Revista Inter IT - nº13

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12 a 14 de setembro

APOIO EDUCACIONAL

O maior e mais qualificado evento de Comunicações da América Latina!

Ambassade de France au Brésil Missions Économiques

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Sumário | Expediente

28 - Capa

Entrevista com Albert Deweik, Diretor da NeoAssist

Diretor Diogo Pastori diogo.pastori@corpbusiness.com.br Redação

12 - Segurança inteligente : a próxima geração de soluções sensíveis ao contexto 16 - Google+: Facebook Killer, mas nem tanto 37 - Mercado nacional de software cresce 23%, em 2010 52 - Quem é a Geração C? Qual nosso objetivo como empresa?

Editor Chefe Danilo Pádua MTB: 63.988 danilo.padua@corpbusiness.com.br Repórter Bruna Lavrini bruna.lavrini@interit.com.br Designer Jefferson William

14 - 5 grandes vantanges do Cloud Computing 15 - Malware: O perigo é silencioso e está no site ao lado 39 - 77% das empresas perderam dados em 2011 42 - Governo Federal confirma a produção de tablets no Brasil 46 - Mudança goela abaixo

Colaboradores Andréia Naomi (fotos), Arthur Guitarrari, Clayton Harada, Diego Eis, Fernando Arbache, Fernando José Barbin Laurindo, Liu Peng, Marcos Patrício, Michael J. Saylor, Renann Fortes, Roberto Carlos Mayer e Wladimir Banegas (textos). Marketing e Eventos Leila Silva, Lucas Fiorani Publicidade Gerentes de Negócios Webert Melchior

18 - 4 Crédito e Cobrança 22 - 4 Mobile Intelligence 2.0 50 - 2 Balanced Scorecard

Analista Comercial Marina Zanchetta, Daniel Calixto Eventos Vanessa Moreira, Jaqueline Ferreira, Priscila Rocha Logística Circulação São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Rio Grande do Sul e Minas Gerais

20 - Os jovens profissionais a serviço da inovação 40 - Porque é uma ideia fantástica disponibilizar iPads para os nossos colaboradores? 44 - Alinhamento estratégico da TI 47 - Tecnologia e Educação: alicerces para uma sociedade evoluída e avançada 54 - Importação de cérebros

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Revista Inter IT Avenida Angélica, 2503 – Conjunto 146 CEP: 01227-200 Higienópolis São Paulo-SP

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Editorial

Valorizando relacionamentos

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elacionamento, segundo o dicionário Michaelis, é um substantivo feminino, significa a ação ou efeito de relacionar; relacionação. De acordo com o site “Origem das Palavras”, “relacionar” vem do Latim RELATIO, ”restauração, ato de trazer de volta”, de RELATUS, usado como particípio passado de REFFERRE, formado por RE-, “de novo”, mais FERRE, “portar, levar”. O sentido de “estabelecer uma ligação entre pessoas” surgiu mais tarde, originário do século XVIII.Concordo com os dois significados, tanto o original, vindo do latim, quanto o atual, mais conhecido e adaptado ao nosso dia a dia. Relacionamentos são baseados em trocas (de ideias, sentimentos, sensações, experiências ou um sem fim de coisas) mútuas; em respeito e na necessidade que cada uma das “pontas” desse relacionamento tem a oferecer para a outra. Em geral (ao menos nos relacionamentos “saudáveis”), essa oferta x necessidade x troca é equilibrada entre as partes, sem grandes discrepâncias entre o que cada uma delas oferece em contrapartida aquilo que recebe da outra, tudo dentro de um “acordo” celebrado entre si. Vale lembrar que esse conceito não se atribui apenas a relacionamentos pessoais entre duas pessoas, mas, também, entre companheiros de trabalho, patrão e funcionário, duas empresas, e entre uma empresa e seu cliente. Um exemplo de relação, comumente, desequilibrada se dá entre algumas grandes companhias prestadoras de serviços, ou varejistas, e seus clientes, que acabam se contentando em pagar por aquilo que compram/consomem sem ter, em vias de regra, satisfação plena pela qualidade do produto ou com o atendimento da contratada quando precisam esclarecer uma dúvida ou solucionar um problema. Muito desse tema foi conversado com Albert Deweik, diretor da NeoAssist, uma empresa especializada em soluções de autoatendimento via internet que conta com grandes clientes dos mais variados segmentos no Brasil e na América Latina. Na conversa, Albert mostrou como um pouco de criatividade e, principalmente, prestatividade ao cliente, podem melhorar e muito os negócios de uma empresa. Isso e muito mais da NeoAssist você acompanha em nossa entrevista completa, a partir da página 28. Fora isso, ainda temos muito mais nessa Inter IT de julho. Temos a cobertura completa dos congressos Mobile Intelligence 2.0 e Crédito & Cobrança, o lançamento do Google+, nova rede social do gigante das buscas, uma pesquisa sobre o mercado brasileiro de softwares e mais coisas que, infelizmente (ou felizmente) me falta espaço pra descrever aqui. Sendo assim, vire a página e divirta-se com essa 13ª edição da Revista Inter IT. Boa leitura! Abraços Danilo Pádua Editor-Chefe

Participe da Revista Inter IT Escreva para a Redação Mande críticas, opiniões, sugestões, comentários e dúvidas editor@corpbusiness.com.br Publicidade Participe das próximas edições (11) 3666-5208 (11) 3661-2785 comercial@corpbusiness.com.br

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Assine nossas newsletters diárias e receba em seu e-mail as principais notícias dos mercados de TI e Telecom no mundo. Revista Inter IT 12, ano 4, Junho 2011, é uma publicação bimestral da Pastori & Associados. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista. Edições anteriores: acesse o site da revista e visualize todas as edições já publicadas em formato Virtual Paper. A Inter IT não admite qualquer tipo de publicidade redacional.

