Revista do Meio Ambiente 36

Page 1

revista do meio Acesse: www.portaldomeioambiente.org.br

Código Florestal aprovado na Câmara 36 ano V • maio 2011

9772236101004

ISSN 2236-1014

AMBIENTE Rebia Rede Brasileira de Informação Ambiental

Revista ‘Neutra em Carbono’

Matança de onças no Pantanal Belo Monte: “Há erros na origem” Naturismo no Brasil

www.prima.org.br

O problema do consumismo infantil



Código Florestal

“A Revista do Meio Ambiente é distribuída gratuitamente para compor o acervo de bibliotecas de escolas e organizações comunitárias e conta com o apoio das empresas EDIOURO.”

Nem tanto a Chico nem a Francisco Vilmar Sidnei Demamam Berna

5

Código Florestal aprovado na Câmara Olho no futuro Miriam Leitão

10

Mais ambientalistas assassinados • 8

Matança de onças pantaneiras • 10 Chacina ambientalista • 11

Criminosos ambientais • 12

Mudanças climáticas • 14

Teto de vidro • 16

Comunidades indígenas desrespeitadas • 17

Belo Monte: “Há erros na origem” • 18

Movimentos sociais contra Belo Monte • 19

17

E o teor da resposta? • 19

Lixo mal aproveitado • 20

24

Mais lixo que gente • 20

Cooperativa de compostagem dá exemplo • 21

Naturismo no Brasil • 22

“As matas preservadas são de Deus” • 24

Já pediu para a mamãe comprar? • 26 Agenda ambiental 2011 • 30

Pescadores de plásticos • 34

Guia do Meio Ambiente • 36

26

Os artigos, ensaios, análises e reportagens assinadas expressam a opinião de seus autores, não representando, necessariamente, o ponto de vista das organizações parceiras e da Rebia.

Redação: Tv. Gonçalo Ferreira, 777 - casarão da Ponta da Ilha, Jurujuba Niterói, RJ - 24370-290 • Tel.: (21) 2610-2272 Editor e Redator-chefe: Vilmar Sidnei Demamam Berna, escritor e jornalista. Em 1999 recebeu o Prêmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas www.escritorvilmarberna.com.br http://escritorvilmarberna.blogspot.com/ Contatos: vilmar@rebia.org.br • Celulares (21) 9994-7634 e 7883-5913 ID 12*88990 Editor Científico: Fabrício Fonseca Ângelo, jornalista, mestre em Ciência Ambiental, especialista em Informação Científica e Tecnológica em Saúde Pública • (21) 2710-5798 / 9509-3960 • MSN: fabricioangelo@hotmail.com Skype: fabricioangelo • www.midiaemeioambiente.blogspot.com Produção gráfica: Projeto gráfico e diagramação: Estúdio Mutum • (11) 3852-5489 Skype: estudio.mutum • contato@estudiomutum.com.br Impressão: Imprinta Express Gráfica e Editora Ltda. Portal do Meio Ambiente www.portaldomeioambiente.org.br Webmaster: Ricardo Paes • ricpaes@gmail.com • (21) 9475-3844 Comercial Linha direta com o editor: vilmar@rebia.org.br • Celular (21) 7883-5913 ID 12*88990 e 9994-7634 • Telfax: (21) 2610-2272 Diretor: Maurício Cabral • (21) 7872-9293 ID 10*96559 • mauriciocabral@ revistadomeioambiente.org.br e mauriciocabral@rebia.org.br Representação em Brasília: Minas de Ideias Comunicação Integrada (Emília Rabello e Agatha Carnielli • Brasília (61) 3408-4361 / 9556-4242 Rio de Janeiro: (21) 2558-3751 / 9114-7707 • brasilia@minasdeideias.com.br Skype: agatha.cn • www.minasdeideias.com.br

Foto da capa: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr O relator do novo Código Florestal, deputado Aldo Rebelo, comemora aprovação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados

Rebia – Rede Brasileira de Informação Ambiental: organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, dedicada à democratização da informação ambiental com a proposta de colaborar na formação e mobilização da Cidadania Ambiental planetária através da edição e distribuição gratuita da Revista do Meio Ambiente, Portal do Meio Ambiente e do boletim digital Notícias do Meio Ambiente. CNPJ: 05.291.019/0001-58. Sede: Trav. Gonçalo Ferreira, 777 - casarão da Ponta da Ilha, Jurujuba - Niterói, RJ - CEP 24370-290 www.rebia.org.br Conselho Consultivo e Editorial Aristides Arthur Soffiati, Bernardo Niskier, Carlos Alberto Muniz, David Man Wai Zee, Flávio Lemos de Souza, Keylah Tavares, Luiz Prado, Paulo Braga, Raul Mazzei, Ricardo Harduim, Rogério Álvaro Serra de Castro, Roberto Henrique de Gold Hortale (Petrópolis, RJ) e Rogério Ruschel Diretoria Executiva Presidente do Conselho Diretor: Vilmar Sidnei Demamam Berna, escritor e jornalista Presidente do Conselho Deliberativo: JC Moreira, jornalista Presidente do Conselho Fiscal: Flávio Lemos, psicólogo Superintendente Executivo Gustavo da Silva D. Berna, biólogo pósgraduado em meio ambiente (Coppe/UFRJ) e especialista em resíduos sólidos (21) 7826-2326 ID 11605*1 • gustavo@rebia.org.br Leonardo da Silva D. Berna, repórter fotográfico • ID 55*8*3824 leonardo@rebia.org.br Inês S. de Oliveira, bióloga pós-graduada em Gestão Ambiental (Coppe/UFRJ) (21) 9994-7634 • ines@rebia.org.br Moderadores dos Fóruns Rebia Rebia Nacional (rebia-subscribe@ yahoogrupos.com.br): Ivan Ruela, gestor ambiental Rebia Norte (rebianorte-subscribe@ yahoogrupos.com.br) – Rebia Acre: Evandro J. L. Ferreira, pesquisador do INPA/UFAC • Rebia Manaus: Demis Lima, gestor ambiental • Rebia Pará: José Varella, escritor Rebia Nordeste (rebianordeste-subscribe@ yahoogrupos.com.br) – Coordenador: Efraim Neto, jornalista ambiental • Rebia Bahia: Liliana Peixinho, jornalista ambiental e educadora ambiental • Rebia Alagoas: Carlos Roberto, jornalista ambiental • Rebia Ceará: Zacharias B. de Oliveira, jornalista, mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente • Rebia Piauí: Dionísio Carvalho, jornalista ambiental • Rebia Paraíba: Ronilson José da Paz, mestre em Biologia • Rebia Natal: Luciana Maia Xavier, jornalista ambiental Rebia Centro-Oeste (rebiacentrooestesubscribe@yahoogrupos.com.br): Eric Fischer Rempe, consultor técnico (Brasília) Rebia Sudeste (rebiasudeste-subscribe@ yahoogrupos.com.br) - Rebia Espírito Santo: Sebastião Francisco Alves, biólogo Rebia Sul (rebiasul-subscribe@yahoogrupos. com.br) - Coordenador regional: Paulo Pizzi, biólogo • Rebia Paraná: Juliano Raramilho, biólogo • Rebia Santa Catarina: Germano Woehl Junior, mestre e doutor em Física. Pessoa Jurídica A Rebia mantém parceria com uma rede solidária de OSCIPs (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que respondem juridicamente pela finanças dos veículos de comunicação e projetos da Rebia: • Associação Ecológica Piratingaúna CNPJ: 03.744.280/0001-30 • Sede: R. Maria Luiza Gonzaga, nº 217, Ano Bom - Barra Mansa, RJ • CEP: 27323-300 • Utilidade Pública Municipal e isenta das inscrições estadual e municipal • Prima – Mata Atlântica e Sustentabilidade (Ministério da Justiça - registro nº 08015.011781/2003-61) – CNPJ: 06.034.803/0001-43 • Sede: R. Fagundes Varela, nº 305/1032, Ingá, Niterói, RJ CEP: 24210-520 • Inscrição estadual: Isenta e inscrição Municipal: 131974-0 www.prima.org.br

Wilson Dias/ABr. A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, senadora Kátia Abreu, apresenta a maquete do Projeto Biomas, iniciativa desenvolvida em parceria pela CNA e Embrapa para garantir a conciliação da produção de alimentos com preservação ambiental

nesta edição 3

revista do meio ambiente mai 2011



Nem tanto a Chico

nem a francisco

Sue Byford (SXC)

Por um código florestal possível

texto Vilmar Sidnei Demamam Berna*

editorial

Na negociação dos conflitos envolvendo a reforma do Código Florestal está faltando política, no sentido mais nobre do termo, e sinceridade. Que o Código precisa ser reformado, qualquer ambientalista ou ruralista sério, que conheça minimamente o assunto, sabe que sim. Estamos num país democrático, onde nem a vontade de um lado nem a do outro irão prosperar só por que se tem a maioria ou por que gritam mais alto. Assim, é absolutamente legitimo que os lados interessados queiram puxar a brasa para suas sardinhas. Por outro lado, a sociedade tem o direito de ser radical, fundamentalista, exigir seus direitos, tanto para o lado da produção e do mercado quanto para o lado do meio ambiente e das políticas públicas e cidadania. Dependendo da situação, dos interesses em jogo, é preciso negociar um consenso em torno do que é possível e suportável para a convivência entre os diferentes lados em disputa. E para isso existem os políticos. Caberia a eles atuarem como intermediadores nos conflitos, entretanto, geralmente estão comprometidos com um dos lados, descredenciando-

se para o diálogo pela falta de isenção. E é o diálogo que permite o ajuste das percepções e a busca dos pontos convergentes e o esclarecimento sobre os divergentes, onde nem sempre o consenso é possível. Às vezes a tensão pode durar uma vida inteira, e ainda assim a vida continua. Neste caso do Código Florestal, os políticos deveriam ter se disposto mais ao diálogo, até que se chegasse a um consenso em torno do possível, que possibilitasse ao país continuar produzindo, sem detonar com o meio ambiente e considerando as diferenças entre quem produz para alimentar automóveis e animais nos países ricos, de quem produz alimentos para o povo brasileiro. Às vezes, o entendimento pode se tornar muito difícil e até impossível se os votos dos eleitores, os privilégios e cargos, os interesses de negócio, ou partidários, dependerem da pessoa não ser convencida. O campo de batalha não é o plenário dos Parlamentos, mas é a opinião pública. É comum vermos parlamentares discursando para plenários vazios, apenas para serem publicados no Diário Oficial ou gravados pelas televisões legislativas. Entretanto, bem longe de serem neutras e imparciais como gostam de dizer, assim como os políticos escolhem o lado de seus eleitores e patrocinadores, a mídia escolhe o lado dos seus assinantes e anunciantes. A sinceridade, a verdade, às vezes, é o que menos importa quando há muito em jogo e o risco de perder for grande. *Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor e jornalista, fundou a REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental (www.rebia.org.br ) e edita deste janeiro de 1996 a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente) e o Portal do Meio Ambiente ( www. portaldomeioambiente.org.br ). Em 1999, recebeu no Japão o Prêmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas. www.escritorvilmarberna.com.br revista do meio ambiente mai 2011


Depois de dois anos de debate, Câmara aprova Código Florestal Depois de quase dois anos de discussões, a Câmara aprovou na noite de 24 de maio, por 410 votos a favor, 63 contra e uma abstenção, o projeto do novo Código Florestal, legislação que estipula regras para a preservação ambiental em propriedades rurais. Com a aprovação, a matéria será enviada ao Senado, onde deverá sofrer modificações e será alvo de novos embates entre integrantes do governo, da base aliada na Casa e do movimento ambientalista. Em uma sessão marcada por protestos de parlamentares ligados aos ambientalistas – que tentaram, sem sucesso, adiar a votação – e por manifestações de defensores do agronegócio, os deputados referendaram o texto elaborado pelo relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP). No Senado, o relator da matéria será o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). O projeto do Código Florestal, entre outras regras, prevê dois mecanismos de proteção ao meio ambiente. O primeiro são as chamadas Áreas de Preservação Permanentes (APPs), locais como margens de rios, topos de morros e encostas, que são considerados frágeis e devem ter a vegetação original protegida. Há ainda a reserva legal, área de mata nativa que não pode ser desmatada dentro das propriedades rurais. Depois de um longo período de negociações, o relator conseguiu garantir no texto dispositivo que isenta pequenos produtores da obrigatoriedade de recompor reserva legal em propriedades de até quatro módulos fiscais – um módulo pode variar de 40 hectares a 100 hectares. Rebelo e os líderes partidários também conseguiram amarrar no texto a garantia de que atividades consolidadas em APPs, como o cultivo de maçã ou plantio de café, por exemplo, serão mantidas pelo governo. O impasse sobre a especificação de quais culturas poderão ser permitidas, no entanto, ainda deve ser resolvido no Senado. O artigo que trata da anistia para quem desmatou até julho de 2008, previsto no texto de Rebelo, também será discutido com os senadores. Da mesma forma, o governo também vai trabalhar no Senado para incluir no texto do Código Florestal punições mais rigorosas para quem reincidir em crimes ambientais. O acordo firmado entre os líderes partidários e o governo sobre pequenos produtores em áreas de preservação permanentes também deverá ser inserido no texto pelos senadores. Trata-se da proposta que deve garantir a ati-

mai 2011 revista do meio ambiente

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

texto clipping Ambiente Brasil

código florestal

Código Florestal aprovado

na câmara vidade de ribeirinhos nas margens dos grandes rios. O governo concordou em exigir de pequenos produtores, com atividades consolidadas em propriedades nas APPs de margens de rios, a recomposição da vegetação de apenas 20% da total da terra para áreas de até quatro módulos fiscais. Emenda – Com a aprovação do texto principal do relator Aldo Rebelo, os deputados devem analisar agora emendas ao texto. Parte da base governista na Câmara, comandada pelo líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), deve votar a favor de uma emenda que estende aos estados a decisão sobre a consolidação das Áreas de Preservação Permanente (APPs). O governo é contra a emenda porque quer exclusividade para definir as atividades permitidas em APPs. Mais cedo, a possibilidade de a base governista votar contra orientação do governo levou o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), a afirmar que a presidente Dilma Rousseff “não hesitará” em vetar os pontos que estiverem em desacordo com a proposta do Planalto no texto do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP). “Se perder [na votação da emenda], a presidente Dilma não vai hesitar em usar seu direito constitucional [de veto] para impedir que qualquer proposta que anistie desmatadores, que não proteja o meio ambiente, seja aprovada. A presidente Dilma não hesitará em usar suas prerrogativas constitucionais”, avisou Vaccarezza. No momento da votação da emenda, Vaccarezza irá orientar por sua rejeição. Já o líder do PMDB deve recomendar a aprovação. Segundo Henrique Eduardo Alves, será nesse momento que a base deve aprovar a matéria, contra orientação do governo. “[Cândido] Vaccarezza [líder do governo na Câmara] disse que vai encaminhar decisão contrária (à emenda), mas a posição do PMDB é esta. A democracia é assim. Vamos votar, senão vai parar tudo na Câmara de novo”, disse mais cedo o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves. Diante do evidente racha na base governista, o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) afirmou que o partido será “solidário” com a posição do governo em relação ao relatório do Código Florestal. Berzoini disse que a bancada fechou questão contra a emenda. “Vamos acompanhar a posição do governo, não faremos uma apuração de posição”, disse Berzoini ao G1. Fonte: G1


texto Miriam Leitão

Olho no futuro Esta semana o Brasil pode tomar uma decisão que vai afetar as futuras gerações. O país tem diante de si muitas dúvidas, mas já tem uma certeza: até agora, errou muito. O Código Florestal não é sobre o conflito entre produtores e ambientalistas, é sobre os erros do passado, as chances e riscos do futuro. O debate tem sido medíocre. O fotógrafo brasileiro e global Sebastião Salgado passou os últimos anos olhando o presente do futuro num projeto chamado Gênesis, que lembra o passado mais inicial. Fotografa o que resta de protegido na natureza. Essa ideia surgiu quando voltou para a fazenda em que cresceu no interior de Minas, Aimorés. Tudo árido, desmatado, morros pelados, erosões. Nada lembrava a vida cheia de verde que ele tinha visto na infância. Ele começou a replantar. Mil, duas mil, um milhão de mudas de espécies nativas. A água, que havia secado, brotou de novo; as árvores cresceram, voltaram animais, pássaros. A mulher do fotógrafo e autora do projeto, Lélia Salgado, quando me contou o momento da descoberta da água retornada, se emocionou. Os produtores pensam estar protegendo seus interesses quando defendem anistias e leis que aceitam mais desmatamento. Podem estar secando seus rios, revoltando os leitos que vão mostrar suas fúrias nas tempestades, minando o solo, que vai secar, desabar ou se partir nas crateras da erosão. Podem estar contratando o acirramento de fenômenos climáticos extremos que destruirão suas terras, plantações e a economia do país. O dilema que está diante de nós é maior do que temos visto. O Brasil é ao mesmo tempo um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o país com a maior diversidade biológica do planeta, um dos grandes reservatórios de água. Como é possível conciliar a abundância das chances que temos? Há países que administram a escassez. Temos sorte. Os ruralistas disseram que querem mais terra para plantar. Com a produção deles, o Brasil garante a balança comercial, aproveita a alta das commodities, acumula reservas cambiais, entra em todos os mercados como o primeiro do mundo em muitos produtos. Os produtores são parte do nosso sucesso como país. Os ambientalistas dizem que o país já destruiu demais. Foram 333 mil km na Amazônia nos últimos 20 anos: 11 Bélgicas, quase uma vez e meia o território do Reino Unido. Além disso, reduziu a quase nada a Mata Atlântica, é insensível ao Cerrado, ameaça o Pantanal, despreza a Caatinga. Os ambientalistas são parte do nosso melhor projeto. Os cientistas fizeram um grupo de trabalho, reuniram mentes brilhantes, estudaram profundamente e fizeram um relatório que alerta para os riscos de o país escolher mais desmatamento. Foram ignorados e disso deram ciência ao país. A Agência Nacional de Águas (ANA) ouviu os técnicos e avisou: sem a cobertura vegetal, vamos perder água; o elemento da vida que está ficando cada vez mais escasso. A agência foi ignorada como se chovesse no molhado. No meio dessa complexidade, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) escolheu apequenar seu campo de visão e viu apenas um dos lados do polígono. Não entendeu que esses são conflitos não antagônicos, para usar uma linguagem que talvez ele ainda tenha de memória. É preciso ver toda essa diversidade. Escolhendo ouvir só os produtores de visão estreita, ele pode estar revogando os interesses mais permanentes dos próprios produtores. Sem proteção do meio ambiente não haverá água, sem água não haverá produção. Sem meio ambiente não há agronegócio. Os interesses são mais convergentes do que parecem.

