#26 AGO/SET
2016 €5
portugal tem muito potencial opinião
Antónia Correia fala do Turismo e turistas, o futuro sem futurologia
análise
Alterações no novo quadro europeu da diretiva dos pacotes de viagens
tecnologia
A economia pós-aplicações e o potencial do messaging
10 insights
Dicas de Motivação Empresarial sugeridas por Rui Serapicos da Cionet
GRANDE entrevista Robert Sherman EMBAIXADOR DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Ficha Técnica
Propriedade Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A. Sucursal em Portugal
Sede Rua de São José, 35 - 4º andar 1150-321 Lisboa, Portugal Tel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75 E-mail: pontoturismo@pt.amadeus.com
Diretor Geral Miguel Ángel Puertas
Diretor da Ponto Turismo
Índice
“Muitos americanos não conhecem ainda Portugal”
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Em entrevista o Embaixador Robert Sherman confessou-se um apaixonado por Portugal e teceu elogios ao grande potencial do país, tanto no turismo como no investimento e negócios chamando a atenção para a importância da assinatura do T-TIP
Miguel Ángel Puertas Bimestral · Ano - 2016 - Edição 26
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Coordenação Editorial
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pontoturismo@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99
Produção de Conteúdos e Edição Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Tel.: 214 037 656 · mediapearl@mediapearl.pt
Publicidade marketing@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99
Ilustração Capa Pedro Taquelim
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Opinião
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Grande Entrevista Embaixador Robert Sherman - “Os americanos precisam de vir e
Fotografia
Turismo e Turistas, o futuro sem futurologia
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Tecnologia
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Análise
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10 Insights
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Lifestyle
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Viagem de: António Monteiro
Mediapearl
Produção Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Rua de Xabregas, 2, Piso 2, Sala 2.06 / 2.07 1900-440 Lisboa mediapearl@mediapearl.pt
Impressão e Acabamento
“descobrir” Portugal”
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Em Foco
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Entrevista Caderno
RBM - Artes Gráficas
Tiragem 1300 exemplares
Registo na ERC N.º 126281
Depósito Legal N.º 350109/12
A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.
Rota do Peixe - Portugal tem o melhor peixe do mundo
Helder Freitas - “o online é um forte concorrente, mas não é nenhum bicho papão”
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Soluções
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Notícias
Amadeus Selling Platform Connect
Resultados 1º semestre: Amadeus apresenta lucros líquidos de 494,5 milhões de euros
Bem-vindos à economia pósaplicações: Quando o messaging substitui o email e a voz
- Novo quadro europeu: Hotéis, companhias aéreas e rent-a-cars como organizadores de viagens a par dos O.T. - Impacto no sector Turismo Imobiliário: O Salvador
10 Insights em Motivação empresarial
Birdwatching Mercado potencial de 80 milhões no mundo
“Viajar é conhecer”
Se quiser deixar de receber esta revista por favor envie email para marketing@pt.amadeus.com
#25 AGO/SET 2016
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O que é que as empresas de sucesso têm em comum?
Paixão.
É com paixão que as empresas e os profissionais se conseguem diferenciar mesmo dentro dos mercados mais competitivos. O Amadeus Selling Platform Connect é a solução de reservas e emissão de bilhetes de última geração para as agências de viagens. Desenhada para libertá-lo dos constrangimentos tecnologicos e focar-se no que mais gosta. Visite amadeussellingconnect.pt
Ponha paixão no seu trabalho
Editorial
O regresso à escola!
T
al como todos os anos, o verão entrou e saiu das nossas vidas deixando muitas novidades e assuntos que dão que falar, não só no panorama da indústria em que decidimos trabalhar, mas em todos os círculos. Na verdade, a atividade não para e muito menos para o turismo em Portugal. Talvez possa diminuir e até mesmo passar para o estado de semi-hibernação, se é que posso usar este termo ainda que o mês de agosto tenha terminado. Ainda me lembro quando as famílias se dedicavam às férias nos meses de verão. E não me refiro a “ir de férias”, que é algo que fazemos no século XXI, refiro-me a “veranear” que é um termo notoriamente diferente de ir de férias. Mas amigos, neste século, a atividade não para e para ilustrar este feito, reparem em tudo o que aconteceu nestes últimos meses vamos dar uma olhada ao que se tem passado nestes últimos meses. Nestes meses de verão vimos muitas coisas a acontecer. Coisas boas como o aumento do número de turistas no país consolidando o setor como o motor da economia ou a medalha no judo nos jogos Olímpicos no Rio e outras menos boas ou até devastadoras. Tais como os gravíssimos incêndios florestais que se alastraram por Portugal atingindo zonas de profundo valor turístico e milhares de pessoas. Da Ponto Turismo, recebem todo o nosso apoio e carinho. Como dizia antes, o verão já não significa uma paragem, e agora é tempo de preparar os livros, reler as lições aprendidas, regressar à escola e dar o impulso final para acabar o curso. Deixando a metáfora académica, e no sentido empresarial, sem nos esquecermos da sazonalidade própria de cada negócio, o REGRESSO À ESCOLA representa para as empresas, o último sprint para alcançar os objetivos delineados no início do ano ou incluir medidas corretivas que não tínhamos pensado, para chegar às metas.
Transformar uma para nós “voltar à possível queixa numa escola” é uma excelente oportunidade de prestar oportunidade para renovar um serviço excecional o nosso compromisso com é algo que devemos a indústria aprender
Na Amadeus não somos diferentes e o “Regresso à Escola” chega sempre com um exercício de reflexão e com grandes novidades que apoiam a nosso principal aspiração: ajudar as agências de viagens e os principais players da indústria turística com as melhores ferramentas e soluções tecnológicas. Quer para melhorar processos, para criar uma estratégia de crescimento a longo prazo, ou, seja qual for o objetivo dos nossos parceiros, para nós “voltar à escola” é uma excelente oportunidade para renovar o nosso compromisso com a indústria e continuar a contribuir para moldar o futuro das viagens. Assim sendo, temos muitas novidades e a principal é que a partir de setembro vamos iniciar a distribuição da mais recente versão do sistema Amadeus, o Amadeus Selling Platform Connect. A única ferramenta do mundo para profissionais do setor que é totalmente online e que funciona em qualquer dispositivo, sistema operativo e browser. PC, Tablet ou telemóvel, Android, Windows ou iOS, Chrome, Internet Explorer, Safari ou Microsoft Edge, é indiferente para esta plataforma. Isto corresponderá num passo gigante para os agentes de viagens pois possibilita uma melhor oferta de serviço ao passageiro a partir de qualquer sítio e em qualquer circunstância. Além disso, o agente poderá oferecer uma viagem mais completa tendo acesso a conteúdos mais relevantes e interessantes para o viajante. No entanto, esta não é a única novidade da Amadeus, mas em breve poderão comprová-lo. E a propósito de verão e novidades, nesta edição falamos de assuntos tão interessantes como a evolução da tecnologia em que as mensagens de texto vêm substituir o e-mail, o turismo ornitológico, a receita para motivar equipas e novas tendências na gastronomia portuguesa. Também temos a contribuição de duas grandes personalidades da indústria do turismo Português, a Antónia Correia com uma brilhante análise do comportamento do viajante através de Big Data e António Monteiro com uma reflexão sobre as suas viagens. E ainda, na grande entrevista, o ponto de vista do embaixador dos Estados Unidos da América em Portugal sobre o seu percurso no país. Espero que esta edição da Ponto Turismo seja especialmente interessante para que possa fazer o exercício de reflexão antes de iniciar o resto do seu “ano letivo”. Bom “regresso à escola”.
Miguel Ángel Puertas Diretor Geral #25 AGO/SET 2016
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Opinião Turismo e Turistas, o futuro sem futurologia
Antónia Correia
Dean da Escola de Turismo Desporto e Hospitalidade da Universidade Europeia CEFAGE e Universidade do Algarve
Turismo e Turistas,
o futuro sem futurologia Tendências macros e sociais são as variáveis explicativas de uma equação que pretende antecipar o futuro, sem futurologia.