Eventos e Congressos Informações sobre os eventos e congressos organizados pela Corpbusiness (11) 3666-5208 (11) 3661-2785 contato@corpbusiness.com.br SITES www.corpbusiness.com.br www.interit.com.br www.mediaweek.com.br

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CORREIO Participe ! Este espaço está reservado para seus comentários, elogios, sugestões

Atualidades

“Gosto bastante das notinhas curtas que vocês colocam no início da revista (Telecom News, Inter IT News e Corp News). Sempre tem alguma curiosidade ou novidade interessante nessas seções. Só com ela já consigo me atualizar sobre o que aconteceu de mais interessante no mundo da tecnologia entre uma edição e outra” Manoela Rodrigues, Brasília – DF

Queremos mais produtos

“Apesar da publicação de vocês ser mais focada em negócios, gosto bastante de apreciar a leitura da Revista Inter IT, sempre com conteúdos relevantes sobre o setor de TI e Telecom. Mas a minha seção predileta é a de Tendências & Inovações, sempre com alguma dica de produto interessante. Vocês podiam aumentar essa seção para, pelo menos, umas quatro páginas. Dicas boas com certeza não faltam” Felipe Soares, Alphaville – SP

Roberto Dariva de parabéns

“Incrível como boas ideias nas mãos das pessoas certas se desenvolvem em cases de sucesso. O histórico da Navita é um exemplo disso. Empresa relativamente jovem que vem trabalhando de maneira focada no setor de mobilidade e criando uma marca forte e de respeito no segmento corporativo. Parabéns aos fundadores da companhia, especialmente o Roberto Dariva, pela excelente entrevista” Caio Bergomini, São Paulo – SP

Facebook vai dominar o mundo? “Em todos os cantos do noticiário tecnológico que acompanho hoje em dia, sempre há alguma notícia ou referência ao Facebook. Na Revista Inter IT de junho não foi diferente. Além de notinhas sobre a rede social, até mesmo dica de livro sobre os seus fundadores vocês publicaram (Seção Tendências & Inovações). Não bastasse o noticiário especializado, até filme já fizeram sobre a rede social de Mark Zuckerberg, será que logo teremos o jovem bilionário apresentando um programa de TV próprio também?” Carlos Freitas, Santo André - SP

Escreva: mande seu e-mail para editor@corpbusiness.com.br Não esqueça de colocar o nome completo e a sua cidade. 6 |

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Telecomnews TIM anuncia aumento da capacidade em sua rede móvel

Metade dos smartphones no Brasil possuem plano de internet móvel

A operadora TIM anunciou, recentemente, que reservou R$ 2,4 bilhões para investimento na rede. Os projetos são voltados para modernização e ampliação da capacidade de sua cadeia de acesso móvel de voz com tecnologia de nova geração. Com o acordo firmado entre a Nokia Siemens Networks, Huawei e Ericsson, a empresa mais que dobrará sua capacidade. O objetivo é que o investimento entre 2011 e 2013 chegue ao total de R$ 8,5 bilhões. A companhia também anunciou o aumento de cerca de 130% da base instalada de TRX (elemento de rede responsável por adicionar capacidade de tráfego a uma antena), bastando ser ativados à distância para entrar em operação de imediato. O cronograma de modernização já está em fase de implantação, um terço da execução do plano já está prevista para este ano. O restante será concluído até o final de 2013.

O levantamento realizado pelo Monitor Acision de Valor Adicionado, Mavam, divulgou recentemente, que apenas a metade dos consumidores que possuem um smartphone aderiu ao pacote de dados 3G. No entanto, de acordo com a pesquisa, a internet móvel corresponde por 48% dos serviços de valor agregado vendidos pelas operadoras dentro do território brasileiro. Estima-se que o tráfego de dados gerados por modems e smartphones saltou de 130% para 150%. O estudo ainda revela que a maioria dos acessos ao 3G são destinados para finalidades pessoais, cerca de 75%. As redes sociais são as campeãs nas atividades realizadas no ambiente, 32% do acesso é para elas. Sendo que as mais procuradas são: Facebook (65%), Orkut (60%) e Twitter (44%). A pesquisa também constatou que o brasileiro está aderindo mais ao dia a dia o envio de SMS, que hoje se tem uma média de 22 mensagens por mês. Nesta 8ª edição do Mavam, foram entrevistados cerca de 1.500 usuários brasileiros de serviços de telefonia celular de todas as regiões do país, durante o mês de maio de 2011.

Virgin terá operadora virtual no Brasil O Grupo Virgin, pertencente ao bilionário britânico Richard Branson, deve investir no mercado brasileiro de telecomunicações em breve. A companhia terá uma operadora virtual de telefonia celular operando já em 2012. A MVNO (Mobile Virtual Network Operator, ou operadora de rede móvel virtual) será montada em parceria com a Tribe Mobile, e deve consumir um investimento de US$ 300 milhões durante um período de cinco anos. Phil Wallace, presidente da Tribe Mobile, foi o responsável pela confirmação da notícia, complementando apenas que os trâmites regulatórios junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para obtenção de licenças e a escolha da parceira que fornecerá a infraestrutura de rede estão faltando para o projeto se iniciar. O regulamento da Anatel referente às operadoras virtuais estabelece que uma MVNO precisa ter contrato com uma das operadoras do mercado nacional - como TIM, Vivo, Oi e Claro - para poder operar. Phil Wallace ainda afirmou a AE que o País será base para operações da Virgin na América Latina, onde a companhia também atuará com sua operadora virtual nos demais países, podendo até já estrear em dois mercados menores neste ano, antes de chegar ao Brasil, que deve ser o responsável por uma fatia entre 40% e 50% das receitas da companhia na região.

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PNBL vai oferecer banda larga de 1 mega por R$ 35

No mês de junho foi firmado acordo entre governo federal e operadoras de Telecom. O Plano Nacional de Banda Larga vai oferecer internet banda larga de 1 mega a R$ 35,00. Para conseguir um acordo a presidente Dilma Rousseff, retirou do contato a obrigação das companhias garantirem 40% da velocidade contratada. “Ela abriu mão dessa exigência, mas deixou claro que vai pegar no pé na questão da qualidade. Tanto que a data para que a Anatel aprove e publique os regulamentos constará no decreto”, afirmou Bernardo à agência Estado. O governo federal exigiu que sejam aplicadas sanções no caso de as operadoras saírem do contexto das metas do Plano Nacional. “As multas têm os mesmos valores aplicados pela Anatel, mas o trâmite de aplicação das penalidades será diferente”, esclareceu o Ministro.