Elza Fiúza/ABr

Debate sobre o Código Florestal tem sido medíocre

Os produtores têm razão em reclamar que a lei mudou no meio do caminho em alguns pontos. Olhar esses pontos com sinceridade é necessário. A ANA lembrou as políticas de incentivo ao desmatamento e as alterações de tópicos da lei e separou o que o projeto misturou: “Quem agiu de boa fé” e “quem comprovadamente gerou passivo ambiental.” O projeto mistura tudo quando anistia quem desmatou até 22 de julho de 2008. O texto como foi escrito estatiza os custos e privatiza o lucro. Os cientistas alertam que uma pequena alteração feita no texto representa um risco imenso. Se a mata em torno dos rios tiver que ser calculada a partir da menor calha, e não das bordas maiores, os rios da Amazônia que enchem e encolhem ao longo do ano podem perder 60% da sua proteção. A ANA, a Academia Brasileira de Ciências e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) avisam que não se deve mudar o código. A tarefa é aprimorar a lei e melhorar a implementação. A ideia de que uma lei deve ser jogada fora porque muitos não a respeitaram é estranha. Ela não foi entendida nem pelo governo que a baixou em 1965, mas para nossa sorte ela ficou atual. Protege áreas frágeis da erosão e dos deslizamentos. Protege rios e mananciais de água. Cria a obrigação de cada proprietário reservar uma parte da sua terra para a vegetação natural. Está em sintonia com o tempo da mudança climática que já está entre nós. A oposição desistiu do futuro; o governo decidiu escolher o menos pior. Erram os dois. O sensato é querer o melhor. Olhar para as exigências que o planeta nos faz para as próximas e decisivas décadas. Entender como aumentar a produção conservando os ativos. Fazer mais com cada hectare de terra da agricultura e da pecuária. Tirar mais informação da biodiversidade que recebemos por herança. Não se deve votar com olhos paroquiais. É pelo porvir que se vota, congressistas. Leis não são mudadas para apagar o crime do passado, mas para garantir o melhor futuro. Fonte: http://oglobo.globo.com/economia/miriam/

revista do meio ambiente mai 2011


Mais ambientalistas

assassinados

Divulgação

texto Germano Woehl Jr.

ambientalismo

Ambientalistas do Pará foram mortos em ‘tocaia’, diz delegado

José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva já haviam sido ameaçados antes

O delegado Marcos Augusto Cruz afirmou ao G1 que o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva foi morto em uma “tocaia” em uma estrada na Zona Rural de Nova Ipixuna (PA), na manhã de 24 de maio. “Eles foram mortos a tiros na estrada que dá acesso ao assentamento onde residiam. As vítimas seguiam em uma motocicleta e, em determinado ponto, quando tiveram de reduzir a velocidade para passar em uma ponte, foram interceptados e atingidos pelos atiradores. Os autores do crime já estavam de tocaia. Eles esperavam as vítimas ali para cometer o homicídio”, afirmou o delegado. Segundo o delegado, a polícia trabalha com a hipótese de que duas pessoas teriam atirado nas vítimas, mas o número ainda não foi confirmado. Os atiradores também estariam em uma motocicleta. “Com certeza, foi um crime por encomenda, a mando de alguém. As características são típicas de uma execução”, disse Cruz. O delegado afirma que, por enquanto, não há suspeitos, mas a polícia já começou a reumai 2011 revista do meio ambiente

“Muita gente tinha interesse na morte dele, porque realmente fazíamos as denúncias de crimes contra o meio ambiente. Temos certeza de que foi um crime que teve mandantes. (Claudelice Silva dos Santos, irmã de José Cláudio)

nir informações para encontrar aos criminosos. Parentes das vítimas e possíveis testemunhas do crime serão convocadas para prestar depoimento. “Eram pessoas que estavam inseridas em um contexto de lutas sociais. Eles eram ambientalistas, viviam em um assentamento e têm uma história de conflitos de interesses com madeireiros e fazendeiros da região”, disse. Os corpos serão encaminhados para perícia no Instituto Médico Legal (IML) de Marabá (PA). Inimigos Claudelice Silva dos Santos, irmã do ambientalista, afirmou ao G1 que o casal possuía inimigos. As vítimas teriam registrado queixas, na delegacia de Marabá, pelas ameaças constantes que sofriam. “Nós somos ambientalistas e envolvidos com o movimento social. Muitos fazendeiros e madeireiros tinham interesse em que meu irmão e a mulher não atrapalhassem mais. Eles faziam denúncias de desmatamento, grilagem de terras e sempre foram ameaçados, mas nunca imaginamos que essas ameaças seriam consolidadas”, afirma. De acordo com Claudelice, a residência do casal já havia sido invadida e revirada inúmeras vezes. O casal já teria sofrido outros atentados anteriormente. “Muita gente tinha interesse na morte dele, porque realmente fazíamos as denúncias de crimes contra o meio ambiente. Temos certeza de que foi um crime que teve mandantes. É do interesse da família que se faça Justiça, não vamos deixar que isso fique impune como tantos outros aqui.” Repercussão A presidente Dilma Rousseff determinou que a Polícia Federal investigue o assassinato. Segundo o Planalto, Dilma ficou sabendo do assassinato pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que tomasse providências necessárias junto à Polícia Federal. Fonte: Luciana Rossetto/ G1


IV Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental 17, 18, 19 e 20/11 de 2011 RIO DE JANEIRO • PUC-RJ

Comunicação para a sustentabilidade e preparatório para a cobertura da conferência Rio + 20 RESERVE JÁ SEU ESPAÇO PUBLICITÁRIO NA EDIÇÃO ESPECIAL DA REVISTA DO MEIO AMBIENTE QUE CIRCULARÁ ENTRE OS PARTICIPANTES DO IV CBJA

> Fóruns de Debates > Oficinas de Capacitação > Mostra Científica

> Mostra de vídeos ambientais > Estandes

> EVENTOS PARALELOS

• Encontro da RedCalc • Red Latino • Americana de Periodismo Ambiental • Iº Encontro Nacional da REBIA • Rede Brasileira de Informação Ambiental

> REALIZAÇÃO

• Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental (RBJA)

http://br.groups.yahoo.com/group/jorn-ambiente/?yguid=21314702

• Rede Brasileira de Informação Ambiental (REBIA) www.rebia.org.br

• Instituto Envolverde • Jornalismo & Sustentabilidade www.envolverde.com.br

• ECOMÍDIAS (Associação Brasileira de Mídias Ambientais) http://eco-midias.blogspot.com/

> CURADORIA

Dal Marcondes(Envolverde e RBJA) e Vilmar Berna (REBIA e RBJA)

> SECRETARIA EXECUTIVA

Instituto Envolverde • Jornalismo & Sustentabilidade 11 3034-4887 • anamaria@envolverde.com.br


texto Tatiane Queiroz (G1 MS)

10 dia internacional da biodiversidade

matanÇa de onças pantaneiras

Vídeo mostra a caça clandestina em fazenda como atração turística. Onças eram abatidas por caçadores armados com espingardas e carabinas O vídeo que faz parte do inquérito instaurado pela Polícia Federal para investigar a caça clandestina de onças no Pantanal de Mato Grosso do Sul revela como era a ação de caçadores clandestinos durante a matança dos animais. Segundo a PF, o vídeo foi enviado por um estrangeiro que teve acesso às imagens. O áudio é original do material enviado. A prática estava sendo vendida para outros países como uma atração turística. Filmado em inglês como um vídeo-documentário de aproximadamente 20 minutos, as imagens contrastam o cenário de belezas naturais do Pantanal com cenas chocantes de matanças de onças pardas e pintadas feita por caçadores brasileiros e estrangeiros. Em um dos trechos do vídeo aparecem caçadores com vestimentas camufladas (iguais as fardas do exército), armados com espingardas e carabinas. Em uma das cenas mais fortes, o caçador aponta a arma para o animal que está no alto de uma árvore e atira. Ferida, a onça despenca da árvore. O vídeo foi o estopim para o início das investigações que resultaram na operação Jaguar II, feita pela PF em conjunto com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama/MS). Na tarde do dia 5 de maio, policiais federais e agentes do Ibama apreenderam peles e partes de animais abatidos além de armas e munições na Fazenda Santa Sofia, localizada no município de Aquidauana, a 130 quilômetros de Campo Grande (MS). Em entrevista ao G1, a proprietária da fazenda, Beatriz Rondon, confirmou a apreensão de armamentos, munições, peles e crânios de animais feita pela Polícia Federal em sua propriedade na tarde de quinta. No entanto a fazendeira não quis dar maiores esclarecimentos.

Frames do vídeo: Beatriz Rondon, proprietária da fazenda onde se realiza a “atração turística” de caça às onças do Pantanal

Filmado em inglês como um vídeodocumentário de aproximadamente 20 minutos, as imagens contrastam o cenário de belezas naturais do Pantanal com cenas chocantes de matanças de onças pardas e pintadas feita por caçadores brasileiros e estrangeiros

ALERTA: O VÍDEO CONTÉM CENAS FORTES: http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/ 2011/05/video-mostra-acao-de-cacadores-em-matanca-de-oncas-no-pantanal.html mai 2011 revista do meio ambiente

Versão da fazendeira O advogado de Beatriz, René Siufi, informou que as peles, crânios e galhadas de animais que foram apreendidos na propriedade são antigos, de caças que aconteceram há aproximadamente 40 anos. Ele informou ainda que todo o armamento aprendido na fazenda está em situação legal. “Todas as armas e munições que estavam na propriedade são legalizadas e possuem cadastro no Exército porque a Beatriz é uma colecionadora de armas”, explicou o advogado. Siufi afirmou, ainda, que a Beatriz nunca permitiu caças em sua propriedade e lembrou que ela faz parte da Organização Não-Governamental (ONG) Sodepan, fundada por proprietários rurais, ambientalistas, pesquisadores e empresários do setor turístico. A fazenda Santa Sofia é considerada uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e faz parte da Associação de Proprietários de Reservas Particulares de Mato Grosso do Sul (REPAMS), apoiada por diversas instituições ambientais como a WWF-Brasil. De acordo com a polícia, Beatriz Rondon não foi indiciada porque as investigações ainda estão em andamento. Fonte: http://g1.globo.com


ambientalismo 11

Nota de esclarecimento do Presidente do REPAMS A Associação dos Proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) do Mato Grosso do Sul (REPAMS) apóia totalmente a atitude de fazendeiros que dispõe de parte de sua terra para o bem comum criando uma Unidade de Conservação Particular. Ao longo de seus oito anos de trabalho incansável pela conservação da biodiversidade e melhoria da qualidade de vida em Mato Grosso do Sul, a REPAMS vem incentivando seus associados a cuidar de suas RPPNs criando ações efetivas de proteção, educação ambiental e Plano de Manejo de suas áreas. Para que tudo isso aconteça, contamos com um corpo técnico altamente capacitado que trabalha no sentido de fornecer consultoria para a criação e manutenção de RPPNs aos nossos associados, bem como para a sociedade em geral. Também, buscamos financiamento através de forte compromisso com a conservação stricto sensu junto a organizações não governamentais e públicas, nacionais e estrangeiras. Ainda, trabalhamos junto a Confederação Nacional de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (CNRPPN) no sentido de fortalecer o movimento da conservação de áreas naturais no Brasil. Deste modo, a REPAMS repudia veementemente qualquer ação que venha de encontro ao prejuízo direto ou indireto à natureza. Entendemos que as ações e atitudes tomadas em discordância às normas ambientais públicas vigentes devam ser coagidas e drasticamente punidas pelos órgãos competentes. Heitor Miraglia Herrera Presidente da REPAMS

Petição

“Ecologistas já éramos por índole. Hoje nos tornamos por opção.” (Abílio Leite de Barros – Gente Pantaneira) Assine esta petição pelo indiciamento dos criminosos caçadores de onças e outros animais em extinção e protegidos por lei no Brasil. http://www.repams.org.br/noticias. php?cod=1996

chacina ambientalista

Crime no Paraná: ambientalistas querem equipe especial de investigação

Ambientalistas enviaram manifesto ao governador do Paraná, Beto Richa, e ao secretário de Segurança, Reinaldo de Almeida César, pedindo providências imediatas no sentido de destacar equipe especial de investigação do assassinato do ambientalista Jorge Roberto Carvalho Grando, ex-secretário de Meio Ambiente de Pinhais (PR), de seu irmão Antônio Luís Carvalho Grando e de seus amigos Albino Silva, Gilmar Reinert e Valdir Vicente Lopes. Os cinco foram executados na chacina ocorrida no último dia 22 de abril, numa chácara no município de Piraquara, região metropolitana de Curitiba. Os ambientalistas dizem às autoridades que, sem uma equipe especial de investigação o bárbaro crime pode ficar impune. É a seguinte a íntegra do manifesto: Vimos, enquanto militantes do movimento ambientalista do Estado do Paraná, manifestar nossa solidariedade aos familiares dos nossos colegas Jorge Roberto Carvalho Grando, Antônio Luís Carvalho Grando, Albino Silva, Gilmar Reinert e Valdir Vicente Lopes, covardemente assassinados na sexta-feira, dia 22 de abril de 2011. As vítimas têm uma história de dedicação incansável à defesa dos direitos humanos e das gerações futuras e eram lideranças importantes do movimento ambientalista do Paraná. As circunstâncias de suas mortes evidenciam a necessidade de uma investigação profunda que revele as motivações e os responsáveis pelo crime, que não atinge só as suas famílias mas toda a sociedade. Diante dessas circunstâncias que evidenciam o ressurgimento de um tempo obscuro de perseguição aos defensores dos direitos humanos e do meio ambiente no Paraná, os militantes abaixo assinados requerem a Vossas Excelências que tomem providências imediatas no sentido de destacar uma equipe especial de investigação do homicídio dos militantes de modo que este bárbaro crime não fique impune. A sociedade civil organizada do Estado do Paraná continuará mobilizada, cultuando a memória dos militantes assassinados e exigindo das autoridades resultados nas investigações. Sem mais para o momento, subscrevemo-nos. Atenciosamente, • Lídia Lucaski – AMAR • Laura Jesus de M. e Costa – Cedea • Zuleica Nycz – Apromac • Raquel Bandeira – AMAR • Rosana Vicente Gnipper – Ecoforça • Sandra V. Ribeiro – Amigos das Águas • Warma Elisabeth Henrichsen – Iben • Zenaide Maria Graciolli – GT3 • Juliano Bueno de Araújo – Aninpa • José Álvaro Carneiro – Fundação SOS Mata Atlântica • José Paulo Loureiro – Atmosfera • Mário Sérgio Simião – Cedea • Carlos André Denes – Cedea • Valdir Donizete de Moraes – Ecoforça