A
um nível macro: Um olhar analítico sobre a evolução das dormidas em Portugal, nos últimos 50 anos, mostra que o crescimento acumulado ascende a 738%, o que traduz uma taxa média anual de 4%. Uma regressão simples permite antecipar que em 2020 as dormidas totais em Portugal ascenderão a mais de 60 milhões. Esta evolução é mais evidente, no mercado doméstico do que no mercado internacional, que representa e representará mais de 75% da procura turística no país. Esta visão mais entrópica do turismo no futuro reflete de alguma forma o receio instalado, fruto das incertezas que o terrorismo instaurou. A euforia dos números que Portugal regista, esmorece quando as previsões da UNWTO apontam para 1,6 mil milhões de turistas no mundo. Ou quando nos apercebemos que a Europa está a perder a sua hegemonia de principal região emissora face ao ritmo de crescimento que a Ásia, o Médio Oriente e a África registam (5,6% a 6,2%), face aos modestos 3,4% estimados na Europa. Uma nova geografia turística despoleta todos os dias, fruto do poder económico dos mercados de origem, da proliferação de novos destinos e até do realinhamento político do mundo. A Europa é cada vez mais preterida pelo Médio Oriente e pela África, o exotismo destes destinos, a concentração urbana (em 2020 espera-se que 60% da população mundial viva em cidades com mais de 10 milhões de habitantes), justifica as novas geografias. Em 2020, o turismo de cidades tenderá a atingir a sua maturidade e, até mesmo o declínio em prol do turismo de natureza. Por outro lado, mercados de origem emergente, com um poder económico acima da média, afluem à Europa exigindo uma Estratégia Multi-destino integrada Europeia. Este novo turista estima-se que, com a liberalização dos passaportes, atinjam números que ultrapassem os 100 milhões de turistas, em 2025. Políticas de desregulamentação/liberalização das viagens internacionais é um movimento já iniciado mas que deve continuar, desta vez com um foco muito objetivo nos vistos e nos passaportes. #25 AGO/SET 2016
Ainda ao nível macro, a proliferação de tecnologias reflete-se na desintermediação da distribuição no turismo e numa globalização de processos que culminam na utilização cada vez mais eficiente dos recursos disponíveis, esta vaga é para manter, no entanto é importante caminhar para o Detox Digital (desintoxicação digital) pelo menos durante a experiência de férias. Porque as férias são cada vez mais um produto eclético, a singularidade de cada turista é para preservar, fazer o turista sentir-se único é o core de um negócio cujo output final é o bem-estar. A nível social, muitas foram as dinâmicas que permitem antever a emergência de um novo paradigma turístico. Ainda que existam 7,2 mil milhões de habitantes, um decréscimo de 50 milhões por ano é esperado. O envelhecimento é uma realidade que não tende a inverter, já que a taxa de natalidade decresce anualmente e a expetativa de vida cresce. Em 2020, uma em cada oito pessoas vai ter 60 anos ou mais. A muito curto prazo, a idade média de reforma tenderá a aproximar-se dos 75 anos, os “velhos” desta geração têm uma idade biológica que não corresponde à sua idade física, estão ativos, com mais saúde e com mais poder de compra (OMT, 2002). Os jovens são uma geração que deixou de viver para trabalhar para trabalhar para viver, expatriados ou cidadãos do mundo, combinam turismo com trabalho à velocidade de um click - os já conhecidos millennials. Procuram divertir-se, socializar e espiritualizar a experiência turística. Ambientes genuí-
Nome do eConteúdo Capítulo do Capítulo Turismo Turistas, do o futuro semNome futurologia Opinião
a singularidade de cada turista é para preservar, fazer o turista sentir-se único é o core de um negócio cujo output final é o bem-estar
nos e ecléticos são extremamente valorizados por uma geração que não disfrutaram de famílias numerosas para saciar o seu desejo de socialização. Ainda ao nível social, a alteração das estruturas familiares, taxas de divórcio elevadas, orientações sexuais diferentes e menores taxas de fertilidade restringem a família a dois ou no máximo a três elementos. A saúde e bem-estar deixou de ser a exceção para passar a ser uma cultura de vida. Neste contexto e, tendo em conta o envelhecimento da população, o turismo de saúde e bem-estar já não é uma prioridade, é intrínseco. A crescente complexidade da vida do século XXI determina novas exigências turísticas: rebuscar o sentido da vida, a autenticidade e sobretudo a espiritualidade, lato sensu, das férias são já o presente, de um turista que segregado pela plasticidade do dia-a-dia, procura nas férias reencontrar-se. Reencontro que acontece, com a valorização e preservação dos valores culturais, estudos realizados pela Amadeus sobre o turista do futuro apon-
tam segmentos que refletem bem os valores sociais e culturais que se pretende preservar, numa sociedade cada vez mais global. Este estudo da Amadeus aponta, como segmentos prioritários: O endinheirado mas sem tempo, para os quais a ineficiência e a irracionalidade é impensável, otimização é o seu principal drive. O individualista, que procura no turismo o status social que a diferenciação ou a unicidade das suas férias determinam, personalização é o seu mote. O turista experiencial para o qual, a polarização e personalização das suas preferências, bem como o envolvimento é o foco. O perfecionista, que procura experiências de auto aperfeiçoamento e enriquecimento cultural e educacional; O Value for Money que procura incessantemente mais e experiências mais profundas, num compósito em que tempo e dinheiro definem o ponto de ótimo do consumidor. O consciente atento à sua segurança decide em função das suas perceções de garantia de segurança. O turista social e ambientalmente responsável, focados na etnicidade do seu consumo, combinam, preço, qualidade, e questões socio culturais e ambientais, porque a responsabilidade social importa. Novas realidades sociais, novas geografias e as complexidades do mundo contemporâneo, requerem um futuro de regresso às origens, onde o singelo será sobejamente visado. l
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Grande Entrevista Embaixador Robert Sherman
Robert Sherman
Embaixador dos Estados Unidos da AmĂŠrica #25 AGO/SET 2016
Embaixador Robert Sherman Grande Entrevista
Embaixador Robert Sherman
“Os americanos precisam de vir e “descobrir” Portugal” O sorriso e a simpatia de Robert Sherman, Embaixador dos Estados Unidos em Portugal, já conquistaram uma legião de fãs, principalmente com os vídeos de apoio à seleção portuguesa de futebol durante o Euro2016 e que se tornaram virais. “Fantástica” foi como descreveu a experiência de ter assistido à final em Paris. Apaixonado por Portugal, o Embaixador diz que muitos americanos anda não conhecem as potencialidades do nosso país, não só em termos de turismo, como de investimento.
Ponto Turismo › A popularidade do senhor Embaixador atingiu recordes com os vídeos de apoio à seleção. Como é que surgiu a ideia de fazer os vídeos e promover Portugal publicamente e porquê? Embaixador Robert Sherman › A ideia surgiu da minha equipa fabulosa na Embaixada. O plano original era divertirmo-nos com o campeonato e encetar uma pequena competição com os meus colegas Embaixadores. Além disso, eu gosto mesmo do futebol português por isso poder torcer por Portugal no Campeonato Europeu era algo que eu quis fazer. O futebol pode ser uma forma de canalizar o exercício da diplomacia desportiva. É uma forma de expressar a minha paixão por este país enquanto Embaixador dos Estados Unidos e é também uma oportunidade de ligação à população portuguesa. Mas nós também transmitimos uma mensagem importante nos nossos vídeos – algo em que eu acredito fortemente – que com confiança e trabalho de equipa não há limites para o que se consegue atingir. Eu acho que este tema teve eco no povo português.
A partir de agora, não só é mais fácil aos Ponto T. › Além de promover Portugal através portugueses viajar para do apoio à seleção, acaba também por os Estados Unidos como transmitir uma imatambém é mais fácil aos gem simpática dos Estados Unidos, numa altuamericanos virem a ra em que a estratégia da TAP passa pela expansão da Portugal rede de destinos norte-americanos. Acha que os portugueses vão procurar mais os Estados Unidos? Emb. R. S. › As novas rotas da TAP para os Estados Unidos abrem novas oportunidades a ambos os países. A partir de agora, não só é mais fácil aos portugueses viajarem para os Estados Unidos como também é mais fácil aos americanos virem a Portugal. A verdade é que muitos americanos ainda não conhecem Portugal. Os americanos precisam de vir e “descobrir” Portugal, tal como os portugueses fizeram há 500 anos. Ponto T. › Como foi assistir à final do Euro 2016 em Paris? Vibra com o futebol, ou gosta mais de outras modalidades como o basquetebol, futebol america#25 AGO/SET 2016
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Quando fui nomeado Embaixador e o no, basebol que têm mais a ver com a Presidente Obama me cultura norte-americana? Emb. R. S. › Foi uma experiência fantástiperguntou as preferências ca e que vou recordar para o resto da minha mais bonito do que eu imaginava, o potencial vida. A animação no estádio era mágica. Foi de países, Portugal foi económico muito maior e as pessoas são as muito duro ver o capitão da equipa, Cristiano mais simpáticas que se podem encontrar em Ronaldo, ser transportado para fora do campo a minha primeira qualquer parte do mundo. tão cedo no início do jogo, mas eu estava muito confiante que a equipa iria manter-se unida e ultraescolha passar aquela adversidade. E isso foi exatamente o que aconteceu. O espírito da equipa, dentro e fora do campo, foi inspiradora. Tive muito orgulho em ser um fã desta equipa. Força Portugal!! Como americano, o meu primeiro amor sempre foram os desportos americanos como o basebol, o basquetebol ou o futebol [americano]. O que eu gosto mais no desporto é a paixão, a estratégia e a animação, o futebol proporciona tudo isso e é por isso que eu agora incluo o futebol entre os desportos que eu adoro.
Ponto T. › O que é que lhe falta conhecer de Portugal e qual o local que mais gosta? Emb. R. S. › Tenho tido a sorte de visitar grande parte do país. Estive no norte, centro e sul e nas ilhas. Visitei cidades, as praias e as regiões vitivinícolas. Todas as viagens que faço, tento incluir visitas a terras mais pequenas ali próximas o que me permite conhecer ainda mais sobre Portugal e ter uma perspetiva que não consigo ter a partir de outras regiões mais conhecidas.