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Mídia francesa proibida de citar redes sociais As emissoras de TV e rádio francesas estão proibidas de mencionar as redes sociais em suas programações. A entidade regulatória da radiodifusão no país adotou a medida sob a justificativa de evitar práticas de propaganda dissimulada. As emissoras, no entanto, ainda poderão falar sobre os sites, como o Twitter e o Facebook, mas não nomeá-los. Em seu site, o Conselho Superior do Audiovisual (CSA) francês justifica que mandar telespectadores ou ouvintes para a página de uma rede social sem nomeá-la tem caratér informativo, enquanto - ao mencionar seu nome - o apelo ganha caráter de publicidade, fato que contraria a legislação francesa, que proíbe a publicidade disfarçada. Assim como em todo o mundo, muitas emissoras francesas se relacionam com seus espectadores através de páginas e perfis próprios nas principais redes sociais, como o próprio Twitter e o Facebook, e ainda não se sabe como será feito o “direcionamento” dos fãs para essas páginas sem citá-las.

Gêmeos Winklevoss abrem novo processo contra o Facebook Os irmão Tyler e Cameron Winklevoss não desistem de sua disputa judicial contra o Facebook e seu fundador e CEO, Mark Zuckerberg. Após terem perdido um recurso no qual pediam a reabertura de uma ação encerrada em 2008, através de um acordo entre eles e Zuckerberg, os gêmeos impetraram uma nova ação na Justiça contra a rede social. Os Winklevoss abriram o novo processo com a mesma alegação da tentativa de reabertura do processo inicial. De acordo com o processo aberto em um tribunal federal de Massachussets, eles alegam que o facebook “intencionalmente ou de forma inadvertida suprimiu provas” durante o litígio anterior. As provas seriam ligadas ao verdadeiro valor da companhia, o que faz os gêmeos se considerarem prejudicados no acordo feito com Zuckerberg, quando receberam US$ 65 milhões em dinheiro e ações do Facebook. Cameron e Tyler Winklevoss e Mark Zuckerberg se conheceram quando estudavam na Universidade de Harvard e os gêmeos teriam - na época - contratado o jovem programador para desenvolver o código-fonte de uma rede social que eles projetaram. Meses depois, Zuckerberg lançou o Facebook, após abandonar o projeto da Harvard Connection, dos Winklevoss. Tão logo obteve sucesso, o Facebook foi alvo do processo dos gêmeos, sob a alegação que Zuckerberg roubou suas ideias e o códigofonte para criar sua rede social.

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Microsoft lança versão do Office na nuvem A Microsoft lançou o Office 365, versão na nuvem de sua suíte de produtividade que incluirá todos os programas do pacote, entre eles o Word, Excel, PowerPoint e Outlook. A novidade permite que o usuário utilize estes programas em qualquer tipo de dispositivo conectado a internet, até os aparelhos que possuem sistemas operacionais Apple e Android. O pacote ainda não tem versão em português brasileiro, mas a Microsoft declarou que em breve ela estará no mercado. As assinaturas do Pacote Office 365 são disponibilizadas em duas opções planos, são eles o P e E. O pacote P, que tem assinatura inicial de US$ 6 por mês, é recomendado para pequenas empresas (com até 25 funcionários), e não exige do usuário conhecimento em TI. Já o plano E, que é indicado para empresas com maior necessidade de TI. O Office 365 vem para entrar na concorrência direta com o Google App. Anterior ao novo lançamento, a Microsoft já havia perdido a conta da rede de hotéis InterContinental, que aderiu ao serviço Google na nuvem por conta de custo benefício.pez, Lima teria preferido deixar a empresa.

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Governo autoriza seis empresas a produzir tablets com incentivos fiscais O Ministério da Ciência e Tecnologia divulgou recentemente que Motorola, Samsung, Envision, Aiox, Positivo e MXT são as primeiras empresas que conseguiram os benefícios da MP dos Tablets e do Processo Produtivo Básico. Para obterem o incentivo, as empresas precisam se enquadrar às normas de produção e nacionalização de componentes. Estas normas servem de garantia para que o Brasil obtenha o conhecimento empregado nestas tecnologias, e que possa trabalhar em novos equipamentos conforme o andamento das pesquisas. Até agora 15 empresas já se mostraram interessadas em produzir tablets no Brasil, através do programa de redução de impostos. O Ministério acredita que, até o fim do ano, a maioria destas companhias já esteja produzindo seus dispositivos em território brasileiro. Estima-se que com a redução dos impostos federais e a queda do ICMS, os preços caiam até 40%.

Japão anuncia lei que criminaliza criação de vírus de computador O governo japonês aprovou em junho, a lei que torna crime a criação de disseminação de vírus para computador. Alguns acreditam que a ementa pode ferir o direito constitucional, que garante a privacidade em comunicar-se. Mesmo assim o parlamento foi unanime e logo a lei entra em vigor. Quem distribui ou cria o vírus pode ser punido com até 3 anos de prisão ou multa de 500 mil ienes (quase R$ 10 mil). Quem possui ou armazena vírus poderá ser penalizado com até dois anos de prisão ou multas de 300 mil ienes (aproximadamente R$ 6 mil). Uma das grandes polêmicas da norma é que ela permite copiar ou apreender informações de servidores de internet que estejam conectados a computadores que tenham sido expropriados no curso de uma investigação. Com a aprovação da lei, o governo japonês pretende assinar definitivamente a Convenção sobre o Cibercrime, que, apesar de aprovada pelo Parlamento em 2004, não foi oficialmente ratificada devido à ausência de normas de âmbito local nesse assunto. A Convenção sobre o Cibercrime, assinada em 2004 por 31 países, exige a que se torne crime, atos como: o acesso não autorizado a sistemas informáticos, armazenamento de pornografia infantil e da violação de direitos autorais de propriedade intelectual.