• Rafael F. Filippin – Liga Ambiental • Valter Johnson Bomfim – Instituto Timoneira • Paulo César Medeiros – Cedea • Edson d´Almeida – MEP • Pedro Gonçalves Guimarães – MEL • Mário Bastos – Appam • Odmar Spada – Aninpa • José Ivan de Macedo – ICS • Maurício B. Degelmann – GT3 • Jacob L. Bettoni – Noergologia • Paula Gamper – Criarte • Luis Gustavo do Nascimento – IFTA • Adriano Wild – Mater Natura • Vitório Sorotiuk – Adv. Ambientalista • Paulo Pizzi – Mater Natura

http://amarnatureza.org.br revista do meio ambiente mai 2011


texto Álvaro Pessôa

12 opinião

criminosos

ambientais

Cuidado com a sua próxima festa de São João. Junho está chegando! Caso a armação do arraiá “demande o corte de bambus nativos ou você pretenda pular a fogueira”, pode acabar denunciado ao Juiz como criminoso ecológico, um horroroso crime federal. O mesmo ocorre se seu caseiro queimar folhas secas do seu quintal, podar as árvores sem licença ambiental, usar mini motosserra ou pegar minhocas para ir pescar. Vai aparecer um Torquemada moderno, vestindo os uniformes do INEA, da Polícia Federal, da Polícia Florestal, do IBAMA, ou outra praga similar e lá vai você preso, inafiançável. A sorte do Marechal Rondon, é que conseguiu servir ao Brasil no século passado. Hoje não tomaria nem o trem para o sertão, por falta de licença ambiental, alvarás, carteira de identidade de explorador. Dizia o Marechal, que pelos índios, era preciso morrer, se necessário fosse, mas jamais matar um deles. Pois se hoje em dia, um jacaré lhe atacar, trate de morrer, ou deixe morrer até seu filho, se preciso for (na boca do jacaré), mas não mate o bicharoco nunca, que ele é sagrado. Centenas morrem todo dia na porta dos hospitais públicos, mas a fauna é intocável. Felizes os que nasceram nas décadas de cinqüenta e sessenta, e tiveram a alegria de catar tatuí e vongole nas praias de Ipanema! Hoje seriamos todos processados e iríamos em cana por exercermos a atividade criminosa de apreender exemplares da fauna nativa com o fim de saboreá-los, sem a competente licença de pescaria. Em Tocantins, recentemente, as oito vacas de uma pobre senhora camponesa, lancharam apetitoso capim sem saber que o dito estava plantado nas sagradas e invioláveis terras de reserva legal. Multaram-na em R$ 20.000, dinheiro que a senhora ali assentada pelo Incra nem imagina quanto seja. Razão tinha um tal de Charles Darwin, que ao passar por aqui em sua viagem ao redor do mundo, no Beagle (não é o cachorro) escreveu: funcionários públicos, salvo raras exceções, têm muito de mesquinho o corpo e medíocre o espírito, o que é exponencial nos burocratas brasileiros; mas só para ver uma floresta cheia de macacos, sou até capaz de beijar o chão onde pisa o burocrata brasileiro, quando mais me submeter às suas atitudes ranzinzas e arrogantes. Parece hoje, não parece? Servidores públicos que tratam ou fiscalizam atividades relacionadas com o meio ambiente, em sua esmagadora maioria, procedem como os fieis do Alcorão. São dotados de uma Sharia (sistema de mai 2011 revista do meio ambiente

A Jihad contra a alegria de viver e os aiatolás do meio ambiente crenças) próprio e emitem Fatwas (decisões definitivas) irrecorríveis. Definitivas porque, em caso de descumprimento, o burocrata aparece armado com bandas de artilharia pesada, mísseis e foguetes, cinco delegados da Polícia Federal, peritos que emitem pareceres relâmpagos, Almotacés e Escrivães, sem falar em Juízes zangados, que mandam cessar todas as atividades, pois a administração pública goza do princípio da boa fé. Isso sem falar nos Inquéritos Policiais Federais, embargos, medidas cautelares, escândalos na porta da casa do acusado, com direito a televisão especialmente convidada. A essas atitudes se chama democracia. Autoritários eram os chefes militares (sic)! A Fatwa irrecorrível, é muito mais autoritária que qualquer mando de Senhor de Engenho, mas também pode ser aplicada, em sua forma mais grave: a de tortura empresarial. São inúmeras as recuperações judiciais e as falências decorrentes dessa nova Inquisição. Ouse um empresário brasileiro, iniciar um projeto imobiliário numa praia, instale torres de transmissão elétrica, ou transporte seus empregados em caminhão (a obra é morro acima) que, logo a seguir, os uivos medonhos e os silvos das bombas dos “stukas” da administração pública, acabam com a empresa, com o projeto e, muitas vezes, com a vida do próprio empresário. Lembrando Churchill: “nunca tão poucos desgraçaram tanto a vida de tantos”. O pior de tudo, é que esses jovens aiatolás, que fazem incidir pesadas fatwas sobre a população ordeira e trabalhadora e sobre os empresários que sustentam com seu imposto e seu suor todas as atividades públicas (inclusive as de fiscalização) realmente acreditam – ou lhes é conveniente acreditar – que estão fazendo o bem à sociedade. Lutam como leões pela condenação de gente idônea e saboreiam a vitória. Foi o que ocorreu, em caso recentíssimo levado a julgamento em nossos tribunais, pela condenação de um veranista com mais de 80 anos, na região serrana do Rio de Janeiro. Seu crime ecológico foi ter um empregado que queimou folhas secas e sapecou as cinzas num pasto do próprio veranista. Todos os anos, em julho e agosto, a área de pastagem das Serras, por razões climáticas (estação das secas), entra em combustão espontânea. Mas isso não tem a menor graça, pois o óbvio não tem charme. Bom mesmo é condenar alguém, com base num positivismo de fazer inveja aos Juízes do Terceiro Reich, que aliás aca-


13 baram todos também condenados, exatamente pelos excesso de positivismo aplicado. Não consigo entender, à luz da tese de que somos um povo bom, fraterno, alegre e até mesmo cordial (como queriam os senhores Cassiano Ricardo e Sergio B. de Holanda). Essa amargura, azedume e raiva contra o cidadão, então, de onde vêm? Afinal esses fiscais do meio ambiente costumam ser jovens e, em principio, a mocidade é generosa, pois é esperançosa. São jovens articulados, bem vestidos, exemplares, dignos de admiração pela sociedade, com seus carros de modelo recente e, de certo modo, representam alguma coisa de que a nação deve se orgulhar. Até mesmo Santo Thomás de Aquino, escreveu uma obra sobre a alegria, que a Santa Inquisição tratou de queimar (veja-se o filme O Nome da Rosa)! Pois, assim, queimam a alegria dos brasileiros na fogueira da nova Inquisição tropical e confundem tudo, alhos com bugalhos. É claro que o Muezim não canta no Minarete contra qualquer um. A Fatwa é seletiva, e Themis tem os olhos abertos por debaixo da venda. Os jovens turcos sabem bem disso. Existe a classe dos poderosos (pois a política ainda pode) que é inimputável. A outra classe inimputável são os moradores de morros e favelas, manguezais e florestas inatingíveis, beiras de lagoas, topos de morro, vizinhos de faixa de linha ferroviária ou estradas. Esses podem comer todos os siris e caranguejos, lagostas, pitus e camarões, pescarem todas as tartarugas e muito mais sem que os olhos dos Aiatolás sequer pisquem. Ali vivem pela total incapacidade do Estado de ter uma política habitacional que os atenda. As ilustres autoridades fazem o que é possível: condenar a classe média inteiramente indefesa, bem como os pequenos e médios produtores rurais cujo destino não parece ser de interesse da população urbana que acha que comida “dá” em supermercado. Que diabos! – devem pensar esses fiéis! Crentes no Alcorão e na jurisprudência da Sharia. Guerreiros sagrados do Islã! Querem o que? Prestamos concurso público e fomos aprovados. Nosso compromisso é com a lei escrita e a Constituição Federal. Fora da lei não há e nem haverá salvação! Temos aqui a lei, que é a premissa maior; e o fato delituoso, com toda a tipicidade, que me permite adequar um ao outro. Se vai ou não haver fogueira ou “arraiá” na festa de São João, me é indiferente. Caso acabem as tipicidades tão ricas da sociedade brasileira, o problema não é meu, mas dos congressistas. Então, tá! A isso se resume a realização pessoal desses burocratas, juristas, políticos e outros iluminados! Fonte: www.luizprado.com.br

revista do meio ambiente mai 2011


14 mudanças climáticas

Ministério da Justiça abre inscrições para projetos sobre mudanças climáticas

Sobre o Painel Global

O Painel Global é o único aplicativo em Língua Portuguesa que mostra a Terra em tempo real. Fenômenos naturais como terremotos, vulcões, furacões, tsunamis, icebergs ou eventos climáticos são plotados sobre o mapa assim que reportados pelas diversas instituições científicas de monitoramento. Atualmente o Painel Global está capacitado a registrar todos os terremotos de pequena, média e grande intensidade que acontecem em qualquer parte do planeta, assim como as temperaturas recordes informadas por mais de 120 aeroportos que operam no Brasil e outros 350 ao redor do mundo. Vulcões, maremotos, tsunamis e furacões são constantemente monitorados pela nossa equipe e assim que informadas as coordenadas do evento são plotados e destacados no mapa. Nosso objetivo é fornecer um painel informativo de fenômenos naturais destinado às agências de notícias e ao público em geral, ávidos por informações geofísicas que possam ajudar no planejamento diário das diversas atividades, com destaque para viagens de negócios ou análises de risco aos empreendimentos próximos às áreas afetadas. O Painel Global não é um aplicativo fechado. Ele estará sempre em constante evolução para que possa representar com precisão todos os eventos naturais que ocorrem diariamente, mas que até agora eram mal divulgados ou dispersos através dos diversos sites e portais informativos brasileiros. Conheça o Painel Global em www.painelglobal.com.br

Entidades sem fins lucrativos podem apresentar projetos sobre mudanças climáticas para receber financiamento do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (CFDD), do Ministério da Justiça. As propostas podem ser enviadas até 31 de maio de 2011. O valor repassado para cada projeto selecionado varia entre R$ 200 mil e R$ 600 mil. As propostas devem abordar temas como a elaboração de diagnósticos socioambientais e o desenvolvimento de estratégias de educação ambiental e de redução do desmatamento. Entidades estaduais, municipais e organizações sem fins lucrativos podem se inscrever pelo portal de convênios do governo federal, por meio do site do Sistema de Gestão de Convênios, Contratos de Repasse e Termos de Parcerias (OSCIP). Já os órgãos federais devem se inscrever por meio de formulário disponível no site do Ministério da Justiça (www.mj.gov.br/cfdd). Ele deve ser preenchido e enviado pelos Correios para a Secretaria de Direito Econômico (Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Edifício Sede, sala 532, CEP 70064-900, Brasília –DF). Também estão abertas as inscrições para a seleção anual do Conselho, que contemplará projetos a serem executados em 2012. Entidades que atuem na defesa dos direitos difusos (como preservação do meio ambiente, defesa do consumidor, e conservação de patrimônio cultural) podem apresentar propostas até 15 de abril de 2011. Mais informações no site do Ministério da Justiça.

ONU diz que aquecimento global terá efeitos graves sobre alimentos A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, fez um alerta no fim de março sobre o que chamou de “potenciais efeitos catastróficos” das mudanças climáticas na produção de alimentos entre 2050 e 2100. A agência apresentou um documento à Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, sugerindo aos governos medidas para evitar que a segurança alimentar seja comprometida. Países em desenvolvimento Segundo a FAO, as consequências do aquecimento global devem cada vez mais atingir nações em desenvolvimento. A agência exortou os governos a preparar suas populações para estes impactos, investindo em agricultura para que se tornem mais resistentes. Apesar de ressaltar a importância de lidar com os riscos mais imediatos, o diretor-assistente geral para Recursos

mai 2011 revista do meio ambiente

Naturais da FAO, Alexander Müller, reforçou que não faz sentido tentar mitigar as mudanças de longo prazo após seus efeitos começarem a ser sentidos. Genética A FAO aconselhou que se crie um banco de genes, porque algumas espécies correm o risco de desaparecer. Além disso, a organização afirmou ser necessário desenvolver variedades de alimentos melhor adaptadas às condições climáticas futuras. Como impacto do aquecimento global na agricultura, os preços dos alimentos tendem a subir, tornando as populações mais pobres ainda mais vulneráveis. A Comissão Econômica e Social para a Ásia e o Pacífico, Escap, revelou que 20 milhões de pessoas foram impedidas de sair da pobreza no ano passado devido à elevação dos preços no setor alimentar. Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia


1

PROGRAMAÇÃO DEFINITIVA VIVÊNCIA ECOTURÍSTICA # FOZ DO IGUAÇU # 15 A 19 DE JUNHO DE 2011 15 DE JUNHO 10h Saída do Vôo - Rio / Foz do Iguaçu 12h Chegada a cidade de Foz do Iguaçu e encaminhamento ao Hotel

17 DE JUNHO 10h - 1h30 Visita aos Parques: das Aves, Cataratas do Iguaçu e Macuco Safári (conforme opção do grupo) 10h - 1h30 Almoço Boi no Rolete (a definir) 13h Abertura Oficial da Feira de Turismo e Hotel Show [Rafain Palace Hotel]

15h Ida a cidade de Puerto Iguaçu (Argentina), passando pelo Duty Free e visitação ao Cassino Iguaçu

10h - 13h Fórum de Turismo Apresentação de Trabalhos [Rafain Palace]

18h Retorno da Argentina em direção ao Hotel

10h - 13h Mostra de Turismo Sustentável Palestras [Rafain Palace Hotel]

20h Noite Livre

13h - 20h Feira de Turismo [Rafain Palace Hotel]

DIA 16 DE JUNHO

13h - 20h Mostra de Turismo Sustentável [Rafain Palace Hotel]

9h Visita a cidade de Ciudad del Leste (Paraguai)

14h - 21h Hotel Show [Rafain Palace Hotel]

18h Churrasco de Integração da Caravana do Rio de Janeiro [Pousada Sonho Meu]

14h - 18h Workshop IBQP [Rafain Palace Hotel]

22h Coquetel de Boas Vindas ao Festival (local a definir)

14h - 18h Rodada de Negócios Turísticos SEBRAE [Rafain Palace Hotel] 15h - 21h30 Fórum de Turismo Abertura e Palestras 20h Confraria Panorama do Turismo (a definir) 22h Festa dos Estudantes (a definir) 0h Retorno a Pousada

18 DE JUNHO 8h - 12h Visita a Hidrelétrica de Itaipu 9h - 12h Fórum de Turismo - Mini Cursos [Rafain Palace Hotel] 10h - 13h Fórum de Turismo Apresentação de Trabalhos [Rafain Palace] 10h - 13h Mostra de Turismo Sustentável Palestras [Rafain Palace Hotel] 17h Fórum de Turismo - Mini Cursos [Rafain Palace Hotel] 13h - 20h Feira de Turismo [Rafain Palace Hotel] 13h - 20h Mostra de Turismo Sustentável [Rafain Palace Hotel] 14h - 21h Hotel Show [Rafain Palace Hotel] 14h - 18h Workshop IBQP [Rafain Palace Hotel] 14h - 18h Rodada de Negócios Turísticos SEBRAE [Palace Hotel] 14h - 20h30 Fórum de Turismo - Palestras e Encerramento 17h - 19h Mostra de Turismo Sustentável Palestras [Rafain Palace Hotel] 19h Encerramento Solene do Fórum [Rafain Palace Hotel] 22h30 Festa de Encerramento (a definir)

19 DE JUNHO 8h Manhã livre 14h Saída da Pousada Sonho Meu, Check Out realizado as 12h. 15h Transfer ao aeroporto Retorno para o Rio de Janeiro 18h Chegada no Rio de Janeiro

CONTATOS JOSÉ MAURO FARIAS josemaurofarias@ig.com.br GUSTAVO BERNA gustavo.berna@hotmail.com revista do meio ambiente mai 2011


Pintar os telhados de branco para minimizar a absorção de calor e reduzir o consumo de energia e o efeito de ilha de calor urbana pode provocar o efeito contrário

Alessandro Paiva (SXC)

texto Elton Alisson

16 ciência e tecnologias ambientais

Teto de Alguns tipos de fungos utilizam luz como fonte de energia e produzem pigmentos que causam o escurecimento de telhados

Tintas imobiliárias comuns são muito suscetíveis à colonização por mofo ou bolor, assim como algas e ciabobactérias, que causam o escurecimento de telhados e o aumento da temperatura interna e do consumo de energia dos imóveis mai 2011 revista do meio ambiente

A pintura de todos os telhados da cidade de São Paulo de branco para, entre outros objetivos, minimizar a absorção de calor e, consequentemente, reduzir o consumo de energia com o uso de ventiladores e ar-condicionado e o efeito de ilha de calor urbana, como pretende promover um Projeto de Lei aprovado em primeira votação na Câmara Municipal de São Paulo no fim de 2010, pode provocar o efeito contrário. Isso porque as tintas imobiliárias comuns, à base de água, são muito suscetíveis à colonização por fungos filamentosos, conhecidos como mofo ou bolor, assim como algas e ciabobactérias, que causam o escurecimento de telhados e, consequentemente, o aumento da temperatura interna e do consumo de energia dos imóveis. E se essas tintas forem aplicadas diretamente nos telhados, sem a completa remoção dos fungos do local, esses microrganismos poderão crescer de forma muito mais acelerada entre as camadas de tinta, apontam estudos realizados no Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Nos últimos anos, um grupo da instituição iniciou as primeiras pesquisas no Brasil sobre biodeterioração – a deterioração de materiais de construção civil por fungos demáceos (que possuem melanina na parede celular) e microrganismos fototróficos, que utilizam luz como fonte de energia e produzem pigmentos que causam o escurecimento em ambientes internos e externos dos imóveis, como o telhado e a fachada, deixando-os com a aparência de “chapas de raio X” de edifícios. A partir de 2007, por meio do projeto “Microbiologia aplicada à ciência dos materiais

vidro de construção civil”, financiado pela FAPESP no âmbito do programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, eles começaram a estudar a ação desses microrganismos em tintas expostas em diferentes regiões climáticas do Brasil em um laboratório de microbiologia aplicada à ciência dos materiais de construção, implantando na Poli com recursos do projeto. Os testes em laboratório demonstraram que os biocidas (fungicidas) presentes na formulação das tintas para conferir proteção do produto à ação dos fungos são lixiviados (removidos) pela água. Já estudos realizados em estações de pesquisa em São Paulo, no Pará e no Rio Grande do Sul revelaram que o clima e as condições ambientais influenciam a velocidade da colonização microbiana em tintas. Embora as tintas em Belém tenham ficado mais escuras pela colonização por organismos fototróficos, as utilizadas em São Paulo foram mais colonizadas pelos fungos. “É preciso realizar mais pesquisas sobre a durabilidade das tintas desenvolvidas para aplicação em telhados antes de implementar qualquer lei. Porque, com o tempo, sabemos que haverá crescimento microbiano e o escurecimento dos telhados, e isso acarretará mais gastos de repintura e o aumento de lixiviação do biocida das tintas”, disse a pesquisadora coordenadora do projeto, Márcia Aiko Shirakawa, à Agência FAPESP. A pesquisadora ressalva que não há necessidade de o telhado ser da cor branca. Produtos de outras cores podem ser reflexivos e superfícies metálicas também podem ajudar. Para minimizar os efeitos dos microrganismos sobre as tintas, de acordo com Shirakawa, são necessárias formulações especiais. Uma


