UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA – UFU FACULDADE DE CIENCIAS INTEGRADAS DO PONTAL – FACIP PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA
PROJETO DE INTERVENÇÃO Recreio Dirigido: espaço de resgate de jogos e brincadeiras
I. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Pibidianos responsáveis: Lucélia Maria de Castro; Luiza Cristina Costa Amaral Área: Educação Física/Recreação Coordenador Orientador: Maria Simone Ferraz Pereira Moreira Costa Supervisor Orientador: Leila Aparecida Pereira Rosa Oliveira Escola de Implementação: Escola Municipal Aureliano Joaquim da Silva - CAIC Público alvo da intervenção: Alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
II. TEMA DE ESTUDO NA INTERVENÇÃO O recreio da Escola Municipal Aureliano Joaquim da Silva - CAIC
III. TÍTULO Recreio Dirigido: espaço de resgate de jogos e brincadeiras
IV. JUSTIFICATIVA Entendemos que o recreio, como espaço escolar, é um momento de novas aprendizagens, onde as crianças deveriam usá-lo para, por meio das brincadeiras, interagirem entre si, se socializarem, aprenderem a ser solidárias e a exercerem sua autonomia. Refletindo sobre a criança da atualidade, várias indagações se fazem presentes: quais são as brincadeiras da criança de hoje? Com o que e como brincam? As brincadeiras ainda passam de geração para geração? São brincadeiras saudáveis? Observando que no momento do recreio as crianças se limitam a correr aleatoriamente, onde freqüentemente ocorrem quedas, empurrões, conflitos e até pequenos acidentes, vimos a necessidade de propor a transformação desse intervalo, para que ele seja um momento lúdico e prazeroso, com aprendizagem saudável para todos os envolvidos.
Em cima destes questionamentos é que nós, bolsistas do PIBID Pedagogia – Área Gestão, resolvemos implantar no recreio da Escola Municipal Aureliano Joaquim da Silva - CAIC atividades recreativas, jogos e brincadeiras, a fim de envolver os alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em momentos de atividades prazerosas, onde a aprendizagem se faça presente por meio do resgate de jogos e brincadeiras, criando com isso novos significados para o ato do brincar.
V. PROBLEMATIZAÇÃO No recreio as crianças brincam aleatoriamente, às vezes sozinhas, com brincadeiras sem regras somente com a observação de um servidor da escola e muitas vezes ocorrem quedas, empurrões, conflitos e até pequenos acidentes
VI. DEFINIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO Atividades recreativas, resgate de jogos e brincadeiras no horário do recreio.
VII. OBJETIVOS
A. Geral Conscientizar os alunos quais são as ações, atitudes e procedimentos mais adequados para o horário do recreio, bem como oferecer atividades lúdicas e brincadeiras variadas resgatadas da nossa cultura.
B. Específicos
Criar uma nova cultura de recreio nos anos Iniciais e consequentemente na comunidade escolar.
Resgatar os jogos e as brincadeiras que não fazem parte do repertório dos alunos atualmente.
Promover durante o período do recreio um ambiente fortalecedor das relações sociais e minimizar os comportamentos agressivos, proporcionando aos alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental momentos de interação lúdica.
Contribuir para tornar o recreio um momento mais prazeroso.
