POPmagazine - dezembro 2009/janeiro 2010

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Enfim, pronta a nova edição da POPmagazine, sinto-me aliviada e muito, mais muito orgulhosa mesmo, mas não apenas por mim e pelo meu trabalho, mas também pelo trabalho de todos nós.

O conceito básico dessa revista é levar informação séria, entretenimento e alegria. Nossa intenção é fazer uma revista limpa de conteúdo leve e divertido.

Sei o quanto isso soa demodê, mas é a mais pura verdade.

Não temos a pretensão de sermos os melhores do mundo, ainda, mas nos esforçaremos para chegarmos o mais perto possível.

Cada uma dessas pessoas, que a meu convite integram essa nova fase da POPmagazine foram escolhidas por dois simples critérios, amor e respeito mútuos que sentimos uns pelos outros. E a revista ainda irá crescer, novas colunas irão surgir, novos tipos de informação estarão à disposição.

Aguardamos os comentários, as sugestões e as críticas, via Twitter ou email . À todos um Feliz Natal, e um 2010 repleto de boas energias, com muito amor e paz. Beijos, Andréa Alves


Por Nágila Câmara

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A caminho do mar A história do biquíni, o mais brasileiro dos trajes Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, como já dizia Jorge Ben Jor nos versos da música “País Tropical”, seria uma das explicações para o Brasil ser um dos maiores exportadores mundiais de biquíni e, as brasileiras, uma das maiores consumidoras. A vasta extensão litorânea, a enorme quantidade de praias banhadas pelo oceano Atlântico, as cachoeiras, os rios, lagos, e até as piscinas naturais e artificiais, tudo contribui para o desfile dessas peças que estão cada vez mais diversificadas. E, é claro, o clima também não pode ser esquecido. Mas quem pensa que o biquíni é uma criação nacional, está enganado. Foi na França que surgiram os primeiros modelos.

Os quatro triângulos Inicialmente, Jacques Heim elaborou uma peça chamada “atome” (átomo), descrevendo-a como “o menor maiô do mundo”. Em seguida, Louis Réard, também francês, criou duas peças separadas, uma para cobrir o busto e a outra para cobrir a parte inferior do tronco. Louis chamou a invenção de “bikini”, associando-a com os testes nucleares realizados pelos Estados Unidos no atol de Bikini, em 1946, no oceano Pacífico. Essa associação ocorreu porque o biquíni era considerado uma verdadeira bomba para a época, pois, até então, as mulheres usavam trajes de banho menos ousados, que não marcavam o corpo e não mostravam o umbigo. Antes de sua primeira apresentação ao público, em 26 de Junho de 1946, a peça já causava polêmica, nenhuma modelo queria vestila. Então, coube a corajosa stripper Micheline Bernardini, exibir o modelo confeccionado em algodão com a estampa imitando a página de um jornal. A polêmica continuou, as mulheres se recusavam a usá-lo e ele foi censurado em alguns países, como Portugal, Espanha, Itália e outros. A aceitação do traje veio gradualmente na década de 50, quando atrizes de cinema e pin-ups americanas começaram a divulgá-lo. Em 1956, a atriz Brigitte Bardot exibiu um modelo xadrez de tecido vichy enfeitado com babadinhos, no filme “E Deus Criou a Mulher”, ajudando a popularizar a peça. Alguns anos depois, foi a vez da bond girl Ursula Andress, que apareceu nas telonas vestindo um sensual biquíni, no filme “007 contra o Satânico Dr. No”. Brigitte, Ursula e Ava Gardner foram umas das principais incentivadoras do traje, além de aparições em filmes, elas exibiam fotos por toda parte, transformando-o em ícone de moda.

No Brasil, o maiô de duas peças chegou no final da década de 50 e era usado, a princípio, por vedetes, como Carmem Verônica e Norma Tamar, que atraíam os olhares de todos os que passavam nas areias em frente ao Copacabana Palace. Em 1961, o presidente Jânio Quadros, dentre outras medidas, proibiu o uso dessa peça, considerada por ele e por muitos, indecente. No ano seguinte, era a coisa mais linda que eles já viram passar, surgiu a Garota de Ipanema, Helô Pinheiro desfilando pelas areias cariocas e inspirando Tom Jobim e Vinícius de Moraes a criarem a canção. A partir de então, não demorou para as brasileiras adotarem o traje e esbanjarem toda a sua sensualidade, principalmente, nas praias do Rio de Janeiro, passarelas da moda praia nacional. Em 1964, o topless foi inventado por Rudi Gernreich, um designer norte-americano, excluindo a parte de cima do biquíni e deixando os seios à mostra. Mes-

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mo a moda não obtendo tanto sucesso por aqui como em países europeus, Prestes Maia, prefeito de São Paulo na época, proibiu a prática do topless em piscinas públicas. Nesse mesmo período, um modelo bastante usado foi o “engana-mamãe”, na frente era uma espécie de maiô, com uma tira ligando as duas partes da peça, e atrás, era um biquíni. Ainda nos anos 60, o material usado na fabricação dos trajes de banho foi substituído por tecidos mais leves e de secagem rápida, ganhando ajuste perfeito ao corpo. Na década de 70, a modelo Rose di Primo torna-se a musa da tanga das praias cariocas, quando aparece com esse modelo menor na parte inferior da peça. Mas, a polêmica maior foi causada pela atriz Leila Diniz, que grávida de sete meses, desfilou num minúsculo biquíni. A imagem de Leila simbolizou a liberação e libertação feminina. Os modelos mais usados, nessa década, eram os lisos na calcinha e estampados no sutiã. As mulheres ousaram, e novas tendências apareceram ao decorrer dos anos 80. O culto ao corpo incentivou os modelos asadelta, enroladinho, com laços nas laterais e, principalmente, o fiodental, reduzindo ainda mais a 06

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peça inferior. Já os sutiãs eram bem torcidos, sem estruturas no bojo, e o modelo cortininha ganhou espaço. Os tons eram fortes, em cores como verde-limão e rosa-pink, também havia muito brilho. Algo contraditório na época dos biquínis pequenos foi o surgimento do modelo sunquíni, de cintura baixa e bem largo, lembrando a sunga, traje de banho masculino. A musa das praias cariocas era Monique Evans, que adorava o modelo fio-dental e era adepta do topless. Logo depois, na década de

90, para ir à praia a mulher precisava levar inúmeros acessórios, como canga, chinelos, óculos, saída de praia, bolsa colorida, chapéu, toalha, entre outros. A estampa de camuflagem e o lacinho do biquíni para fora do short viraram moda. Com o avanço da tecnologia, nesse período, os tecidos ficaram mais resistentes e a possibilidade de estampas diferentes e modelos cada vez mais variados aumentou, fazendo com que os produtos de moda praia brasileiros atingissem sucesso no exterior. Atualmente, existem biquínis de todos os tipos, sofisticados, com pedras e brilhos, rústicos, com cordas e macramés, tomaraque-cai, que amarram na frente, que amarram atrás, enfim, é uma mistura de modelos antigos com novos modelos, e existem até aqueles capazes de levantar os seios e o bumbum. A durabilidade das peças é maior e o tecido tecnológico protege contra os raios ultravioletas, além de impedir a proliferação de bactérias, pois seca rapidamente. Com toda essa infinidade e disponibilidade de modelos, com o Brasil lançando as tendências de moda praia e com essa enorme quantidade de belezas naturais, mulheres, peguem seus biquínis e aproveitem!


Pelo contrário, o que vale é a saúde, é sentirse bem com o corpo sem precisar passar por processos dolorosos e que muitas vezes danificam esteticamente e mentalmente. O que vale é sair por aí de biquíni, sem se importar com o que as pessoas vão falar, com quais defeitos vão encontrar no seu corpo, afinal, é fácil atingir a perfeição após um banho de Photoshop. O que vale é encontrar um biquíni proporcional e compatível, curtir a beleza das águas, o som do mar, o toque da areia, a queda das cachoeiras e até mesmo o cloro das piscinas. O que vale é querer que o verão chegue, é querer que ele dure o ano inteiro, mas sem sofrimentos, sem seguir padrões impostos, sem conceitos pré-definidos estabelecendo relações entre beleza e magreza, e sim pensar em beleza e saúde, pensar no verdadeiro bem-estar.

Além das aparências O verão aproxima-se, o desespero aumenta. Mulheres fazendo loucuras para estarem com o corpo perfeito. Da academia ao salão de beleza, do salão às clínicas de estética, das clínicas de estética aos consultórios de cirurgiões plásticos, automutilação. Tudo para caber no biquíni e exibir todo o seu esforço nos clubes, nas praias, ou seja lá onde for.

Um pedaço de pano, um simples pedaço de pano, que possui significados diferentes, tamanhos, modelos, estampas, cores, acessórios, tudo é diferente, inclusive as pessoas que o usam. Por isso, respeite as diferenças, respeite o seu corpo e o corpo dos outros. O mais brasileiro dos trajes é realmente como o Brasil, mesclado, alegre, que agrega variações, variações infinitas.