Biocalcificação Além de tintas, os microrganismos também atuam sobre outros tipos de materiais de construção civil porosos, como concreto, argamassa e fibrocimento contendo fibras orgânicas, utilizados para fabricação de telhas em substituição ao amianto. Com o objetivo de inibir essa ação deletéria dos microrganismos e de poluentes atmosféricos, cientistas na Europa iniciaram pesquisas sobre a utilização de alguns grupos de microrganismos para proteger os materiais de construção por meio de um processo denominado biocalcificação. O processo consiste na formação de uma camada de carbonato de cálcio, induzida por microrganismos, dentro da estrutura de poros da superfície de materiais cimentícios, para diminuir a permeabilidade do produto e a biodeterioração. Na Europa, segundo Shirakawa, a nova técnica já foi utilizada em países como a França para a restauração de edifícios históricos. No Brasil, os pesquisadores da Poli estão estudando em parceria com cientistas do exterior a aplicação da tecnologia pela primeira vez em fibrocimento, para proteger as telhas à base do material da ação dos microrganismos e reduzir o escurecimento superficial por fungos, e em bioconsolidação de solos. Em vez de cimento, os pesquisadores utilizaram bactérias ureolíticas, que induzem a precipitação de carbonato de cálcio, para cimentar grãos de areia e melhorar a estabilização de solos. Como isso, seria possível prevenir a erosão e aumentar a estabilidade de encostas. “Estamos avaliando a durabilidade das camadas de carbonato de cálcio expostas às intempéries naturais, porque também não sabemos a eficiência dele ao longo do tempo”, ressaltou Shirakawa. Fonte: Agência Fapesp

Comunidades indígenas

desrespeitadas Cimi: 180 comunidades indígenas têm sido prejudicadas por impacto de obras

Wilson Dias/ABr

alternativa é o uso de tintas inorgânicas autolimpantes, com nanopartículas de dióxido de titânio, que possuem capacidade de fotocatálise (aceleramento de uma reação por luz ultravioleta), impedindo a colonização microbiana. Porém, também é necessário estudar a eficiência desses novos materiais e suas suscetibilidades à colonização por microrganismos em condições de clima tropical, como o do Brasil. “Temos outro projeto, também apoiado pela FAPESP, que está sendo realizado no departamento para estudar a formulação dessas novas tintas que aumentam a refletância e diminuem o consumo de energia e que não precisam, necessariamente, ser branca”, disse Shirakawa.

clipping Ambiente Brasil

belo monte 17

Cento e oitenta comunidades têm sido prejudicadas pelo impacto de 400 obras em andamento em terras indígenas, informou no fim de abril o secretário adjunto do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Saulo Feitosa. Segundo ele, os povos indígenas não têm sido consultados previamente sobre a construção desses empreendimentos. “Há um desrespeito às comunidades, à Constituição e à Convenção 69 da OIT [Organização Internacional do Trabalho]”, afirma. A convenção, da qual o Brasil é signatário, prevê que o governo tenha a obrigação de conseguir o consentimento prévio, livre e informado dos povos indígenas, antes de tomar medidas que os afetem. “São muitas as atividades que geram impactos para os povos, como a utilização dos recursos hídricos em terras indígenas, construção de rodovias, mineração e turismo, as comunidades sofrem os impactos e, na maioria das vezes, nem sabem a proposta e a abrangência dos empreendimentos”, disse Feitosa, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. Recentemente, a Organização dos Estados Americanos (OEA) solicitou que o governo brasileiro suspendesse o processo de licenciamento e construção da Usina de Belo Monte, no Pará, citando o potencial prejuízo da obra às comunidades tradicionais da Bacia do Rio Xingu. Saulo Feitosa explica que a medida cautelar concedida pela OEA recomenda que o governo escute as comunidades. “É um absurdo que, para estabelecer um diálogo, seja necessária uma medida cautelar e uma intervenção de uma organização internacional. Isso não seria preciso se o governo estivesse disposto ao diálogo.” Para discutir os impactos gerados por grandes obras, o Cimi realizou no fim de abril o Encontro Nacional dos Povos Indígenas em Defesa da Terra e da Vida. O evento, que teve como tema Vida e Liberdade para os Povos Indígenas – Povos Indígenas Construindo o Bem Viver, foi realizado no Centro de Formação Vicente Cañas, em Luziânia (GO). Como parte do evento houve uma audiência com a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, e a subprocuradora-geral da República da Câmara Criminal, Raquel Dogge, para discutir a atuação do Ministério Público Federal (MPF) na defesa dos territórios indígenas e no combate à criminalização de lideranças. “Quando os povos enfrentam a questão dos empreendimentos na luta pela terra, eles sofrem um processo de criminalização. Tem índio sendo processado, outros já foram condenados e presos”, afirmou Feitosa. Fonte: Agência Brasil

revista do meio ambiente mai 2011


Belo Monte:

“há erros na origem”

A subprocuradora-geral da República Deborah Duprat disse que o estudo de impacto ambiental para a construção da Usina de Belo Monte foi malconduzido pelo governo e que faltou cuidado com as populações tradicionais da região de Volta Grande do Xingu, no Pará, que serão afetadas pelo empreendimento. “Há necessidade de atenção maior do governo à questão da construção da Usina de Belo Monte. Prova disso é que a gente, do Ministério Público Federal, já tem dez ações judiciais a respeito da obra. Há erros na origem. O estudo de impacto ambiental foi malconduzido tanto na questão dos povos indígenas quanto das populações tradicionais, como os quilombolas, dos ribeirinhos, dos pescadores. Para se ter uma ideia, essa parte humana, que é essencial em um estudo de impacto ambiental, está feito como condicionante de uma fase posterior. Então, está tudo errado mesmo”, disse Deborah Duprat. Segundo a subprocuradora, que coordena a 6ª Câmara, órgão do Ministério Público Federal responsável por questões envolvendo índios e minorias, as audiências cumpriram meras formalidades exigidas pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que obriga os países a ouvir as comunidades tradicionais. “O fato é que não houve oitiva. Há um vídeo circulando aí, mostrando que houve uma aproximação da Funai [Fundação Nacional do Índio] em relação aos povos indígenas, justificando o empreendimento. Agora, a consulta levada a sério, em que objeções são levantadas, respondidas e ponderadas, isso não houve. Porque a consulta é para isso. É para influenciar no processo decisório, e não uma mera formalidade”, destacou. Deborah Duprat se reuniu no fim de semana com lideranças indígenas organizadas pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) em Luziânia (GO). Essas lideranças participarão, a partir de amanhã (2), do Acampamento Terra Livre, que será formado em frente ao Congresso Nacional. Os índios querem que o governo desista de realizar grandes obras de infraestrutura e geração de energia que causem impacto em suas terras. Belo Monte está no centro da discussão, mas os índios também posicionam-se contrários às obras de transposição do Rio São Francisco, que já estão em curso, e às obras de construção mai 2011 revista do meio ambiente

Para procuradora, estudo de impacto de Belo Monte foi malconduzido

Manifestação indígena em frente ao Palácio do Planalto

Wilson Dias/ABr

texto Luciana Lima

18 belo monte

de duas hidrelétricas na Terra Indígena Raposa Serra do Sol em Roraima, entre outras. Outra obra que vem preocupando comunidades indígenas de Pernambuco é o projeto de construção de uma usina atômica, próxima ao município de Itacuruba. Para a procuradora, a falta de cuidado com as populações tradicionais tem sido uma regra. “No caso da transposição do São Francisco, há o mesmo problema. Se pegarmos todos os empreendimentos, vamos descobrir que não levamos a sério estudos de impacto ambiental. Não leva a sério o empreendedor; não leva a sério o pesquisador; não leva a sério o Judiciário”, criticou a procuradora, que considerou adequada a decisão da Comissão Iteramericana de Direitos Humanos, órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA), de pedir que o governo brasileiro suspenda o processo de licenciamento para a construção de Belo Monte até que as comunidades indígenas sejam ouvidas. “Nesse contexto, eu acho que é bem-vinda a decisão da OEA no sentido, pelo menos, de alertar que não se faz no Brasil uma consulta séria a respeito desses empreendimentos. Sempre se parte da ideia de que os empreendimentos devem ser realizados naquele local e a consulta, quando há, é mera formalidade”, disse Deborah. Na avaliação da subprocuradora, em geral, atualmente, não há avanços na questão indígena no Brasil. “O Ministério Público Federal avalia que a questão indígena vai mal no Brasil, vai realmente muito mal. A gente teve uma fase imediatamente posterior à Constituição de 1988 que foi a fase de expansão, de visibilidade, na qual tivemos muitos ganhos, muitos avanços. Mas vivemos, já há algum tempo, um período, senão de retrocesso, de paralisia. Em todas as áreas, por mais que se reconheça a parte do governo, o empenho em levar adiante alguns projetos de educação e saúde, no geral a questão indígena vai muito mal”, destacou. Fonte: http://amarnatureza.org.br


belo monte Quarenta organizações de Altamira lançam documento anunciando a não-participação no Comitê Gestor do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS) Xingu. A decisão se baseia na negativa do governo de dialogar sobre denúncias de violações e irregularidades no licenciamento da usina, apresentados anteriormente Movimentos sociais de Altamira, convocados pelo governo a indicar nomes compor o Comitê Gestor do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS Xingu), não irão compor a entidade e entregam, em Brasília, abaixo-assinado sobre o tema. “Este órgão nada mais fará do que legitimar as ações autoritárias e ilegais que vem seguidamente se desenvolvendo ao longo de todo processo de Belo Monte”, afirmam as organizações. O documento, assinado por 40 entidades, será entregue pela coordenadora do Movimento Xingu Vivo Para Sempre (MXVPS), Antonia Melo, para a ministra Maria do Rosário, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, e para o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. A carta também será protocolada no gabinete da Presidência, no Ibama, no Ministério do Meio Ambiente e no Tribunal Regional Federal. Intitulada “Carta Aberta à sociedade e às autoridades públicas sobre o Comitê Gestor”, o documento aponta as contradições que envolveram tanto o processo de formulação do Plano, quanto de convocação do Comitê. Bonito, só no nome O PDRS está inserido na Política Nacional de Desenvolvimento Regional - em tese, um plano de redução da desigualdade entre os povos das regiões brasileiras. No âmago de seus artigos e parágrafos, contudo, encontramos as bases políticas que justificam modelos de empreendimento como o do Complexo Hidrelétrico Belo Monte. Para as entidades, o PDRS foi elaborado sem participação da sociedade civil. “Também seu Comitê Gestor, tanto no processo de criação quanto de convocação, apresentam contradições que inviabilizam a participação das organizações”, explica o advogado Assis Oliviera, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA). Mais informações Antonia Melo (Movimento Xingu Vivo Para Sempre):(93) 9135.1505 Assis da Costa Oliveira: (Advogado Professor da Faculdade de Etnodesenvolvimento da UFPA):(93) 9162.6737 Comunicação - Verena Glass, MXVPS – (11) 9853-9950 Leia a carta em http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=56256

José Cruz/ABr

Movimentos sociais contra

clipping Ambiente Brasil

19

Dilma Rousseff recebe o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, no Palácio do Planalto

E o teor da

resposta? Governo rebate críticas da OEA à Usina Belo Monte, mas não divulga teor da resposta O governo brasileiro já respondeu à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a medida cautelar que pede a paralisação do processo de licenciamento da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Segundo o Ministério das Relações Exteriores, um documento foi entregue no dia 26 de abril à organização multilateral. O teor da resposta não será divulgado por enquanto. O prazo inicial para o Brasil se manifestar em relação às críticas da OEA terminou no dia 18 de abril, mas o governo brasileiro pediu prorrogação, para esta terça-feira, do prazo para elaborar a resposta. Na medida cautelar, a CIDH pede que não seja concedido o licenciamento da obra até que o governo consulte as comunidades indígenas afetadas, disponibilize aos índios os estudos de impacto ambiental e adote medidas “vigorosas e abrangentes” para proteger a vida e a integridade dos povos indígenas e prevenir a disseminação de doenças. As orientações da CIDH, divulgadas no início de abril, foram consideradas pelo Itamaraty como “precipitadas e injustificáveis”. O Consórcio Norte Energia, responsável pela obra, divulgou nota informando que os povos indígenas da região do empreendimento tiveram livre e amplo acesso ao projeto e aos respectivos relatórios de impacto socioambiental, e participaram de mais de 30 reuniões sobre o assunto. Fonte: Sabrina Craide/ Agência Brasil).

revista do meio ambiente mai 2011


Jonathan McIntosh (cc-by-2.0/Wikimedia)

clipping Ambiente Brasil

20 lixo e reciclagem

lixo

90% do material reciclado passou pela mão de um catador, seja ele de cooperativa ou de rua e lixões

mal aproveitado

Apenas 8% dos municípios fazem a coleta seletiva de lixo Diariamente o Brasil produz 150 mil toneladas de lixo, das quais 40% são despejadas em aterros a céu aberto. O destino adequado do lixo é um problema que afeta a maioria das cidades – apenas 8% dos 5.565 dos municípios adotam programas de coleta seletiva. Os dados são de um estudo realizado pelo Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem e mantida por empresas privadas. O Brasil tem hoje uma Política Nacional de Resíduos Sólidos instituída pela Lei Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010, e regulamentada pelo Decreto Federal 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Considerada uma vitória do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, o projeto tramitou por 20 anos no Congresso Nacional. “Nós entramos no circuito porque a primeira lei sequer citava os catadores”, explica Severino Lima Junior, da coordenação nacional do movimento. Segundo ele, a lei é uma das melhores da América Latina .”Hoje a gente tem dados mostrando que 90% do material reciclado passou pela mão de um catador, seja ele de cooperativa ou de rua e lixões.” A coordenadora de Consumo Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fernanda Daltro, diz que a aprovação da lei foi o resultado de uma grande mobilização de todos os setores envolvidos: a sociedade, o setor produtivo, o governo e os catadores. “A demora da tramitação foi necessária para a adequação de todos os interesses destes setores, do próprio mercado, para atender as exigências, e dos governos, para entender a importância de uma política para os resíduos sólidos.” A partir do segundo semestre de 2012 os brasileiros poderão ter regras fixas e determinadas pelo governo federal para o descarte adequado de produtos como eletroeletrônicos, remédios, embalagens, resíduos e embalagens de óleos lubrificantes e lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista . Pela lei, os governos municipais e estaduais têm dois anos de prazo para a elaboração de um plano de resíduos sólidos. Fonte: Ana Lúcia Caldas/Radiobrás mai 2011 revista do meio ambiente

Mais lixo que gente Geração de lixo em 2010 foi seis vezes superior ao crescimento da população O Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2010, quantia 6,8% superior ao registrado em 2009 e seis vezes superior ao índice de crescimento populacional urbano apurado no mesmo período. Os dados são do Panorama dos Resíduos Sólidos, estudo feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O levantamento aponta que a média de lixo gerado por pessoa no país foi de 378 kg, montante 5,3% superior ao de 2009 (359 kg). Mesmo com o aumento da geração de resíduos, o crescimento da coleta de lixo apresentou crescimento expressivo, superior à geração. Em 2010, das 60,8 milhões de toneladas geradas, 54,1 milhões de toneladas foram coletadas, quantidade 7,7% superior à de 2009. O levantamento identifica ainda uma melhora na destinação final dos resíduos sólidos urbanos: 57,6% do total coletado tiveram destinação adequada, sendo encaminhados a aterros sanitários, ante um índice de 56,8% no ano de 2009. Mesmo assim, a quantidade de resíduos encaminhados a lixões ainda permanece alta. “Quase 23 milhões de toneladas de resíduos seguiram para os lixões, em comparação a 21 milhões de toneladas em 2009”, afirmou o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho. Em relação à reciclagem, o estudo mostra tendência de crescimento, mas em ritmo menor ao da geração de lixo. Em 2010, 57,6% dos municípios brasileiros afirmaram ter iniciativas de coleta seletiva, ante 56,6% em 2009. “É importante considerar que, em muitos casos, as iniciativas resumem-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária”, ressaltou o diretor. Fonte: Bruno Boc chini/ Agência Brasil


