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Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Departamento de Química da Universidade Federal de Ouro Preto (DEQUI/UFOP)
Concepções de alunos da 2ª série do Ensino Médio sobre a atuação dos bolsistas PIBID nas aulas de Química Juscelino Pereira da Silva* juscelinoufupontal@gmail.com.
(IC),
José
Gonçalves
Teixeira
Júnior
(PQ).
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) - Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (FACIP) Palavras-Chave: concepções dos alunos, PIBID, ensino de Química.
RESUMO: O presente trabalho foi desenvolvido no âmbito do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) com o apoio da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), com o objetivo de verificar as concepções de alunos sobre as atividades realizadas pelos bolsistas do subprojeto PIBID – Química/Pontal, assim como sobre a atuação do projeto em sua escola. Para isso, foi aplicado um questionário a 92 alunos matriculados na 2ª série do Ensino Médio, em uma escola parceira do PIBID. Os resultados da análise mostram que os alunos acham as aulas de Química interessantes e, dentre as ações desenvolvidas pelos bolsistas, foram apontadas as atividades experimentais, as monitorias e os jogos didáticos. Além disso, eles demonstram gostar dessas ações e valorizam a presença dos bolsistas nas aulas, tirando dúvidas e auxiliando o trabalho do professor de Química.
INTRODUÇÃO Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) com o apoio da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), tendo por objetivo verificar as concepções de alunos da 2a série do Ensino Médio, sobre a atuação do subprojeto PIBID – Química/Pontal em sua escola. O projeto PIBID iniciou-se na Universidade Federal de Uberlândia em 2009, com subprojetos nas áreas de Física, Química, Matemática e Biologia. Em 2010, o número de bolsistas foi ampliado devido a implementação de mais 7 subprojetos em Uberlândia e 4 no campus do Pontal. Até o fim do ano de 2013, o PIBID/UFU continha 36 subprojetos distribuídos nos campi da Educação Física, Pontal, Santa Mônica e Umuarama e constituído por 4 professores universitários na coordenação institucional, 36 professores universitários na coordenação dos subprojetos, 75 professores da educação básica como supervisores e 588 licenciandos. O subprojeto PIBID – Química/Pontal iniciou-se no ano de 2010, com o intuito de promover uma interação entre os professores das escolas parceiras com os bolsistas, fazendo com que estes tenham uma melhor formação acadêmica. O subprojeto era constituído por 20 bolsistas – alunos do curso de licenciatura em Química, dois professores supervisores – da Educação Básica, e um professor coordenador – da licenciatura em Química, que atuavam em duas escolas da rede estadual, em Ituiutaba - MG. A partir de 2014, o subprojeto foi repensado e ampliado para 24 bolsistas, quatro professores supervisores e dois coordenadores de área, atuando em quatro escolas de Ensino Médio. Através do trabalho com os professores de Química, o subprojeto visava à promoção da vivência da realidade escolar e da profissão docente pelos licenciandos. Na escola, os bolsistas participavam das aulas de Química, visando conhecer e se familiarizar com a dinâmica do trabalho docente, analisando questões técnicas do cotidiano da escola e da profissão docente. A partir do acompanhamento do professor em ação no ensino química, entendendo que esta convivência é fértil, e por isso, XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014.
