Nº 8 • dezembro/janeiro • 2013/2014 • 5 ₠
Entrevista Secretário-Geral do Turismo Adolfo Mesquita Nunes
PORTUGAL › ESFORÇO CONSTANTE DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO OPINIÃO
ANÁLISE
ATUALIDADE
EM FOCO
Licínio Cunha Competitividade e a Política do Turismo
Estudo ETTO: Compreender os NextGen
Joana Vasconcelos: o impacto da arte no turismo
Embaixada: Novo espaço trendy em Lisboa
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“Eu estou aqui!”
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– Cristiano Ronaldo
uma capa e miolo de revista que aborda diferentes vertentes da nossa portugalidade – desde o turismo à cultura – ficou a faltar uma alusão ao nosso atual expoente máximo de representação internacional – Cristiano Ronaldo. Não pela sua quase-mágica arte de jogar à bola, nem pelos anúncios que realiza e ainda muito menos pela sua belíssima namorada Irina. Mas apenas pelo simples e quiçá, relativamente convencido, mas cheio de razão: “Eu estou aqui!”. Pessoalmente, eu sou apologista do Eu estou aqui! Adoro que me digam Eu estou aqui! Para levar os miúdos à escola, para fazer a lide doméstica, para ir às compras, para levar ao hospital quem necessita, para despejar o lixo, para dar banho às crianças e para o que der e vier. É tão bom! Que bom que era também, que o meu chefe me dissesse: Eu estou aqui! Isso sim, é que era! Para me fazer os números do mês e do ano, para me desculpar os erros, para decidir por mim, para corrigir as minhas falhas, para ter mais tempo para as minhas urgências, para eu poder ganhar mais dinheiro e até para me servir cafés! Infelizmente acho que o Eu estou aqui! desapareceu de Portugal com El-Rei D. Sebastião. E com o desaparecimento do Rei, penso que a frase mais popular, desde essa altura até aos dias de hoje, passou a ser Eu NÃO estou aqui! O Eu NÃO estou aqui! consubstancia-se em: Não me chamem para resolver problemas. Não se manifestem. Reclamem vocês que eu não tenho tempo. A culpa é dos outros. Ou dos políticos. Ou até mesmo do sistema (embora ninguém saiba o que isso é – se um software ou uma comunidade de pessoas ou empresas). Eu NÃO estou aqui! Passamos a nossa vida a pedir aos outros que nos digam: Eu estou aqui! Os Portugueses passam a vida desejosos que alguém diga isso por nós a toda a hora do dia. No plano familiar, no plano profissional e no plano pessoal. Mas a verdade é que raramente estamos para os outros. E no entanto exigimos como se não houvesse amanhã. Quando JFK disse, “pergunta o que podes fazer pelo teu país e não o que ele pode fazer por ti”, pedia a todos os americanos que marcassem presença. Que assinassem um compromisso
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“Esperamos que alguém se levante e diga Eu estou aqui! Que faça o trabalho por nós, que leve o país para a frente” com o seu país. Quando vejo um Português a dizer Eu estou aqui!, como faz o Cristiano Ronaldo, eu sinto-me orgulhoso. E sei que ele também. Porque sei que ele trabalha todos os dias para poder dizê-lo com propriedade, porque o faz com a segurança e convicção de quem sabe o que faz. É isso que faz do “CR7” um fora de série. Todos os jogadores da nossa seleção e todos os Portugueses esperam que ele nos diga Eu estou aqui! Infelizmente, quando não está, foi Ele que falhou. E é assim que muitos de nós e das nossas empresas funcionamos. Esse é o nosso triste fado. Esperamos que alguém se levante e diga Eu estou aqui! Que faça o trabalho por nós, que leve o país para a frente ou a nossa empresa. Mesmo que estejamos em época de crise. Dá igual. Portanto…Shhhh! Não façam nada…Ele está ali! E se não for Ele, esperamos que venha outro… No oitavo número da Ponto, a entrevista central com o nosso Secretário de Estado do Turismo, toca em temas sensíveis nomeadamente no que refere à promoção e atividade estratégica da hotelaria. Destaque especial para os artigos sobre os nossos nomes mais sonantes da atualidade cultural – Joana Vasconcelos e Ruben Alves. Finalmente destacaria um artigo do sempre atual Prof. Licínio Cunha sobre a competitividade e a política no turismo. Espero que gostem. Até daqui a dois meses e… boa leitura! Miguel Quintas Diretor Geral
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PROGRAMA VALORIZA-TE O que é? Programa de apoio à contratação de jovens qualificados
Para quem? Estudantes > Turismo, Marketing, Gestão Empresas > Todo o setor do Turismo
Quando? Inicio a partir do mês de Outubro
Onde? Todo o País
Para quê? Reconhecimento e valorização da carreira Integração de jovens nas empresas Aumento da competitividade para as empresas
ORGANIZAÇÃO
APOIO:
TODAS AS INFORMAÇÕES EM:
www.forumturismo21.org www.facebook.com/forumturismo21
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Ficha Técnica
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Propriedade
Amadeus Soluciones Tecnologicas, S.A. Sucursal em Portugal
Sede Rua de São José, 35 - 4º andar 1150-321 Lisboa Portugal Tel.: 21 321 30 99 - Fax: 21 322 58 75 E-mail: pontoturismo@pt.amadeus.com
Diretor Geral Miguel Quintas
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“custos de contexto adicionais são dispensáveis”
O Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes defende que o turismo obriga a um esforço constante de criatividade e inovação, mas se houver demasiada interferência do Estado esses atributos não se desenvolvem
Diretora da Ponto Turismo Helena Torres Bimestral • Ano - 2013 - Edição 8
Coordenação Editorial
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pontoturismo@pt.amadeus.com Tel.: 21 321 30 99
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Produção de Conteúdos e Edição Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Tel.: 216 024 713 mediapearl@mediapearl.pt
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Publicidade htorres@pt.amadeus.com Tel.: 21 321 30 99
Ilustração Capa Pedro Taquelim
Fotografia Mediapearl
Produção Mediapearl - Comunicação e Serviços, Lda. Centro Empresarial Tejo Rua de Xabregas, Lote A, Piso 1, Sala 13 1900-440 Lisboa mediapearl@mediapearl.pt
Impressão e Acabamento
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RBM- Artes Gráficas
Tiragem 1300 exemplares
Registo na ERC
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Media Travel & Logistics O diretor comercial da empresa, Elói Jorge, defende uma maior valorização do serviço dos agentes de viagens que ao longo dos anos tem perdido protagonismo
19 Soluções
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“Chat Connosco”, mais uma forma de comunicação com o Helpdesk que a Amadeus proporciona aos agentes de viagens
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Amadeus Queues permitem a simplificação dos processos de trabalho, além de gerir PNRs e ações no PNR e o envio mensagens entre escritórios
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N.º 126281
Depósito Legal N.º 350109/12 A revista Ponto Turismo é uma publicação da Amadeus Portugal. A empresa não se identifica necessariamene com o conteúdo dos artigos nem com as opiniões dos seus colaboradores. É proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização prévia da empresa editora.
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Opinião A Competitividade e a Política do Turismo
Entrevista Adolfo Mesquita Nunes - Concorrência com o mundo obriga a uma criatividade e inovação constante no turismo
Em foco Embaixada - Espaço trendy e cada vez mais português no Príncipe Real
Tecnologia Tecnologia e Aviação - Duas realidades, um mesmo destino
Análise Compreender o viajante-consumidor NextGen Mercado de wellness - Viajar nem sempre foi compatível com saudável mas isso está a mudar
Atualidade Joana Vasconcelos - Arte tem e pode ter mais impacto no turismo
Lifestyle Sauna fria - Nova opção para os wellness centres?
Viagem de: Ruben Alves “Viajar é vital para a minha criação, é a minha comida”
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6 opinião A Competitividade e a Política do Turismo
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Licínio Cunha Diretor do Departamento de Turismo da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Mudança de rumo
A Competitividade e a Política do Turismo De acordo com os indicadores divulgados, o corrente ano turístico deverá saldar-se pela obtenção de resultados muito positivos e superiores às expectativas iniciais. É claro que, se quando os resultados não são favoráveis se procuram encontrar justificações para o fracasso, também agora se deveria fazer exercício semelhante em sentido contrário. Não vou fazê-lo. O importante é registar o facto com satisfação mas recusando entrar em euforias que, tradicionalmente, encobrem questões essenciais não resolvidas ou deslassam o esforço para a melhoria.
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uitos dirão que foi o “melhor ano de sempre” muito ao jeito de uma sociedade que tanto se sente eufórica como rapidamente se lamenta. Numa atividade tão complexa como é a turística não bastam dois ou três indicadores para traduzir a realidade: seria necessário que também as taxas de ocupação do alojamento fossem as melhores de sempre, que não houvesse desemprego, que os preços fossem os mais altos de sempre, que o consumo turístico também o fosse e que as taxas de crescimento ultrapassassem as dos concorrentes. Ver-se-á a seu tempo se assim foi. Seja como for, para um país que vive a desgraça que pior não sofria desde há um século, esta é a melhor notícia que pode dar e que tem de levar a que, definitivamente, sem tibiezas, se assuma o papel e a importância que o
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turismo desempenha na economia e na sociedade e se aja em conformidade. Não será o turismo que nos salva mas, sem ele, nem as ténues e incertas melhorias da economia portuguesa de que começa a haver sinais teriam ocorrido e a situação de endividamento seria bem pior: bastará lembrar que nos últimos dez anos, apesar de ter sido a década mais medíocre de sempre, o total das receitas turísticas (não as exportações turísticas que são superiores) somaram um valor pouco inferior ao total do empréstimo contratado com a “Troika” que nos obriga a uma violenta austeridade e que não pagaremos em dez anos. Este será, então, o momento (talvez o único!) para que todos os atores do turismo (partidos, governo, autarquias e empresários principalmente) assumam uma estratégia resultante de um compromisso coletivo que,
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Objetivos do PENT para 2015
+ 15 mil milhões de euros de receitas 15% emprego
O PENT, revisto recentemente, não identifica sequer os fatores de competitividade em que se deve basear a estratégia a prosseguir. Fá-lo em relação a cada “produto” eleito como estratégico mas, salvo num caso, são os mesmos de há 20 anos!