Cooperativa de compostagem

dá exemplo

Cooperativa de compostagem na Costa do Sauípe/BA é a primeira do Brasil a ter documento publicado na ONU O documento de concepção (Project Design Document – PDD) do projeto Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Cooperativa de Reciclagem e Compostagem da Costa dos Coqueiros – Verdecoop foi publicado, em 06 de abril, no site da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e segue aberto para manifestações e contribuições até o dia 06 de maio. A publicação, uma exigência do Protocolo de Quioto, representa o avanço de mais um degrau no longo processo de certificação para que o empreendimento atue com “créditos de carbono”, ou seja, as Reduções Certificadas de Emissão (RCEs). Emitidas de acordo com as toneladas de gás carbônico que a cooperativa deixou de lançar na atmosfera com a compostagem, as reduções certificadas são revertidas em moeda, gerando recursos para a Cooperativa. A Verdecoop é a primeira cooperativa de compostagem a chegar tão longe neste processo de certificação internacional. O Projeto MDL da Cooperativa se baseia na adoção de métodos de trabalho e técnicas de produção que reduzem a emissão de gases ou reaproveitam materiais. Com a publicação, a Verdecoop entra na etapa de validação, na qual é verificado se o projeto está em confor-

texto Cláudia Moreira

21

midade com a regulamentação do Protocolo de Quioto. A validação vai identificar requisitos que o projeto deverá atender, decidir como será o atendimento destes critérios, verificar a conformidade real e comunicar os resultados. A Verdecoop recicla, mensalmente, uma média de 95 mil Kg de resíduos sólidos (papel, papelão, plástico, latas de alumínio e ferro, metais, pet branco, óleo, copos, plásticos, vidro âmbar), resíduos orgânicos úmidos para compostagem, coco verde, e óleo saturado. Os materiais são oriundos de resorts e condomínios de luxo da Costa do Sauípe, no litoral baiano. Os produtos finais da Verdecoop são: adubo orgânico e organomineral, fibra de coco, e substrato orgânico; óleo saturado para produção de sabão/biodiesel; e materiais recicláveis como papel, papelão, pets, latinhas, copos e plásticos. O projeto MDL da Verdecoop é desenvolvido, desde 2008, por intermédio do convênio de cooperação estabelecido entre a Cooperativa e a Fundação Banco do Brasil. Créditos de carbono O Protocolo de Quioto ofereceu um incentivo aos países em desenvolvimento para que também adotem políticas de redução das emissões de gases que causam o efeito estufa: a possibilidade de vender, para os países obrigados a reduzir as emissões, o quanto conseguissem evitar ou eliminar do lançamento desses gases na atmosfera. Para certificar e mensurar essas economia de emissões, foram criadas regras, que, juntas, compõem um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Por intermédio do projeto MDL a Verdecoop deve demonstrar que é capaz de reduzir emissões além daquelas que seriam possíveis se o projeto não fosse adotado. A elaboração do PDD, que apresenta as informações essenciais sobre aspectos técnicos e organizacionais das atividades da Cooperativa, é a primeira etapa do ciclo definido pelas regras do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. É o documento chave para os processos de Validação, Registro e Verificação dos Projetos, que são as próximas etapas do processo de certificação.

Para consultar o PDD da Verdecoop, em inglês, clique em http://cdm.unfc c c.int/Projects/ Validation/DB/FEWELKOHTEJ2O56UTTD25BFUDT8CLQ/view.html revista do meio ambiente mai 2011


texto Pedro Burgos (Revista Superinteressante)

22 ecoturismo A Praia de Tambaba, em Conde (PB), foi a primeira do Brasil a permitir o naturismo por lei municipal

No Brasil, a idéia de viver sem roupa é bem mais antiga do que imagina. Os indígenas, por exemplo, já andavam nus. Isso até 1500, quando chegaram os portugueses. O naturismo brasileiro deveria ser dividido em cinco eras. Saiba quais são.

Naturismo

no brasil

Primeiro Ato – Antecedentes Hábitos semelhantes ao conceito de naturismo atual já eram praticados pelos índios antes da chegada dos europeus. Na época do Descobrimento do Brasil (21 de Abril de 1500) os índios nativos andavam nus como haviam feito por séculos. A cultura nativa era de respeito à natureza através do respeito às árvores, aos animais, aos rios e à terra. Eles sabiam que, respeitando estas coisas, as gerações futuras poderiam usufruir da mesma qualidade de vida que tinham. Eles tinham e obtinham o respeito dos outros olhando para o interior das pessoas, o corpo não era importante, mas o espírito era. Quando o grupo de Pedro Álvares Cabral chegou a costa Brasileira o escrivão Pero Vaz de Caminha escreveu ao Rei de Portugal: “...Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas...” “...A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência...” “...Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem novinhas e gentis, com cabelos muito pretos e compridos pelas costas; e suas mai 2011 revista do meio ambiente

vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não se envergonhavam...” Como podemos ver, os nativos estavam nus e não se envergonhavam disto. Eles eram vigorosos, bonitos, inocentes e, pela lenda popular, não entenderam as razões pela quais os portugueses usavam roupas que cheiravam tão mal debaixo daquele sol Esta é a origem do naturismo no Brasil. Segundo Ato – Negação A segunda era do naturismo no Brasil vai de 1500 até 1945 quando o governo (influenciado pela igreja) tentou acabar totalmente com a cultura indígena, vestindo os índios e tornando-os “civilizados” (ignorando que eles tinham cultura, língua e estilo de vida). Desta era se destacam histórias como a do alemão Hans Staden em 1550 e seus contatos com os Tupinambás em Santa Catarina e levado para Ubatuba, onde, depois de algum tempo, acaba se tornando um deles. Mas a cultura nativa não foi totalmente aniquilada. E, informalmente, os brasileiros costumavam nadar nus nos rios, lagos e praias desertas. Dentro de suas casas, as famílias geralmente não usavam roupas. Mas tudo isto não era identificado como naturismo; era simplesmente natural. Terceiro Ato - Luz del Fuego – Implementação Com o final da segunda guerra mundial, uma onda de liberdade cobriu todo o mundo. O espírito da democracia no Brasil fez com que surgissem vários novos partidos políticos, e Dora Vivacqua, chamada de Luz del Fuego, uma atriz, criou o “Partido Naturalista Brasileiro” em 7 de Setembro de 1949. Em 20 de Novembro de 1954 (apenas um ano depois que a INF foi organizada), Luz del Fuego criou no Rio de Janeiro o “Clube Naturista Brasileiro”. Os registros oficiais do Partido Naturista e do Clube Naturista podem ser encontrados em: “Registro Civil de Pessoas Jurídicas”, nos livros A3 e A1. Estes registros equivaliam a algo como o atual CNPJ.


www.tambabatur.com.br

23 A revista “Freies Leban”, no seu número 127, de janeiro de 1966, possui um artigo sobre o Clube Naturista Brasileiro e Luz del Fuego. O correspondente foi Paulo Pereira Silva, um jovem naturista do Rio de Janeiro. A INF reconheceu oficialmente o grupo naturista brasileiro em 1965, quando publicou no seu Guia Anual uma nota sobre a “Fraternidade Naturista Internacional do Brasil” (FNIB), primeiro nome da Federação Brasileira de Naturismo. Os estatutos do Partido e do Clube davam a Luz del Fuego o titulo de Presidente Perpétuo de ambos. Ela fez desta forma para manter o controle ético de ambos. Os princípios básicos do Partido e do Clube eram: “estimular a pratica do naturismo, sob rígidos princípios morais e de higiene”. Quarto Ato – Repressão e Pausa Em 1964 uma golpe ocorreu no Brasil e os militares tomaram o poder à força. Todos os partidos políticos foram considerados ilegais e as reuniões públicas eram controladas pelo governo. Foi criado um governo de extrema direita no Brasil com total proibição de direitos políticos. O Clube Naturista Brasileiro continuou a existir, mas ninguém tinha coragem de ir lá, por medo de ser considerado contrário ao regime. Em 1967 Luz del Fuego morreu, assassinada em condições até hoje não esclarecidas. A FNIB continuou a existir com dois grupos atuantes no Rio de Janeiro e Brasília e outros dois menores em Porto Alegre e Ubatuba. Destaca-se também a participação de Recife e Curitiba.

Praias

• Massarandupió - Entre Rios (BA) • Barra Seca - Linhares (ES) • Tambaba - Conde (PB) • Olho de Boi - Búzios (RJ) • Brava - Cabo Frio (RJ) • Jurubá - Paraty (RJ) • Praia do Abricó - Rio de Janeiro (RJ) • Praia do Pinho - Balneário Camboriú (SC) • Praia da Galheta - Florianópolis (SC) • Praia de Pedras Altas - Palhoça (SC)

Clubes

• Encanto de Minas (MG) • Recanto do Paraíso (RJ) • Centro Ecológico Hélio Marinho - Jurubá (RJ) • Colina do Sol (RS) • Associação dos Amigos da Praia do Pinho (SC) • Mirante do Paraíso (SP) • Rincão Naturista (SP)

Os Diretores da FNIB na época foram Daniel de Brito, Paulo Pereira, Osmar Paranhos, Heit e Hans Frillman (da Alemanha). Eles interromperam as reuniões públicas oficiais, mas mantiveram uma caixa postal para responder quaisquer dúvidas sobre naturismo por carta. Eles também mandavam notas para a “Sun & Health” e “Freires Leban”, mas foram descontinuadas por causa do controle político sobre as comunicações. Em 1972 a Associação Naturista Brasileira (ANB) – novo nome dado à FNIB –, esteve oficialmente representada em Koversada, Iugoslávia no Congresso Internacional da INF. Nos meados da década de 70, grupos clandestinos tomavam banhos e se reuniam em Abricó (Rio de Janeiro-RJ), Olho de Boi (Búzios-RJ) e praia de Ubatuba (Ubatuba-SP), mas sempre sem fazer alarme disto, para não chamar atenção. Quinto Ato – Afirmação e Desenvolvimento No inicio da década de 80 o ditadura dava sinais de que estava se dissolvendo e a democracia começou a tomar forças novamente. Um grupo em Santa Catarina, na cidade de Camboriú, começou a tomar banho sem roupas numa praia deserta e estranha chamada “Praia do Pinho”. Em 1984, a revista Manchete, a maior revista semanal do Brasil à época, apresentou uma reportagem da então desconhecida Praia do Pinho. A revista fez da notícia sua matéria de capa e toda edição foi vendida rapidamente. Celso Rossi, motivado pela matéria, tomou contato com o local e, em 1986, criou a “Associação Naturista da Praia do Pinho” (atual AAPP) e, junto com Hans Frillmann, a Federação Brasileira de Naturismo” (FBrN) em 1988. O grupo do Rio de Janeiro também veio à tona, e a Rio-Nat e outros grupos saíram da clandestinidade. Rapidamente surgiram inúmeros grupos naturistas no Brasil, mas vários deles desapareceram tão rápido quanto surgiram. Vários naturistas começaram a receber outros naturistas em seus sítios e casas para fazer reuniões naturistas. A política do Brasil estava na direção da liberdade e uma nova constituição havia sido promulgada. Celso Rossi começou um grande trabalho pelo crescimento do naturismo no Brasil, criando várias associações e áreas naturistas, culminando com a primeira vila naturista da América Latina. Trata-se da Colina do Sol, que conta com casas, restaurante, mercado, academia, camping, hotel e outros. A Praia de Tambaba foi oficializada rapidamente por lei municipal. A Praia do Abricó no Rio de Janeiro tentou fazer o mesmo e, em 1994 o prefeito do Rio de Janeiro, por recomendação do Secretário Municipal de Meio Ambiente, fez este decreto. Um advogado começou uma batalha jurídica contra o naturismo no Abricó. Isto levou Pedro Ribeiro e Sergio Oliveira (presidente e vice da associação que controlava o naturismo no Abricó) a começaram uma campanha para que fosse criada uma lei federal sobre o naturismo. Eles escreveram um projeto de lei e pediram ao Fernando Gabeira, que era Deputado Federal (do Partido Verde) que o encaminhasse na Câmara dos Deputados, em Brasília. Este projeto foi chamado de Lei Gabeira e surgiu sob o número 1411, de 1988 (atualmente o numero do projeto é PLC 13-2000). Este projeto criaria as normas para o naturismo no Brasil. a Câmara dos Deputados aprovou este projeto e enviou ao Senado. O projeto encontra-se em trâmite nesta casa. A batalha jurídica do Abricó terminou em 30 de setembro de 2003 e a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro aprovou uma lei liberando a praia do Abricó aos naturistas. Por jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça a decisão sobre o Abricó é valida para qualquer outra praia brasileira. A FBrN conta atualmente com cerca de 300 mil naturistas no Brasil, 29 grupos regionais, dez praias oficiais e alguns clubes. O investimento para criar um Resort Naturista no Brasil é bem baixo comparando com os custos em outros países. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Naturismo_no_Brasil#Praias

revista do meio ambiente mai 2011


texto Germano Woehl Jr.

24 pensamento ecológico

“As matas preservadas

são de deus” O filósofo que há 100 anos teve a ousadia de ensinar para humanidade que as matas preservadas são a Casa de Deus A frase “In God’s wildness lies the hope of the world” é do filósofo e naturalista John Muir, escrita no século XIX, cujo significado é mais ou menos o seguinte: “As matas preservadas são de Deus e nelas estão a esperança da humanidade”. Este suvenir me chamou a atenção. Então, fui pesquisar na internet a biografia do autor. Fiquei muito impressionado ao descobrir quem foi John Muir e, mais surpreso ainda, ao saber que ele escreveu esta frase e tantas outras com uma defesa ardente da natureza há mais de 100 anos. Logo de cara, achei que se tratava de um escritor contemporâneo porque são frases que expressam um pensamento muito moderno e bem mais avançado do que o nosso, que defendemos a natureza de forma tão apaixonada. Tem outra fase dele que é exatamente o nosso projeto de educação ambiental e começa assim: “Deixe as crianças andarem na floresta para elas aprenderem como funciona a natureza...” Mas a contribuição de John Muir para a humanidade não veio somente do dom de sua arte literária extremamente refinada ao escrever estas coisas maravilhosas e tão avançadas, há mais de 100 anos. Já naquela época ele conseguiu materializar o que expressava com sua arte de escrever. Enquanto viveu teve a proeza de, naquela época, século XIX, convencer a sociedade norte-americana a criar várias unidades conservação da natureza. A primeira delas foi o Parque Nacional de Yosemite, criado em 1890. Depois vieram outras, conforme segue abaixo em sua biografia. O jornalista Marcos Sá Correa, do site O ECO, que já leu todos os livros de John Muir, contou-me que ele era uma pessoa muito articulada e influente. Certa vez, teve a audácia de convidar o Presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, para acampar com ele no meio de uma mata preservada e apreciar a natureza, ver como é magnífica. E o Presidente Roosevelt aceitou o convite e foi. Reparem como a sociedade norte-americana reconhece o valor de pessoas que, efetivamente, defenderam a natureza. No dia 21 de abril todas as escolas da Califórnia comemoram o “dia de John Muir”, quando o naturalista é homenageado. Neste dia, os professores das escolas são convidados a falar aos alunos sobre as contribuições dele para a criação das unidades de conservação da natureza (áreas protegidas, parques nacionais etc) norte-americanas. Os norte-americanos há mais de 100 anos já consideravam as unidades de conservação da natureza como a Casa de Deus. Enquanto que, aqui, ainda hoje, a imensa maioria da população considera as unidades de conservação como a porta do inferno. Biografia de John Muir John Muir (Dunbar, Escócia, 21 de abril de 1838 — Noël, Los Angeles, 24 de dezembro de 1914), foi um naturalista e escritor norte-americano do século XIX, que lutou pela preservação do patrimônio natural dos Estados Unidos. Sua família emigrou da Escócia para os Estados Unidos na metade do século XIX. Na sua juventude, já inventava máquinas para cortar madeira: criou relógios e termômetros e, passou a maior parte do seu tempo, observando a natureza. Entra na universidade de Wisconsin em 1860; porém, em 1863, decide viajar para o norte dos Estados Unidos e ao Canadá, onde des-

mai 2011 revista do meio ambiente

cobre novos espaços, ainda virgens. Em 1867, fica cego de um olho devido a um acidente, porém coloca um tapa-olho e retorna as suas viagens: visitou Cuba, Panamá e São Francisco, onde se entusiasma pela Serra Nevada. Intalou-se em Yosemite e ganhou notoriedade, recebendo a visita de Joseph Le Conte (1823-1901), Asa Gray (1810-1888) e Ralph Waldo Emerson (1803-1882). Continuou seu trabalho como pastor e seguiu estudando a natureza. Em 1874, escreveu uma série de artigos sobre a Serra Nevada. Em 1879, descobre Glacier Bay no Alasca. Em 1880, casa-se e instala-se em Martinez na Califórnia, passando a viajar pelo mundo inteiro. Nos anos seguintes, publicou quase 300 artigos e 10 obras onde expõem a sua filosofia ecológica. Em 1890, com o apoio de Robert Underwood Johnson (editor da revista Century), convence o Congresso dos Estados Unidos de criar o Parque Nacional de Yosemite. A partir daí, ele incentiva a criação de novas reservas como Sequoia, Monte Rainier, Parque Nacional Floresta Petrificada e o Parque Nacional Grand Canyon, passando a ser chamado de “o pai dos sistemas de parques nacionais”. Em 1892, Muir e seus discípulos criam o Sierra Clube, com a função inicial de proteger a reserva de Yosemite, ocupando a presidência até a sua morte em 1914. Em 1901, John Muir publicou Nos parcs nationaux que chamou à atenção do presidente americano Theodore Roosevelt, que o visitou em Yosemite, em 1903. Em 1913, John Muir perde a luta contra a construção de uma barragem num vale de Yosemite (Hetch Hetchy) destinada a criar um lago para suprir as necessidades de água da cidade de São Francisco. Morreu em 1914 na cidade de Noël , Los Angeles, vítima de uma pneumonia.