Para muitas, o biquíni tornou-se apenas isto, objeto para exibição do corpo, sem gordurinhas em parte alguma. Toda uma projeção de aparências, apenas aparências. Logo ele que foi símbolo da liberação feminina, ele que proporcionou a mulher maior comodidade e liberdade nas praias, ele que surgiu como o efeito de uma bomba atômica e causou tantas polêmicas. Degradação. A peça chamada de indecente volta as suas origens preconceituosas, não é mais divertida, não é mais livre, é simplesmente reprodução da vulgaridade de algumas e exibicionismo de outras, padrão de moda, esqueletos humanos. Sem apologias à obesidade e, muito menos, à magreza - tão aclamada na sociedade moderna. POP magazine

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Janaína Jacobina é jornalista, repórter e apresentadora de TV. Desde muito nova está ligada ao universo da beleza, aos 12 anos, iniciou carreira como modelo, participando de campanhas publicitárias no Japão, na França, na Itália e no Brasil. Em algumas campanhas, desfilou e foi fotografada trajando moda verão, encarando com muito profissionalismo e naturalidade. Para ela, o biquíni é apenas um pedaço de pano que não muda sua atitude, embora acredite que, para muitas, ele é um grande vilão. Seus modelos preferidos variam, dependendo da ocasião de uso. Acredita, ainda, que a mulher brasileira é o grande diferencial por trás do traje, sendo ela, a responsável pela elevação da cobiça por peças nacionais no exterior. No Brasil é grande a diversificação nos modelos de biquíni. Qual é o seu preferido? O meu biquíni preferido? Depende da ocasião. Se for para tomar sol, não gosto de marquinhas gigantescas (aff), não abro mão do tradicional cortininha, com a parte de baixo pequena (inclusive mandei fazer os biquínis de tomar sol). Agora, se for um passeio de barco, piscina com amigos, brincar na areia, prefiro outros modelos, como os com a parte de cima mais larguinha, sinto mais segurança em meus movimentos. A criação do primeiro biquíni foi considerada uma ousadia para época. Você acha que isso afirmou uma certa independência da mulher? Talvez. Certamente o biquíni foi um “grito feminino”. Por outro lado, o grande vilão! Em busca do “corpo perfeito” para o verão, muitas mulheres chegam a ter anorexia, entre outras doenças do tipo. Ainda com outro olhar, o biquíni, se não for bem escolhido, é o caminho que muitas optam para a vulgaridade. Os biquínis usados no exterior são maiores que os usados aqui. Por que as brasileiras gostam tanto de biquínis menores? No meu caso, para tomar sol prefiro os menores, por causa das marquinhas (não gosto!). Mulher brasileira, geralmente, é bem mais malhada, um exemplo disso são as prais no Rio de Janeiro. Raramente você encontra uma jovem gordinha circulando pela orla. A maioria das mulheres possui uma peça de biquíni ou maiô em seu armário. Você acredita que essas peças já atingiram o mesmo nível de importância de roupas, sapatos, dentre outros?

Básico! Todas as mulheres que conheço têm pelo menos dois biquínis no armário. Para você, o que significa um biquíni? E ter um? O que significa um biquíni? Um pedaço de pano (risos) que não me faz melhor ou pior em nada, a minha atitude faz o biquíni. Nas campanhas de moda praia, as pessoas olham o corpo das modelos ou veem de fato o item mostrado? Depende da pessoa. Desde muito nova (quando ainda modelava), sempre estive cercada por mulheres e homens belíssimos. Hoje meu trabalho na TV não muda muito. É fundamental que exista o bom senso. Ninguém é perfeito! É muito fácil ficar lindo numa foto de editorial, com uma super produção, estátua... coloque a mesma pessoa correndo pela praia, transpirando horrores... Com a proximidade do verão, as academias ficam lotadas. É um conceito narcisista? Você também faz isso? Sou chocólatra assumida! Não tenho uma rotina “Oh, acordar e malhar feito louca!”. Faço Asthanga Yoga há anos, porque me sinto bem, tenho adorado as aulas de Power Jump, alivia minha impulsividade e faço Pilates sempre que posso. Encontrei uma maneira de trabalhar corpo e mente. Não sou nem pretendo ser “rata de academia”. Ao comprar comprar um biquíni, você se preocupa mais com o conforto, a beleza ou o preço? Os três itens são indispensáveis. Quando você modelou fora do Brasil chegou a fazer campanhas e ou desfiles de moda praia? Os europeus encaram esse tipo de trabalho com tanta naturalidade quanto os brasileiros? Quando modelei no Japão, Itália, França... nunca fui modelo fashion (passarela), sempre fui mais comercial. Mas já desfilei e fotografei moda verão, com profissionais de moda. Nunca tive problemas, o que é profissional responde por si só. A que você atribui o fato de nossos biquínis serem tão cobiçados no exterior? O biquíni é um pedaço de pano. O grande diferencial é a mulher brasileira, cheia de vida, esbanja alegria, sensualidade. Se você estiver bem, pode vestir um saco de estopa que vai arrasar!

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Twitta eu, twitte tu! M”

O Twitter é uma sala onde todos parecem estar falando sozinhos. Não deixa de ser interessante. Você pensa alto, tão alto que o mundo escuta.” (Léo Jaime)

As redes sociais tornaram-se a grande febre do mundo virtual... ou talvez a mundo virtual tenha tornado-se febre por causa delas... vai saber... ficamos naquele dilema... “quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha?”... mas assim como na matemática... a ordem dos fatores não altera o produto... nesse caso... os fatos... E é fato que o mais queridinho de todos nesse último ano... foi o Twitter... lembro-me como se fosse hoje a febre pelo Orkut... não falava-se de outra coisa... em qualquer lugar era ele... mas hoje... mesmo com as novas mudanças... o tiozinho dos sites de relacionamento está meio de lado... e o Twitter reina plenamente... Mas toda essa introdução.. é apenas para avaliar... a importância dessa ferramenta na vida das pessoas... há algumas que não conseguem ir ao banheiro sem dar uma twittada... Tudo bem! Confesso ter sido bicada por esse passarinho de penas azuis... mas nem por isso vivo em função dele... nem por isso fico tirando fotos da minha comida para postar... O pior de tudo é que... as pessoas pensam que Twitter é gibi... e vive apenas de imagens... ainda não entenderam sua utilidade... A palavra microbloging tem passado desapercebida... e não tem significado algum para uma grande maioria... E piores ainda... são os seguidores que esbravejam e rogam pragas quando não os seguimos... mas estes mesmos são aqueles que não twittam coisa com coisa... alimentam suas páginas apenas com retweets e fotos bizarras... deixando claro que segui-los é perda de tempo... Existem aqueles que chegam ao cúmulo de travar monólogos infindáveis com suas celebridades preferidas... essas que por sua vez... não fazem a menor questão de responder a nenhum deles... o que também não faz sentido algum... já que chama-se rede de relacionamentos... não faria mal relacionar-se... 10

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Há ainda a macacada twitteira... uma evolução das antigas macacas de auditório... da era de ouro das rádios... que hoje informatizadas... ficam babando-ovo nas pobres celebridades... que chegam a ficar sem graça com tanta melação... faltam apenas deixar um tweet dizendo: se espirrar e eu não estiver on, saúde!... é a treva virtual... E tem também as perseguidoras... essas pessoas são aquelas que não te seguem... mas vivem visitando o seu Twitter... apenas pelo prazer de saber que sua vida é sem dúvida alguma muito melhor do que a delas... de perseguida quero distância... Existem ainda aquelas totalmente desocupadas... que coçam o dia todo... então o prazer maior é twittar o próprio tédio... a própria falta de opção na vida... deprimente... Ah... e não posso esquecer de citar... aquele tipinho... o tipo pobre coitado... que quando consegue ser respondido por alguma celebridade... twitta o nome da pobre vítima bem no meio da frase... para que todos os seguidores saibam que é muito bem relacionado... Há ainda... os que se vangloriam por terem alguns mil seguidores... bacana isso... mas qual o significado?... nenhum né... porque se as pessoas que você segue... ou as que te seguem não têm conteúdo algum... não vejo grande vantagem... Porém... contudo... todavia... entretanto... cá entre nós... muitos me fazem sentir vergonha alheia... tenho pena... apiedo-me por tanta carência... por tanta necessidade de aparecer... por tanta falta de bom senso... Que @OCriador iluminem os frequentadores da Twittosfera... ou então que Biz Stone... tal como nos ensinamentos de Darwin... faça uma seleção natural dos aptos a se beneficiarem... da talvez... mais importante ferramente de comunicação desta década...

Twittar não é apenas o mais novo verbo de nosso vocabulário... não é apenas mais um meio de comunicação... twittar tornou-se um estilo de vida... Twitta eu, Twitte tu, Twittemos nós...


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Por Florence Manoel

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A breve história do cinema Atos e fatos que determinaram os rumos da sétima arte Há aproximadamente sete mil anos, os chineses projetavam na parede sombras de figuras recortadas, realizando um teatro de marionetes. No século XV, Da Vinci criou a câmara escura, uma caixa fechada que possuía uma lente por onde passava a luz refletida pelos objetos externos. No interior dessa caixa, surgia a imagem desses objetos invertidos. Em 1888, Tomas A. Edison inventou o cinetoscópio, mas isso não teria sido possível sem a invenção da fotografia, na primeira metade deste mesmo século. O cinetoscópio resumia-se a uma máquina com uma tela em seu interior, onde eram projetados filmes perfurados, que precisavam ser vistos com uma lente de aumento. Os espectadores tinham que se acomodar dentro dessa máquina para assistir às apresentações, por isso, cada apresentação só podia ser vista por uma pessoa. Tomas A. Edison trabalhava com essa invenção de maneira semelhante as dos donos de máquinas caça-níqueis. No ano de 1895, houve, na França, a primeira exibição paga de pequenos filmes realizados pelos irmãos Lumiére. Eles aperfeiçoaram o cinetoscópio, criando um aparelho que chamaram de cinematografo e que funcionava da seguinte maneira: vários negativos de fotos perfurados eram movimentados por uma manivela, dando movimento às imagens. Esse rudimentar aparelho deu nome à sétima arte e revolucionou a comunicação, sendo visto primeiramente como arte, para, depois se tornar o maior veículo de comunicação de massa. Durante 30 anos, todos os filmes produzidos eram mudos, acompanhados algumas vezes por músicas ao vivo ou por diálogos escritos entre as cenas. Havia o interesse de sincronizar som e imagem desde o início, mas a tecnologia não era avançada o bastante para isso até a década de 20. O cinema expandiu-se primeiramente pela França, Estados Unidos e Europa, e posteriormente por todos os países ocidentais. No entanto, após a primeira guerra mundial, o cinema europeu, que era o mais poderoso do mundo, entrou em decadência e a indústria cinematográfica norte-americana começou a destacar-se. Nessa época, vários produtores mudaram-se de Nova York para Hollywood, onde encontraram várias etnias e clima favorável o ano todo, o que facilitava as gravações. Hollywood acabou virando a “Meca” do cinema e atraindo todos os que almejavam brilhar nas telonas, ou lucrar com as grandes produções.

