Ponto turismo 18

Page 1

#18 ABR/MAI 2015 €5

DANIEL BESSA

GOSTAVA DE VER A TAP COMPRADA POR UMA COMPANHIA AMERICANA OPINIÃO

O presidente da APAV fala da necessidade do apoio aos turistas vítimas

ANÁLISE

A nova diretiva europeia dos pacotes turísticos

TECNOLOGIA

O seu website está preparado para o mobile?

EM FOCO

Minimalistas: uma opção de vida em que menos é mais

PRESIDENTE DO CONSELHO FISCAL GALP ENERGIA DANIEL BESSA



Editorial

Resultado final Pilotos: 0 Vs TAP: -€30 milhões “Quando se trata de destruir, todas as ambições se aliam facilmente” › Júlio Verne

G

rande abada! Era assim que eu e os meus colegas de rua nos expressávamos depois de dar uma sova descomunal à equipa rival, na praceta que servia os nossos prédios. Tínhamos 8, 9 e até talvez 10 anos. De vez em quando, decidíamos fazer a “seleção dos melhores” da rua contra todos os outros. Juntávamos os “craques da bola” numa equipa e toca de golear todos os que se quisessem interpor numa cavalgada de golos que nunca mais parava. Eramos 5. E os outros eram toda a rua. Era toda a praceta e mais alguns que quisessem vir. O poder de sentir que no futebol eramos imbatíveis era inebriante até ao momento de… deixar de ter graça. Como ganhar era o pão-nosso-de-cada-dia, os nossos colegas perdiam a vontade de nos defrontar. E quando não há adversário, já se sabe: Game Over. Antes dos 10 anos, todos os “craques da bola” da rua já tinham aprendido que se ganha muito mais jogando com todos do que simplesmente… não haver jogo. E, havendo jogo, todos os outros queriam ter os craques nas suas equipas. É realmente curioso ver como crianças com 10 anos conseguiam (e conseguem) entender o que realmente importa. E que lições que a rua nos dava! Não havia espaço para mimos, vedetas, egoísmos, amuos nem irresponsabilidades. O resultado era divertir ou não divertir. Ou, como mais tarde vim a aprender em economia, construir ou destruir valor. Eu acho que das dezenas de amigos daquela rua, nenhum chegou a piloto da TAP. É pena. Seria mais um no ar durante esta última

É estranho aqueles que andaram no ar, não consigam incutir alguma noção de bom senso aos dirigentes sindicais que os representam

greve destruidora. Mais um no ar a querer que a sua empresa sobreviva. Mais estranho é ainda que aqueles que andaram no ar, não consigam incutir alguma noção de bom senso aos dirigentes sindicais que os representam. Aqueles dirigentes que publicamente se vangloriam de terem conseguido “infligir um dano de €30 milhões na TAP”, como se esse fosse um objetivo de uma greve. Aqueles dirigentes que querem fazer vingar a todo o custo um acordo que é em primeiro lugar nulo e sendo válido, seria inconstitucional, mas que na sua cabeça lhes pode valer entre 10% a 20% de uma mão cheia de uma empresa que se arrisca a ser… nada. Como se não bastasse, escrevo este editorial com as nuvens de uma nova greve de pilotos da TAP a pairar no ar depois dos 10 dias de paralisação programada. Portanto, o meu desejo é que as crianças até aos 10 anos continuem a fazer jogos de rua… e se possível ensinem alguns “paizinhos”. A Ponto chega à sua maioridade com esta edição. São 18 números. E tal como na idade, a emancipação chega com o tempo e responsabilidade. Neste número procurámos isso mesmo. Dar a conhecer um bocado mais das questões e responsabilidades legais do setor com um artigo de Carlos Torres e sobre o desempenho do turismo nacional numa vertente económica, através de um artigo muito interessante sobre a evolução dos números em relação ao mundo, de Armando Rocha. Até daqui a dois meses e… boa leitura! Miguel Quintas Diretor Geral

#18 ABR/MAI 2015

3


Apresenta

Flávio Gil Voz Off: Maria Muñoz Texto: Marisa Carvalho | Música Original: FF | Vestido por Nuno Gama | Encenação: Paulo César

Todas as segundas e terças às 21h30

na Academia de Santo Amaro Rua Academia Recreativa de Santo Amaro, 9 - Alcântara - Lisboa T: 21 799 75 00 | E: geral@abraco.pt

Bilhetes à venda: ABRAÇO, www.ticketline.sapo.pt, Fnac, Ag. Viagens Abreu, Worten, A.B.E.P., Casino Lisboa, C. C. Dolce Vita, C.C. Mundicenter, El Corte Inglês, Galeria Comercial Campo Pequeno, MMM Ticket, UTicketline e INFORMAÇÃO/RESERVAS: Ligue 1820 (24 horas)

Apoios:


Ficha Técnica

Propriedade Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A. Sucursal em Portugal

Sede Rua de São José, 35 - 4º andar 1150-321 Lisboa, Portugal Tel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75 E-mail: pontoturismo@pt.amadeus.com

Diretor Geral Miguel Quintas

Índice

“Eu não sei se há coisa mais horrível do que a TAP não ter dinheiro para voar”

8

O economista Daniel Bessa confessou à Ponto Turismo que prefere ver a TAP vendida do que na falência e “escolhe” uma companhia americana como o cenário de sonho.

Diretora da Ponto Turismo Helena Torres Bimestral · Ano - 2015 - Edição 18

13

Coordenação Editorial

32

30

pontoturismo@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99

Produção de Conteúdos e Edição Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Tel.: 214 037 656 · mediapearl@mediapearl.pt

Publicidade htorres@pt.amadeus.com · Tel.: 21 321 30 99

Ilustração Capa Pedro Taquelim

06

Opinião

08

Grande Entrevista

Fotografia

Turismo, Segurança & Crime… Apoio a Turistas Vítimas

24

Tecnologia

26

Análise

Está o seu website preparado para o mobile do primeiro mundo?

Mediapearl

Produção Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Centro Empresarial Tejo Rua de Xabregas, Lote A, Piso 1, Sala 13 1900-440 Lisboa mediapearl@mediapearl.pt

Impressão e Acabamento

13

Em Foco

15

Entrevista Caderno

RBM - Artes Gráficas

Tiragem 1300 exemplares

Registo na ERC N.º 126281

A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.

João Carlos Correia: “Os clientes contratam-nos para não terem preocupações”

Soluções

21

Notícias

A nova diretiva dos Pacotes Turísticos Balanço: Os números do Turismo

30

10 Insights

32

Lifestyle

Como descomplicar a vida

19

Depósito Legal N.º 350109/12

Daniel Bessa “O meu sonho era ver a TAP ser comprada por uma companhia americana””

34

Wealth Management

A Vida de Bicicleta: O dia a dia a pedal

Viagem de: Dalila do Carmo “Não resisto a comprar bilhetes de avião”

Amadeus Print to File

Future Traveller Tribes 2030: compreender o viajante de amanhã

#18 ABR/MAI 2015

5


6

Opinião Turismo, Segurança & Crime… Apoio a Turistas Vítimas

João Lázaro

Presidente da APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima

Turismo, Segurança & Crime…

e o Apoio a Turistas Vítimas

O setor do turismo em Portugal é fundamental para promover o crescimento económico do país. Com o fim de estabelecer objetivos concretos que possibilitem o desenvolvimento do setor turístico, o Governo adotou o Plano Estratégico Nacional do Turismo, que identifica as fragilidades e potencialidades do turismo em Portugal e determina as medidas a serem adotadas até ao ano de 2015.

N

o âmbito das diversas medidas estabelecidas pelo referido plano, foi ressaltada uma área de extrema importância que está na base da escolha de Portugal enquanto destino turístico e que deve ser alvo de ações de estímulo específicas: a segurança. Com efeito, a segurança é considerada um dos principais fatores de competitividade entre Portugal e os outros principais destinos turísticos da Europa (nomeadamente Barcelona, Madrid e Istambul) e funciona como fator de diferenciação para a escolha do destino por parte dos potenciais turistas. Por esta razão, o Governo aposta no reforço da segurança para promover o turismo em Portugal. Mas não se pode pensar em segurança sem incluir o apoio aos turistas vítimas dos crimes, que inevitavelmente ocorrem por muito seguros que sejam os destinos. Os turistas são sobretudo vítimas de crimes de furto, roubo e dano e, com menor expressão, de crimes sexuais. Quando pensamos em segurança, existem duas vertentes que devem ser consideradas: a prevenção de situações que atentem contra a segurança individual e coletiva, e o amparo e apoio daqueles que efetivamente sofreram uma violação da sua esfera de segurança individual. No âmbito da prevenção, para além da prevenção geral da criminalidade que atinge tanto a população residente como os turistas, é fundamental a promoção da prevenção individual, com a disponibilização de informações e materiais de sensibilização que alertem os turistas a não descurarem da sua segurança durante o período de férias e a evitarem comportamentos de risco.

#18 ABR/MAI 2015

Por outro lado, no âmbito do apoio daqueles que sofreram um atentado à sua segurança é essencial a existência de uma rede de suporte para apoiar os turistas caso venham a ser vítimas de um crime. De facto, sem menosprezar o papel do turismo enquanto investimento económico, não se pode descurar que os movimentos turísticos são feitos por pessoas, titulares de expectativas e de direitos que devem ser assegurados pelos países de acolhimento. Daí a necessidade de existirem serviços de apoio aptos a cuidar de cada indivíduo e a reparar as consequências decorrentes de uma eventual afronta aos seus direitos e à sua segurança. Estas duas respostas possibilitam uma intervenção policial, no âmbito das suas competências policiais na esfera da segurança e ordem pública, numa abordagem de policiamento de proximidade, adequada para a célere identificação da ocorrência de um crime envolvendo turistas, para a prestação de informações relevantes (tanto genéricas como ligadas a participação no processo-crime, por exemplo) e garantem uma eficaz recolha de prova através do depoimento das vítimas numa língua que ela conheça, no momento inicial do inquérito, que é fulcral para o sucesso das investigações. O recente reforço do policiamento especialmente dirigido aos turistas pela PSP, e também pela GNR, é a resposta policial a esta necessidade.


