POE ZIN E-SE
Karine Rodriguez VOLUME 6. 1ª EDIÇÃO. 11/2017 ANO III
POEZ I N E-SE Nesse 6º volume, o Poezine-se, apresenta Karine Rodriguez e a sua mais nova personagem, Nolite, caracterizando uma nova fase de criação visual através de palavras e sons.
sobre as escritoras:
Karine Rodriguez, natural de Limeira, interior de São Paulo, talentosa violinista e integrante do grupo musical “Insurgência Sertaneja” que aos 17 anos ingressou no mundo das ilustrações e aos 19, no mundo das composições poéticas.
Volume 6. 1. ed. Ano III. nov. 2017. Tiragem: 100 unidades Poesias de: Karine Rodriguez Capa, diagramação impressão e montagem: Lucas Vieira Ilustrações: Karine Rodriguez Revisão e correção: Karine Rodriguez Contato: poezinese@gmail.com Leia as edições anteriores em: https://www.issuu.com/poezine-se Realização
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Norma culta Adere a norma culta Alienista a te observar Casa verde escura esperando a loucura Dos homens “O eufemismo é uma figura de linguagem, um recurso utilizado na... É um recurso essencial para que haja maior diplomacia nas relações sociais.” Corpos envelhecidos Na multidão dos escárnios Pobres velhos Que nunca vão ser considerados
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2 Celebrar o prazer feminino Com línguas desenhantes Todo prazer ao corpo livre Orgasmos múltiplos Amar a mulher Como é Seus seios Sua mente E toda a sua poesia Bem mais que um corpo: um ser No meu país gritam e se contorcem apenas do prazer que é sempre negado Limitado As mulheres celebram a si como seres Criadas de movimento De prazer De beber De lamber palavras desejadasCelebrar o prazer feminino Com línguas desenhantes Todo prazer ao corpo livre Orgasmos múltiplos Amar a mulher Como é Seus seios Sua mente e toda a sua poesia Bem mais que um corpo :um ser No meus país gritam e se contorcem apenas do prazer que é sempre negado Limitado As mulheres celebram a si como seres Criadas de movimento De prazer De beber De lamber palavras desejadas 2
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a terra será inundada pelos substantivos femininos, pelo gênero proibido a terra será inundada por mulheres a gramático do escondido do nunca dito o gênero forte, ficará em casa e o feminino tomará conta das ruas, andaremos em paz o feminino não será mais restrito, limitado, negociado será enfim o que sempre foi: invencível. os corpos concorridos furados e perfurados mudarão pra o que quiserem ser criadoras serão as mulheres L I V R E S. Livres no íntimo no público no quarto nas ruas. M U D A N Ç A * um substantivo feminino vai virar a terra.
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caça às 9 a ideia de um coração popular nonada o tudo também é nada me mergulhei em uma grande aventura amanheceu está tão claro e meus olhos pesam carolina ah...esses sonhos de amor... tão distantes de mim tão próximos tão criteriosos tão indiferentes e me dilacera mas tudo se transforma
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Prazeres imaginários os mais íntimos os mais poéticos os mais finos delírios o mais intenso e denso suspenso no espaço no território de dentro eu comigo mesma TODO PRAZER AO POVO!
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Eu vi tantas coisas Li todos os seus versos Vi todo o universo Que te cerca Eu estudei o cosmos Todo a lei dos homens E todas as pedras que se move Vi tocar seu arco Me vidrei na imagem Passei pelas vidas que se foram Agosto, mês dos mitos e monstros Agosto, mês do encontro dos astros Antecessor da nova estação O início de um tempo De flores O início de um vão No espaço.
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Fui até os homi, Não deixaram eu falar Fui aqueles homi Só fizeram-me chorar
Dandara, Nina, Luana Nós parimos este mundo ingrato Já que não posso andar na rua Me deixem ao menos gritar
Busquei profundidade No afago dos poetas Dura realidade Ser mulher e não discreta
Ah....minha mãe, Nossa realidade dói Ahh...minha mãe Porque o mundo nos destrói?
Me disseram Estranha, triste e vulgar Mulher tem que ser apenas bela Está proibida de falar
Quebre essas regras Em todos os séculos
Fui até a História Dize-me mulher: Vai lutar agora Por liberdade se quiser Nesse mundo em que somos mínimas demais Mude a história É forte e capaz
Ergamos nossas taças de vinho, pois somos Mulheres vivissImas!
Vivido e surreal
Realidade escândalo dos homens Forte e bruta Vai guerrear nos gestos e palavras Com a força de Oya
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Ah...esse escândalo que busca liberdade Todos esses episódios que me doem e me compõem
Que tipo de contraste a realidade te propõe Sente a mesa Escolha O fundo ou o raso
Toda essa mansidão de cansaço que só os tristes sabem Corações solitários, em sentir e ser
Quilômetros e quilômetros E meses, horas, oceanos Será a minha vez de cantar Será, meu Deus, a vez enfim de voar Nos sonhos e memórias De afogar a realidade Será a vez enfim de fugir, será a vez de enfim de brotar? As margens de um rio que voa e passa em mim Será a vez de fugir Da realidade Essa tão dura Que me afunda Que me tortura
Que tipo de contraste a realidade te propõe Sente a mesa Escolha O fundo ou o raso Quilômetros e quilômetros E meses, horas, oceanos
Será a vez enfim de viver, de sentir e de ser? Se pudesse me transferir E me doar E me rasgar
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Há 4 ou 10 meses o medo: como medir tão força? Que destrói os sonhos mais ferozes a distância e os acontecimentos que separam os abraços mais incidentais o tempo, esse que carrega nas costas, os gostos, a vida, a fome, o rio, as guerras as invenções, as mudanças e permanências uma homenagem a nossa memória, tão singular tão particular que agora, deixada pra trás nos leva aos mesmos erros.