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Mitos do Cinema Quem não se lembra do vestido esvoaçante de Marilyn Monroe em O pecado mora ao lado? Essa cena consagrou-se de tal maneira, que atingiu o inconsciente coletivo: mesmo quem não assistiu ao filme, é capaz de identificá-la. Todos sabem quem foi e mais do que isso, todos sabem quem é Marilyn Monroe, independente da qualidade e da popularidade de seus filmes. Como as obras de arte que chamam a atenção por seu caráter inovador, a atriz fixou sua imagem com atitudes pouco convencionais. Seu personagem mais marcante foi apresentado dentro e fora das telonas: a incrível loira fatal, devoradora de homenzinhos indefesos. Assim como Marilyn, James Dean morreu no auge do sucesso e da juventude, ostentando um estilo de vida incomum e muito polêmico; teve a imagem associada aos personagens transviados que interpretou e se tornou um símbolo sexual permanente, além de um ícone da rebeldia.

brado eternamente pela presença irresistível e pelo imensurável talento, contrariando uma possível suposição de que a construção de mitos faz-se exclusivamente através de carreiras reluzentes interrompidas precocemente. Charles Chaplin não pode deixar de ser citado, não apenas como um mito, mas como um dos maiores gênios da sétima arte. Ele não teve uma morte “romântica” e não encantou o mundo com um rosto bonito ou com estonteantes cenas de amor e de erotismo, entretanto, transcendeu com sensibilidade e subversão: escreveu, dirigiu e atuou, fazendo de seu cinema arte política, estética e poética.

Vale lembrar que no início da carreira, James Dean, foi muito comparado a Marlon Brando, que nessa época já era um nome de peso no cinema e, até hoje, é considerado um dos maiores atores de todos os tempos. Dean atuou em apenas três filmes, mas ficou gravado para sempre na memória e no coração dos cinéfilos de todo o planeta. E como seu contemporâneo, Marlon Brando foi reconhecido não só pelas suas fantásticas atuações, mas também pelos seus excessos e ousadias: Ganhador do Oscar de melhor ator em 1972, com o papel do mafioso Don Corleone em O Poderoso Chefão, o astro recusou o prêmio, protestando contra a maneira como Hollywood tratava os índios americanos. Marlon Brando morreu aos 80 anos, vítima de complicações pulmonares, ou seja, viveu tempo o suficiente para ser exposto aos efeitos do tempo e das produções ruins. Isso não impediu que o mito fosse marcado pelas suas melhores atuações, como os clássicos O Último Tango em Paris e, o já citado O Poderoso Chefão, sendo lemPOP magazine

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Por que os clássicos são clássicos? Cinéfilo é a palavra usada para designar os amantes da sétima arte, aquelas pessoas apaixonadas por cinema, que assistem a todos os lançamentos e são capazes de discutir os filmes por horas a fio, com a minúcia e a empolgação próprias de verdadeiros especialistas. Esses “especialistas” são, na realidade, os maiores responsáveis pelo surgimento e reconhecimento de clássicos do cinema, filmes celebrados e copiados, que viram referência em épocas posteriores, inclusive em lugares distantes e com culturas distintas dos países onde são produzidos – promovendo a globalização mediante um delicioso intercâmbio cultural. Na entrevista abaixo, o cinéfilo Leonardo Lubeno fala sobre a origem e as características dos clássicos. O que diferencia um clássico de filmes excelentes que foram produzidos e não se eternizaram como tal? Originalidade. A maioria dos clássicos é sinônimo de inovação, seja em excelentes atuações, em roteiros muito bem produzidos, ou em efeitos especiais fantásticos. Vários outros filmes equiparamse aos clássicos, mas se inspiraram em outras obras cinematográficas. O que é mais marcante, um roteiro brilhante ou uma atuação inesquecível? Depende do filme em questão. Em alguns a atuação, como a de Bette Davis em A Malvada de 1951, em outros o roteiro, como Star Wars IV - Uma Nova Esperança de 1977, e, em raras vezes, os dois, como O Poderoso Chefão com Marlon Brando lançado em 1972. Existe algum filme que você considera injustiçado por não ter entrado para a história dos clássicos? Não. Dentre os filmes mais antigos que assisti, penso que os melhores estão entre os clássicos. Do que discordo são algumas premiações da academia como no Oscar de 2006, em que Crash - no limite venceu O Segredo de Brokeback Mountain como melhor filme (filme este que ganhou os prêmios mais importantes do cinema, com exceção do Oscar). Existe algum filme reconhecido como clássico do cinema que você considera um equívoco? Por quê? Não. Todos os clássicos tiveram grande repercus14

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são quando lançados; foram ousados e inovadores. E claro que gosto de alguns muito mais que de outros, mas isso é questão de gosto. Você acha possível a criação de um clássico nos tempos atuais, depois de todas as evoluções tecnológicas e exploração das linguagens? È claro que sim. Com bons roteiros, atores talentosos e muita criatividade, é perfeitamente cabível o surgimento de um novo clássico. Penso que alguns filmes lançados recentemente são fortes candidatos a serem considerados clássicos na posterioridade.

O olhar crítico do público Nos tempos atuais é quase impossível o surgimento e a fixação de mitos e de clássicos. No entanto, isso não se deve, necessariamente, a uma fase negra do cinema, em que talentos brilhantes e produções magníficas são escassos. Muito pelo contrário, há uma demanda muito grande de atores e diretores talentosos, ou não, restando ao público desenvolver o olhar crítico necessário para poder separar o joio do trigo. Nos últimos dois anos, obras de grande valor foram lançadas. Estão entre elas, os filmes: Vicky Cristina Barcelona, Milk, O curioso caso de Benjamin Button e Quem quer ser um milionário, longa idealizado na Índia e muito comparado com o brasileiro Cidade de Deus, devido a exposição da realidade nas favelas indianas. Quem quer ser um milionário arrematou o último Oscar de Melhor Filme, mostrando que nem só de glamour vive a indústria do cinema.



Mulher interessante Tenho o hábito de procurar textos na internet, adoro poesias e faço viagens alucinantes, emocionantes, além de românticas pelos escritos e pelas ideias neles contidas. Acho que deve ser herança genética do meu avô, dentista de profissão, mas um poeta e pintor nas horas vagas. Um dia, nem me lembro exatamente porque, coloquei no meu Orkut a frase: “Era preciso que alguém fosse, de mulher em mulher, anunciando: - Ser bonita não é o mais importante, seja interessante!”. Não me recordo, mas acho que a autoria é de Clarisse Lispector, não me lembro se adaptei a frase, tenho mania de fazer isto com frases e poemas. Inspirar-me neles e dar-lhes a minha leitura pessoal... minha interpretação. Daí, como não poderia deixar de ser, muitas pessoas me pediram para definir o que é uma mulher interessante. Antes de qualquer coisa, acho importante dizer que não conseguiria definir isto nem que levasse minha vida toda. Pela perfeição e sutileza das mulheres, pela sua complexidade positiva, acho que nem mesmo os grandes poetas conseguiriam tal proeza. Vou então dar-lhes a minha interpretação, a minha “leitura”, de um modo simples, do que seja a mulher interessante. Desde já peço que me perdoem todas vocês se não conseguir a excelência no meu texto, mas faço isto de modo objetivo, com humildade e em homenagem às dez mulheres mais importantes da minha vida: minha mãe, minhas quatro filhas biológicas, a filha que não fui eu quem gerou, mas que nem por isso é menos importante, as três mães delas e, àquela mulher que hoje ainda esta apenas nos meus sonhos, mas que, tenho certeza um dia existirá de verdade! Talvez esteja muito perto... Bem a mulher interessante, antes de mais nada, tem que amar e amando ser amada, e não sendo amada que seja rápida em esquecer quem não fez por merecela. Sem guardar qualquer mágoa! Não deve ser só, mas caso seja que não se desespere. Que tenha amigos verdadeiros, de todos os tipos, mas que algum deles seja especial e nele possa confiar integralmente, sem limites. E como a vida não é perfeita, deverá ter inimigos. No número exato e que sejam fortes para que ela não

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se ache absoluta. De todos estes que um seja justo o suficiente para não fazê-la segura em excesso de suas convicções. A mulher interessante é útil, não insubstituível, mas que faça falta na medida certa. O bastante para fazer com que, quem estiver ao seu lado se reerga quando nada mais restar, para manter esta pessoa confiante na vida e nas outras pessoas. Terá que ser tolerante com aqueles que erram demasiadamente, por que com aqueles que pouco erram é bem fácil. Não poderá deixar esta tolerância se transformar em permissividade, porque isto seria um mau exemplo para todas as outras mulheres. Que sendo jovem não seja imatura ou sendo madura não queira desesperadamente se rejuvenescer. Que saiba que cada momento tem seu prazer e sua dor. Precisa também ser triste, não o tempo todo, talvez um único dia em um ano, apenas o suficiente para lembrar como o riso em todos os dias é bom e que o riso constante é uma loucura. Que seja consciente das opressões que existem no mundo, das injustiças e das infelicidades e que não fuja destas pessoas que assim são ou estão, porque elas inevitavelmente vão viver ao seu redor e dos seus entes queridos. Que goste de animais, que saiba encontrar no simples canto de um pássaro a felicidade de cada manhã. Que goste do mar e de dançar ao luar. Que sendo assim, se sentirá bem... Por nada! Que saiba o quanto é importante plantar uma semente e acompanhar seu crescimento dia-a-dia, valorizando o crescimento de cada ser existente. De quantas vidas existem dentro de um único ser. Será muito bom que tenha seu próprio dinheiro e que pelo menos vez por outra pegue um punhado dele e coloque sobre uma mesa à sua frente e sabendo que é seu, deixe bem claro a si mesmo quem é dono de quem! Que seja simples. Mas que esta simplicidade não a impeça de ser sofisticada quando o momento assim necessitar. Que não abuse e não se deixe abusar. Que não desabe diante da fatalidade, mesmo que ela atinja alguém próximo, que seja forte o suficiente para amparar aos que restarem e a si própria. Deverá ter um amor por alguém que esteja ao seu lado, que ame o suficiente para que quando estiverem exaustos da vida, ainda exista amor para recomeçar. E se tudo isto existir, que ela encontre quem verdadeiramente mereça receber este raro tesouro.


