e como esse espaço em si pode contribuir para a formação desses discentes. Por estamos falando de espaço, logo pensamos em lugares e para entender no apoiamos em Antonio Viñao Frago, pois sua definição para esses termos nos possibilita um maior entendimento em relação de suas finalidades. Para Frago (2001) “a escola enquanto instituição ocupa um espaço e um lugar. Um espaço projetado ou não para tal uso, mas dado, que está ali, e um lugar por ser um espaço ocupado e utilizado”. Neste caso o Instituto federal


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do Triângulo Mineiro seria o espaço, já o lugar seria os significados, os signos que lhe são atribuídos pelas/os sujeitos que o utilizam. É importante ressaltar que essas atribuições são modificadas ao longo do tempo, pois são reesignificados pela comunidade escolar. Dito isso, observamos que pelo fato das/os discente passarem o dia todo no IFTM, em seus intervalos tanto as salas de aulas quanto o auditório (às vezes), são utilizados de outra maneira, como por exemplo, para descansar. Por ser um ensino integral, pensamos que a arquitetura do ambiente deveria confortar as/os sujeitos do instituto, mesmo sendo um ambiente de ensino que tem isso bem claro e diferenciado, mas estamos tratando de um ambiente no qual pessoas passam maior parte de seu tempo dentro desses espaços, por isso acreditamos que deveria ter pelo menos um ambiente apropriado para descanso em intervalos. Ao pensar na instituição escolar, podemos refletir em como os saberes e práticas disciplinares podem afetar a subjetividade de cada individuo. Os corpos são rigorosamente controlados por essas práticas sobe a finalidade de incorporá-los no mundo do trabalho. Mediante a isso, percebemos através de Frago que o IFTM é espaço e lugar, essa junção possibilita uma construção cultural. Neste aspecto levamos nossa discussão para o termo de cultura escolar e para definir este conceito, recorremos a Dominique Julia que nos fornece como definição do conceito, sendo dele: “um conjunto de normas que definem conhecimentos a inculcar, e um conjunto de práticas que permitem a transmissão desses conhecimentos e a incorporação desses comportamentos, normas e práticas coordenadas a finalidades que podem várias segundo as épocas (finalidades religiosas, sociopolíticas ou simplesmente de socialização” (JULIA, p.10. 2001). Pode-se concluir a partir desse aparato teórico que quando o espaço físico adquire significado (que são atribuídos pelos indivíduos que cotidianamente o transformam) tem por finalidade moldá-lo, atribuindo moral, ética e juízos de valores para um determinado fim social.

8 – Referências Bibliográficas ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo A. de. Etnografia da Prática Escolar. Campinas: Papirus, 1995. ANGROSINO, Michael. Etnografia e observação participante. Porto Alegre: Artmed, 2009.


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FRAGO, AntonioViñao. Do Espaço Escolar e da Escola Como Lugar: Propostas e Questões.In: FRAGO, Antonio Viñao e ESCOLANO, Augustín. Currículo, Espaço e subjetividade: a arquitetura como programa. Trad. Alfredo Veiga –Neto. – 2ed. – Rio de Janeiro:PD&A, 2001. p. 61-139. JULIA, Dominique. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da Educação. Campinas: Editora Autores Associados, nº 1, p. 9-43, Jan./Jun. 2001. MARTINS, Gustavo Goulart. Curso de Formação Inicial e Ambientação Funcional – Gestão Pública. Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia – Triângulo Mineiro, 2014.


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