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oportuniza o aprender com seus acertos, suas dúvidas e buscas profissionais. Assim, os bolsistas têm a oportunidade de convivência com os professores da Educação Básica, que passam a ser valorizados como co-formadores dos licenciandos. Além disso, os bolsistas do subprojeto PIBID – Química/Pontal passaram a atuar em atividades diversificadas, auxiliando os professores no planejamento de avaliações, listas de exercícios, experimentos, jogos didáticos, vídeos e outras dinâmicas. Atuavam também em atividades de monitorias, feiras de Ciências, oficinas, minicursos, dentre outras. Essas atividades visavam o desenvolvimento de atividades formativas para incentivar os futuros professores de Química a integrarem novas ações metodológicas e novos instrumentos didáticos ao seu cotidiano, visando o aumento do interesse pela Química e, consequentemente, do desempenho escolar. Apesar de recente, o PIBID tem demonstrado ser um importante programa de qualificação da educação, estabelecendo vínculos entre a formação inicial e a continuada e valorizando o trabalho do professor. Por isso, vários estudos têm sido divulgados mostrando os impactos do programa para a formação de professores, como em 2012 foi publicado um número especial da revista Química Nova na Escola, com doze artigos específicos sobre o programa. E, nas edições subsequentes, outros quatro artigos foram publicados (BAPTISTA, et al., 2014; BRAIBANTE, et al., 2013; SÁ, 2014; TEIXEIRA, et al., 2014; ) evidenciando os impactos positivos do PIBID. Além disso, há inúmeros trabalhos publicados em anais de eventos ocorridos em todo o país, além de algumas dissertações e até teses sobre aspectos relacionados ao programa. Entretanto, pouco tem sido pesquisado a respeito das concepções dos alunos da Educação Básica que participam das ações do PIBID. Por isso, o intuito deste trabalho é analisar as impressões dos estudantes de uma escola estadual, na cidade de Ituiutaba – MG, sobre as diversas atividades realizadas pelos bolsistas PIBID/Química em sua escola. Além disso, com o término do subprojeto Química/Pontal, em 2013, essa análise foi importante para que as próximas ações do novo projeto pudessem ser repensadas. METODOLOGIA O trabalho constitui-se na aplicação de um questionário aos alunos de três turmas da 2a série do Ensino Médio do ano de 2013, em uma das escolas parceiras do subprojeto PIBID/UFU – Química/Pontal. A aplicação deste questionário teve como objetivo conhecer a opinião destes alunos sobre as aulas de Química em sua escola, as concepções destes sobre a atuação dos bolsistas do subprojeto na escola e, sobre as atividades realizadas pelo PIBID. O questionário foi aplicado a 92 alunos onde o mesmo possuía três questões discursivas – onde os estudantes poderiam discorrer livremente, empregando linguagem própria e, uma questão objetiva, como pode ser observada na Figura 1. Na utilização desse instrumento de coleta de informações, seguiu-se as orientações de Carmo e Ferreira (1998) no que se refere ao cuidado quanto à formulação das questões e no contato com os estudantes. Também se atentou para necessidade de coerência e lógica para a formulação das questões e na fidedignidade das respostas, com perguntas simples e de fácil compreensão pelos discentes. Antes da aplicação dos questionários, foram apresentados os objetivos da pesquisa e da importância das respostas dos alunos – sujeitos da pesquisa, para o sucesso desta. Foi solicitado que os estudantes não se identificassem, a fim de garantir o anonimato de todos. Após a aplicação, os questionários foram numerados de 1 a 92, a fim de organizar a análise. Os questionários foram lidos no seu todo e as repostas XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014.
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foram agrupadas por afinidades para cada questão, construindo as categorias de classificação das respostas.
Figura 1: Questionário aplicado aos alunos de uma das escolas parceiras do subprojeto PIBID/UFU – Química/Pontal
ANÁLISE E DISCUSSÃO Para facilitar a análise, os resultados serão apresentados em três tópicos: “por que o PIBID está na escola?”; “atividades desenvolvidas pelos bolsistas” e, “impressões sobre as aulas de Química”. Por que o PIBID está na escola? A partir da análise dos dados obtidos para a primeira questão do questionário, elaborou-se a tabela 1. Tabela 1: Respostas dos alunos da 2ª série do Ensino Médio, quanto aos motivos do PIBID estar na escola.
