Ponto Turismo 28

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turismo está cada vez mais diverso opinião

O vereador dos Assuntos Sociais da CML fala da acessibilidade

análise

Promoção: Marketing de Proximidade chega a Portugal

10 insights Saiba os dez passos para por a sua ideia brilhante em prática

em foco

Global Peace Index: Portugal é o 5º país mais pacífico do mundo

GRANDE entrevista Fátima Vila Maior Diretora de Feiras da FIL



Ficha Técnica

Índice

“O Turismo está cada vez mais diversificado”

Propriedade Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A. Sucursal em Portugal

Sede Rua de São José, 35 - 4º andar 1150-321 Lisboa, Portugal Tel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75 E-mail: pontoturismo@pt.amadeus.com

Diretor Geral Miguel Ángel Puertas

Diretor da Ponto Turismo

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Existem cada vez mais empresas que de alguma maneira estão ligadas ao sector do Turismo e muitas delas instalam-se fora das grandes cidades, quem o diz é Fátima Vila Maior, diretora de Feiras da FIL em entrevista a propósito da BTL.

Miguel Ángel Puertas Bimestral · Ano - 2017 - Edição 28

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Coordenação Editorial

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pontoturismo@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99

Produção de Conteúdos e Edição Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Tel.: 214 037 656 · mediapearl@mediapearl.pt

Publicidade marketing@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99

Ilustração Capa Pedro Taquelim

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Opinião

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Tecnologia

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Grande Entrevista Fátima Vila Maior - Sector do turis-

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Análise

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10 Insights

Temos de procurar novas ações de desenvolvimento que permitam às agências continuar a ser competitivas

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Lifestyle

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Soluções

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Viagem de: Fernando Bernardo

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Notícias

Fotografia

O direito à acessibilidade de quem vive, trabalha e visita a cidade de Lisboa

Realidade Aumentada: As viagens no tempo já não são uma ilusão

Mediapearl

Produção Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Rua de Xabregas, 2, Piso 2, Sala 2.06 / 2.07 1900-440 Lisboa mediapearl@mediapearl.pt

mo está cada vez mais diversificado

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Impressão e Acabamento RBM - Artes Gráficas

Tiragem

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1300 exemplares

Registo na ERC N.º 126281

Depósito Legal N.º 350109/12

A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.

Em Foco Portugal é o 5º país mais pacífico do mundo

Entrevista Caderno

Amadeus Selling Platform Connect

- Nova aplicação: Marketing de Proximidade chega a Portugal - Turismo de Cruzeiros: Um Sector Em Crescimento

Como por em prática a sua ideia

Da cidade para o campo: os novos “rurais”

“Viajar para mim é descobrir”

Amadeus assume compromisso para ano internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento

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Editorial

Tendências...

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uando o ano inicia fazemos o balanço do ano que passou, onde pesámos o que correu bem e o menos bem, e lançamo-nos avidamente no novo ano que queremos que seja ainda melhor! Que os nossos objetivos não sejam apenas alcançados mas ultrapassados. O apetite aguça para a descoberta das novas tendências. Qual o caminho que tenho que tomar? Será que estou a conduzir o meu negócio no caminho certo? Será que devo apostar nas previsões do que vai estar na “moda”? Tudo isto são especulações, mas estas também têm um fundo de verdade. Por vezes as tendências cruzam caminhos, na moda, nos consumidores, na tecnologia e, obviamente, no turismo. Li recentemente dois artigos, em que um se debruçava sobre as tendências do consumidor e outro sobre tendências do turismo. Surpreendentemente, ou não, ambos referiam ideias similares. Por exemplo a tendência para a aposta nos Millenniums, que têm conhecimento, vontade, espírito de aventura tal e qual como os seniores, que já não assumem um estereótipo de um sénior, mas alguém que está com disposição para explorar e experimentar coisas novas e que está atento e ativo nas redes socias. O uso de tecnologia para atrair o cliente ou viajante para efetuar a sua escolha e compra tornou-se essencial. Não é novidade que cada vez mais se verifica o uso dos smartphones para as reservas de voos ou hotéis. Este fator revê-se mais nas gerações mais jovens, que têm mais confiança nos dispositivos móveis. Outra grande tendência é também o tema deste ano da OMT: a sustentabilidade, as pessoas procuram cada vez mais produtos sustentáveis ou a sua origem, no turismo verifica-se a mesma preocupação. Temos que estar presentes e atentos para não perdermos o momento, nunca saberemos se estamos realmente a viver o que no futuro consideramos que foi o “ the next big thing” daquela época. A sociedade está em constante mudança, em busca do novo, do futuro, e à medida que se encontra mais dotada de instrumentos que lhe permitam alcançar os seus objetivos essa mudança é muito mais rápida. Torna-se difícil manter-se atualizado na moda. Os nossos gadgets estão ra-

Estamos em contínuo desenvolvimento e pesquisa e não queremos parar. Queremos continuar a seguir tendências

pidamente a ficar desatualizados. O mesmo se passa com os nossos gostos e necessidades. O mesmo se passa no turismo. Se há uns anos o turismo em Portugal era entendido como Turismo de sol e praia em que se tentava adaptar a oferta ao gosto dos povos anglo-saxónicos, agora a procura passou a ser da verdadeira autenticidade de cada identidade da cidade, do povo, do local, da paisagem. Temos verificado grandes surpresas nestas tendências, como por exemplo o caso da Islândia, uma região com uma oferta tão diferente do destino tropical que tanto se desejava. Existe um tipo de turismo para cada local, onde se procura a atmosfera própria a arte urbana, a forma de vida dos seus habitantes, a sua identidade. Para se obter sucesso é necessário inovar, oferecer algo de diferente, proporcionar novas sensações e essencialmente acompanhar as tendências. Sendo o turismo um dos principais setores económicos do país, que nos últimos anos tanto cresceu, promovendo novos destinos, deveremos continuar a impulsionar ainda mais este crescimento aproveitando esta tendência através da promoção da nossa identidade. Grandes impulsionadores do crescimento da nossa economia, serão também os jovens que nos vêm visitar ou que estão a estudar em Portugal e que poderão radicar-se no país, criando as suas empresas. Ou que, regressando, manterão um laço com o país que certamente será também profissional. Esta colaboração internacional de universidades e estudantes tem ajudado ao desenvolvimento de novas empresas e projetos que tem catapultado alguns setores de economia, e que neste momento justificam que setores como o da saúde já exportem mais produtos que setores tradicionais portugueses como a cortiça ou o vinho. Outra tendência será o crescimento de turismo no país como destino de reformados europeus em busca de inverno mais agradável, oferta cultural atrativa e melhores cuidados de saúde e nível de qualidade de vida. A estes motivos juntamos o mais importante: um dos países mais seguros do mundo. O 5º do Ranking! Na Amadeus queremos acompanhar as tendências e evolução dos tempos. Estamos em contínuo desenvolvimento e pesquisa e não queremos parar. Queremos continuar a seguir tendências porque estas conduzem-nos para o futuro e para o crescimento. Nesta edição da Ponto refletimos um pouco sobre as novas tendências tecnológicas como a realidade aumentada e o marketing de proximidade. Na grande entrevista temos a Fátima Vila Maior que fala sobre a BTL. No artigo de opinião, João Afonso, Vereador dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, elabora sobre o “Lisboa para Todos”, um guia de acessibilidade em Lisboa.

Miguel Ángel Puertas Diretor Geral #28 JAN/FEV 2017

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Opinião João Afonso

João Afonso

Vereador dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa

O direito à acessibilidade

de quem vive, trabalha e visita a cidade de Lisboa Quando falávamos com as pessoas, especialmente com as mais idosas, era impossível não verificar que havia uma queixa muito frequente e comum: o receio de sair à rua, porque tinham a sensação de que os pisos, bem como o estado dos passeios e das ruas, não lhes garantiam a segurança necessária para um caminhar confortável. Só por isso já valia a pena implementar o Plano de Acessibilidade Pedonal, que define a estratégia da Câmara Municipal de Lisboa para tornar mais fácil a circulação dos peões, evitando situações de perigo e até ultrapassar as questões que têm a ver com o desenho da cidade e o seu urbanismo muito específico.

E

como fazer isto? Através da prevenção do aparecimento de novas barreiras; da eliminação das barreiras existentes e da mobilização da comunidade em torno de um objetivo que já começa a dar frutos bem visíveis. Alguns deles patentes no recentemente lançado Guia de Turismo Acessível - “Lisboa para Todos”. Elaborado em colaboração com a Associação de Turismo de Lisboa, entre outras entidades, este Guia pretende ir ao encontro das necessidades de um público muito específico – as pessoas com mobilidade reduzida, nomeadamente das que se deslocam em cadeira de rodas. Num formato que “cabe no bolso”, o Guia permite preparar uma viagem por percursos acessíveis da cidade com interesse cultural e monumental. Nele estão sinalizados um conjunto de locais, equipamentos e serviços que foram alvo de uma visita técnica por parte da Equipa do Plano de Acessibilidade Pedonal (CML) para averiguação das condições de acesso. Estas partem do princípio que todas as pessoas com mobilidade condicionada têm a possibilidade de: 1) entrar no edifício, 2) circular autonomamente no seu interior, 3) usufruir do serviço e 4) utilizar uma instalação sanitária adaptada. Existem no guia dois tipos de percurso: o verde, passível de ser percorrido autonomamente por uma pessoa em cadeia de rodas, e o laranja, que o transeunte é aconselhado a fazer com o acompanhamento de terceiros. #28 JAN/FEV 2017

“Lisboa para Todos” é um Guia editado em português e em inglês, e nele constam, por sua vontade e adesão ao projeto, hotéis, estabelecimentos de restauração, jardins e miradouros e museus e monumentos. Algo que também é importante para nós, porque as respostas destas entidades dão conta de que está a crescer a consciência de que é importante ter em atenção esta matéria, não só por ser uma imposição legal mas por preocupação para com as pessoas. Essa consciência foi até demostrada por várias entidades que laboram no sector turístico e nos desafiaram a preparar uma ferramenta que vai facilitar a informação sobre temas relacionados com a acessibilidade, fornecendo um conjunto de recomendações concretas e objetivas de técnicas de atendimento ao público com necessidades especiais. Afinal, ter condições para receber todas as pessoas é um princípio de igualdade, equidade e de bem-estar social.