Interlúdio “Do outro lado da linha eu sou desconhecido e estou absolutamente sozinho. Até mesmo a língua mudou. Com efeito, sempre fui considerado um estranho, um estrangeiro. Tenho ao meu dispor tempo ilimitado e sinto-me absolutamente contente em perambular pelas ruas.”

Jamais teria uma áurea pesada e brilhante como a de Clarice (sua amiga deliciosamente desbocada, com quem conversava ao telefone umas três vezes ao dia). Ele era um ano mais novo, com uma beleza despretensiosa e uma mente um tanto quanto limitada. Ele dizia “eu te amo” e ela sorria. E depois ria só para si. E não se sentia leviana por isso.

(Henry Miller) Para Sofia, azul era a cor da tristeza, da imensurável tristeza que corrompe a escuridão do paraíso. Era uma dessas pessoas que vivem muito em pouco tempo: sua morte precoce era certa, caso contrário o mundo seria injusto com os reles mortais que rastejam tanto para alcançar um mero riso de prazer e de paixão. Sempre que chovia, ela se sentia em Londres – o lugar onde vivera alguns de seus desvarios mais extravagantes. E, embora se sentisse em Londres, enchia uma xícara de café forte e doce e preparava um “paiero” com fumo de corda. Tinha um gosto quase histérico por esse hábito, que destoava gritantemente de seu corpo esguio, do rosto alvo, e da excêntrica pinta que exibia na ponta do nariz. Quando fazia chuva, seu sangue ficava quente e tornava verão qualquer lugar do mundo. Quando chovia, Sofia transbordava e explodia, rindo de um jeito sonoro e encantador que a transformava na deusa do amor e da beleza! Foi em um desses verões que pôde tocar o sol e passar a língua na ponta dos dedos queimados porque esteve apaixonada por umas oito horas.

Era apenas um par de mãos hesitantes, um gosto adocicado, com efeito de calmante; beijos vertiginosos que guardavam a luxúria de um adeus sem sofrimento; um laço de pele que rejeitava qualquer vínculo que maculasse o êxtase que estava se permitindo; um contato pecaminoso com o céu e a violência de todos os cometas. Por um momento ela segurou sua mão, beijou-a e respirou profundo. Sentiu a respiração de seu anjo adormecido. O coração disparou contrariado e a mente ardeu na consciência do “para sempre solidão”. Mas quando ela saiu, ele ainda dormia – e falava durante o sono. E quando a consternação noturna começou a lhe soar patética, o desejo de nunca mais voltar a vê-lo já era uma coisa natural, e o que lhe passou pelo estômago e pela cabeça foi qualquer coisa parecida com uma náusea violenta e com uma enxaqueca terrivelmente incomoda. Como se estivesse percorrendo um corredor de igreja e mil ratos a perseguissem, tentando devorar os seus pés. Foi quando teve nojo do simples pensamento de liberdade renunciada.

Ele não falava latim, nem dançava tango. Não tocava piano, nem escrevia poemas. Não tinha os braços viris, nem a palidez dos ultra-românticos. POP magazine

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De volta ao País do futebol O Brasil é um grande exportador de jogadores de futebol, são vários os nomes conhecidos e reconhecidos internacionalmente. Nisso nada tem de novidade. É fato! Muitos dos aspirantes ao universo da bola, iniciam suas carreiras no solo sagrado, mostram o futebol arte ao mundo e voltam na prorrogação, com o intuito de finalizarem suas passagens pelos campos. O que aconteceu de diferente neste ano, foi o retorno de alguns jogadores que, por enquanto, não sonham em pendurar as chuteiras, ao contrário, eles querem mostrar serviço e reafirmar a sua importância para o futebol brasileiro. E como um bom filho que a casa torna, voltaram a exibir toda a sua desenvoltura nos gramados nacionais. Um dos nomes mais citados foi o do atacante Ronaldo, o Fenômeno, que mesmo criticado por não estar em sua melhor forma física, deu muito trabalho para os zagueiros e goleiros em equilíbrio com a balança. Pois é, o gordinho correu, suou a camisa, marcou vários gols e fez muita gente dançar no seu ritmo. Até arrancadas fenomenais ele deu. E aqueles que, mais uma vez, não acreditavam em seu potencial de recuperação, foram expulsos de campo. Mais uma vez ele provou que ainda sabe jogar futebol, ainda sabe fazer o que sempre fez de melhor, GOL! E, é claro, sem esquecer que essa é a sua obrigação, já que ele foi contratado para isso e recebe muito dinheiro. É preciso valer o preço que se cobra! Ele entrou para o bando de loucos, e pelo que parece, está se dando muito bem por lá. Agora, é mais um, entre tantos, que sonha em disputar a próxima Copa do Mundo. Será que o Dunga já escolheu os seus anões, opa, homens preferidos ou ainda resta alguma vaga para o Ronaltchim? Pelo visto, vamos ter que esperar mais alguns meses para descobrir a resposta. Porém, de uma coisa temos certeza, tudo vai depender da atuação do Fenômeno e da boa vontade de Dunga, o anão que erraram o nome. Ai se a Branca de Neve pudesse opinar... E para cada sonhador, fica a pergunta: “Espelho, espelho meu! Quem joga melhor do que eu?”

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Então é Natal... Parece que foi ontem, não é? No entanto, cá estamos nós de novo na época das festas de fim de ano. Tempo de celebrar a paz, o amor e o perdão; tempo de comemorar o nascimento de Nosso Senhor. Falando assim parece que tudo acontece às mil maravilhas. Até poderia acontecer, desde que celebrássemos apenas a paz, o amor, o perdão e Jesus. Porém o ser humano tem o (duvidoso) dom de dar o seu toque pessoal em tudo. Partindo do nascimento de Jesus, surgiram as mais diversas variações para comemorá-lo. Primeiro, inventamos a data, sem nenhum embasamento científico ou prova concreta, e a partir daí nada mais foi igual. Ao longo do tempo surgiram as árvores de natal - que foram se sofisticando com o passar dos anos - o Papai Noel, as luzinhas de natal, as músicas de Natal, a gastronomia natalina e... enfim, vamos parar por aqui para que a página toda não seja ocupada por tantas possibilidades de se comemorar o que era pra ser apenas... o nascimento de Jesus. Claro que é tudo muito lindo, muito gostoso, e muito lucrativo para a economia mundial, que nesta época é capaz de se recuperar da pior crise econômica que possa já ter existido. Pena que seja tudo tão artificial, tão utópico e recheado de hipocrisia. Se não bastassem todos os compromissos sociais assumidos durante o ano, eles se multiplicam como coelho snessa época, e não estou falando da Páscoa. Confraternizações do trabalho, da faculdade, da família, dos amigos, dos clientes, dos fornecedores, e por aí vai... Ah, e se estiver namorando, multiplique tudo isso por dois. E antes de vir me criticar, eu me adianto: não sou antissocial e adoro festinhas, mas você há de convir que as festas de fim de ano são um porre. Nem adianta me dizer que você não ensaia um sorriso por horas a fio no espelho para mantê-lo à noite toda para aquelas pessoas

que você não suporta, mas que inevitavelmente virão te dar um abraço de “boas festas”. Ou que não formula as frases mais ridículas para responder àquela tia fofoqueira que sempre faz questão de enfatizar sua “solteirice crônica”. Ah, e não se esqueça do amigo secreto; alguns dizem ser a tal lei de Murphy, mas todo ano é justamente aquela pessoa insuportável que sai com você ou vice-versa, não é? Opa, mas estou esquecendo o principal!!! Os presentes, é claro! Achou que fosse o quê? Vamos à lista então: mãe, pai, irmão, outro irmão, cunhada, sobrinhos (ufa, eu ainda não tenho), tias, tios, amigos, afilhados, amor (esse sempre é o mais caro), e por aí vai. Sem falar naqueles que você nem tinha se lembrado, e com aquele sentimento de culpa, retribui o presente recebido. Pronto, dívida até o final da quaresma. Chega de papo, agora é hora da ceia!!! Arroz com passas e nozes (odeio), leitoa, pato, peru, lagarto, e mais uma infinidade de animais assados e comidas agridoces. Como assim? E aquele “projeto verão” tão sacrificante para chegar ao carnaval com o corpo em cima? Meses e meses na academia para colocar tudo à perder agora? Não adianta reclamar, não dá pra comer alface com tomates-cereja, pois há o risco de matar de desgosto os dedicados “chefs” de cozinha. Não adianta reclamar, pois o mal já está feito. Estamos envolvidos até o último fio de cabelo nisso tudo. Claro que muitas vezes em nome da sociabilidade e do bem estar de todos. Afinal, depois de tanta “paz e amor” o mundo volta a ser mundo, e nos tornamos os seres maldosos e sem compaixão de antes, não é verdade? Arrisco a dizer que sim, pois se fôssemos tão bons, celebraríamos tudo o que há de especial em nós o ano todo.

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Por Aline Cunha

Humor de cara limpa Um microfone, um pedestal e muito história para contar Cena típica de reunião de domingo: Aquele seu tio, expoente máximo do bom humor na família, levanta-se da cadeira e, do nada, começa a narração de uma história que, no início, parece ser séria, mas depois transforma-se em um ventilador de ótimas piadas e de sacadas geniais de situações rotineiras. Resultado? Ninguém se segura. É impossível conter as gargalhadas. Todo mundo visualiza a cena e, por vezes, identifica-se. E assim é o início daquele show de humor, papo que “vai render pano para muita manga”. Você reconhece o episódio citado acima? Sim? Então já assistiu uma legítima Stand-up Comedy e, no caso, de camarote.