Ponto T. › Chegou a Portugal em 2014, o que é que achou do país na altura? Já conhecia ou foi um primeiro contacto? Emb. R. S. › Sempre quis vir a Portugal. Eu cresci perto de uma das maiores comunidades luso-americanas nos Estados Unidos. Eu sabia que o povo português era acolhedor e que partilha os mesmos valores de trabalho árduo, devoção à família e tolerância com os quais fui criado. Quando fui nomeado Embaixador e o Presidente Obama me perguntou as preferências de países, Portugal foi a minha primeira escolha. Eu tinha grandes expectativas ao vir para cá. Mas na verdade, o país é muito
Ponto T. › Se fosse dizer a um amigo seu para vir a Portugal, como é que descreveria o país? Emb. R. S. › Eu diria que Portugal é uma joia escondida. Também descreveria o calor das pessoas e depois falaria da beleza das cidades e do campo. Eu encorajaria o meu amigo a viajar por todo o país para experienciar a riqueza da diversidade da cultura e paisagem que Portugal tem para oferecer. Desde os vinhos aos azeites, passando pelos sapatos e têxteis, os produtos de Portugal estão entre os melhores do mundo. E isto não é só com base na minha experiência pessoal – que neste momento
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Embaixador Robert Sherman Grande Entrevista 11
já posso dizer que é considerável – mas também com base nas inúmeras publicações e críticas internacionais.
interesse fomentar o comércio e investimento para os Estados Unidos. No entanto, outro aspeto muito importante na nossa diplomacia económica, é que estamos a tentar criar vínculos entre as capacidades notáveis de inovação e de pesquisa presentes em Portugal e nos Estados Unidos. Empresas, universidades, investidores e empresas americanas que querem investir fora dos Estados Unidos deveriam olhar para Portugal. Ao criar vínculos que reforçam as ligações entre os nossos dois países, poderemos expandir mercados, fortalecer as nossas economias e criar empregos novos e melhores nos dois lados do Atlântico. O Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, ou o T-TIP irá expandir grandemente o comércio e o investimento bilateral. Queremos promover o comércio transatlântico porque irá ajudar em particular as pequenas e médias empresas a expandirem os seus mercados nos dois lados do Atlântico. Temos de ter em conta que 95% das empresas portuguesas são pequenas e médias empresas. Portugal terá muito a ganhar assim que o acordo esteja concluído. Nós temos procurado encontrar maneiras criativas e originais de divulgar a nossa mensagem, incluindo o T-TIP. Conduzi uma Harley Davidson e um Ford Mustang vintage num tour de norte a sul de Portugal, em que ouvi diretamente dos empresários e empregadores, o que eles precisavam para expandir, para explorar novos mercados e para criar mais emprego e explicámos como o T-TIP os iria ajudar a atingir os seus objetivos. Também foi uma forma de assegurar de que iríamos concentrar a atenção sobre a importância deste acordo.
muitos americanos ainda não conhecem todas as grandes oportunidades de viagens em Portugal
Ponto T. › O Turismo é um dos grandes motores da economia portuguesa e mundial. Portugal está a fazer um bom trabalho na divulgação do seu destino nos Estados Unidos? Emb. R. S. › O Turismo está claramente em crescimento em Portugal, o que significa que Portugal está a ficar mais conhecido e mais popular como destino para os turistas estrangeiros, incluindo um número cada vez maior de americanos. No entanto, muitos americanos ainda não conhecem todas as grandes oportunidades de viagens em Portugal, sem falar nas grandes oportunidades para estudar, fazer negócios e investir. Tornar as viagens mais facilitadas com o aumento do número de voos diretos, a conclusão das negociações do T-TIP [Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento], mas também aumentar o marketing direcionado nos Estados Unidos com os tesouros de Portugal, tudo iria, obviamente, ajudar a aumentar a notoriedade e a remover obstáculos para viajar, para o turismo e para outros propósitos. Ponto T. › Qual seria a rota ideal para uma primeira viagem aos Estados Unidos. O que é que os portugueses não podem deixar de conhecer no seu país? Emb. R. S. › Isso iria depender do interesse de cada um. Tal como Portugal, os Estados Unidos oferecem uma enorme variedade de oportunidades interessantes para viajar. Pode escolher-se entre visitar as praias do litoral, os belos Parques Nacionais, ou uma cidade emblemática. Claro que eu, como sou apaixonado, diria começar no Estado onde nasci que é Massachusetts. Ali recomendaria ficar uns dias em Boston (que agora tem ligações aéreas diretas de Lisboa) e uns dias na costa, em Cape Cod. Como motociclista, eu sugeriria a rota histórica Route 66 como outra grande aventura. Mas a verdade é que existem tantos lugares para explorar, que é impossível fazer uma lista com todos eles.
Ponto T. › A sua abordagem à diplomacia económica foi um pouco diferente do habitual, mais moderna e eu diria até mais próxima e bilateral no que respeita ao investimento. Ou seja, olha os interesses dos dois países. Foi uma opção que se enquadra na sua personalidade, foi estratégica? Emb. R. S. › Eu tentei adotar uma abordagem inovadora para o meu papel como Embaixador. Na verdade, considero-me um Embaixador empreendedor, o que significa que eu não abordo as questões da forma tradicional. As duas perguntas que eu faço sempre são: qual é o objetivo? Qual é a melhor forma de o conseguir? Como Embaixador dos Estados Unidos em Portugal é do nosso
Ponto T. › O que é para si a diplomacia económica do século XXI? Emb. R. S. › É identificar sinergias e interesses comuns, encontrar maneiras criativas e originais de comunicar, remover barreiras ao comércio e ao investimento, promover a inovação e o empreendedorismo, dar aos jovens as qualificações que eles precisam para serem competitivos no futuro mercado mundial de emprego. Ponto T. › Para terminar. Qual é o seu ideal de vida? Emb. R. S. › Viver a vida ao máximo, acarinhar amigos e família, não perder a oportunidade de compreender o que não nos é familiar, não ter medo de falhar, lutar por marcar a diferença no mundo. Depois, dormir em 2017. l
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Portugal tem o melhor peixe do mundo Em Foco 13
Rota do Peixe
Portugal tem o melhor peixe do mundo Os mais conservadores, tímidos ou anti-qualquer coisa por natureza poderão discordar, mas que não haja dúvidas que Portugal tem o melhor peixe do mundo.
R
ecordo que em 2011 Ferran Adriá, famoso Chef catalão, afirmou: “o que mais me marcou em Portugal foi a qualidade do seu peixe e marisco. Maravilhoso e impressionante. Para mim são os melhores do mundo”. Não tardou que outros concordassem com ele. A abundância de peixe é influenciada pela existência de condições favoráveis de temperatura, iluminação, salinidade e oxigénio das águas, das quais depende a existência de maior ou menor quantidade de organismos microscópios vegetais, dos quais muitas espécies de peixe se alimentam. Como as referidas condições dependem da profundidade das águas e das correntes marítimas, existem nos oceanos áreas de maior e menor abundância e diversidade de espécies. É isto que faz a qualidade do peixe e Portugal tem uma posição geográfica de extrema importância a este nível. Ora vejamos: a. A fraca profundidade associada a uma boa exposição solar, permite maior penetração de luz e favorece a formação de plâncton - Portugal tem em média 300 dias de sol/ano e uma costa com profundidade média de 200 metros. b. Águas mais agitadas são mais ricas em oxigénio e em plâncton e as correntes marítimas, com deslocações de grandes massas de água com diferentes características de temperatura e densidade, são muito favoráveis à abundância de peixe, principalmente na área da confluência de uma corrente fria e de uma
corrente quente - o mar Português está em área de confluência de uma corrente fria e de uma corrente quente, influência dos elementos tropicais vindos do sul e dos vindos dos mares do norte. Quando aparecem as nortadas, nos meses de verão, com os ventos fortes do Norte, soprando junto ao litoral, provocam o afastamento das águas superficiais para o largo. c. A agitação e o desaguar dos rios contribuem para menor salinidade das águas - Portugal conta com 4 importantes rios com grande caudal, o Tejo com o maior estuário da Europa, o Douro, o Mondego e o Sado, todos de água doce fluem de Portugal para o mar É científico e reconhecido que Portugal possui um oceano que oferece peixe com uma qualidade ímpar, onde são capturadas mais de 300 espécies diferentes. O nosso peixe é mesmo o melhor do mundo. Foi nisto que a Associação Portuguesa de Turismo de Culinária e Economia (APTECE) se inspirou para o projeto “Portugal Figura de Proa”, cujo objetivo é elevar o peixe português como o melhor do mundo e a gastronomia portuguesa como #25 AGO/SET 2016
14 Em Foco Portugal tem o melhor peixe do mundo
“Portugal Figura de Proa”, cujo objetivo é elevar o posicionamento do peixe português como o melhor do mundo
uma das melhores. Mas importa dizer que o projeto vem no seguimento do trabalho já desenvolvido promovendo o turismo de experiência culinária e a gastronomia em Portugal. A APTECE já tinha implementado o projeto “Portugal Exclusivo - Comida com Histórias” onde trabalhou a mensagem das histórias únicas associadas à nossa gastronomia. Evoluímos para a promoção internacional com parcerias com associações de produtores (Portugal à Mesa) e agora surge o foco no Peixe e Mariscos. Queremos com isto promover e criar condições para que a gastronomia nacional e os produtos típicos locais sejam vistos de forma diferente nos mercados internacionais. O projeto durará até Setembro 2017 com o objetivo de promover o turismo gastronómico com destaque para o peixe. O principal objetivo operacional é a criação de uma Rota do Peixe Português, com o propósito de promover os peixes e mariscos de época e mostrando a arte piscatória e da confeção contribuindo para a sua afirmação como produto de excelência e qualidade. Pretende-se dar a conhecer ao Mundo não só os nossos principais peixes de mar e rio, mas pratos de pescado nacionais e produtos típicos complementares e ligados à gastronomia regional, como promover os restaurantes portugueses que bem trabalham o peixe. O projeto define o pescado como âncora para a promoção do turismo gastronómico do país e assume-me como elo de ligação a diversos produtos tradicionais da gastronomia portuguesa, objetivando uma maior notoriedade e reconhecimento de Portugal como um destino de eleição é também o que se propõe através da criação desta rota inovadora.