Nome do Conteúdo do Capítulo João Nome do Capítulo Afonso Opinião

a rede de transportes públicos. Um desafio transversal. O processo de trabalho envolve a articulação com vários serviços municipais assim como a participação de várias organizações e cidadãos representativos da sociedade civil. Pessoas de todas as idades. Pessoas com e sem

A acessibilidade é um esforço cada vez mais presente em toda a estrutura da Câmara Municipal de Lisboa

deficiência. A acessibilidade é um esforço cada vez mais presente em toda a estrutura da Câmara Municipal de Lisboa. Faz parte de processos de reabilitação urbana fundamentais - como os que se verificaram na Avenida da República e Eixo Central -, está bem patente nos projetos Uma Praça em Cada Bairro ou no programa Pavimentar. Facilitando de forma transversal uma mudança que acontece através de um conjunto de modelos de transformação do espaço público que vão melhorar as condições de pedonalidade em segurança. Passeios mais largos e confortáveis, passadeiras rebaixadas, medidas de acalmia de tráfego essenciais, por exemplo, em zonas de circulação junto a escolas estão entre os muitos outros passos deste complexo, mas importante, processo que torna Lisboa mais inclusiva e acessível a todas as pessoas. l

Há muito ainda por fazer. Por exemplo, no que toca aos transportes, outra das áreas que são fundamentais para a qualidade de vida das pessoas, tanto das que habitam como para as que nos visitam. Um capítulo específico do Guia é dedicado à rede de transportes públicos e privados da cidade. Tivemos também o cuidado de incluir informação sobre assistência pessoal e aluguer e reparação de material técnico, bem como uma listagem de contactos úteis, que podem ser usados por todos. O estudo realizado para elaboração do guia permitiu definir uma rede de percursos pedonais com interesse turístico em Belém, Baixa/ Cais do Sodré e Parque das Nações. O trabalho da Equipa do Plano de Acessibilidade Pedonal incluiu testes aos trajetos por utilizadores de

cadeira de rodas. Porque faz todo o sentido desenvolver este esforço ouvindo e trabalhando com as pessoas que vivem as realidades concretas, assegurando o envolvimento de toda a comunidade alargada, num esforço que tem de ser comum. A falta de mobilidade pode acontecer a qualquer um de nós, num ou noutro momento; basta lembrar as dificuldades que tem uma mãe com um carrinho de bebé ou alguém acidentado, para não referir outra vez os mais idosos. É por isso que vamos continuar as 100 ações definidas no Plano de Acessibilidade Pedonal. Um processo organizado em cinco áreas operacionais, com intervenção na via pública; transformação de equipamentos municipais; fiscalização dos particulares; articulação com #28 JAN/FEV 2017

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Grande Entrevista Fรกtima Vila Maior

Fรกtima Vila Maior Diretora da ร rea de Feiras da FIL

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Fátima Vila Maior Grande Entrevista

Fátima Vila Maior

Sector do turismo está cada vez mais diversificado A pouco mais de um mês da Bolsa de Turismo de Lisboa, a diretora da feira, Fátima Vila Maior, fala do mercado, lembrando o professor Hernâni Lopes com a sua “constelação do Turismo”. A responsável da FIL fala ainda do que se espera do maior certame do turismo português e da estratégia futura.

Ponto Turismo › Todos dizem que esta BTL vai ser a melhor de todas… quer comentar? Fátima Vila Maior › Isso é uma grande pressão para cima da BTL! É evidente que há ligações e se estamos num momento bom do turismo, obviamente que a feira, enquanto mostra da dinâmica dos players todos do sector do turismo e enquanto mostra do destino nacional, tem que ser uma boa feira, indiscutivelmente. Acredito que será uma das melhores feiras porque também estamos num dos melhores anos turísticos.

São essas novas empresas para o turismo que estão a fazer este aumento da oferta na BTL

Ponto T. › Mas de onde vem, não será apenas da dinâmica do sector, mas também das presenças, uma vez que o espaço está todo ocupado. F.V.M. › A propósito do fenómeno do Turismo, o professor Hernâni Lopes já falava na “constelação do turismo”, e de facto há cada vez mais empresas ligadas ao turismo e que não têm que ser necessariamente hotéis, ou agências de viagens, operadores turísticos ou companhias de aviação. Cada vez mais existem outros players no sector que, no fundo, constituem esta mostra. A oferta de alojamento em Portugal aumentou imenso: desde hotéis de insígnias internacionais, a grupos hoteleiros nacionais, passando por aqueles alojamentos locais e, sobretudo no interior do país. No que nós

antes chamávamos a BTL Rural, temos uma área que tem a ver com o enoturismo em que o alojamento é diferenciado, na parte das termas e dos SPAS também há cada vez mais unidades pequenas no país que, além da oferta de alojamento, podem proporcionar também oferta de bem-estar, ou seja, cada vez mais há mais players neste sector e o turismo é feito exatamente disto. Nos conteúdos, um destino é um destino, mas todos gostamos de ir a um sítio e ser bem recebidos, e isso somos porque de facto, os portugueses, nesse aspeto, têm essa característica. Por outro, em termos de competências, penso que evoluímos mas ainda temos um caminho a percorrer, mas também evoluímos em termos de serviço. Na gastronomia também penso que evoluímos nestes últimos anos. Depois, é tudo aquilo que preenche a vida de um turista em Portugal: os passeios pedestres, toda a parte cultural… tudo isto dá uma dinâmica e traz novas empresas para o turismo. E são essas novas empresas para o turismo que estão a fazer este aumento da oferta na BTL e que faz todo o sentido. Esta#28 JAN/FEV 2017

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10 Grande Entrevista Fátima Vila Maior

o BTL Village é um local dentro da mos a falar do que chamamos o “incoming”, o conhecer Portugal. Em termos internacionais, a BTL, de negócios e de BTL tem alguns países novos este ano, alguns países que voltaram como a África do Sul… tenetwork ao almoço e que mos outros países que vão estar pela primeira vai estar aberto não só privilegiam o network e então preferem ter uma vez enquadrados na parte da América Latina como a Venezuela, a Argentina, a Colombia - o mesa todos os dias para poderem convidar os para expositores da que é interessante, além do Brasil que é presença clientes, do que terem um stand na BTL. É portanto habitual. uma forma diferente de estar presente. BTL Depois temos algo que nós achamos que faz com que a BTL esteja ainda maior e que é o aumento da oferta que os agentes de viagens estão a preparar para a feira. As ofertas em termos de outgoing vão ser muito maiores do que no ano passado. As agências de viagens vão ter espaços maiores, o que quer dizer que também vão ter uma oferta muito maior do que tiveram no ano passado. Ponto T. › Estamos a falar já da parte para o público em geral, das promoções, ofertas…. F.V.M. › Sim, não só das promoções, mas das vendas efetivas de cruzeiros, de circuitos nas cidades da Europa, grandes circuitos… Ponto T. › Essa aposta dos agentes de viagens acha que é um reflexo dos resultados das edições anteriores? F.V.M. › Claramente! A BTL começou por ser conhecida por ser uma feira B2B, mas cada vez mais está dividida em duas feiras. O B2B durante a semana, por exemplo este ano um ponto alto é o BTL Village que é um local de negócios e de network ao almoço, dentro da BTL e que vai estar aberto não só para expositores da BTL, mas também para aquelas empresas que estão na BTL mas #28 JAN/FEV 2017

Ponto T. › Ao fim ao cabo acaba por ser um bocadinho o conceito que a APAVT tem com as mesas… F.V.M. › É um bocadinho diferente. Basicamente, a diferença é que isto é feito ao almoço. Inclui uma refeição, entra-se no espaço. É um bocadinho como o Open de Ténis, porque há cada vez mais coisas a acontecerem ao almoço. Nós privilegiamos também aquelas empresas, como as seguradoras, bancos, no fundo empresas que estão muito vocacionadas para o B2B, em que a feira inteira se calhar não lhes interessa tanto. Mas diz bem, é um bocadinho como a APAVT. O espaço BTL Village vai ocupar 600 metros quadrados e fica localizado no pavilhão multiusos e serão servidos diariamente cerca de 150 almoços a profissionais. As empresas interessadas podem estar presentes adquirindo uma das três modalidades de participação: main sponsor, ter sponsors ou seja ter um pequeno espaço que lhe dá direito a ter duas mesas ou então podem comprar uma mesa. Isto só funciona nos dias profissionais. Ponto T. › E vão ter uma cozinha lá, um catering contratado.. F.V.M. › Sim, claro, um catering em buffet que queremos que seja um bocadinho aquilo que está na gastronomia portuguesa. Ou seja vamos ter pratos


Fátima Vila Maior Grande Entrevista 11

do Alentejo, do algarve… mas basicamente o objetivo desta Village é o networking, troca de experiências… Ponto T. › Qual é a expectativa até agora? F.V.M. › Temos tido uma excelente aceitação. Temos um limite mas nesta altura [a cerca de mês e meio da feira] já temos mais de metade vendido. Cada vez mais as empresas gostam. Se vão para a BTL fazer network, o melhor é sentar os clientes à hora de almoço e falar com eles.

todos os anos nos surpreende. E depois temos os próprios países e as ofertas dos agentes de viagens. Ponto T. › Mas este ano têm a novidade de ter a Cidade Convidada. F.V.M. › Sim, que é Viseu, uma cidade do interior que tem evoluído muito nos últimos anos e que tem apostado nas smartcities e que já tem um enquadramento interessante nesse aspeto e no fundo, isso é que é importante para o turismo. Nós queremos ter pessoas que gostem que os turistas cá venham, que os turistas sejam bem recebidos, gostamos de ter produtos de qualidade a nível do alojamento, mas também precisamos que os nossos governantes tenham atenção à sustentabilidade da nossa oferta, por isso Viseu está no bom caminho. Tem muito boa qualidade de vida.

o turismo é uma fonte de rendimento para os municípios que tenham riquezas

Ponto T. › Vão ocupar os 4 pavilhões da FIL coisa que já não acontecia há muito tempo. F.V.M. › Vamos ter três pavilhões e vamos abrir o quarto para a gastronomia. O ano passado não abrimos, este ano vamos abrir o quarto mas moderadamente e só com gastronomia. Ou seja não vai estar todo cheio. Vai ser só uma parte. Nós não queremos que a gastronomia seja um negócio para a BTL, queremos que seja uma forma de servir bem quem está na BTL e ter uma visão daquilo que é a gastronomia de norte a sul de Portugal. Temos limites, só aceitamos cinco restaurantes e mais sete ou oito locais de snacks típicos: as sandes de leitão, os enchidos, o queijo da serra da estrela, coisas que são mesmo portuguesas. Ponto T. › Como é que vai ser a divisão entre os pavilhões? F.V.M. › No primeiro pavilhão vão estar as sete Entidades Regionais de Promoção Turística, o PT Meeting Centre que vai funcionar pela primeira vez acoplado à BTL onde vão ter lugar os grandes eventos da feira. No pavilhão 2, numa metade vão estar as Câmaras Municipais e na outra metade vão estar os hotéis e também o lounge do programa de Hosted Buyers. Este programa é uma das grandes alavancas da BTL e que este ano é reforçado com os Estados Unidos e o Canadá por causa das novas rotas da TAP. Faz todo o sentido que o programa de Hosted Buyers possa caminhar este ano com as novas rotas da TAP, tal como aconteceu há cinco anos quando apostou no Brasil. No Pavilhão 3 vão estar os países, as companhias aéreas, os tour-operadores e agências de viagens. É o pavilhão internacional, se podemos chamar assim. É aquele que tem mais oferta de outgoing… Ponto T. › Já falámos aqui de algumas novidades, como a BTL Village. Além destas que outras vão acontecer? F.V.M. › As maiores novidades não são dadas por nós, são dadas pelas empresas. Nós o que temos são os novos sectores, e como já falei, os enoturismos e por aí fora…mas as novidades são trazidas pelas empresas, pelas entidades regionais. O nosso país é riquíssimo e por isso, cada vez mais nos surpreende com coisas que nem sequer sabíamos que existiam, desde o Algarve até Trás-os-Montes, portanto a riqueza daquele pavilhão 1 em termos de oferta turística,