VIII. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Jean Piaget, explicando o desenvolvimento intelectual, os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio. Para ele, a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento “total” do organismo (1952). Do ponto de vista biológico, organização é inseparável da adaptação, são dois processos complementares de um único mecanismo, sendo que o primeiro é o aspecto interno do ciclo do qual a adaptação constitui o aspecto externo. Ainda segundo Piaget (1998) os jogos são essenciais na vida da criança. Eles constituem em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade. Logo, os jogos são fundamentais para as crianças, pois as análises das regras far-se-ão com que as crianças se informem e assimilem conhecimentos e conceitos. Já Vygotsky (1998), considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ele não estabelece fases para explicar o desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo nem passivo: é interativo. Logo as relações sociais que acontecem durante os jogos e as brincadeiras são importantes para que a criança se desenvolva de forma integral numa perspectiva melhor, diferentemente do que acontece se ela brincar sozinha. Por meio dos jogos e brincadeiras no recreio, as crianças aprenderam além de respeitarem regras, dividir o espaço e tempo das atividades, conversar com os colegas e a cuidar tanto de si quanto dos outros. O papel do adulto nos jogos e brincadeiras é importante, pois ele será um mediador para a aprendizagem das regras, o que é um fator que dará segurança para as crianças durante os mesmos. Segundo Vygotsky, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a criança “se apropria” dele, tornando-o voluntário e independente O recreio não deve ser um período de ócio, onde as crianças brincam aleatoriamente ou de baderna. Deve ser um momento planejado, realizado e avaliado em relação ao crescimento integral da criança, observando o avanço de sua maturidade individual e a formação de hábitos saudáveis. Atividades direcionadas pensando em um recreio dirigido propiciarão aos alunos um lazer produtivo, onde haverá menos correrias, gritarias e desavenças pelo pátio, fazendo-os conhecer uma maneira nova de brincar estimulando a boa convivência e a socialização entre eles. Para Kishimoto (1998), a criança necessita dos estímulos lúdicos, pois quando os jogos e as brincadeiras são desenvolvidos na criança, o jogo tem efeito positivo na esfera cognitiva, social e moral. Sabemos que é possível ao indivíduo aprender brincando, pois no
convívio com o outro, obedecendo às regras dos jogos e brincadeiras, aprendendo a ganhar ou perder, a esperar sua vez e a lidar melhor com possíveis frustrações. Para se desenvolverem as crianças precisam passar por processos e experiências que iram contribuir para sua formação, e os jogos e brincadeiras, com suas regras e características lúdicas (ordem, tensão, ritmo, movimento, entusiasmo, entre outros) servirão para que as mesmas explorem situações e formulem significados, assumindo ações e se tornando autônomas.
XIX. METODOLOGIA A metodologia adotada será baseada em jogos e brincadeiras do folclore brasileiro e em atividades retiradas de bibliografias especializadas em recreação e que podem ser implementadas sem grande custo ou trabalho. Como sugestão: pular corda; amarelinha; trêsmarias; peteca; passa anel; corre-cutia; jogos da velha; jogos de tabuleiro (damas, dominó); brincadeiras de roda. Num primeiro momento os alunos serão informados dos jogos e brincadeiras, das regras dos mesmos e da forma que eles ocorrerão. Esta etapa pode contar com o apoio dos professores regentes e da supervisora pedagógica. Organizando o novo recreio deve-se ter uma distribuição das atividades e também a necessidade de mostrar que para haver uma continuidade será necessário o cumprimento de regras e o zelo com o material disponibilizado. Cronograma : 2ª feira – Pular corda e Amarelinha 3ª feira – jogo da velha, três-marias, dominó. 4ª feira – Peteca, passar anel. 5ª feira – Damas, corre-cutia e brincadeira de roda.
X. RECURSOS Recursos Humanos: Bolsistas do PIBID como monitoras do projeto e alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental; Recursos materiais: Os recursos materiais para iniciar este projeto vão variar conforme a disponibilidade dos mesmos e do espaço: - Para a atividade de pular corda é necessário da disponibilidade de duas a três cordas com aproximadamente 4 metros cada;
- Para a atividade de amarelinha é necessário determinar uma área específica para que possa ser pintado o esquema no chão; - Para a atividade de jogo da velha é necessário lápis e papel; - Para a atividade com dominó é necessários que a escola tenha os jogos para disponibilizá-los - Para a atividade de três-marias precisa ser confeccionados em tecido, pequenos saquinhos de areia em grupos de cinco saquinhos; - Para a atividade de peteca é necessária a aquisição de algumas petecas. - Para a atividade de Passa Anel serão necessários pequenos anéis que podem ser argolinhas de chaveiro ou disquinhos de EVA. - Para as atividades de Jogos de Tabuleiro como Damas e Trilha, se a escola não tiver disponibilidade de tabuleiros, estes poderão ser pintados em local pré-definido pela direção da escola e as peças podem ser de tampinhas de garrafa pintadas ou círculos de EVA; -Para as brincadeiras de corre-cutia e roda não são necessários recursos materiais
XI. AVALIAÇÃO Espera-se que ao final do projeto os alunos tenham fortalecido as relações uns com os outros, com novas posturas/atitudes, e que o recreio tenha se tornado um momento de prazer e aprendizagem para todos, incluindo as bolsistas monitoras.
XII. CRONOGRAMA Primeiro e segundo semestre letivo de 2015
XIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Obras conhecidas e não lidas. VYGOTSKY, L. – Pensamento e linguagem. SP, Martins Fontes, 1988. PIAGET, Jean. Para onde vai à educação? 7° ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993 http://brasileirinhos.wordpress.com/brincadeiras/ acesso em 07.10.2014 (regras de brincadeiras)