Nome do&Conteúdo do Capítulo Nome do Capítulo Turismo, Segurança Crime… Apoio a Turistas Vítimas Opinião

no âmbito do apoio daqueles que sofreram um atentado à sua segurança é essencial a existência de uma rede de suporte para apoiar os turistas

Entretanto, ainda há uma área que permanece sem resposta específica e especializada: o apoio à vítima. Com efeito, o apoio à vítima deve ser prestado de forma humana, qualificada e individualizada, assegurando o apoio especializado e independente: o apoio emocional, a intervenção na crise, o aconselhamento jurídico e o apoio prático ou social. Essa função é a do Apoio à Vítima - complementar das funções policiais e do atendimento policial qualificado a estas vítimas, muitas vezes em situação de vulnerabilidade pelo seu estatuto de turistas. Esta resposta específica é essencial, sobretudo tendo em conta que os mercados concorrenciais no setor turístico (Espanha e Grécia, por exemplo) não estão tão desenvolvidos na prestação de serviços de apoio a vítimas de crime, nomeadamente transnacionais, onde se incluem os turistas. A existência desta resposta revela-se também necessária por outras duas razões fundamentais: por um lado, ela tem o potencial de diminuir o risco de vitimação secundária e de

promover o sentimento de satisfação e de bom acolhimento dos turistas que passam por uma experiência negativa neste país; por outro, ela representa um investimento para a garantia da segurança enquanto fator de competitividade de Portugal, não só na vertente da prevenção como também do apoio às vítimas. Partindo de uma nova abordagem integrada deverão existir Unidades de Apoio à Vítima Turista®, integradas nos espaços policiais dos principais destinos turísticos onde funcionam as respostas do dispositivo policial para os turistas, para facilitar e desencadear uma relação de estreita colaboração entre as forças policiais e o serviço de apoio à vítima, mantendo, entretanto, a independência e confidencialidade que são características deste último, numa lógica de one stop shop. Para a viabilização e acompanhamento desta evolução da atual resposta a esta problemática a participação dos agentes económicos do sector privado do turismo é crucial. Por um lado, a sua contribuição para uma solução que vise o apoio e a satisfação dos turistas vítimas de crime e seus clientes não se apresenta apenas como uma sua responsabilidade social do impacto da sua atividade económica, como também contribui decididamente para a satisfação e perceção positiva por parte dos turistas, mesmo no infortúnio da sua vitimação, promovendo a escolha do país como destino turístico e de negócios e de regresso de quem foi turista e vítima em território nacional. Com esta proposta pretende a APAV – como organização nacional não lucrativa de apoio à vítima de crime – contribuir para o desenvolvimento económico e social de Portugal, que servimos há 25 anos. l

#18 ABR/MAI 2015

7


8

Grande Entrevista Daniel Bessa

Daniel Bessa Presidente do Conselho Fiscal da Galp Energia

#18 ABR/MAI 2015


Daniel Bessa Grande Entrevista

Daniel Bessa

“O meu sonho era ver a TAP ser comprada por uma companhia americana” O ex-Ministro da Economia do Governo de António Guterres, Daniel Bessa confessa que prefere ver a TAP alienada do que na falência e gostaria de a ver comprada por uma companhia norte-americana e mostra-se contra a excessiva carga fiscal, seja no turismo ou em outros setores. Ponto Turismo › Quando foi Ministro, também tinha a pasta do Turismo. Como é que vê o Turismo de hoje? Daniel Bessa › Eu acho que o Turismo é, desde há muito, uma grande atividade em Portugal. É uma grande indústria que evoluiu muito. Penso que o Turismo português terá tido sempre dois ou três grandes produtos: a grande Lisboa, o Algarve a partir de certo momento e da entrada de um número considerável de turistas vindos do Reino Unido e de países nórdicos. A Madeira também, sem os mesmos números, mas também um grande destino. Eu trabalhei com um grande senhor do Turismo no norte do País, o Dr. Francisco Sampaio, que é um grande senhor de um outro tipo de turismo, muito ligado a outras valências: Turismo Rural, a Gastronomia, as Romarias, os Caminhos de Santiago… isso significa que em Portugal, a partir de certo momento foram emergindo outros produtos. O Douro tornou-se num destino interessante… não tem os números que têm os outros destinos tradicionais, nem o Norte, mas é um destino interessante.

Eu não Eu não acredito que alguém tome conta de uma Secretaria acredito que de Estado ou de uma Câmara alguém tome conta Municipal e no dia a seguir há mais turistas e os hotéis de uma Secretaria de têm mais ocupação. Acresim nos portuenses, Estado ou de uma Câmara dito acredito na importância do Municipal e no dia a seguir aeroporto e dos voos low-cost! Quantas vezes estive nos Açores em grandes dishá mais turistas e os cussões sobre a importância hotéis têm mais da TAP e da SATA e de mais não sei quantas coisas e de repente vejo ocupação que os Açores estão todos contentes

Ponto T. › O Porto está na moda. D.B. › A minha cidade está na moda sim. Acho que o Porto deve imenso aos portuenses. Às vezes vejo umas discussões por lá, para ver se o mérito é do Secretário do Estado ou do Presidente da Câmara e eu convivo pessimamente com isso.

porque vão ter low-cost, para um certo tipo de turismo, para quem o preço é relevante, e o turismo português, infelizmente, está quase todo assim. É assim que eu vejo o turismo, com os seus destinos de sempre, muito consolidados e instituídos, e com destinos novos que foram emergindo, o Alto Minho, o Porto, a Serra da Estrela – um pouco aquém do que eu gostaria -, o Alentejo…. E há outros turismos. Em determinado momento da vida cheguei a dizer que se tivesse muito dinheiro e se me visse como um investidor assumido talvez os dois ativos que eu comprasse com mais confiança em Portugal seria um terreno sobranceiro ao Douro e qualquer coisa na Costa Alentejana. Para dizer que estamos a falar do Portugal, não direi mais pro#18 ABR/MAI 2015

9


10 Grande Entrevista Daniel Bessa

fundo, mas do Portugal mais natural, também razoavelmente bem preservado. E o turismo português é hoje isto tudo.

“Eu não olhei com simpatia para essa ideia de estar a tributar quem passa pelo aeroporto de Lisboa”

Ponto T. › Mas compraria os terrenos para exploração turística ou para uso pessoal? D.B. › Não, só para uso próprio. Não me estou a ver como um empresário da área da hotelaria e turismo. O que quero dizer é que eu me sentiria bastante seguro e confiante quanto ao valor daqueles ativos. Eu acho que um terreno no Douro ou na Costa Alentejana são aquilo que os economistas costumam chamar de ativos únicos. Não perdem valor.

Ponto T. › Tem conhecimento da aplicação das taxas turísticas, que não tem a ver com o Governo mas sim com a Câmara? D.B. › Eu acho que Portugal já tem impostos que cheguem, é um verdadeiro problema nacional. Há dias o Dr. Paulo Portas dizia que era preciso que a economia crescesse para cumprir três objetivos: arranjar emprego para os portugueses, pagar a dívida do Estado e baixar os impostos. É, digamos, uma espécie de ponto de partida para o anúncio daquilo que será o programa de Governo do CDS. O Dr. Paulo Portas anunciou isso assim. Não há português nenhum que não queira mais emprego – sobre isso o Dr. Paulo Portas faz o pleno. Relativamente ao pagar a dívida eu acho que a maioria dos portugueses é honrada e portanto e 90 e muito por cento acha que a dívida é para pagar, aliás sujeitou-se a inúmeros sacrifícios para ver se consegue pagar. O consenso em torno da baixa dos impostos não será tão alto. Ou seja ele #18 ABR/MAI 2015

não tem a pretensão de que 100, 90 ou 80% dos portugueses ache que o caminho é baixar os impostos. Podem achar que é melhor gastar nas escolas ou nos hospitais… portanto no que se refere aos impostos o que eu vou dizer não é tão consensual, é uma opinião. Mas para mim os impostos são excessivos e eu olho sempre para os aumentos de carga fiscal com pouca simpatia. Eu não olhei com simpatia para essa ideia de estar a tributar quem passa pelo aeroporto de Lisboa. Não acho que algum presidente da Câmara de outro ponto do País ficasse muito satisfeito. Mas quando lhes foi dado verificar que afinal quem paga é a empresa que gere o aeroporto e que isso se traduz numa receita da câmara, acharam que também queriam, como o povo costuma dizer, ou há moralidade ou comem todos. Por isso, para essa medida eu não acho que traga bem nenhum a não ser aos cofres da Câmara Municipal de Lisboa. Ponto T. › Já que estamos a falar de aeroportos, vamos falar da venda da TAP. Concorda com o modelo que foi encontrado? D.B. › Não me refiro tanto ao modelo. Começaria pela ideia de alinear a TAP… há gente que vai odiar o que vou dizer… Não consigo olhar para a questão da TAP de uma forma apaixonada. O que eu vejo aí é que, seja lá porque


Daniel Bessa Grande Entrevista 11

for, por razões ideológicas, porque foi assim que nasceram, foram assim educadas, por conservadorismo, há muita gente que é contra. E eu acho que são contra até ao dia em que se dá o ato por consumado e no dia em que o facto é consumado a vida muda e têm que passar a viver com uma nova realidade e não vejo mal nenhum nisso. Nós muitas vezes construímos cenários de horror, não sei bem porquê, e depois quando as coisas acontecem nós temos de viver com elas e finalmente não é tão horrível como pode parecer. Eu não sei se há coisa mais horrível do que a TAP não ter dinheiro para voar e a TAP está muito perto disso! Nesta empresa não consigo rever-me e eu encaro como uma questão pragmática. Há também regras europeias, e eu acho que a União Europeia proíbe as ajudas de Estado, permite a ajuda às PME’s porque esses fundos europeus e programas que ajudam as PME’S não causam problemas de maior em matéria de concorrência. Ora a TAP não é uma PME e eu julgo saber que a TAP não pode beneficiar de ajudas de Estado e portanto a alienação da TAP para mim não é uma questão ideológica, é uma questão pragmática e tenho a certeza que no dia em que a TAP for vendida não deixará de voar e o sol não deixará de brilhar.

O Second Best que poderia ser era uma companhia brasileira. Repare que não estou a ver caras de ninguém, nem a avaliar os méritos dos compradores. Eu acho que do ponto de vista estratégico o first best seria a compra por uma grande companhia americana que usaria a TAP para fazer os voos intercontinentais e continuaria a usar a TAP para fazer o porta-a-porta dentro da Europa. Mas sim, o naipe de compradores não me entusiasma muito. Também há que reconhecer que as coisas que estão a acontecer na TAP não ajudam nada. Se alguém pensasse comprar a TAP teria agora menos vontade do que teria antes.

“Eu não sei se há coisa mais horrível do que a TAP não ter dinheiro para voar e a TAP está muito perto disso”

Ponto T. › Se nos lembrarmos, a TAP já foi privada. Só foi nacionalizada no 25 de Abril. D.B. › Sim, sim. Portanto não consigo deixar de dormir por causa daqueles dias horríveis que estão por vir, isso não existe. Mas há uma coisa que me desgosta na TAP e a TAP não é caso único em Portugal… quando olhamos para os potenciais compradores, não ficamos muito entusiasmados. Agora o Embaixador de Espanha vai morrer quando me ouvir dizer isto… mas eu acho que o pior que podia acontecer à TAP era ser comprada pela Iberia. Ponto T. › Iberia/British Airways. D.B. › Sim, Iberia/British… Porque o grande aeroporto da Iberia é Madrid e Lisboa iria ser, seguramente, desvalorizada e portanto… eu gosto imenso de Espanha, mas uma coisa são os afetos e outra são os interesses. O pior que podia acontecer à TAP era ser comprada por uma companhia espanhola, nomeadamente pela Iberia. O meu sonho era que a TAP fosse comprada por uma grande companhia americana, porque isso prometia-me alguma coisa. Isso transformava Lisboa numa porta de entrada e eu seria levado a supor que a grande companhia americana usaria a TAP para fazer os voos entre Nova Iorque, Washington, Chicago… e a Portela, e depois muitos passageiros ficariam por aqui, outros iriam para outro lado, a TAP continuaria a transportar para os destinos europeus, mais as companhias europeias que operam aqui. Outros poderiam até optar por ficar aqui uma noite. Este seria o meu First Best.

