Autoavaliação de competências: contribuição do PIBID para a formação profissional
Gérsica Gomes Rodrigues Carlos Antônio Rezende Filho Odaléa Aparecida Viana Universidade Federal de Uberlândia Resumo: A autoavaliação é o processo pelo qual um indivíduo avalia por si mesmo uma produção, uma ação, uma conduta da qual ele é oautor, ou ainda suas capacidades, seus gostos, suas performances e suas competências ou a si mesmo enquanto totalidade;a capacidade de se autoavaliar está relacionada à autorregulação, ao autocontrole e à metacognição. Neste sentido, o presente trabalho apresenta os resultados de uma atividade de autoavaliação de competências profissionais dos bolsistas do subprojeto MatemáticaPontal do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência da Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (UFU - FACIP). A atividade foi realizada na primeira semana de janeiro de 2014, na época da finalização do subprojeto, sendo que os resultados compuseram parte do anexo do relatório final encaminhado para a Capes. A ação deu-se por meio de um instrumento composto por várias questões e, entre estas, uma relação de competências profissionais (estabelecidas pelo Projeto Político Pedagógico do Curso de Licenciatura em Matemática da FACIP – UFU) que foram avaliadas pelos participantes com nota de zero a cinco pontos.Com base nas médias obtidas, verificou-se que a melhor pontuada foi a competência relativa à atuação comprometida com os valores democráticos; a menor, aquela relacionada às propostas didáticas na perspectiva da escola inclusiva. Entendendo que o professordeveria ser capaz de identificar e de valorizar suas próprias competências – estas definidas como capacidade para mobilizar conhecimentos para agir diante de situações complexas – e de pensar criticamente a respeito de sua própria prática, planejando e avaliando as mudanças, buscando autoconhecimento e autocompreensão, considera-se que a atividade pareceu ter favorecido aos pibidianosa reflexão necessária para o seu desenvolvimento profissional. Palavras-Chaves: Autoavaliação, Competências, Formação de Professores.
Contexto do Relato
Ao longo de nossas vidas, nos deparamos com situações que exigem, de uma forma ou de outra, processos avaliativos. Pode-se entender avaliação como um “julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão", conforme Luckesi (1986, p.9). No âmbito escolar, de acordo com Hoffmann (1993), a avaliação pressupõe uma reflexão permanente sobre a realidade e um acompanhamento da trajetória do aluno na construção do conhecimento.
Mas, e quando se trata de realizar uma autoavaliação? E quando a autoavaliação é realizada por professores em formação? Esta foi uma das situações propostasaos bolsistas do subprojeto Matemática Pontal do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Federal de Uberlândia – Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (UFU - FACIP). Um dos objetivos do programa é contribuir com a formação inicial e continuada de professores. Entende-se que o processo de formação envolve o desenvolvimento de competências profissionais importantes para que a qualidade da educação no país seja alcançada, uma vez que: A formação, inicial e contínua, embora não seja o único vetor de uma profissionalização progressiva do ofício de professor, continua sendo um dos propulsores que permitem elevar o nível de competência dos profissionais. Além de aumentar seus saberes e seu savoir-faire, ela também pode transformar sua identidade, sua relação com o saber, com a aprendizagem, com os programas; sua visão da cooperação e da autoridade, seu senso ético; em suma, pode fazer emergir esse novo oficio pelo qual lutou [...] (PERRENOUD, 2002 apud PUNHAGUI, 2012, p. 3).