O que é stand-up Comedy? Nada de figurino e nada de maquiagem. O comediante sobe em um palco sem cenário, onde se encontra apenas um pedestal e um microfone: suas únicas ferramentas de trabalho. Essas são as principais características físicas da Stand-up Comedy (comédia em pé, em tradução literal). Após postar-se diante da plateia, o comediante inicia o show. O assunto? Os mais variados possíveis. Desde as situações constrangedoras com família e amigos, até as frustrações amorosas ou profissionais. O toque especial deste gênero é dado por fazer cada pessoa da plateia identificar-se com trechos das histórias narradas pelo comediante, projetando-as para dentro das cenas narradas. Quem, assistindo a um show Stand-up, nunca falou “Putz, isso já aconteceu comigo” ou “Eu faço exatamente igual!”. No Brasil, podemos dizer que a versão do gênero não ficou “a imagem e semelhança” da original. Ao chegarmos a um show Standup, existe a possibilidade de nos depararmos com a interpretação de personagens, com peruca e fantasias, dispondo de todos os apetrechos necessários para dar mais vida à atuação.

Quando e de onde surgiu a Stand-up? Nacionalmente, essa commodity americana, tem se popularizado bastante nos últimos anos, mas sua origem é bem mais antiga. Suas raízes são do final do século XIX, onde fazia parte de várias tradições do entretenimento popular. Durante os intervalos destes shows (como vaudeville, monólogos humorísticos, teatro hiddish e números cômicos circenses), o comediante stand-up era o “contador de piadas” que distraia o público. As piadas não eram lá tão criativas, tratando apenas de temas óbvios, como sogra, cunhado, e outros. Mas o que antes era apenas um petisco, agora virou prato principal. Hoje, a Stand-up Comedy, nos EUA, chega a movimentar tanto dinheiro quanto o teatro. 22 POP magazine


Como tudo aconteceu? Os precursores do gênero foram consagrados nomes da época mais valiosa do Rádio: Jack Benny, Fred Allen e Bob Hope. Por volta dos anos 30, abriam seus programas com números e monólogos de humor, que discutiam, de improviso, um tema aleatório. O roteiro do programa iniciava-se com o monólogo, depois números musicais, seguidos de quadros ou de histórias. No fim da década de 50 e por toda a década de 60, as coisas ficaram um pouco mais apimentadas. Os comediantes passaram a abordar temas relativos à política, sexo e relações raciais, em monólogos com humor sombrio e satírico. Nomes que não poderiam ser esquecidos são os de Lenny Bruce (discutiu os avanços de considerar temas aceitáveis ou não) e de Red Fox (humorista negro que se apresentava à audiência branca).

E de onde veio tanto sucesso? Nos anos 70, a Stand-up Comedy teve uma explosão. Muitos de seus artistas viraram estrelas, e passaram de pequenas apresentações em clubes noturnos para grandes shows em estádios. Richard Pryol e George Carlins, seguindo a linha de Lenny Bruce, Steve Martin e Bill Cosby com números mais suaves, consagraram-se como comediantes da época. Quem manteve vivo o estilo clássico do gênero foi Rodney Dangerfield e Buddy Hackett. Ambos assistiram um renascimento em suas carreiras. Saturday Night Live (programa semanal de comédia do canal BNC, criado por Lorne Michaels, em 1975) e The Tonight Show (um dos programas mais assistidos na BNC, e o mais cobiçado pelos apresentadores de talk-show, atualmente) foram

palco para grandes talentos da Stand-up Comedy. Um pouco depois, a aparição da HBO (apresentando comediantes sem censura) e canais a cabo como Comedy Central, vieram dar uma boa mão ao sucesso do gênero. E não parou por aí. Foi nessa mesma época e dentro da Stand-up Comedy que astros do cinema, como Robin Willians, Eddie Murphy e Billy Crystal, iniciaram suas carreiras.

Novos tempos para a Stand-up Comedy Nos anos 90, o gênero sofreu um declínio considerável, pois o mercado estava saturado, encharcado de comediantes ruins. Contudo, os artistas mais conhecidos ainda dominavam as bilheterias. Juntamente com o novo século, chegou uma grandiosa fase para a stand-up. Com a explosão da internet e maior acesso aos canais de TV fechados, esse estilo de humor ressurgiu mais forte que nunca, com artistas jovens, com idade entre 15 e 29 anos. Apesar da ascensão do gênero pelo mundo todo, o que não mudou foi o fato de Nova York continuar como o coração da comédia stand-up. É lá que surgem os grandes talentos e também se encontram os já renomados nomes do humor de cara limpa, que testam seus novos números no Comedy Cellar, enquanto não estão em turnê. Outro grande palco de grandes apresentações é o conhecidíssimo Caroline’s, na Broadway, que conta com apresentações de Andrew Dice Clay, Bill Hicks, Colin Quinn, Mitch Hedberg, Jerry Seinfeld e muitos outros.

Fonte: Blog do Amarildo http://amarildocharge.wordpress.com

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ImproRiso (SP) Para quem não dispensa um bom show de humor, o ImproRiso dá um espetáculo. Apresentando diferentes números de comédia todas as sextas e sábados, contando com quatro humoristas da atualidade em cada apresentação. O único Comedy Club do horário nobre de São Paulo, situado no Café Paon, na grande São Paulo, apresenta comediantes como Bruno Motta, Nany People, Marcio Adnet, Diogo Portugal, Danilo Gentilli, Maurício Meirelles, Murilo Gun, Renato Tortorelli, entre outros. Santa Comédia (CTBA) Formada pelos comediantes paranaenses Marco Zenni, Fábio Lins e Vitor Hugo, e os paulistas Fernando Muvlaert, Felipe Andreoli e Carol Zoccoli, o grupo apresenta-se em Curitiba, São Paulo e Florianópolis, abordando assuntos como relacionamentos, diferenças entre homens e mulheres, mundo cibernético, regiões do país, e outros. Terça Insana (SP) Um super espetáculo apresentado todas as terças-feiras, no Avenida Club, em São Paulo. Dirigido por Grace Gianoukas, o projeto tem como objetivo desenvolver o humor contemporâneo.

A Stand-up Comedy no Brasil Este gênero começou a ser introduzido no país na forma de “On man show”, estilo de comédia semelhante a Stand-up, diferenciando-se dela por permitir a interpretação de personagens, uso de figurino, músicas e cenário. Seu precursor foi José Vasconcelos, na década de 70. Deixando o país mais íntimo da Stand-up Comedy, temos Chico Anysio e Jô Soares, usandoa em seus shows e aberturas de programas. Hoje, há um generoso número de comediantes que fazem uso desse estilo no Brasil, organizando-se em grupos e também apresentando trabalhos solos, em turnês e shows. Os mais conhecidos da vez são eles: Murilo Gun, Léo Lins, Felipe Absalão, Marcos Castro, José Sapir, Marco Zenni, Camila Vaz, Rogério Morgado, Bernardo Velos, Felipe Hamachi, Nigel Goodman, Fabio Lins, entre outros. Outro fator que deixa um show de Stand-up Comedy diferente dos outros, é o constante intercâmbio de humoristas como convidados nas apresentações. Apresentações essas, que vem crescendo por todo o país, juntamente com o número de projetos de humor. A seguir, estão os mais comentados. 24 POP magazine


Grace convida novos atores para constituir um elenco fixo, por um período determinado, buscando sempre ideias inéditas e também os transformando em autores de seus próprios textos e personagens, formando assim, esse verdadeiro “ventilador de talentos”. O atual elenco é formado por Grace Gianoukas, Agnes Zuliani, Guilherme Uzeda e Roberto Camargo.

Risorama (CTBA) É de um mega conjunto de espetáculos de comédia realizado anualmente em Curitiba, tem como precursor o publicitário curitibano Diogo Portugal. Acontece dentro de quatro dias, em ambientes e teatros diferentes, espalhados pela cidade, durante o Festival de Teatro de Curitiba (maior festival de comédia da América Latina). Comédia em pé (RJ) Cláudio Torres Gonzaga, Fernando Caruso, Fábio Porchat, Paulo Carvalho e Léo Lins compõem esse time de comediantes, que são show de bola. O espetáculo baseia-se em um humor leve e com textos inteligentes. O grupo já se apresentou em vários locais da cidade do Rio de Janeiro, tais como a Casa de Cultura Laura Alvim, New York City Center, Shopping Gávea, Norte Shopping, entre outros. Clube da Comédia Stand-up (SP) Atualmente formado por Danilo Gentili, Marcelo Mansfield (o mestre de cerimônias do grupo), Marcela Leal e Oscar Filho, o grupo apresenta-se por todo o Brasil. Levam o estilo Stand-up para os quatro cantos do país, seguindo exatamente o estilo original, em espetáculos com 60 minutos de duração e textos renovados periodicamente. Outros comediantes que já participaram do grupo foram Rafinha Bastos, Márcio Ribeiro e Henrique Pantarotto.