+ 20 milhões de turistas estrangeiros
15% do PIB
a médio e longo prazo, produza as transformações essenciais para a modernização e garantia da competitividade do turismo português. Não medidas de melhoria da situação, mas medidas de transformação estrutural. Andamos, desde 2007, à volta de um plano (PENT), com arranjos aqui e acolá, elaborado na continuidade daqueles que surgiram desde 1997 sem que fossem capazes de suster uma perda constante de competitividade. E aqui reside a questão essencial do turismo português: o objetivo principal da política turística deve ser o de aumentar a competitividade do “setor” tal como se pretende para a UE. Em 2000 Portugal ocupava o 20º lugar nas receitas turísticas mundiais mas em 2011 desceu para 24º; o World Travel & Tourism Council, em 2010, colocava-nos em 130º lugar nas perspetivas de crescimento para os 10 anos seguintes, em 2011 remeteu-nos para 160º lugar e em 2012 para a 177ª posição; por sua vez, o World Economic Forum revela que o turismo português perde competitividade todos os anos desde 2008 e no Future Brand 2011-2012 não aparece uma única vez em qual-
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quer das atrações dos 25 países mais competitivos do mundo. Exagerados ou não, pouco rigorosos ou não, são os dados que os investidores e os operadores turísticos mundiais têm à mão para tomar as suas decisões. Contudo, perante esta situação o PENT, revisto recentemente, não identifica sequer os fatores de competitividade em que se deve basear a estratégia a prosseguir. Fá-lo em relação a cada “produto” eleito como estratégico mas, salvo num caso, são os mesmos de há 20 anos! Não nos espantemos que as organizações referidas continuem a agravar os nossos índices de competitividade. Somos competitivos no clima? Na luz? Nas praias? Mas isso são vantagens comparativas. As competitivas são outra coisa e por isso erramos o alvo. É preciso começar a trabalhar já num sentido diferente daquele que seguimos há demasiados anos mesmo considerando a particular situação que vivemos. O sucesso deste ano é prova da capacidade dos empresários mas demonstra também que o turismo se pode manter como uma dimensão estratégica da economia portuguesa desde que assegure a sua competitividade. No mundo de hoje quem não é competitivo fenece e limitase a sobreviver… se conseguir! Fica, porém, uma dúvida: o atual responsável pelo “setor” considera que são os turistas que devem reconhecer o “interesse turístico” dos empreendimentos e iniciativas, mas já lhe terá ocorrido que para isso é preciso trazê-los cá e aqueles que vierem, se o não reconhecerem, não voltarão mas não o vão dizer ao governo? n
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8 entrevista Adolfo Mesquita Nunes - Secretรกrio de Estado do Turismo
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Adolfo Mesquita Nunes SECRETร RIO DE ESTADO DO TURISMO
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Esforço contínuo:
Concorrência com o mundo obriga a uma criatividade e inovação constante no turismo O Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, coloca os louros dos resultados do turismo português nos empresários do setor que souberam qualificar-se e ser competitivos, mas defende que o turismo obriga a um esforço constante de criatividade e inovação, atributos que se houver demasiada interferência do Estado não se desenvolvem. Ponto Turismo - Os dados do Banco de Portugal indicam que o nosso país teve um aumento das receitas turísticas. De quem é o mérito? Adolfo Mesquita Nunes – Se o produto fosse mau e se o destino não fosse bom não haveria campanha de promoção alguma que pudesse transformar o destino permitindo que os números fossem aquilo que são. Portanto indiscutivelmente que o mérito destes resultados é do setor do turismo português que soube qualificar-se e ser competitivo em matéria de turismo. Penso que sobre estes números há duas formas de os olhar. Há quem considere que não passam de um acaso e que é fruto de preços baixos e eu penso que isso é uma forma de minorar o setor do turismo e a sua qualidade; e há aqueles que sabem e reconhecem a qualidade do setor do turismo e reconhecem que é essa a causa. Eu estou neste segundo grupo. Estou evidentemente ciente de que muito do setor teve de competir pelos preços mas se os preços fossem baixos e a qualidade fosse baixa os números não eram estes. P. Turismo – Mas apesar dos proveitos na hotelaria estarem a aumentar, os preços por quarto ainda estão abaixo do que a hotelaria gostaria. A.M.N. – Só este ano é que a RevPAR começou novamente a subir portanto estou ciente que há ainda um longo caminho a percorrer até que os hotéis possam ter a mesma RevPAR que tinham antes da crise. Esta é uma circunstância que é, de certa forma, transversal a várias áreas da economia, quando comparados os dados deste ano com os dados de 2008, em termos de rentabilidade, mas também lhe digo que a única forma legítima que eu conheço de fazer subir os preços é aumentar a procura. E é precisamente porque a procura tem aumentado que a RevPAR pode começar subir outra vez. P. Turismo – O que é preferível? Ter preços altos e perder uma fatia de turistas que está a ajudar outros negócios que estão direta ou indiretamente ligados ao turismo ou manter os preços mais atrativos? A.M.N. – A política de preços deve ser da exclusiva res-
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ponsabilidade de cada hoteleiro. Ele é que saberá o que é preferível para si. Não é função do Secretário de Estado aconselhá-lo de uma forma ou de outra. P. Turismo – Essa é uma resposta diplomática… A.M.N. – Não, é bastante condizente com aquilo que eu acho que deve ser a intervenção do Estado deve ter na economia. Se reparar eu sou avesso a tentar transformar o setor ao abrigo que são as minhas convicções. Penso que deve ser cada hoteleiro a definir a sua política de preço. P. Turismo – No que diz respeito à revisão do Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos (RJET) diz que quer implantar mecanismos que “permitam a um hoteleiro estar mais preocupado em agradar ao turista do que em agradar ao Turismo de Portugal. Quer especificar? A.M.N. – Posso especificar um pouco. A seguir à revisão do RJET tem que vir a revisão da portaria de classificação que é um trabalho que eu vou fazer em conjunto com o setor, porque me parece que a portaria de classificação precisa por um lado, de estar mais vocacionada na procura do que está. Ela hoje está muito vocacionada para a oferta, e , por outro lado temos de criar nela mecanismos que permitam uma flexibilização que enquadre novos segmentos e no-
Se o produto fosse mau e se o destino não fosse bom não haveria campanha de promoção nenhuma que pudesse transformar o destino permitindo que os números fossem aquilo que são
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10 entrevista Adolfo Mesquita Nunes - Secretário de Estado do Turismo
A portaria de classificação não pode funcionar como um obstáculo ao aparecimento de novos produtos de qualidade. vos produtos. Ou seja a portaria de classificação não pode funcionar como um obstáculo ao aparecimento de novos produtos de qualidade. P. Turismo – É nesse quadro que surge o hotel sem estrelas? A.M.N. – Neste momento penso que não se justifica falar disso porque isso é um trabalho que vai resultar da portaria de classificação. O que é preciso é que a portaria de classificação tenha mecanismos de flexibilização suficientes para permitir que surjam novos produtos e novas realidades. Depois falaremos sobre essa ou outras realidades se elas se justificarem. P. Turismo – Os hoteleiros temem que a revisão ponha em causa a profissão de "Diretor de Hotel"… A.M.N. – A profissão de diretor de hotel existe, vai continuar a existir no âmbito do RJET. O responsável operacional dos hotéis de três e mais estrelas designa-se diretor de hotel. Liberalizámos ou confirmámos a liberalização do
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acesso à profissão. Ou seja neste momento não é necessário uma formação específica para ser diretor de hotel, no entanto a designação mantém-se porque isso permitirá a formação e permitirá a autorregulação e permitirá a organização profissional que eu penso é importante. P. Turismo – Mas isso abrirá o acesso a pessoas que poderão não estar vocacionadas para a direção de um hotel. A.M.N. – Eu presumo que um hoteleiro escolha para responsável operacional do seu hotel alguém que esteja vocacionado para a sua gestão. P. Turismo – Os hoteleiros defendem que em vez de uma revisão pontual é necessária uma revisão mais profunda porque existem uma série de normas, regulamentos... que não trazem valor acrescentado ao cliente, seja em segurança ou qualidade de serviço. Só trazem custos e que isso lhes retira competitividade. A.M.N. – No RJET vamos eliminar várias dessas burocracias e eliminámos a taxa que os hoteleiros hoje pagam pelas vistorias e pelas auditorias obrigatórias de classificação. É um contributo dentro do RJET para eliminar custos de contexto. A tarefa de eliminar custos de contexto no setor do turismo, como aliás em qualquer outro setor da economia, não vai ter fim, é um trabalho diário. P. Turismo – Qual é a sua posição relativamente à implementação das Taxas turísticas? Refiro-me à dos municípios. A.M.N. – Eu respeito a autonomia das autarquias locais que é um princípio que está constitucionalmente consa-
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A tarefa de eliminar custos de contexto no setor do turismo, como aliás em qualquer outro setor da economia não vai ter fim, é um trabalho diário grado e portanto não me tenho pronunciado especificamente sobre as taxas turísticas. Enquadro essa questão nos custos de contexto e digo sempre que custos de contexto adicionais são dispensáveis. P. Turismo – Foi ao WTM onde participou na cimeira dos Ministros do Turismo. Que conclusões saíram desse encontro? A.M.N. – A cimeira procurou trazer os ministros do turismo a relatarem as suas dificuldades em matéria de políticas aeroportuárias e de gestão aeroportuária que é uma matéria que normalmente não está sob a sua tutela. Portanto no fundo foi um relatar das nossas experiências, sobre aquilo que nos nossos países estamos a fazer no sentido de aproximar o turismo da área que tutela os transportes aéreos. No nosso caso dei como exemplo o programa Initiative e que é um bom exemplo de uma aproximação entre as duas áreas no sentido de potenciar ou, de pelo menos tornar, o turismo relevante na decisão da gestão, quer dos aeroportos quer das companhias aéreas. Há uma preocupação que eu penso que é também expressada na OMT e que eu partilho e que é a necessidade de trazer o Turismo para um plano político, social, cultural e económico de maior relevo do que aquele que ele tem neste momento. Não me refiro ao seu peso económico porque esse é reconhecido, 9,5% do PIB, 8% do emprego, etc.. mas do ponto de vista da perceção política, social, cultural e até económica ter o turismo como uma atividade de primeira linha e não como 'qualquer coisinha' que dá jeito quando o País está em crise mas que não é tido como uma atividade económica de peso e portanto essa cimeira foi um pouco a partilha de experiências sobre o que estamos a fazer para que o turismo seja encarado dessa forma. P. Turismo – Foi abordada em algum momento a questão do Céu Único Europeu? A.M.N. – Aquilo é um fórum de debate e portanto os Estados não estavam propriamente a tomar posições. Falámos sobre isso e eu tentei trazer à colação o facto de termos de olhar para a forma como os Estados estão a lidar com as companhias aéreas, nomeadamente quando as subsidiam, e assim desvirtuando o mercado, as diferenças de concorrência entre os países que estão na União Europeia que têm um quadro específico, de outros países que podem subsidiar as suas companhias aéreas à vontade e colocam distorções. Tentei muito focar este ponto porque me parece importante porque isto causa distorções à concorrência. P. Turismo – Por essa resposta presumo que não lhe agrada muito o facto das low-costs serem subsidiadas? A.M.N. – O que me parece é que Portugal terá sempre que jogar num jogo igual aos dos seus principais concorren-
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tes e portanto tem de trabalhar no mercado que existe. Não deixarei de proteger os interesses de Portugal nesse mercado. Do ponto de vista ideológico penso que quanto mais livre for o mercado, melhor será a competitividade das empresas e melhor será o serviço que elas prestam. P. Turismo – Ainda na WTM teve reuniões com operadores e agentes britânicos. O que é que saiu dessas reuniões? A.M.N. – Aí a minha preocupação foi tentar perceber, por um lado, qual era a perceção que as principais associações de operadores estavam a ter de Portugal e nomeadamente para o futuro, sobre se este crescimento que estamos a ter é sustentável, se podemos continuar a manter, se Portugal continua a ser uma aposta, de ver qual era a perceção que eles tinham sobre o nosso produto e onde é que poderíamos melhorar. E saber sobretudo, o que é que os nossos concorrentes estavam a falar com eles. Portanto tentar perceber o que os outros países estavam a fazer para os captar. Foi essa a minha preocupação essencial. Tive também uma reunião com a secretária de estado do turismo espanhol precisamente para olharmos para o fenómeno do alojamento local e do alojamento paralelo e saber como é que podemos ter políticas eficazes nessa matéria. P. Turismo – Já há alguma estratégia delineada? A.M.N. – Estamos a trabalhar no diploma. Trabalharei com o setor no diploma e em breve teremos uma proposta que possa ser apresentada para discussão. P. Turismo – Há algo que possa adiantar? A.M.N. – Eu já identifiquei a linha que procuramos seguir, ou seja o alojamento local deve ter um diploma próprio, e não uma portaria, deve atualizar o conceito de alojamento local para as novas realidades que apareceram e que não estão suficientemente cobertas no regime atual e deve ser um regime que convide a economia informal a formalizar-se e deve ser um regime que deve estar preocupado, não em impedir novas formas de alojamento, não em proibir ou restringir novas formas de alojamento, mas em garantir que a sua competitividade seja baseada na qualidade de produto, na diferença do produto, na inovação do produto e não na evasão fiscal. P. Turismo – "Turismo: Novos Rumos, Outra Atitude" é o tema do próximo congresso da APAVT. Acha que o Turismo em Portugal precisa de novos rumos e de outra atitude? A.M.N. – Considero que é importante que o setor do turismo ganhe escala associativa em vez de se dispersar por uma pluralidade de associações e que ganhe uma relevância económica, política, social e cultural que possa permitir que o turismo seja encarado de uma forma mais consentânea com o seu peso verdadeiro económico. É por isso que no perfil que tracei para presidente do Turismo de Portugal quando lancei o concurso uma das coisas que vem referida é a necessidade de ser alguém que possa também do ponto de vista dos institutos públicos, dar um relevo acrescido ao Turismo de Portugal para lhe dar maior peso, coisa que eu tento fazer também. P. Turismo – Alguém mais agregador? A.M.N. – A questão não é ser agregador, é alguém que se posicione institucionalmente de forma mais aguerrida,
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mais permanente e mais consistente para que o turismo tenha um peso também institucional equivalente ao seu peso económico. P. Turismo – E quando é que vamos saber quem é? A.M.N. – Em breve. Ainda estou à espera que a CRESAP mande os restantes nomes para o Conselho de Administração e portanto eu não consigo dizer quando, porque não depende de mim, mas é este ano seguramente. P. Turismo – O orçamento para o turismo vai sofrer cortes mas tenciona assegurar a continuidade dos bons resultados. Como vai assegurar isso?