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Serão tratados no projeto os dois grandes tipos de turismo relacionado com o mar: o turismo pesqueiro (feito em terra firme com visitas à chegada do peixe, às lotas, em torno de conversas sobre a pesca responsável, divulgação das artes artesanais, workshops para crianças, etc) e o turismo de pesca (em alto mar com atividades de pesca reais envolvendo os turistas e dando-lhes toda a sequência posterior de conservação do peixe, preparação e posterior confecção). Serão implementadas iniciativas de onde se destaca a realização de 3 estudos: sobre as tendências em turismo de culinária, sustentabilidade do peixe e um sobre o reconhecimento e importância da gastronomia para quem visita Portugal; a criação de uma Rota do Peixe, que delineará circuitos gastronómicos dedicados e que serão alvo de mediatização internacional por via da visita prevista de jornalistas e bloggers internacionais; uma campanha de promoção internacional da Rota nas redes sociais e um conjunto de 11 ações de promoção em certames internacionais com Master Classes sobre o Peixe Português. O projeto procura também motivar os empresários para os fatores essenciais para a vingar na promoção e na exportação de produtos portugueses típicos de qualidade, no caso deste projeto associados ao mar e em particular dinamizando atividades nas regiões do Norte, Centro e Alentejo com impacto nas economias locais dessas regiões. Ao definir o sector do pescado como âncora para a promoção do turismo gastronómico do país, assume-me obviamente como elo de ligação a diversos produtos tradicionais da gastronomia portuguesa. l José Borralho Pres. APTECE
Helder Freitas Entrevista Caderno 15
CADERNO 16
Os agentes de viagens têm de continuar a evoluir”
Helder Freitas New travel Madeira
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Soluções
Amadeus Selling Platform Connect vai começar a entrar nas agências de viagens portuguesas a partir de Outubro de 2016
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Notícias
Amadeus apresentou os seus resultados financeiros relativos ao primeiro semestre do ano
#25 AGO/SET 2016
Caderno Amadeus 16 Entrevista Caderno Helder Freitas
Helder Freitas Diretor New Travel Madeira
#25 AGO/SET 2016
Caderno Amadeus Helder Caderno 17 Nome do Conteúdo doFreitas CapítuloEntrevista Nome do Capítulo
Helder Freitas
“O online é um forte concorrente, mas não é nenhum bicho papão” Com 16 anos no mercado, a New Travel Madeira assume-se como uma agência que trabalha com o turismo de incoming e de outgoing em que o seu forte é o atendimento e acompanhamento ao cliente. Com novidades a caminho que não quis revelar, Helder Freitas, um dos sócios da agência, confessa que gostaria de ter maior presença nos novos canais e social media
Ponto Turismo › Qual é a história da New Travel Madeira? Como é que surgiu? Helder Freitas › A Newtravel surge no ano 2000 devido à necessidade de cinco colegas que, trabalhando na mesma agência, precisavam de manter o seu posto de trabalho, arriscando então com toda a sua experiência nas diferentes áreas do ramo. A partir de 2008, um desses elementos optou por outro projeto, hoje em dia, continuamos nós os quatro sócios, a Hortênsia, a Maria João, a Lúcia e eu, e ainda contamos com mais três colaboradoras.
A nossa não é só vender o produto, depois temos de ir acompanhando até finalizar a sua experiência viagem. A facilidade de contacto pós laboral para situações que exijam o nosso apoio, permite-nos elaborar é também sem dúvida uma mais-valia para o cliente. programas de incentivo Ponto T. › Quais são as novidades à medida do cliente, e ao que a agência apresenta ou tem mesmo tempo oferecer para o futuro? Ponto T. › Como é que a agênH.F. › Nós temos algo pensado para um cia se posiciona em termos de as mais diversas futuro próximo, mas acho que ainda não produto e de serviço e atitude é altura para falar disso. perante o cliente? experiências na nossa H.F. › A empresa tem as duas vertenPonto T. › Como é que está a ser o ano tutes da área das agências de viagem, o “inbela ilha rístico e que previsões tem? coming” e o “outgoing”. No caso do “incoming” organizamos diferentes tipos de eventos e programas para todos os que nos visitam, desde grupos e incentivos a simples viagens de lazer. A nossa experiência permite-nos elaborar programas de incentivo à medida do cliente, e ao mesmo tempo oferecer as mais diversas experiências na nossa bela ilha. No caso do “outgoing”, temos todos os serviços inerentes a esta área, mas não temos produto próprio. Ponto T. › Quais são as linhas fortes da New Travel Madeira? H.F. › Sem dúvida, o atendimento e acompanhamento do cliente, pois
H.F. › Graças a Deus, está a correr bem, estamos com crescimento versus período homólogo do ano passado. Acreditamos que irá continuar de igual modo quer no “outgoing” como no “incoming”. Ponto T. › Qual é o vosso posicionamento relativamente às novas tecnologias, ao social media, novos canais de distribuição... H.F. › Sem dúvidas muito importantes as novas tecnologias, mas muitas vezes fora do nosso alcance, pois os custos são altíssimos para nós, em alguns casos, aproveitamos a “boleia” dos nossos parceiros. Quanto #25 AGO/SET 2016
Caderno Amadeus 18 Entrevista Nome do Capítulo CadernoNome Helder doFreitas Conteúdo do Capítulo
ao Social media, novos canais, estamos presentes, mas não tanto quanto gostaríamos, é algo que tentaremos ultrapassar.
papão. Existem aqueles clientes que só reservam através da internet, existem os que gostam de lá ir consultar mas depois reservam nas agências e depois temos os que reservam somente pelas agências. Nós temos alguma presença online, mas não pretendemos que seja o principal canal de vendas, mas reconhecemos que temos que efetivamente de o ter e o mais atualizado possível.
esta profissão já está para “desaparecer” há mais de 10 anos, no mínimo…Mas temos que continuar a evoluir
Ponto T. › O que é que o agente de viagens de hoje precisa de fazer para conquistar os novos clientes que estão muito melhor informados, são mais autónomos e que dispõem de muitas mais ferramentas? H.F. › Acima de tudo o agente de viagens também tem de estar bem informado, criar empatia, fazer o cliente sentir-se num ambiente familiar, fazer perceber que está lá, para quando o cliente mais precisar.Claro que também temos que ter as ferramentas e parceiros necessários, para poder combater principalmente com o online. Como referi anteriormente, a facilidade de contacto, principalmente pós laboral, fará com certeza toda a diferença. Aliás, nós temos por hábito explicar ao cliente que, efetivamente, muitas vezes ficará um pouco mais barato comprar alguns produtos através da internet, nomeadamente as taxas de serviço, mas por essa diferença de preço, existem outras vantagens e serviços que a internet não tem.
Ponto T. › Acredita que a profissão de agente de viagens vai ter de continuar a evoluir para não desaparecer? Porquê? H.F. -Sim, isso é um facto, mas não acredito que vá desaparecer. Aliás, esta profissão já está para “desaparecer” há mais de 10 anos, no mínimo…Mas temos que continuar a evoluir. É verdade que o online é um forte concorrente, mas não é nenhum bicho #25 AGO/SET 2016
Ponto T. › Como é trabalhar com a Amadeus enquanto parceiro tecnológico? H.F. › É muito gratificante, há pouco perguntou-me sobre novas tecnologias, pois a Amadeus é precisamente um dos parceiros de quem andamos à “boleia”. Trabalhar com a Amadeus é sinónimo de segurança no nosso trabalho diário, e é também sinónimo de tecnologia de ponta. Situações que nos ocorrem diariamente com os clientes, com a Amadeus tornam-se muito simples e rápidas de resolver, nomeadamente alterações de voos, a reserva de grupos, tendo em conta que as companhias aéreas preferenciais também utilizam a mesma plataforma. A nossa presença online no que a voos diz respeito, também é suportada pela Amadeus. l
Caderno Amadeus Nome do Amadeus Conteúdo Selling do Capítulo PlatformNome Connect, do Soluções Capítulo 19
Amadeus Selling Platform Connect A mais recente versão do Amadeus Selling Platform Classic, utilizada em todo o mercado Português, começará a entrar na sua agência de viagens a partir de Outubro de 2016.
A atualização será gradual e ficará concluída até final de 2017. Como já informado anteriormente, o seu sistema de reservas passará a ser totalmente online e está disponível para os 4 browsers principais (Internet Explorer, Safari, Firefox e Chrome). Para o mercado português, o Amadeus Selling Platform Connect apresenta por defeito, os seguintes idiomas: • Inglês • Português • Espanhol
Novo sistema de segurança ao aceder Amadeus Selling Platform Connect O Amadeus Selling Platform Connect está acessível via URL, não necessitando de qualquer instalação: https://www.sellingplatformconnect.amadeus.com
De forma a seguir todos os standards de segurança da indústria (PCI-DSS), novas políticas ficam associadas ao acesso Amadeus Selling Platform Connect: • O seu SIGN (0123MT) atual deixa de ser necessário para passar a ter importância o USER ID (mteias). • A palavra-passe deverá ter obrigatoriamente 8 caracteres alfanuméricos e deverá ser pessoal e intransmissível. • Um e-mail associado ao USER ID passa a ser obrigatório para garantir a proteção ao seu acesso. • De forma a garantir Todo o processo de autenticação mais seguro, uma nova funcionalidade - TFA (Two Factor Authentication) passará a ser aplicada para assegurar a autenticidade do utilizador. Assim, ao aceder pela primeira vez ao Amadeus Selling Platform Connect, ao clicar em “Sign in” irá ser-lhe pedido um código de acesso:
Este código de acesso será enviado para o seu e-mail (“One Time Password”) para que o aplique. Com este processo é guardada uma localização do utilizador e sempre que tentar aceder a partir de outro browser ou aplicação, o TFA será ativado. #25 AGO/SET 2016
Caderno Amadeus 20 Soluções Nome do Capítulo Amadeus Selling Nome do Platform Conteúdo Connect, do Capítulo
Novo conceito de Smart keys Um novo módulo irá fazer parte desta nova versão Amadeus Sell Connect: • Productivity Suite Este módulo integra uma série de ferramentas que permitem aumentar a qualidade do seu trabalho diário e garantir a aplicação de todo o processo de reservas obrigatório para a sua agência.
dos pré-definidos e personalizáveis, de forma a criar e suportar tarefas de reserva repetitivas. • SmartKey Translation – Uma solução que o irá ajudar a traduzir as “SmartKeys” em “Smart Flows”. Após a criação de uma “Smart Flow”, o seu status pode ser alternado entre ativo ou não ativo, dependendo se deseja ou não executar a mesma.