Categorias
Quantidade
Ajudar os alunos, tirar dúvidas
46,0%
Auxiliar os professores com o conteúdo
25,0%
Melhorar seus conhecimentos
10,5%
Fazer estágio
8,1%
Aprender a ser professores
5,6%
Receber uma bolsa
2,4%
Não sabem a função dos bolsistas
2,4%
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Percebe-se que para muitos estudantes (46,0%) o PIBID está na escola para ajudá-los com dificuldades ou tirar dúvidas. Isto é demonstrado na fala de alguns alunos: “Para ajudar e tirar as dúvidas dos alunos” [aluno 50]; “Para tirar nossas dúvidas e para nos ajudar em diversas atividades” [aluno 01]; “Para nos orientar, tirar dúvidas” [aluno 61] e “Para tentar esclarecer as dúvidas, reforçar o conhecimento e auxiliar na aprendizagem da matéria” [aluno 62]. Também se observa que muitos alunos (25,0%) pensam que o PIBID está na escola para auxiliar os professores com o conteúdo de Química, como pode ser percebido nas falas de alguns alunos, como: “facilitando o trabalho do professor, pois são muitos alunos” [aluno 50]; “para auxiliar professores e alunos dentro de sala” [aluno 57] e, “ajudar os professores, fazer atividades diversas” [aluno 61]. Isto pode ter sido mencionado devido os bolsistas estarem frequentemente dentro da sala de aula, auxiliando o professor e ainda os próprios alunos com os conteúdos. Além disso, os bolsistas atuam, junto ao professor, em diversos momentos, como em atividades experimentais e aplicação de jogos didáticos, dentre outros. Um grupo de estudantes (10,5%) acredita que os bolsistas estão na escola para melhorar seus conhecimentos e outro grupo (5,6%), para aprender a ser professores de Química. Percebe-se que estes dois grupos são os que conseguem compreender com mais clareza o principal motivo da presença dos licenciandos na escola. Ainda pensando na formação dos futuros professores, verificou-se que alguns alunos (8,1%) compararam a atuação do bolsista PIBID com a dos estagiários de graduação. Estas observações são descritas nas seguintes falas: “Para fazer estágio” [aluno 57]; “Porque eles são alunos da UFU que estão fazendo estágio aqui” [aluno 7] e “acho que para fazer tipo um estágio” [aluno 61]. Há de fato certa confusão por parte dos alunos na identificação dos bolsistas e dos estagiários que estão na escola. Uma vez que os mesmos nem sempre conseguem discernir estas duas funções (de bolsista e estagiário), também existem dificuldades na identificação das funções que os estagiários e os bolsistas possuem dentro da escola. Isto talvez aconteça devido os objetivos da atuação dos estagiários e dos bolsistas não serem apresentados aos alunos, o que leva os mesmos a não saber de fato o porquê destes sujeitos estarem em sua escola. Apenas 2,4% dos alunos responderam que os licenciandos frequentam a escola em função da bolsa que recebem – o que pode ser um dos motivos que levam muitos a se inscrever no projeto – e, a mesma quantidade (2,4%) afirmou não saber a função dos bolsistas estarem na escola. Atividades desenvolvidas pelos bolsistas A partir da análise das respostas referentes à segunda pergunta, elaborou-se a tabela 2. Dentre as atividades realizadas pelos bolsistas PIBID, as aulas experimentais foram as mais citadas (36,9%). No ano de 2013, ocorreram várias aulas experimentais aplicadas pelos bolsistas, tanto no laboratório, quanto em sala de aula, nas turmas da 2a série do Ensino Médio, por isso, verifica-se a grande quantidade de respostas. Foram realizados os experimentos “Cinética Química”, “Ácidos e bases”, “Compreendendo a osmose”, “Termoquímica”, “Solubilidade e Temperatura”, entre outros. O objetivo principal dessas atividades foi sempre de concretizar a articulação entre teoria e prática tão fundamentais para a melhoria da qualidade do ensino de Química nas escolas.
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Tabela 2: Respostas dos alunos da 2ª série do Ensino Médio, quanto a sua participação em atividades desenvolvidas pelos bolsistas PIBID.