Ponto T. › As greves acabam por tirar valor à TAP? D.B. › Sim e depois uma greve de alguém que está a tirar valor a uma companhia, se eu bem percebi, por quererem mais capital. No Oriente, não tanto na China, mas nos países vizinhos, há uma cultura que tende em transformar os trabalhadores em acionistas das empresas. Contam-se histórias de pessoas que venderam as casas para poderem comprar ações das empresas em que trabalham. Valoriza-se muito esse facto de fazer os trabalhadores acionistas porque assim eles sentem mais a empresa, vestem mais a camisola, alinham mais os seus comportamentos, as suas aspirações, as suas reivindicações, com as necessidades daquela entidade que finalmente também tem de ser acarinhada, bem tratada, porque se não depois também não pode devolver… não tem nada para lhes dar. Olhando para o que se passa na TAP e não consigo ver um mínimo alinhamento entre o que aqueles trabalhadores reclamam e o interesse na companhia que paga os seus salários. O motivo da minha perplexidade é como é que alguém dá este passo e ao mesmo tempo reclama uma fração maior do ativo sendo certo que o passo destrói o ativo ou tira-lhe valor? Ponto T. › Acha que a crise foi uma oportunidade para fazer surgir inovação em Portugal? D.B. › Sim, eu acho que há elementos de inovação. A crise trouxe à inovação uma dificuldade que é a questão financeira. Com a crise a restrição financeira acentuou-se muito. Mas ao mesmo tempo que trouxe essa dificuldade, obrigou as empresas a passos e a medidas que não teriam tomado de outra forma. Eu acho que uma apreciação ponderada do que se passou no nosso país nos últimos quatros anos reconhecerá que houve coisas que correram muito mal e outras que correram melhor. Eu acho que o que ficará para sempre como tendo corrido melhor é o aumento do peso das exportações no PIB. A economia em 2008 chegou a 28% do PIB nas exportações e agora andará acima dos 40% e passar dos 28 para 40% #18 ABR/MAI 2015


12 Grande Entrevista Daniel Bessa

do PIB são à volta de 20 e picos mil milhões de euros de exportações a mais que entraram. Uma parte é gasolina e derivados do petróleo, outra parte é pasta de papel e mesmo papel, só para falar na Galp e Portucel, mas se formos a ver, as exportações aumentaram em praticamente todos os setores, a fruta, os legumes, o turismo... Uma outra grande inovação que a crise trouxe… menos simpática para a maioria das pessoas, é que empurrou muitas empresas para medidas de eficiência. Eu ouvi recentemente no Porto uma apresentação Dr. António Amorim em que apresentava as vendas da cortiça, em produtos tradicionais e nos produtos novos nos últimos anos e na curva ascendente havia um fosso, em 2009, um ano em que as vendas caíram muito e ou achei muito curioso porque o Dr. António Amorim dizia que 2009

que fazem questão de dizer que não há mês algum em que não tenha de sobrar pelo menos um euro. E se ganha menos, gasta-se menos…Mas sim, acredito… o Estado é um horror e o Estado somos nós e se o Estado é um horror, a responsabilidade é nossa. Eu não sou daqueles que dizem que estamos nós aqui e os políticos ali, porque a responsabilidade é nossa, somos nós que escolhemos, somos nós que vivemos com isso, uns mais contrariados do que outros.. a responsabilidade é coletiva e é solidária. Conheço gente rica que gasta demais e conheço pessoas modestas, que nos merecem todo o respeito, e que não gastam demais e que vive com os maiores sacrifícios. Somos muito marcados pela nossa história e percurso. Sou filho de pessoas muito modestas, que fizeram um grande sacrifício para nós sermos educados. Eu deveria ter ido para uma escola comercial e saído de lá aos 15 anos para ganhar a vida, e não foi assim, puseram-me no liceu, que era mais caro, e numa faculdade. Isto custou muito dinheiro! Sabe que eu não me lembro de ter entrado num restaurante com os meus pais? Ou de ter ido ao cinema porque eles sacrificaram tudo! Isto para dizer que tenho um respeito imenso por quem no meio das grandes dificuldades suporta este sacrifício todo. Não é verdade que quem se endivida mais são os que têm o rendimento mais baixo. Quandos os juros começaram a cair houve gente que aproveitou para comprar uma casa maior, para ir de férias, aumentou o seu padrão de vida… eu cada vez que via chegar uma fatura com os juros mais baixos, sempre achei que esse dinheiro que sobrava era para amortizar a dívida que tinha. Isto para dizer que estamos a falar muito de cultura, de educação e de valores e eu não me revejo nessas práticas de despesas e nem sempre me acomodo à tese que é assim porque o rendimento é baixo. Ponto T. › E acha que os portugueses, Portugal, o Estado… aprenderam com os erros? D.B. › Não. Há pouco dizia que algumas reformas da Administração Pública só no próximo resgate.

tinha sido o melhor ano porque ameaçados pela queda das vendas, foram obrigados a tomar medidas internas de racionalização que nunca teriam tomado. E hoje a Corticeira Amorim não só vende mais do que nunca, como é mais eficiente do que em qualquer momento do passado. Claro que isto tem um custo relevantíssimo. Isto quer dizer menos pessoas a trabalhar, quer dizer menos emprego, mas eu não acredito que uma empresa nasça para resolver os problemas de emprego. Ponto T. › Temos tendência para gastar demais? D.B. › Eu não tenho! Conheço pessoas que trabalham muito perto de mim #18 ABR/MAI 2015

Ponto T. › Isso é muito mau! D.B. › Muito mau, pois é… Nós temos que reconhecer que o momento de acalmia que estamos a atravessar, sem desqualificar o trabalho que fizemos, essa coisa da reforma da administração pública é uma grande boca que tem metade de verdade e outra que não será. Muita da acalmia que muito se vive na questão do crédito público, das taxas de juro - se tivermos juízo temos de reconhecer que isso nos foi dado - tem a ver com condições que foram criadas exteriormente, nomeadamente pelo Banco Central Europeu, e faz mal quem acredita que isso vai durar por muito tempo. Que um Estado como o Português possa ir ao mercado buscar o dinheiro e ainda lhe pagam por cima não me parece que possa durar muito. Quem pede dinheiro em princípio paga. Que o Estado português consiga ir - como outros, mas em particular nós porque o nosso problema não está completamente dominado, a nossa situação de dificuldade permanece - ao mercado e ainda lhe paguem por cima é contra a natureza das coisas. Eu quando vejo a natureza contrariada, não fico muito tranquilo. l


Como descomplicar a vida Em Foco 13

Minimalistas

Como descomplicar a vida O mundo é um local cada vez mais complexo e confuso. A vida numa sociedade moderna rege-se por palavras como agitação, stress e azáfama. Estas tornaram-se parte do quotidiano, e com elas, vieram todas as consequências inerentes.

E

m nome do progresso, o ser humano redefiniu a sua maneira de se comportar, de trabalhar e até de viver. Hábitos que nunca seriam, imaginados há 100 anos, fazem agora parte do dia-a-dia. Quem não se lembra do clássico “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin que mostra como os tempos industriais de 1930 regiam a vida como um relógio, sempre rotineiro e repetitivo que levava as pessoas à loucura? Contudo, há quem se recuse a fazer parte deste estilo de vida frenético que, além de afetar o bem-estar geral, pode trazer problemas de saúde sérios a longo prazo. Existem pessoas que adotaram um estilo de vida mais simples, mais despreocupado, que não dá tanta importância ao consumismo desenfreado, característico da sociedade de hoje. A solução pode muito bem por passar ter menos. Dão pelo nome de minimalistas e abraçaram calorosamente o conceito de minimalismo, mudando radicalmente os seus hábitos na tentativa de ter uma qualidade de vida melhor. Originalmente uma corrente artística do século XX, o Minimalismo procurava os elementos de expressão essenciais, focando-se no uso de formas geométricas simples e na aparência dos objetos industriais. Estas pessoas adaptaram o conceito artístico à sua vida, transformando o minimalismo numa maneira mais simples e imaterial de existência.

Mas o que é o minimalismo propriamente dito? Apesar de não existir uma resposta em concreto, a maioria dos minimalistas defende que é um estilo de vida mais simples, mais limpo, que procura o que é “verdadeiramente importante”. Para tal, há que libertar-se do medo, da preocupação, da culpa ou mesmo da depressão que a vida moderna pode causar. Cada pessoa tem de fazer uma introspeção e avaliar o que tem verdadeiro valor para si. O minimalista forja o seu próprio caminho e deixa para trás o que não precisa. Com uma visão baseada na expressão “menos é mais”, do arquitecto alemão Mies van der Rohe, o minimalismo tenta focar-se nos aspetos que realmente importam: ganhar mais tempo, mais liberdade, mais conteúdo, mas sobretudo, atingir o bem-estar desejado e a felicidade. O excesso de bens materiais, relações superficiais ou uma vida profissional insatisfatória, ainda que por vezes bem paga, podem ser apenas alguns aspetos que têm de ser esquecidos para se chegar ao sentimento de verdadeira paz interior e uma vida melhor. Um número crescente de pessoas está a adotar este estilo de vida. Pessoas que largaram quase por completo os seus modos anteriores e que, dando uma #18 ABR/MAI 2015


14 Em Foco Como descomplicar a vida

O minimalismo é um estilo de vida mais simples, mais limpo, que procura o que é “verdadeiramente importante”

volta de 180º, transformaram a sua vida. O minimalismo conta com muitos crentes e existem inúmeros instrumentos disponíveis para o tornar numa prática realista. Livros, blogues, workshops e palestras são algumas das maneiras que os aspirantes minimalistas podem usar para se familiarizarem com o conceito. Alguns minimalistas tornaram-se porta-vozes do conceito, espalhando o ideia e tornando-se na inspiração de muitos. Joshua Becker e a sua família vivem em Peoria no Arizona, em 2008 decidiram mudar de vida e engendraram pela via minimalista. A experiência de Joshua e da sua família levou-o a fundar o seu blogue Becoming Minimalist, onde descreve todo o processo desta nova etapa e o que aprenderam com a experiência. -“Encontramos uma valiosa nova maneira de viver a vida, centrada nos nossos valores mais importantes. Tem sido toda uma viagem onde descobrimos que a abundância da vida encontra-se, na verdade, em possuir menos.” – Diz Joshua no seu blogue. Este tornou-se, rapidamente, na inspiração de milhões e ganhou público noutros meios. Outro caso é o de Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus. Dois melhores amigos de Dayton no Ohio que eram o que se pode ser considerado como “profissionais de sucesso”. Vistos com opulência perante os seus conhecidos e reconhecidos pelos seus pares, ambos tinham uma vida confortável com casas grandes, carros luxosos e os todos os novos gadgets topos de gama que os seus altos rendimentos podiam comprar. Contudo descobriram que não eram verdadeiramente felizes. – “Comprar cada vez mais coisas não preenchia o vazio. Na verdade, só nos trouxe mais dívidas, ansiedade,

#18 ABR/MAI 2015

medo, stress, solidão, culpa, opressão, paranoia e depressão. Era uma existência solipsista.” - dizem no seu blogue The Minimalists. Decidiram, então, abandonar as suas vidas de 70-80 horas semanais de trabalho e, juntos, delinearam um plano de 21 dias que ajuda qualquer pessoa a tornar-se minimalista. Joshua e Ryan são hoje autores de vários livros sobre o conceito e tornaram-se populares entre os cibernautas. O estilo de vida minimalista parece que veio para ficar. Também em Portugal há quem já tenha adotado esta vida. Foi o que aconteceu com Rita Domingues, bióloga marinha, que nos últimos 4 anos, encontrou no minimalismo a sua maneira de viver. Ela e a sua família abraçaram esta vida e nunca mais retomaram os seus antigos hábitos, sentindo-se muito felizes com a sua escolha. - “Percebi que sou muito mais feliz com menos coisas. Menos coisas equivalem a menos stress, menos preocupações, mais tempo e mais dinheiro.”- diz Rita no seu blogue The Busy Woman and the Stripy Cat, onde conta a sua história de desapego material, ensina como viver com menos e partilha as suas técnicas de organização (usando guias, calendários e agendas que disponibiliza em formato pdf no blogue). Desde decoração minimalista até roupa e acessórios, passando por DIY (do it yourself) e yoga, Rita Domingues ensina como iniciar esta prática. Tornando-se um exemplo a seguir por todos os aspirantes minimalistas portugueses, ou até, para quem simplesmente pretenda “descomplicar” um pouco a sua vida. l António Rui Miguel Major em Comunicação e Cultura


João Carlos Correia Entrevista Caderno 15

CADERNO 16

Os clientes contratam-nos para não terem preocupações

João Carlos Correia SOTTOTOUR

19

Soluções

Amadeus Print to File proporciona ao agente de viagens maior flexibilidade através de uma “Solução Verde” que lhe permite reduzir custos.