XI Encontro Verde das Américas * GreenMeeting 2011 *

20, 21 e 22/09/2011 Brasília DF - Brasil

* Local: Museu Nacional da República, Esplanada dos Ministérios

www.greenmeeting.org


comprar?

texto Marcelo Santos

26 consumo responsável

Já pediu para a mamãe

Sites na internet, merchandising na tevê, atividades nas escolas disfarçadas de eventos educativos, embalagens coloridas e chamativas, colocação estratégica dos produtos nas gôndolas dos supermercados, licenciamento de personagens infantis e lanches com brindes, entre diversas outras ações de marketing. Todos os anos, uma formidável montanha de dinheiro é despejada nas agências publicitárias com um só objetivo: transformar os cerca de 50 milhões de crianças brasileiras em consumidores precoces, alavancando o lucro do mercado de produtos infantis, que movimenta mais de R$ 15 bilhões ao ano no país. De olho nessa clientela, em 2010 foram investidos R$ 288 milhões na publicidade infantil. A economia agradece, mas os efeitos dessa prática, para as crianças, são no mínimo perversos. “A publicidade é a principal responsável pelo desenvolvimento de problemas como consumismo infantil, erotização precoce e exploração sexual, diminuição do tempo dedicado a brincar, violência, estresse familiar e, principalmente, obesidade e transtornos alimentares”, enumera Lais Fontenelle Pereira, psicóloga e coordenadora de educação e pesquisa do Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana. O órgão existe há 15 anos, instalado no Jardim Pantanal, bairro da zona leste da cidade de São Paulo, onde atua na área educacional. A bandeira contra o consumismo infantil, porém, só foi hasteada há cinco anos, quando uma das educadoras recebeu uma aluna que tinha sido espancada pela mãe. A explicação para o ato de violência chocou as professoras. “A mãe ficou transtornada porque a filha descartou em apenas três dias uma boneca que ela havia comprado em dez prestações.” A publicidade direcionada às crianças mostrou, assim, sua face mais cruel. “É gerado um estresse muito grande, principalmente entre os que possuem baixa renda e não têm condições de adquirir esses bens”, lamenta Lais. mai 2011 revista do meio ambiente

Linda Åslund (Flickr)

De olho no poder de persuasão dos pequenos consumidores, milhões são investidos em propaganda


?

É no mundo encantado da televisão que a publicidade infantil age com mais força, apresentando soluções para qualquer necessidade. É possível colecionar amigos, tornar-se popular e dar gargalhadas de alegria. Tudo pode ser divertido, desde que se “compre” o produto oferecido na telinha. “Toda publicidade dirigida às crianças é abusiva, e elas precisam ser preservadas. Até os 12 anos de idade não se tem a consciência crítica e o entendimento de um discurso persuasivo formado”, adverte a psicóloga. Um anúncio a cada dois minutos No país em que as crianças passam mais tempo diante da televisão no mundo, com uma média diária de 4 horas e 54 minutos (para 4 horas e 26 minutos na escola), a publicidade infantil é voraz. No dia 1º de outubro do ano passado o Instituto Alana apurou a quantidade de inserções comerciais em sete canais com programação infantil. Entre o período das 8 às 18 horas foram contabilizadas 1.077 propagandas. Curiosamente, os canais de tevê por assinatura, que supostamente seriam bancados por mensalidades, foram aqueles que mais exibiram anúncios. O Cartoon, que tem público-alvo formado por crianças entre 6 e 12 anos, por exemplo, veiculou 274 propagandas, com média de uma a cada dois minutos de programação. O Discovery Kids, que atrai crianças ainda na primeira infância, apresentou 227 anúncios. Talvez isso justifique o insistente “Compra, mãe!” ouvido por toda parte nas semanas que antecederam o Dia das Crianças. A ONG apurou que, entre os 390 produtos anunciados, 295 eram brinquedos, 30, peças de vestuário e 25, alimentos. A média de preço desses produtos era de R$ 160. No primeiro semestre de 2010, o instituto Datafolha realizou uma pesquisa para medir a percepção de pais com filhos entre 3 e 11 anos a respeito dos reflexos das propagandas direcionadas às crianças. A intenção era descobrir se a publicidade exerce pressão de compra, causa mudanças alimentares e se, na opinião dos pais, deve sofrer algum tipo de restrição. Descobriu-se que 80% das crianças das famílias pesquisadas tinham como atividade de lazer principal assistir televisão e 57% acessavam a internet com frequência, principalmente os sites de jogos on-line (40%) e canais infantis (21%). A rede de relacionamentos Orkut vinha na terceira posição, com 16% dos acessos das crianças. De cada dez pais ouvidos, sete afirmaram ser influenciados pelos filhos na hora da compra de qualquer produto (não apenas os infantis) e oito disseram acreditar que a propaganda é determinante na escolha dos presentes pedidos pelas crianças. “A publicidade dirigida às crianças gera um consumo irrefletido. Cria-se um problema quando se começa a incutir nas crianças a ideia de que, para existir socialmente, devem possuir determinado objeto”, alerta Lais. Legislação Não existem leis específicas que impeçam a propaganda direcionada às crianças no país. Cabe ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) disciplinar as campanhas. Em 2006 o órgão proibiu o uso de verbos no imperativo, como “compre isso”, “não perca”, entre outros. Contudo, por se tratar de um conselho formado pelos próprios anunciantes, sua competência é questionada por especialistas na área de infância. Preocupadas com os efeitos da publicidade nas crianças, 150 instituições lançaram, no fim de 2009, o “Manifesto pelo Fim da Publicidade e da Comunicação Mercadológica Dirigida ao Público Infantil”, que já reúne cerca de 13 mil assinaturas. Segundo o documento, a propaganda deve ser voltada aos pais ou responsáveis. “A utilização da criança como meio para a venda de qualquer produto ou serviço constitui prática antiética e abusiva, principalmente quando se sabe que 27 milhões de crianças brasileiras vivem em condição de miséria e dificilmente têm atendidos os desejos despertados pelo marketing”, adverte o manifesto.

27 No Congresso Nacional tramitam mais de 200 projetos de lei propondo restrições e até a proibição de propaganda para crianças. O mais emblemático é o PL 5.921/01, do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB/PR). “Em 2001, meu filho, à época com 11 anos, não parava de me pedir as novidades anunciadas através da televisão. Decidi promover o debate sobre o tema e radicalizei”, justificou em sua página na internet. De acordo com Vidal Serrano Junior, promotor de justiça do Ministério Público de São Paulo e professor titular de direito constitucional da Pontifícia Universidade Católica, também na capital paulista, mesmo sem uma legislação específica sobre o tema a propaganda direcionada às crianças pode ser contestada a partir da leitura da Constituição Federal e do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Partidário de uma regulamentação sobre a publicidade infantil na mídia, ele cita o artigo 37 do CDC (lei federal 8.078/90), que proíbe toda propaganda enganosa ou abusiva, deixando claro no parágrafo 2º que “é abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeite valores ambientais ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança”. Conforme Serrano explica, “o elemento essencial da publicidade é a persuasão. E, justamente em razão de seu intuito puramente comercial, a mensagem publicitária é elaborada para atingir o emocional daquele a quem se dirige, na medida em que é notório que o convencimento acontece de forma muito mais bem-sucedida quando o público consumidor é guiado pela emoção e não pela razão”. Daí a necessidade de preservar a criança, que, lembra ele, “não possui predicados sensoriais suficientemente formados para a plena intelecção do que seja a publicidade, de quais os seus objetivos e de como dela se proteger”. Já na opinião do consultor em marketing infantil e professor universitário Arnaldo Rabelo, é um equívoco culpar a propaganda pelo consumismo infantil. “Os pais devem se manter na função de educar seus filhos e dar limites, evitar excessos e tomar a decisão final por produtos que sejam bons”, avalia. A seu ver, todos têm o direito de ser informados sobre os lançamentos de novos produtos e os fabricantes têm o direito de divulgar a existência deles. “É um princípio democrático. A proposta de proibição tem implícito que as crianças não distinguem um comercial de um programa de entretenimento e que os pais não são capazes de decidir revista do meio ambiente mai 2011


28 o que é melhor para seus filhos. Vários estudos mostram que as crianças sabem quando uma mensagem é publicitária”, argumenta. Diretor da Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), ele considera que os mecanismos já existentes no Estatuto da Criança e do Adolescente, no CDC e no Conar sejam suficientes para coibir abusos dos anunciantes. “Fica claro que quem defende a proibição da publicidade infantil não compreende mais a fundo o assunto”, provoca. Natália, de 9 anos, não entende bem do tema. Também não sabe se é contra ou a favor de propagandas para crianças. Apesar de estar com sobrepeso, ela adora comerciais de produtos alimentícios infantis. “Dá mais vontade de comer quando vejo a televisão”, admite. Suas refeições acontecem sempre diante da telinha. “Eu me sinto um pouco culpada ao negar, quando ela me pede para comer algo não saudável. É difícil dizer não quando a gente fica fora de casa o dia todo”, explica a mãe da menina. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados através da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) em agosto de 2010 estimam que uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Os personagens do universo infantil nas embalagens são um chamariz e um estímulo para o consumo do alimento”, adverte a sanitarista Silvia Vignola, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Segundo ela, heróis do imaginário infantil estão se transformando em verdadeiros vilões ao ajudar a vender produtos com alto teor de sódio, açúcar e gordura. Foi o que ela constatou ao pesquisar 44 itens de 20 marcas diferentes, cujas embalagens mostram personagens infantis como super-heróis de filmes e desenhos em quadrinhos. No dia 17 de dezembro passado, Silvia comandou uma mesa de debates na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. O evento marcava o lançamento da Frente pela Regulação da Publicidade de Alimentos. “Além de educar a população sobre o consumo de alimentos não saudáveis e a importância do exercício físico, precisamos cercear o incentivo ao consumo desse tipo de produto. Por isso essa frente tem um papel muito importante para o futuro deste país, especialmente no que respeita à saúde das crianças”, explica a especialista. A iniciativa é uma resposta à decisão judicial que suspendeu a resolução nº 24/10 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que obrigava as propagandas de bebidas com baixo teor nutricional e de alimentos com elevadas quantidades de açúcar, gordura saturamai 2011 revista do meio ambiente

da ou trans e de sódio a conter mensagens alertando que seu consumo em excesso pode ser prejudicial à saúde. A regra entraria em vigor a partir de dezembro passado, mas a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) conseguiu sua suspensão na Justiça. Em nota à revista Problemas Brasileiros, Edmundo Klotz, presidente da Abia, disse entender que a resolução 24 de 2010 “é inócua para o fim ao qual se destina, por não considerar o conjunto de alimentos ingeridos diariamente por um indivíduo, além de não educar o consumidor sobre como se alimentar adequadamente”. Além disso, a Abia considera a resolução inconstitucional. “Alimentos e bebidas não alcoólicas não constam da lista de produtos sujeitos a advertências definida pelo parágrafo 4º do artigo 220 da Constituição Federal, que contempla tabaco, medicamentos e terapias, bebidas alcoólicas e agrotóxicos. Logo, produtos alimentícios não podem ser objeto de alertas de malefícios”, afirma o texto. Tal interpretação, no entanto, é equivocada, segundo o advogado Igor Rodrigues Britto. Professor da Faculdade de Direito de Vitória e autor do livro Infância e Publicidade: Proteção dos Direitos Fundamentais da Criança na Sociedade de Consumo, ele diz que o texto da Constituição nunca pode ser entendido de forma literal, mas com base nos princípios constitucionais, ou seja, nenhum artigo deve ser lido isoladamente e sim de acordo com o que é juridicamente chamado de “interpretação sistêmica”. O professor explica que a Constituição prega como valor maior a proteção da vida e da saúde dos indivíduos. A intenção do legislador na redação do artigo 220 foi dizer que “deve haver restrição à publicidade de produtos que possam colocar em risco a saúde dos consumidores”. Na época da Assembleia Constituinte, foram incluídos aqueles que a ciência então reconhecia como perigosos. “Hoje, esse conceito foi ampliado, e a lista, estendida”, acrescenta. Quanto à questão da educação do consumidor, o professor Carlos Augusto Monteiro, titular do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e um dos signatários da Frente pela Regulação da Publicidade de Alimentos, explica que a crescente troca de alimentos tradicionais como arroz, feijão, carne, ovos e verduras na mesa do brasileiro por produtos não saudáveis e industrializados se deve justamente ao marketing. “As campanhas publicitárias milionárias são extremamente eficazes em amplificar as ‘vantagens’ dos alimentos ultraprocessados, promovendo sua hiperpalatabilidade e sua conveniência e estimulando o consumo compulsivo”. Com efeito, levantamento do IBGE feito entre os anos de 2003 e 2009 e divulgado em dezembro de 2010 confirma que o consumo anual por pessoa de alimentos como arroz e feijão diminuiu, ao passo que o dos processados, como embutidos, refrigerantes e refeições prontas, subiu. “A não regulação do marketing desses produtos no Brasil permite sua oferta e propaganda em todos os ambientes, como escolas, hospitais e farmácias, promoção por celebridades, uso de alegações saudáveis sem base científica comprovada, descontos na compra de grandes porções, uso de personagens e heróis do universo infantil e inclusão de brindes, entre tantas técnicas da publicidade”, explica Monteiro. O especialista lamentou a decisão da Justiça ao conceder a liminar à Abia. “O marketing molda normas sociais. Diz que o tamanho certo de um refrigerante, por exemplo, é de médio para grande. Há várias maneiras de fazer isso, e nossos publicitários são os mais competentes”. Na casa do educador, escritor e músico Gerson Borges Martins, de 41 anos, a decisão foi radical. “Optamos por eleger a segunda-feira como o dia da televisão desligada. No começo as crianças estranharam, mas a gente sempre encontra outra atividade para se divertir”, explica. Casado com a professora Rosana Marcia Borges e pai de Bernardo e Pablo, ele procura os espaços públicos de lazer em sua cidade, São Bernardo, para levar os filhos. “É preciso pôr um freio nesse consumo desenfreado proposto pelas mídias, que gera crianças problemáticas e adultos emocionalmente infantilizados”. Fonte: www.visaosocioambiental.com.br


saĂşde


30 agenda ambiental 2011

Agenda ambiental 2011 Este é mais um serviço gratuito da REBIA para estimular o encontro e os debates em torno das questões socioambientais e da sustentabilidade

Março Data 15 a 16

Local

Evento

Site

Contatos

Divinópolis (MG)

II Seminário de Mudanças Climáticas

17

São Paulo (SP)

Encontro Técnico Auditoria e Perícias Ambientais

17

Passo Fundo (RS)

4° Fórum Florestal

ibarreto@emater.tche.br

Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), São Paulo (SP)

Conferência Internacional Wits 2011 – Água, Inovação, Tecnologia & Sustentabilidade

(11) 3662-7282 wits@faap.br

Feicon Batimat 2011 – São Paulo (SP)

III Seminário Green Building Council (Construção Sustentável e Copa Verde)

www.gbcbrasil.org.br

22 a 25

Aracaju (SE)

IV Encontro de Recursos Hídricos em Sergipe

www.cpatc.embrapa.br/eventos/4enrehse/

4encontrorhs@semarh.se.gov.br e 4encontrorhs@gmail.com

23 a 24

Grand Mercure Hotel São Paulo (SP)

5ª Conferência de Saneamento

http://www.informagroup.com.br/pt/event/ show/id/1361/evento/PI090041

11 3017-6800 / 0800 11 4664 customer.service@ibcbrasil.com.br

24 a 26

Manaus (AM)

Fórum Mundial de Sustentabilidade

www.forumdesustentabilidade.com.br/pt_BR

(11) 3643-2710 forumsustentabilidade@eccaplan. com.br / erica.valerio@cdn.com.br

20 a 30

Palácio das Convenções do Anhembi, São Paulo (SP)

I Mostra de Sustentabilidade para Hotéis, Restaurantes e Turismo, dentro da 5ª Fistur (Feira Internacional de Produtos e Serviços para Gastronomia, Hotelaria e Turismo)

www.fistur.com.br

17 a 19 18

freipaulinosalaverde@yahoo.com.br www.rmai.com.br

(11) 3917-2878 / eventos@rmai.com.br

Abril Data

Local

Evento

Site

Contatos

3a6

Natal (RN)

Nano Energy 2011

www.hopv.org/nanoenergy11/

(34) 964387555 / (34) 671517181

4a7

Memorial da América Latina, em São Paulo (SP)

IV Conferência Regional sobre Mudanças Globais: o Plano Brasileiro para um Futuro Sustentável

www.mudancasglobais.com.br

faleconosco@mudancasglobais.com.br

5a7

São Paulo (SP)

Carbon Market Americas 2011

http://www2.greenpowerconferences.co.uk/

Tel.: 55 (11) 38967544 / paul.shearer@ greenpowerconferences.com

7a9

Finatec-UNB, Brasília (DF)