Ponto T. › Já a Madeira é o Destino Nacional Convidado. F.V.M. › Sim. Todos os anos há um Destino Nacional Convidado e este ano é a Madeira. A Madeira e os Açores, como se costuma dizer, estão a “bombar”, para já pelas acessibilidades que entretanto foram criadas, e a Madeira tem uma tradição de turismo muito grande, é capaz de ser uma das regiões mais antigas do país no que diz respeito a turismo. Aliás grande parte dos grandes grupos hoteleiros de Portugal vêm da Madeira também por alguma razão. A génese do turismo, de alguma forma, tem muito a ver com a Madeira. Os Açores são mais recentes em termos de descoberta, mas a Madeira faz todo o sentido e nós estamos muito satisfeitos que a Madeira tenha aceite este convite de ser destino convidado. Estamos completamente convencidos que vai ser um sucesso. Ponto T. › Os municípios portugueses vão ter uma grande aposta na BTL. F.V.M. › Estão a apostar forte na BTL porque percebem as potencialidades que a BTL tem e porque o turismo é uma fonte de rendimento para os municípios que tenham riquezas, património, que têm conteúdos turísticos… Ponto T. › Há um despertar…. F.V.M.- Exatamente, há um despertar e um qualificar nessas geografias onde se estão a estabelecer as novas empresas também. Ao existir um maior conhecimento dessas regiões também propicia que tenham mais oportunidades para a criação de empresas que possam gerar riqueza. Por exemplo empresas de passeios pedonais, de rafting… há coisas muito giras e a maioria delas não estão em Lisboa. Estão fora: nas Beiras, no Alentejo…. Ponto T. › Agora temos de arranjar a parte de levar os turistas até lá… F.V.M. › Por isso é que temos o programa de Hosted Buyers que é a única forma de conhecer de facto, essa dinâmica das nossas regiões. #28 JAN/FEV 2017


12 Grande Entrevista Fátima Vila Maior

Ponto T. › Como é que está a ser programado? F.V.M. –Fazemos este programa sempre em parceria com a TAP, o Turismo de Portugal e com os hotéis de Lisboa e temos também uma parceria com a ACISO que faz o workshop sobre o Turismo Religioso, e 2017 é um ano por excelência para o turismo religioso. Neste momento os convites estão feitos e já temos mais de metade das respostas.

continuavam a chamar Bolsa de Turismo de Lisboa, por isso não valia a pena continuar. Quisemos dar uma oferta de Portugal inteiro mas se formos a ver muitas feiras têm o nome da cidade onde se realizam, não se trata da oferta. São coisas diferentes. A BTL é oferta de Portugal claro, mas encontra-se em Lisboa, podia ser noutro local qualquer, mas é em Lisboa. É um nome que já entrou na cabeça das pessoas.

Ponto T. › Quantos profissionais é que vêm? F.V.M. › Devem ser à volta de 300, fora os jornalistas e os visitantes internacionais que chegam fora do programa.

Ponto T. › Há pouco falávamos que cada vez mais a BTL se dividia em profissional e público. É esse o caminho? F.V.M. › É esse o caminho e cada vez mais, principalmente com o programa de Hosted Buyers mais forte, com uma zona de network… no fundo a BTL marca o início do ano turístico em Portugal. É um local de discussão e é, por excelência, cada vez mais B2B. Mas também é cada vez mais B2C e é interessante que algumas empresas, que têm as duas vertentes, conseguem-se alterar, os próprios stands mudam a sua dinâmica interna e tem-se conseguido obter óptimos resultados. Por outro lado, estamos cada vez mais rígidos na entrada de profissionais porque afinal trata-se de fazer negócio e têm que ter, dentro do possível uma vez que é uma feira, as condições necessárias para trabalhar. Ponto T. › O turismo está numa fase boa, em crescendo. É tudo bom, ou há espinhos nessa rosa? F.V.M. › Há um grande desafio, no sentido de melhorar qualidade, melhores conteúdos turísticos, de maior diferenciação, de explorar segmentos sem ser aqueles tradicionais, procurar outros mercados… eu acho que há um caminho sempre muito grande para percorrer, mas acho que estamos no bom caminho.

Ponto T. › A BTL descolou da data da Fitur, mas este ano vai colada à ITB de Berlim. F.V.M. › Mas ficar colada à ITB é bom. Está muito para a frente por causa do Carnaval e do Brasil porque basicamente devíamos ser imediatamente antes da ITB porque isto faz com que países como o Brasil e outros venham só uma vez à Europa e assim faz um circuito. Ponto T. › Entretanto o nome original regressa, voltou a chamar-se Bolsa de Turismo de Lisboa. Porquê essa decisão? F.V.M. › Voltou porque o nome Lisboa é um nome forte, e voltou porque, por mais que quiséssemos chamar Feira Internacional de Turismo, as pessoas #28 JAN/FEV 2017

Ponto T. › Não há perigo dos portugueses ficarem fartos de turistas? Apesar de acharem que é bom para a economia. F.V.M. › Eu acho que acaba por acontecer um pouco uma segmentação e uma seleção natural. É o mercado da oferta e da procura. Temos de ter locais para os jovens que vêm para cá fazer ERASMUS, temos de ter locais para os jovens que vêm para cá trabalhar nas indústrias criativas e que se fixam em Lisboa, temos de ter lugar para os cruzeiros que vêm, temos de ter lugar para os turistas que vêm visitar a cidade. Se me disser que daqui a dois anos a cidade de Lisboa vai estar mais cara, isso posso dizer que se calhar sim. Eu acho que tem de haver um equilíbrio e aí é onde entra a parte dos nossos governantes em termos de sustentabilidade das nossas cidades, de conseguir que as cidades não se descaracterizem, que não abram a “torto e a direito” serviços que às vezes estão desenquadrados ou são demais para a oferta. Tudo isso tem de ser muito bem monitorizado. Obviamente que a iniciativa privada é, por excelência, o grande motor disto tudo mas tem de haver um equilíbrio. Eu acho que há uma seleção natural. Não devemos nos preocupar e continuar a melhorar a qualidade dos nossos serviços, nos conteúdos turísticos, na qualidade da nossa oferta e isso também tem um reverso num potencial aumento de preço. E temos também de aprender com os erros de alguns destinos. l


Portugal é o 5º país mais pacífico Em Foco 13

Mas o mundo está mais violento

Portugal é o 5º país mais pacífico do mundo Portugal ocupa o quinto lugar de país mais pacífico do mundo de acordo com o relatório Global Peace Index (GPI) elaborado todos os anos pelo Institute of Economics and Peace que analisa fatores como a perceção do crime, terrorismo, segurança política e segurança em 163 países e territórios.

A

Islândia ocupa o primeiro lugar, título que segura há seis anos, seguido da Dinamarca, Áustria, Nova Zelândia e Portugal. Em relação a 2015, o pódio manteve-se inalterado e Portugal registou a maior melhoria da região subindo nove lugares. De acordo com o relatório a nova posição de Portugal reflete “melhorias contínuas no contexto do regresso gradual do País à normalidade política na sequência da sua adesão ao programa de ajustamento económico e financeiro do UE/FMI. Não obstante as dificuldades enfrentadas pelo governo de centro-esquerda em 2015, Portugal registou um segundo ano de melhorias em diversas vertentes: nomeadamente a probabilidade de manifestações, mas também a escala de terror político e instabilidade”. No extremo oposto do ranking estão países que vivem diariamente com confrontos e guerras. Os cinco países menos pacíficos do mundo são por ordem crescente de perigo, a Somália, Afeganistão, Iraque, Sudão do Sul e Síria que detém o título de país menos pacífico do mundo. A Europa é mais uma vez a região geográfica mais pacífica do Mundo de acordo com o GPI com seis países nos sete primeiros lugares no ranking global. No entanto, a média geral da região caiu em relação ao ano anterior refletindo o

impacto do terrorismo devido aos ataques terroristas em Paris, Nice e Bruxelas, bem como ao escalar da violência e instabilidade na Turquia e à deterioração das suas relações com os países vizinhos. Por outro lado o Médio Oriente foi onde o nível de paz piorou mais, seguido da África Subsariana. O declínio da paz registado nos últimos 10 anos, tem sido impulsionado pela intensificação dos conflitos na região MENA. Também o terrorismo está ao nível mais alto dos últimos 25 anos, as mortes geradas por conflitos e o número de refugiados e de deslocados estão a um nível jamais visto nos últimos 60 anos. De notar que a origens destes três factos estão interligados e são impulsionados por um pequeno número de países o que demonstra o alcance global e a repercussão que os golpes na paz têm no mundo. O GPI é composto por 23 indicadores qualitativos e quantitativo “de fontes al#28 JAN/FEV 2017


14 Em Foco Portugal é o 5º país mais pacífico

tamente respeitadas” e que inclui 163 estados independentes e territórios, cobrindo 99,7% da população mundial. O índice mede a paz global usando três temas gerais: o nível de segurança na sociedade, a dimensão dos conflitos domésticos ou internacionais e o grau de militarização. Segundo o relatório, os níveis globais de paz continuam a piorar, ao mesmo tempo que o intervalo entre os países mais pacíficos e os mais perigosos aumenta. Enquanto algumas das nações mais pacíficas alcançaram níveis históricos de paz, as mais violentas, ou menos pacíficas acentuaram ainda mais esta vertente. A violência na região do Médio Oriente e Norte de África é tão intensa que ao olhar para o resto do mundo, os níveis médios de paz aumentaram de facto. Ao mesmo tempo que aumenta a internacionalização dos conflitos na região MENA, tem havido também um esforço renovado feito por muitos países para financiar as operações das Nações Unidas para manter a paz nos últimos 10 anos, que foi de facto o indicador que mais melhorou. Também tem havido uma diminuição notável nos gastos militares global nos últimos três anos. No entanto, os conflitos na zona MENA salientam a internacionalização dos conflitos modernos, pois países que ficam a milhares de quilómetros são afetados pelos fluxos de refugiados e pelo terrorismo que resultam desses conflitos. Neste relatório é ainda reforçada a tendência dos últimos 10 anos de que o mundo está cada vez menos pacífico. Em comparação a 2015, o índice de paz no mundo caiu 0,53% em 2016. O mundo tornou-se menos pacífico apesar de serem mais os países a terem melhorado (81) do que aqueles que se tornaram mais perigosos (79), no entanto como a média da