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Corpnews Positivo Informática inicia a operação na Argentina A Informática Fueguina, empresa resultante da joint-venture entre a Positivo Informática, principal fabricante brasileira de PCs, e a BGH, empresa argentina que atua há quase 100 anos no ramo de tecnologia, anunciou o início de suas operações na Argentina com a produção de notebooks. Os produtos da marca Positivo BGH serão comercializados, inicialmente, no mercado argentino e, em breve, também no Uruguai. A aliança estratégica marca o início do processo de internacionalização da Positivo Informática, com a venda de desktops, notebooks, netbooks, all-in-ones, e-readers e tablets nesses mercados. A operação já está em pleno funcionamento na planta industrial da Terra do Fogo, com uma capacidade produtiva nominal de 30 mil placas-mãe e de 60 mil PCs por mês, a qual poderá ser ampliada. Essas são as primeiras placas-mãe de PCs produzidas localmente na história da indústria argentina. A produção segue os moldes previstos na legislação argentina, que busca incentivar a fabricação de produtos de informática na Terra do Fogo, Argentina.

Biz Stone está deixando o Twitter Biz Stone, cofundador do Twitter, está deixando a rede de microblogs que criou ao lado de Evam Williams e Jack Dorsey, em 2006. Em seu blog pessoal, Stone justificou seu afastamento do dia a dia do Twitter como uma forma de dar mais espaço a equipe de liderança atual que, em suas palavras, “cresceu incrivelmente em produtividade”, e poder usar seu tempo para se dedicar a novos projetos através da Obvious Corporation, uma incubadora de startups fundada por ele e Evan Williams, nos anos 2000. Stone, Evan Williams e Jason Goldman (outro ex-executivo do Twitter) relançarão as atividades da Obvious Corporation como cofundadores do empreendimento. Ainda segundo Stone, o atual CEO do Twitter, Dick Costolo, o apoiou bastante na nova iniciativa (ou no retorno a uma velha iniciativa), e afirmou que não abandonará completamente a rede de microblogs, permanecendo ainda como um “ativo estratégico” para o Twitter, mas focando mais seu tempo no trabalho como conselheiro executivo e na ajuda a escolas e organizações sem fins lucrativos. Com a saída de Biz Stone, e de Evan William, que deixou o Twitter no final do ano passado, apenas Jack Dorsey, dos cofundadores, segue na rede de microblogs.

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Mercado TI brasileiro movimentou US$ 85 bilhões em 2010 A Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de

Tecnologia da Informação e Comunicação), com apoio de associações do setor de TI, apresentou ao Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, dados de duas pesquisas inéditas sobre o setor de Tecnologia da Informação (TI) no Brasil. Elaborados pela International Data Corporation (IDC), os trabalhos revelam que em 2010 o mercado nacional de TI movimentou o equivalente a US$ 85,09 bilhões, o que representa 4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Segundo o levantamento da IDC, somando-se a área de telecomunicações – quando temos então o setor chamado de TIC –, o número sobe para US$ 165,69 bilhões, com um peso relativo de 7,9% do PIB brasileiro. A maior fatia do faturamento setorial provém do mercado interno nacional, que movimentou US$ 163,3 bilhões em 2010 – o sétimo do mundo. Considerandose apenas TI, o mercado interno brasileiro é o oitavo mundial, com faturamento de US$ 82,7 bilhões. O mercado mundial de TI, que em 2010 foi de US$ 1,5 trilhão, deve duplicar até 2020, alcançando US$ 3 trilhões, dos quais US$ 900 bilhões serão provenientes de novas aplicações em bancarização, segurança, educação, saúde e transporte, áreas em que o Brasil tem experiência e encontra-se bem posicionado para, com políticas adequadas, dar um salto. Tal expansão será movida, inclusive, pelas novas tendências tecnológicas, baseadas em mobilidade, imagem e Cloud Computing (Computação em Nuvem) - visualização e hospedagem remota de conteúdos, software e serviços, sobre uma infraestrutura de banda larga.

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Internet acaba com restrições a domínios O Icann - órgão responsável pela administração dos domínios da internet - decidiu acabar com as restrições técnicas ao registro dos endereços na web. A partir de 2012, pessoas e empresas não precisarão mais registrar domínios “.com” ou “.net”, por exemplo, e poderão criar endereços, como se tem comentado, “.qualquercoisa”. Nomes de sites como “comida.italiana” e “pousada.aconchegante”, entre tantas e tantas combinações passarão a ser absolutamente possíveis, em breve. “Acredito que esta seja a maior mudança que já vimos na internet”, avaliou Peter Dengate Thrush, presidente da Internet Corporation For Assigned Names And Numbers (Icann), em conversa com jornalistas durante o anúncio, realizado após votação realizada entre os conselheiros da entidade, durante reunião ocorrida em Cingapura, segundo a agência de notícias Reuters. Obviamente, para que a situação não fique muito confusa, o registro desses domínios “alternativos” terá que passar pela aprovação do Icann, que promete liberá-los somente em casos de “justificativa legitima”, além disso, o custo para registrar esses endereços será bem caro em comparação à democratização dos padrões de endereço atuais. Segundo o Icann, os primeiros endereços sem restrições de nome poderão começar a ser solicitados no início de 2012, com os primeiros aprovados entrando no ar no último trimestre do próximo ano.

Nokia acerta acordo sobre patentes com a Apple

A disputa judicial por patentes, que estava sendo travada nos EUA, desde 2009, entre Nokia e Apple se deu por encerrada. Na época, a Nokia entrou na justiça americana alegando que a Apple estava “pegando carona” em tecnologias patenteadas pela companhia finlandesa. Analistas entrevistados pela agência Reuters afirmaram que a Nokia deverá receber um percentual de 1% a 2% da receita gerada pelo iPhone, calculada em cerca de US$ 43 bilhões neste ano. A Nokia não confirmou os valores da transação, e afirmou que os números são confidenciais. O acordo foi confirmado por um porta-voz da Apple, segundo ele a empresa está satisfeita por ter resolvido o caso para “podermos ambos nos concentrar em nossos negócios”. As ações da Nokia chegaram a subir 3%, e especialistas afirmam que o fato ajudará a empresa a enfrentar os desafios que estão adiante.

