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Capítulo Vinte e Três...............TOURO

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Índice Remissivo

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TOURO, o Touro SIGNO: Touro, o 2º Signo Zodiacal MODO: Fixo - ELEMENTO: Terra - REGENTE: Vênus OUTROS ARQUÉTIPOS MÍTICOS: A Lua e todas as Deusas

Lunares - Europa - Rei Minos e o Minotauro - Ishtar -

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Ariadne e Teseu - Pasífae - Dioniso (Baco) - Rei Midas -

Dédalo Hefesto (Vulcano)

Assim como Áries, Touro era importante no calendário sazonal egípcio. Durante a subida noturna de Touro (ou seja, durante o mês de Escorpião) o gado era cruzado e os bois eram atrelados ao arado. Porém, mais importante é que Touro antigamente era o início do zodíaco e Áries, o signo final. A estrela Aldebaran, no meio da constelação de Touro, era chamada "o olho do touro" e servia para fixar o ponto inicial do círculo zodiacal168 . Isso indica que o zodíaco, e talvez a própria astrologia, passou por seu período de formação quando o equinócio de primavera ocorria em Touro. Esse período, a que chamamos Era de Touro, estendeu-se aproximadamente de 4000 a 2000 a.C. Durante esse período, as civilizações Suméria e egípcia começaram a tomar forma no Oriente Médio; durante esse

168. Fagan, Cyril, Astrological Origins, ibid., pp. 118, 28-32.

período, também, a civilização minóica de Creta atingiu seu primeiro auge e Stonehenge estava sendo construída na Inglaterra. A Era de Touro foi caracterizada como uma era matriarcal em que o culto ao touro era o mais importante, mas isso não passa de uma supersimplificação. O período matriarcal da civilização ocidental teve suas origens muito antes (na Era de Câncer, o que não surpreende), mas por volta da Era de Touro as simples aldeias agrícolas da Era de Câncer (8000 a.C.) haviam se transformado nas sofisticadas civilizações mencionadas anteriormente. O glifo ou símbolo usado pelos astrólogos para denotar Touro é uma cabeça de touro com os chifres em destaque. Os chifres de touro eram análogos à lua crescente e representavam o princípio do crescimento e da geração169 (tanto Touro quanto a Lua são associados até hoje a esse princípio). Uma vez que a Grande Deusa era a fonte de todo crescimento, de toda geração, o fértil touro era representado como seu consorte, o princípio masculino necessário para que o ciclo de nascimento e crescimento continue170. Deusa, lua e touro eram símbolos inseparáveis do ciclo sazonal. Não é de espantar que o mês de Touro caia durante o período mais abundante e fértil da primavera. E, embora atualmente possamos pensar em Touro como regente do pescoço ou garganta na astrologia médica, os antigos egípcios ligavam esse signo aos genitais171 .

Os "Chifres da Consagração" do palácio de Cnossos, Creta. Fotografia de Ariel Guttman

169. Gimbutas, Manja, Goddesses and Gods of Old Europe, ibid., pp. 89-93. 170. Campbell, Joseph. Occidental Mythology (Masks of God, vol. III), Nova York, Viking Press, 1969, pp. 42-92. 171. Fagan, Cyril, Astrological Origins, ibid., pp. 112, 118.

Touro sagrado egípcio, ilustrado por Diane Smirnov

O touro em si não era cultuado na Era de Touro, mas sim o ciclo eterno das estações, o ciclo de crescimento inerente à natureza e à humanidade.

Em toda Creta encontram-se imagens de pedra dos chifres do touro, chamados bucrania. Encontraram-se estátuas e estatuetas cerimoniais dos Bálcãs que combinam os símbolos do touro e da lua crescente, de modo a não deixar dúvidas quanto à identidade dos dois conceitos. Esses itens datam de cerca de 4000 a.C. e foram criados pelos povos agrícolas do período neolítico172. A lua, é claro, é a Grande Deusa, em sua fase crescente associada à fertilidade e ao crescimento. A sabedoria popular ainda nos diz que é melhor plantar durante a lua crescente e qualquer bom mago sabe que os feitiços de abundância e crescimento devem sempre ser realizados durante uma lua crescente. Touro é, portanto, associado à Lua tanto quanto Vênus, seu regente planetário. Na tradição astrológica, a Lua é exaltada em Touro; essa tradição é parte de um mitologema que remonta ao neolítico.