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tável de redução, a ponderar a racionalização financeira do Turismo de Portugal sem prejudicar a competitividade da nossa ação promocional como eu penso que estes resultados que temos tido nos últimos dois anos atestam. P. Turismo – Há então um desvio de verbas de um lado para o outro… A.M.N. – Também. Há um desinvestimento num lado e uma concentração no outro. P. Turismo – E isso em termos de promoção nos mercados traduz-se como? A.M.N. – Seguimos a estratégia que está prevista no PENT. O que lhe digo é que num quadro como este em que vivemos, em que cada euro tem de ser pensado do ponto de vista do seu retorno, penso que os mercados consolidados com capacidade de crescimento têm que continuar a ser uma aposta. É evidente que temos de olhar para mercados emergentes mas não devemos deixar de nos focar no nosso ganha-pão, que são precisamente os mercados consolidados que têm tido crescimentos de dois dígitos: o inglês, o francês, o alemão. Não tenciono, em nome de mercados emergentes, deixar de apostar nos mercados consolidados. P. Turismo – Os franceses foram dos que mais gastaram... A.M.N. – Depois tem essa parte do peso económico que o turismo tem noutras áreas de atividade que não é só na restauração, é também no comércio, na cultura e na inovação. Eu penso que aquilo que é importante é que as outras áreas da economia possam olhar para o turismo como uma fonte de receitas e pensar como é que nós podemos aproveitar a circunstância de todos os anos termos cá mais turistas. P. Turismo – Embora sejamos um país de sol e praia por excelência, devíamos apostar noutros produtos, agregados? A.M.N. – O sucesso de uma política turística mede-se pela forma como rentabilizamos os nossos recursos, portanto devemos olhar para os recursos que temos e ver se os estamos a conseguir transformar em produto e em experiência para o poder comercializar. Eu diria sempre que uma política turística deve cuidar sempre dessa cadeia e enquanto tivermos recursos que ainda não foram transformados em produto ainda há alguma coisa para fazer.
A.M.N. – A alteração do modelo de promoção permitiu o desinvestimento em eventos, comunicação, publicidade, feiras e um reforço da atuação no online que é também mais barata, que permitiu uma segmentação da mensagem e um reforço da vocação de comercialização que estava já um pouco esquecida. Isto permitiu fazer mais com menos. Por isso continuo a defender que o Turismo de Portugal deve ter um orçamento que partilhe do esforço que está a ser pedido aos portugueses e portanto estarei sempre na linha daqueles que procuram manter esta racionalidade porque devemos isso aos portugueses. A minha antecessora, Cecília Meireles, fez um trabalho no-
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P. Turismo – Acha que nos sabemos ‘vender’? A.M.N. – Penso que a evolução das receitas da Conta Satélite do Turismo tem demonstrado que Portugal tem uma capacidade de começar a rentabilizar melhor o turismo. Até agosto, batemos o recorde de receitas. Pelo País inteiro começam a aparecer empresas de animação turística ou empresas com novas tecnologias associadas ao turismo e portanto este filão, que é o Turismo, começa hoje a imporse de tal forma que as outras atividades económicas já começam a pensar como é que nós podemos lucrar com isso e penso que estamos a conseguir criar produtos novos com os recursos que temos. Se há coisa que o Turismo tem, enquanto atividade económica é que o trabalho nunca está feito, concorremos com o mundo inteiro. Um ótimo produto hoje pode ser obsoleto daqui a cinco anos. Por isso é um esforço que é constante e para isso é preciso criatividade e inovação e nunca há criatividade e inovação quando o Estado está lá enfiado em cima. n
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espaço trendy e cada vez mais português no Príncipe Real
A Embaixada é, desde setembro, um novo espaço trendy, vanguardista e cada vez mais português no Príncipe Real em Lisboa, que junta no Palacete Ribeiro da Cunha, um centro comercial sem o ser, um centro cultural sem o ser e uma sala de espetáculos sem a ser
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espaço insere-se no âmbito do Príncipe Real Project, da responsabilidade da Eastbanc Portugal, que adquiriu até à data cerca de 20 edifícios, grande parte deles palácios dos finais do século XIX e que tem como objetivo reabilitar, aliando o design e as funcionalidades modernas com a preservação do património arquitetónico, cultural e paisagístico. O conceito da Embaixada é o de ser uma verdadeira embaixada para os empreendedores, dando uma oportunidade aos que pretendem lançar um negócio no centro de Lisboa, com um investimento mais pequeno e sem as exigências legais de uma loja de rua, como as garantias bancárias, licenciamentos. Os negócios estão lá, e sem ter sido premeditado, a Embaixada acabou por seguir o caminho da portugalidade. Ali os turistas e clientes encontram lojas e conceitos diferentes, uma vez que os espaços comerciais são as salas do palacete, com produtos alternativos, muitos deles ‘made in Portugal’ que mostram a criatividade, o design nacional.