Existem 2 tipos de “Smart Flows”: Pessoais: São as “Smart Flows” específicas para cada utilizador (criadas pelo/aplicadas ao utilizador)
Escritório: São as “Smart Flows” geridas por um administrador e aplicadas a todo o escritório
• File Finishing – Um interface gráfico interativo que permite construir regras de negócio e adicioná-las ao Booking File de forma automática a cada EOT. • Smart Triggers – Uma solução que aplica Scripts ou Smart Flows de forma automática, em determinado contexto. • Quality Monitor – Solução com regras pré-definidas que fazem o controlo de qualidade do PNR e que garantem que toda a informação necessária esteja aí contida. Dependendo da forma como é configurado, envia ao utilizador mensagens informativas ou que bloqueiam a finalização do PNR. Estas três ferramentas não estão disponíveis por defeito e deverão ser contratadas adicionalmente. Por defeito, aparecem disponíveis em Amadeus Selling Platform Connect as seguintes ferramentas: • Smart Flows – Antigas SmartKeys que fornecem um fluxo de coman-
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Para aceder às “Smart Flows” no novo Amadeus Selling Platform Connect deverá clicar em Todas as “Smart Flows” pessoais e as de escritório, se existirem, aparecem aí definidas:
Caderno Amadeus Amadeus apresenta Nome lucrosdolíquidos Conteúdo de 494,5 do Capítulo milhõesNome de euros do Capítulo Notícias 21
Resultados 1º semestre
Amadeus apresenta lucros líquidos de 494,5 milhões de euros
A
Amadeus IT Holding S.A. aumentou o seu resultado líquido ajustado no primeiro semestre do ano financeiro de 2016 que terminou em junho em 17,9%, para 494,5 milhões de euros, face ao período homólogo de 2015, para o qual contribuíram o aumento da receita de 15,1% para 2,275.5 milhões de euros e um crescimento de EBITDA de 16,5% para 907,1 milhões de euros. Para tal contribuíram o sólido crescimento e a aquisição da Navitaire. Na área de distribuição, cuja receita cresceu 7,5%, para 1,520.5 milhões de euros, a Amadeus continua a crescer mais rapidamente do que a indústria GDS, apresentando um aumento de 5% no número total de reservas aéreas realizadas pelas agências de viagens para 279,3 milhões, superando a indústria em 2,2% e aumentando a quota de mercado em 1,0 pontos percentuais, situando-se agora nos 43,2%. Cerca de 75% das reservas aéreas feitas através do sistema Amadeus mundial foram com companhias aéreas que têm acordo com a Amadeus. Desde o início do ano, a Amadeus assinou novos contratos ou renovações de contratos com 21 transportadoras. O crescimento também se fez notar nos segmentos low cost. A Spring Airlines, a companhia aérea low cost chinesa, disponibilizou os seus conteúdos através do sistema Amadeus. Além disso, os agentes de viagens que utilizam o sistema Amadeus podem agora reservar as Fare Business Plus da Ryanair. Os utilizadores do sistema Amadeus têm acesso a um inventário de mais de 80 companhias low cost e híbridas no mundo. As reservas deste segmento
As reservas deste segmento [low cost e híbridas] cresceram 17% no primeiro semestre de 2016
cresceram 17% no primeiro semestre de 2016 em comparação a 2015. De acordo com o presidente e CEO da Amadeus, Luís Maroto, e referindo-se especificamente à distribuição, a “estratégia de diversificação geográfica continua a dar frutos sendo a Ásia & Pacífico e a América do Norte as regiões de maior crescimento para a Amadeus”, mantendo a aposta de continuar a investir no GDS, “o sistema mais eficiente na distribuição de produtos de viagem, como indica o sucesso das nossas soluções de merchandising: 157 companhias aéreas confiam em nós para a distribuição dos seus serviços auxiliares através dos canais diretos e indiretos”. O negócio de IT para companhias aéreas também revelou um forte crescimento no primeiro semestre de 2016 com um aumento das receitas em 34,4%, alcançando os 754,9 milhões de euros. O número de passageiros embarcados com reservas feitas através da plataforma Altéa cresceu 10,9%, suportado pelo crescimento da nossa base de clientes e entradas de novos clientes. Este forte desempenho foi complementado com a aquisição da Navitaire à Accenture, finalizado em janeiro. Com a Navitaire o número total de passageiros embarcados usando sistemas PSS Amadeus aumentaram 75,7%, para 622,4 milhões. l #25 AGO/SET 2016
Caderno Amadeus 22 Notícias Nome do Breves Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo
Parceria Amadeus e Mastercard Turismo entra na revolução Fintech A Fintech, ou tecnologia financeira, cujo objetivo é proporcionais uma gestão financeira mais fácil, personalizada, segura e com menos custos já entrou na indústria das viagens. A Amadeus estabeleceu uma parceria com dois dos pioneiros desta inovação para trazer para o mercado o seu produto B2B wallet prepaid. A Amadeus estabeleceu uma parceria com a Mastercard para proporcionar às agências de viagens uma forma de pagamento segura e aceite em todo o mundo, bem como uma maior proteção contra defaults de fornecedores ao usarem o B2B Wallet Prepaid. A Amadeus vai tirar partido da vasta rede
global da MasterCard para expandir os pagamentos virtuais B2B no turismo. Além da Mastercard, a Amadeus também criou uma parceria com a Ixaris para impulsionar uma gestão mais eficaz de cartões virtuais no B2B Wallet. Com a sua tecnologia inovadora de pagamentos, a Ixaris possibilita que os agentes de viagens criem e adicionem fundos aos seus cartões de pagamento virtuais de forma mais fácil. A Amadeus anunciou a sua solução Wallet B2B para agências de viagens, em fevereiro de 2016 para dar às agências de viagens um produto de pagamentos virtuais com a opção de ganhar ou poupar dinheiro ao pagar a fornecedores de viagens.
Concebida especificamente para os TMC Amadeus Mobile Messenger ajuda na segurança dos clientes A solução web Amadeus Mobile Messenger ajuda os travel managers a cumprirem o seu dever de cuidar e de contactar os viajantes de forma a diminuir os riscos, mesmo nas circunstâncias mais extremas. Para a Travel Management Company Raptim, que recentemente renovou o acordo de parceria, é especialmente critico uma vez que a TMC foi pioneira no mundo das viagens humanitárias por via aérea há 65 anos. A partir de outubro deste ano, a Amadeus vai ajudar a Raptim a transformar a forma como os seus clientes gerem as suas obrigações de duty of care, com a integração do Amadeus Mobile Messenger. A solução web permite aos gestores de viagens acompanharem os viajantes em tempo real, bem como fornecer dados
para a prevenção e controlo de risco e gestão de incidentes. Os travel managers também têm a capacidade de enviar instruções para um ou grandes grupos de viajantes em qualquer ponto de sua jornada com uma comunicação fácil e bidirecional via SMS, e-mail e através de notificações push numa aplicação amigável disponível em iOS, Windows e Android. “O Amadeus Mobile Messenger foi desenhado especificamente para ajudar as TMCs e seus clientes a cumprir as suas obrigações no que se refere aos cuidados do viajante. É um orgulho trabalhar com uma TMC como a Raptim em que o seu propósito e conhecimentos únicos o torna um parceiro confiável das organizações humanitárias de prestígio como a Rotary International “, diz Renaud Nicolle, o Chefe de Especialidade & Networks da Amadeus.
Canal de distribuição Amadeus atinge recorde de merchandising no primeiro semestre Durante os primeiros seis meses de 2016, houve um aumento de 80% de vendas em serviços auxiliares através do canal de distribuição Amadeus, principalmente através dos mais de 30 Online Travel Agencies globais que integram as soluções de merchandising Amadeus. Estes beneficiam de um fluxo de merchandising sem interrupções e de características adicionais de voo que ajudam na procura e na comparação de diferentes experiências para o consumidor, levando a um aumento das suas receitas.
O primeiro semestre também significou a entrada das TMC no merchandising, como foi o caso da Egencia que com a implementação do Amadeus Airline Ancillary Services abriu um novo espaço de oferta nas viagens corporativas, e o lançamento do Amadeus Rich Merchandising com a Etihad Airways como parceiro e que traz ainda mais oportunidades de branding, diferenciação, promoção e de envolvimento com o viajante para as companhias aéreas através do canal de distribuição Amadeus.
Amadeus Selling Platform Connect Amadeus Portugal inicia a distribuição da solução em outubro O Amadeus Selling Platform Connect, a primeira plataforma profissional de reservas online para agências de viagens, é a nova versão do Amadeus Selling Platform Classic e a sua comercialização começa em outubro. A evolução das necessidades dos viajantes e as exigências das agências de viagens levaram ao desenvolvimento de uma nova solução que se adapta às novas realidades. O Amadeus Selling Platform Connect permite às agências de viagens aceder às reservas dos seus clientes em qualquer lugar do mundo, a partir de qualquer dispositivo com ligação à internet. A plataforma é acedida através de um ID de utilizador e senha, sem a necessidade de instalar qualquer software. #25 AGO/SET 2016
A sua natureza online significa também que as atualizações são compartilhadas instantaneamente com o resto da rede. A plataforma tem uma grande capacidade de personalização e de adaptação ao seu negócio, permitindo às agências de viagens solicitar a integração dos conteúdos locais e escolher um pacote de soluções que melhor se adapta à sua metodologia de trabalho. A plataforma fornece também uma variedade de ferramentas inovadoras para as agências de viagens, incluindo a ferramenta Cryptic Magic, que traduz automaticamente os comandos crípticos em ações gráficas, bem como uma série de melhorias de produtividade. O novo modelo de navegação proporciona uma interação perfeita entre o interface gráfico e a página de comandos.