VI Infogeo, Simpósio sobre Solos Tropicais e Processos Erosivos no Centro-Oeste e o II Geocentro

www.geocentrooeste2011.com.br/

(62) 3251-1202 inscricoes@geocentrooeste2011.com.br contato@geocentrooeste2011.com.br

8a9

Anfiteatro do Instituto de Biociências – Unesp, Rio Claro (SP)

I Biocelmol – A Biologia Celular e Molecular Aplicada a Estudos Ambientais

www.tinyurl.com/ibiocelmol

(19) 3526-4234 1biocelmol@gmail.com

9

Instituto Mairiporã, Mairiporã (SP) – www.im.br

I Encontro de Gestão Ambiental - Uma Visão Multidisciplinar da Gestão Ambiental no Setor Público e Privado

www.encontrogestaoambiental.blogspot.com/

(11) 2803-0092 contato@jetroambiental.com.br

11

RMAI e Interação Ambiental – São Paulo (SP)

Encontro Técnico Política Nacional de Resíduos Sólidos

www.rmai.com.br

(11) 3917-2878 eventos@rmai.com.br

12

Centro de Convenções Brasil 21 – Brasília (DF)

VII Fórum Acende Brasil – Licenciamento Ambiental: a Busca da Eficiência

www.acendebrasil.com.br

tania.regina@acendebrasil.com.br

11 e 12

Abes Paraná

Simpósio Tratamento Anaeróbico: Teoria, Aplicação e Desafios da Operação

www.canalagua.com.br/noticias/ver/118-simposiotratamento-anaerobio.html

11 a 13

Erechim (RS)

II Seminário sobre Estudos Limnológicos em Clima Subtropical

www.uri.com.br/new/site/informacao.php

(54) 3520-9000 – ramais: 9049 e 9195 semlimno@uricer.edu.br

11 a 14

Passo Fundo (RS)

IV Simpósio Nacional da Água

conference.arenainterativa.com.br/ snsuag2011/

(54) 3316-8371 – ramal: 8677 coaju@upf.br / cbhpf@upf.br

12 a 13

Bourbon Convention Center, São Paulo, (SP)

IV Encontro de Usuários Esri para Energia (Sistemas de Informações Geográficas - GIS)

www.img.com.br/utilities/energia2011/index.asp /

(12) 3946-7799 encontroenergia2011@img.com.br

São Paulo (SP)

Diálogos – Política Nacional de Resíduos Sólidos – Embalagem Pós Consumo e Responsabilidade Compartilhada

www.envolverde.com.br/dialogos

(11) 5082-2906 contato@pegaeventos.com.br

13 a 15

Universidade Federal de Sergipe

1° Encontro Interdisciplinar de Comunicação Ambiental (Eica)

http://licaufs.blogspot.com/

eica2011.ufs@gmail.com

13 a 15

Sorocaba (SP)

I Simpósio de Meio Ambiente e Tecnologia Florestal

www.sorocaba.ufscar.br/simatef/index.html

simatef2011@gmail.com

13 a 15

Horto Florestal Mogi Guaçu (SP)

Expoforest 2011 – Feira Florestal Brasileira

www.expoforest.com.br

(41) 3049.7888 contato@expoforest.com.br

15 e 16

Porto Velho (RO)

II Seminário Amazônico sobre Sequestro Florestal de Carbono e Mudanças Climáticas

http://co2seminario.blogspot.com/

(69) 3217-4201/4205 / 8105-8490 / 8125-7562 – ECOEventos ecoeventos.ro@gmail.com

17 a 19

ESALQ/USP, Piracicaba (SP)

V Congresso Brasileiro de Biometeorologia: “Mudanças Climáticas: Impactos e Consequências nos Seres Vivos”

www.infobibos.com/vcbb/index.html

(19) 3014-0148 / (19) 8190-7711 / (19) 9112-1952 nextel (19) 7811-7442 id: 99*10452 – Elaine Abramides eabramides@terra.com.br

17 a 20

Santos (SP)

V Simpósio Brasileiro de Oceanografia

www.vsbo.io.usp.br

sbo2011@gmail.com twitter: @sbo_2011 – (11) 3091-6653

13

mai 2011 revista do meio ambiente


21 a 23

Farol de Santa Marta (SC)

1º Encontro Nacional de Ativistas Ambientalistas

http://encontroativistas.blogspot.com

osverdestapes@gmail.com

24 a 27

Bento Gonçalves (RS)

Fiema Brasil – Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente - 5ª edição

www.fiema.com.br

(54) 3055-3225 fiema@fiema.com.br

26 a 27

Centro Convenções do WTC, São Paulo (SP)

Agromanagement 2011 – I Fórum de Gestão e Liderança no Agronegócio

www. agromanagement2010.com.br

(19) 3709-1100 / imprensa@ agromanagement2010.com.br

26 a 28

São Paulo (SP)

VI Feira Internacional de Resíduos Sólidos – Resilimp

www.feirasnacipa.com.br/resilimp1/

(11) 5585-4355

28

São Paulo, SP

Fibops Técnica: Energia E Inovações

http://www.institutomais.org/calendario

(11) 3257-9660 www.institutomais.org/contato.php

Centro Universitário Salesiano de Lorena – Unisal (SP)

I Seminário de Sustentabilidade – Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira

http://ambienteregionalagulhasnegras.blogspot. com/2011/03/seminario-regional-vai-debater.html

(12) 3152-2033 ramal 253 Roberta Werneck – Unisal Lorena projetos@lo.unisal.br

28 e 29

Maio Data

Local

Evento

SIte

1a4

II Simpósio Nacional de Geografia Política, Território e Universidade Estadual do Oeste do Poder e I Simpósio Internacional de Geografia Política e Paraná – Unioeste, Foz do Iguaçu (PR) Territórios Transfronteiriços

www.nilsonfraga.com.br/geosimposio/evento.php

4a7

Contatos

texto Maria Alice Doria e Patricia Guimarães*

lixo e reciclagem 31

Expounimed Curitiba (PR)

Reciclação 2011 – Feira Brasileira de Reciclagem

www.montebelloeventos.com.br/reciclacao2011

5

RMAI e Interação Ambiental – São Paulo (SP)

Encontro Técnico Emissões Atmosféricas

www.rmai.com.br

(11) 3917-2878 eventos@rmai.com.br

6

São Paulo (SP)

Seminário Sobre Remediação de Áreas Contaminadas

www.internews.jor.br/seminario.asp?e=446

(11) 3751-3430 – Ramal: 206 hugo.virissimo@internews.jor.br

6a8

ESALQ, Piracicaba (SP)

VIII Siga - Seminário de Integração para Gestão Ambiental

http://esiga.org.br/

(19)3429-4444 – ramal 8703 (11) 8606 0157 / (11) 7260-6618 odaleiaq@terra.com.br ane.afonso@gmail.com

7a8

Piratininga (SP)

Ecorreto - II Feira de Produtos e Serviços Ecologicamente Corretos

http://ecorreto.ning.com/

10 a 12

Porto Alegre (RS)

II Fórum Internacional de Gestão Ambiental - “Água e Comunicação: Uma Relação Vital”

www.figambiental.com.br/Default.aspx

(51) 3226-6619 / 3226-6656 figa@inoveeventos.srv.br

11 a 13

Centro de Eventos da PUCRS, Porto Alegre (RS)

Eracs 2011 – Energias Renováveis e Alternativas no Cone Sul

www.eracs.org.br

(51) 3225-9169 eracs@sinalcom.com.br

17 a 19

Cidade Universitária, Macaé (RJ)

IV Feira de Responsabilidade Social Empresarial Bacia de Campos

www.feirarsebaciadecampos.com.br

(22) 2772.0266 Revista Visão Socioambiental www.visaosocioambiental.com.br

17 a 20

Curitiba (PR)

Conferência Internacional de Cidades Inovadoras 2011

www.cidadesinovadoras.org.br/cici2011

18 a 20

Vila Velha (ES)

3º Seminário Regional Sudeste de Resíduos Sólidos & IX Sesma/Abes (ES)

www.abes-es.org.br

18 a 20

Campus da Unip - Mirandópolis, São Paulo (SP)

3º Workshop Internacional sobre Avanços em Produção Mais Limpa

www.advancesincleanerproduction.net

20 e 21

Londrina (PR)

IV Edição do Congresso Nacional de Responsabilidade Socioambiental – Novos Paradigmas para a Sustentabilidade

www.cnrs.com.br/sobre.html

(43) 3037-3266 cnrs@abtdpr.com.br

20 a 22

Parque do Ibirapuera, São Paulo (SP)

Viva A Mata – Mostra de Iniciativas e Projetos em Prol da Mata Atlântica

www.sosma.org.br

(11) 3262-4088 comunicacao@sosma.org.br educaçao@sosma.org.br

23 a 27

Rio de Janeiro (RJ)

XIV Encontro Nacional da Anpur (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional)

www.xivenanpur.com.br

24 e 25

Rio de Janeiro (RJ)

Seminário Sistemas Inteligentes de Transportes - Coppe

www.eng.uerj.br/noticias/1274115922

(21) 2262-9401 – Cristiana Iop cristiana.iop@planejabrasil.com.br

24 e 25

Blue Tree Premium Morumbi São Paulo (SP)

Solar 2011 - A Indústria Nacional de Equipamentos e as Usinas Solares no Brasil

www.vxa.com.br

(11) 5051-6535 – Rodrigo Azevedo atendimento@viex-americas.com.br

24 a 26

Embrapa Meio AmbienteJaguariúna (SP)

V Cobradan Congresso Brasileiro de Defensivos Agrícolas Naturais

www.cnpma.embrapa.br/nova/mostra2.php3

cobradan-l@cnpma.embrapa.br

25 a 27

Poços de Caldas (MG)

8º Congresso Nacional de Meio Ambiente de Poços de Caldas

www.meioambientepocos.com.br/programa.asp

26 e 27

Belo Horizonte (MG)

IV Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade

www.comunicacaoesustentabilidade.com

diretoria@atitudebrasil.com

São Paulo (SP)

Encontro Técnico Emergências Ambientais e de Segurança

www.rmai.com.br

(11) 3917-2878 eventos@rmai.com.br

31/5 a 2/6

Campo Grande (MS)

III Mostra de Soluções Sustentáveis

www.capital.ms.gov.br/meioambiente

(67) 3314-3293/3294 mostrasustentavel@gmail.com /

31/5 a 2/6

São Paulo (SP)

Cúpula C40 São Paulo (Reúne Prefeitos de Cidades do Mundo Todo)

www.c40saopaulosummit.com/site/conteudo/ index.php

(1)1 3113-8515 / 8539 / 8564 info@c40saopaulosummit.com

31/5 a 3/6

FIRJAN, Rio de Janeiro (RJ)

Bgc – Rio Global Green Business

www.brightgreencities.com

(085) 3242-5441/8814-4507/9673-0411 bgc@bgcbrazil.com/ press@eubra.org

31/5 a 5/6

Rio de Janeiro (RJ)

Recicla Rio III

http://sitearteecologica.blogspot.com/

(21) 2697-1801 contato@lojaecofenix.com.br

27

(27) 3324-5211 abes@abes-es.org.br

(35) 3697-1551

junho Data

Local

Evento

Site

Contatos

1e2

São Paulo (SP)

8º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética e Expoeficiência Energética 2011

www.metodoeventos.com. br/8eficienciaenergetica

(11) 2861-3092 expoeficiencia@metodoeventos.com.br

1a3

Centro de Exposições Imigrantes – São Paulo (SP)

Eco Business 2011

www.ecobusiness.net.br/feira

(11) 2387-7678 mes@meseventos.com.br

1a3

JW Hotel Marriot – Copacabana, Rio de Janeiro (RJ)

1º Seminário Internacional Sobre Sustentabilidade em Estações de Tratamento de Esgotos / Abes (RJ)

www.abesrio.org.br/eventos/24-1o-seminariointernacional-sobre-sustentabilidade-emestacoes-de-tratamento-de-esgoto.html

(21)2277-3915 / 2277-3916 katia.bella@abes-dn.org.br tamara.silva@abes-dn.org.br

revista do meio ambiente mai 2011


32 agenda ambiental 2011 junho Data 4

Local

Evento

Site

Contatos

Rio de Janeiro (RJ)

Evento Limpando & Reciclando

www.institutoaqualung.com.br/limpeza.html

5a9

Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá (MT)

XVIII Congresso Brasileiro de Ornitologia

http://avesmatogrosso.blogspot.com/search http://congressodeornitologiamt.blogspot.com

8a9

UFRGS, Porto Alegre (RS)

Produção + Limpa: IV Seminário sobre Tecnolocias Limpas e VI Fórum Internacional de Produção Mais Limpa

www.abes-rs.org.br/tecnologias2011/

tecnologiaslimpas@officemarketing. com.br

8 a 10

Sede do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Tefé (AM)

VIII Sap – Seminário Anual de Pesquisa

www.mamiraua.org.br/pagina. aspx?cod=272&xcod=8

Eunice Venturi eunice.venturi@gmail.com

13 a 15

Centro de Eventos FIERGS, Porto Alegre (RS)

3° Fórum Internacional de Resíduos Sólidos

www.institutoventuri.com. br/forum2011/site/capa/

(51) 3024-4008 / (51) 3347-8636 forum@institutoventuri.net.br simbiose@institutoventuri.net.br

13 a 15

São Paulo (SP)

Congresso Ambiental – 9ª Edição

www.informagroup.com.br/congressoambiental

(11) 3017-6888 ambiental@ibcbrasil.com.br

14 a 19

Goiás (GO)

XIII Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental – Fica

www.fica.art.br

(62) 3223-3051 / 3223-1313 fica@fica.art.br

29 e 30

Manaus (AM)

Conferência Lige 2011

http://lige2011.mgt.unm.edu

(092) 8122-1354 – Raul Gouvea

30

São Paulo (SP)

Fibops Técnica: Mercado e Consumo

www.institutomais.org/calendario

(11) 3257-9660 www.institutomais.org/contato.php

juLho Data

Local

Evento

Site

Contatos

5a8

Fortaleza (CE)

All About Energy 2011

http://www.allaboutenergy.com.br/2011/sites/ portugues/home.php?st=inicio

6a8

Rio de Janeiro (RJ)

Rio Ambiente 2011 – Resíduos Sólidos

www.firjan.org.br

0800 0231 231 / meioambiente@firjan.org.br

9a8

Universidade Federal de Alagoas/ Centro de Tecnologia – Laboratório de Estruturas e Materiais, Maceió (AL)

Enarc 2011: II Encontro Nacional sobre Aproveitamento de Resíduos na Construção Civil – II Seminário sobre Resíduos Sólidos na Construção Civil

www.enarc2011.lccv.ufal.br

(82) 3214-1287 Girley Vespaziano ou Vanessa

10 a 15

Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia (GO)

63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)

www.sbpcnet.org.br/goiania/sobre/

Acadêmica Agência de Comunicação (11) 5549-1863 / 5081-5237 / 9912-8331 imprensa@sbpcnet.org.br

11 a 16

Universidade Federal da Grande Dourados (MS)

XIV Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada: “Dinâmicas Socioambientais das Inter-Relações às Interdependências”

www.xivsbgfa.com.br/index.php

xivsbgfa@ufgd.edu.br

18 a 21

Palácio das Convenções do Anhembi, São Paulo (SP)

12º Simpósio de Controle Biológico: “Mudanças Climáticas e Sustentabilidade: Quebra de Paradigmas”

www.seb.org.br/siconbiol2011

21 a 24

Campus Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR)

31º Congresso Brasileiro de Espeleologia

www.sbe.com.br/31cbe.asp

(19) 3296-5421 31cbe@cavernas.org.br secretaria@cavernas.org.br

23

Centro de Convenções do Novotel Center Norte – Vila Guilherme (SP)

VII Conferência de Pequenas e Grandes Centrais Hidrelétricas Mercado & Meio Ambiente

www.conferenciadepch.com.br/index.php

CERPCH - (35) 3629-1443 Fax: (35) 3629.1439 pchcomunicacao@unifei.edu.br

Centro de Eventos São Luís São Paulo (SP)

Fibops – Feira e Congresso Internacional de Boas Práticas Socioambientais

www.fibops.com.br

(11) 3257-9660 – Kathellym Santos kat@maisprojetos.com.br

Uberlândia (MG)

XXXIII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo

www.cbcs2011.com.br/index.php

(43) 3025-5223 cbsolos@fbeventos.com

26 a 28 31/7 a 5/8

(85) 3033.4457 marketing@allaboutenergy.com.br

Agosto Data

Local

Evento

1a3

Pavilhão Branco - Expo Center Norte, São Paulo (SP)

XXIII Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente

www.fenasan.com.br/index.php

Site

(11) 3868-0726 fenasan@acquacon.com.br

Contatos

3a4

Novotel Center Norte, São Paulo (SP)

VII Conferência de Pequenas e Grandes Centrais Hidrelétricas

www.conferenciadepch.com.br/index.php

(35) 3629-1443 / Fax: (35) 3629-1439 skype ID: adrianapch1 pchcomunicacao@unifei.edu.br

3a5

Foz do Iguaçu (PR)

Global Forum America Latina

www.globalforum.org.br

5

RMAI e Interação Ambiental São Paulo (SP)

Encontro Técnico Licenciamento e Responsabilidades Ambientais

www.rmai.com.br

(11) 3917-2878 eventos@rmai.com.br

7 a 12

Sheraton Rio Hotel & Resort, Rio de Janeiro (RJ)