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Street View é barrado na Índia A polícia da cidade de Bangalore, conhecida por ser a capital tecnológica da Índia, proibiu o Google de captar as imagens para o serviço “Street View”. O Google confirmou a informação. O porta-voz, não identificado, disse que o escritório norte-americano recebeu a notificação e que estão respondendo um questionário formulado pela polícia local. O subcomissário da polícia da cidade, Sunil Kumar, afirmou que o Google precisará de uma permissão do Ministério do Interior e das Relações Exteriores. E acrescentou, “dado que Bangalore é um alvo terrorista, temos receio que suas ruas sejam filmadas e estejam disponíveis no Google Maps”. Bangalore é um dos principais núcleos tecnologia do mundo, fundamental na descentralização das empresas ocidentais. A cidade é sede de importantes companhias do setor, como Infosys e Tata Consultancy Services.

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Colunistas

Segurança Inteligente

Segurança Inteligente: A próxima geração de soluções sensíveis ao contexto Por Liu Peng

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om um nível de agitação sem precedentes no setor de TI, os ambientes de tecnologia tornaram-se cada vez mais heterogêneos e as empresas têm sido obrigadas a lidar com um cenário mais complexo e ameaçador. A fim de garantir processos de negócio seguros e garantir a proteção de dados sensíveis, a segurança da informação agora deve evoluir.

A mudança do ambiente de TI e a inflexão da segurança O ambiente de TI tem crescido continuamente e é cada vez mais heterogêneo. Uma explosão no âmbito e no número de ameaças tornam cada vez mais ineficazes os modelos de segurança tradicionais. Os velhos pilares de firewalls e soluções de antivírus que já foram provedores de proteção de segurança adequada para a infraestrutura de redes têm sido relegados e são agora métodos antigos de proteção que devem ser atualizados e completados por uma nova geração de soluções de segurança da informação. Em suma, os principais condutores desta transformação em larga escala são mobilização, exteriorização/colaboração e consumerização. Os dispositivos móveis e a internet móvel permitiram que as pessoas trabalhassem fora dos seus escritórios, dificultando a distinção entre o acesso interno e externo aos recursos. Em particular, a distinção entre “nós” e “eles” (no que diz respeito às forças do malware) tornou-se mais difícil. Além disso, a “onipresença” de dispositivos e aplicativos aumentou o número de protagonistas que operam no domínio e, portanto, tem aumentado o nível global de risco.

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Tudo isso leva a crer que a confiança já não é binária e que todas as entidades são potencialmente hostis. Para o diretor responsável pela informação e o gerente de risco de uma empresa, as políticas de segurança tradicionais e estáticas são falhas e não são capazes de enfrentar uma empresa em constante evolução das demandas do negócio. Com a mudança trazida pelas novas tecnologias, a segurança da informação foi obrigada a evoluir rapidamente e deve agora apoiar a virtualização e a computação em nuvem. A política de segurança de infraestrutura de TI que era utilizada para descrever a segurança de redes e informação do ambiente negocial de uma empresa é incapaz de detectar e descrever “quem, onde e como” em um ambiente virtualizado e baseado na nuvem. As empresas precisam da aplicação de uma política de segurança eficaz que seja capaz de descrever a segurança das redes e da informação de um ambiente que imita sua infraestrutura de negócios.

Soluções de segurança sensíveis ao contexto As preocupações com segurança das empresas têm mudado da defesa contra as ameaças externas à gestão do conteúdo negocial, identidade e reconhecimento dos aplicativos. Em 2006, as principais questões de segurança incluíam antivírus, proteção a ataques externos, proteção anti-malware e filtros anti-spam. Em 2010, elas foram substituídas pela avaliação de vulnerabilidade de aplicativos, proteção de dados em um ambiente de acesso móvel, identidade do visitante e gerenciamento de funções, monitoramento de conteúdo e prevenção ao vazamento de informação. As empresas precisam entender melhor o ambiente, em termos de segurança,

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Segurança Inteligente

Colunistas

“O futuro da segurança da informação é a sensibilidade ao contexto” para que sejam capazes de tomar decisões sobre políticas de segurança eficazes. Isto demanda soluções de segurança de informação sensíveis ao contexto, que possam prover informações sobre o conteúdo, identidade e aplicações. Segundo o Gartner[1], em 2015 90% das soluções corporativas de segurança adquiridas serão sensíveis ao contexto. Olhando-se para as soluções de rede e segurança da informação disponíveis no mercado hoje, a maioria dos produtos de segurança ainda não é sensível ao contexto. Segundo estimativa do Gartner, só em 2015 ocorrerá uma transformação significativa em relação à sensibilidade ao contexto. No momento, a pergunta continua: como as soluções de segurança da informação estão evoluindo atualmente para incorporar a sensibilidade ao contexto? Conteúdo, identidade, e o reconhecimento de aplicativos são parte de uma mudança de infraestrutura de segurança sensível ao contexto que funcionará ajudando as empresas a tomarem decisões de segurança que permitam ou neguem ações individuais. Por exemplo, uma infraestrutura de segurança sensível ao contexto seria capaz de detectar se um determinado elemento (conteúdo, identidade e aplicativo) deve ser autorizado a executar determinada ação (abrir, ler, escrever, executar, etc.) sobre um determinado elemento (conteúdo, identidade e aplicativo).

As principais empresas de segurança de rede e informação começaram a adicionar conteúdo, identidade e reconhecimento de aplicativos em suas soluções de segurança. Firewalls devem ser capazes de servirem como controle de acesso além do nível de domínio da infraestrutura. Além disso, controles sobre acesso apropriado e inapropriado aos recursos serão baseados em conteúdo, identidade e reconhecimento de aplicativos. As decisões de segurança serão tomadas em um nível com foco em informações, permitindo ou negando ações, tais como, se determinado usuário está ou não autorizado a utilizar um aplicativo especifico para acessar os dados na rede de uma empresa. O futuro da segurança da informação é a sensibilidade ao contexto. Nesse aspecto, as empresas precisam de uma nova geração de soluções de rede e segurança da informação à prova do futuro e plenamente capazes de evoluir para suportar as ameaças cada vez mais complexas e em constante mudança e os ambientes corporativos. Liu Peng, diretor sênior da Huawei Symantec do Brasil.