Além disso, considera-se que o programa deva propiciar condições em que os licenciandos tenham a oportunidade de refletir sobre o seu próprio desenvolvimento profissional. Uma das maneiras de oportunizar tal reflexão é inseri-los em atividades autoavaliativas. Várias pesquisas têm mostrado os benefícios da prática autoavaliativaem cursos de formação de professores, conforme afirma Villas Boas (2001) citado por Punhagui (2012). A autoavaliação pode influenciar no desenvolvimento profissional docente, levando os licenciandosa obterem maior responsabilidade e a monitorarem seu processo de construção dos conhecimentos necessários à sua atuação. (VILLAS BOAS, 2001 apud PUNHAGUI, 2012). Nesse sentido, o subprojeto propiciou, ao final de 2013, uma experiência de autoavaliação dealgumas competências
profissionais que foram
estabelecidas
peloProjeto Político Pedagógico do Curso de Licenciatura em Matemática da FACIP – UFU. Entre elas, destacam-se as competências para: [...]exercer o papel social de educador; ensinar os conteúdos matemáticos de forma significativa, em diferentes contextos e em articulação interdisciplinar; ter uma prática pedagógica crítica e inovadora; ensinar os conteúdos matemáticos de forma significativa, em diferentes contextos e em articulação interdisciplinar(UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, 2009).
Pretende-se, nesse trabalho, apresentar os resultados dessa ação, com o objetivo de destacar algumas competências mais pontuadas pelos participantes.
Competência &Autoavaliação
Para Perrenoud (2007), competência é a capacidade de agir com eficácia em um determinado tipo de situação prática da vida cotidiana. Para isso, é preciso lançar mão de conhecimentos e colocar em ação vários outros recursos cognitivos. O professor competente consegue mobilizar conhecimentos diante de situações complexas, mobilizando conhecimentos e habilidades necessárias para atingir um objetivo ou resultado em um determinado contexto. Convém lembrar que o conhecimento do professor de matemática, conforme Fenema e Franke (1992), citado por Cunha (2000),possui componentes matemáticos (que se referem a conceitos, a procedimentos e a processos de resolução de problemas); pedagógicos (metodologias de ensino, técnicas e recursos, formas de organização das aulas, planejamento e avaliação, técnicas de motivação, etc.) e cognitivos (conhecimento sobre como pensam e aprendem os alunos, suas dificuldades, etc.). Além disso, fariam parte desse conhecimento as crenças e concepções do professor sobre a natureza da matemática, sobre os processos de ensinar e aprender etc. Perrenoud(2007) afirma que as competências do professor não podem ser construídas sem avaliação, porém esta não pode assumir as formas dos exames universitários clássicos. Segundo o autor, o professordeveria ser capaz de identificar e de valorizar suas próprias competências, dentro de sua profissão e de outras práticas sociais. Assim, a autoavaliaçãodas competências deve contribuir com a formação do profissional da educação. Mas,qual é o sentido que se poderia atribuir ao termo autoavaliação? O termo autoavaliação está ligado a várias noções como: autocontrole, espírito crítico, autoformação, responsabilidade, autonomia, autorregulação, etc. Trata-se de um processo pelo qual um indivíduo avalia por si mesmo, e geralmente para si mesmo, uma produção, uma ação, uma conduta da qual ele é oautor, ou ainda suas capacidades, seus gostos, suas performances e suas competências ou a si mesmo enquanto totalidade (REGNIER, 2002).