Categorias
Quantidade
Atividades experimentais
36,9%
Tira-dúvidas
20,7%
Monitoria
16,0%
Jogos didáticos
14,2%
Minicursos
8,1%
Não participei
4,1%
Atividades como tira-dúvidas – em sala de aula, durante as aulas de Química – e, a monitoria – em período extra turno, foram citadas com maior frequência pelos alunos destas turmas, 20,7% e 16,0% respectivamente. Essas ações tinham como objetivo possibilitar aos licenciandos vivenciar a prática do ensino em Química, atuando principalmente nos problemas de aprendizagem apresentados pelos alunos, em recuperação paralela. O licenciando tinha a oportunidade de fazer o planejamento dessas atividades em conjunto com o professor supervisor, considerando os temas químicos em que a aprendizagem se apresentava mais problemática. Além disso, os bolsistas e supervisores utilizavam temáticas diferenciadas daquelas adotadas em sala de aula, o que normalmente despertava grande interesse pela turma. Entretanto, percebeu-se que não havia de fato uma grande procura pelos estudantes, pois estes geralmente não têm tempo para frequentar as mesmas, uma vez que estas são realizadas no período extra turno. Os jogos didáticos foram citados por 14,2% dos alunos. Esta metodologia tem sido muito empregada na perspectiva de “auxiliar os alunos a aprender ou revisar o conteúdo ministrado de forma lúdica, porém efetiva” (FOCETOLA, et al. 2012, p.249). Assim, o jogo é uma estratégia motivadora para o ensino que permite ao professor conhecer melhor o espaço onde trabalha e auxilia-o na verificação das dificuldades, bem como as conquistas dos seus alunos. (BENEDETTI FILHO, et al. 2009, p.89). Com isso, ao mesmo tempo em que, desperta a atenção dos estudantes, o jogo contribui para melhorar a compreensão de conteúdos simples ou mesmo aqueles considerados mais difíceis. Já a pequena participação destes alunos em minicursos (8,1%), pode ser decorrente desta atividade ter sido realizada apenas uma vez durante o ano. Em 2013, durante as comemorações do dia do Químico, os bolsistas ofereceram os minicursos de Química Ambiental, Álcool – abordagem química e histórica, Química na agricultura, Química do corpo humano e Química dos cosméticos. Apenas 4,1% dos estudantes afirmaram não ter participado de nenhuma ação desenvolvida por bolsistas PIBID. Cabe ressaltar que não há como a escola obrigar o aluno a participar de atividade desta natureza, e que muitas vezes os estudantes não conseguem perceber a diferença entre um minicurso e uma aula. Isso leva a uma quantidade significativa de alunos a não participarem da ação, por acharem que terão aula normal como em outros dias. Além disso, foi questionado aos estudantes quais suas impressões sobre as ações realizadas pelos bolsistas do subprojeto PIBID Química/Pontal. A análise das respostas desta questão é apresentada na tabela 3. XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014.
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Tabela 3: Respostas dos alunos da 2ª série do Ensino Médio, quanto a suas impressões sobre as atividades desenvolvidas pelos bolsistas PIBID.