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Além dos espaços comerciais e espetáculos, a Embaixada está preparada para receber eventos e jantares corporativos, bem como grupos de turistas “A essência foi criar um espaço que permitisse a lojistas estabelecerem o seu negócio, sem terem a capacidade económica e o investimento associado a um arrendamento. Infelizmente exige-se esse investimento, que inclui garantias bancárias, obras, licenciamentos… que para quem está a iniciar um negócio é incomportável”, disse à Ponto Turismo, Catarina Lopes, diretora-geral da imobiliária Eastbank Portugal. “A Eastbank já tinha muitas lojas aqui e havia candidatos com conceitos muito engraçados que estávamos a excluir por causa do risco, por isso decidimos criar um conceito que desse a esses negócios uma chance para o sucesso. Decidimos criar um conceito de comércio de rua, só que o tipo de funcionamento é o de um shopping, mas sem as exigências de garantias que tem o shopping. Algo mais democrático em termos de investimento, com um conceito de loja de rua, mas com as vantagens de funcionamento que tem um shopping: partilha de serviços, já ter uma licença comercial, estar pronto para abrir, limpezas comuns, serviço de clipping, de assessoria de imprensa. No fundo têm um palco”. O posicionamento da Embaixada também é diferente em relação, por exemplo, ao do Chiado ou da Av. da liberdade. A ideia não é vender produtos excessivamente caros. “A maioria dos produtos que saem custam entre 20 e 200 euros. São produtos alternativos mas usáveis”. A filosofia de ‘dar uma chance de sucesso para o negócio’ acabou por dar origem ao nome, ou seja fazer no Príncipe Real um pouco o papel do que uma embaixada no estrangeiro deve fazer. O facto de haver uma grande componente de marcas e de design português também ajudou a reforçar o nome. No inicio não havia o critério de ser obrigatório ser português, embora a Eastbank tivesse isso na ideia tendo em conta a quantidade de negócios próprios que surgiram em consequência do número de pessoas que ficaram desempregadas e de recémlicenciados que não tinham emprego, mas o caminho acabou por ser esse, o de dar preferência e concentrar-se cada vez mais no produto português, até porque, diz Catarina Lopes, vão abrir
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uma galeria comercial semelhante no primeiro trimestre de 2014 que não vai ser apostar tanto no produto português. “Os dois espaços têm que ter identidades diferentes e também porque a Embaixada vai começar a explorar a parte de eventos com concertos de músicos”, sublinhou a diretorageral da Eastbank. Assim, além das lojas, a Embaixada vai ter um lado de centro cultural e de sala de espetáculos a partir da próxima primavera, com exposições, conferências ligadas a temas portugueses e os concertos ao final da tarde por artistas portugueses de maior ou menor relevo, que ali se mostram aos clientes sem que estes tenham de pagar por isso. “Vamos desenvolver para dar mais densidade de conteúdo”, diz Catarina Lopes, “o programa de eventos vai estar muito à volta do tema de Portugal”. Em termos de desenvolvimento o objetivo é abrir a cave na primavera, o que irá adicionar mais nove espaços comerciais aos 22 existentes. Nas traseiras da embaixada, no fim da primavera começam a funcionar as esplanadas que têm como pano de fundo o jardim, devendo as cavalariças abrir por essa ocasião, também com os eventos e concertos gratuitos ao final da tarde. “Muita restauração vai estar à volta dos temas portugueses, vamos ter um wine bar e petiscos portugueses”, diz Catarina Lopes. A Embaixada tem ainda uma sala em cima onde irá ter música portuguesa de todo o género e cujo programa será acompanhado por Teresa Lopes Alves da VLA Records. Apesar de não ter sido feito um grande esforço de divulgação, os turistas são cada vez mais, mas a ideia é terem ainda mais, podendo até passar pelos grupos organizados. Catarina Lopes diz que não foi feito qualquer aproximação a operadores de recetivo. Por outro lado a Embaixada também tem uma sala de 40 metros quadrados onde se sentam confortavelmente 40 pessoas, que aluga por 500 euros por dia, onde é possível fazer apresentações de empresas, receções, jantares privados, onde o catering pode ser feito pelo restaurante Le Jardin, que está na Embaixada, ou por um catering exterior. Para o futuro, ainda longínquo dado o custo de capital atual e a conjuntura económica, está pensada a construção de quartos de hotel, para área traseira da Embaixada, onde estão as cavalariças. Trata-se de uma zona histórica, protegida, cuja construção será difícil porque o terreno está em socalcos. Catarina Lopes, diretora-geral da Eastbank, sem revelar nomes, diz que já teve contactos com diversos grupos hoteleiros, nacionais e estrangeiros. n
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Caderno
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Elói Jorge diz que falta valorização dos agentes de viagens
ELÓI JORGE DIRETOR COMERCIAL DA MEDIA TRAVEL & LOGISTICS
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“Chat Connosco”, a Amadeus proporciona aos agentes de viagens mais uma forma de comunicar com o Helpdesk
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21 Soluções
Amadeus Queues: permitem simplificar processos de trabalho, gerir PNRs e ações no PNR e o envio mensagens entre escritórios
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El贸i Jorge DIRETOR COMERCIAL DA MEDIA TRAVEL & LOGISTICS
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Falta valorização dos agentes de viagens
“Não se tem sabido cobrar o preço justo do serviço que prestamos” A Media Travel & Logistics surgiu em 2010 e assenta a sua atuação no mercado corporate em dois pilares. Por um lado a valorização das condições necessárias para garantir a motivacão dos colaboradores e, por outro lado, o cultivo de relações de proximidade com os clientes sempre numa perspetiva de ganhos mútuos. Ponto Turismo – O que é a Media Travel & Logistics? Sei que estão inseridos no grupo Mediapro e que nasceram para suprir as necessidades deste em termos de viagens e logística. O que é que fazem exatamente e como se posicionam? Elói Jorge - Antes de falarmos da Media Travel & Logistics temos que fazer uma pequena referência a algumas das áreas de atuação do Grupo. A Mediapro está presente em vários países nos setores de produção de eventos desportivos, gestão e comercialização de direitos televisivos, produção de canais temáticos, produção cinematográfica,… Face ao crescimento do Grupo, especificidade do negócio, localização em diversos fusos horários e à constante necessidade de movimentação de equipas e equipamentos, foi necessário criar uma estrutura dentro de casa, à medida, capaz de dar resposta a todas estas exigências e assim, em novembro de 2010, é constituída a Media Travel & Logistics. P. Turismo – Qual é a diferença que trazem ao mercado face a outras empresas que trabalham o corporate? E. J. - Não podemos falar da Media Travel & Logistics comparando-a, ou tendo como referência, as outras empresas. Procuramos seguir o nosso caminho, fazendo uma autocritica das nossas ações e definindo as nossas metas. Não vemos a nossa atividade como um jogo onde temos que nos preocupar com os adversários mas sim onde o nosso principal desafio é o terreno onde jogamos. Pois vejamos, se as outras empresas estiverem a fazer mal, o simples facto de fazermos menos mal não quer dizer que o façamos bem. Assim sendo, assentamos a nossa atuação no mercado corporate em dois pilares fundamentais: valorização das condições necessárias para garantir a motivacão dos nossos colaboradores, que são sem dúvida o principal fator na diferenciação do serviço prestado, e, o cultivo de relações de proximidade com os clientes sempre numa perspetiva de ganhos mútuos, promovendo o serviço acima do preço. Não vemos o fator preço num princípio de ser alto ou baixo, vemos o fator preço num princípio de transparência. Estamos a falar de um negócio e como qualquer negócio o preço é construído de forma a suportar a estrutura de custos e trazer lucro para a empresa e é precisamente esta a mensagem que passamos aos nossos clientes. P. Turismo – Como é que tem sido este ano, quais os resultados que esperam obter?
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E. J. - Para a Media Travel & Logistics 2013 é mais uma etapa do projeto iniciado em 2010. Crescimento e consolidação é aquilo que pretendemos e neste ano tudo se encaminha para ser dado mais um passo nesse sentido. Independentemente dos fatores que ameaçam a estabilidade do mercado das agências de viagem nomeadamente o atual contexto socioeconómico, alteração do perfil de viagens dos clientes e perceção destes do retorno do serviço prestado por um especialista em viagens, recebemos este ano sinais muito positivos para o nosso futuro quer no segmento corporate quer no de lazer e que os quais irão servir de guião para nossas ações futuras.
“de uma forma geral não se soube valorizar devidamente o serviço do agente de viagem e que ao longo dos anos este foi perdendo o seu protagonismo, as agências passaram a ser “fast food” quando nunca deveriam ter deixado de ser um “restaurante gourmet” P. Turismo – Quais a novidades que podemos esperar da Media Travel & Logistics para o futuro? E. J. - Para o futuro preferimos falar mais em desafios do que em novidades. Pretendemos que a Media Travel & Logistics seja reconhecida pela qualidade do serviço que presta, garante de criação de emprego, uma referência no que concerne o posicionamento tecnológico e diferenciada no produto e marca tendo em vista o que verdadeiramente vai
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e tinham que vender, vender desenfreadamente recorrendo a todos os métodos necessários. Mas de um momento para outro, pelos motivos que estão bem presentes na mente de todos, ou deveriam estar, as regras do jogo começaram a mudar, os hábitos de consumo alteraram-se, os fornecedores definiram novas politicas e o setor não teve tempo de se adaptar à mesma velocidade dos acontecimentos… estando agora os resultados à vista. Por isso, a questão que colocamos é a seguinte: se tudo muda à nossa volta menos os hábitos instalados nos clientes como vai ser? Se queremos uma prancha de surf à nossa medida (refirome ao surf por estar tão na moda nos dias hoje) não a vamos procurar nos locais onde elas são vendidas em série, vamos a um especialista. O mesmo conceito terá que se passar para as viagens. Se nós, os ditos especialistas em viagens e que dependemos da existência do setor, não nos soubermos valorizar não podemos estar à espera que sejam os outros a fazê-lo. Uma coisa é certa, é impossível garantir um serviço de excelência suportado numa filosofia de preço baixo. Não podemos ter medo de cobrar o preço justo das coisas. Não podemos estar constantemente a agir por reação, está na hora de passarmos à antecipação…
de encontro às exigências dos consumidores mais sofisticados, serão para estes objetivos que se canalizarão os nossos esforços e trabalho.
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P. Turismo – Como é a vossa estratégia de distribuição? Como é que chegam aos vossos clientes? E. J. - Apostamos no crescimento pela “mão do cliente”, tradicional boca-a-boca. Pois não há melhor forma de promoção que as palavras de um cliente satisfeito. Poderá ser um processo mais moroso mas é aquele que consideramos que melhor se adequa aquilo que pretendemos para a Media Travel & Logistics.
P. Turismo – Quais são os produtos mais procurados pelos vossos clientes. Numa consulta no vosso site vi que disponibilizam pacotes como cruzeiros… E. J. - A Media Travel & Logistics é uma agência essencialmente vocacionada para o turismo corporate. No entanto, não obstante o nosso posicionamento não deixamos de ter para oferecer aos nossos clientes a venda dos “tradicionais” pacotes de operador turístico e os mesmos serem comunicados quer no nosso site quer na rede social que mais utilizamos. Não deixa no entanto de ser interessante referir que somos procurados essencialmente para a construção de “pacotes à medida”, em particular de viagens “fora do formato”.
P. Turismo – Como é que se posicionam em termos de tecnologia? E. J. - Num setor em que a tecnologia pode mudar o modelo de negócio de um momento para o outro é fundamental uma constante busca no mercado de soluções que garantam a nossa capacidade em gerar mais-valias junto dos clientes bem como permitir libertar a equipa para aquela é a sua principal missão, vender e fidelizar os clientes. O facto de estarmos inseridos num Grupo em constante desenvolvimento tecnológico, por fruto do setor de atividade em que opera, permite-nos o desenvolvimento de ferramentas à medida quando não conseguimos encontrar no mercado parceiros capazes de oferecer soluções especificas para determinadas particularidades do nosso modelo de negócio.
P. Turismo – Qual é a vossa visão do mercado onde estão inseridos? Quais são os pontos fracos que são precisos melhorar? E. J. - É nossa perceção que de uma forma geral não se soube valorizar devidamente o serviço do agente de viagem e que ao longo dos anos este foi perdendo o seu protagonismo, as agências passaram a ser “fast food” quando nunca deveriam ter deixado de ser um “restaurante gourmet”. Tudo passou a ser feito em função do preço a qualquer preço, perdoem-me a redundância, desde a comunicação dos produtos de lazer até à negociação das contas corporate. Ao longo dos últimos anos a atividade do agente de viagens passou a ser vista como algo descartável e facilmente substituível por um click na internet. O fator humano, elemento diferenciador da nossa atividade, passou para segundo plano. Não se tem sabido cobrar o preço justo do serviço que prestamos, não se tem conseguido acrescentar valor na relação com os clientes. As estruturas foram criadas, ficaram cada vez maiores
P. Turismo – O que é que pensa da Amadeus enquanto parceiro tecnológico? E. J. - À presente data a Amadeus é tida como um parceiro de referência e um dos nossos principais aliados. A sua presença na Media Travel & Logistics foi conquistada fruto do trabalho desenvolvido por toda uma equipa que demonstrou vontade em se afirmar, estando sempre presentes, mesmo quando não eram um fornecedor preferencial, acompanhando-nos e revelando um espirito de proactividade na procura de soluções que fossem de encontro à especificidade do nosso negócio. As soluções tecnológicas da Amadeus por nós adotadas são sem duvida uma das forças que permitem o posicionamento tecnológico que ambicionamos. São os pequenos detalhes que definem os verdadeiros parceiros e há um na Amadeus que não posso deixar de referir, o permanente acompanhamento dos seus clientes. n
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Amadeus Portugal tem vindo a desenvolver diversas formas de lhe fornecer apoio através dos diversos meios de comunicação. Chega agora a possibilidade de todo o mercado contatar o Helpdesk através do serviço Chat Connosco. O nosso serviço de apoio por chat é simples e fácil de utilizar! Permitindo-lhe trocar mensagens e mostrar o seu ecrã aos nossos especialistas para obter uma rápida e eficiente ajuda.