Para compreender mais sobre autoavalição, é relevante entender autorregulação do próprio desempenho.Perrenoud (2000), citado por Freire (2009), conceitua a autorregulação como a capacidade do sujeito em gerir, ele próprio, seus projetos, seus progressos e suas estratégias diante das tarefas e obstáculos. Já Zimmerman (2000), citado pelo mesmo autor, diz que a autorregulação da aprendizagem pode ser definida como qualquer pensamento, sentimento ou ação criada e orientada pelo aprendiz para a realização dos seus objetivos. A aprendizagem regulada pelo próprio estudante resulta da interação de conhecimentos, competências, e motivações, que são necessários ao planejamento, à organização, ao controle e à avaliação dos processos adotados e dos resultados atingidos(SILVA etal., 2004 apud FREIRE, 2009). Assim, todo ato de regulação passa necessariamente pelo sujeito ativo; a regulação da aprendizagem – uma das lógicas da avaliação, conforme Perrenoud (1999 apud Rios, 2005) – está atrelada a vários processos, em que se destaca a autoavaliação. Rios (2005) destaca também que a autoavaliação do docente é um elemento fundamental para inovações pedagógicas e mudanças no currículo, potencializa a capacidade docente de gerir seus progressos e transpor obstáculos, rompendo com os limites que impedem um aperfeiçoamento nas práticas pedagógicas. A autora ressalta que a autoavaliação privilegia o autocontrole e a metacognição. Oprimeiro corresponde a uma avaliação contínua, despertando o olhar crítico sobre o que se faz, durante o processo. Já ametacognição desencadeia um processo mental por meio do qual o sujeitotoma consciência das atividades cognitivas em desenvolvimento. Esse processo faz com que os professores questionem sua prática e busquem identificar as mudanças, os ajustes e as complementações que se fazem necessárias. De acordo com Boud (1995 apud PUNHAGUI, 2012) há algumas razões para o desenvolvimento da prática de autoavaliação: (a) automonitoramento individual e verificação de progresso;(b) promoção de boas práticas de aprendizagem e habilidades relacionadas a aprender a aprender; (c) diagnóstico e remediação; (d) melhor desenvolvimento da prática profissional ou acadêmica: tornar-se um profissional reflexivo, uma pessoa que é capaz de pensar criticamente a respeito de sua própria prática, planejar mudanças e observar a efetividade dessas modificações; (e) revisão das realizações
como
prelúdio
para
o
reconhecimento
de
aprendizagem;
(f)
autoconhecimento e auto compreensão, contribuindo para o desenvolvimento do indivíduo.
Foi na perspectiva de contribuir com a formação dos licenciandos que o subprojeto Matemática Pontal PIBID investiu na atividade de autoavaliação. Neste trabalho, serão identificados alguns dos aspectos evidenciados pela literatura brevemente exposta.
Descrição da atividade.
Conforme mencionado, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência de autoavaliação vivenciada junto aos licenciandose supervisores do PIBID – subprojeto Matemática Pontal. Pretendeu-se destacar algumas competências mais evidenciadas pelos participantes, relacionando os resultados com aspectos teóricos acerca do tema. A atividade foi realizada na primeira semana de janeiro de 2014, na época da finalização das atividades previstas para 2013, sendo que os resultados compuseram parte do anexo do relatório final de atividades encaminhado para a Capes. A ação deu-se por meio de um instrumento composto por quatro itens resumidos a seguir: autoavaliação da aprendizagem de conteúdos matemáticos; autoavaliação de fundamentos teóricos relativos à educação; autoavaliação da capacidade de leitura reflexiva e de escrita de cunho científico e autoavaliação das competências profissionais. Neste trabalho, será enfocado o resultado das autoavaliaçõesdas competências profissionais, retiradas do Projeto Pedagógico do Curso de Matemática da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, 2009). As respostas dadas a esteitem foram analisadas quantitativamente, já que cada licenciando atribuiu uma nota de 0 a 5, assim entendida: 0=não desenvolvi essa competência ou não sei o que significa 5=desenvolvi plenamente essa competência,pois sei o que ela significa. No Quadro 1 constam as médias das competências e sub competências segundo a avaliação feita pelos integrantes. Quadro 1: Média das competênciase sub competências. Competência
Item
I- Competências relativas à atuação comprometida com os valores inspiradores da sociedade