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Vantagens do Cloud Computing

Cinco grandes vantagens do cloud computing Por Marcos Patrício

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atisfação dos usuários, economia de tempo, redução de custos, acesso facilitado e confiabilidade são cinco grandes vantagens do cloud computing – modelo de negócio em que o cliente tem acesso a uma variedade de serviços, aplicações e soluções garantidos pelo provedor. Trata-se principalmente de uma nova forma de entrega da tecnologia da informação por demanda. Entre as inúmeras possibilidades que a nuvem computacional favorece destacam-se: 1. A entrega de software como serviços (SaaS), com base no aluguel do software através de um provedor de serviços, da internet ou conexão dedicada. Esse modelo proporciona custos racionalizados de licenciamento de software e suporte, podendo ser contratado por períodos de uso; 2. A entrega da plataforma de desenvolvimento de software através de padrões (PaaS). Com isso é possível gerenciar todo o ciclo de desenvolvimento, garantindo testes, homologação e entrada em produção de qualquer produto desenvolvido, por exemplo. Também pode suportar a operação com execução de rotinas administrativas e coordenar atualizações da plataforma; 3. A entrega da plataforma de hardware (IaaS), como servidores, armazenamento, networking e implementação de diversas outras tecnologias que possam proporcionar alta disponibilidade, escalabilidade e segurança. Diante do furor causado pelo termo ‘cloud computing’ na mídia e no mercado, executivos de todos os

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setores da economia lançam questionamentos sobre as vantagens do investimento nessa tecnologia. Como funciona, quais as vantagens e benefícios tangíveis são perguntas repetidas frequentemente. Mas é preciso deixar claro que quando falamos em ‘cloud’, falamos antes de tudo em ‘internet’. A estratégia é permitir que se tenha acesso a programas, serviços, dados pessoais e institucionais de forma remota. Essa possibilidade vem se fazendo presente cada dia mais e certamente está revolucionando não só os negócios, mas o próprio ambiente de trabalho. Ao invés de se apoiar num software, os recursos disponíveis em seu computador contam com respaldo de um programa instalado em algum lugar na internet, num servidor que por sua vez está instalado em um data center gerenciado por especialistas em tecnologia. Esse tipo de nuvem também é classificado como ‘on demand’. Empresas que antes investiam altos recursos em aplicações desenvolvidas especialmente para suas ne-

cessidades estão abandonando esse modelo pouco a pouco. Em outras palavras, está se consolidando uma nova forma de lidar com TI – enquanto os formatos anteriores se dissipam nas nuvens, literalmente. Ninguém mais tem tempo para longas implantações ou longos processos de treinamento de funcionários. Mais do que isso: hoje é preciso ter condições de resolver determinados problemas instantaneamente, da mesma forma com que eles surgem. Não se pode depender, como até bem pouco tempo atrás, de um profissional dedicado a garantir que todo o sistema rode sem problemas. Também vem se tornando dispensável investir em hardware e assumir despesas referentes a espaço, energia, sistemas de refrigeração e segurança etc. Há sempre uma equipe especialista em stand by na nuvem computacional para resolver toda sorte de problemas num espaço de tempo sempre mais reduzido. Para muitos, cloud computing significa uma nova tecnologia ou até mesmo arquitetura para o consumo de serviços através da internet, simplesmente. Mas seu significado é muito mais abrangente, e não está restrito ao uso de tecnologia, software, hardware ou plataforma. O conjunto de estruturas que conceituam a nuvem computacional pode proporcionar oportunidades de revisão de processos gerenciais e de negócio para um grande número de empresas. Principalmente para aquelas que não possuem orçamento para o investimento em soluções com alto custo de manutenção. Marcos Patrício é economista e gerente de soluções em serviços gerenciados na Unione Outsourcing.

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Colunistas

Malware

Malware: O perigo é silencioso e está no site ao lado! Por Renann Fortes

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Termo Malware é a abreviação de Malicious Software. Diferentemente de um vírus “comum”, o usuário não precisa baixar um arquivo *.exe ou *.cab para se contaminar, o Malware pode infectar uma máquina de várias maneiras, em um código malicioso adicionado a softwares originais, portais e até mesmo em fotos. Ao entrar em um site com Malware o internauta, silenciosamente, perde o domínio de seu computador, informações, números de cartão de crédito, entre outros. Exagero? Números apontam que o termo “Osama Bin Laden” tem 81% de seus resultados contaminados por algum tipo de Malware na primeira página do Google. Tomado pelo falatório mundial, a notícia da morte do terrorista mostra como os sites aparentemente inofensivos são na verdade, armadilhas. Sites maliciosos, na maioria dos casos, se aproveitam da ingenuidade do internauta com endereços e práticas claramente fraudulentas. Há, porém, outra forma menos óbvia de sites e portais se contaminarem por Malware. O webmaster, assim como o blogueiro podem infiltrar códigos em seus links, vídeos e imagens para deliberadamente contaminar seus visitantes. Ou ainda, o site pode sofrer uma invasão simples onde o hacker adiciona uma linha de código malicioso no site visitado, contaminando silenciosamente milhões de pessoas por hora, dependendo do portal atacado. Neste caso, até mesmo o usuário mais avançado está sujeito à infecção.

Ruim para usuários, pior para blogueiros e empresários Ter o computador infectado por malware não é bom para ninguém, mas o site/loja virtual infectada pode sofrer um revés muito maior. Imagine se de uma hora para a outra, sites como Google e navegadores como Internet Explorer, Chrome e Firefox simplesmente recomendassem aos usuários que não podem visitar seu site? Isso acontece, pois todos esses sistemas possuem uma Blacklist (lista negra), onde sites escaneados e identificados com códigos maliciosos ficam listados até que um novo scan não encontre nenhuma falha. Porém esse scan não tem periodicidade definida, uma vez infectado, o site fica listado por tempo indeterminado, já pensou o prejuízo para sua loja ou seus anúncios? Vale a pena o risco por apenas uma linha? Renann Fortes é Gerente de Produto da Site Blindado S/A, empresa especializada em segurança na internet.