Principais vantagens do Chat Connosco: • Contato Gratuito; • Acesso remoto; • Atendimento em tempo real; • Maior agilidade ao solucionar as dúvidas de clientes; • Partilha do ecrã por parte do agente de viagens; • Envio de ficheiros (manuais, quickcards, etc).
Ao aceder irá automaticamente ser-lhe solicitado que insira os seus dados e escolha, entre o serviço técnico ou Customer Service (Helpdesk Amadeus Portugal). Após inserir os seus dados e selecionar um dos colaboradores disponíveis, deve clicar na opção “Download Now” ou “Baixar Agora”, para efetuar o download da aplicação que lhe permitirá aceder ao chat.
É possível aceder através de: www.pt.amadeus.com (selecionar a opção no canto inferior direito, Amadeus Remote Control System) http://www.gotoassist.com/sb/amadeus-portugal (link direto do Chat)
Clique no botão “Run” para autorizar o download da aplicação.
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Para que possamos visualizar o seu ecrã deve autorizar, clicando para tal em “OK”.
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No final, pode dar-nos a sua opinião que será utilizada para melhorarmos o serviço. Clique no botão “Submit” ou “Submeter”.
Através do Chat poderá então colocar-nos as suas questões.
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“Amadeus Queues” As Queues Amadeus permitem simplificar processos de trabalho, gerir PNRs e ações no PNR e possibilitam também o envio mensagens entre escritórios. Tipo de Queues Em Amadeus existem 2 tipos de Queues: • Special Queues – Podem conter até 256 categorias mas não tem Date Range • Dual Queues – Podem conter até 256 categorias, cada uma pode ter até 4 Date Ranges
Poderá subdividir as Queues em categorias determinadas pelo SIGN-IN do agente. Desta forma os PNRs por si determinados irão cair na Queue desejada (HE QUEUE / GPSOR) ou ao atribuir ranges determinar as prioridades para que as Queues sejam trabalhadas.
Ao ser criado um escritório Amadeus, um banco de Queues é atribuído. Este banco poderá ser configurado de acordo com as necessidades da agência. É possível também a atribuição de nomes às Queues (HE QUEUE / GPNIC)
As Queues Amadeus permitem também uma monitorização das suas Queues (HE QUEUE / GPMON)
Trabalhar Queues em Amadeus Poderá aceder às Queues Amadeus na página de comandos e a partir dai trabalhar com comandos crípticos….
Ou aceder à página gráfica de Queues em Amadeus e trabalhar em modo gráfico.
Com o comando QS (HE QUEUE / GPACT) ou simplesmente clicando na Queue irá aceder a ela:
Em cada um dos acessos (críptico ou gráfico) poderá visualizar e trabalhar Queues. Terá em ambos os lados a possibilidade de procurar ajuda. Em críptico através das páginas Help (HE) e em gráfico através do Help para modo gráfico.
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22 soluções Caderno Amadeus
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1 – Poderá definir a pesquisa por número queue/categoria/Office ID. 2 – Poderá definir a pesquisa por todas as queues existentes ou apenas pelas queue existentes com mensagens.
A contagem de Queues permite que o agente de viagens tenha acesso às Queue do banco de Queues, categorias e ranges e ao número de PNRs em cada Queue, categoria ou range (HE QUEUE/GPCOU).
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1 – Queues existentes 2 – Total de mensagens em queue 3 – Mensagens adicionadas 4 – Número de mensagens em queue eliminadas 5 – Número de mensagens em queue trabalhadas
A planificação de Queues permite visualizar e contar as Queues (reservas ou mensagens) que ainda não estejam no banco de Queues, mas que irão aparecer mais tarde (HE QUEUE / GPSUM). São estas a Queues de emissão, opção ou delay, existindo ainda uma pasta que sumariza
todas estas atrás mencionadas. Em cada um dos separadores da planificação de Queues existe uma subdivisão (Time Deferred Items, Date Deferred Items, Half-Month Total, Items By Record Loc).
Poderá ainda enviar mensagens por Queue (HE QUEUE/ GPPLA).
E poderá ainda pedir uma lista de todos os PNRs que tem numa Queue específica (HE QUEUE/GPQVW).
1 – Local onde irá escrever a mensagem 2 – Queue, categoria, range de data e escritório onde deverá colocar a queue 3 – Poderá a partir daqui selecionar mais escritórios/queues para o envio da mensagem
O Sistema Amadeus permite ainda gerir a distribuição de Queues ao nível de um grupo de escritórios da seguinte maneira:
Campo ACK
Campo AQO
O ACK serve para definir uma QUEUE para onde todos os PNRs deverão ser enviados após um EOT. Mantém o QUEUE BANK da agência.
O AQO serve para definir um QUEUE BANK para trabalhar as QUEUES. Poderá ser o próprio Office ou outro Office a gerir pelo cliente.
Campo AHK O AHK serve para definir um Office e uma QUEUE para onde todos os PNRs deverão ser enviados após um EOT. Mantém o QUEUE BANK da agência.
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24 tecnologia Tecnologia e Aviação
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Duas realidades, um mesmo destino A partilha de informações de viagens feita por viajantes está a ganhar credibilidade sendo cada vez vez maior o número de consumidores que procuram comentários sobre um hotel, antes de fazer a compra
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alar sobre tecnologia, nos dias de hoje, é como cair no meio do oceano e não saber para onde nadar ... Até porque, tal como as ondas no oceano, a rapidez na propagação de novos produtos, novas novidades e novas tendências passam-nos rapidamente por cima, tal como, muitas dessas ondas. Mais do que novidades e vir falar de algo não descoberto, este desafio visará sensibilizar alguns dos mais distraídos para algumas das tendências que, num futuro próximo – se é que já não o são hoje – serão uma realidade. É impossível dissociar o turismo dos transportes e, neste último caso, pela importância e contributo que tem dado para o desenvolvimento desse mesmo turismo, os transportes aéreos. Desde 2008, segundo dados publicados anualmente pela Organização Mundial de Turismo (OMT) que o transporte aéreo é responsável por mais de 50% das chegadas de turistas internacionais (52% em 2012). E assim vai continuar até 2030, segundo previsões da OMT elaboradas para esse horizonte temporal. É uma realidade indissociável que o turismo vai continuar a aumentar ao longo dos anos tal como os passageiros do transporte aéreo. A OMT aponta para que, em 2030, o número de turistas internacionais atinja os 1,8 mil milhões, ou seja, que cinco milhões de turistas por dia ultrapassarão fronteiras, independentemente do motivo da sua viagem (em 2012 ultrapassou-se, pela primeira vez, a barreira dos mil milhões de turistas internacionais). Também a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) prevê um volume de tráfego de 16 mil milhões de passageiros, quando hoje esse valor se situará nos 3,3 mil milhões em ... 2014. Um longo caminho a percorrer. Se a tudo isto juntarmos que a Boeing prevê, para 2032, uma duplicação do número de aviões no mercado (atualmente a frota mundial ronda os 20.310 aviões esperan-
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do-se que atinja os 41.240 aviões nessa data) é fácil juntar as peças do puzzle e questionarmo-nos onde vamos colocar todo este aumento de passageiros, de turistas e de movimento aéreo. Se já hoje os aeroportos estão congestionados e os céus a abarrotar, não será certamente com a exportação de passageiros para outras galácticas que este crescimento será uma realidade! Há alguns anos que a IATA tem levado a cabo alguns projetos de simplificação do negócio, onde a tecnologia tem sido - e continua a ser - um motor fundamental para a sua implementação. Um bom exemplo de um desses projetos de sucesso, onde se insere uma realidade sem a qual não passamos hoje, enquanto passageiros, foi o aparecimento do bilhete eletrónico (e-ticket). Mas muitas outras iniciativas estão a ser desenvolvidas dentro dos projetos que a IATA intitulou como “Simplifying the Business”.
A IATA lançou um documento de referência à implementação da (nova) tecnologia NFC - Near Field Communication, um projeto de futuro que prevê levar a experiência dos cartões de embarque mais além ...
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DESTAQUES DO ESTUDO SITA SOBRE TENDÊNCIAS IT DOS PASSAGEIROS 2013 Estar informado é a prioridade nº 1 para os passageiros
Mais de
50%
Usabilidade é a preocupação Nº1 para os passageiros – 78%
dos passageiros irão definitivamente: Procurar voos
Menos de
36%
Receber as atualizações dos estados de voo
dos passageiros irão definitivamente:
Ver as indicações dos aeroportos & mapas
Comprar bilhetes
Receber informação de estado das bagagens
Fazer m-payments
PREOCUPAÇÃO DE UTILIZAÇÃO DO TELEFONE
Check-in Receber ofertas e promoções
Via smartphone se disponível
Receia que o telefone não funcione
A maioria dos passageiros tem smartphones Compatibilidade do telefone Não é melhor do que outras opções
Penetração smartphone
Viagem complicada App demasiado complicada
% de passageiros com smartphones
% de passageiros que mostraram preocupações no uso de smartphones nas viagens
O telemóvel para embarcar e check-in não é a M-Commerce está a ganhar popularidade mas os passageiros primeira escolha do passageiro mostram mais interesse nos serviços complementares CARTÃO DE EMBARQUE
CHECK-IN
57%
73%
52%
53%
INTERESSE EM COMPRAR BILHETES
2012
IRÃO DEFINITIVAMENTE
47%
2013
Fazer alterações nas reservas
39%
Aliás, num recente suplemento da revista Airlines International da IATA (Ago-Set 2013), o Diretor Geral daquela Associação deixava transparecer, de forma clara, o que a tecnologia tem contribuido para esta simplificação do negócio. Como referia, “há 15 anos atrás, até os e-tickets eram uma raridade” Muitos dos investimentos das companhias aéreas ir-se-ão centrar nessa “facilitação” da experiência do cliente, seja nos projetos levados a cabo pela IATA, ao nível do Fast Track, utilização de tecnologias NFC - Near Field Communication, ou mesmo nos projetos de natureza mais comercial e de distribuição, como o é o NDC – New Ditribution Capability. Se já hoje, muitas das opções mobiles, são uma realidade nas principais companhias aéreas, estas vão ser intensificadas num futuro próximo. É isso que mostra o último relatório da SITA – The Airline IT Trend Survey 2013, onde as companhias aéreas irão continuar a aumentar os seus investimentos, quer nas suas plataformas próprias ou em soluções de terceiros, como sejam os casos das chamadas carteiras virtuais (virtual wallets) da Apple PassBook, Samsung Wallet ou Google Now. Prevê-se, de acordo com este estudo, que 62% das companhias aéreas venham a oferecer estas funcionalidades aos seus clientes em 2016, quando hoje não ultrapassam os 21%. Mais recentemente, a IATA lançou um documento de referência à implementação da (nova) tecnologia NFC - Near Field Communication (NFC Reference Guide for Air Travel – 30 October 2013), um projeto de futuro que prevê levar a experiência dos cartões de embarque mais além ... Para não perder o contexto e alguns graus de liberdade que a tradução livre poderia coartar, melhor deixá-la na sua versão original: “(…) a passenger would no longer have to stop to allow a gate to read his bar coded boarding pass but could simply “tap through” and let NFC take care of the rest ….” Boa viagem.