1) pautar-se por princípios da ética democrática: dignidade humana, justiça, respeito mútuo, participação, responsabilidade, diálogo e solidariedade, para atuação como profissionais e como cidadãos; 3) reconhecer e respeitar a diversidade manifestada no convívio com seus alunos, em seus aspectos sociais, culturais e físicos, detectando e combatendo todas as formas de discriminação. 2) orientar suas escolhas e decisões metodológicas e didáticas por valores democráticos e por
Média 3,61
3,46 2,15
democrática
pressupostos epistemológicos coerentes; Na competência
IV – Competências para ensinar os conteúdos matemáticos de forma significativa, em diferentes contextos e em articulação interdisciplinar
II- Competências para gerenciar o próprio desenvolvimento profissional
V-Competências para exercer uma prática pedagógica crítica e inovadora
11)relacionar os conteúdos matemáticos com: a) os fatos, tendências, fenômenos ou movimentos da atualidade; b) os fatos significativos da vida pessoal, social e profissional dos alunos; 13) fazer uso de recursos da tecnologia da informação e da comunicação de forma a aumentar as possibilidades de aprendizagem dos alunos. 10) conhecer e dominar os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais da matemática que serão objeto da atividade docente, adequando-os às necessidades escolares próprias das diferentes etapas da educação; 12)compartilhar saberes com docentes de diferentes áreas/disciplinas de conhecimento, e articular em seu trabalho as contribuições dessas áreas; Na competência
3,27
2,9 2,72
1,09 2,50
4) utilizar as diferentes fontes e veículos de informação, adotando uma atitude de disponibilidade e flexibilidade para mudanças, gosto para leitura e empenho no uso da escrita como instrumento de desenvolvimento profissional; 5) elaborar e desenvolver projetos pessoais de estudo e trabalho, empenhando-se em compartilhar conhecimentos e produzir coletivamente; 6) utilizar conhecimento sobre a organização, gestão e financiamento do sistema de ensino, sobre a legislação e as políticas públicas referentes à educação para uma inserção profissional crítica. Na competência
3,36
14)criar, planejar, realizar, gerir e avaliar situações didáticas eficazes para a aprendizagem e para o desenvolvimento dos alunos, utilizando a metodologia da resolução de problemas, as temáticas sociais transversais ao currículo escolar, os contextos sociais, os aspectos cognitivos e afetivos e as especificidades didáticas envolvidas; 21) sistematizar e socializar a reflexão sobre a prática docente, investigando o contexto educativo e utilizando resultados de pesquisa para o aperfeiçoamento de sua prática profissional. 16)utilizar modos diferentes e flexíveis de organização do tempo, do espaço e de agrupamento de alunos, para favorecer e enriquecer seu processo de desenvolvimento; 18)gerir a classe e a organização do trabalho, estabelecendo uma relação de autoridade, respeito e confiança com os alunos; 20) analisar situações e relações interpessoais que ocorrem no ambiente profissional;
2,45
17) identificar, analisar e produzir materiais e recursos para utilização didática, incluindo artes, jogos e história da Matemática; 19) utilizar estratégias diversificadas de avaliação de aprendizagem e, a partir de seus resultados, formular propostas de intervenção pedagógica, considerando o desenvolvimento de diferentes capacidades dos alunos; 15) elaborar propostas didáticas na perspectiva da escola inclusiva;
2,45
Na competência III – Competências para exercer o papel social de educador
3,63
3,27 0,63 2,42
3,18 3,18 3,00 2,45
2,18
0,09 2,37
7) utilizar conhecimentos sobre a realidade econômica, cultural, política e social, para compreender o contexto e as relações em que está inserida a prática educativa; 9) estabelecer relações de parceria e colaboração com a comunidade escolar.
2,45
8) participar coletiva e cooperativamente da elaboração, gestão, desenvolvimento e avaliação do projeto educativo e curricular da escola; Na competência
0,27
1,27
1,33
Alisando o quadro, podemos verificar que 62% das médias foram de 0 a 3 pontos e 38% foram de 3 a 5 pontos; isto sugere que os participantes consideravam as competências, de um modo geral, apenas parcialmente desenvolvidas. Com base nas afirmações de Hoffmann (1993) – que a avaliaçãopressupõe uma reflexão permanente sobre a realidade – e de Rios (2005) – que a autoavaliação requer um autoconhecimento e autocontrole –, considerou-se que alguns licenciandos pareciam entender que estavam em processo de construção de competências. Entre estas, a que
recebeu maior pontuação dizia respeito à atuação comprometida com valores, sendo destacado o depoimento: Licencianda E: A nota maior dada foi na competência sobre respeito e responsabilidade porque tento o máximo possível ser e cumprir aquelas características, mas mesmo assim não me dou total, pois acredito que sempre há o que melhorar.