Quem chega lá? Quem nunca chorou de rir em uma noite de domingo, assistindo a esse quadrado do programa Domingão do Faustão? Pois é. Além de dar oportunidade para novos humoristas mostrarem seu trabalho na TV aberta, o quadro também leva ao grande público esse novo jeito de fazer comédia. Em sua última edição, com 56% dos votos, o grande vencedor foi João Neto, interpretando João Besouro. A disputa foi muito acirrada com São Longuinho, personagem do comediante Marco Barreto, que participou pela segunda vez do quadro. Na edição de 2008, Marco Barreto ficou em segundo lugar, perdendo para Alex Nogueira, que venceu a disputa sem nenhum personagem, e recebeu elogios até de Chico Anysio. O quadro sempre surpreende com grandes talentos, e cada edição, promete grandes descobertas. POP magazine

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Francisco Anysio de Oliveira Paula Neto, ou simplesmente Nizo Neto, é destaque da nova geração de humoristas de stand-up. Inspirou-se no comediante Zé Vasconcelos e em Chico Anysio, de quem é filho. Além de humorista é também escritor, dublador e ilusionista. Fez novelas, cinema, teatro, workshops, formouse barman profissional nos EUA, onde trabalhou por um ano e meio. E depois de tantas experiências, Nizo decidiu seguir carreira no Stand-up Comedy. O curioso de tudo isso, é que Nizo demorou a tornar-se comediante, pois não se achava engraçado. Acredita? A naturalidade das abordagens, os temas e a forma como o público é envolvido, foram o que atraíram Nizo para o Stand-up Comedy. Em suas apresentações, ele segue um roteiro, mas não deixa de adequá-lo ao público que o está assistindo, fazendo uso de improviso e deixando cada espetáculo único. Nizo atenta que, para ser um bom profissional do ramo, é necessário estar sempre bem informado e a par das últimas notícias e fofocas: “Quem faz humor passa a ver o mundo com outros olhos” – diz ele. Revela também que os temas abordados com maior sucesso são sobre sexo e celebridades. Atualmente, Nizo está com seu show solo Falando Sozinho, e também escreve para a revista MAD (lançada nos anos 50, nos EUA e, é considerada um clássico do humor contemporâneo). Na primeira semana de janeiro, Nizo volta com o show Humor sem Censura. Sabemos que stand-up, o "humor de cara limpa", remete ao comediante uma avaliação imediata do público. O espetáculo é recheado de humor inteligente e bastante sarcástico. Você já passou por algum "sufoco", onde uma de suas piadas não foi bem aceita ou entendida? Ontem mesmo aconteceu. Na verdade, quase sempre acontece. Ser comediante e não lidar com o silêncio da plateia, é o mesmo que ser motociclista e achar que nunca vai cair, ou ser mecânico e não querer sujar a mão de graxa. Com relação à sua experiência, qual é o público mais difícil de agradar em um stand-up comedy? Na minha opinião stand-up comedy ainda é humor “de galera”. O público muito simples e mais humilde prefere o “piadão” mais direto. A pessoa, pra entender stand-up, tem que ter uma identificação direta com o aquilo que o comediante está falando senão, não ri. Simplesmente porque não entende, não se identifica. Costumo dizer que o stand-up comedy é o jazz do humor. Como você vê o mercado de comediantes de stand-up no Brasil? Os brasileiros são grandes apreciadores do gênero? O humor voltou à moda no Brasil. O mercado está

crescendo vertiginosamente e, claro, haverá uma seleção natural de talentos, mas não vejo o stand-up como uma moda passageira. É um estilo que chegou para ficar. Mesmo porque o brasileiro já tem, naturalmente, o espírito bem humorado. Diante de uma plateia eufórica, qual é sua técnica para manter o controle e a postura, e não se render ao momento? Existe alguma parte, durante o espetáculo, que seja mais delicado e difícil que as demais? Plateias muito eufóricas podem ser problemáticas para o artista inexperiente. Tem aquela plateia muito animada, que é o sonho de quem faz comédia, mas que pode atrapalhar os marinheiros de primeira viagem. Não digo pela reação da plateia. Ao contar uma piada, o comediante deve ter um pouco de “sangue frio”, pois caso contrário pode empolgar-se e se estender. Eu sou da opinião que é sempre melhor o gostinho de “quero mais” do que ver gente na plateia olhando para o relógio. Para o espectador inconveniente, a regra universal é ignorar, já que só quer atenção. Se isso não adiantar, manda uma piada boa nele que a plateia vai aplaudir e ficar do seu lado. Só não aconselho chamá-lo ao palco e incluí-lo no show porque, como você normalmente não sabe com quem está lidando, a coisa pode perder o controle. Como se faz uma piada de sucesso, daquelas que o público irá lembrar e repetir fora do espetáculo? Há um momento certo para finalizá-la, para não deixá-la repetitiva? Não há fórmula. Você tem que estar observando tudo. Fazer humor, como qualquer outra atividade mental, depende muito da prática. Além do talento, tem que estar praticando e exercitando. Para finalizar uma piada, há o famoso timing. Uma pausa errada ou uma palavra invertida podem ser “fatais”. No momento em que você entra em cena, onde há apenas você e o público, quais são as sensações que envolvem a situação? Estar no palco, sozinho ou não, é uma experiência única, por mais prática e tempo de carreira que você tenha. Entreter é uma coisa mágica e estar em conexão com a plateia por aquele momento, sabendo que você está trazendo alegria para aquelas pessoas, é fantástico. Isso quando o público está participando e adorando, quando é aquela plateia fria ou vazia, a única vontade que se tem é a de cumprir o seu oficio dignamente e vazar logo dali. Quais espetáculos você indica ao público fã do gênero? Em SP o Clube da Comédia Stand-Up e Comédia Ao Vivo, entre tantos outros ótimos. Comédia em Pé aqui do Rio e que está em turnê - é excelente também. Em Pernambuco tem o Tripé da Comédia, em Curitiba Diogo Portugal e Santa Comédia.

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Foto: Andrテゥa Alves

IGREJA MATRIZ Sテグ JOテグ BATISTA Ariranha - SP


A vida é um esporte, sempre... Todos conhecem a Núbia modelo, atriz, apresentadora, mas quem vai escrever aqui será a Núbia esportista, quase uma atleta. Bom, pelo menos eu tento! Para começar, é preciso ressaltar que esse é um assunto que talvez nem todos saibam que seja uma das paixões de minha vida. O esporte como um todo, claro, mas a corrida e a musculação em especial, tornaram-se minhas paixões. Comecei a me interessar por ambas há uns dez anos. Necessidade? Curiosidade? Talvez, ou apenas por sempre ter que passar algo de esporte e saúde a vocês? Enfim, entre um ensaio e outro, entre um trabalho e outro, mantinha minha forma em dietas loucas e, às vezes, praticando um exercício aqui, outro ali, para ilustrar matéria para revistas e TV. Mas nada tão sério como atualmente. É primordial e indispensável que se faça um conhecimento geral para saber qual será o seu esporte. Quando nos empenhamos em uma atividade física, nosso corpo entra em sintonia com nosso espírito, alinhando nossos pensamentos e emoções. Os benefícios vão além do aspecto físico: o intelectual trabalha melhor e o emocional fica mais centrado. Além disso, tratam-se de atividades fáceis de serem executadas e podem ser praticadas, ao contrário do que se imagina, sem alto custo para o praticante. Estudos recentes comprovam que uma caminhada ou corrida de 30 minutos, praticada três vezes por semana, pode ser tão eficiente no tratamento da depressão quanto a utilização de medicamentos tradicionais. Muitos médicos, inclusive, afirmam que os exercícios regulares são tão eficientes quanto a medicação, podendo ser uma alternativa melhor para a liberação natural de um hormônio que produzimos, chamado endorfina. Trata-se de uma substância produzida pelo cérebro durante e depois de uma atividade física, que regula a emoção e a percepção da dor, ajudando a relaxar e gerando bemestar e prazer. A endorfina é considerada um analgésico natural, reduzindo o estresse e a ansiedade, aliviando as tensões e sendo até recomendado no tratamento de depressões leves. E sempre, é claro, que sob orientação de um profissional com boas referências. Hoje, Cláudia

Gentil, minha personal trainer de musculação, e Silvana Cole, minha treinadora de corrida, me dão todo o suporte necessário. E o melhor: me fazem seguir sem desanimar. Sempre digo nas minhas entrevistas: quero ter uma bolsa bem grande para que possa levar minha equipe dentro dela. Nesta coluna, nós (eu, Claudinha e Silvana) iremos dar dicas sobre como se apaixonar pela prática esportiva e abusar de seus benefícios. Quando sob a orientação de profissionais qualificados, qualquer um pode ser um desportista nato, sem aquela pressão por resultados. Escolha bem o seu e tenha acima de tudo paciência e objetivos. Portanto, acompanhe-nos neste espaço e vamos cuidar do corpo, da mente, do coração e da alma. Confie no seu potencial, pois todos nós temos! Seu físico agradece. E tenha, acima de tudo, paciência que você consegue! Sete dicas básicas de Cláudia Gentil para ter boa forma e saúde: - Praticar atividade física ao menos 30 minutos por dia - Realizar refeições de 3 em 3 horas (evitar jejum prolongado) - Evitar o consumo de açúcar (refinado), frituras, gorduras, sal (em excesso), bebidas álcoolicas e gaseificadas - Variar o cardápio (quanto mais colorido melhor), ingerir carboidratos integrais (macarrão ou arroz integral), proteínas magras (carne sem gordura) e fibras (aveia) - Beber de 2 a 3 litros de água por dia - Alongar sua musculatura para evitar dores e tensão muscular - Evitar stress (pois o stress libera hormônio catabólico - cortizol), resultando perda de massa muscular)

Beijos e até a próxima!

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Por AndrĂŠa Alves

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Musas e Musas Elas surgem como estrelas e somem no infinito

Os antigos e desejados títulos de Misses deram lugar aos de Musas. Não que os concursos de Miss deixaram de existir, pelo contrário, continuam firmes e fortes, mas o título de Musa é mais moderno, dá mais glamour, dá muito mais mídia. Musa é o que há! E o que eles inventam para elegerem suas musas, e o que elas fazem para tornarem-se uma? Para muitas tanto faz se é musa do Piscinão de Ramos, musa das Piriguetes, musa de Escola de Samba, musa de programa de TV. O que vale mesmo é ostentar a tão desejada faixa e ganhar uma notinha, nem que seja no folhetim da comunidade. Nascer mulher e bonita tem sido praticamente a certeza de que as portas do sucesso estarão abertas para toda a vida. É o novo século, o novo mundo, e os não tão novos fetiches!