COMPANHIAS AÉREAS CONECTAR
SERVIR
GERIR
Reservar low cost em Amadeus é tão fácil que vai ficar fã 9 em cada 10 agentes de viagens que sabem fazer reservas com Light Ticketing e descobrem que podem fazer alterações através do Amadeus Ticket Changer de forma automática, rápida e gratuita tornam-se em
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www.reservarlowcost.pt
24 Tecnologia Quando o messaging substitui o email e a voz
Bem-vindos à economia pós-aplicações
Quando o messaging substitui o email e a voz
No número 19 desta revista publicámos um artigo nesta mesma secção em que Nicholas Ward, CEO da Kodi, falava do Business Messenger e em como este poderia constituir uma oportunidade de potenciar o negócio.
M
ais de um ano depois de publicarmos o artigo em que se identificava esta tendência, um relatório da Skift e Checkmate vem confirmar o messaging como a maior disrupção na comunicação desde que a utilização do correio eletrónico foi generalizada nos anos 90. O estudo vai mais além e diz que a tendência atual é que, tal como os emails substituíram ou suplantaram as cartas, o messaging está a substituir a voz e o email nas conversas interpessoais. Durante uma década o espaço do mobile foi dominado pelas aplicações. Sempre que um viajante se deparava com um desafio, um obstáculo, alguém respondia sempre “há uma aplicação para isso”. Atualmente já não é assim, entrámos na era da economia pós-aplicações. Quando o iPhone foi lançado, as aplicações nativas eram a única ferramenta, mas estas não se sedimentaram nas categorias com compras esporádicas. As aplicações proliferaram existindo atualmente, só na App Store, mais de 1,5 milhões. Em 2015 os consumidores passaram 79% do #25 AGO/SET 2016
seu tempo nos dispositivos móveis utilizando apenas cinco aplicações e só 10% das aplicações descarregadas nos seus telemóveis, foram utilizadas mais de uma vez, pelo que se trata de um desafio grande para as empresas desenvolverem uma aplicação que é descoberta, descarregada e usada, especialmente a das compras esporádicas como são o caso das viagens, refere o estudo. A economia Post-App consiste no crescimento acelerado de canais de messaging que proporcionam às marcas e empresas a oportunidade de interagir com clientes em tempo real. Esta economia inclui não só os SMS
Quando o messaging substitui o email e a voz Tecnologia 25
ou os chats via web, mas também plataformas como o Facebook Messenger, o WeChat entre outras. A popularidade destas plataformas fizeram com que a troca de mensagens ultrapassasse a voz, o email e as redes sociais como a atividade mais popular nos aparelhos móveis, diz ainda o mesmo relatório que acrescenta que enquanto a escrita de um email e as pesquisas na internet podem ser vistas como uma tarefa ou um dever, a troca de mensagens (messaging) é visto como uma forma divertida e eficiente de se envolver com amigos, famílias e, cada vez mais, marcas com notoriedade, ou top of mind. Atualmente as plataformas de mensagens acabam por ser uma alternativa apelativa às aplicações nativas, acolhendo uma nova forma de abordagem aos clientes por parte da indústria das viagens. Muitos marketeers estão a adaptar-se a esta mudança, dando início a uma nova era de melhor serviço ao cliente e de operações simplificadas. Segundo o relatório Skift e Checkmate, nestas plataformas destacam-se três características. A primeira é o fácil envolvimento pois ao contrário das aplicações, os serviços de messaging, como por exemplo os SMS, estão presentes em todos os aparelhos móveis. Além disso só a plataforma do FB Messenger por exemplo tem mais de mil milhões de utilizadores. Os consumidores não precisam de descarregar aplicações para comunicar com determinada marca e estão habituados a falar com amigos e família através de messaging. As marcas devem estar preparadas para se envolverem na conversação. Outra das características é o facto de serem multicanal. Os consumidores utilizam muitos canais na era pós-app. O mesmo consumidor tanto usa os SMS, como o FB Messenger ou o Whatsapp para interagir. Com as apps estão limitados ao facto de serem android ou Ios. A terceira característica é que o messaging exige atenção. Os “ping” de um nova mensagem desvia a atenção dos consumidores para o aparelho, enquanto as aplicações podem ficar sossegadas num ecrã de um telefone. Estas características representam oportunidades no mundo das viagens, refere o estudo, por duas razões: o messaging depende do mundo real, recompensa as respostas em tempo real e enfatiza mensagens que resulta em ação, áreas onde a marcas turísticas são excelentes. Uma das vantagens do messaging passa por poder tentar resolver uma má experiência antes de esta se tornar numa má crítica, refere o CEO da plataforma de comunicação Checkmate. O imediatismo da mensagem faz com que se saiba dos assuntos atempadamente e dá a oportunidade de resolver os problemas à medida que vão surgindo em vez de deixar ir e que ganhem escala na cabeça dos clientes. Se resolver as questões em tempo
Uma das vantagens do messaging passa por poder tentar resolver uma má experiência antes de esta se tornar numa má crítica
real evita ter de pedir desculpa em público, via TripAdvisor ou nas redes sociais por exemplo. Outra vantagem é a de poder surpreender os clientes no momento. Como os clientes podem comunicar com as marcas/empresas facilmente, estas recebem mais informação dos clientes. As marcas podem ficar a saber sobre aniversários, celebrações ou outras ocasiões especiais com mais facilidade o que se traduz numa oportunidade
de surpreender os clientes com extras ou upgrades. O messaging também melhora a eficiência do serviço e das operações. Para os empregados o acesso imediato a toda o histórico da interação com os clientes significa que podem falar com eles com confiança e segurança com base no que sabem das suas necessidades e experiência. Em vez de partir do zero e obrigar os clientes à frustração de se repetirem, os empregados podem focar-se na resolução dos problemas, construindo laços pessoas e agradarem os clientes. O surgimento do messaging transformou os padrões da comunicação individual. Depois de três décadas de emails de marketing a encherem as caixas de spam, os consumidores agradecem a obtenção de informação em tempo real através dos canais preferidos. À medida que os consumidores se vão habituando à conveniência, ao tempo real, às comunicações móveis, é expectável que as empresas também se adaptem, conclui o relatório. As empresas que reconheçam estas mudanças e adaptem as suas operações mantendo-se a par do comportamento dos consumidores, podem beneficiar muito das informações que possam reunir das conversas com os seus clientes, por fazer uma diferenciação tremenda na marca e ter um serviço com maior capacidade de resposta. “Quem hesita arrisca-se a ficar para trás”, finaliza o estudo. l
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26 Análise Hotéis, companhias aéreas e rent-a-cars como organizadores de viagens a par dos O.T.
Novo quadro europeu:
Hotéis, companhias aéreas e rent-a-cars como organizadores de viagens a par dos O.T. Decorrido um quarto de século, a forma de adquirir viagens mudou consideravelmente, sobretudo em razão da internet, pelo que a importante e pioneira disciplina europeia, aprovada em 1990 (Directiva nº 90/314/CEE), foi recentemente substituída pela Directiva nº 2015/2302/ UE, do Parlamento Europeu e do Conselho de 25 de Novembro de 2015, relativa às viagens organizadas e aos serviços de viagens conexos.
O
modelo clássico do package holiday, assente na complexa vertente organizacional, desenvolvida por uma empresa com vastos recursos - o operador turístico, que concebe e molda os serviços que integram pacote turístico, divulgando-o aos consumidores através de um programa ou brochura - foi progressivamente desvalorizado pela irrupção da internet. Um número crescente de consumidores realizaram as suas viagens sem recorrerem à brochura impressa, distribuída nos escaparates das agências de viagens, optando pela aquisição on-line, não necessitando, assim, de se deslocar fisicamente às instalações daquelas empresas para adquirirem serviços turísticos. Podendo inclusivamente combiná-los ao seu gosto, criando os denominados pacotes dinâmicos, click-through e outras conformações digitais. Sucede que tais viagens, mesmo adquiridas num ponto único (companhia aérea low cost, hotel ou OTA) através de sucessivos links, apesar de permitirem um elevado grau de customização pelo consumidor - que num ambiente digital de enorme diversidade se substitui ao operador no mix de serviços turísticos - não beneficiavam da protecção legal conferida ao clássico pacote turístico. Ou seja, até agora, a responsabilidade pela #25 AGO/SET 2016
correcta execução dos serviços era de cada um dos prestadores e não existe mecanismo de garantia contra a insolvência. O leque de combinações feitas pela agência de viagens ou pelo próprio consumidor noutras plataformas, para além naturalmente das OTAs, que devem considerar-se protegidas pela nova legislação europeia é consideravelmente alargado. Enquanto até agora apenas se contemplavam os consumidores, doravante também os viajantes de negócios são abrangidos pelo novo quadro europeu, excluindo-se tão somente os managed business travel. Os serviços isolados são igualmente excluídos, bem como os que não incluindo alojamento tiverem uma duração inferior a 24 horas. Serviços de viagem característicos são o transporte de passageiros bem como o alojamento que não seja parte integrante do transporte de passageiros (exemplos: carruagem cama num comboio ou o camarote num
Hotéis, companhias aéreas e rent-a-cars como organizadores de viagens a par dos O.T. Análise 27
cruzeiro) e não tenha fins residenciais (excluindo-se, assim, o alojamento para estudantes que vão frequentar um curso de línguas a longo prazo, mas devendo incluir-se as diferentes modalidades que integram a figura do alojamento local, designadamente um hostel). Acrescenta-se, agora, o aluguer de carros ou de outros veículos a motor abrindo-se, assim, a possibilidade de novas combinações de viagem sem transporte ou alojamento. O papel estruturante até agora desempenhado pelo programa ou brochura maxime a impressa, é substituído pelos Anexos que, para além de conterem relevante informação pré-contratual, explicitam a distinção fundamental entre viagem organizada (dita protegida porquanto para além da garantia para o caso de insolvência, o organizador é responsável pela correcta execução dos diferentes serviços que a integram) e serviço de viagem conexo (garantia contra a insolvência dos prestadores de serviços, mas a responsabilidade pela correcta execução dos serviços incumbe a cada um dos prestadores). Não existe qualquer diferença de regime entre a aquisição presencial nas instalações de uma agência de viagens ou on-line, mesmo quando os serviços de viagem forem adquiridos no site de uma companhia aérea low cost, de um hotel
ou de um rent-a-car. Isso mesmo, companhias aéreas, hotéis ou de aluguer de automóveis podem, de forma generosa, combinar serviços ou permitir que os viajantes o façam. A transposição desta importante disciplina europeia pelos Estados-membros terá de ser efectuada até 1 de Janeiro de 2018 e sua aplicação ocorrer a partir de 1 de Julho daquele ano. A actual disciplina das viagens organizadas projecta-se, para além dos Estados-membros da União Europeia, na Suíça. No espaço da CPLP também Angola contempla a disciplina das viagens organizadas na sua lei das agências de viagens (arts 26º a 37º), o mesmo sucedendo com Cabo Verde (arts 29º a 39º). Em 10 e 11 de Outubro, grandes especialistas estrangeiros debaterão em Portugal, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), as grandes questões em torno da transposição da Directiva nº 2015/2302/UE, numa parceria com a Fundação INATEL e a colaboração da Ordem dos Advogados e da Associação dos Directores de Hotéis de Portugal. l
Os visitantes de negócios e não apenas os consumidores beneficiam da nova proteção
Carlos Torres Advogado, Professor da ESHTE e Católica Porto Business School
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28 Análise Turismo Imobiliário: O Salvador
Impacto no sector
Turismo Imobiliário: O Salvador Pode soar a lugar-comum dizer-se que temos que olhar para a frente e dar mais importância ao futuro, até porque o passado já lá vai. Mas talvez valha a pena fazer um flashback de quatro anos e mergulhar no ano 2012 para perceber como estava o nosso país, e em particular o mercado imobiliário, para termos consciência do que mudou em tão pouco tempo.