A exaltação da Lua em Touro, porém, tem outro significado. Na tradição hindu, a Lua é exaltada precisamente no grau das Plêiades —

Europa raptada por Zeus em forma de Touro, ilustrado por Diane Smirnov a partir da pintura do início do século V a.C. no Museu Arqueológico de Tarquínia

que, no nosso atual zodíaco tropical, fica a 29 graus de Touro. Para os hindus, as Plêiades eram as esposas dos sete sábios celestiais, que eram as estrelas da Grande Ursa. As Plêiades são famosas no mito hindu por educar o deus da guerra, Marte, quando era criança. No mito grego, as Plêiades são as filhas do Titã Atlas, que carrega o mundo nas costas. Todos esses mitos afirmam as qualidades taurinas (ou lunares) da criação ou do sustento.

Touro era regido por Vênus (Afrodite) no sistema olímpico, e manteve essa regência quando as divindades planetárias receberam seus signos zodiacais. A ligação mítica entre a deusa do amor e o touro é realmente muito antiga. O épico de Gilgamesh babilônico — que provavelmente originou-se na Suméria — conta como Ishtar, deusa do amor e da batalha, enviou um touro para atacar Gilgamesh que, como campeão

da ordem patriarcal, era inimigo da Grande Deusa173. O mito grego também liga a Grande Deusa com o touro. Um dos mais famosos casos amorosos de Zeus foi o rapto da donzela Europa, filha do rei da Fenícia. Na forma de um touro, Zeus carregou Europa através do Mediterrâneo para a ilha de Creta, onde se uniu com ela e deu origem à casa real cretense. Já que a palavra Europa vem daí, fica claro que Europa é a deusa-mãe dos povos da Europa, trazidos da Ásia nas costas de seu animal sagrado, o grande touro. Também é significativo que Zeus e Europa tenham atracado em Creta, pois Creta era uma sociedade predominantemente matriarcal onde a Grande Deusa era cultuada como suprema divindade174. Os afrescos do palácio cretense de Cnossos mostram mulheres joviais, sorridentes, de peito nu. Com seus braços adornados por cobras, dão a impressão de sacerdotisas. O culto ao touro, como vimos, também era altamente desenvolvido em Creta (os dois animais indicados, a serpente e o touro, podem evocar Touro e seu signo oposto, Escorpião).

O touro que levou Europa a Creta não foi o único touro a aparecer na mitologia dessa misteriosa e importante ilha. Ainda mais famoso é o Minotauro, o homem com cabeça de touro. De acordo com o mito, o deus Posídon (Netuno) trouxe um touro do mar e o deu ao rei Minos de Creta, com ordens de sacrificá-lo. Mas, Minos recusou-se a obedecer a ordem divina; guardou o animal mágico. Isso enraiveceu os deuses, que fizeram com que a esposa de Minos, a rainha Pasífae, enlouquecesse de luxúria. Ela acasalou com o touro de Posídon e deu à luz um monstro, meio homem, meio touro, o Minotauro. Escondido em um labirinto sob o palácio, o Minotauro era uma fera terrível que exigia sacrifício humano. Traziam-se cativos da Grécia para oferecê-los ao Minotauro. Um desses cativos, Teseu, ganhou a confiança da filha de Minos, Ariadne, e com a ajuda dela matou o Minotauro. Ela lhe deu um fio mágico para

O Minotauro, de uma ânfora coríntia, século V a.C.