A tendência dos últimos 10 anos é de que o mundo está cada vez menos pacífico

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melhoria da segurança dos países foi menor do que a média dos países que se tornaram mais inseguros, o mundo, no geral, tornou-se mais perigoso. Tanto os critérios de segurança (que inclui o sentimento de segurança e a segurança em si), como os conflitos que ainda decorrem, registaram os níveis de paz mais baixos de sempre, ao passo que a militarização melhorou. Por outro lado, os dois indicadores que mais pioram foram o impacto do terrorismo e a instabilidade política. As mortes por terrorismo aumentaram em 80% em relação a 2015, sendo apenas 69 os países onde não se registaram incidentes ligados ao terrorismo. A intensidade do terrorismo também aumentou com mais do dobro dos países a sofrerem mais de 500 mortes resultantes de ataques terroristas, passando de 5 para 11 países. O indicador da instabilidade política foi o segundo que mais piorou e foi impulsionado por grandes alterações em muitos países em diversas regiões. Entre os países com maior instabilidade política estão, Guiné-Bissau, Burundi, Cazaquistão e Brasil. O impacto económico da violência sobre a economia global em 2015 foi de 13,6 triliões de dólares em termos de paridade de poder de compra (PPP). Este valor representa 13,3% da atividade económica mundial (Produto Mundial Bruto) ou 1,876 dólares para cada pessoa no mundo. Pondo em perspetiva, significa aproximadamente 11 vezes a dimensão do investimento direto estrangeiro global. A análise económica destaca como as perdas económicas que resultam dos conflitos diminuem as despesas e os investimentos na construção e na manutenção da paz. As despesas de consolidação e de manutenção da paz representam apenas 2% das perdas económicas globais resultantes de conflitos. l


Pedro Gordon Entrevista Caderno 15

CADERNO 16

Aposta na maior competividade das agências

Pedro Gordon Diretor da GEA Portugal

19

Soluções

O Amadeus Selling Platform Connect permitelhe trabalhar onde e quando quiser. Só precisa de uma ligação à internet.

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Notícias

Amadeus assume compromisso para o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento

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Caderno Amadeus 16 Entrevista Caderno Pedro Gordon

Pedro Gordon Diretor da GEA Portugal

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Caderno Amadeus PedrodoGordon Caderno 17 Nome do Conteúdo CapítuloEntrevista Nome do Capítulo

Pedro Gordon:

Temos de procurar novas ações de desenvolvimento para que as agências continuem a ser competitivas As alterações no mercado e a necessidade cada vez maior de oferecer ferramentas tecnológicas que permitam às agências ser cada vez mais competitivas bem como uma aposta na formação/profissionalismo foram alguns dos temas abordados pelo diretor da GEA Portugal, Pedro Gordon.

Ponto Turismo › A Gea está em Portugal desde 2003. O que é que mudou no mercado nestes anos que passaram? Pedro Gordon › Pergunta complicada…mas basicamente a principal mudança veio do desenvolvimento das tecnologias, seja na área B2B ou na B2C. A nível de serviços, um dos pontos fortes foi o desenvolvimento das centrais de reservas hoteleiras até ao ponto que hoje em dia tudo o que seja serviços de só alojamento a tendência é que se reservem directamente através das centrais de reservas, enquanto na altura em que a GEA começou, ou eram operadores turísticos, que tinham brochuras de hotéis, ou directamente nos hotéis. A nível de operadores, continua um pouco igual. Os operadores fazem os seus produtos, os seus charters, as agências compram e vendem aos seus clientes… aí mais ou menos as coisa mantiveram-se. A nível de ticketing aéreo também houve mudanças. O desenvolvimento cada vez maior das low-costs e a pressão que exercem sobre as companhias tradicionais fez com que houvessem mudanças não só a nível do sistema de distribuição como no produto. Lembro-me que nos anos 2000, os operadores vendiam muito os city breaks. Tinhas os acordos com as companhias aéreas, as tuas tarifas paras várias cidades e as tuas tarifas dos hotéis e construías um pacote para Paris por X euros, outro preço para Março porque era o suplemento da páscoa e outro preço para Julho…etc.. isso já passou à história. Agora é completamente dinâmico. Os hotéis mudam as tarifas consoante a procura e a disponibilidade e as low-cost e também as companhias tradicionais têm tarifas completamente dinâmicas, consoante as datas e as ocupações. Essa é também uma das grandes mudanças.

Os grupos têm que estar continuamente a oferecer serviços às agências que sejam cada vez mais inovadores e agreguem valor

Ponto T. › Achas que está mais difícil? P.G. › Eu acho que sempre foi difícil. Logicamente que cada vez há mais concorrência, mas isso acontece não só no turismo mas em todos os setores de atividade. É transversal a todo o comércio. No início o único valor acrescentado que tínhamos era mais 3% de comissão com os operadores. Hoje em dia como já foi mudado o modelo e já dão essa comissão a quase todos os grupos, já não valorizam esse acréscimo de margem. Então os grupos têm que estar continuamente a oferecer serviços às agências que sejam cada vez mais inovadores e agreguem valor.

Ponto T. › Acabou por ser uma forma de combater a alteração no modelo de negócio. Uma vez que o negócio mudou e as diferenças se esbateram… P.G. › Sim a partir do momento que se modifica a remuneração às agências a nível dos pacotes, e como se modifica, o trabalho está feito. Então agora temos de procurar novas ações de desenvolvimento que permitam às agências continuar a serem competitivas. Já não é uma questão de comissões. Agora são outros desafios, outros concorrentes. Antes tinhas uma agência muito mais forte do que tu que tinha mais margem do que tu e esse era o teu concorrente. Agora é diferente. Ponto T. › Mas hoje em dia a radiografia das agências está diferente. Já não há os grandes balcões. #28 JAN/FEV 2017


Caderno Amadeus 18 Entrevista Nome do Capítulo CadernoNome PedrodoGordon Conteúdo do Capítulo

P.G. › Exatamente como os bancos. Há 30 anos os bancos estavam na avenida de Liberdade, da República, bancos com 40 funcionários. Agora tens dependências em cada esquina, com um ou dois funcionários e não estão no centro da cidade, estão espalhados. O mesmo acontece com as agências de viagens. A distribuição é capilar, não está concentrada no centro. Agora tens agências grandes mas com muitos balcões mais pequenos, com algumas exceções. Ponto T. › Qual tem sido o crescimento da GEA em Portugal. P.G. › Foi fantástico. Os três primeiros anos o crescimento foi brutal porque tínhamos uma contratação muito boa, aproveitando as sinergias com Espanha. Tínhamos uma contratação muito boa com grandes operadores de grande peso, em Portugal. Os operadores nacionais também aceitaram bem o projeto. Durante uns tempos éramos praticamente só nós com este modelo para agências independentes relativamente aberto. Simplesmente assinavam um contrato e depois se as agências quisessem desvincular-se do grupo, em 30 dias podiam fazê-lo. E ainda podem. Essa abertura e flexibilidade fez que fosse fácil pertencer à GEA embora as agências tenham de cumprir um determinado número de requerimentos, como não havia outros grupos com este tipo de modelo de gestão, cresceu rapidamente. Depois apareceram outros grupos e logicamente o crescimento tornou-se um pouco mais lento, mas continuamos a crescer. Aliás o ano 2016 foi muito bom em termos de crescimento. Ponto T. › Quais foram os resultados? P.G. › Posso dizer que temos mais 30 agências do que antes da crise. Fechámos o ano com 298 empresas e 400 balcões e antes da crise estávamos com 400 balcões, mas 264 empresas. Ponto T. › E em termos de vendas? P.G. › Em 2016 tivemos um crescimento médio de 7,5%. Basicamente são pacotes e hotéis. O ticketing tem um comportamento que nos escapa porque há muitos pacotes de fim-de-semana feitos com low-cost que não passam pelo BSP e é mais difícil de controlar.

Ponto T. › O que é te parece a nova diretiva europeia para os pacotes turísticos? P.G. › Dá impressão que foi feita pelos acionistas das seguradoras. É óbvio que o consumidor final tem que ter uma proteção, mas tem de haver alguma sensatez. Há que procurar um equilíbrio, o vendedor tem que ser responsável pela qualidade do serviço que vende, mas não pode ser culpado por tudo .

Um agente de viagens tem que ter ferramentas que lhe permitam encontrar muito Ponto T. › E outras novidades para este rapidamente o produto ano? que o cliente quer e ao P.G. › Espero poder apresentar nas reuniões regionais no fim de março, um desenvolvimento que melhor preço estamos a fazer em Portugal com uma parceira tec-

Ponto T. › Além da Argentina, há planos para expandir para outros países da América Latina? P.G. › Provavelmente este ano no Verão vamos abrir no Peru.

Ponto T. › Qual é o futuro da GEA? P.G. ›Olhando para o futuro da GEA Portugal tudo se resume ao conhecimento, uma tecnologia e um nível de conhecimento que permita o acesso rápido e eficiente aos produtos. Rapidamente o produto que o cliente quer ao melhor preço. E depois é preciso ter um nível de formação muito elevado para poder satisfazer o cliente. Portando uma aposta em dois eixos fundamentais. Um deles é ter ferramentas tecnológicas ao serviço das agências de viagens para poder competir com os B2C e o segundo é muita formação/profissionalismo para os agentes de viagens. Ponto T. › Portanto a vossa estratégia passa por esses dois eixos. P.G. › A busca de ferramentas tecnológicas que permitam ao agente de via#28 JAN/FEV 2017

gens satisfazer o cliente em concorrência com o B2C e não me refiro apenas às agências B2C, mas aos hotéis B2C, às companhias aéreas B2C, Airbnb B2C, ferramentas tecnológicas para fazer as agências competitivas contras estas empresas e, por outro lado, formação/profissionalismo para gerar mais valor ao serviço.

nológica portuguesa que permitirá mais uma vez, oferecer rapidamente ao cliente um produto que mais se adequa às necessidades. Um agente de viagens tem que ter ferramentas que lhe permitam encontrar muito rapidamente o produto que o cliente quer e ao melhor preço e isso implica, por um lado, realizar a venda e por outro, reduzir custos. Aqui não há milagres. O lucro vem ou da margem ou dos custos. Optimizar margens e minimizar custos. Vamos ao encontro disso. Ferramentas que nos permitam encontrar o produto que o cliente precisa ao melhor preço, portanto vamos para a margem, e isso tem que ser feito com o mínimo custo possível.. Ponto T. › Como é que vê a Amadeus enquanto parceiro tecnológico? P.G. › Amadeus é uma empresa tecnológica brutal a nível de distribuição no mundo. Eles desenvolvem as suas próprias ferramentas que depois vão ser utilizadas pelas agências. No mercado português o relacionamento entre a Amadeus e a GEA é excelente. l


Caderno Amadeus Nome doAmadeus ConteúdoSelling do Capítulo PlatformNome Connect do Soluções Capítulo 19

Amadeus Selling Platform Connect O Amadeus Selling Platform Connect permite-lhe trabalhar onde e quando quiser. Só precisa de uma ligação à internet. Disponível para os browsers principais (Internet Explorer; Safari; Firefox; Chrome e Edge) a nova plataforma poderá ser acedida de qualquer dispositivo. Em Portugal cerca de 300 agências Amadeus já trabalham exclusivamente com o Selling Platform Connect, durante o ano de 2017 todo o mercado passará para a nova plataforma.