Musa sim, e daí? “As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental.” (Vinícius de Moraes) Desde que o mundo é mundo, desde que nos conhecemos por gente, sempre ouvimos falar de musas. Musa é uma definição para mulher bonita, mas musa não é só bonita, é praticamente um sinônimo de deusa. Se retrocedermos até à Grécia antiga, podemos dizer que a deusa do amor, Afrodite, era uma musa, ou não? Nesse último século, surgiram musas de todos os tipos, desde musas como Betty Boop e Jéssica Rabbit, que não passam de desenhos animados, como as musas do rádio, do cinema, das novelas, do brasileirão, do funk e dos realities shows. POP magazine

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de algumas estrelas, como ela, que iluminam até hoje essa via láctea de celebridades. Na década de 60, conhecida como a década da juventude transviada, outras mulheres brilharam por todo o mundo, o que atraia além dos dotes físicos eram as mulheres modernas, com atitude e determinação, e Natalie Wood encarnou tanto na vida, como nos cinemas, esse modelo de mulher.

Marylin Monroe

As belas Qual a primeira mulher que vem à cabeça quando se ouve a palavra musa? Uns se recordam da Mulher Maravilha, outros talvez se lembrem de Marilyn Monroe ou de Emilinha Borba, outros então da tão famosa “garota de Ipanema”, Helô Pinheiro. Se fossem citados todos os nomes, um por um, de tantas belas mulheres que já povoaram o mundo, seriam dias para lembrar-se de todas elas. Porém, são lembradas as mais próximas, as mais presentes, aquelas que permanecem nos pensamentos e nas lembranças dos fãs. No cinema, a primeira a ser lembrada é Marilyn Monroe, que abrilhantou as telas na década de 50, juntamente com outras tão famosas e tão belas, como Grace Kelly, Audrey Hepburn, Rita Hayworth, Ava Gardner e Brigitte Bardot. Mas a imagem de Marylin faz com que se faça uma viagem ao túnel do tempo e aterrisse de cabeça na década de 80, lembrando da pop star Madonna. A década de 80 foi a década do exagero, das cores fortes e do nascimento

Os anos 70 foram anos revolucionários e decisivos para toda uma geração. Os movimentos artísticos surgiam em todos os cantos, manifestações para a paz mundial eram praticamente obrigatórias, paz e amor era o pedido de ordem. Surgem então as mulheres guerreiras, libertas e totalmente à frente de uma geração, representadas por Janis Joplin que foi sem dúvida uma das precursoras dos movimentos pelo amor livre e por igualdade entre mulheres e homens. No Brasil estouravam os movimentos artísticos como a Jovem Guarda e a Bossa Nova, surgem então as musas desses movimentos. Wanderléa e Helô Pinheiro marcam uma década. A partir da década de 90, a televisão passou a determinar quem deveriam ser as musas do momento. Surge então Suzana Alves, com a personagem Tiazinha, Joana Prado, com a personagem Feiticeira, além das novas dançarinas do grupo É o Tchan, Sheila Carvalho e Sheila Mello.

atração. E nada faz mais sucesso do que as participantes desse formato de programa, em especial as participantes do Big Brother Brasil, que quase obrigatoriamente têm seus corpos à mostra nas revistas masculinas que vendem como água no deserto. Musas, musas e musas... são estas três palavras que inspiram muitas mães a encorajar suas filhas ao estrelato. Não precisa nada de especial, nenhum talento verdadeiro, basta que tenham corpão, carão, peitão, pernão e bundão, o efeito mulher ‘ão’ tomando conta do mundo. E quando a genética não ajuda, e quando a academia não resolve, elas recorrem ao bisturi. Hoje, no Brasil são mais de 500 mil procedimentos cirúrgicos, perdendo apenas para os Estados Unidos. Acabou-se o romantismo, acabou-se o belo pela beleza em si, estamos na década das musas fabricadas em salas de cirurgias, quase mulheres Frankstein do mundo moderno. A verdadeira beleza vem do interior. Não do interior das próteses de silicone, mas da pureza de sentimentos, tão pouco em evidência nos últimos tempos.

O novo século bate em nossa porta sem pedir licença, com suas novidades tecnológicas e seus novos conceitos, é a era dos realities, todo e qualquer anônimo pode se tornar famoso da noite para o dia e isso não implica que tenha algum talento, o próprio anonimato é a verdadeira Madonna

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em Roque Santeiro. Com seu 1,80m e pernas torneadíssimas devido à pratica de ballet, está há mais de duas décadas brilhando nos palcos e nas telas. Taís Araújo é uma das musas da nova geração, foi a primeira mulher negra a ser protagonista de uma novela, em Xica da Silva, depois disso protagonizou Da Cor do Pecado, já na Rede Globo, e agora está vivendo Helena em Viver a Vida. Taís é um ícone de beleza mundial, já foi eleita um dos 50 rostos mais bonitos pela revista People, da Espanha.

Adriana Bombom

Brasil, um caso à parte Nosso Brasil brasileiro é conhecido como um celeiro de beldades, quase uma musa em cada esquina, mulheres que se destacam em todo o mundo e que encantam, não só pela ginga, não só pelo corpo, mas também pela leveza que encaram a vida. São tantas as beldades que deixam os ‘gringos’ doidos quando conhecem nosso país, com tantas belezas naturais e nativas, incluindo nossas mulheres. E quando chega o carnaval, então, é a mais pura beleza exposta nas ruas. Uma das grandes musas é Adriana Bombom, que esbanja sensualidade em um corpo perfeito e muito samba no pé.

Camila Pitanga, que por sinal tiveram seu ápice com a personagem Alzira, uma dançarina de pole dance na novela Duas Caras, e a prostituta Bebel, em Paraíso Tropical, respectivamente. Flávia aceitou finalmente o convite da revista Playboy para ser a capa da edição de dezembro, depois de anos de persistência da revista e resistência dela em aceitar, porém Camila, para a tristeza do público masculino, ainda rejeita o convite e diz não haver possibilidade alguma em aceitá-lo. Cláudia Raia foi outra que surgiu nas novelas globais. Aos 19 anos deixava os homens de boca aberta como a dançarina Ninon,

E, finalmente, as musas do BBB. Desde a primeira edição, esse tem sido um diferencial. No primeiro Big Brother Brasil, sem dúvida alguma, a musa da vez foi Alessandra Begliomini, a Leka. Já no último, o BBB 9, foi Francine Piaia, que ofuscou as demais participantes não só pela beleza, mas também pelo carisma. Parafraseando o poeta, Vinícius de Moraes, as muito belas que me perdoem caso não tenham sido mencionadas, mas são uma infinidade de belezas, uma infinidade de mulheres, de várias décadas, de vários tipos, que possuem em comum o fascínio que provocam aos simples mortais.

Há mulheres como Luiza Brunet, Vera Fischer, Monique Evans e Helô Pinheiro, que estão há décadas encantando homens e mulheres, musas que nunca perderam e nunca perderão o trono. Outras musas surgiram nas telas das televisões, como a apresentadora Xuxa Meneghel e as atrizes Flávia Alessandra e

Taís Araújo

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Durante sua estadia no reality show Big Brother Brasil, ela mostrou que ao contrário do que alguns pensavam, não veio ao mundo a passeio, veio sim para brilhar. Aos 26 anos, essa gaúcha de Rio Grande viu sua vida virada de pernas para o ar depois da participação no reality, mas ela não se queixa, Fran fica muito feliz com o carinho que recebe dos fãs. Algumas de suas fãs mais ardorosas chegaram a tatuar no corpo o amor que sentem por ela. O mais impressionante de tudo é a fidelidade que essas “loucas” (esse é o termo que Francine se refere carinhosamente ao falar de suas fãs) têm por ela. Seu blog já passou de 2 milhões de visitas e, a qualquer hora que você o acesse, tem sempre algumas dezenas de pessoas do mundo todo conectadas. Toda essa mudança de vida transformou Francine em uma empresária, e o que tudo mostra é que será muito bem-sucedida nessa nova empreitada. Ela acaba de lançar um site direcionado ao público infanto-juvenil, e sua personagem Franzinha ilustra uma série de produtos. E em breve haverá o lançamento de sua boneca, que está em fase de criação. Quem assistiu ao primeiro dia do BBB 9 certamente desacreditou quando viu aquela “menina-moça” com seu laço na cabeça, deliciandose em um banho de bacia. Pois sim, essa era Francine Piaia, que encantou a todos desde o primeiro instante, homem, mulher e principalmente as crianças. A palavra musa nas décadas passadas remetia apenas àquelas mulheres com um corpão que encantavam os marmanjos. Hoje, porém, ser uma musa é muito mais que isso, para ser musa tem de ter um baita corpo, saber fazer “carão”, ser inteligente, ter sex appeal e, acima de tudo, tem de ter carisma.

Está constantemente estampando a capa de revistas e, é claro, de sites de fofocas, que não deixam nem um detalhe de sua vida passar despercebido. Enfim, vendo um pouco mais de perto, ela não passa de uma mulher com jeito de menina, com um enorme coração, cheio de sentimentos puros, em busca do maior feito de todos, aquilo que qualquer pessoa sempre busca na vida, ser feliz!

Os tempos modernos, o culto ao corpo, a busca desenfreada pela beleza, a mídia ampliada pela internet, tudo isso faz com que se possa ter mais mulheres bonitas em evidência do que nos tempos do rádio ou nos tempos dourados dos primeiros filmes de Hollywood. Então, ser uma musa de verdade, é muito mais que simplesmente ser notada pela multidão, ser musa, é ter estrela própria. POP magazine

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contente? Sim, na verdade não brinco e sim jogo o jogo do contente. Por mais ruim que seja a situação em que estou, tento sempre ver o lado bom das coisas. Acho que todo mundo deveria ver as coisas desta forma. Cada obstáculo que passamos na nossa vida é um aprendizado. Seus fãs criaram o Dia B (Benhê). Conte-nos como funciona esse dia. O dia B, dia de fazer o Benhê, foi criado pelas fãs do antigo casal Maxine (Max e Francine). Nesse dia, as pessoas vão em instituições carentes fazer doações para os necessitados. Esse ano já houveram 2 dias. Por que você decidiu participar do BBB? Esperava que as coisas acontecessem como aconteceram? Entrei pela diversão. O dinheiro foi um grande fator também. Mas só por ter entrado fiquei muito feliz. Nunca esperei que acontecesse essa reviravolta na minha vida. Graças a Deus, tudo aconteceu. Sou uma pessoa de sorte.