O
ano 2012 é marcado por acontecimentos importantes em áreas tão diferentes como a cultura, o turismo, a política, o fado, a ciência, o futebol… É o ano em que a cidade de Guimarães passa a ostentar o título de Capital Europeia da Cultura. Em Lisboa é inaugurado o novo troço do Metro, entre a Estação do Oriente e o Aeroporto. Em França, François Hollande é eleito presidente do país com 52% dos votos, derrotando Nicolas Sarkozy. Realiza-se um referendo popular na Croácia para decidir sobre a adesão deste país à União Europeia, vencendo o ‘Sim’ com 66% dos votos. O fado está de luto pela morte de Raul Nery, um dos maiores guitarristas de sempre e que acompanhou grandes fadistas como Amália Rodrigues ou Hermínia Silva. Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua, desaparece nesse mesmo ano. Na Lua ou no céu estão os espanhóis, que se tornam campeões europeus ao esmagarem a Itália por 4-0. É o ano em que os efeitos da crise do subprime (que “estalou” nos EUA em 2008) impacta fortemente o mercado da mediação imobiliária em Portugal. Quase todos os bancos “fecham a torneira” e deixam de conceder crédito habitação às famílias portuguesas (salvo algumas raras e precio#25 AGO/SET 2016
sas excepções, de que não me irei esquecer nunca e que salvaram muitas empresas do sector da mediação imobiliária em Portugal). Lembro-me que, nesse ano de 2012, a média mensal de crédito habitação concedido pelos bancos em Portugal foi somente de 161 milhões de euros (ou seja, uma quebra de mais de 90% (!) face, por exemplo, a 2007 que teve uma média mensal de concessão de crédito habitação de 1773 milhões de euros). Nesse ano venderam-se 90.809 imóveis (prédios urbanos) quando em 2005 se venderam 230 925… Metade das empresas de mediação imobiliária desaparece, nesse ano, em Portugal. Os empresários retraem-se. As famílias recuam no consumo e tentam desesperadamente fazer o seu pé-de-meia… Os que conseguem... O desemprego ultrapassa a barreira dos 15%...
Turismo Imobiliário: O Salvador Análise 29
Em suma, a economia portuguesa estava em grandes dificuldades em 2012 e o FMI instalava-se em Portugal, com toda a intransigência e bastante arrogância. Precisávamos desesperadamente de um “clique” que fizesse desaparecer este sentimento de depressão e que voltasse a dar alguma esperança ao país. De forma algo inesperada surge um fenómeno que veio salvar o sector imobiliário e mesmo transformar o sector da mediação imobiliária. Esse Salvador chama-se Turismo. Voltemos a 2016… O número de turistas que visitam Portugal não pára de aumentar. Os regimes fiscais (tanto os Vistos Gold, para cidadãos provenientes de fora da União Europeia, como o Regime Fiscal para Residentes Não Habituais, mais direcionado para os países da União Europeia) atraíram milhares de cidadãos e investidores estrangeiros que compraram casa em Portugal e começaram a viver e a consumir no nosso país. As companhias aéreas low-cost ajudaram nesse processo. A escalada de violência no mundo (por exemplo no Norte de África ou em França) fez com que muitos estrangeiros procurassem Portugal como um destino para viver e não só para passar férias. O nosso país era associado ao excelente clima, à hospitalidade dos portugueses, à gastronomia, às praias, ao golfe… Agora é associado a um país onde se pode passear com crianças na rua em qualquer lugar e a qualquer hora.
Esta é a nossa melhor arma… a da segurança, a da pacatez dos portugueses. O Turismo, esse nobre Salvador, veio tirar o imobiliário da crise. Veio fazer com que muitos agentes imobiliários falassem hoje chinês, russo, francês… Fez com que empresários estrangeiros quisessem deter uma agência imobiliária porque perceberam que este é um sector de futuro e com um enorme retorno financeiro e um risco associado relativamente baixo. Fez com que escasseassem os alojamentos disponíveis, o que veio trazer grandes oportunidades de negócio aos mais audazes que compraram um apartamento, que o remodelaram e o colocaram no arrendamento de curta duração para turistas. Como a rentabilidade associada é elevada (quase sempre a dois dígitos), muitos destes corajosos deixaram os seus empregos para se dedicarem, a tempo inteiro, ao seu novo negócio. Muitos compraram um segundo e um terceiro apartamento. Isto fez com que muitos centros urbanos estejam hoje de cara lavada, reabilitados, com movimento e com bom ambiente. O salvador que se mantenha forte e cheio de energia. O sector imobiliário agradece. l
De forma algo inesperada surge um fenómeno que veio salvar o sector imobiliário [...] chamase Turismo
Miguel Poisson, Diretor-Geral da ERA Portugal
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30 10 Insights Motivação empresarial
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Insights em Motivação empresarial
Procure conhecer melhor quem trabalha consigo É sempre mais desafiante motivar pessoas que não conhecemos, por isso é que é tão importante conhecer as motivações pessoais (não profissionais) dos colaboradores. Até mesmo do ponto de vista de remuneração é importante conhecer as motivações pessoais para atribuir benefícios alinhados com as expectativas individuais de cada um.
Defina objetivos semanais É uma questão de perspetiva, mas que muda tudo. Exemplo: contactar 20 potenciais clientes por semana é diferente de contactar 1100 clientes por ano. As tarefas tornam-se mais atrativas e motivadoras quando não soam a “megalomania do chefe”. As pessoas gostam de sentir que são capazes de atingir os objetivos e este método tão simples potencia essa sensação de achievement.
Seja Transparente Os seus colaborados poderão ajudar mais uma organização se a conhecerem melhor, desde os processos internos aos que acontecem em interações da organização com terceiros. A circulação da informação é fundamental para a saúde da organização. Um colaborador que sabe o que se passa na sua empresa, mais facilmente vê oportunidades e aumenta o seu grau de compromisso com a empresa.
Apoie novas ideias Quando os colaboradores propõem uma solução para um problema é porque acreditam que é para o bem da empresa, e é um sinal de preocupação. Apoiar novas ideias é alimentar a cumplicidade e espirito de equipa.
Motive os colaboradores de forma individual e não em equipa Os colaboradores não querem todos os mesmos benefícios, e não são motivados de forma igual. A máxima de “tratar de forma diferente o que é diferente aplica-se aqui na perfeição”. Já tive equipas em que o mesmo fator que desmotivava um colaborador era exatamente o mesmo que motivava outro colaborador! #25 AGO/SET 2016
Motivação empresarial 10 Insights 31
Não deixe os colaboradores ficarem entediados/aborrecidos Todos nós nos aborrecemos com certas rotinas, por isso ir criando alguns momentos lúdicos como happy hours e mini-concursos podem melhorar substancialmente o efeito perverso que um estado de espirito entediado pode ter na performance de um colaborador.
Desafie Os desafios são provas de confiança no colaborador, é sinal que é valorizado e alvo de interesse. É importante que a organização saiba desafiar de forma positiva os seus colaboradores.
Interesse-se pela carreira dos seus colaboradores Tome um interesse genuíno no caminho futuro da carreira de um colaborador. Mentoring, coaching, ou a sugestão de formação ou cursos adicionais é algo altamente valorizado.
Permita a liderança de todos Motivar os colaboradores não é apenas dar-lhes tempo de férias, trata-se de mostrar que as suas opiniões são levadas em conta e são importantes. Nem sempre as melhores ideias vêm do topo, uma organização hoje em dia não pode dar-se ao luxo de menosprezar boas ideias em função de uma hierarquia rígida e “surda”.