Comprar serviços complementares
43%
36%
% de passageiros que irão definitivamente utilizar este canal
63% 70%
37% Comprar bilhetes
Jorge Abrantes Professor universitário
Os passageiros querem manter-se informados e ligados durante a sua jornada Interesse nos serviços in-flight nos aparelhos móveis
Acesso a entretenimento
Acesso ao email
Informação de voo ex: ligações
Chamadas telefónicas
% de passageiros que irão (definitivamente/talvez) utilizar este serviço
© SITA I www.sita.aero/surveys I @sitaonline #SITAInsights
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26 análise Compreender o viajante-consumidor NextGen
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Estudo sobre tendências dos futuros viajantes
Compreender o viajante-consumidor NextGen Hoje em dia existem 2,5 mil milhões de pessoas com menos de 30 anos o que significa que estudar este segmento e investigar as suas necessidades e interesses é cada vez mais importante para todos os parceiros na indústria das viagens.
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Amadeus realizou um estudo, através do seu Observatório ETTO (End Traveler Trends Observatory) dirigido em particular a este segmento: 18 a 30 anos, estudantes universitários, viajantes frequentes, utilizadores de smartphones, grandes utilizadores de internet e redes sociais e conhecedores experientes de tecnologia. O estudo demonstrou que eles partilham preocupações, necessidades e interesses comuns, independentemente do país onde vivem. Os denominados viajantes NextGen também são definidores de tendências, são da era digital e serão, provavelmente, os grandes viajantes do futuro. É por isso mais importante do que nunca, compreender como é que eles agem, que expectativas têm de forma a antecipar as suas necessidades futuras. O estudo é fundamental pois permite aos profissionais serem inovadores e providenciarem aos clientes as ferramentas e tecnologias que satisfazem as suas necessidades finais. Viajar nunca esteve tão acessível e a forma como os consumidores concebem as viagens está em evolução. O estudo desta geração justifica-se também porque o canal direto está lentamente a tornar-se o primeiro ponto de contacto para muitos viajantes experientes e porque a abundância de informação gratuita torna tudo mais fácil. O estudo tentou ainda responder às questões sobre o que eles realmente querem com esta informação e o que é que tornaria sua vida mais fácil e livre de problemas quando viajam. O que eles realmente precisam, no momento de planear uma viagem. Estes viajantes são grandes utilizadores de tecnologia, mas sem cair no engodo de simplificar demais e identificar as cinco principais tecnologias que vão mudar o mundo em qualquer área, o relatório tentou não separar tecnologias do contexto em que elas são desenvolvidas, comercializadas e utilizadas. O foco não foi tecnologia em si, mas sim onde é que ela pode e fará a maior diferença e identificou três tendências-chave nos NextGen: • Smart consumer • Uniqueness search • Social interaction
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O Smart Consumer – altera o paradigma de turista para explorador. O consumidor vê-se como explorador podendo esta visão própria ser aplicada a diferentes aspetos da sua vida. Este conceito significa que eles não querem necessariamente que escolham por eles, mas desejam ter o direito de fazerem as suas próprias escolhas utilizando a tecnologia disponível. Os NextGen estão habituados a navegar por críticas e opiniões em sites, fotos, vídeos, blogs e comunidades a custo zero, estando cada vez mais a decididos a escolher o que querem à hora de viajar ou consumir.
Experientes e com capacidade O poder dos NextGen aumentou através do avanço da tecnologia. O acesso a grandes quantidades de informação faz com que consigam encontrar quase tudo online, tornandoos consumidores experientes, orgulhosos em saber como comparar preços, ler comentários, obter dicas de blogs. Juntamente com a sua falta de confiança em quem manda e o cinismo em relação à publicidade, gostam da independência que sentem ao tomarem as suas próprias decisões.
Ofertas transparentes de custos Apesar de as estruturas desagregadas de preços poderem trazer mais e novas receitas, os viajantes querem preços honestos e transparentes. O valor é adicionado através da clareza e abertura. Os viajantes experientes adoram surpresas, mas não custos adicionais inesperados.
Marca de confiança As marcas podem desempenhar um papel essencial num mundo em que faltam referências de confiança. As marcas líderes são as que fazem os NextGens sentiremse especiais e únicos, e oferecem ideias modernas e viagens e atividades aspiracionais, leva a uma relação forte e à confiança, construindo vínculos emocionais mais seguros e criando clientes fiéis.
Diferenciação é chave nas propostas de vendas Os consumidores estão a comprar de forma mais inteligente em todas as categorias. É mais do nunca im-
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Compreender o viajante-consumidor NextGen análise 27
O estudo permite aos profissionais serem inovadores e providenciarem aos clientes as ferramentas e tecnologias que satisfazem as necessidades finais dos NextGen portante propor uma oferta diferente e criativa. A diferenciação sempre foi importante nas viagens e para os NextGen é mais importante do que nunca.
Apoio 24/7 Apesar de se sentirem conhecedores, os NextGen irão sempre aceitar apoio desde que se sintam em controlo. A utilização de uma agência de viagens é menos popular porque eles gostam de encontrar as suas próprias soluções. Mas apesar de estarem sintonizados para a aventura e para serem exploradores, os NextGen querem sentir-se confortáveis e em segurança sabendo que se tiver problemas existe alguém que os pode ajudar.
Experiência de canal sem problemas Os consumidores sentem-se mais confortáveis quando combinam o “melhor dos dois mundos”. Eles são “agnósticos” no que diz respeito aos canais. Procuram a velocidade e a conveniência de uma compra online, juntamente com uma experiência social mais abrangente e satisfatória. Procuram uma experiência de consumidor que seja total e enriquecedora, bem como um ambiente “touch and feel” que seja estimulante, que os transporte para um “mundo diferente”. A segunda tendência - Social interaction – diz respeito à essência de vida dos NextGen que é a socialização. Estes consumidores gostam de estar em contacto com os outros, de partilhar experiências e hobbies que refletem a forma como querem ser vistos pelos seus pares. Os canais móveis permitem uma ligação 24/7 ao seu estilo de vida e o acesso a informação ilimitada traz grandes implicações ao retalho, principalmente nas viagens.
Personalidade projetada Os viajantes não pretendem ser apenas um número, eles querem ser avaliados como indivíduos. Eles têm “personalidades online” que mostram através de fotos, amigos, interesses e hobbies. Os consumidores estão mais transparentes do que nunca e compreendê-los e criar ligações a eles é uma possibilidade real.
e fóruns são uma plataforma para a comunicação entre marcas, colegas e especialistas que podem dar conselhos decisivos nas compras.
Manter-se ligado Para os consumidores de hoje, abunda um mundo de oportunidades. Os consumidores exigem uma interação numa base regular tal como têm com os amigos. As marcas devem fazer parte do seu círculo social e ser o seu amigo “vai para” em qualquer questão relacionada com viagens.
Além fronteiras O custo de utilização de um aparelho móvel no estrangeiro é uma barreira para os viajantes que estão sempre ligados. Enquanto existirem estas limitações, dar oportunidades aos viajantes de poder manter-se ligado a conteúdos irá criar clientes felizes. Isto inclui disponibilizar informação que possam descarregar previamente, que esteja disponível offline, ou que seja ‘leve’ para utilização limitada de dados no estrangeiro.
Cocriação A colaboração positiva entre os viajantes NextGen e as marcas pode levar a uma maior experiência global. Uma vez que os NextGen têm a sua própria opinião sobre o que faria a sua viagem perfeita, as marcas podem ajudar ao acrescentar valor através da colaboração com o consumidor de uma forma pessoal.
Inspiração – não imposição Os viajantes NextGen sabem o que querem, mas estão também abertos a ideias e sugestões. À semelhança da cocriação, dar inspiração sobre o que eles podem fazer diferente do turista típico é a melhor forma de criar laços fortes e longos.
Autenticidade A imperfeição é a nova perfeição. Quando os viajantes visitam um novo lugar, querem ter a melhor experiência local possível. Não querem ser rotulados como turista. Permitir aos viajantes ligarem-se a pessoas ao nível local irá preencher a necessidade de autenticidade.
Satisfação pessoal e crescimento Todas as experiências devem preencher as necessidades e expectivas de uma pessoa. Como os NextGen anseiam pela singularidade, a oportunidade de se melhorarem a eles próprios torna-se mais atraente. Proporcionar uma base para os NextGen conseguirem prazer pessoal é essencial na satisfação das suas necessidades. Ser capaz de indicar excursões únicas e joias escondidas nos destinos irá desenvolver a relação, a duração e a lealdade.
Conteúdo personalizado de marca
Social Media é o ‘assistente pessoal’ da sua vida social
Finalmente a terceira tendência: Uniqueness search. Encontrar o que não foi encontrado, contar o que não foi contado, a procura pela singularidade. Os NextGen querem produtos, serviços, experiências e informação que traga ‘algo de diferente’ e que não duplique aquilo que eles já sabem ou conhecem. Querem conteúdo especialmente feito para eles e não para consumo das massas. n
As redes sociais informam os NextGens sobre notícias relevantes, permitemcompartilhar fotos, comunicar com amigos, convidar outras pessoas para eventos. Os blogs
Monica Clemente Manager, Global Marketing Research Amadeus
Envolver os viajantes com conteúdo pessoal. O sucesso não pode ser medido pelo número de likes/seguidores que uma marca tem, mas sim pela ligação com o seu público. Os viajantes querem conteúdo que agregue valor e que os apoie como um amigo num grupo. Essa interação personalizada é essencial para a construção de uma relação.
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28 análise Mercado de wellness
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Mercado de wellness vale 439 mil milhões de dólares
Viajar nem sempre foi compatível com saudável mas isso está a mudar Viajar pode ser mau para a saúde. O stress dos aeroportos, aborrecimentos com o transporte, o jet lag e dormir mal, interromper a rotina de exercícios e os excessos na alimentação, na bebida, na exposição ao sol podem deixar um viajante em stress e menos saudável depois de uma viagem.