20

Notícias

A Amadeus apresentou o novo relatório de tendências Future Traveller Tribes 2030: compreender o viajante de amanhã

#18 ABR/MAI 2015


Caderno Amadeus 16 Entrevista Caderno Jo達o Carlos Correia

Jo達o Carlos Correia

ADMINISTRADOR DA SOTTOTUR PARA AS MARCAS ST-TICKETING E ST-TRAVEL #18 ABR/MAI 2015


Caderno Amadeus João Carlos Caderno 17 Nome do Conteúdo doCorreia CapítuloEntrevista Nome do Capítulo

Sottotur

O agente de viagens tem que ser agregador e facilitador de informações A Sottotour nasceu há 20 anos inserida no grupo económico SottoMayor e o seu posicionamento foi apostar na diversificação de produtos. Hoje trabalha com vários segmentos com as diferentes marcas, entre as quais o ST-Ticketing e ST-Travel.

Ponto Turismo › Quer falar um bocadinho do que foram estes 20 anos de operação? João Carlos Correia › A Sottotour nasceu da ideia de um senhor que admiro muito chamado Nelson Cardoso, seu primeiro administrador delegado e posterior presidente e principal acionista, com o intuito de implementar em Portugal um sistema similar ao existente na Bélgica, que consistia na distribuição do produto turístico aos balcões de uma instituição financeira quando estes ainda eram um ponto de passagem obrigatório da maioria dos cidadãos. Lamentavelmente, no momento da sua criação isso não era possível devido à legislação em vigor para as agências de viagens e assim a Sottotour ajustou-se, passando a prestar serviços para o Grupo Económico em que estava inserida, o SottoMayor, e a promover os serviços através deste. Com o desmembramento do grupo, a Sottotour acabou por “ficar” do lado do MillenniumBCP até que, passados alguns anos, foi feito um MBO [Managemen Buy-Out] pela Administração e a empresa desligou-se completamente de qualquer grupo passando a ser autónoma sem contudo desprezar todas as sinergias criadas.

utilizar os nossos conhecimentos técnicos em prol do seu bem-estar e na maximização do valor do seu dinheiro. Ponto T. › Em termos de oferta como é que a Sottotour se posiciona? J.C.C. › Uma empresa segue um de dois caminhos, ou se especializa ou se diversifica. O tamanho do mercado turístico de outgoing em Portugal é notoriamente pequeno pelo simples facto de que somos poucos e com um poder aquisitivo limitado. Isso restringe a viabilidade de especialistas pois o seu nicho é, forçosamente, ainda menor e em Portugal já existe muito boa gente a fazer esse papel e com provas dadas. Procurar a especialização num determinado mercado seria um esforço com um retorno imprevisível pelo que a aposta foi justamente na diversificação. Neste momento a Sottotour atua em segmentos distintos com as suas marcas ST-Ticketing, o mais antigo consolidador a trabalhar com a Amadeus; a ST-Travel, um Operador Turístico cujo alvo principal são as agências clientes da marca de consolidação de forma a dar-lhes uma mais-valia adicional; a ST-SERVICE, cujo objetivo é a prestação de serviços na área da documentação e vistos; o Clube Gaivotas que é um clube de viagens cujos associados são, na sua grande maioria, provenientes das sinergias com os grupos financeiros, e, por último, a mais nova aposta; a ST-Welcome cujo nome fala por si, uma aposta no turismo recetivo para aproveitar os contactos existentes pelo mundo, desenvolvidos ao longo destes 20 anos. A marca original Sottotour permanece fiel aos seus Clientes Corporativos e sinergias associadas e intervém no chamado lazer avulso.

o nosso papel é o de transformar uma panóplia de produtos avulsos numa viagem organizada, funcional e stress-free

Ponto T. › Quais são as grandes ‘bandeiras’ da Sottotour? J.C.C. › Como qualquer empresa de serviços consciente, a grande bandeira da Sottotour é o seu cliente, seja ele corporativo ou individual. Foi a pensar nele que nasceu o conceito Travel Engenieering, onde assumimos que o nosso papel é o de transformar uma panóplia de produtos avulsos numa viagem organizada, funcional e stress-free. O cliente contrata os nossos serviços para não ter preocupações e é essa a nossa função:

#18 ABR/MAI 2015


Caderno Amadeus 18 Entrevista Nome do Capítulo CadernoNome JoãodoCarlos Conteúdo Correia do Capítulo

Ponto T. › A profissão do agente de viagens mudou. Agora é mais fácil ou mais difícil? J.C.C. › O que mudou ao longo destes 30 anos (comecei um pouco antes da Sottotour) foi a ‘posse’ da verdade. Houve um momento na profissão de agente de viagens que este era o dono da verdade (pelo menos em 90% dos casos), o que ele dizia o cliente acreditava, não havia o Google. Essa é a grande mudança desta profissão. Atualmente os clientes facilmente sabem mais sobre o destino que pretendem do que o profissional que os está a atender e isso não é sinónimo de incompetência ou qualquer outra questão negativa, deve-se simplesmente ao facto de que a informação hoje está muito mais acessível, e o cliente tem muito mais tempo para pesquisar. Eu não diria que ficou mais fácil ou mais difícil, ficou menos linear, mais exigente e isso não é, necessariamente, mais difícil, pelo contrário, até pode ser mais gratificante. Ponto T. › Quais são os desafios que o agente de viagens enfrenta atualmente? J.C.C. › Claramente o desafio passa pela transição de bastião de conhecimentos para agregador e facilitador de informações. O agente de viagens tem de ter a consciência que nem todos os viajantes o vão procurar e aqueles que vão, e pretendem ser seus clientes, querem ter a vida facilitada, querem ter capacidade de decisão com base em informação precisa e apoio para situações de stress inesperadas. É nesse papel que o agente será sempre soberano, na assistência que poderá dar aos seus clientes, não só na pré-viagem mas durante esta, nos lugares mais remotos, nos meios que será capaz de movimentar para tal. Todos os potenciais viajantes vão valorizar isso à partida? Não. Mas esta assistência é o que diferencia o bom agente de viagens e o que gera reconhecimento pelo cliente. Assim se cria lealdade.

praia deserta, etc.. Tudo isso pode ser classificado como “experiências” e foi o que os clientes sempre procuraram. Quando alguém viaja a Machu Picchu busca o quê? E há quantos anos se fazem viagens a Machu Picchu? Para mim é só uma forma nova de chamar uma coisa velha: a eterna vontade do ser humano em descobrir, de vivenciar. Ponto T. › Qual é a estratégia da Sottotour em relação às novas tecnologias e ao Social Media? J.C.C. › Para nós as novas tecnologias são uma necessidade, na vertente agência e, principalmente, no consolidador ST-Ticketing. Aí temos que fornecer às agências nossas clientes ferramentas capazes de lhes dar o automatismo de que necessitam e isso só é possível com tecnologia. O chamado Social Media já deixou de ser uma montra necessária para ser um canal de venda. Com uma dispersão incrível, um rácio de alcance/venda que matematicamente seria desencorajador mas que no entanto, se considerarmos o seu verdadeiro custo, acaba por ser uma ferramenta indispensável.

O que diferenciam umas boas de umas más férias são as memórias e estas são produzidas por sensações.

Ponto T. › Hoje o cliente está mais informado e os comentários chegam rapidamente à internet... J.C.C. › Sim, como disse antes o cliente está muito mais informado e a internet é uma arma e como tal, tanto pode ser usada de várias formas. É preciso estar atento e mais do que nunca, atuar com clareza e abertura. Veja-se o exemplo das companhias aéreas em caso de acidente: antes a primeira ação era procurar apagar as marcas da fuselagem do avião para não comprometer o nome, hoje é montar uma equipa de crise e começar a divulgar informação o mais precisa possível e por todos os meios disponíveis. Tudo depende da forma de encarar a internet. Ela veio para ficar e ou se aprende a lidar com ela e retirar benefícios desse relacionamento ou será complicado.

Ponto T. › Concorda quando se diz que os clientes procuram experiências? J.C.C. › O que são experiências? Sensações? Memórias? Recordações? Se assim for, é só um novo nome para algo que sempre existiu. O que diferenciam umas boas de umas más férias são as memórias e estas são produzidas por sensações, “experiências”, seja de uma iguaria culinária, de uma cama decorada com pétalas de rosas ou de um passeio por uma #18 ABR/MAI 2015

Ponto T. › Como é que vê a Amadeus enquanto parceiro tecnológico? J.C.C. › Como tive oportunidade de dizer antes a ST-Ticketing foi a primeira marca de consolidação do mercado português que apostou na Amadeus e como ela toda a Sottotour, creio que isso fala por si só. Nessa altura ainda não existia a Selling Platform ou Amadeus Vista mas sim algo chamado Protempo. De lá para cá temos tido uma relação de parceria franca, procuramos maximizar a relação com a aplicação de novas ferramentas, inclusive contribuindo, ainda que de forma muito singela, para a adequação de algumas delas ao mercado português. Para o futuro prevemos a realização de várias bodas pois acreditamos que a parceria é para durar. l


Caderno Amadeus Nome do Conteúdo do Amadeus CapítuloPrint Nome to Filedo Soluções Capítulo 19

Amadeus Print to File Informação acessível em formato txt

O Amadeus Print to File proporciona ao agente de viagens maior flexibilidade através de uma “Solução Verde” que permite imprimir apenas os documentos necessários, e o arquivo de outros sem os imprimir, reduzindo custos.

Impressão em ficheiros de Documentos de Suporte No momento da emissão os Documentos de Suporte para Bilhetes Eletrónicos, EMD Refund Form e REA (Refund and Exchange Authority) podem ser impressos como ficheiros txt. Os Documentos são gravados na rede local do agente de viagens emissor.

Principais Funcionalidades

• Definição ao nível do Office Id dos coupons a serem impressos • Impressão para ficheiros txt Principais Benefícios

• Arquivo direto em ficheiros txt de Documentos de Suporte a partir do Amadeus Selling Platform • Redução de custos com impressões • Configurações predefinidas • Melhor organização da sua agência com o arquivo automático de documentos • Informação centralizada e disponível para todos os agentes emissores

Maior flexibilidade e Redução de custos Esta “solução verde” permite maior flexibilidade e a redução de custos com as impressões. O Amadeus File to Print é a solução que lhe permite uma impressão ecológica para ficheiros txt de documentos emitidos através do Selling Platform.

Imprima diretamente do Amadeus Selling Platform para ficheiros em formato txt

Documentos de Suporte Os Documentos de Suporte fazem parte dos seguintes produtos: • Amadeus Electronic Ticketing • Electronic Miscellaneous Documents • Refund Form & REA (Refund and Exchange Authority)

Saiba mais Peça mais informações ao nosso departamento Comercial comercial@pt.amadeus.com

#18 ABR/MAI 2015


Caderno Amadeus Future Traveller Tribes 2030 do Capítulo 20 Notícias Nome do Capítulo Nome do Conteúdo

Future Traveller Tribes 2030:

OPINIÃO

O presidente da APAV fala da necessidade do apoio aos turistas vítimas

compreender o viajante de amanhã Seis personalidades do Novo Viajante Obligation Meeter

Pesquisador simplista

Limitado por "objetivos difíceis" - obrigações de estar em algum lugar para fazer algo muito específico, como participar numa conferência, numa reunião com um cliente, ou ter um compromisso religioso.

Tipicamente com pouco tempo disponível e procura relaxamento.

Prefere não ter problemas, minimiza opções quando se trata de reservar voos. Exige sistemas de reservas intuitivos que podem alternar facilmente entre contas de despesas e contas pessoais.

Feliz por ter terceiras partes que organizam todos aspetos da viagem. Quer opções apresentadas em formatos simples e transparentes.

Caçador de Recompensas Facilmente partilhará os seus dados se disso resultar uma experiência mais simples e livre de problemas. Aberto a receber ofertas de viagens e pacotes de fornecedores que ofereçam garantia de segurança, conforto e facilidade.

A classe média crescente dos países emergentes vai impulsionar o crescimento desta tribo.

Tendem a ser viajantes frequentes habituados a passar o tempo em aeroportos e, por isso apreciam formas de entretenimento para passar o tempo.

Viajante Ético Pode tomar decisões de viagem para fazer uma concessão de consciência, por exemplo escolher um destino com vista a promoção do turismo local.