Permita animais no escritório! Todos sabemos que em alguns casos não é possível por motivos variados, ter animais no escritório. Estudos confirmam que os animais contribuem para uma maior harmonia no local de trabalho, melhorando o humor dos colaboradores. Também aqui, a CIONET dá o exemplo, contando com a presença diária da gata “Tails” que muito tem contribuído para o bom ambiente da organização. Rui Serapicos
“o principal fator de sucesso qualquer Organização são sempre as pessoas e a forma como são motivadas”.
Managing Partner Cionet Portugal
#25 AGO/SET 2016
32 Lifestyle Mercado potencial de 80 milhões de entusiastas no mundo
Birdwatching
Mercado potencial de 80 milhões no mundo “Olhar para o passarinho” deixou de ser uma frase que os antigos fotógrafos utilizavam para chamar a atenção para a câmara e passou a ser muito mais literal, colocando muita gente a olhar para o céu, árvores, lagos ou outros habitats à procura de aves e a tentar identificá-las. Hoje em dia um mercado potencial de 80 milhões de birdwatchers “olham” para os “passarinhos” e procuram os melhores locais para essa observação.
P
ortugal começa a pôr-se em bicos dos pés para conquistar um lugar nesse mercado, até porque com um “arsenal” de mais de 400 espécies listadas só no continente, 330 das quais observáveis com regularidade e muitas não observáveis no norte da Europa, tem armas para combater. A Birds & Nature Tours, parceira do Visit Portugal Birdwatching, é uma das empresas de animação turística empenhadas no desenvolvimento do turismo ornitológico e apresenta como vantagens o crescimento a um ritmo de dois dígitos por ano do mercado de viagens motivadas pelo birdwatching, apontando o Reino Unido, os países escandinavos, Holanda, Bélgica, Alemanha, Estados Unidos e Canadá como os principais mercados emissores. Também o perfil do turista “observador de pássaros” é visto como ali#25 AGO/SET 2016
ciante pois tem entre 40 e 75 anos, com um nível sócio-económico médio-alto/alto e um gasto médio superior aos turistas “sol e praia”, com a vantagem de viajarem durante todo o ano. Em Portugal o número de praticantes desta atividade também está em crescimento sendo atualmente cerca de 3.000 e com um novo posicionamento como destino de Birdwatching mais formalizado através de um plano que conta com o apoio da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, com o Turismo de Mértola, a Câmara Municipal de Castro Verde e a Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, o mais provável é que sejam cada vez mais os turistas que queiram observar aves. A experiência de birdwatching proporciona muitos pontos positivos entre os quais o contacto com a natureza, a acessibilidade e sobretudo a riqueza e facilidade de observação.
Mercado potencial de 80 milhões de entusiastas no mundo Lifestyle 33
Munidos de binóculos e telescópios, normalmente cedidos pela empresa que organiza os tours, os praticantes podem observar a riqueza ornitológica em zonas como o corredor Alcochete-Setúbal que inclui os riquíssimos estuários do Sado e do Tejo, o corredor Castro Verde-Mértola, onde com sorte podem encontrar a águia imperial, e em poucas horas observar uma grande variedade de pássaros aquáticas, estepárias e de montanha sem precisar de procurar muito. Os guias credenciados sabem onde estão as colónias e conhecem os locais onde normalmente são avistadas diversas espécies, sendo fascinante observar como a grandes distâncias conseguem diferenciar as diversas aves, ou como as identificam pelos sons que emitem. O que para os leigos é um “pássaro grande”, para estes peritos pode ser uma águia de asa redonda, uma águia imperial (mais rara), um grifo, milhafre ou outra, identificando-a pelo modo como voa, pela posição das asas, pelo bico, ou por qualquer outra característica que ao comum dos mortais passa despercebida. Face a Espanha, que é o destino escolhido por 60% de britânicos para a atividade, Portugal tem a vantagem de ter as mesmas espécies mas num raio geográfico muito menor, o que em termos de turismo é uma grande mais-valia que pode ser aproveitada para atrair os turistas que estão apenas um dia em Portugal. “É possível passar de um habitat “Flamingo” em Lisboa ou Faro, para um habitat “Abetarda” no Alentejo, em cerca de 60/90 minutos” diz João Jara, responsável da Birds & Nature. O Alentejo em concreto tem uma localização estratégica entre as portas de entrada no País Lisboa e Faro, sendo possuidor de áreas protegidas, como Castro Verde, de grande riqueza e unicidade, com muitas espécies raras que não são observáveis no Norte da Europa. Outro do potencial da observação de aves é a possibilidade de ser organizada em pacotes que incluam outros produtos como a gastronomia e os vinhos, ou outros relacionados com a natureza. Mas ainda há muito trabalho a fazer. Entre as falhas é apontada a quase inexistência de estruturas de apoios como “hides” (esconderijos), percursos sinalizados, sedes das áreas protegidas abertas ao público e escassez de agentes organizados em contraponto com agentes ilegais que operam sem empresa, alvará, licenças ICNB ou seguros. O Algarve é outra das regiões que também vê a observação de aves como uma atividade a não “perder de vista”. De facto, Sagres é o anfitrião desde há seis edições, do Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza que irá realizar o seu sétimo evento de 30 de setembro a 5 de outubro próximo, contando com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves como um dos promotores. Este ano a ave escolhida para o cartaz do festival é o britango (também conhecida como abutre do Egito) e que normalmente é avistada todos os anos em Sagres, durante setembro e início de outubro, estando em perigo de extinção. Esta foi também escolhida como Ave do Ano 2016 pela SPEA. l Antónia Barroso Jornalista
O turista “observador de pássaros” tem entre 40 e 75 anos, com um nível sócio-económico médio-alto/lto
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34 Viagem de: António Monteiro
O Irão é um país riquíssimo e felizmente e ao contrário do que tem acontecido noutros países do Médio Oriente, a preservação é total
António Monteiro Ponto Turismo › Qual é a viagem da tua vida? António Monteiro › As grandes viagens são aquelas onde aprendemos alguma coisa, culturas tradições, relacionamentos humanos. Tenho três ou quatro que poderão estar no topo. A última foi ao Irão, outra ao estado de Minas Gerais, no Brasil, que permitiu conhecer uma parte da nossa história em termos arquitetónicos, que já nem em Portugal existe porque ali está muito mais preservado e correspondente à memória que nós temos. E depois várias viagens na Europa que é fundamentalmente onde temos afinidades históricas e culturais mais próximas. Ponto T. › Porquê o Irão? A.M. › Do ponto de vista político é um país com o qual nós portugueses não nos identificamos. Ao fim de contas é uma ditadura religiosa, mas a verdade é que, viajando pelo país, na atualidade, não se sente o peso da política. Conseguimos fazer uma viagem onde fui onde queria, falei com quem queria e, do ponto de vista histórico, é um país riquíssimo e felizmente onde, ao contrário do que tem acontecido noutros países do Médio Oriente, a preservação é total. Do ponto de vista histórico é um banho de história e um banho em que falamos, na medida em que conseguimos entende-los e conseguimos relacionarmo-nos com eles, mas também é interessante em termos de gastronomia e em todos os aspetos. Ponto T. › Qual é a viagem que te falta fazer? A.M. › Há um aspeto que para mim é importante e que é o da comunicação e é tentar estabelecer laços de comunicação com os países onde vamos e é curioso referir que a viagem ao Irão foi muito boa porque estranhamente consegui comunicar porque eles próprios têm uma necessidade de falar e de contactar com os estrangeiros, por isso com um bocadinho de inglês, de francês ou um bocadito de qualquer coisa consegue-se estabelecer comunicação. Mas este princípio leva-me a que não seja grande entusiasta de viagens ao Oriente precisamente por causa disso. É muito mais difícil a comunicação. Eu conheço razoavelmente bem a América Latina e tenho ali algumas lacunas. Gostaria de conhecer a Guatemala, talvez seja a mais importante, do ponto de vista histórico, o sul do continente, mais por razões paisagísticas e ambiente e natureza. Ponto T. › No fundo já acabaste por dizer o que é para ti viajar. A.M. › Viajar é conhecer. Isso não quer dizer que não haja um fim-de-semana #25 AGO/SET 2016
Viajar é conhecer ou outro que apeteça espairecer ou não digo que não haja uma altura em que pelo cansaço do trabalho, não me saiba bem ir uma semana e ficar só entre o sol e a água. Mas isso são necessidades de excesso de trabalho porque as viagens que me dão realmente prazer são as que têm o aspeto cultural, histórico, de relacionamento com as pessoas. Ponto T. › Preferes viajar com tudo organizado ou ir à descoberta? A.M. › O meu padrão é ir à descoberta. E se numa fase em que era mais novo estabelecia tudo ao pormenor sobre os sítios onde queria ir, neste momento já não sou tanto assim. Sou ainda mais de ir à descoberta, levo ideias gerais e depois vou descobrindo. Ponto T. › Há algum episódio que te tenha marcado em alguma viagem? A.M. › O que marca profundamente são coisas como ir a um sítio e surpreendermo-nos. Ir a um lugar histórico com Éfeso, no sul da Turquia e descobrir, por aquilo que está edificado, que o mundo há mais de 2000 anos já era extraordinariamente desenvolvido e depois houve retrocessos… São essas coisas que me deslumbram e que me deixam a ficar a pensar como é que o ser humano conseguiu ter evoluções extraordinárias seguidas de retrocessos. Ponto T. › Qual é o livro que tens na cabeceira? A.M. › Nunca tenho só um. Há um livro que comprei e que ainda não comecei a ler que é de Julien Barnes e chama-se “O ruído do Tempo”, outro do José Luís Peixoto que fala de Fátima, “Em teu ventre” e Número Zero de Umberto Eco, considerado o “manual perfeito do mau jornalismo”. Ponto T. › E qual é o filme que vês repetidas vezes? A.M. › Todos os filmes dos irmãos Marx! São filmes absolutamente intemporais onde o humor e aspeto anárquico se fundem e nos dão prazer. l