173. Sandars, N.K., trad., The Epic of Gilgamesh, Londres e Nova York, Penguin, 1988, p. 87-8. 174. Eisler, Riane, The Chalice and the Blade, ibid., pp. 29-41.

não perder o caminho no labirinto. Teseu mergulhou na escuridão, encontrou o Minotauro e o matou. Em seu conhecido romance The King Must Die, Mary Renault liga a história de Teseu e Ariadne ao antigo esporte cretense do rodeio, em que rapazes e moças literalmente dão cambalhotas sobre as costas de touros na arena175. Também associou esse mito à dominação da antiga civilização cretense pelos gregos micênicos patriarcais — uma conjectura que encontra apoio na arqueologia. Em todas essas histórias, o touro está ligado a uma figura feminina e podemos suspeitar que em todos os casos essa figura era a Grande Deusa. Ishtar, senhora do touro que enfrentou Gilgamesh, era o equivalente babilônico de Vênus, regente de Touro. Europa foi a mãe epônima de seu povo. O nome "Ariadne" significa "a pura"176. Ela é também outra encarnação da deusa de todas as coisas e é provável que até mesmo a desafortunada Pasífae fosse, em algum mito mais antigo, a Grande Deusa177. A Deusa tem muitos aspectos: é mãe, esposa, amante, bruxa, sábia anciã e médium. Mas, no caso de Touro, é principalmente a deusa do crescimento, da fertilidade e do sexo, o que é adequado para um signo que ocorre durante a primavera, quando todas as coisas estão no mais abundante estado de crescimento. "Sustento" é um princípio a que Touro está fortemente ligado. A astrologia considera Touro, o signo da terra fixa, o signo mais fértil, frutífero e constante. Embora algumas pessoas possam se queixar da lentidão de Touro para agir ou de sua intolerável Teseu e o Minotauro teimosia, Touro, como o touro, firma-se

775. Renault, Mary, The King Must Die, Nova York, Pantheon, 1958. 176. Graves, Robert, The Greek Myths, ibid., Vol. II, pp. 381. 177. Graves, Robert, The Greek Myths, ibid., Vol. 1, pp. 267, 306.

c cria raízes em um lugar até que esteja pronto para se mover. Então, como se um pano vermelho fosse agitado diante dele, torna-se uma locomotiva. Mas, esse processo ocorre para Touro apenas quando ele está pronto, não necessariamente quando todas as outras pessoas esperam que ele esteja. Isso torna único o temperamento taurino; seu poder interior fixo, sustentador, o torna Touro investindo numa litra de bronze dos Mercenários da Campânia, na Sicília, 344-336 a.C. comparável ao princípio Da coleção de Michael A. Sikora feminino arquetípico da Deusa.

A astrologia moderna compara Touro à fixidez, fertilidade, fecundidade e segurança — todas as energias que de alguma forma se relacionam às coisas que crescem na terra. Embora nem todo Touro seja um jardineiro, é verdade que suas vidas são paralelos próximos à natureza. No ciclo primaveril taurino, é importante que se plantem sementes, assim como se certificar de que a coisa certa será plantada na época certa. Não se pode plantar flores durante o inverno. A semeadura deve ser regada e receber a quantidade certa de luz e alimento. Os taurinos recebem essas tarefas e durante seu ciclo primaveril sua competência em sustentar a jovem plantação, esperar e observar pacientemente seu crescimento é mais importante que a expectativa por resultados instantâneos. O ciclo do verão é associado com uma tranqüilidade de existência que muitos taurinos tentam estender para além do tempo normal — a tranqüilidade de sentar-se confortavelmente ao sol e banhar-se na riquezas da beleza que os rodeia, observando a vibração da cor e a abundância com que a natureza recompensou-os por seu cuidadoso plantio e cultivo. Colhem os deliciosos frutos a seu alcance. Mas, isso também deve passar e, com a aproximação do outono, vem a colheita e a estocagem para o inverno, assim como a comercialização da riqueza daquilo que plantaram. Nesse meio-tempo, preparam-se para o ciclo minguante. Durante esses períodos, os taurinos devem construir seus celeiros para o inverno que se aproxima, preservando cuidadosamente seus bens e distribuindo-os de forma sábia para enfrentar o frio que virá. Durante o inverno, eles não podem continuar a produzir ativamente

um novo capital, mas estão internamente concentrados na infertilidade das árvores que demandam uma poda, no solo que descansa sob o gelo. No tempo certo eles emergirão novamente com a primavera.