Deixa de ser necessário o SIGN do utilizador, passando a ser utilizado o USERNAME.

De forma a facilitar o agente de viagens Amadeus e a prepará-lo para esta mudança a Amadeus desenvolveu um website inteiramente dedicado à nova plataforma. Aqui poderão encontrar diversas informações tais como vídeos, manuais, quick cards, testemunhos, entre outros. Por favor aceda a http://www.amadeussellingconnect.pt

Para quem ainda está em Amadeus Selling Platform Classic, poderá verificar o seu USERNAME com a transação JGL ou JGLSIGN na página de comandos. Será o LSS LOGIN:

Novas medidas de segurança A segurança é uma responsabilidade partilhada entre a Amadeus e os seus clientes. • A Amadeus garante que o seu Sistema e as suas aplicações seguem as regras standard internas e externas de segurança • As agências de viagens garantem que os seus sistemas internos e processos de trabalho protegem o seu negócio de tentativas fraudulentas. A Amadeus tem como compromisso garantir que todas as suas soluções cumprem os standards mais elevados de segurança e proteção de dados de acordo com a regulamentação legal em vigor, desta forma também o Amadeus Selling Platform Connect está desenhado em conformidade com as regras de segurança standard e a de proteção de informação sensível. Toda a sua arquitetura abrange as melhores práticas de segurança da indústria desde os mecanismos de autorização e autenticação na aplicação, até à aplicação do método de trabalho (PCI DSS; time out e reautenticação; ocultação dos cartões de crédito em todos os fluxos de trabalho, códigos de segurança, varredura automática e monotorização de especialista altamente treinados).

Aceder ao Amadeus Selling Platform pela primeira vez URL: https://www.sellingplatformconnect.amadeus.com Ao entrar no Amadeus Selling Platform Connect, dos vários idiomas existentes, Portugal tem disponíveis os seguintes: – Inglês, Espanhol e Português do Brasil

>JGL ********************* SIGN IDENTIFICATION ********************** OFFICE SIGN LSS USER ID LSS LOGIN ORGANIZATION

-

LIS1A0980 0000XX XXEMINEZGA XXEMINEZGARZA ACO-PT

>JGL0000XX ********************* SIGN IDENTIFICATION ********************** OFFICE SIGN LSS USER ID LSS LOGIN ORGANIZATION

- LIS1A0980 - 0000XX - XXEMINEZGA - XXEMINEZGARZA - ACO-PT

Deverá depois colocar o Seu USER NAME em Amadeus Selling Platform Connect. A palavra passe passa a ser única para aceder a todos os escritórios para os quais o utilizador tem permissões. É muito importante que o seu USERNAME tenha um e-mail associado, pois será este e-mail que irá receber qualquer notificação do sistema sempre que necessário (ex.: alteração da palavra passe, código de acesso ao Sistema, etc.)

O Duty Code a aplicar será sempre “SU”

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Caderno Amadeus 20 Soluções Nome do Capítulo Amadeus Selling Nome Platform do Conteúdo Connect do Capítulo

Ao aceder pela primeira vez ao Amadeus Selling Platform Connect é-lhe pedido um código de acesso. Este código é pedido pelo Two Factor Authentication (TFA), uma funcionalidade gerida pela Amadeus. Este código será pedido sempre que o utilizador tentar aceder ao Amadeus Selling Platform Connect pela primeira vez num browser ou dispositivo ainda não identificado pelo sistema de segurança Amadeus.

Ao clicar em “NEXT” um novo ecrã aparece para criar a nova palavra passe: Preenche os novos dados e clicar em ”RESET PASSWORD”:

Quando um utilizador faz o log in, várias informações são processadas no sistema Amadeus, permitindo criar uma localização, através de um cookie instalado no computador. Sempre que a localização do utilizador é alterada (ou os cookies são apagados), o protocolo TFA é acionado e um novo código de acesso é pedido. A palavra passe deverá ter no mínimo 8 caracteres alfanuméricos. OTP (One Time Password) é enviado ao utilizador por e-mail (e-mail associado ao seu USER NAME) para que complete a autenticação ao sistema Amadeus.

Uma mensagem informa que tem 48 Horas para validar a sua palavra passe.

Deverá faze-lo clicando no link mencionado no e-mail que irá receber, razão pela qual atualmente deverá existir sempre um e-mail associado ao SIGN:

Depois de colocar o código enviado por e-mail em ACCESS CODE volta a colocar a palavra passe e acede ao Amadeus Selling Platform Connect.

Esqueceu a sua palavra passe? Sempre que não se recorda da palavra passe deverá clicar em “Forgot your password?” Depois de clicar e o sistema pergunta se deseja mesmo alterar a palavra passe:

Se clicar em “DO NOT RESET PASSWORD” volta ao ecrã inicial.

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Clicar em “VALIDATE” e uma mensagem aparece a informar que a validação foi feita com sucesso:

O Sistema volta a coloca-lo na página inicial. Colocar a nova palavra passe e clicar em “SIGN IN”:


Caderno Amadeus Ano Internacional do Turismo Nome Sustentável do Conteúdopara do Capítulo o Desenvolvimento Nome do Capítulo Notícias 21

Amadeus assume compromisso para

Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento

S

ustentabilidade significa ir ao encontro das necessidades da geração atual, sem reduzir as oportunidades das gerações futuras irem ao encontro das suas, afirma Svend Leirvaag, VP Industry Affairs, Amadeus IT Group num dos post que publicou recentemente no site da empresa. Isto é particularmente importante na indústria do turismo e das viagens uma vez que as perspetivas sobre “o quê” e “como” fazemos, devem mudar para ter uma visão muito mais abrangente de como criar valor a longo prazo para todos os públicos, sublinha ainda o responsável. Na mesma publicação o vice-presidente para os Industry Affairs adianta que a Amadeus está a trabalhar para formar uma indústria de turismo e viagens mais sustentável, assegurando a eficiência ambiental das suas operações, identificando e promovendo os benefícios ambientais das suas soluções de tecnologia (como por exemplo a poupança de combustível aéreo), e participando em iniciativas conjuntas da indústria para melhorar a colaboração da indústria no que respeita à medição, redução e compensação do impacto no meio ambiente. E protegê-lo para as gerações futuras. Recentemente a Amadeus associou-se ao Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento declarado pela Assembleia Geral das Nações Unidas para 2017. O Ano Internacional tem por objetivo

A Amadeus está a trabalhar para formar uma indústria de turismo e viagens mais sustentável

apoiar alterações nas políticas, práticas empresariais e comportamento do consumidor, ajudando a formar um sector do turismo mais sustentável. O Ano Internacional irá focar o papel do turismo e viagens em cinco áreas fundamentais, nomeadamente: crescimento económico sustentável e inclusivo; inclusão social, emprego e redução da pobreza; eficiência de recursos, proteção ambiental e alterações climáticas; valores culturais, diversidade e património, compreensão mútua, paz e segurança. O progresso que está a ser feito em prol de um futuro mais sustentável pode ser acompanhado através do Global Sustainable Tourism Dashboard que utiliza o apoio e dados da Amadeus para medir o impacto. Fazer uma diferença real requer formas completamente novas de colaboração na indústria e novas parcerias publico-privas podem alinhar diversos interesses e incentivos, estimular a co-criação e inovação e canalizar uma nova energia e compromissos no sentido de dar passos firmes em direção a um futuro mais sustentável, termina. l

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Caderno Amadeus 22 Notícias Nome do Breves Capítulo Nome do Conteúdo do Capítulo

Amadeus na Fiturtech 2017: É o ano em que se vai falar com os robots Em 2015 falou-se na Internet das Coisas (Internet of Things), 2016 foi o ano da Realidade Virtual. O que é que 2017 nos reserva? De acordo com a apresentação de Suzanna Chiu, Head of Amadeus Ventures, Amadeus IT Group, na recente Fiturtech, no âmbito da feira internacional de Turismo, será a inteligência artificial. A responsável esteve em Madrid onde apresentou as parcerias mais inovadoras, startups e tendências para este ano, nomeadamente Inteligência Artificial e a economia API (Application Programming Interface economy). Longe dos cenários sinistros em que os robots são uma ameaça para a espécie humana, para a Amadeus os avanços rápidos na Inteligência Artificial irão ter um impacto abrangente em muitas indústrias entre as quais a das viagens. À medida que se vai mais além da análise de dados e que se começam a compreender as preferências humanas em todos os contextos e ecossistemas, as empresas de viagens poderão passar a oferecer aos seus clientes experiências mais personalizadas. A Personalização e Conversão - subdivisões significativas da Inteligência Artificial - serão cruciais para ajudar a indústria de viagens a evoluir junto com o desenvolvimento da Inteligência Artificial. Um campo da Inteligência Artificial que entusiasma particularmente o setor de viagens é o do comércio conversacional, um lugar onde aplicativos

de mensagens e compras se juntam. Neste âmbito, é possível usar a inteligência artificial para entender a linguagem humana. Mais de 3 mil milhões de pessoas usam plataformas de chat, como o WhatsApp ou o Facebook Messenger, para conversar entre si. Com o uso de aplicativos de mensagens a superarem as redes sociais, em breve será normal conversar com “seres” intangíveis, como marcas e serviços. E a tecnologia nesta vertente está a ficar cada vez melhor. No âmbito da hospitalidade, a Amadeus já investiu no comércio conversacional. Através da parceria com a Zingle, uma empresa de software que ajuda as empresas a construirem relações com os clientes através de mensagens de texto instantâneas, a Amadeus pretende ajudar os consumidores a terem uma melhor experiência quando se hospedam num hotel. Ser capaz de pedir toalhas, almofadas extra ou a senha Wi-Fi via texto não é um futuro assim tão longínquo. A Amadeus Ventures também investiu na Evature, uma empresa de inteligência de viagens que está a desenvolver um Expert Virtual Agent (EVA) - uma ferramenta com bots pré-treinados que atuarão como agentes de viagens humanos, algo que pode vir a alterar por completo o panorama das viagens. Novas ideias e tecnologias estão a surgir para dar oportunidades aos playeres no sector das viagens de criarem experiências aos viajantes de negócios e lazer

Gerar negócio para os fornecedores Amadeus Distribution: para além do GDS Gianni Pisanello, Director, Airline Distribution Marketing, Amadeus IT Group fez, no blog da Amadeus, algumas considerações sobre a evolução da distribuição no mercado. O responsável referiu o percurso da empresa desde o tempo em que o negócio principal de distribuição da Amadeus era ser um “Sistema de Distribuição Global”, em que a tecnologia da empresa permitia aos agentes de viagens reservar voos para os seus viajantes, em nome de uma companhia aérea. O diretor de marketing para a distribuição aérea sublinhou a grande alteração e expansão da natureza do negócio das viagens, fazendo um paralelo com a Amadeus que é hoje uma empresa de tecnologia que serve a indústria. “Uma das principais alterações de valor que aconteceram foi a forma de processar a procura - executando transações em nome de fornecedores, para a criação de procura, gerando negócio para os fornecedores”, diz o responsável. Segundo Gianni Pisanello, uma consequência desta mudança tem sido um aumento no número de intermediários entre consumidores e fornecedores, e não uma diminuição. Na verdade, não se trata apenas de canais “diretos” ou “indiretos”, mas de canais intermédios, onde os consumidores podem acabar por comprar serviços de fornecedores, através de várias formas, sejam elas agências de viagens, metasearches, publicidade digital, motores de busca,

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sendo necessário implantar diferentes tipos de tecnologia e serviços de forma coesa. “Aqui é onde a Amadeus Distribution, está hoje. Não só apenas nas transações, mas a gerar negócio para provedores”, defende. Um exemplo relevante recente que exemplifica essa mudança é o “Metabooking”. A tecnologia Amadeus facilita reservas diretamente em sites de metasearch, o que melhora a experiência do viajante ao mesmo tempo que reduz as perdas de referências da companhia aérea. Por outro lado, o responsável dá o exemplo da tecnologia Instant Search da Amadeus disponibilizada à Kayak, que fornece o resultado preciso de busca de voos em micro-segundos. Outros exemplos de ativos da Amadeus apontados são o Media Solutions e Travel Audience que permite às marcas promover-se e ajudam a direcionar e a envolver viajantes através de intermediários digitais, interfaces de agências de viagens e até documentos físicos de viagem, não esquecendo o merchandising, referindo-se aos serviços auxiliares das companhias aéreas que podem ser vendidos através dos agentes de viagens Amadeus tradicionais e online. O responsável lembra que houve um aumento em 70% de vendas de serviços auxiliares vendidos através dos agentes de viagens Amadeus.