Pesquisador simplista Caçador de Recompensas

Obligation Meeter

Viajante Ético Purista de cultura

Favorece marcas de viagens que compartilhem os seus valores e assume compromissos transparentes para práticas éticas e ecofriendly.

Procuram ganhar 'capital social', aproveitando todas as oportunidades para partilhar as suas experiências de viagem nas redes sociais. Mais propensos a fazer decisões de viagens "validadas pelos pares" através de meios tais como listas de desejos.

Pode viajar a fim de "retribuir' por motivos éticos por exemplo para contribuir para a construção de uma escola ou infraestrutura local.

Utiliza as viagens como uma oportunidade para mergulhar numa cultura diferente, pouco procurada e não comercial.

Aberto à economia de partilha, talvez para ficar com um local. Não é determinado pelo preço mas autenticidade da experiência.

Suscetível de favorecer opções de viagem e modos de transportes com uma pegada de carbono menor e são mais abertos a fornecedores com programas claros em vigor de compensação de carbono.

O seu prazer na viagem depende do realismo da experiência.

Valoriza a impulsividade e experimentação das viagens tornando-o menos reativo a promoções de vaigens feitas com antecedência.

Principalmente inspirado pelo boca-a-boca através, por exemplo, de pequenas redes sociais online muito unidas.

m 2030 haverá mais de 1,8 mil milhões de pessoas a viajar internacionalmente todos os anos, mas as suas motivações e comportamentos serão totalmente diferentes dos de hoje. Esta é uma das conclusões do relatório “Future Traveller Tribes 2030: compreender o viajante de amanhã” encomendado pela Amadeus e escrito pela consultora, The Future Foundation. O relatório preten#18 ABR/MAI 2015

Propensos a adquirir experiências VIP em aeroportos tais como um representante dedicado da companhia aérea, atalhar os processos de check-in tradicionais... Interessado em experiências indulgentes que oferecem opções de 'bem-estar', por exemplo, consultas de controlo de saúde à chegada ou sessões de spa.

Busca Capital social

Purista de cultura

E

Procura experiências que permitem a extrema autoindulgência, por exemplo, passeios de helicóptero a spas exótico nos cumes das montanhas.

Busca Capital Social

Aberto à ideia de visitas virtuais - usando headsets de realidade virtual, tais como Oculus Ri para "visitar" lugares que de outra maneira inacessíveis por razões éticas ou políticas.

Feliz por prescindir de espaço para as pernas e outros luxos em voo por razões ambientais.

Mostra um desejo de ter espaço para atividades fundamentalmente centradas em si.

Aberto a personalização através de dados para ajudar a encontrar um equilíbrio entre conforto e eficiência, mas o serviço humano pessoal também é importante para esta tribo.

Prefere a opção de reservar com muita antecedência.

Viaja com um objetivo central, mas provavelmente está aberto a ofertas inteligentes de experiências de lazer adicionais que se encaixem dentro do seu objetivo.

Vê as viagens como um mimo merecido pelo trabalho executado na semana.

Geralmente menos interessado em viagens "personalizadas", vendo-as como a favorecer interesses comerciais, não-autênticos.

Pode valorizar a sua própria presença nos social media - mudando a relação que tem com marcas de viagens. Eles estão abertos a muita personalização com items tais como opções de cabine, quartos de hotel, entretenimento e experiência. Eles estão abertos para viajar em marcas que incluem oportunidades 'Klout-boosting" nas suas experiências.

de identificar as diferentes personalidades dos viajantes e segmentos da indústria que pode emergir e tornar-se proeminente durante os próximos 15 anos. O relatório identificou seis “traveller tribes” que vão surgir até ao final da próxima década. e que vão dos mais simplistas aos que vão comprar e consumir experiências de viagens quase inteiramente com base em quanto “capital” produzem, através das redes sociais. l

Como será o mundo em 2030?

1,8 mil milhões


e modos de transportes com uma pegada de carbono menor e são mais abertos a fornecedores com programas claros em vigor de compensação de carbono. Feliz por prescindir de espaço para as pernas e outros luxos em voo por razões ambientais.

realismo da experiência. Principalmente inspirado pelo boca-a-boca através, por exemplo, de pequenas redes sociais online muito unidas.

mentação das viagens tornando-o menos reativo a promoções de vaigens feitas com antecedência.

e experiência.

Eles estão abertos paraCaderno viajar em Amadeus marcas que incluem oportunidades Geralmente menos interessado em 'Klout-boosting" nas suas experiências. viagens "personalizadas", Nomevendo-as do Conteúdo FuturedoTraveller CapítuloTribes Nome 2030 do Capítulo Notícias como a favorecer interesses comerciais, não-autênticos.

Como será o mundo em 2030?

1,8 mil milhões

mil milhões de pessoas viajarão internacionalmente todos os anos O tráfego de passageiros vai aumentar

5%

todos os anos

Os viajantes virão de um leque maior de nações com os mercados APAC, LATAM e África a mostrarem os maiores crescimentos A China vai ultrapassar os Estados Unidos como a maior economia global

A média de idade da população global vai aumentar de 29.6 para 33.2 anos

Sensores integrados que captam “biosignals” representam um passo em frente ne entendimento do cliente

WiFi será realmente ubíqua e a 5G chegará

A utilização das redes sociais deverá chegar 80-90% em todo o mundo

Os Hotéis e companhias aéreas irão oferecer “previews” imersivos dos seus serviços através da tecnologia de realidade virtual

As acções que eram realizadas por trabalhadores humanos, serão feitas por algoritmos de pesquisa, carregadores robots, sistemas de pagamento cashless, serviço virtual de apoio ao cliente e sistemas de processamento biométrico fluido

#18 ABR/MAI 2015

21


Caderno Amadeus 22 Notícias Nome do Capítulo Breves Nome do Conteúdo do Capítulo

Aeroporto de Munique adota A-CDM da Amadeus Otimizar plano de descolagens e capacidade das pistas O aeroporto de Munique implementou a solução A-CDM da Amadeus o que levou a uma otimização dos seus recursos Com mais de 377 mil voos em 2014, o aeroporto de Munique adotou a ferramenta Airport Sequence Manager incluída no portfólio de tecnologia A-CDM, contribui para otimizar recursos aeroportuários, reduzir os custos de combustível e de emissões de dióxido de carbono das companhias e, em última análise, trazer benefícios para todo o ecossistema do aeroporto. A Amadeus desenvolveu a ferramenta Airport Sequence Manager em colaboração com o aeroporto de Munique, que atuou como um parceiro consultor durante todo o processo. No espírito de uma melhoria contínua da eficiência, o aeroporto, que anteriormente utilizava uma ferramenta de otimização interna, procurou um sistema que permitiria aumentar ainda mais a sua capacidade global. Condições meteorológicas difíceis eram de

interesse particular e, portanto, operações de degelo foram incluídas na sequência da partida. A solução da Amadeus permite ao aeroporto de Munique libertar a capacidade operacional e reduzir as perdas nos slots de saída. Reduz ainda a incidência de condições climáticas adversas no planeamento de descolagens, sobretudo em matéria de medidas de combate ao gelo e tempestades. As funcionalidades, sequência das ações implementadas para lidar com o gelo, pode permitir ao aeroporto limitar o seu impacto nas operações aeroportuárias e melhorar os tempos de partida. Além disso, a incidência de restrições sobre a descolagem em caso de tempestades também será limitado, contribuindo assim para maximizar os recursos do aeroporto. Como resultado, os aumentos de capacidade das pistas e uma melhor coordenação interna são conseguidos através da ferramenta de perceção situacional comum, transmitida a todos os envolvidos nas operações aeroportuárias.

Amadeus compra Air-Transport IT Services Expande negócio de tecnologia na América do Norte A Amadeus estabeleceu-se na região da América do Norte, acedendo ao principal mercado de tecnologia aeroportuária através da compra do fornecedor americano especializado nesta área, a AirIT. Esta é a segunda aquisição de industry players para Amadeus nos últimos 15 meses. Com esta aquisição a Amadeus expande significativamente a sua presença e as suas capacidades para servir o mercado da América do Norte, uma região chave para o setor de IT aeroporto. As soluções da AirIT, anteriormente uma subsidiária integral da Fraport AG, são usadas por 30 dos 50 principais aeroportos mais movimentados nos EUA, incluindo Atlanta, Dallas, Los Angeles, Miami, e Charlotte. A empresa vem complementar de forma única o negócio da Amadeus com uma base forte de clientes que abrange mais de 115 companhias aéreas e 120 aeroportos predominantemente nos EUA, Canadá e a re-

gião das Caraíbas. Os Aeroportos muitas vezes procuram sistemas de propriedade e gestão de receitas em conjunto com sistemas de gestão dos aeroportos. A Amadeus aumenta a sua capacidade de resposta às necessidades dos clientes fora da América do Norte através da combinação das suas soluções de gestão dos aeroportos existentes com a carteira AirIT PROPworks, um sistema de gestão de propriedades e receita, flexível e personalizável para os aeroportos de todos os tamanhos que permite a gestão, entre outros, de contratos, faturas, vendas e alugueres. PROPworks já é utilizado por quatro dos cinco aeroportos mais movimentados dos Estados Unidos. Como resultado da operação cerca de 70 funcionários, incluindo a equipa de gestão da AirIT, passarão a fazer parte do negócio de soluções tecnológicas para os aeroportos da Amadeus

Resultados sólidos em 2014 Amadeus mantém o seu percurso de crescimento A Amadeus IT Holding S.A., o líder tecnológico de referência para o setor mundial das viagens, apresentou no exercício de 2014 que terminou a 31 de dezembro, um aumento do resultado líquido ajustado de 9,9% para €681,1 milhões, sustentado por um aumento na receita de 10,1%, para €3.417,7 milhões, e um crescimento de 9,9% no EBITDA, para €1.306,0 milhões. Excluindo aquisições, atingiu 7,7% de crescimento comparáveis. No negócio de distribuição, a receita aumentou 5,9%, para €2.455,1 milhões (incluindo aquisições). A Amadeus continuou a superar a indústria em 2014, onde o total de reservas aéreas por agências de viagens cresceu 3,2% durante o ano. Entretanto, o volume de reservas aéreas feitas por agências de viagens através do sistema Amadeus cresceu 5,2%, o que resultou em um aumento da quota de mercado: a 31 de dezembro de 2014, a quota de #18 ABR/MAI 2015

mercado Amadeus em todo o mundo foi de 40,7%, ou seja, mais 0,7 pontos percentuais em relação ao nível registado em 2013. As regiões da América do Norte e da Ásia-Pacífico registaram os maiores aumentos de volumes de reservas processadas pela empresa, impulsionado pelo crescimento do setor e por aumentos de quota de mercado. No negócio de IT Solutions, A receita cresceu 22.5%, para €962,6 milhões. Se excluirmos aquisições a receita aumentou 12,9%, para €887,3 milhões de euros, enquanto o volume de passageiros embarcados aumentou 12,9%, para 695,4 milhões. O crescimento foi impulsionado pela contribuição da migração de novas companhias aéreas para a plataforma Altéa durante o ano e do impacto das implementações feitas em 2013, tais como a Asiana, Thai Airways e Garuda Indonesia, bem como por um crescimento orgânico (3,5%).



24 Tecnologia Está o seu website preparado para o mobile do primeiro mundo?

Está o seu website preparado para

o mobile do primeiro mundo? De acordo com um estudo recente da E-Marketeer, um dos marcos de 2015 é que a pesquisa nos dispositivos móveis vai ultrapassar a atividade de pesquisa tradicional em desktops/ portáteis. Isto significa que a maioria das pesquisas, tráfego orgânico, cliques pagos e investimento virá de smartphones e tablets. Esta é hoje uma realidade em muitos países em categorias específicas.