Asubcompetência relativa à gestão escolar e aquela que se referia às propostas didáticas na perspectiva da escola inclusiva foram as que obtiveram menor pontuação.Alguns licenciandostentaram justificar a nota baixa nessas subcompetências; outros refletiram sobre a escola inclusiva. Licenciando B:... A escola em que atuamos não nos abre espaço para discussão do seu projeto curricular e educativo, embora algumas reflexões foram realizadas durante as reuniões com a professora supervisora sobre esse assunto. Licenciando C: A competência de número 15, que está relacionada com a elaboração de propostas didáticasna perspectiva da escola inclusiva, o grupo não tem uma preocupação especial para essa elaboração, pois na escola parceira que participo não há alunos com necessidades especiais, para uma proposta didática diferenciada para o mesmo. Licenciando I: Acredito que os alunos com necessidades especiais precisam de um atendimento diferenciado, o que é bem difícil acontecer em uma turma regular. Percebo a inclusão como algo novo e cheio de porquês, entretanto percebo quão importante é. Vivemos em uma época na qual não é aceitável deixar alguém a margem, pelo simples fatode não sabermoscomo agir com essa pessoa.Omedo do novo, do inesperado, faz parte de nossa condição humana, assim como a criatividade e a capacidade de encontrar meios para resolver problemas.
Alguns licenciandos tiveram dificuldade na autoavaliação e não conseguiram expressar suas idéias oupareciam não ter compreendido o objetivo da atividade. Um dos fatores que podem explicar essa dificuldade é a falta do exercício de se autoavaliar, especialmente no processo de formação profissional. As falas a seguir ilustram a dificuldade apresentada: Licencianda A:Com relação à subcompetência15, pouco falamos, pouco pensamos e poucos discutimos sobre esse assunto. LicenciandaG: A subcompetênciade número 19 fizemos na intervenção do PIPE da escola onde havia alunos de diferentes níveis de aprendizado.
Por outro lado,com base em Perrenoud (2007), pode-se considerar que alguns licenciandos e professoras demonstravam capacidade de reflexão e de gerenciamento das estratégias diante das tarefas e obstáculos. A descrição a seguir ilustrou o pensamento de Boud (1995 apud PUNHAGUI, 2012) a respeito de uma
pessoa que é capaz de pensar criticamente a respeito de sua própria prática, planejar mudanças e observar a efetividade dessas modificações: Supervisora A: Também gostaria de comentara competência de número 19, pois nosso grupo, destacou várias atividades avaliativas além de provas, pois por meio de reflexão e de criatividade pudemos estabelecer os parâmetros do que foi aprendido e do que ainda precisava ser trabalhado novamente, e a partir destes dados, propomos a retomada de alguns conteúdos de forma a melhorar o quantitativo de aprendizagem.
Verificou-se, no entanto, a dificuldade dos participantes em exemplificar ações que demonstrassem o desenvolvimento de competências. Apesar dos momentos de reflexão que o programa proporciona, nem sempre os participantes conseguem monitorar o processo de formação, tampouco verificar os progressos. Realça-se, contudo, o desenvolvimento de habilidades relacionadas a aprender a aprender, quando se verifica o depoimento: LicenciandaI: Tenho buscado leituras que me ajudem a empregar uma prática para melhor aprendizado dos alunos...
Considerações finais Os estudos de Boud (1995 apud PUNHAGUI, 2012) acerca das contribuições da prática de autoavaliação nos permite afirmar que a atividade parece ter favorecido a reflexão necessária quanto ao desenvolvimento das competências profissionais. Em seu processo de formação, o professor reflexivo deve ser capaz de pensar criticamente a respeito de sua própria prática, planejando e avaliando as mudanças, buscando autoconhecimento e autocompreensão. Essa é uma forma de o professor se desenvolver, de formar sua identidade e de concretizar seu senso ético. Esperamos que o PIBID, subprojeto matemática Pontal,possa contribuir nesse processo de autoconhecimento, melhorando, inclusive, a prática de autoavaliação brevemente descrita neste texto.
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