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Temos as Companhias todas Com a Amadeus pode pesquisar, comparar e vender todas as Low Cost que operam em Portugal de uma forma rápida e simples. Uma oferta de tarifas exclusivas e uma ampla gama de serviços auxiliares. com uma equipa de profissionais à sua disposição e ferramentas de suporte para assessoria e formação.

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24 Tecnologia Realidade Aumentada: As viagens no tempo já não são uma ilusão

Realidade Aumentada:

As viagens no tempo já não são uma ilusão Os conceitos de viagem no tempo, visão Raio X ou hologramas, que tanto nos têm encantado nos filmes de ficção científica ao longo dos anos, já não são uma realidade futura. A tecnologia de Realidade Aumentada, que ouvimos falar há uns meses atrás com o boom do jogo Pokemon GO, trouxe consigo potencialidades únicas que estão a revolucionar o turismo e a experiência turística.

Mas o que é isto da Realidade Aumentada? Realidade Aumentada, Realidade Virtual e outras terminologias têm invadido o nosso vocabulário nos últimos tempos. Mas será que sabemos o que significa exatamente cada um destes termos e qual a distinção entre eles? A Realidade Aumentada (RA) é uma tecnologia que permite adicionar elementos virtuais à realidade física, tal como a conhecemos. Através da câmara de um smartphone ou tablet ou de smartglasses - óculos providos de Realidade Aumentada - é possível visualizarmos conteúdos como vídeos, imagens ou infografias, mas também hologramas, efeito Raio X ou animações. Tudo sobreposto à nossa realidade. Já com a tecnologia de Realidade Virtual (RV), o utilizador vê a sua realidade física ser completamente substituída por elementos virtuais (vídeos 360º, mundos 3D, etc.), com os quais pode interagir. Estas experiências de RV só podem acontecer com óculos opacos ou em espaços que #28 JAN/FEV 2017

permitam uma imersão total e pouca mobilidade, para que o utilizador não se “perca” no espaço, já que a sua realidade física será substituída por outra. Com estas definições conseguimos facilmente perceber a diferença entre cada uma destas “realidades”, assim como aquilo que elas podem fazer por nós, quer sejamos turistas numa cidade que nunca visitámos antes ou os responsáveis de um museu que pretende tornar a sua oferta mais apelativa para novos públicos.


Realidade Aumentada: As viagens no tempo já não são uma ilusão Tecnologia 25

Nos últimos anos, a forma de nos relacionarmos com o mundo mudou substancialmente. A confluência entre os “mundos” real e virtual é cada vez mais uma realidade no nosso quotidiano, e o turismo não é uma exceção. Os viajantes, os turistas ou até mesmo as pessoas que visitam os espaços da sua própria cidade ou país, já não dispensam o seu smartphone e tudo aquilo a que este lhes permite ter acesso. A Realidade Aumentada surge assim como uma ferramenta valiosa para o turismo e para a valorização do património cultural e histórico, indo ao encontro das necessidades e expectativas do consumidor atual. Esta tecnologia é, em primeiro lugar, uma forma de valorizar o património junto dos cidadãos, através da criação de experiências totalmente diferenciadoras, tanto para adultos, como para crianças. Sem fazer qualquer modificação no espaço museológico ou patrimonial – porque todos os elementos de RA são adicionados ao espaço virtualmente e podem ser visualizados através de uma simples aplicação mobile – a experiência do visitante pode tornar-se mais enriquecedora, divertida e memorável. E quando falamos de experiências, podemos falar de algo tão simples quanto uma APP de um museu, que permite que o visitante, apontando para um quadro, possa ver uma animação das personagens pintadas ou um vídeo com a explicação mais aprofundada, dada por um historiador. Mas podemos falar também de experiências mais elaboradas, como um holograma que nos acompanha ao longo de toda a visita ao museu, servindo de guia, ou de uma APP que nos permite ver, apontando o telemóvel para um monumento, como o mesmo seria há 100, 200 ou 300 anos atrás – simplesmente através de fotografias, pinturas ou vídeos desse edifício que ganham efeito 3D e surgem em tamanho real. As possibilidades são tremendas e totalmente adaptáveis a cada espaço e contexto. Isto porque a Realidade Aumentada vive da georreferenciação. É uma experiência que depende do próprio espaço para acontecer e só pode ser vivida in loco. Para além de tornar cada experiência única e irrepetível, esta georreferenciação permite também levar mais pessoas até aos espaços museológicos, patrimoniais ou culturais, já que o visitante tem que se deslocar ao local para poder viver a experiência. A RA surge, assim, como uma ferramenta muito útil para otimizar e modernizar os espaços turísticos, sem interferir com a sua dinâmica, bem como para chamar novos públicos.

A Realidade Aumentada surge como uma ferramenta valiosa para o turismo e para a valorização do património cultural e histórico

De um guia virtual a uma máquina do tempo de bolso Engane-se quem pensa que isto da Realidade Aumentada é um cenário longínquo. Já existem vários bons exemplos de aplicação desta tecnologia ao setor do turismo em Portugal desde 2014. Se viajarmos até ao Norte do país, no Museu Francisco Tavares Proença Júnior e no Museu Municipal da Guar-

da, a RA é já uma realidade. Os dois museus dispõem de uma aplicação mobile que permite, por exemplo, apontar para um utensílio arqueológico que já não está completo, como um vaso ou uma espada, e ver como este objeto seria na sua originalidade. Ou, ao longo do percurso dos museus e junto a algumas obras, é possível ver um guia virtual, que apresenta cada uma das peças e interage com os visitantes. Com a APP Rewind Cities Lisbon, já é também possível dispormos da nossa própria máquina do tempo de bolso. Basta fazer download da aplicação e apontar o telemóvel para alguns dos monumentos e edifícios de Lisboa, para viajar no tempo e, através de RA, ver, por exemplo, como era o Terreiro do Paço antes do terramoto de 1755. Isto no próprio local e em tamanho real. As hipóteses são infinitas e, para fazer a “magia” da RA acontecer, basta juntar um smartphone, uma APP, o talento dos profissionais de museologia e muita imaginação.l Luís Martins Head of Marketing da IT People Innovation

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26 Análise Marketing de Proximidade chega a Portugal

Nova aplicação

Marketing de Proximidade chega a Portugal Já imaginou receber conteúdos de alta qualidade, incluindo vídeos, imagem e/ou texto, sob a forma de vouchers de desconto ou mesmo um código de barras que pode ser usado numa promoção de um hotel?

A

lguns já ouviram falar dos Beacons, não é verdadeiramente novo mas a sua utilização tem sido limitada a grandes empresas que desenvolveram uma aplicação própria para a sua gestão e utilização. Para além do preço, a dificuldade tem sido muito grande em convencer os utilizadores em fazer o download das respectivas App. Uma empresa norte americana resolveu criar uma App exclusivamente para fins de marketing, transversal a todo o tipo de negócio e economicamente acessível. A BeaconPortugal (SBOW) decidiu importar a tecnologia para Portugal e começou a sua comercialização desde o início de 2017. A App “LocalBeacons” de cerca de 7Mb pode ser descarregada gratuitamente e está disponível tanto para Androids como para iPhones.

O que é exactamente o marketing de proximidade? Quem nunca pensou em encontrar uma forma simples de chamar para dentro do seu negócio todas as pessoas que passam todos os dias à sua porta, sem ter necessidade de contratar alguém para os abordar ou distribuir panfletos? (Cheap) Em termos simplistas é o que faz o marketing de proximidade. Toma em consideração a localização dos clientes nas suas campanhas. Estes só irão receber notificações quando estiverem perto do negócio, aumentando, assim, a probabilidade de compra. Os Beacons, Farol em inglês, emitem um sinal Bluetooth que é rececionado pelos SmartPhones das #28 JAN/FEV 2017

pessoas que passam por perto, esse sinal é então interpretado numa notificação que, ao abrir a App LocalBeacons irá disponibilizar muitas outras informações de imediato. As informações podem ser texto, imagens, hyperlinks ou até códigos de barras para aproveitar descontos e ofertas sobre qualquer produto ou serviço. A App também permite solicitar aos clientes a introdução de dados como: nome, email ou número de telefone. O alcance dos Beacons pode ir de 01 metros a 30 metros, para além dessa distância são utilizadas outras tecnologias com a mesma aplicação, a Geo-referenciação, neste caso é utilizada a posição GPS do telemóvel. A gestão das campanhas é a mesma com qualquer uma das tecnologias usadas. A SBOW, a empresa que importa este negócio para Portugal considera provável que as pequenas e médias empresas nunca tivessem tido a oportunidade de ter uma forma mais fácil e acessível para comunicar com atuais e futuros clientes.