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Tecnologia

‘Facebook Killer’, mas nem tanto Google lança o Plus, sua nova rede social com recursos e serviços multimídia para tentar bater de frente com a rede de Mark Zuckerberg. Em apenas 15 dias, serviço superou a marca de 10 milhões de usuários. Por Danilo Pádua e Bruna Lavrini

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epois de meses de especulações e negativas sobre o desenvolvimento de um novo projeto de rede social, no final do último mês de junho, o Google anunciou o lançamento do Google+ (lê-se Google Plus), seu novo serviço para integração de usuários. A nova rede social do gigante das buscas tentará recuperar o espaço perdido pelo Orkut e obter o sucesso que seus outros projetos, Google Wave e Google Buzz, não conseguiram frente a forte popularidade do Facebook, que atualmente possui mais de 750 milhões de usuários em todo o mundo. Ainda que as expectativas sejam grandes acerca do sucesso da nova rede social, o lançamento do Google+ foi bastante discreto, para os padrões da indústria de tecnologia (repleto de afirmações sobre “criações definitivas” e “quebras de paradigmas”), e executivos da companhia amenizaram o discurso quando questionados sobre uma disputa direta com a rede de Mark Zuckerberg. O ex-CEO do Google e atual presidente do conselho administrativo da empresa, Eric Schmidt, chegou a declarar – poucos dias após o lançamento do Plus – que gostaria de ter uma maior integração com o Twitter e o Facebook, e que o mercado poderia assimilar diversas formas e plataformas de identidade pessoal na internet, sendo plausível a coexistência de diversas redes e mídias sociais.

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Em menos de duas semanas após seu lançamento, o Google+ vem repercutindo bastante no mercado e, mesmo operando em modo de testes e com a entrada de usuários limitada ao recebimento de convites, o Plus superou a marca de 10 milhões de perfis ativos, segundo uma estimativa feita por Paul Allen, fundador do Ancestry.com. Allen foi além (sem trocadilhos) e afirmou que, no ritmo de crescimento analisado por ele, ao final de sua terceira semana de atividade, se os convites continuassem ativos, o Google+ dobraria a conta e bateria a marca de 20 milhões de usuários. Como nem tudo são flores, com todas as atenções voltadas para si, logo algumas falhas (naturais em períodos de testes) foram detectadas na rede social do Google. Uma delas foi da função “reshare” (algo como recompartil-

har, em tradução livre), que permitia o compartilhamento livre de conteúdos postados pelos usuários dentro de um grupo específico de perfis, conhecido como Circles, para membros fora desse “círculo”, mesmo se o autor original da mensagem desabilitasse a função reshare. Outra dificuldade enfrentada pelo Plus ocorreu por conta do alto interesse dos usuários no serviço. Dias após seu lançamento, a rede social foi “invadida” por convites e solicitações de convites e, com isso, seus servidores tiveram problemas para gerenciar todo esse volume de informações, ficando sobrecarregados e acabaram dando início a uma onda involuntária de spams por parte do Google. A companhia admitiu a falha e chegou a divulgar um pedido de desculpas oficial aos usuários afetados.

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Tecnologia Rival popular até “dentro de casa”

Entendendo + o Google Plus

O Google+ apresenta uma seção onde os perfis mais populares são exibidos. Para quem ainda não conhece, além da possibilidade de ter amigos dentro do Plus, os usuários também podem acompanhar perfis de seu interesse e visualizar suas atualizações, sem, necessariamente, a relação ser recíproca (semelhante ao formato de seguidores do Twitter). Curiosamente, 10 dias após o lançamento do Google+, o perfil mais popular (com maior número de seguidores) da rede social era o do presidente e criador do rival Facebook, Mark Zuckerberg, que – na segunda semana de julho – ultrapassava a marca de 110 mil “fãs”. Logo atrás de Zuckerberg, apareciam os dois cofundadores do Google, Larry Page, em segundo, com pouco mais de 60 mil seguidores, e Sergey Brin, em terceiro, na casa dos 47 mil seguidores. Completavam a lista, o blogueiro norte-americano Robert Scoble, do Scobleizer, e Vic Gundotra, vice-presidente Social do Google. Ao que parece, a repercussão em cima da descoberta gerou certo desconforto entre os executivos e, dias após os veículos de mídia noticiar os perfis mais populares.

Logo no lançamento do projeto, o Google anunciou uma série de recursos multimídia para integração entre os usuários do Plus. Dentre as funções apresentadas com maior destaque está a “Circles”, que permitirá que os usuários criem grupos de amigos para compartilharem informações de interesse comum. A ideia da companhia é que o usuário possa ter todos os tipos de amigos na rede social (familiares, colegas de trabalho, amigos de infância etc.), e que possa direcionar as informações que deseja compartilhar com cada um desses grupos (Círculos). Além de escolher com qual círculo irá compartilhar cada conteúdo, o usuário também define o que os membros do círculo escolhido podem fazer com esse conteúdo, como recompartilhálo ou não. Ao adicionar um novo amigo ao seu perfil, o usuário é obrigado a classifica-lo em um Círculo. Outro recurso destacado pela companhia é o “Hangout”, com o qual os usuários poderão realizar encontros online com os membros de seus círculos através de videoconferência. Com ele, o usuário inicia uma conversa em que deixa aberta a webcam para todos os contatos participantes do “encontro”, que podem falar e interagir simultaneamente. O último recurso destacado pelo Google durante o anúncio do novo serviço foi o “Sparks”, que permitirá ao usuário visualizar e compartilhar diversos tipos de conteúdos digitais dentro de um feed inteligente de assuntos escolhidos pelo próprio usuário. O conteúdo deste feed é gerado através de uma busca que o próprio Google+ faz em toda a rede e envia aos usuários, em seleções divididas em: notícias, vídeos e fotos.

Perfis públicos e páginas corporativas Falando em configurações de privacidade, o Google resolveu adotar uma linha diferente das principais redes concorrentes com relação aos perfis privados, que estão proibidos no serviço. Segundo um texto disponível na seção “Ajuda” do Plus, o intuito do Google com a rede social é gerenciar a identidade online do usuário, fazendo com que o melhor uso da rede seja a conexão com outras pessoas, objetivo que não seria possível com perfis privados. A companhia também afirmou que, apesar de ser possível manter o perfil “fechado” durante o período de testes do Google+, todos os perfis nessas condições seriam excluídos após o dia 31 de julho. Por sinal, não apenas os perfis privados estiveram na mira do Google após o lançamento do Plus, a empresa também declarou que começaria a apagar todos os perfis pessoais criados para marcas de empresas. O motivo? O Google anunciou que o Plus terá perfis exclusivos para empresas, produtos e marcas, com ferramentas específicas para essas páginas corporativas. O gigante das buscas justificou que as interações entre usuários, e destes com as marcas e empresas são diferentes, por isso a necessidade de ferramentas distintas para cada usuário.