H

oje, os consumidores estão mais do que preparados para se ligarem com o seu negócio em ecrãs de todos os tipos e dimensões, criando-se novas e enormes oportunidades. Contudo, para as aproveitar, o seu negócio deverá centrar-se primeiro no mobile e proporcionar uma proposta de valor aos seus clientes que os mantenha satisfeitos (quer seja por via de um website para telemóveis ou aplicação), mesmo quando o contactam através de um pequeno ecrã como seja um smartphone ou tablet. Ao longo do dia, os consumidores estão constantemente ligados e a alternarem entre dispositivos – do tablet para o portátil, para o smartphone, para o desktop – e as empresas precisam também de ter em conta esta realidade. Em baixo apresentamos uma abordagem de três passos que qualquer empresa deverá ter em atenção para desenvolver com sucesso uma estratégia multiecrã. Para muitos negócios, o mobile é a maior peça em falta na equação do multiecrã: 1 - Pense e prepara-se primeiro para o Mobile – Primeiro precisará definir a sua proposta de valor para os utilizadores. O que pretende ser no Mobile? O que esperam os seus consumidores da sua oferta? As respostas a estas questões deverão encaixar-se. Plataformas analíticas (como o Google Analytics) podem ajudá-lo a ver a proveniência dos seus utilizadores mobile, quais as ações que realizam ou como o respetivo comportamento difere dos utilizadores de desktop. Aquilo que um negócio apreende daqui pode ser considerado a #18 ABR/MAI 2015

fundação do novo modelo multiecrã. Por exemplo, se a informação revela que os utilizadores de smartphones visitam uma área específica de conteúdos do seu site, irá querer colocá-la à frente e no centro da sua estratégia mobile. Em segundo lugar, e depois de definir a proposta de valor, precisa de avaliar como pode proporcioná-la. Com um website para mobile ou com uma aplicação? Em terceiro lugar, é muito importante criar uma experiência familiar: as pessoas que estão habituadas aos ecrãs de desktop querem encontrar os mesmos conteúdos básicos e a mesma experiência de utilização nos outros ecrãs. O desafio é preservar aquelas funções familiares ao mesmo tempo que se cria uma experiência que funcione nos ecrãs dos telemóveis e dos tablets. 2 - Escolha a tecnologia que melhor serve as suas necessidades – Se optar por um website, saiba que existem muitas formas de o configurar para todos os ecrãs. A melhor abordagem depende das necessidades específicas da marca ou do negócio. Porém, independentemente da configuração escolhida, há um princípio que deve ter em conta e que recomendamos: sirva todos os seus websites a partir de um único domínio, tipo example.com. Com este princípio em mente há três formas básicas de como um negócio pode construir um website mobile intuitivo: a) Responsive web design – Trata-se de uma técnica de design inteligente que usa um código de base HTML único para todas as plataformas. Moderado em termos de complexidade, elevado desempenho e custos – pelo menos no


Está o seu website preparado para o mobile do primeiro mundo? Tecnologia 25

início - e baixo em termos de manutenUma ção. Proporciona uma experiência de utilização consistente em todos os estratégia multiecrã dispositivos. b) Dynamic serving – Aqui, o é hoje algo imperativo servidor de internet deteta o para se atingir o sucesso tipo de dispositivo que o visitante está a usar e apresentanum mundo em que os -lhe uma página customizada e com design ajustado a esse consumidores estão mesmo dispositivo. Moderado a elevado na complexidade, elevaquase sempre ligados do desempenho, moderado a eleà internet vado nos custos e pode exigir recursos intensivos para a sua manutenção. Proporciona experiências específicas nos dispositivos. c) A Terceira opção passa pela criação de um website mobile que está separado do seu website para desktop. Simples/ moderado na complexidade (fácil para pequenos negócios), moderado no desempenho, e moderado/elevado nos custos. Pode ser otimizado especificamente para clientes que acedem maioritariamente quando estão em deslocações. 3- Crie uma experiência de utilização fantástica e evite os erros mais comuns. Além da instalação e das configurações básicas uma grande experiência de utilização tem três componentes: a) Layout: a. Escolha a fonte certa. Certifique-se que é fácil de ler b. Defina a largura correta. A maior parte dos utilizadores está habituada a navegar na vertical nas páginas de internet. Serem Obrigados a navegar para os lados é uma má experiência de utilização. c. Não use pop-ups. Eles são tão irritantes nos websites para desktop como para dispositivos móveis. d. Não utilize botões descritivos. Não obrigue os consumidores a adivinhar para onde são levados em cada clique. Identifique os seus botões claramente e atribua-lhes categorias claras (por exemplo: “Passo 2: Pagamento”) para ajudá-los na navegação. e. Utilize uma caixa de pesquisa se isso fizer sentido (com a função autocompletar). b) Conteúdos: a. Não sobrecarregue os utilizadores. No mobile, mais não significa necessariamente melhor. Pense primeiro no mobile em vez de tentar espremer e replica o espaço da sua página de desktop – só que menor. b. Customize, não elimine. Os utilizadores de telemóveis e tablets esperam as mesmas funcionalidades nucleares que proporciona aos utilizadores de desktop. c. Não esconda ações-chave. Garanta que proporciona aos utilizadores um acesso rápido a todas as funções chave que esperam no seu website. Se é um retalhista isto significa que opções como pesquisa de produtos e carrinhos de compras deverão estar em primeiro plano e no centro. d. Verifique os ficheiro media. Vídeos flash por exemplo não funcionam em muitos dispositivos móveis. e. Simplifique o checkout. Para aumentar as taxas de conversão simplique o mais que puder todo o processo de pagamento.

c) Velocidade: A otimização da velocidade do website é uma forma segura de melhorar a experiência de utilização – especialmente no mobile onde os utilizadores estão em deslocações e a rede de dados pode ser lenta. A velocidade potencia, regra geral, o envolvimento dos visitantes, a sua retenção e as conversões. Além de um sinal de classificação para a pesquisa Google as empresas que investiram nas melhorias da velocidade da sua página verificaram um efeito positivo. Há aqui dois erros comuns que as empresas podem evitar: a. Demasiados pedidos HTTP – Os utilizadores do mobile poderão tentar fazer as mesmas coisas do que na versão desktop mas o seu poder de processamento é limitado. A sua largura de banda pode não ser suficiente. b. Sobrecarga de imagem – Como os ecrãs dos telemóveis estão evoluídos é tentador incluir a maior imagem possível e deixar que o dispositivo a reduza. Mas esta é uma má decisão. Inclua a imagem com a dimensão correta para cada dispositivo.

d) Meça o sucesso nos diversos ecrãs À semelhança dos websites de desktop, é uma boa ideia continuar a testar, analisar e a ajustar a sua estratégia mobile aos novos dispositivos e aos novos hábitos de visualização dos utilizadores. Uma estratégia multiecrã é hoje algo imperativo para se atingir o sucesso num mundo em que os consumidores estão quase sempre ligados à internet. Porém, não há receitas mágicas e únicas quando se trata de criar a configuração perfeita. Nesta equação surgem muitas variáveis e cada empresa conhece melhor do que ninguém as suas próprias necessidades. O que funciona para uns poderá não resultar no nosso negócio e vice-versa. Está o seu website preparado para o mobile do primeiro mundo? l Nuno Pimenta Industry Manager, Google Portugal.

#18 ABR/MAI 2015


26 Análise A nova diretiva dos Pacotes Turísticos

A nova diretiva dos

Pacotes Turísticos

Na União Europeia estão a ser elaborados diplomas com implicações para as agências de viagens e operadores turísticos, como é o caso da revisão do Regulamento (CE) nº 261/2004, que estabelece um conjunto de indemnizações aos passageiros - consoante as distâncias 250€, 400€ ou 600€ - para as situações de overbooking, cancelamento ou atraso considerável dos voos.

M

aior impacto terá certamente uma nova diretiva que abrangerá, para além dos tradicionais pacotes turísticos, a compra direta de férias pelos consumidores, através da internet, conferindo-lhes uma importante proteção - recuperação das verbas pagas ou repatriamento - no caso de falência dos hotéis, companhias de aviação e outros prestadores de serviços. Quer isto dizer que os viajantes europeus, crescentemente seduzidos pela aquisição on line de férias, diretamente aos prestadores de serviços, terão uma proteção semelhante à que hoje desfrutam quando compram um pacote turístico elaborado por um tour operator e comercializado através da rede de agências de viagens. É campo dos serviços de viagem conexos, em que OTAs ajudam os viajantes a combinar serviços de viagem, induzindo-os a celebrar contratos com diferentes prestadores de serviços de viagem, inclusivamente através de procedimentos interligados de reserva de forma direcionada. Com efeito, a iniciativa pioneira da Europa, concebida em finais dos anos oitenta - a Diretiva 90/314/CEE - destinada a proteger um dos maiores fluxos turísticos mundiais, a deslocação para férias dos povos do norte para o sul, é agora, decorridos vinte e cinco anos, substancialmente reforçada para proteger os consumidores da era digital. Do âmbito da diretiva são também excluídos os contratos de serviços financeiros em conexão com pacotes ou viagens assistidas e as viagens oferecidas #18 ABR/MAI 2015

por agências corporate (operador especializado na organização de viagens de negócios) a viajantes que se descolam por razões profissionais. Neste sentido, a GEBTA aplaudiu a opção legislativa, destacando que a Package Travel Directive é um importante instrumento para proteger os consumidores nas suas viagens, constituindo, no entanto, legislação do consumidor que não se adapta às relações B2B. Os contratos relativos a uma venda isolada, designadamente um quarto de hotel ou viagem de avião, encontram-se excluídos do âmbito da diretiva. O conceito de viagem organizada é profundamente alterado. Desaparecendo a estruturante figura da brochura, elaborada pelo operador turístico, sobre a qual se moldava a vontade do consumidor, subsiste tão somente o aspeto da combinação - perdendo-se o caráter prévio - de pelo menos dois tipos de serviços. O acervo de informação, bastante exigente, que em sede pré-contratual deve ser disponibilizado ao viajante figura no art.º 4º. Enquanto atualmente o preço com tudo incluído, constitui um traço identitário do package holiday, surge agora a proposta de o preço total dever ser apresentado sob a forma de uma


A nova diretiva dos Pacotes Turísticos Análise 27

fatura circunstanciada “especificando todos os custos do serviço de viagem de forma transparente”. Outro aspeto importante respeita à informação de que o viajante pode, de harmonia com o art.º 10º, rescindir o contrato, em qualquer momento, antes da data do início da viagem organizada suportando o pagamento de uma taxa de rescisão razoável. Uma solução certamente inspirada na recente jurisprudência alemã. Uma inovação a reter pelos operadores turísticos que oferecem destinos mais longínquos é o de considerar-se alteração contratual significativa a divergência de mais do que três horas da hora efetiva da partida ou da chegada. Idem se não ocorrer na parte do dia indicada nas informações pré-contratuais. Quando o viajante rescinda o contrato por fundadamente não aceitar alterações na viagem contratada, o organizador deve reembolsar todos os pagamentos efetuados pelo viajante. O prazo para o reembolso é de 14 dias, estendendo-se aos pagamentos de serviços conexos, exemplificando-se com os seguros de viagem /cancelamento ou atividades adicionais no local oportunamente reservadas. Consideram-se circunstâncias inevitáveis e excecionais que obstam à realização ou continuação de uma viagem organizada a sua afetação de forma significativa por uma guerra ou catástrofe natural, concretizando-se com a existência de informações fiáveis e públicas v.g. recomendações emitidas pelas autoridades dos Estados membros desaconselhando deslocações para esse destino. Face à impossibilidade de assegurar o regresso atempado do viajante, mercê circunstâncias inevitáveis e excecionais, v.g. um furacão que provocou fortes estragos no aeroporto, introduz-se uma limitação aos custos decorrentes do prolongamento forçado da estada, a suportar pelo tour operator: 100 € por noite, com o limite de três noites por viajante (elevado para cinco noites numa proposta recente). Os direitos a indemnização decorrentes do Regulamento n.º 261/2004 e os assegurados pela nova diretiva dos pacotes turísticos são independentes, tendo o viajante direito de apresentar reclamações ao abrigo dos dois diplomas comunitários. No entanto, não é possível acumular direitos ao abrigo de ambos relativamente aos mesmos factos “se esses direitos salvaguardarem o mesmo interesse ou tiverem o mesmo objetivo”. Exemplificando

com o súbito cancelamento do voo que permitiria o viajante ingressar num cruzeiro com partida nas Caraíbas: se o viajante recebe 600€ pelo cancelamento do voo à luz do Regulamento n.º 261/2004, já não poderá exigir uma indemnização por férias estragadas, um dano moral cujo ressarcimento a nova diretiva expressamente consagra. Consagra-se também a possibilidade de o viajante contactar o organizador por intermédio do retalhista, dirigindo-lhe mensagens, queixas ou reclamações (art.º 13º).