XIV Conferência Internacional de Eletricidade Atmosférica – Icae 2011

www.icae2011.net.br/index.pt.html

icae2011@inpe.br

14 a 18

Campos do Jordão (SP)

1ª Conferência Brasileira de Tecnologia e Ciência de Bioenergia

http://bbest.org.br/

bbest@bbest.org.br

Curitiba (PR)

Biotech Fair 2011 e VI Congresso Internacional de Bioenergia

www.eventobioenergia.com.br/feira/br/index.php

(54) 3226-4113 / contato@bioenergia.net.br

25

RMAI e Interação Ambiental São Paulo (SP)

Encontro Técnico Gerenciamento de Resíduos

www.rmai.com.br

(11) 3917-2878 eventos@rmai.com.br

25

São Paulo (SP)

Fibops Técnica: Mídias e Tecnologias Sociais

www.institutomais.org/calendario

(11) 3257-9660 www.institutomais.org/contato.php

29 a 31

Pirenópolis (GO)

Nsat 2011 - Simpósio Brasileiro de Solos não Saturados

www.nsat2011.com.br

nsat2011@nsat2011.com.br

16 a 19

Setembro Data A definir 7a9 8

Local

Evento

Site

Contatos

Usina do Gasômetro, Porto Alegre (RS)

IV Bionat Expo – Feira de Sustentabilidade

www.bionatexpo.com/

(51) 3228 8692 - 9117 5018 info@bionatexpo.com.br

UFES – Universidade Federal do Espírito Santo (ES)

VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-Americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis (Enecs e Elecs 2011)

www.elecs2011.com.br

4009-2581

RMAI e Interação Ambiental São Paulo (SP)

Encontro Técnico Gestão de Transporte e Produtos Químicos

www.rmai.com.br

(11) 3917-2878 eventos@rmai.com.br

mai 2011 revista do meio ambiente


33 www.acquacon.com.br/icud2011/en/conference. php

(11) 3868-0726 icud2011@acquacon.com.br

11 a 16

Porto Alegre (RS)

12th International Conference on Urban Drainage

12 a 15

Grande Vitória (ES)

41º Seminário de Redução de Minério de Ferro e Matérias-Primas & 12º Simpósio Brasileiro de Minério De Ferro

14 a 16

Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife (PE)

XII International Specialized Conference on Watershed and River Basin Management

iwa2011recife.wordpress.com/

81.2126.8744 – msobral@ufpe.br / contact@iwa2011recife.org

RMAI e Interação Ambiental São Paulo (SP)

Encontro Técnico Rotulagem e Homologação de Embalagens

www.rmai.com.br

(11) 3917-2878 eventos@rmai.com.br

15 a 16

São Paulo (SP)

Fórum União Européia – América Latina e Caribe (Fórum Ue-Alc)

www.ahkbrasil.com/csr

16 a 22

Hotel Guanabara, São Lourenço (MG)

I Encontro de Educação do Circuito das Águas; I Simpósio de Sustentabilidade: “Homem - Ambiente Sustentabilidade” e X Congresso de Ecologia do Brasil

www.xceb.com.br/ www.seb-ecologia.org.br

17

Rio de Janeiro (RJ)

Clean Up The World / Dia Mundial de Limpeza 2011

www.institutoaqualung.com.br/limpeza.html

Brasília (DF)

Greenmeeting - XI Encontro Verde das Américas

www.greenmeeting.org

20 a 23

São Paulo (SP)

Ambientalexpo 2011 - 3ª Feira de Equipamentos, Produtos, Serviços de Tecnologias Ambientais

25 a 28

Porto Alegre (RS)

26º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental e Fitabes - Feira Internacional de Tecnologia de Saneamento Ambiental

http://www.abes-dn.org.br/eventos/abes/ 26cbes/index.html e www.fitabes.com.br

katia.bella@abes-dn.org.br (21)2277-3915 / tamara.silva@abesdn.org.br (21)2277-3916

25 a 29

Porto de Galinhas (PE)

XIV World Water Congress e 10º Simpósio de Hidráulica e Recursos Hídricos dos Países de Língua Oficial Portuguesa

http://worldwatercongress.com/ e https:// webserv.dec.uc.pt/weboncampus/event/ dataEvent.do?elementId=550

(11) 3868 0726 info@worldwatercongress.com

26 a 29

ExpoMinas, Belo Horizonte (MG)

Exposibram 2011- 14ª Edição da Exposição Internacional de Mineração e do Congresso Brasileiro de Mineração

www.exposibram.org.br

(31) 3444-4794 exposibram@eticaeventos.com.br

27 a 29

Rio de Janeiro (RJ)

Sustentável 2011

www.cebds.org.br/cebds/sustentavel2011.asp

cebds@cebds.org / (21) 2483.2250

27 a 30

Minascentro - Belo Horizonte (MG)

Ecolatina - 8ª Conferência Latino-Americana sobre Meio Ambiente e Responsabilidade Social

www.ecolatina.com.br/2009/default.asp

(31) 3116-1000

Data

Local

15

20 a 22

(11) 5534-4333 / patricia@abmbrasil. com.br / juliana@abmbrasil.com.br / rosangela@abmbrasil.com.br

(11) 30917600 contato@seb-ecologia.org.br

secretaria@greenmeeting.org (11) 3717-0737 – ambiental.inscricao@ reedalcantara.com.br

OUTUBRO Evento

Site

Contatos

4a6

Centro Fecomércio de Eventos, São Paulo (SP)

II Congreso Internacional de Medio Ambiente Subterrâneo

12 a 15

Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, (PA)

II Congresso Nacional de Educação Ambiental e IV Encontro Nordestino de Biogeografia

(83) 3216-7946; 3243-7264; (83) 88347180 – OI, (83) 9979-4080 – TIM gs_consultoria@yahoo.com.br

17 a 21

Universidade Federal do Espírito Santo Vitória (ES)

Iwa 4 ª Conferência sobre Odores e Cov: Emissão, Técnicas de Controle, Medidas de Dispersão e do Impacto

(27) 3335 2066 jane.santos@pq.cnpq.br

25 a 27

Univasf – Juazeiro (BA)

III Simpósio Brasileiro de Mudanças Climáticas e Desertificação: Experiências para Mitigação e Adaptação

(87) 3862-1711 ramal 269 smud@cpatsa.embrapa.br

São Paulo (SP)

Fibops Técnica: Economia de Baixo Carbono e Tecnologias Limpas

www.institutomais.org/calendario

(11) 3257-9660 www.institutomais.org/contato.php

Balneário Camboriú (SC)

XIV Colacmar 2011 – Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar

www.colacmar2011.com/site/

(47) 3367-2202 colacmar2011@colacmar2011.com

27 31/10 a 04/11

www.abas.org.br/cimas/pt/index.php

11 3868 0726 cimas@abas.org

NOVEMBRO Data A definir

Local

Evento

Site

Contatos

São Paulo (SP)

III Feira e Congresso de ONGs Brasileiras

http://www.ongbrasil.com.br/

3a4

Petrobras Cenpes, Rio de Janeiro (RJ)

II Simpósio Brasileiro de Qualidade do Projeto no Ambiente Construído

www.arquitetura.eesc.usp.br/ocs/index. php/sbqp2011/sbqp2011/index

7 a 11

Universidade Federal do Pará Campus do Guamá, Belém (PA)

V Simpósio Internacional de Geografia Agrária e VI Simpósio Nacional de Geografia Agrária

singa2011.ufpa.br/ singa2011@gmail.com / (091) 3201 8194 / (091) 3201 7439

8 a 10

RMAI e Interação Ambiental – Pavilhão Azul do Expo Center Norte, São Paulo (SP)

XIII Fimai – Feira de Meio Ambiente Industrial

www.rmai.com.br

(11) 3917-2878 eventos@rmai.com.br

9 a 11

Campinas (SP)

VI Sboe - Simpósio Brasileiro de Óleos Essenciais

www.visboe.net.br

aurilene@fundag.br (19) 3233-8035 e abramides@terra.com.br (19)3243 0396 / (19)9112-1952

17 a 20

PUC - Rio de Janeiro (RJ)

IV Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental

Rebia – www.rebia.org.br Envolverde – www.envolverde.com.br

(11) 30344887 anamaria@envolverde.com.br

21 a 27

Fortaleza (CE)

Encontro Intercontinental Sobre a Natureza – O2

www.ihab.org.br

(85) 3262-1559 / 3262-1175 / 8674-1559 ihab@ihab.org.br

21 a 24

Campus da Universidade Federal de Minas Gerais

VII Congresso Brasileiro de Geotecnia Ambiental Regeo 2011 e VI Simpósio Brasileiro de Geossintéticos

www.regeo2011.ufmg.br/#//

(31) 3409-1792/1794/1820/1747 / regeossinteticos2011@etg.ufmg.br

27/11 a 1/12

Maceió (AL)

XIX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos

www.acquacon.com.br/xixsbrh/

(11) 3868-0726 xixsbrh@acquacon.com.br

DEZEMBRO Data 17

Local Rio de Janeiro (RJ)

Evento Econatal 2011 / Verão Limpo 2012

Site

Contatos

www.institutoaqualung.com.br/limpeza.html

Eventos neutros em Carbono (Prima: www.prima.org.br) revista do meio ambiente mai mar 2011


Pescadores de Uma campanha chamada Fish Fight ganhou muita força na Europa recentemente chamando a atenção para uma prática comum das indústrias pesqueiras: mais da metade dos peixes capturados acabam devolvidos mortos ao mar, pois foram pescados de forma equivocada e não possuem um bom valor de mercado. A mobilização da sociedade para o caso acabou sensibilizando as autoridades da União Européia (UE), que em um primeiro momento pensou em banir diversos modelos de pesca. Essa reação foi criticada por comunidades de pescadores, que afirmaram que simplesmente perderiam a capacidade de sobreviver se fossem restringidos. Quem parece ter chegado a uma solução para o dilema foi a Comissária da Pesca da UE, Maria Damanaki, que divulgará em breve um plano para que os pescadores sejam remunerados por recolher detritos plásticos do mar, algo que muitos já fazem gratuitamente. Assim, eles teriam mais uma fonte de renda e poderiam evitar os modelos de pesca que causam o desperdício de peixes. “Terminar com a prática de jogar fora peixes que servem perfeitamente como alimento é do interesse dos consumidores e dos próprios pescadores. Não podemos deixar que aconteça um boicote ao consumo de peixe, pois isso prejudicaria a vida de milhares de pessoas e resultaria na alta do preço de outros alimentos”, afirmou Maria para o jornal britânico The Guardian. Em um primeiro momento, o recolhimento do plástico será subsidiado pelos países europeus, mas no futuro o esquema pode ser lucrativo por si só, envolvendo a venda do material para a indústria de reciclagem. Além dos recursos diretos, os pescadores devem ser beneficiados com a melhora na produtividade da sua atividade. Com menos pesca predatória e com o oceano mais limpo, os cardumes devem se recuperar. Outra questão polêmica que a União Européia tentará resolver é a do direito à pesca na costa da África e do Oceano Índico. Atualmente, navios europeus utilizam acordos internacionais para capturar peixes nessas regiões. Porém, ambientalistas e defensores do movimento comércio justo (Fair Trade) criticam a prática, pois ela prejudica pescadores de nações pobres. No dia 13 de maio, uma reunião entre ministros de países em desenvolvimento e a Comissária da Pesca será realizada para discutir o assunto. “É preciso que haja mais transparência.

mai 2011 revista do meio ambiente

plásticos NOAA Marine Debris Program

texto Fabiano Ávila

34 oceanos

Em uma medida para proteger cardumes e ainda limpar o ecossistema marinho, a União Européia lançará um projeto piloto com o objetivo de remunerar quem recolher o lixo flutuante e o encaminhar para reciclagem

Animais marinhos são as principais vítimas do lixo indevidamente descartado pelo homem

Temos que reconhecer o direito das nações de estabelecer seus próprios mecanismos de controle e normas industriais. A cooperação internacional é necessária para evitar a pesca predatória”, declarou Maria. Todos os planos da Comissária serão apresentados em julho e a proposta do recolhimento de plástico já conta com o apoio do Reino Unido, Alemanha, França e Dinamarca. Problema global O lixo marinho constitui uma das piores catástrofes ambientais do planeta e se agrava a cada ano pela falta de programas globais, uma vez que praticamente todos os países acabam contribuindo para esse desastre. Em março deste ano foi realizada uma conferência no Havaí com a intenção de estabelecer políticas internacionais para minimizar o problema. O evento contou com representantes de 35 países, incluindo delegados de governo, líderes industriais e especialistas. Dessa reunião nasceu o Compromisso de Honolulu, que incentiva a troca de informações e promove uma abordagem mais ampla para lidar com o problema para evitar os danos ao ecossistema e à economia global. De acordo com o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, há, em média, 18.000 pedaços visíveis de plástico flutuando em cada quilômetro quadrado do mar. Algumas ilhas de lixo flutuante são até mesmo visíveis em imagens de satélite. Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais


PROGRAMA RECLAMAR ADIANTA

RÁDIO BANDEIRANTES AM 1360 (RJ) COM ÁTILA NUNES FILHO E ÁTILA NUNES NETO

Permitir que dezenas de ouvintes diariamente entrem no ar para reclamar, protestar, denunciar, sem censura. Essa é a fórmula do sucesso de audiência do Programa Reclamar Adianta que vai ao ar de segunda à sexta feira pela Rádio Bandeirantes AM 1360 (RJ). Na verdade, esse sucesso é um resultado, e não o objetivo. O objetivo sempre foi – e é – de dar voz aos cidadãos que não têm acesso aos veículos de comunicação para externar seus pontos de vista. O Programa Reclamar Adianta tem uma equipe de 3 dezenas de profissionais entre jornalistas, médicos, economistas e advogados especializados em direito do consumidor, tendo o suporte do maior serviço de interesse público do país nesta área: o www.emdefesadoconsumidor.com.br

PROGRAMA RECLAMAR ADIANTA RÁDIO BANDEIRANTES AM 1360 (RJ)

De 2ª à 6ª feira, entre 10h e meio dia, com Átila Nunes Filho e Átila Nunes Neto Acesse pela internet: www.reclamaradianta.com.br Central telefônica 24h: (021) 3282-5588 www.emdefesadoconsumidor.com.br atilanunes@reclamaradianta.com.br

Todas as reclamações dirigidas à empresas ou às autoridades, recebem nossa atenção – de forma personalizada – que não se encerra quando acaba o programa ao meio dia. A partir desse instante começa o atendimento fora do ar. O monitoramento dessas reclamações pela nossa equipe continua no restante do dia, às vezes, do resto da semana, até a se alcançar a solução. O Programa Reclamar Adianta é o primeiro programa do Rádio brasileiro que abre seus microfones para o ouvinte de verdade, com total liberdade. Pesquisas apontam para uma audiência superior à 127 mil ouvintes por minuto, sendo que o programa pode ser acompanhado pela internet. Mas, a estrada para o sucesso está sempre em construção. E a equipe do Programa Reclamar Adianta sabe disto. Por isso, aumentamos o número de linhas de nossa central telefônica e fortalecemos nossa equipe de profissionais com mais recursos materiais. Estabelecemos linha direta – algumas exclusivas – com empresas e autoridades, agilizando a solução dos problemas apresentados pelos ouvintes. Finalmente, cabe aqui um agradecimento. Agradecer pelo sucesso do Programa Reclamar Adianta. E com uma certeza: o ouvinte vai continuar entrando no ar, sem qualquer censura.


Guia do Meio Ambiente

Aqui o seu anúncio é visto por quem se importa com o meio ambiente

• Carimbos automáticos • Impressos em geral • Placas de aço, metal, acrílico e outros • Crachás, broches, botons e acessórios • Sinalização de segurança e vias públicas • Imã de geladeira e carro • Brindes em geral • Xerox, encadernação, plastificação

(22) 2762-0025 / 2770-4634 • sulimpress@gmail.com

ÃO

IMPRESSO R GA A TID

DR RJ

AN

ano V • ed 36 • maio 2011

SIM, quero ser assinante-colaborador da REBIA – Rede Brasileira de Informação Ambiental, uma organização sem fins lucrativos, assegurando meu livre acesso ao conteúdo do PORTAL DO MEIO AMBIENTE (www.portaldomeioambiente.org.br) e o recebimento da versão impressa e gratuita da REVISTA DO MEIO AMBIENTE sempre que for editada.Declaro concordar com o pagamento de R$ 100,00 (cem reais) referentes às despesas de manuseio e de postagem de 12 (doze) edições impressas, que receberei uma a uma, independente do tempo que dure. Farei o pagamento através de depósito bancário na Caixa Econômica Federal, Agência 3092 OP 003, C/C 627-5, em favor da PRIMA – MATA ATLÂNTICA E SUSTENTABILIDADE – CNPJ nº 06.034.803/0001-43, parceira da REBIA neste projeto pela democratização da informação socioambiental no Brasil. Após o pagamento, informarei pelo e-mail vilmar@rebia.org.br a data, hora e valor do depósito e os dados completos (nome completo, endereço completo) a fim de receber meus exemplares.

DE VO LU Ç

CUPOM DO ASSINANTE

Revista do Meio Ambiente Redação: Trav. Gonçalo Ferreira, 777 Casarão da Ponta da Ilha, Jurujuba, Niterói, RJ CEP 24370-290 Telefax: (21) 2610-2272


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.