Quando Touro vive sua vida de acordo com as quatro estações, vive em harmonia com sua natureza. Como Touro é um signo fixo e nem sempre flui livremente de acordo com as marés das estações, fica freqüentemente atolado na vida. Ficar impaciente porque a árvore não estás dando flores no inverno não fará com que o fruto apareça nessa época do ano. A paciência e o conhecimento interior de que "para tudo há uma estação" são os maiores dos dons de Touro e a capacidade taurina de armazenar ou consumir quando necessário é uma habilidade igualmente valiosa.

Embora as regências planetárias sejam usadas em astrologia para ligar um planeta a um signo, não são, de forma alguma, esculpidas em granito, e há muitas figuras mitológicas que podem ser associadas àquele signo; na verdade, Touro tem mais associações míticas que qualquer outro signo do zodíaco. O regente de Touro é Vênus por causa da associação de Vênus com o amor e a fertilidade e a adoração à Grande Deusa durante o período taurino. Vênus relaciona-se às habilidades artísticas que tantos taurinos possuem. Os astrólogos gostam tanto de caracterizar os taurinos como trabalhadores e materialistas que com freqüência se esquecem de apontar as realizações artísticas desse signo, especialmente no campo da música, mais especificamente no canto (Touro rege a garganta e muitas cantoras de ópera têm o Sol ou um ascendente em Touro). Shakespeare era de Touro e nenhum escritor, em nenhuma língua, glorificou mais a natureza do que ele — cada árvore, arbusto, pássaro, animal e padrão climático da Inglaterra é adoravelmente descrito em suas peças. Como deusa do amor, Vênus pode incorporar diversos aspectos de relacionamento. E Gaia, o símbolo da Terra, já foi discutida como um arquétipo taurino adequado.

Aqui, em Touro, devemos considerar também as duas figuras femininas no mito de Teseu: Pasífae e Ariadne. Pasífae enlouqueceu de luxúria; as premências sexuais são características de Touro, assim como de seu signo opositor, Escorpião. Ariadne segurou o fio que permitiu a Teseu encontrar em segurança seu caminho no labirinto com a luz de uma tocha — uma bela imagem, visto que a psicóloga Irene Claremont de Castillejo nos diz que o homem interior ou animus de muitas mulheres com freqüência aparece em sonhos como um portador de tocha178. Realmente, taurinas fortemente sob a influência de Vênus podem tornar qualquer homem um portador de tocha, pois têm a capacidade de

178. Castillejo, Irene Claremont de, Knowing Woman, Nova York, Harper Colophon, 1973.

guiar o homem que amam por um labirinto pessoal em que os demônios são encontrados e vencidos, Esses tipos de Ariadne, acima de todas as outras mulheres, inspiram os homens, despertando seu herói interior. Mas, as mulheres que confiam em sua beleza ou em suas relações íntimas para definir a si mesmas podem terminar num dilema similar ao de Ariadne, que Teseu abandonou cruelmente na ilha de Naxos quando não quis mais saber dela. Contudo, Ariadne encontrou sua completude através do êxtase espiritual e criativo, pois se tornou noiva de Dioniso. O próprio Dioniso está ligado ao arquétipo taurino e alguns astrólogos supõem um planeta chamado Transplutão ou Baco (nome latino de Dioniso), que associam a Touro179. O rei Midas também simboliza alguns dos aspectos mais extremos de Touro. Era um rei da Frígia, amante dos prazeres, cuja única ambição na vida era obter ouro. Quando teve seu desejo realizado, ele se tornou uma maldição. Tudo o que tocava, incluindo seu alimento, vestimentas e mesmo sua filha, se transformava em ouro.