Quem é ou são as suas musas? Você se inspira em alguma dessas mulheres? Xuxa, Madonna, Monique Evans, Adriane Galisteu e Maitê Proença. Não me inspiro, pois cada um tem sua estrela. Mas admiro muito todas elas. Você é uma mistura de menina e mulher. Um certo sex appeal de boneca. Para você, é essa mistura que chama a atenção dos homens? (Risos) Acho que o que mais chama atenção dos homens é a irreverência e o bom humor, misturados com o jeitinho de menina em um corpo de mulher. Além de ter sido a musa do BBB 9, agora você é a musa da Mocidade Independente de Padre Miguel. Como você encara esse novo desafio? Como todos que encarei na minha vida: dedicação, amor e alegria. A cada piscadela, você tem que dar uma explicação. Essa é a pior parte de ser uma celebridade? Com certeza. Eu ficava feliz por não precisar dar mais explicação para minha mãe. Agora me dei mal nesse quesito (risos). Em seu blog, você faz uma citação ao livro Pollyanna. Você sempre brinca do jogo do 36

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Fernanda Young em seu Twitter alfinetou as BBBs que pousaram nuas para a Playboy, em uma lista que justificariam os 10 motivos de estar posando nua, “Não existem exBBBs suficientes (aleluia).”. Ralf Krause rebateu, também via Twitter, o comentário, dizendo que “Antes tivessem mais BBB's, afinal, sensualidade ‘papo cabeça’ não rola. Cada um na sua”. Depois disso, no lançamento da edição de novembro da Playboy, que tinha a escritora como capa ela declarou "Já imaginou que lindo eu vender mais que uma BBB? O que é uma BBB? Todas retocadas, saem direto da clínica, diminuem todas as medidas no photoshop, e eu estou aqui com a minha perna fina", mas em seguida afirmou: "Tem uma ex-BBB que eu gosto, a Francine". Diante de tantas declarações, o que você tem a dizer sobre as manifestações de Fernanda Young? Cada um gosta de quem quiser. E eu a adoro. A Playboy dela foi a segunda playboy que eu comprei na vida (a primeira foi a minha... rs). Sempre fui a favor de mulheres que usam da inteligência e não da bunda para crescer na vida. E a Fernanda é um máximo, adoro pessoas que são autênticas e ela é mestre nisso. Se tivesse que escolher apenas um, qual seria sua opção: fama, dinheiro e amor? Dinheiro... Quando você ouve a palavra MUSA, qual a


primeira coisa que lhe vem à cabeça? As musas dos anos 80.

programa e se depara com a situação. Somente assim, vivendo na pele.

Para a maioria dos seus fãs, a sua imagem mais forte dentro do BBB foi quando você no primeiro dia tomou banho de bacia. E para você, o que mais lhe marcou dentro da casa? Cada momento lá dentro é muito intenso. Não tem como definir um especificamente, seria injustiça...

A que atribui esse carinho que as crianças têm por você? Um de seus projetos é um blog dedicado ao público infantil. Quando ele estará no ar? Qual o endereço? Não sei dizer, esse carinho é realmente maravilhoso e sincero. Meu Blog infantil já está no ar: www.omundodefran.com.br

Em seu blog, por diversas vezes, você pede para que seus fãs a deixem viver a própria vida e chega a “puxar as orelhas” daqueles que palpitam muito. Como você lida com essa situação? Isso eu levo com tranquilidade. Estou me acostumando com tudo isso. Respeito a opinião de todos, mas as decisões da minha vida somente eu que posso tomar.

Você quer redirecionar sua carreira para o público infantil ou ainda está fazendo planos? Lancei a linha de produtos da Fran Fofura, voltado ao público infantil e a adolescente. Estou ainda fazendo alguns planos com relação à televisão para esse público infantil.

Agora você é uma empresária e tem uma personagem que se chama Franzinha. De onde e como surgiu essa ideia? Minha assessora e eu tivemos a ideia de criar esse personagem. Os ilustradores fizeram vários modelos de personagens, mas nenhum ficava como nós queríamos. Até que encontramos o Ceo, o ilustrador que pegou bem nosso pensamento e criou a “Franzinha” do jeitinho que imaginávamos. A Franzinha é a personagem do Blog ("O Mundo encantado de Fran Fofura"), que criamos especialmente para o público infantil.

Como é ser considerada uma musa? É ótimo, nunca achei que eu seria uma. Era uma adolescente feinha e desajeitada (rs...). Fico muito feliz. Ser considerada uma musa faz bem para o ego de qualquer mulher. Quem é Francine Piaia? Quais os sonhos? Quais os medos? Uma pessoa sonhadora, maluca e feliz. Meu sonho é ver todas as pessoas que amo felizes, bem e com saúde. Meu medo é perder o amor das pessoas que eu amo e ficar sozinha.

Caso fosse convidada para participar de um reality show de celebridades, você encararia esse desafio? Opa... estamos aí... Guenta coração!!!... Não sei se minhas fãs iriam aguentar mais um...rs Em entrevista para a edição anterior da POPmagazine, a apresentadora Núbia POP Óliiver (participante da primeira edição da Casa dos Artistas), quando perguntada sobre o conselho que daria a alguém que quisesse participar de um reality, respondeu: “Que todas as pessoas venham a ter a consciência de que a vida muda e não sairão normais de lá, algum tipo de loucura vão ter. Tem que ter consciência disso. É uma prisão domiciliar, você não tem o direito de ir e vir e, quando esse direito é tirado do ser humano, você morre e se sente inútil, fragilizada, impotente no lado profissional e pessoal.” Você concorda com ela? Núbia falou bonito. É isso mesmo. Mas uma coisa é a teoria, outra é a prática. A gente só vai mesmo ter consciência de que a vida mudou quando sai do POP magazine

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Em busca de novos ídolos Em meu primeiro artigo sobre automobilismo fiquei pensando no que gostaria de escrever. Lembrei que ainda criança torcia por Nelson Piquet e Ayrton Senna na F1. Esses caras, eram ídolos de verdade. A cada temporada queríamos ver as cores do novo carro, a aerodinâmica e todas as preparações e íamos nos empolgando para o início do campeonato. Sabíamos que eles seriam vencedores e dariam show na pista. Porém, veio o fim dessa era e parece que não temos renovação. O que falta na nova geração? É isso que venho me perguntando nestes últimos anos, em que vimos Barrichello, Bernoldi, Zonta, Massa, Burti e Nelsinho andando sem resultados expressivos. A única resposta que encontrei foi: FALTA PAIXÃO! Quando vejo o Hamilton, enxergo um campeão, postura, firmeza, pilotagem, etc. Gostaria de olhar os brasileiros e ver a mesma coisa. Vamos ao que interessa, balanço do ano. Na Fórmula 1 vimos um aborto da natureza gerar um campeão. A falida Honda saiu de cena em dezembro, foi comprada no início do ano e virou Brawn. E a Brawn saiu ganhando tudo. Ninguém entendeu nada, mas a real é que mudaram algumas regras técnicas em relação ao carro e por qualquer motivo Ross Brawn interpretou “muito melhor” as alterações, dando um banho nas grandes equipes. Com isso, Rubens Barichello teve a oportunidade, que não teria nem mais coragem de pedir a Deus. Mas não aproveitou, deu as mesmas desculpas e contou as mesmas histórias. Na Ferrari de Felipe Massa só lamentações. Foi um ano péssimo. Eles não se encontraram, houve um grave acidente com o Felipe (graças a Deus já está de volta) e o Kimi Raikkonen estava totalmente desmotivado. Nada a ver com a Ferrari, foi um ano para ser esquecido. Já o Nelsinho Piquet hein, pelo amor de Deus! O ano foi muito ruim na pista e foi pior fora dela. A deci-

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são de jogar o Briatore no limbo tem mais a cara do Nelson pai. Mas o pai, tem culhões de segurar a bronca, sempre teve e sempre o admirei por isso. Já o Nelsinho, talvez tenha dado um tiro no pé. Espero que não, pois ainda está em início de carreira e vi boas corridas dele na GP2. Jenson Button, o Barrichello dos ingleses, acabou campeão, me lembra o Damon Hill. Putz... Olhando para dentro do Brasil vejo o automobilismo de vento em popa. Os campeonatos têm crescido de forma consistente e ganhado muita emoção e bela estrutura. A Fórmula Truck dispensa comentários, é sem dúvida o evento mais completo do calendário. Shows, cobertura, infra-estrutura, média de público e competição acirrada, tanto é, que vamos para a última prova do ano, em Brasília, com quatro possíveis campeões. Quem vencer será merecedor, afinal fizeram um belo ano. Seis marcas diferentes disputam o campeonato em pé de igualdade e com apoio das fábricas, o que é um modelo que deveria ser seguido pelos vários outros campeonatos nacionais e regionais. Na Truck, o automobilismo significa vender mais caminhões na rua. Circulo por lá e vejo patrocinadores, organizadores, pilotos e público todos com um sorriso estampado no rosto, o que é resultado de um belo trabalho. Na Stock Car, deu Cacá Bueno. Ele deixou todos brigando e foi correndo por fora, no playoff não deu chances para os adversários e sagrou-se campeão com uma prova de antecedência. Foi um ano que começou com carro novo, que o capô voava e as porcas das rodas soltavam, e terminou com um carro bem mais confiável. Mas é um campeonato muito caro, a Stock principal chegou em um ponto que pilotos, equipes e patrocinadores começam a estudar outras possibilidades. É bom abrirem o olho pra não perder um belo campeonato. O evento da GT3 está ficando muito bom, com Clio, Maserati e agora motovelocidade. É um dia inteiro de corrida, mas falta divulgação e público. Abraço e até mais!


“Se você tivesse acreditado nas minhas brincadeiras de dizer verdades, teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando, muitas vezes me fiz de palhaço, mas nunca desacreditei na seriedade da plateia que sorria.” (Charlie Chaplin)



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