Concluindo: 1) O significativo grau de proteção que o consumidor passará a beneficiar, com a nova diretiva na reserva direta de serviços, em meio digital, implica naturalmente a perda de uma vantagem que está hoje exclusivamente associada às agências de viagens, ou seja, estas empresas asseguram o repatriamento ou a recuperação das verbas entregues em caso de insolvência, mas tal não sucede quando o consumidor contrata diretamente com o hotel ou a companhia aérea. 2) A Letónia, que preside ao Conselho da União Europeia, durante o primeiro semestre de 2015, colocou esta diretiva nas suas prioridades, estando agendada uma segunda leitura do texto para o próximo dia 25 de maio. 3) Entre nós, verifica-se um défice de discussão sobre estas candentes matérias, contrastando com as ativas posições de outros países, designadamente França, onde importantes organizações como o Syndicat des Entreprises du Tour Operating (SETO), o Syndicat National des Agents de Voyages (SNAV) e a Association Professionnelle de Solidarité du Tourisme (APST), alertam conjuntamente os poderes públicos para a “inadmissível distorção da concorrência em matéria de proteção de consumidores” criada pelo projeto da nova diretiva. 4) Uma vez aprovada a diretiva segue-se a transposição das suas normas para a nossa lei das agências de viagens. Esse, porém, já não será o momento de enfrentar as grandes questões, mas tão somente de suavizar um ou outro aspeto em que a diretiva dê alguma margem de manobra aos legisladores nacionais. l

A nova diretiva abrangerá, além dos tradicionais pacotes turísticos, a compra direta de férias através da internet

Carlos Torres Jurista #18 ABR/MAI 2015


28 Análise Os números do Turismo

Balanço

Os números do Turismo O número de chegadas de turistas internacionais em todo o mundo alcançou o valor de 1.138 milhões no último ano, sendo que a Europa concentra 51,7% das chegadas de turistas em todo o mundo, constituindo assim o maior recetor turístico do Universo.

P

or outro lado o número de hóspedes internacionais em Portugal tem evoluído positivamente, tendo alcançado o valor de 9.3 milhões em 2014. (Ver quadro em baixo)

Quadro I - Evolução do número de chegadas de turistas e hóspedes internacionais (2009-2014: nº de turistas e hóspedes internacionais) 2009

2010

2011

2012

milhões

2013

2014

Chegadas de Turistas Internacionais Mundo

891

949

997

1.038

1.087

1.138

Europa

462.7

488.4

520.4

539.7

566.3

588.4

51,50%

52,20%

52,00%

52,10%

51,70%

8.3

9.3

% no Mundo

51,90%

• Contrariando o decréscimo do mercado doméstico ao longo dos últimos anos, o mercado internacional tem crescido de forma bastante significativa, capaz de sustentar o crescimento geral do número de hóspedes em Portugal. Evolução do número total de hóspedes em Portugal (2010-2014; nº de hóspedes) milhares

TCMA = 4.4%

Chegadas de Hóspedes Estrangeiros* Portugal

6.5

6.8

7.4

7.7

16.102

Fonte: Proturismo, Turismo de Portugal e Organização Mundial de Turismo Nota explicativa: “Os números relativos a Portugal, no período em análise, referem-se a hóspedes internacionais, dado que o método atual de quantificação pela OMT relativamente às chegadas internacionais a Portugal baseia-se na designação TCE: International Tourist Arrival at Collective Tourism Establishments

Quando analisado o número total de hóspedes em Portugal, constata-se que: (Ver gráficos em baixo) • Nos últimos anos (2010-2014) tem-se registado um crescimento médio anual de 4,4%; • Apesar do decréscimo de 1% em 2012, o ano de 2014 registou um crescimento bastante significativo de 12% face ao ano anterior atingindo 16 milhões de hóspedes (domésticos e internacionais); e #18 ABR/MAI 2015

14.372

13.993

13.845

2010

2011

2012

2013

2014

Variação Anual

3,4%

-1,1%

3,8%

12,0%

13.537

TCMA: Taxa de Crescimento Médio Anual Fonte: Proturismo, Turismo de Portugal


Os números do Turismo Análise 29

milhões 10

Evolução do número total de hóspedes em Portugal por mercado (2010-2014; nº de hóspedes)

8 6

TCMA Estrangeiro: 8.1%

4

TCMA Estrangeiro: 0,3%

2 0

2010

2011

2012

2013

2014

Estrangeiro

Doméstico Fonte: Proturismo, Turismo de Portugal

Evolução do número total de hóspedes internacionaisem Portugal (2004-2014; nº de hóspedes) milhares

TCMA (04-14)= 5,0%

5.749

5.956

6.510

7.048

7.110

6.479

6.832

7.412

7.685

8.301

9.323

TCMA (09-14)= 7,6%

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Variação Anual

3,6%

9,3%

8,2%

0,9%

-8,9%

5,4%

8,5%

3,7%

8,0%

12,3%

Fonte: Proturismo, Turismo de Portugal

Quadro II - Evolução das nacionalidades dos hóspedes em Portugal (2010-2014; n•de hóspedes;%) País de Residência

Reino Unido Espanha França Alemanha Brasil Holanda Escandinávia EUA Itália Irlanda Outros

2010

2011

2012

2013

2014

Quota 2014

TCMA (10-14)

1.111,197 1.375,842 574,828 728,784 373,752 351,635 347,302 266,248 365,368 170,206 1.166,418

1.243,898 1.377,726 658,701 740,110 454,830 388,253 333,451 278,281 383,758 177,373 1.375,864

1.293,181 1.215,794 740,275 809,085 494,884 408,071 340,502 303,278 352,979 198,880 1.527,755

1.392,705 1.257,996 834,378 902,631 523,611 430,953 373,676 337,956 324,659 216,288 1.706,323

1.580,408 1.444,884 999,498 983,719 579,347 431,763 389,808 359,702 355,851 235,996 1.962,256

17,0% 15,5% 10,7% 10,6% 6,2% 4,6% 4,2% 3,9% 3,8% 2,5% 21,0%

9,2% 1,2% 14,8% 7,8% 11,6% 5,3% 2,9% 7,8% -0,7% 8,5% 13,9%

Fonte: Proturismo, Turismo de Portugal

Quadro III - Evolução das receitas turísticas em Portugal (2010-2014: milhares de €; %) País de 2010 2011 Residência França 1.323,441 1.446,336 Reino Unido 1.385,144 1.462,354 Espanha 1.112,457 1.123,676 Alemanha 786,847 813,530 Angola 280,248 341,042 EUA 300,213 363,259 Brasil 336,761 381,997 Holanda 318,880 329,582 Bélgica 201,232 213,838 Suiça 172,509 190,448 Outros 1.383,540 1.479,495 Total Global 7.601,272 8.145,557 Variação Anual 7,2% Fonte: Proturismo, Turismo de Portugal

2012

1.536,858 1.445,871 1.105,360 871,667 480,130 416,709 399,749 348,966 230,689 207,934 1.561,606 8.605,539 5,6%

2013

2014

1.668,451 1.843,250 1.507,048 1.748,270 1.134.598 1.272.200 961,442 1.093,980 513,885 615,770 504,021 468,020 404,426 343,510 363,168 422,800 250,049 311,230 232,379 262,650 1.710,148 2.012,240 9.249,615 10.393,920 7,5% 12,4%

Quota 2014

TCMA (10-14)

17,7% 16,8% 12,2% 10,5% 5,9% 4,5% 3,3% 4,1% 3,0% 2,5% 19,5% 100,0%

8,6% 6,0% 3,4% 8,6% 21,8% 11,7% 0,5% 7,3% 11,5% 11,1% 9,8% 8,1%

Analisando a evolução do número de hóspedes internacionais em Portugal, em maior detalhe, verifica-se que nos últimos 4 anos, o país atingiu números significativos depois de uma quebra de 8,9% de 2008 para 2009. Observando os últimos 10 anos, o número de hóspedes internacionais em Portugal tem crescido a uma média de 5,0% ao ano. O mesmo valor aumenta de expressão se olharmos para o período posterior à crise de 2008/2009 onde o crescimento médio anual é de 7,6%, entre 2009 e 2014. (Ver gráfico em baixo) No que concerne à evolução das nacionalidades dos hóspedes em Portugal, os mercados Inglês, Espanhol, Francês e Alemão suportam metade da procura turística internacional (53,8%). O mercado Francês destaca-se dos restantes (crescimento médio anual, entre 2010 e 2014, de 14,8%), seguido do mercado Brasileiro (11,6%) e do Inglês (9,2%). Por outro lado, os mercados Italiano, Espanhol e Escandinavo apresentam um crescimento negativo/ pouco significativo (Ver Quadro II). Relativamente à análise da receita turística em Portugal, os 4 principais mercados emissores para Portugal representam, em conjunto, 57,2% da receita turística total gerada no país em cerca de 6 mil milhões de euros. Destaca-se o mercado angolano com um crescimento das receitas turísticas bastante significativo de 21,8%/ ano, entre 2010 e 2014. De forma geral, a receita turística em Portugal tem crescido a 8,1%/ ano, desde 2010 até 2014. (Ver Quadro III) Não podemos deixar de nos regozijar com estes resultados, embora expectáveis, face ao crescimento sustentado do turismo mundial pelo 5º ano consecutivo, tendo mesmo o nosso País crescido em 2014, nalguns indicadores, com aumentos superiores à Europa e ao Mundo, e nos 3 últimos anos em particular, depois de uma estagnação até 2012. Uma última constatação: Portugal não tem nem publica dados da maior importância como sejam a entrada de estrangeiros em Portugal desde 2007….. Situação esta sucessivamente esquecida nos últimos anos e que em boa hora o Turismo de Portugal pretende retomar e bem, e numa altura em que toda a gente fala de turismo, da importância do setor do turismo no PIB e a comunicação social não se cansa de debater o fenómeno do turismo, este facto por si merece um pouco mais de rigor a debater e apresentar números pois como dizia um antigo professor meu: “ As estatísticas são como o bikini, deixam ver um bocado mas não deixam ver tudo”….. l Armando Rocha Neoturis #18 ABR/MAI 2015


30 10 Insights Wealth Management

10

Insights em Wealth Management

Melhorar resultados de investimentos, melhorar a oferta da empresa

Posicionar portfólios Em 2015 antecipam-se retornos nas ações e obrigações, abaixo dos níveis mais recentes. Os wealth managers podem considerar fundos menos restritivos ou com uma perspetiva de prazos mais alargados.

Determinar estratégias É importante avaliar como os alternativos podem ser integrados na estratégia de investimento dos clientes, de forma a reduzir o risco e aumentar retornos.

Investimento responsável Empresas de wealth management têm a oportunidade de distinguir as suas ofertas pela integração de fatores ambientais, sociais e de governance (ASG) no seu processo de investimento e produtos.

Comunicação tecnológica As empresas de wealth management podem melhorar significativamente a satisfação do cliente, gerindo de uma melhor forma custos fixos com a adoção de tecnologia “smart”. No entanto, esta situação requer investimento para se manter à frente da concorrência.