O arquétipo do mestre artesão é também essencialmente taurino. Alguns astrólogos esotéricos ligam Touro ao invisível (hipoteticamente) planeta Vulcano, que recebeu o nome do habilidoso ferreiro dos deuses (em grego: Hefesto), esposo de Vênus. Outro artesão taurino é Dédalo, o talentoso arquiteto que construiu o labirinto para o rei Minos de Creta — e foi jogado nele, assim como muitos taurinos são aprisionados em suas possessões ou realizações mundanas. Os mitos têm um modo de misturar-se e fundir-se uns com os outros — lembremos que Zeus, em forma de touro, foi o progenitor da dinastia cretense, e que uma fera com cabeça de touro, o Minotauro, vivia no labirinto cretense construído por Dédalo.

O próprio Minos pode simbolizar a figura paterna cuja necessidade de controle e repressão emocional cria o efeito oposto, ou seja, o caos. Uma fera selvagem, emocionalmente indômita, nasceu na família de Minos, e isso o deixou tão horrorizado que resolveu trancá-la no subsolo. Embora Touro seja freqüentemente atraído por sua polaridade, Escorpião, também se assusta com sua inflamada instintividade e pode tentar mantê-la escondida, proibindo-a de penetrar no mundo racional e controlado, típico de Touro. Assim, a fera permanece presa no subterrâneo em troca de sacrifícios humanos — que exige e recebe. Aqui podemos certamente observar os extremos da polaridade Touro/Escorpião quando a disfunção familiar se torna patológica.

Planetas em Touro operam de maneira muito "terrena". A natureza dos planetas será harmonizada por sua afinação com os ritmos

179. Hawkins, John Robert, Transpluto, or Should We Call Him Bacchus, the Ruler of Taurus?, Dallas, Hawkins Enterprising Publications, 1978.

Rei Midas da Frígia, Apolo e Pã, principais personagens da história do toque de ouro do rei Midas

naturais da terra ou impedidas por esses mesmos ciclos. O Sol pode concentrar sua atenção nos aspectos físicos da terra fixa de Touro: estabilidade, segurança, fertilidade e o que quer que seja necessário para atingir esses objetivos. Essas pessoas também podem ser dotadas de habilidades criativas e procriadoras. Precisam, porém, ter cuidado para não banhar a terra com fogo solar em demasia (ou seja, excessiva intensidade, revolver demais o solo, esperar muito e cedo demais daquilo em que trabalharam). A Lua e a Terra estão aqui em seu melhor momento e seus nativos seguem seu próprio ritmo natural de quatro fases distintas (a Lua a cada mês e a Terra a cada estação), muito semelhante aos ciclos da natureza. Pessoas com a Lua em Touro precisam passar algum tempo no jardim, removendo a sujeira de sob as unhas — ou, na ausência de um jardim, gozar de prazeres suaves, relaxados, terrenos. Ervas, incenso, massagem, música, comida e vinho ou uma caminhada pela natureza serão bem-vindos.

Mercúrio em Touro ou na Segunda Casa pode ser bem enraizado, mecanicamente competente e um tanto cauteloso, embora sua natureza livre possa ser maculada pelas preocupações mundanas de Touro. A ligação entre Mercúrio e o regente de Touro, Vênus, pode compensar

pelo excesso de labor, concedendo uma natureza paqueradora e/ou artística. A própria Vênus em Touro fica livre para lidar com suas necessidades de prosperidade, sexo e amor de forma bastante liberal, já que está em seu próprio signo, nutriz e sustentadora. Marte traz um senso de motivação e aplicação energética à necessidade taurina de construir e sustentar o futuro, embora a síndrome de terra crestada seja aqui um perigo ainda mais iminente do que com o Sol.