Categorias
Quantidade
Legal/interessante
68,1%
Boas/importantes
20,2%
Razoáveis
4,3%
Ajudam a entender a matéria
4,3%
Não participou/não respondeu
3,1%
Com a análise da tabela 3, percebe-se que a maioria dos alunos acha que as atividades trazidas pelos bolsistas PIBID são legais ou interessantes (68,1%) e, outro grupo considerou-as boas ou importantes (20,2%). Isto pode ser explicado pelo fato de que grande parte das atividades trazidas pelos bolsistas para estes alunos foram de caráter experimental ou lúdico, onde a maioria delas conseguiu despertar um grande interesse dos mesmos na participação em aulas de Química. Segundo Giordan (1999), a experimentação consegue despertar um grande interesse entre alunos de vários níveis de escolarização. Muitos alunos consideram este tipo de prática como sendo de um caráter motivador e lúdico e para muitos professores, estas podem elevar a capacidade de aprendizado do aluno, conseguindo envolve-los com os conteúdos aplicados em sala de aula. Neste sentido, 4,3% dos alunos acreditam que as atividades desenvolvidas pelos bolsistas possibilitam entender melhor o conteúdo. Algumas das falas dos alunos que acham as atividades trazidas pelos bolsistas interessantes são descritas a seguir: “Interessantes, pois ajudam bastante para o entendimento da matéria” [aluno 16]; “Acho muito interessante, pois com isso aprendemos um pouco mais sobre a química” [aluno 10] e, “Eu acho bem interessante, eles trazem atividades diferentes que fazem os alunos interessar pela aula” [aluno 72]. Demonstra-se claramente na fala do aluno 72, a importância que a aplicação de atividades diferenciadas possui, devido que as mesmas conseguem despertar um maior interesse dos alunos nas aulas de Química. Ainda na análise da tabela 3, verifica-se que não houve nenhuma resposta negativa citada pelos alunos a respeito das atividades trazidas pelos bolsistas PIBID. Isto mostra que os objetivos destas atividades foram realmente alcançados, como por exemplo, despertar o interesse dos alunos, melhorar a qualidade das aulas de Química e ajudar os alunos em dúvidas. Impressões sobre as aulas de Química Os alunos foram questionados sobre as aulas de Química. Verifica-se que as respostas para esta questão foram bem divididas, como pode ser observado na tabela 4. Características positivas como legal/interessante (27,0%), melhores (18,5%) e ótimas/boas (15,2%) totalizaram a maior parte das respostas (60,7%), Algumas das falas dos alunos a respeito de como os mesmos veem as aulas de Química em sua escola foram: “Vejo como uma aula com muitas variedades, com muito valor, bem elaborada, são aulas muito boas” [aluno 57], “Bem desenvolvidas e interessantes. Em alguns pontos, a cada aula que passa, a curiosidade sobre o assunto da matéria só aumenta” [aluno 16]
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Tabela 4: Respostas dos alunos da 2ª série do Ensino Médio sobre como percebem as aulas de Química em sua escola.
Categorias
Quantidade
Legal/interessante
27,0%
Complicadas/difíceis
20,7%
Melhores
18,5%
Ótimas/boas
15,2%
Razoáveis
8,7%
Chatas/cansativas
5,4%
Não respondeu
4,3%
Enquanto as características negativas, como complicadas/difíceis (20,7%), razoáveis (8,7%) e chatas/cansativas (5,4%) totalizaram 34,8% das respostas, como por exemplo, “Não consigo entender muito bem sobre as aulas de química, a não ser que seja no laboratório com os bolsistas PIBID” [aluno 69]. Verifica-se que, assim como Cardoso e Colinvaux (2000), ainda é possível perceber que os alunos caracterizam as aulas de Química de forma pejorativa e com pouca importância para sua vida (p. 403). Trevisan e Martins (2006) acreditam que a forma descontextualizada com que muitos professores trabalham os conteúdos químicos levam os alunos a rotular as aulas de Química desta forma; além disso, ainda é comum nas aulas priorização de atividades de cópia e a memorização. Percebe-se assim, a importância atribuída pelos alunos para momentos diferenciados, que podem despertar o interesse dos estudantes pelas aulas de Química e facilitar o entendimento dos conteúdos químicos. CONCLUSÃO Esta investigação buscou compreender as impressões dos alunos da 2ª série do Ensino Médio sobre o trabalho dos bolsistas PIBID – estudantes do curso de licenciatura em Química. Pela análise dos questionários, verificou-se que os alunos acreditam que os bolsistas estão na escola para melhorar o ensino de Química, ajudando os alunos e tirando suas dúvidas sobre o conteúdo. Além disso, um grande número de estudantes respondeu que a função dos bolsistas é ajudar o professor, justificando o elevado número de alunos nas classes. Percebeu-se, entretanto, que um significativo grupo de estudantes identificou características semelhantes aos objetivos do programa, respondendo que os bolsistas estão na escola para melhorar seus conhecimentos e aprender a ser professor. Sobre as atividades desenvolvidas na escola, foram citados os experimentos, as monitorias e os jogos didáticos como os que são desenvolvidos em maior número. E, quando questionados sobre suas impressões sobre essas ações, os alunos atribuíram características positivas como legais, interessantes, boas e importantes. Entretanto, quando questionados sobre as aulas de Química, as respostas não foram unanimes. A maior parte dos estudantes atribuiu características positivas às aulas, enquanto outro grupo classificou-as como complicadas e difíceis. Acreditamos que seja importante repensar as metodologias empregadas nas aulas de Química a fim de aproximar o conteúdo da realidade dos estudantes, despertando seu interesse pelo conteúdo. XVII Encontro Nacional de Ensino de Química (XVII ENEQ) Ouro Preto, MG, Brasil – 19 a 22 de agosto de 2014.