Analisar os recursos Para prosperar e melhor servir as necessidades e os interesses dos seus clientes, os wealth managers necessitam de analisar as principais competências que lhes concedem uma vantagem competitiva, bem como avaliar quais os recursos que são melhor servidos a nível interno versus através de um partner externo, consultor ou outro fornecedor. #18 ABR/MAI 2015


Wealth Management 10 Insights 31

Conduzir avaliações O risco associado aos produtos e ao portfólio, tanto de uma perspetiva de investimento como operacional, é cada vez mais importante e deve ser totalmente integrado no processo de investimento.

Avaliações Wealth managers e clientes devem colocar muito mais ênfase no futuro e em indicadores de risco qualitativos para analisar totalmente potenciais resultados. Estes fatores irão tornar-se também cada vez mais críticos no perfil de clientes de risco.

Avaliar a ‘governance’ Modelos tradicionais de gestão são desenhados para proteger os interesses da empresa e clientes. Porém muitos têm falhado. As falhas têm-se dado devido a recursos limitados, decisões desadequadas ao ambiente de investimento em mudança, ou modelos operacionais ineficientes.

Discutir comissões As comissões devem ser um fator a considerar na tomada de decisão de investimentos. É importante ajudar os clientes a distinguir entre alfa e beta e reservar as comissões mais elevadas para estratégias com potencial para um alfa mais elevado.

Comissões são sempre relevantes Avaliar modelos de negócio, serviços, e melhorias que permitam fornecer um serviço e produtos excecionais, ao mesmo tempo que continuam a reduzir o custo para os clientes.

Rui Guerra Partner na consultora Mercer

#18 ABR/MAI 2015


32 Lifestyle A Vida de Bicicleta: O dia a dia a pedal

A Vida de Bicicleta:

O dia a dia a pedal

Nos dias de hoje, são cada vez mais as pessoas que escolhem a bicicleta como o seu principal meio de transporte, seja para ir para o trabalho ou simplesmente por lazer, a bicicleta ganhou lugar na mobilidade nacional e veio para ficar.

O

transporte no quotidiano dos portugueses é, muitas vezes, associado ao uso do automóvel. Símbolo de liberdade individual, o automóvel tornou-se um instrumento “essencial”. Hoje em dia é quase impensável uma família não ter, pelo menos, um carro a uso. Contudo, o automóvel tem as suas limitações, por exemplo, os grandes centros urbanos simplesmente não têm a área necessária para acomodar centenas de milhares de viaturas, levando a congestionamentos, estacionamento insuficiente, poluição, horas perdidas e maiores gastos mensais: desde o consumo de combustível, até manutenção do automóvel, passando pela carga fiscal, todos estes fatores levam a uma “carteira leve” no final de cada mês. Aliando-se os gastos que o automóvel comporta ao crescente preço dos transportes públicos, a bicicleta surgiu como uma alternativa viável para o transporte diário individual dos portugueses. Cada vez mais pessoas escolhem este meio de transporte para fazerem as suas deslocações diárias, de forma económica e saudável… Também muitos são os turistas que utilizam este meio de transporte para se deslocarem na cidade e por isso, proliferam as lojas que prestam o serviço de aluguer de bicicletas aos estrangeiros. Por outro lado também são muitos os turistas-ciclistas que trazem as suas próprias bicicletas e que fazem longas viagens pelo País e por outras regiões da Europa. #18 ABR/MAI 2015

Superar o medo Estima-se que 20% das pessoas interessadas em andar de bicicleta não o faz devido ao medo que o tráfego de qualquer centro urbano pode causar. Não é de todo fácil partilhar a faixa de rodagem com verdadeiros “monstros metálicos” que atingem velocidades vertiginosas, tendo só um pedaço de plástico que toma a forma de capacete como proteção. O conhecimento das regras da estrada, o domínio da bicicleta e empenho são, no mínimo, atributos essenciais que um ciclista urbano deve possuir. O mais difícil é, na maioria dos casos, superar a “barreira psicológica” que a bicicleta impõe. Por outro lado, os benefícios da modalidade não podem ser ignorados: o exercício regular confere uma vida mais saudável, as horas perdidas no trânsito são substituídas por momentos de lazer e a conta bancária no final do mês agradece. Já existem várias entidades que ajudam o ciclista wannabe a ingressar nesta aventura que é usar a bicicleta como meio de transporte. Entidades que ensinam, informam e protegem o ciclista, seja ele um iniciado ou um utilizador experiente.


A Vida de Bicicleta: O dia a dia a pedal Lifestyle 33

A MUIBi - Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, por exemplo, fundou o projeto Bike Buddy (BB), uma iniciativa que consiste no aconselhamento e acompanhamento de novos utilizadores de bicicleta nas suas primeiras deslocações em contexto urbano. Os Bike Buddies são voluntários da MUIBi que disponibilizam a sua experiência e aconselham os novos utilizadores de bicicleta na cidade: desde dicas sobre rotas, segurança, atalhos ou mesmo conselhos sobre legislação. Tudo o que um iniciado necessita para facilitar a sua deslocação em meio urbano. “A circulação no trânsito de uma grande cidade apresenta-nos todo o tipo de dificuldades, sendo a maior delas a partilha da via com os outros utentes. Ter o privilégio de poder observar e aprender com um BB bastante experiente a lidar com as dificuldades e a comunicar com os restantes utentes, pode ser a diferença entre rodar numa bicicleta… ou numa cadeira de rodas.”- diz José Marcos, aderente do Bike Buddy na zona do grande Porto.

São cada mais os adeptos das bicicletas. As colinas da cidade já não os assustam

Tal como uma escola, na Cenas a Pedal aprende-se como pedalar na cidade

FOTO: CENAS A PEDAL

Para quem nunca pegou numa bicicleta e está interessado em aprender, existem autênticas escolas de condução para bicicletas que ensinam, de forma segura e certificada, como operar o velocípede e interagir na estrada. A escola Cenas a Pedal ensina os seus alunos com as bases teóricas e práticas da modalidade. Os primeiros níveis de aulas práticas de condução são realizados num pavilhão fechado em Campo de Ourique, Lisboa, longe do trânsito e dos perigos citadinos. Só posteriormente e de forma gradual, passam a ação para as ruas da capital. A escola conta ainda com workshops de mecânica, de introdução ao uso da bicicleta e palestras. Tudo o que os alunos precisam para se prepararem devidamente para circularem no exterior. No mundo online, existem milhares de blogues que ajudam o iniciado a melhorar as suas capacidades, tanto a nível de segurança como em dicas de transporte e acomodação de material. A bicicleta está, cada vez mais, a fazer parte do dia a dia dos portugueses. Nuro Carvalho, engenheiro informático de 38 anos, fundou o blogue asminhasbicicletas.blogspot.pt, onde partilha as suas experiências, conhecimentos e sugestões para melhorar a circulação de velocípedes. Antigo adepto do BTT, Nuro usa agora a bicicleta diariamente para se deslocar para o seu trabalho em Lisboa. Carinhosamente chamada de “Prazeres”, a sua bicicleta de estrada tornou-se o seu principal meio de transporte.

FOTO: CENAS A PEDAL

Por onde começar?

Portugal em duas rodas Na Cenas a Pedal os ‘alunos’ aprendem as bases de mecânica dos pedais

Nos últimos anos tem existido um claro esforço para melhorar as condições dos utilizadores de bicicletas no país

FOTO: GALP ENERGIA

Nos últimos anos tem existido um claro esforço para melhorar as condições dos utilizadores de bicicletas no país. Lisboa, Porto, Setúbal ou Aveiro são alguns exemplos de cidades que, gradualmente, estão a investir em infraestruturas apropriadas à prática de ciclismo, melhorando a qualidade de vida dos seus cidadãos e aliviando o congestionamento urbano. Lisboa inaugurou recentemente a ponte pedonal e ciclável, que liga as freguesias de São Domingos de Benfica e Carnide, por cima da Segunda Circular. Em Setúbal, o aumento de utilizadores de bicicleta levou a Câmara Municipal a implementar um conjunto de ciclofaixas nas principais ruas da cidade. Terminado em 2014, o projeto consiste numa rede de Vias Partilhadas com o trânsito local que, deste modo, prestou assistência às quatro pequenas ciclovias já existentes na cidade. l

A nova ponte pedonal e ciclável inaugurada em Março e que passa por cima da segunda circular

#18 ABR/MAI 2015


34 Viagem de: Dalila do Carmo

Acho que perder-me faz parte do processo de viagem, é uma coisa boa

Dalila do Carmo

Ponto Turismo › Qual foi o destino favorito até agora? Dalila do Carmo › Eu viajo muito por isso é muito difícil selecionar. A Islândia marcou-me muito pelo impacto daquela natureza e o Japão marcou-me pela cultura. Ponto T. › O que leva sempre dentro da mala quando vai de viagem? D.C. › Máquina fotográfica e coisas leves. Ponto T. › Qual foi a situação mais caricata que já viveu numa viagem? D.C. › Foi quando tive de conduzir um táxi na Jordânia, do Mar Morto até Petra. O taxista estava pedrado e fui eu a conduzir o táxi. Tenho imensas aventuras porque viajo imenso. Mas é uma zona lindíssima. Ponto T. › Já se perdeu em algum sítio? D.C. › Não, mas já tive a sensação de estar perdida na Islândia. A Islândia é imensa e estávamos numa estrada muito comprida e de repente caiu um nevão e, apesar de não estar perdida, tive essa sensação, quase claustrofóbica. Perder-me acho que faz parte do processo de viagem, é uma coisa boa… também me perdi em Moscovo porque não percebia a linguagem. Ponto T. › Qual é o destino que lhe falta conhecer? D.C. › Todos! Duzentos e tal (risos). Ponto T. › Quando tem tempo livre o que é que gosta de fazer? D.C. › Viajar! Ponto T. › Qual é o filme de eleição? D.C. › Também não consigo escolher. É muito difícil… São muitos, eu sou uma cinéfila e não consigo reduzir a uma escolha. É reduzir. Ponto T. › Não quer partir deste mundo sem fazer o quê? D.C. › Sei lá, tanta coisa… Dar a volta ao mundo. Ponto T. › Não tem paciência para quê? D.C. › Não tenho paciência para estar no trânsito. #18 ABR/MAI 2015

“Não resisto a comprar bilhetes de avião” Ponto T. › Qual é a sua especialidade culinária? D.C. › Arrozes. Ponto T. › Qual é a comida que mais detesta. D.C. › Gosto de tudo e como coisas estranhas, não preciso de saber o que estou a comer. Ponto T. › O que é que o público não sabe de si. D.C. › O que vai continuar a não saber. Ponto T. › Não consegue resistir a comprar o quê? D.C. › Podem ser bilhetes de avião para sítios que eu ainda não conheça, uma refeição maravilhosa. Não sou muito consumista. Compro experiências. Ponto T. › O que é que nunca vestiria? D.C. › Não gosto de roupa de desporto. Não é que nunca vestiria, mas não gosto de roupa de ginásio, de ténis. Ponto T. › Tem alguma mania ou tique? D.C. › Tenho sempre um espelhinho na mala, para ver se estou arranjada. Ponto T. › Se tivesse um dom de super-herói, qual seria? D.C. › Nunca segui muito as BD. Gostava de voar num tapete mágico. Ponto T. › Tem ou já teve alguma alcunha? D.C. › Vesúvio, por ter muitas “erupções”… sou muito de rompantes. l



Em 2025, a procura de água vai superar a oferta em 56%*. *Fonte: ONU AGUA, Relatório Década Internacional para a Ação “A água, fonte de vida” 2005-2015

COM A SUA AJUDA, É POSSÍVEL DISTRIBUIR A ÁGUA DE FORMA MAIS JUSTA. Com um pequeno gesto pode ajudar-nos.

Com o apoio de:

Colaborador:

Acompanhe-nos:


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.