Ceres em Touro tem a necessidade de estabelecer a segurança material e ser uma boa provedora. Assim como com os tipos lunares, essas pessoas prosperam no jardim ou na cozinha. Palas Atená por vezes parece estar em uma cadeira de rodas quando em Touro. Sua natureza é mais apta a voar livremente (como Mercúrio) pelos ares, recebendo informações em uma fração de segundo. Em Touro, precisa esclarecer cuidadosa, paciente e claramente seus conceitos, de forma sensata. Na melhor das hipóteses, suas impressionantes idéias e invenções podem ser aplicadas à própria terra, como quando Atená produziu a oliveira para os atenienses. Juno em Touro valoriza o companheirismo e essas pessoas trabalharão com diligência para manter relacionamentos monogâmicos, tendo dificuldade em abrir mão deles quando necessário. Vesta em Touro pode ser singularmente concentrada em desenvolver qualidades pessoais altamente valorizadas no mercado.

Pessoas com Júpiter em Touro ou na Segunda Casa podem descobrir que têm o "Toque de Midas" natural, mas devem tomar cuidado para que sua habilidade não os consuma, como ocorreu com Midas. Pode haver aqui um conflito entre a terra (Touro) e o fogo (Sagitário); é preciso cuidar para que a energia vital ou espírito da pessoa tenha inspiração suficiente para buscar os reinos mais elevados, e não ficar preso apenas à produção de bens materiais. Dédalo é um bom exemplo disso, pois foi capaz de construir as ferramentas que lhe permitiriam escapar de sua prisão material. Saturno em Touro pode trabalhar duro para obter seus ganhos, mas certamente esses ganhos ficarão acessíveis com a tendência de Saturno para a administração e a autoridade sobre o reino terrestre. Quando Quíron está na Segunda Casa, há com freqüência um profundo conflito sobre o que deve ser valorizado — e, se o curandeiro ferido for muito forte no mapa natal, é possível que a pessoa se descubra em uma profissão curativa ou auxiliadora. Urano empresta o fogo de Prometeu a todas as questões de dinheiro ou recursos pessoais, mas os nativos com esse posicionamento também têm probabilidade de ter um histórico empregatício errático ou de viver de modo incomum ou excitante.

O comportamento de Netuno e Plutão em Touro pode ser mais difícil de localizar, já que esses planetas exteriores lentos são ligados principalmente a padrões coletivos de significância cultural em um certo contexto temporal. Plutão esteve pela última vez em Touro durante a

época vitoriana (1852-1884) e Netuno durante o mesmo período (18741888). Lembremo-nos de que essa época produziu, em nosso próprio país, as últimas marteladas nos cravos de ferro que, numa imensa força de Hefesto, completaram a estrada de ferro transcontinental, permitindo assim que ocorresse o "destino manifesto". Em um mapa individual, porém, Netuno e Plutão comportam-se segundo padrões bastante definidos quando estão na Segunda Casa. Aqueles que têm Netuno na Segunda Casa são com freqüência "espaçados" no que se refere a questões financeiras — o dinheiro escorrega por entre seus dedos como água porque realmente não se importam com ele. Como os tipos quironianos, podem encontrar suas melhores opções nas profissões de cura ou auxílio. Plutão na Segunda Casa está em sua localização de detrimento acidental: esses nativos podem tornar-se milionários, mas, como Midas, podem ter de pagar um preço moral por sua riqueza, especialmente se não foram muito honestos ao adquiri-la.

Se Touro é fortemente enfatizado em seu mapa, recomendamos que você se familiarize com algumas dessas histórias míticas para melhor compreender as energias com as quais você está trabalhando. Acima de tudo, lembre-se de honrar os ritmos naturais de seu corpo e afinar-se com a Lua, pois ela intuitivamente guiará a alma de seu corpo e as funções naturais da vida, ajudando-o a conscientizar-se e concentrar-se sempre em seu centro de gravidade.

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