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m recente estudo da Universidade de Columbia sobre viajantes de negócios concluiu que as viagens frequentes e extensas poderiam aumentar os fatores de risco cardiovascular (como a obesidade, hipertensão, colesterol elevado). Esta conclusão é considerada irónica porque muitas pessoas anseiam por viajar para terem uma oportunidade de recuperar e de se libertarem do stress. Aliás uma pesquisa SRI Internacional pediu aos consumidores para dizerem o que fazem para manter/melhorar o seu bemestar pessoal e a resposta “ tirar umas férias “ estava entre as cinco principais atividades escolhidas. Cada vez mais pessoas prestam atenção à sua saúde, querem cada vez mais, manter os seus hábitos saudáveis quando viajam pelo que um segmento crescente de viajantes estão a fazer viagens voltadas especificamente para manter e melhorar a sua saúde e bem estar e isso está a impulsionar o crescimento do turismo de bemestar, diz a SRI International. Um novo estudo económico global sobre turismo (The Global Wellness Tourism Economy) apresentado no primeiro congresso global de turismo de bem-estar (Global Wellness Tourism Congress, GWTC), em Nova Deli, indica que o turismo de bem-estar representa actualmente um mercado de cerca de 439 mil milhões de dólares, cerca de 14% das receitas totais do turismo que são aproximadamente 3,2 biliões. Para o segmento é esperado um crescimento médio anual de 9,9% durante o próximo lustro, cerca do dobro do crescimento do turismo em geral, devendo as receitas chegar aos 678,5 mil milhões de dólares até 2017, representando 16% do total de receitas turísticas. O estudo da SRI Internacional e comissionado pela Global Spa & Wellness Summit (GSWS) pretendeu explo-
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rar o turismo de bem-estar para perceber o seu impacto global. Os objectivos do estudo passaram por diversos pontos fundamentais, designadmente a definição do turismo de bem-estar, as características dos viajantes, motivações, atividades e negócios associados, medir a dimensão do turismo de bem-estar e o seu crescimento bem como estimar o seu impacto económico. O estudo pretendeu ainda incentivar uma investigação mais aprofundada do turismo de bem-estar como um componente importante das indústrias de turismo mundiais, nacionais, regionais e locais e descobrir como a indústria de spa pode assumir um papel de liderança neste mercado. O estudo também destacou que mais de metade do crescimento do turismo de bem-estar até 2017 virá dos mercados da Ásia, América Latina, África e do Oriente Médio/Norte e que a Índia será o número 1 a nível mundial ao longo dos próximos cinco anos, marcando um crescimento superior a 20% até 2017. Os turistas de bem-estar gastam em média, mais 130% do que o turista médio global.
Conclusões - Percentagem total de viagens: Embora o turismo de bem-estar representar cerca de um em cada sete dólares gerados pelo turismo doméstico e internacional (ou 14%), representa 6% ou 524,4 milhões das viagens internacionais ou domésticas. - Impacto poderoso no Emprego e Economias: Turismo de bem-estar é diretamente responsável por 11,7 milhões de empregos que têm um impacto na economia
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Características dos Turistas de wellness Os turistas de bem-estar têm alto rendimento e gastam 130% mais do que o turista normal
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• O segmento de viajantes internacionais com objetivo principal wellness representam o segmento menor, mas gastam mais por viagem (cerca de 2.066 dólares)
2.000 1.750 1.500
• O segmento dos viajantes domésticos com objetivo secundário wellness constitui o segmento mais alargado, mas gastam menos por viagem (cerca de 680 dólares)
1.250 1.000
s
750 500
• Atualmente os turistas de wellness têm tendência para serem de meia-idade, com posses, com formação e oriundos de países ocidentais ou industrializados
250 0
• Os principais mercados emissores de Turistas de wellness estão na Europa e nos Estados Unidos Turista Internacional normal
Turista Turista internacional internacional com objetivo com objetivo principal secundário wellness wellness
Turista doméstico normal
Turista doméstico com objetivo principal wellness
Turista doméstico com objetivo secundário wellness
• O crescimento do wellness vai ser impulsionado por países e consumidores da Ásia, Médio Oriente e América Latina
O turista internacional com objetivo principal wellness gasta cerca de 65% mais por viagem do que um turista internacional normal O turista doméstico com objetivo principal wellness gasta cerca de 150% mais por viagem do que o turista doméstico normal
de 1,3 biliões de dólares ou 1,8% do PIB mundial em 2012. - Turistas de alto rendimento: O turista de bem-estar gasta em média mais 130% do que o turista genérico. Um turista internacional gasta em média mais 65% por viagem do que a média do turista internacional. Os turistas domésticos de wellness gastam cerca de 150% mais do que a média do turista doméstico. - Mercado ‘primário’ de wellness versus Mercado ‘secundário’ de wellness: O primeiro foi definido pela SRI como o que faz uma viagem apenas por motivo de bem-estar. O segundo inclui a atividade de bem-estar como parte da viagem. Estes últimos correspondem, sem surpresa, à grande maioria (87%) das viagens de bem-estar e a 86% dos gastos. Enquanto os turistas de wellness gastam muito mais que a média dos turistas internacionais ou domésticos, o viajante que inclui o wellness como parte da viagem gasta muito menos que o ‘primário’. - Turismo Wellness doméstico é dominante: Embora as autoridades oficiais de turismo tendam a colocar o foco nas entradas de turistas internacionais, o turismo de bem-estar doméstico é significativamente maior do que o seu equivalente internacional, representando 84% das viagens de turismo de bem-estar e 68% (ou 299 mil milhões dólares) das despesas. As entradas de turistas internacionais por motivo de bem-estar de entrada representam um mercado 139 milhões de dólares (32%).
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- Europa e América do Norte dominam... por agora: Mais de 50% do crescimento estimado para o turismo de bem-estar até 2017 virá da Ásia, América Latina e Oriente Médio/Norte da África. O estudo da SRI concluiu que o viajante de bem-estar típico de hoje é bem-educado, bem sucedido, de meia-idade e vem de países ocidentais e industrializados. Os mercados emissores da Europa e da América do Norte impulsionam o segmento de turismo de bem-estar internacional, com cinco países como os Estados Unidos, Alemanha, Japão, França e Áustria, a representarem atualmente 63% do mercado global. Além disso, os EUA, França, Áustria, Alemanha e Suíça são os destinos que mais recebem turistas internacionais com motivação de bem-estar. Os países com mais viagens domésticas de bem-estar são os EUA, Alemanha, Japão, China e França. - Turismo de SPA é importante mas não representa a maioria: O turismo de Spa é um elemento central do turismo de bem-estar (41%), mas as receitas do turismo de bem-estar não relacionadas com SPA, como por exemplo, hotéis saudáveis e cruzeiros, termas, retiros de fitness, ioga ou de lifestyle, viagens em parques, restaurantes orgânicos e naturais e outras formas saudáveis de consumo em alojamento e lojas representam 59% do mercado. n SRI International / The Global Wellness Tourism Economy
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Joana Vasconcelos
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Arte tem e pode ter mais impacto no turismo Ponto Turismo - Nos últimos anos tem vindo a notar-se uma maior aproximação entre as artes, nas suas diversas vertentes, e o turismo. Acha que a arte pode ter impacto e ajudar a promover o turismo de um determinado destino? De que forma? Joana Vasconcelos - A arte tem e pode vir a ter ainda mais impacto no turismo. Eventos como a Documenta em Kassel, a Bienal de Veneza, as exposições de arte contemporânea no Palácio de Versailles, ou o impacto de instituições como o Museu do Prado, o Louvre, a Tate Modern, o MoMA, os diferentes museus Guggenheim espalhados pelo mundo, e muitos outros museus são um apelo muito importante para o turismo. O Guggenheim de Bilbao é um excelente exemplo, pois colocou no circuito turístico internacional uma cidade até aí pouco visitada. Um país ou uma cidade com ambição forte ao nível da oferta turística deve apostar sem hesitações na arte. P. Turismo - Que tipos de sinergias podem surgir da interação da arte com o turismo para que ambos possam ganhar? J.V. - O forte apoio à arte por parte de todas as entidades ligadas ao turismo é fundamental. Apoiar as nossas instituições e os nossos artistas na realização de exposições e eventos de qualidade traz benefícios para todos. Um bom exemplo é a exposição que realizei no Palácio de Versailles. Tivemos mais de 1,6 milhões de visitan-
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“A presença de Portugal ao mais alto nível só pode beneficiar a imagem do nosso país no mundo” tes numa exposição que é hoje a mais visitada de Paris nos últimos 50 anos. As minhas obras expostas em Versailles, faziam uso do artesanato de Nisa, do Ponto de Portalegre, Arraiolos, croché dos Açores, das cerâmicas do Rafael Bordalo Pinheiro; contámos também com o trabalho e preciosa colaboração da Fundação Ricardo Espírito Santo, do chef José Avillez, da Mariza, ou da Vista Alegre. Tenho a certeza que o impacto internacional positivo da exposição beneficiou muito a imagem do nosso país e produziu e continuará a produzir resultados para o turismo em Portugal.
FOTO: SHY ADAM/TEL AVIV MUSEUM OF ART
FOTO: BRUNO PORTELA
P. Turismo - Considera que existe uma relação direta entre o que as obras poderão representar e o desejo de viagem? Ou seja, o facto da Joana ‘explorar’ símbolos de portugalidade, como a filigrana ou a renda, cria alguma apetência para os turistas quererem conhecer mais sobre isso ou sobre o País? J.V. - Sem dúvida. Aliás, recebo no meu atelier um número considerável de pessoas que decidiram visitar Portugal porque viram a minha obra algures no mundo. Alguns ficam pelo interesse particular na obra, mas outros procuram explorar as origens dos materiais que integro, visitando os locais e muitas vezes adquirindo ou encomendado esses mesmos materiais para si. Estes elementos, mesmo quando se encontram deslocados ou descontextualizados – como acontece quando são utilizados na composição de obras de arte -, despertam um interesse muito grande pela sua origem. P. Turismo - Qual é a sua opinião sobre a relação que o turismo português tem com a arte atualmente? J.V. - Há bons exemplos, mas podemos e devemos melhorar ainda mais essa relação. É sobretudo necessário maior abertura, visão e disponibilidade. Por vezes as linguagens e os objetivos comuns dos dois campos podem não ser óbvios, mas se o decisor na área do turismo tiver visão, abertura e coragem podemos aprofundar esta relação com resultados verdadeiramente excecionais e com claro benefício para todos.
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P. Turismo - O que é que falta a Portugal para que tenha mais visitas a exposições e museus, falta uma cultura de hábito de ir a museus? Por outro lado, o que pode ser feito nos museus e exposições que os tornem mais atrativos para o local e o turista? Qual é a sua opinião? J.V. - Tem subsistido a ideia de que o público português não tem interesse em exposições de arte, e em particular de arte contemporânea, mas há bons exemplos que desmentem esta tese. As longas filas que eu vi no Museu Berardo aquando da minha exposição em 2010, ou, mais recentemente, no Palácio da Ajuda, demonstram que há muito interesse Impõe-se a urgente renovação do modelo de atuação no setor cultural. O atual modelo tem mantido as instituições num estado letárgico e com limitada capacidade de ação. O estado crónico de subfinanciamento tem vindo a agravar-se de forma dramática. Ora isto não faz sentido. Temos ótimos artistas e instituições capazes de produzir boas exposições e captar novos públicos e sabemos também que a arte tem um impacto muito positivo em todos os setores, inclusivamente na economia. A renovação das instituições e o seu financia-
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mento (publico e/ou privado) devem ser assumidos de forma convicta porque se trata de um investimento e, mais uma vez, sublinho a particular mais valia para o turismo. P. Turismo - A Joana é uma autêntica embaixadora da arte em Portugal e a prova está no sucesso que as suas exposições têm em qualquer ponto do mundo. Sente que as suas obras estão a contribuir para a promoção de Portugal no estrangeiro? Em que medida? J.V. - Sem dúvida. A exposição no Palácio de Versailles; o Trafaria Praia, Pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza; ou as recente exposições no Tel Aviv Museum of Art (“Lusitana”) e no Grand Palais (“Miss Dior”/organizada pela DIOR) provam-no. Tiveram uma receção entusiástica por parte do público e um impressionante mediatismo à escala global. A presença de Portugal ao mais alto nível só pode beneficiar a imagem do nosso país no mundo. P. Turismo - Considera que é suficiente o “aproveitamento” que está a ser feito dos artistas na promoção do destino Portugal ou é preciso fazer mais? Se sim, o quê? J.V. - É sempre possível fazer mais. O apoio a projetos artísticos de qualidade internacional, respeitando sempre a liberdade artística produzem resultados excelentes para a imagem de um país e por isso deveria ser mais programático e efetivo. n
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32 lifestyle Sauna fria
Sauna a -110ºC
Nova opção para os wellness centres? FOTOS: SPARKLING HILL
Quando se fala em sauna normalmente associamos a calor, muito calor. “Está uma sauna” dizemos no verão quando entramos numa sala com janelas fechadas em que o sol entra, mas a verdade é que não existem apenas saunas quentes. Também existem as chamadas “saunas frias”, muito frias, com temperaturas de -110 ºC - sim, -110ºC… não é engano – com grandes virtudes para a saúde e que podem ser uma nova opção para os wellness centres dos resorts turísticos.