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10 Uns poetas Uns fumantes Cineastas Ilusionistas
Nesse espaço Se instalou em um corredor dentro de mim.
Ficcionistas
Expressivo Sobrancelha erguida Listrado de artista
Frida, napoleão Alice no país das maravilhas
Tom das guias Um grande equilibrista
Coma, tom A cultura do som
surge o sentimento. movimento universal minúsculo se amplia na dilatação do tempo. eis o que o vento traz: o sentir sentir com gosto. nada de pouco. É pra devastar.
As cores abolidas Um balde de cinza Liquefação dos fatos, dos atos Perder Para ganhar o novo Como dar movimento às coisas
Independência
As coisas se cansaram de ser apenas coisas
Se autoproclama Independência cientificamente falando Existe só no fora dentro é momento da memória.
Grava, registra Pra não perder Ah...os sonhos Esses que ainda deixam os poetas viver Que ainda alimentam
Morder Erguer o monumento Lá mais pra dentro Realidade é escândalo Lenda: verdade mito do mito do mito do mito machuca cruelmente com descaso descaso é diferente de descanso.
Ventos do sul Registrar Esse ato Esse abraço 10
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Você salvou uma mulher Deixou viver uma qualquer Se é real ou pesadelo Andou na rua o dia inteiro Deixou viver uma qualquer ... Realidade é escândalo Realidade é horror Se ela é tão forte assim Eu também sou.
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estranha estraga tudo. por nĂŁo saber se expressar faz poesia pra aliviar.
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SUGESTÃO ATO I Os ventos tediosos Lua completa loucura certa 7 de setembro, no calendário histórico, abaixo do meridiano Que sentido tem A sensação extinta Alívio no dilúvio da tempestade ao sonho do terror ao encontro o contraste o carinho vindo como vento frio a doçura de alguns segundos, algumas horas talvez pra sempre carimbados e estampados na parede principal no corredor central da minha lembrança que me lembra todo dia de lembrar que lembrar me causa algo velho e novo sempre soma a agonia e o encanto
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14 Viver com uma lupa na mão. Expandindo na dilatação do tempo- espaço Pedra, pão e aço Expansão da evasão Ses ses se de condição se não existe mais passado pretérito hoje é ação. Faça Rasgue Faça sua rota A linha de fuga é de imersão De dois l’s Alma com propensão a libertação Escolho com cuidado as palavras Para não fugir Às vezes podem não voltar mais O importante é sentir Mande notícias pelas notificações me dê um segundo de carinho por balão vermelho um coração no mundo virtual umas palavras doces na madrugada inesperada esperada me deixe permanecer no encanto da escada do beijo na mão, do palco transitório permanente. 14
15 Eu causei um incêndio lá debaixo das águas Eu causei um incêndio nos bares, ruas, calçadas com um sonho que começou no mês passado
olfato de sonhador nunca falha debaixo desse céu do cerrado com a ventania gelada lá debaixo eu acendi de novo o que estava fechado Maiakovski, me perdoe Incêndios são causados por sonhos bem sonhados.
um experimento do tom do cerrado eu causei o incêndio dos dias passados o fogo, os sete mares vem os rios do mundo inteiro ver a seca ver a desgraça do sonho mal sonhado vem mundo ver a alegria do sonho mal criado eu causei essa incêndio eu causei essa incêndio nesse frio nesse morno no inverno no desgosto eu despertei a vida congelada a vida mal cuidada a vida escorraçada de mim eu cansei esse incêndio com propósito e ato diante de tudo que forma o fato 15
16 É no sem querer que as coisas mais profundas acontecem No mais inesperado ato Está o envolvimento de um encontro eterno.
tirou o pó do livro guardado agora lá vem a erupção não tem mais paz só sentir
Tem que aprender a desaprender A lembrar, relembrar e esquecer A amar e desamar Armar e se desarmar Mas não sentir... isso não existe. Dessentir é um grande equívoco.
a lava quente não esfria nem resfria vai aquecer todo o resto. Se eu tivesse evitado o abraço
Estudo sobre o ato Estudo sobre o rastro Estudando o ato Estudante do viajante Do sentido experimentado em um laboratório
Expressão do sonho. Já é hora de dormir É o começo do mundo ao avesso. O dia passa Preciso traçar a linha da realidade que me separa o estado de sonho que insiste em permanecer meus de olhos abertos
Da poesia, da música, do hibridismo Surge Urge Rasga Esmaga
A disciplina foi pra longe O que surgiu devasta qualquer empecilho
Incendeia Desperta o sono mais profundo
Esse, já é móvel demais pra me impedir.
Invasão! Invasão e transgressão do espaço Um dia feito de pedra Outro de aço Lavou-me 16