EAP
Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP)
Análise das dificuldades conceituais dos alunos do Ensino Médio sobre o conteúdo de Eletroquímica Jackelinne Camargo de Lima (IC), José Gonçalves Teixeira Júnior (PQ) jackelinne_lima@hotmail.com Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (FACIP) – Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Palavras-Chave: ensino de química, eletroquímica, PIBID
Introdução A pesquisa e análise de dados foram realizadas no âmbito do PIBID com o apoio da CAPES e foram possíveis graças à parceria da escola-universidade, tendo como objetivo geral, investigar as dificuldades dos alunos no conteúdo de eletroquímica. Este conteúdo foi escolhido levando em consideração a sua importância no entendimento de diversas situações do cotidiano do aluno, tendo aplicações práticas em diversos fenômenos como a corrosão de metais, nas pilhas e baterias. Entretanto, é um conteúdo considerado de difícil compreensão. Para Sanjuan e colaboradores1 este conteúdo é considerado difícil e complexo pelos professores, sendo que muitos revelam deixar o tópico de eletroquímica para o último semestre, sabendo de antemão que não terão tempo hábil de executá-lo e desse modo, “livram-se do problema”1. Além disso, Pitanga e colaboradores2 afirmam que nos materiais didáticos, apresentam um abordagem teórica excessiva, focada na classificação dos componentes das pilhas e na eletrólise, “na repetição excessiva da escrita de equações químicas e na resolução algorítmica de exercícios”. Para possibilitar o diagnóstico da dificuldade dos alunos no conteúdo de eletroquímica foram observadas as aulas ministradas sobre o tema e posteriormente aplicou-se um questionário, a fim de identificar as dificuldades dos alunos, em uma turma de 25 alunos da 2ª série do Ensino Médio. O questionário era composto por 4 questões discursivas, sendo: 1) A partir da seguinte reação Zn(s) + Cu2+(aq) → Cu(s) + Zn2+(aq) identifique qual elemento sofre oxidação, qual sofre redução; 2) A partir da reação acima represente a pilha de Daniel; 3) Identifique na mesma reação o cátodo, o ânodo e os agentes oxidante e redutor e 4) Indique qual é o sentido do fluxo de elétrons.
Resultados e Discussão Quando questionados sobre a identificação das semirreações de oxidação e redução 53,6% souberam identificar as mesmas, porém houve confusão para identificar qual dos elementos perde ou ganha elétrons. Isso pode ser atribuído aos sinais positivo e negativo que são representados de forma oposta ao senso comum o qual o quando se perde algo se torna negativo ou quando ganha-se positivo. Consequentemente observou-se o erro na nomenclatura a qual os alunos chamaram de “redução ganha elétrons” a semirreação Zn(s) →
Zn2+(aq) nomearam “oxidação o elemento que perdeu elétrons” a semirreação Cu2+(aq) → Cu(s). Quando indagados sobre a representação da pilha de Daniel foi possível observar que 14,3% dos alunos não tentaram esboça-la. Já metade dos alunos representou de forma correta identificando todos os elementos presentes nesta pilha e 10,7% representaram com alguns erros entre esses se destacaram a falta da ponte salina, bem como das placas metálicas de Zn e Cu e conflitos na localização das espécies metálica, dos íons, da ponte salina e do fio por onde passa a corrente elétrica. Outro resultado importante foi notado quando os alunos foram questionados sobre a identificação do cátodo, ânodo e os agentes oxidante e redutor. Apenas 7,1% identificaram todos os elementos de forma correta. 57,1% deixaram a questão incompleta identificando apenas os agentes redutores e oxidantes ou o cátodo e o ânodo. Verificou-se também erros como identificação do Zn como ânodo, porém como agente oxidante e Cu como cátodo, porém agente redutor, identificando uma dificuldade na classificação dos mesmos. Ao serem questionados sobre o sentido do fluxo de elétrons, 7,1% afirmaram que o sentido dos elétrons é do Zn para o Cu. 82,2% dos alunos afirmou que o sentido vai da esquerda pra direita, ou do positivo para o negativo. Percebe-se que os mesmos alunos que representaram a pilha de forma correta no item anterior, tiveram dificuldades para responder essa questão. Isso evidencia que os alunos conseguiram memorizar a representação da pilha de Daniell, mas não a compreenderam.
Conclusões A análise realizada é de grande relevância para a compreensão dos futuros professores, no caso, os bolsistas PIBID, das dificuldades dos alunos na compreensão dos conceitos básicos sobre o funcionamento das pilhas e baterias e, os conceitos envolvidos. Compreender estas dificuldades, possibilita a proposição de meios mais adequados à intervenção pedagógica nas aulas de Química.
Agradecimentos CAPES, FACIP/UFU, PIBID e à escola. __________________ 1. SANJUAN, M.E.C.; et al. Quím. Nova na Escola, 31(3), 2009. 2. PITANGA, A.F. et al. Quím. Nova na Escola, 36(1), 2014.
XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014.