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tratamento pelo frio não é novo, quem é que ao torcer um pé ou fazer uma nódoa negra não recorreu ao gelo para aliviar inchaços e dores? Também na cosmética o tratamento pelo frio é utilizado para efeito de rejuvenescimento ao dar uma maior firmeza à pele e inclusive de emagrecimento. Mas esses são tratamentos locais, restringem-se a uma zona corporal. No resort Sparkling Hill, um hotel e wellness centre com mais 3,5 milhões de cristais Swarovski, em Vernon no Canadá, o tratamento é de corpo inteiro e chama-se Crioterapia de corpo inteiro (Whole Body Cryotherapy). O ambiente é frio, mas confortável, estando os resultados para a saúde mais do que provados. Procurada sobretudo por atletas de alta competição a tendência estendeu-se também a outros clientes e, hoje em dia, o bem-estar que as sessões de sauna gelada provoca tem atraído clientes de segmentos que vão além do desporto e da medicina. Paul Bradshaw, fisioterapeuta no KurSpa do Sparkling Hill Resort explicou à Ponto Turismo: “Sim temos muitos atletas e doentes que utilizam a sauna gelada como terapia. Surpreendentemente uma grande percentagem dos nossos clientes querem experimentar a sauna fria. É uma experiência revigorante e energética. Até tivemos clientes que fizeram uma série de sessões de sauna fria só porque gostaram de como se sentiram no final do tratamento. Nós até brincamos e dizemos que uma sauna fria resulta
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melhor a acordar as pessoas e a dar energia do que ‘shots’ de café expresso”. As saunas frias foram desenvolvidas pelos reumatologistas japoneses nos anos 80 que procuravam um tratamento alternativo para a artrite e que depois foram exportadas para a Europa. Os médicos procuravam um tratamento de corpo inteiro, não-farmacológico, que reduzisse a inflamação e o inchaço que causa dor e limita os movimentos nos doentes com artrite. A lista de doenças e problemas de saúde que podem ser melhorados com a crioterapia é infindável e vai desde a artrite, problemas com sono, depressão, articulações, ciática, stress. Os desportistas utilizam-na para recuperar os músculos e de lesões depois de uma competição. Embora tenha benefícios, o tratamento não é aconselhado para todos. Quem tiver sofrido um ataque cardíaco nos últimos seis meses, hipertensão que não esteja controlada e outras patologias. De qualquer forma, antes de iniciar os tratamentos, o cliente é avaliado pelos terapeutas e respondem a um questionário sobre o seu historial clínico. Normalmente o tratamento é composto por duas sessões/ dia durante cinco ou dez dias seguidos para benefícios a longo prazo. A sauna fria utiliza o ar para arrefecer o corpo, encolhendo os vasos sanguíneos o que faz aumentar a circulação do sangue e, deste modo, reduzir a inflamação.
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Sauna fria lifestyle 33
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O bem-estar que a sauna gelada provoca tem atraído clientes de segmentos que vão além do desporto e da medicina
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Durante o tempo que estão na câmara de -110ºC, o corpo liberta endomorfina o que pode resultar em analgésico, por conseguinte em alívio imediato das dores. É mais vantajosa do que a utilização de água gelada ou duche gelado uma vez que estes trazem riscos acrescidos para quem sofre do coração ou problemas circulatórios, além da hipotermia. “Utilizamos ar frio para arrefecer o corpo. O ar frio tem várias vantagens sobre a água fria: Em primeiro lugar nós conseguimos fazer o ar muito mais frio do que a água o que resulta num menor tempo de tratamento, três minutos no máximo versus 10 a 15 minutos. Em segundo lugar, a imersão em água fria é perigoso para algumas pessoas pois retira o calor do corpo ao mesmo tempo que este tem o choque da imersão em água. O ar frio permite ao corpo trazer o sangue quente de volta para o coração e isto resulta numa reação anti-inflamatória muito poderosa. Em terceiro lugar, a sauna fria é melhor tolerada porque não há humidade ou vento na câmara para fazêla parecer mais fria do que é”. Em Sparkling Hill o tratamento utiliza um sistema de três câmaras. A primeira câmara está calibrada para -15 ºC, a segunda está nos -60ºC e a terceira marca os -110ºC. As primeiras duas câmaras servem para tirar a
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humidade e o calor do ar para que a terceira câmara se mantenha sempre seca e fria. As pessoas, que fazem os tratamentos em roupa ligeira, mas com a boca e nariz coberto com uma máscara e com pés, mãos e orelhas protegidos, passam cerca de cinco segundos em cada uma das duas primeiras e dois ou três minutos no máximo, na terceira. Uma vez dentro da terceira câmara, os clientes devem circular, mexendo os dedos e rodando os braços lentamente. Todo o tratamento é monitorizado por um terapeuta. Demora cerca de dois a três minutos para a superfície do corpo descer aos 5ºC deixando a temperatura do interior na zona de conforto. Paul Bradshaw diz que é importante estar relaxado enquanto se está dentro da sauna porque quanto mais tenso está o corpo mais frio se sente e lembra que tanto a porta como as parede estão geladas e por isso convém ter cuidado e não roçar a pele nas paredes nem lamber os lábios. Qualquer peça de roupa que entre, em particular, as meias, devem estar absolutamente secas para prevenir o excesso de humidade que pode provocar queimaduras. A câmara também fica enevoada porque nós somos quentes e húmidos e por isso ao exalarmos, o ar fica enevoado como se tratasse de um dia frio de inverno. O tratamento é interrompido caso os clientes sintam tonturas, enjoo ou com dor de cabeça, diz ainda Paul Bradshaw que avisa ainda que é normal e é bom que aconteça que durante o tratamento o corpo trema intensamente. “Não é preocupante. É a forma que o nosso cérebro tem de nos avisar que está frio”. Depois de sair da sauna a temperatura da pele desceu dos normais 33 ºC, para os 5ºC. “É importante não aquecer o corpo rapidamente. O corpo humano geralmente não reage bem a uma alteração drástica de temperatura novamente”, diz o fisioterapeuta que recomenda que nos 45 minutos seguintes o corpo não dever ser aquecido artificialmente, isto é através de banhos turcos, saunas normais, piscinas, bebidas quentes. “Aquecer o corpo rapidamente pode provocar tonturas, enjoo e até desmaios. Deve-se exercitar ligeiramente para ajudar a circulação do sangue quente pelo corpo”. n
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34 viagem de: Ruben Alves
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Ruben Alves
“Viajar é vital para a minha criação, é a minha comida” Ponto Turismo - Qual foi até agora, a viagem da sua vida? Ruben Alves - A viagem da minha vida foi a primeira vez no Brasil tinha 16 anos... Ponto T. - O que foi que mais o impressionou nessa viagem? R.A. - A alma das pessoas. Estava no interior do país, na aldeia e era Carnaval! A alegria do povo à espera da festa para dançar, conviver... E as cores! A terra vermelha e a floresta muito verde. Parecia um quadro. Ponto T. - O que é para si viajar e que importância dá às viagens ? R.A. - Viajar para mim é enriquecer! Descobrir outras culturas, outras emoções nas pessoas, outras maneiras de pensar e de olhar para a vida. Eu vivo para isso. Adoro viajar e preciso disso para o meu trabalho. Para que as minhas histórias tenham algo de universal...
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Ponto T. - Costuma ‘beber’ inspiração nos diversos destinos para os seus projetos? As viagens têm um papel no seu processo criativo? R.A. – Sim, como dizia antes! Viajar é vital para a minha criação, é a minha comida...
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Ponto T. - Quando viaja recorre a um agente de viagens ou constrói a sua própria viagem? R.A. – Sou eu que faço a minha própria viagem à medida. Muitas vezes tenho amigos espalhados pelo mundo e encontro-me com eles durante as minhas viagens. Gosto de construir a minha viagem mas também adoro a improvisação e deixar-me ir pelo país, com as pessoas que encontro...
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COPYRIGHTS JULIEN PANIE
Ponto T. - Gosta de construir a sua viagem, mas também adora improvisar e deixar-se levar pelo país, pelas pessoas que encontra...Há algum episódio desse género que queira partilhar? R.A. - Todas as minhas viagens partem de uma organização prévia mas depois vão mudando em função dos encontros que vão ocorrendo, ao sabor dos acontecimentos... Por exemplo na minha última viagem em África, à Costa do Marfim, fiquei em casa de uma amiga e ficámos uma temporada numa cabana à beira-mar. Entretanto ela teve de regressar para trabalhar e eu, como encontrei uns africanos maravilhosos, fiquei três dias com eles na aldeia típica deles e ir à festa local do ano, etc...
Todas as minhas viagens partem de uma organização prévia mas depois vão mudando em função dos encontros que vão ocorrendo, ao sabor dos acontecimentos...
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Ponto T. - Qual é a sua viagem de sonho e porquê? R.A. - A viagem que estou mesmo à espera é à Ásia, mais precisamente ao Japão! Quando viajo gosto de desligar da minha realidade e acho que no Japão não terei referências e gosto da ideia do incógnito. A sensação de estar lost in translation, gosto muito. E como esta cultura é muito diferente da nossa ocidental acho muito interessante viver isso. Não só nas grandes cidades como Tóquio mas também nas aldeias japonesas... E também uma longa viagem a talvez Tailândia, Nepal, Cambodja, Laos... É uma vontade enorme que vou concretizar um dia... Ponto T. - Acha que um filme pode ser uma viagem? Porquê? R.A. - Claro que sim! São encontros com novas pessoas e partilha de emoções. O período das filmagens é muito forte: tem princípio e fim claro... E toda a gente se despede como no final de uma viagem... n
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