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Percebe-se que o PIBID é um programa que tem possibilitado a melhoria dos processos formativos dos futuros professores de Química, principalmente em função da aproximação universidade-escola. Acreditamos também que é importante conhecer as impressões dos estudantes que participam das ações desenvolvidas pelos bolsistas PIBID, principalmente no momento quando foi realizada essa investigação, possibilitando a reflexão e a adequação das novas atividades que serão desenvolvidas nas próximas etapas do projeto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAPTISTA, J. A.; SILVA, R. R.; GAUCHE, R.; CAMILLO, E.; ROCHA, D. A.; LIMA, W. L.; GUIMARÃES, S. A. C. P.; OLIVEIRA, M. A. D.; SILVA, L. C. M.; PEREIRA, C. L. N. PIBID/Licenciatura em Química da Universidade de Brasília: inter-relacionando ensino, pesquisa e extensão. Química Nova na Escola, 36 (1), p. 18-27, 2014. BENEDETTI FILHO, E.; FIORUCCI, A. R.; BENEDETTI, L. P. S.; CRAVEIRO, J. A.; Palavras Cruzadas como Recursos Didáticos no Ensino de Teoria Atômica. Química Nova na Escola, 31(2), p. 88-95, 2009. BRAIBANTE, M. E. F.; PAZINATO, M. S.; ROCHA, T. R.; FRIEDRICH, L. S.; NARDY, F. C. A cana-de-açúcar no Brasil sob um olhar químico e histórico: uma abordagem interdisciplinar. Química Nova na Escola, 38 (1), p. 3-10, 2013. CARDOSO, S. P.; COLINVAUX, D. Explorando a motivação para estudar Química. Química Nova, 23 (2), p. 401-404, 2000. FOCETOLA, P. B. M.; CASTRO, P. J.; SOUZA, A. C. J.; GRION, L. S.; PEDRO, N. C. S.; IACK, R. S.; ALMEIDA, R. X.; OLIVEIRA, A. C.; CLAUDIA VARGAS TORRES DE BARROS, C. V. T.; VAITSMAN, E.; BRANDÃO, J. B.; GUERRA, A. C. O.; SILVA, J. F. M. S. Os Jogos Educacionais de Cartas como Estratégia de Ensino em Química. Química Nova na Escola, 34 (4), p.248-255, 2012. GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química Nova na Escola, n° 10, p. 43-49, novembro, 1999. SÁ, L. P. Narrativas centradas na contribuição do PIBID para a formação inicial e continuada de professores de Química. Química Nova na Escola, 36 (1), p. 44-50, 2014. SILVEIRA, H. E. Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, 2011. Disponível em: <http://www.pibid.prograd.ufu.br/> Acesso em maio de 2014. TEIXEIRA, D. M.; PINTO, J. G. R.; RODRIGUES, L. L.; SANTOS, I. M.; BOFF, E. T. O.; PANSERADE-DE-ARAÚJO, M. C.; MASSENA, E. P. Situação de Estudo em Curso Técnico: buscando alternativas para a iniciação à docência na interação interinstitucional. Química Nova na Escola, 36 (1), p. 51-60, 2014. TREVISAN, T. S.; MARTINS, P. L. O. A Prática Pedagógica do Professor de Química: Possibilidades e Limites. UNIrevista, São Leopoldo, v. 1, n. 2, abril 2006.
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