Marketing de Proximidade chega a Portugal Análise 27

Quem são os potenciais clientes? Lojas, Hotéis, Restaurantes, bares, Spa, Câmaras Municipais, Regiões de Turismo, Museus, atrações, de facto qualquer empresa que necessite comunicar informação sobre um produto, uma oferta especial, uma promoção, um evento… é um potencial utilizador. Quem já utiliza? Em Portugal as empresas que usam a tecnologia ainda são muito poucas, mas nos Estados Unidos o marketing de proximidade é uma realidade, nomes como Starbucks, Macy’s, Subway, ou Target usam LocalBeacons para promover os seus produtos e serviços. Em Portugal, já existem alguns negócios como hotéis e agências imobiliárias, assim como alguns pontos turísticos e até uma Câmara Municipal. O que podem esperar da solução na Hotelaria? • Enviar mensagens diversas aos clientes como boas-vindas, tempo e marés, agenda semanal de atividades, alterações de horários, informações sobre o destino tais como sítios a visitar, atividades a não perder, concertos ou curiosidades… • Informar sobre pacotes temáticos disponíveis ou ofertas especiais. • Atrair mais clientes para os outlets em períodos de menos utilização. • Incrementar o Upselling oferecendo aos clientes opções mais adequadas às suas necessidades, informando sobre oportunidades e ofertas especiais. • Incrementar o Cross-Selling. • Dentro do hotel ou resort, disponibilizando serviços alternativos a clientes com perfil semelhantes. Por exemplo, o casal que vai jan-

tar no restaurante à carta poderá ser um potencial cliente para fazer umas massagens. • entre hotéis da mesma marca disponibilizando ofertas especiais em hotéis da mesma companhia. Por exemplo, o cliente que está num hotel em Lisboa recebe um código que lhe dará 15% de desconto na sua próxima reserva em qualquer um dos hotéis da mesma marca. Resultado, aumento da fidelização assim como aumento das reservas directas. • Utilização por organizadores de eventos e congressos para atrair clientes aos seus stands ou comunicar alterações de programas ou informações relevantes e até comunicar que o SPA oferece 20% de desconto aos participantes do congresso assim que as reuniões acabarem. • Aumentar o número de clientes passantes para os outlets ou eventos especiais. Qualquer pessoa utilizando a App LocalBeacons passa a ser um cliente potencial desde que esteja próximo do seu negócio. • Criar atividades de entretenimento especificas como um “PediBeacon” ou uma caça ao tesouro tecnológico.

Em Portugal as empresas que usam a tecnologia ainda são muito poucas, mas nos EUA o marketing de proximidade é uma realidade

Quando é que ficará visível? Os primeiros negócios apareceram durante o mês de Janeiro e é, no entanto, expectável que o crescimento seja muito rápido. A título de exemplo, no Algarve todos os monumentos históricos já foram referenciados. l Lourenço Neves Ribeiro CEO SBOW

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28 Análise Turismo de Cruzeiros: Um Sector Em Crescimento

Turismo de Cruzeiros:

Um Sector em Crescimento A Indústria dos cruzeiros, à semelhança ao sector do Turismo na sua globalidade, tem vindo a crescer nos últimos anos e apresenta-se como o segmento de mais rápido crescimento na indústria de viagens. O forte crescimento da indústria é bastante visível através de indicadores como o aumento do número de cruzeiristas, o número de novos navios em construção, o aumento da dimensão e da capacidade dos navios ou expansão e, cada vez maior, diversidade de itinerários e regiões ao nível global.

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o passado, os cruzeiros eram vistos como um modo de férias muito caro, monótono e pouco atrativo, mas há cerca de dez anos para cá a procura por esta opção de férias tornou-se muito maior, à medida que os navios também foram crescendo, tornando-se um destino em si próprio, tal como são hoje. E esta tendência será para se manter. De modo a conseguir corresponder à procura cada vez mais global da indústria de cruzeiros, para os próximos anos prevê-se um crescimento do sector mundial, Europeu, e também nacional em consonância com os últimos anos e também com lançamento de novos navios. Espera-se que ao longo de 2017 sejam entregues 26 novos navios e cerca de 25,3 milhões de pessoas façam um cruzeiro por todo o mundo, um aumento relativamente aos cerca de 24 milhões que optaram por férias em cruzeiros o ano passado. No que respeita ao mercado de cruzeiros em Portugal, o panorama atual apresenta um grande potencial de crescimento. A descoberta e aceitação deste conceito de férias em contrapartida às tradicionais por parte dos viajantes portugueses é cada vez maior, o que não acontecia há alguns anos, ao contrário de alguns países da Europa. No mercado português apenas 0,45% da população faz um cruzeiro anualmente, o que significa que cerca de 45.000 pessoas optam por fazer um cruzeiro em Portugal, face aos 2% no resto da #28 JAN/FEV 2017

Europa, o que revela que o potencial de crescimento no nosso país é ainda muito grande para os próximos anos. Outro exemplo: em 2016, o Porto de Lisboa recebeu 522.497 cruzeiristas, mais 2% do que em 2015, e 311 navios, uma subida de 1,6% relativamente ao ano anterior, o que demonstra que a indústria está em grande expansão em Portugal e que cada vez mais o interesse do público português pela reserva de um cruzeiro como a melhor opção final de férias está cada vez maior e mais forte. A previsão para o crescimento do sector continua nos próximos anos. Segundo os últimos dados disponibilizados pela CLIA, até 2026 a indústria espera introduzir no mercado um total de 97 novos navios - 11 dos quais serão da MSC Cruzeiros, a companhia líder de mercado em Portugal pelo quarto ano consecutivo. Este investimento disponibilizará aos amantes dos cruzeiros, e


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também aos novos cruzeiristas, navios maiores e ainda mais inovadores do que qualquer um dos 12 atuais da MSC Cruzeiros, e desta forma também novos destinos. Embora a indústria de cruzeiros continue a crescer em várias regiões do mundo, e esteja cada vez mais atomizada em termos de itinerários, a Europa continua a ser um núcleo forte para realizar cruzeiros, quer pela sua cultura, pela sua herança e história. O Continente Europeu representa o segundo maior mercado do mundo de origem dos passageiros e permanece o segundo mais popular destino de cruzeiros, apenas superado pelas Caraíbas. No entanto, destinos como Cuba, ou os países Asiáticos, como é o caso da China, têm um importante papel a desempenhar nos próximos anos. Nos dias de hoje, as pessoas cada vez mais vêm o produto cruzeiro como uma opção final de férias devido a todas as vantagens e benefícios que podem usufruir a bordo e o facto de poderem acordar todos os dias num porto diferente, ou a possibilidade de visitarem vários locais sem nunca terem de desfazer as malas. Para além dos navios serem cidades flutuantes cada vez maiores, também os consumidores não querem comprar apenas produtos, pretendem também experiências marcantes, que devem incluir uma variedade de características como entretenimento, novas tecnologias, produtos de luxo, atendimento personalizado, entre outros. Os cruzeiros são hoje vistos como uma perfeita opção mutigeracional e são uma opção muito popular em férias para toda a família ou a dois, onde os viajantes podem desfrutar de experiências gastronómicas diversificadas e da oportunidade de realizarem workshops e confecionarem a sua própria refeição a bordo com chef’s especializados, como é o caso da MSC Cruzeiros onde existem parcerias exclusivas sobre estas novas tendências - um exemplo, o Cirque du Soleil a bordo. As grandes parcerias com as marcas de topo mundial como é o caso da Chicco ou da Lego permitem também que toda a família viaje junta, havendo espaço para momentos a dois e de diversão com a família reunida. Apesar disso, ao nível global, apenas 2% das pessoas que fazem férias optam por realizar um cruzeiro, outro elemento que mostra o grande potencial de crescimento deste sector. Neste sentido, podemos afirmar que o crescimento da procura por cruzeiros

neste momento, está apenas dependente da capacidade da oferta, nomeadamente do número e da capacidade dos navios. Outra das tendências atuais prende-se com o facto dos cruzeiros terem-se tornado na opção preferencial de férias entre as gerações mais novas. Seja pela diversidade de rotas, pelos novos destinos ou pela introdução cada vez maior de ilhas privadas exclusivas para os passageiros nos itinerários– como é o caso da Ocean Cay MSC Marine reserve da MSC Cruzeiros – a verdade é que 90% da geração de cruzeiros vão continuar a optar por realizar cruzeiros como forma de férias. Há cada vez mais curiosidade e vontade de realizar este tipo de viagem, onde a comodidade, o descanso, o relaxamento e a vida social estão muito mais presentes. Por outro lado, as companhias de cruzeiros estão cada vez mais empenhadas no seu compromisso de protecção ambiental, não só pelas questões legais, mas porque a sustentabilidade dos oceanos é essencial para a experiência de cruzeiro. As normas internacionais, estabelecidas pela OMI, são cada vez mais rigorosas e abrangentes, bem como todas as leis nacionais dos portos de escala onde atracam. A transição da indústria para combustíveis mais limpos pode ter impactos significativos no negócio. Neste sentido, a MSC Cruzeiros e outras companhias de cruzeiros têm optado por encomendar navios movidos a LNG - gás natural liquefeito – que traduzem um menor impacto no meio ambiente, com avançada tecnologia em todos os aspectos e que ajudam à protecção dos oceanos e da vida marinha. Em termos de conclusão, podemos afirmar que a indústria de cruzeiros continua a crescer, gerando igualmente um crescimento e contribuição económicos em Portugal, na Europa e no mundo. A procura tem ultrapassado a oferta neste sector e há ainda muitas sub-regiões do globo por explorar em termos de novos itinerários, a isto somado o facto de que um cruzeiro são umas férias muito completas e que cada vez há mais pessoas a aderirem ao conceito, pressupõe-se que o sector dos cruzeiros continue em velocidade de cruzeiro! l

Os cruzeiros são hoje vistos como uma perfeita opção mutigeracional e são uma opção de férias para toda a família

Eduardo Cabrita Diretor MSC Cruzeiros Portugal #28 JAN/FEV 2017


30 10 Insights Como por em prática a sua ideia

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Insights Como por em prática a sua ideia

Num contexto profissional de constante desenvolvimento e inovação, nem sempre sentimos ter espaço para implementar as nossas ideias, contudo depende de nós agarrar as oportunidades ou criá-las. Foi assim que nasceu a Maispsi, um projeto que partiu da necessidade de centralizar recursos dispersos na área da Psicologia, e disponibilizar aos Psicólogos e à população em geral um espaço a que podem recorrer quando necessitam de alguma informação ou serviço.

Escrever A melhor forma de estruturar a sua ideia e garantir que a mesma é sólida. É de todo o interesse escrever tudo o que lhe vem à cabeça, garantindo assim que não perde nenhum aspeto importante, para posteriormente poder organizar toda a informação, relacioná-la e garantir que consegue transmitir tudo o que pensou.

Pesquisar Muitas vezes temos ideias mas descobrimos que já alguém se adiantou pelo que devemos garantir que somos inovadores. Quando pensámos numa nova perspetiva, com diferenças relativamente ao que já existe, só é válida e só a conseguimos defender se conhecermos bem o que já foi feito.

Conversar Quando desenvolvemos uma ideia e a pretendemos implementar é importante falar sobre ela de forma muito geral com diferentes pessoas e obter o seu feedback, para perceber se será útil e pertinente, podendo até melhorá-la com as informações recolhidas nas conversas informais.

Motivar-se A motivação é uma ferramenta fundamental para implementar e apresentar uma ideia, pois se não está entusiasmado e confiante na sua ideia quem ficará?

Procurar recursos Uma das razões que algumas vezes nos faz abandonar uma ideia é não termos possibilidades económicas para avançar com todas as necessidades de desenvolvimento que a mesma exige. Uma solução passa por explorar a rede de contactos e procurar esses recursos que necessitamos a baixo custo ou em regime de troca de favores. #28 JAN/FEV 2017


Como por em prática a sua ideia 10 Insights 31

Avaliar os riscos Antes de implementar uma ideia e mesmo quando nos encontramos extremamente motivados para a colocar em prática, devemos garantir que analisamos toda a situação com objetividade e que avaliamos previamente todos os riscos, exigências, vantagens e desvantagens, garantindo assim que não baseamos o nosso ponto de partida numa realidade pouco sólida.

Ganhar coragem Muitas vezes ainda que estejamos motivados, após avaliar todos os riscos e exigências da implementação da nossa ideia, hesitamos e temos receio de avançar. Nesta fase efetivamente a única solução é ganhar coragem e dar o passo em frente, pois como referi anteriormente muitas ideias se perdem por não serem experimentadas e colocadas em prática. E pense que, após avaliados os riscos e garantido que são adequados, mesmo que não obtenha o resultado que pretendia irá decerto ganhar alguma coisa, nem que seja experiência e conhecimento.

Comprar a sua ideia Seja o primeiro a comprar a sua ideia e garanta sempre que a compraria, pois caso contrário terá muito mais dificuldade em vendê-la e em considerar que ela tem valor para ser vendida.

Vender a sua ideia Como referi anteriormente uma ideia por si só venderá em pequena medida se não chegar aos potenciais interessados e de forma clara. Hoje em dia as pessoas não estão dispostas a perder muito tempo para perceber uma ideia, por isso é necessário que a comunicação sobre a mesma seja objetiva e que deixe bem claras todas as vantagens e benefícios que ela traz.

Valorizar o seu esforço Por fim, quando conseguir vender a sua ideia e implementar a mesma, estará numa das fases mais importantes para valorizar todo o seu esforço e trabalho empreendido, pois nem sempre os resultados são os desejados e as pequenas conquistas Ana Rita Palhoco devem ser valorizadas Moreninho de forma a garantir que Psicóloga e Formadora a sua motivação e toda a capacidade de vender a sua ideia que dela depende, continuam a prevalecer. #28 JAN/FEV 2017


32 Lifestyle Da cidade para o campo: os novos “rurais”

Da cidade para o campo:

os novos “rurais”

Mudar de vida. O sonho de muitos que no entanto, ficam presos à sua vida quotidiana, presos à sua inércia e incapacidade de realmente “darem uma volta de 180º à sua vida” e partirem em busca do seu sonho. Às vezes é preciso a vida pregar uma partida e literalmente obrigar as pessoas a alterarem as suas vidas.

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as são muitos os que se fartam da vida na grande cidade, seja pelo trânsito, pela qualidade de vida, pelo stress, e a trocam por um ambiente mais tranquilo onde o tempo realmente passa ao ritmo que nos agrada. Uns, cuja vida lhes sorriu e permitiu ter poupanças, investem em novos projetos, a maior parte ligado ao turismo, outros criam mais ligações à terra e tornam-se agricultores. Outros ainda, menos afortunados, são incentivados a mudarem por apoios ao repovoamento do interior, oferecidos por algumas Câmaras. Outros, ainda, mudam por obrigações profissionais. É o caso de professores ou de médicos que são colocados fora dos grandes centros urbanos. A somar a estes todos, também há os que simplesmente agarram nas suas bagagens e porque simplesmente lhes apetece mudar de vida e fazem-no sem grandes problemas. A Rita Sá que trabalha como assessora de imprensa e comunicação e faz traduções de italiano, sempre viveu ao pé da praia, na zona da Carcavelos, mas o amor pelo Alentejo cresceu-lhe no coração e em abril de 2009, resolveu dar um novo destino à sua vida e trocou a vida agitada no litoral, pela #28 JAN/FEV 2017

tranquilidade de Borba, local onde viveu durante sete anos. Há cerca de um ano casou com um eborense “nascido e criado” e está a viver em Évora. À Ponto Turismo disse que a “mudança para o Alentejo foi mais ou menos gradual” e surgiu porque a maior parte dos seus clientes, quase todos na área do turismo e hotelaria, estavam no Alentejo e por isso as viagens para aquela região – quase sempre de autocarro pois não conduz - eram uma constante. “Houve um conjunto de fatores que se resumiram a essencialmente dois que me levaram a mudar. Por um lado o ter muito trabalho no distrito (de Évora) o que me obrigava a muitas viagens e por outro lado identificava-me com a região”, disse. A pesar na decisão estava também a saturação da vida na capital, sentia-se “farta de Lisboa e de tudo o que a cidade representava em termos negativos, nomeadamente do aspeto humano de Lisboa”. A ida para o Alentejo levou-a


Da cidade para o campo: os novos “rurais” Lifestyle 33

a descobrir uma nova faceta de Portugal, uma realidade muito diferente em termos de quotidiano, com menos stress. “O que me atraiu muito [no Alentejo] foi não só não haver o corre-corre, mas encontrar uma pureza, genuinidade e ajuda sem pedir nada em troca”, afirmou. Paralelamente, a beleza, o património, a gastronomia da região alentejana também contribuíram para que Rita se sentisse “em casa”. Aos que pretendem fazer o mesmo que ela, Rita aconselha a tentarem levar os seus sonhos até ao fim, repetindo que no caso dela, foi uma mudança gradual que a obrigou a pesar os prós e os contras, mas da qual nunca se arrependeu. “Nasci no centro de Lisboa, mas prefiro viver em Évora, a minha terra é aqui, e não é porque me casei com um eborense”, diz sem hesitações. Para quem pretende sair dos grandes centros urbanos e não sabe por onde começar, pode procurar alguma ajuda no projeto Novos Povoadores cujo público-alvo são “Empreendedores que dispensam uma localização numa área metropolitana para desenvolverem a sua atividade; são colaboradores de organizações em processo de nearshoring. São pessoas que preferem a tranquilidade do meio rural, que reconhecem o fator qualidade em valores como Tempo, Ambiente, etc., pessoas, em suma, que privilegiam uma vida mais oxigenada! Os novos povoadores são os pioneiros que reconhecem as mais-valias de uma vida mais tranquila sem prejuízo de uma postura profissional activa. ”, lê-se no seu site. Este programa, que sublinha não ser “uma bolsa de emprego”, ajuda as pessoas que se inscrevem a mudarem, inclusive fazendo uma análise do seu perfil, do negócio, podendo até chumbar a migração de algumas famílias. No fundo a sua missão é apoiar famílias metropolitanas a instalar negócios em zonas rurais, famílias que veem na mudança uma espécie de milagre para as suas vidas, melhorando a informação sobre as oportunidades disponíveis e os riscos inerentes a este processo. De acordo com a plataforma, a avaliação do perfil profissional das famílias assenta sobre quatro pilares, nomeadamente as competências formais no negócio que pretendem instalar; a experiência no sector económico; o conhecimento prévio do mercado para os seus produtos ou serviços e o capital necessário para o projecto a desenvolver e para os eventuais imprevistos no percurso. Depois de analisados estes quatro vértices no perfil do candidato e do projecto, os riscos de insucesso diminuem de forma significativa, diz o Programa Novos Povoadores que se orgulha de uma taxa de sucesso de 93%. Turismos Rurais, agricultura biológica ou frutos vermelhos são os negócios que mais se encontram nas candidaturas, embora em grande parte deles os candidatos não têm qualquer competência ou experiência nesse tipo de negócio que pretendem desenvolver. Em dezembro de 2016 havia 2088 famílias inscritas no programa, 765 projetos de negócio em análise, 569 famílias foram desaconselhadas a migrar, 170 migraram e 15 desistiram. Foram ainda instaladas 156 empresas. O Governo aprovou em outubro passado o Programa Nacional para a Coesão Territorial onde contempla apoios à deslocalização de pessoas do litoral para o interior, nomeadamente médicos e desempregados, mas, para quem pretende estar realmente ligado à terra, existe também a Bolsa Nacional de Terras onde estão terrenos disponíveis para venda ou arrendamento. Também algumas autarquias fornecem apoios a quem quiser mudar-se para lá. Basta uma breve pesquisa para encontrar inúmeros concelhos que convidam ao desenvolvimento local, proporcionando alguns incentivos e apoios. É o caso, por exemplo, de Évora

Quem não sabe por onde começar, pode procurar alguma ajuda no projeto Novos Povoadores

que têm um Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no concelho. Outros exemplos são Elvas, Mora que dá um subsídio por nascimento no valor de 500 euros no primeiro filho, valor que vai subindo até ao máximo de 1500 no terceiro filho e seguintes, Fundão que oferece incentivos fiscais, entre muitas outras autarquias. l #28 JAN/FEV 2017


34 Viagem de: Fernando Bernardo

As situações extremas de pobreza [nos países] marcam-me sempre

Fernando Bernardo

Ponto Turismo › Qual é a viagem da tua vida? ? Fernando Bernardo › Foi uma viagem que fiz há já alguns anos ao Chile, Bolívia, Peru. Ponto T. › Porquê? F.B. › Eram outros tempos. Ainda jovem meti-me no avião e fiquei um mês e meio por lá numa viagem low-budget. Hoje em dia seria impensável por muitos motivos. Ponto T. › Qual é a viagem que te falta fazer? F.B. › É sempre a próxima. Neste caso será a Índia em abril. Não conheço ainda. Depois logo me faltarão outras que pretendo fazer. Ponto T. › O que é para ti viajar? F.B. › Para mim viajar é um processo de descobrimento, não só o mundo como a mim próprio.. Ponto T. › Preferes viajar com tudo organizado ou ir à descoberta? F.B. › A idade não perdoa.... Agora prefiro ir o mais organizado possível mesmo indo saltitando entre locais. Ponto T. › Há algum episódio que te tenha marcado em alguma viagem? F.B. › As situações extremas de pobreza marcam-me sempre. Sei que faz parte da equação quando saímos da nossa caixinha, mas marcam e de que maneira. Ponto T. › Como gostas de passar o tempo livre? F.B. › Gosto de o passar de forma tranquila. Normalmente aproveito para ler ou ver algum filme… Ponto T. › Qual é o livro que tens na cabeceira? F.B. › Terra Sonâmbula, do Mia Couto

#28 JAN/FEV 2017

“Viajar para mim é descobrir” Ponto T. › E qual é o filme que vês repetidas vezes? F.B. › Gosto de ver o Pátio das Cantigas. Também porque volta e meia passa na TV. Independentemente das vezes que o vejo ainda me diverte. Ponto T. › Qual é a tua especialidade gastronómica? F.B. › Dizem que o meu arroz de polvo é muito bom. (Provavelmente estão a mentir....) Ponto T. › Qual é a comida que detestas? F.B. › Não há assim nenhuma comida que deteste, embora em alguns países não consiga comer algumas comidas que estão expostas. Ponto T. › O que é que tira do sério? F.B. › Não suporto que maltratem os animais. Ponto T. › O que gostarias de fazer antes de partir F.B. › Coisa simples. Gostaria de partir deixando o planeta melhor do que o encontrei. Ponto T. › Qual é o teu lema de vida? F.B. › Não complicar. l



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