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Eventos

4 o Crédito e Cobrança

O mercado de crédito em foco 4ª edição do congresso Crédito e Cobrança, realizado pela CorpBus!ness e pela Revista Inter IT debateu o futuro do mercado brasileiro de crédito, questões relacionadas à análise e recuperação de crédito, gestão de riscos e as novas tecnologias. Por Danilo Pádua

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o último mês de março, a cidade de São Paulo recebeu a quarta edição do congresso Crédito e Cobrança, realizado pela CorpBus!ness e pela Revista Inter IT, e que reuniu mais de 100 congressistas e palestrantes para discutir o futuro do mercado de crédito no Brasil, suas principais tendências, questões relacionadas à análise e recuperação de crédito, gestão de riscos e as novas tecnologias. Oportunidades do Mercado A primeira apresentação do dia foi comandada por José L. Correa, da área de riscos para América Latina do banco HSBC, que falou sobre desafios e oportunidades de negócios vinculados ao setor neste ano. O executivo iniciou sua apresentação falando sobre o perfil do cliente de crédito, comentou sobre o novo perfil do devedor (que tem um novo tipo de endividamento), explicou a existência de um novo “clima” para negociação das dívidas, uma vez que o setor em si vem mudando seu perfil em função da mudança na distribuição de renda no País, com a ascensão das classes mais baixas. José finalizou comentando sobre uma outra mudança importante no perfil do cliente: a Geração Y. Nascidos entre 1980 e 2000, esses potenciais clientes estão na faixa economicamente ativa da população, mas se comunicam por meios

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diferentes, especialmente os virtuais. “Muitos sequer sabem o há em uma agência bancária. Evitam telefone, não se deslocam e mudam de emprego com uma frequência maior”, comentou. Aspectos jurídicos do setor de crédito A palestra seguinte foi apresentada pelo advogado Giuliano Colombo, sócio do escritório Pinheiro Neto Advogados Associados, que conduziu o painel “Aspecto Jurídico: Os desafios do processo de cobrança para a agilização na concessão de créditos em empresas em recuperação judicial”, no qual falou sobre importantes tópicos do processo de recuperação judicial e recuperação de créditos. O jurista apresentou aos congressistas a nova lei de recuperação judicial de crédito e explicou como funciona o processo de recuperação judicial e finalizou citando aspectos importantes da recuperação judicial de crédito. O processo de crédito em um grande varejista Na sequência, foi a vez de Emilio Augusto Vieira, Gestor de Cobrança do Grupo Marisa, apresentar o painel “As Melhores Práticas de Gestão do Processo de Concessão, Recuperação e Reabilitação de

Crédito voltado para a fidelização de Clientes”, no qual contou um pouco sobre o processo e a visão da rede varejista em um ponto tão importante do seu negócio: o crédito. O executivo iniciou sua apresentação mostrando algumas perspectivas do mercado de crédito e citou o importante desafio que o mercado tem para refrear o aumento da inadimplência sem frear seu próprio crescimento. Emilio prosseguiu falando sobre a influência da tecnologia no mercado varejista, por consequência no de crédito. Segundo ele, o Brasil é o 4º maior mercado em venda de PCs no mundo, o crescimento da internet, principalmente móvel, no País e finalizou citando as diferenças no perfil de consumo no País, em que, hoje, a classe C já representa 58% do consumo nacional. Segundo ele, “as empresas têm focado suas ofertas nesse público e se esqueceram de A, B e E. Não criam novos produtos e ofertas para essas classes”. O SMS como ferramenta estratégica Apresentação seguinte foi conduzida por Victor Knewitz, Sócio Diretor da Human Mobile, empresa de soluções de negócios baseadas em plataforma de envio de SMS com forte atuação no mercado de crédito. Victor iniciou a apresentação justificando o SMS como item importante dentro do segmento de crédito em função da forte penetração dos celulares

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4 o Crédito e Cobrança na população brasileira, cujo número de aparelhos/linhas ativos já supera o total da população brasileira. Outro aspecto destacado por ele foi a penetração dos aparelhos em todas as classes sociais, incluindo D e E. Victor seguiu mostrando o potencial de efetividade do SMS como ferramenta de contato, uma vez que a tecnologia é compatível com 100% da base de aparelhos do País. O executivo continuou sua palestra apresentando os perfis existentes na cadeia de negócio baseada no SMS (cliente, integrador e usuário) e finalizou enumerando algumas das principais vantagens da adoção do SMS como ferramenta nesse negócio e a importância da escolha de um bom integrador para que a empresa evite problemas de contato com seus clientes e com a legislação vigente quanto à ferramenta. Aproveitando oportunidades no ciclo de crédito A primeira apresentação após a pausa para o almoço foi conduzida por Luiz Augusto de Queiroz Matos, da área de crédito e prevenção da companhia aérea Gol. O executivo falou sobre como as empresas podem aproveitar as oportunidades existentes em todo o ciclo do crédito, e contou aos congressistas sobre como a Gol, companhia focada em baixos custos, tem trabalhado seu negócio em relação às políticas de crédito. Matos seguiu falando do Programa Voe Fácil, com o qual a Gol tem concedido oportunidades de crédito para a compra de passagens com pagamento parcelado, atraindo uma nova parcela da população (classe média / C) que não tinha o hábito de voar e, também, evangelizando esses novos clientes sobre como lidar com o crédito. O executivo finalizou sua apresentação falando

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um pouco sobre as estratégias adotadas pela companhia aérea na prevenção a fraudes, uma vez que a Gol, ao iniciar suas operações, adotou uma estratégia diferenciada de vendas somente pela internet, algo inédito no mercado. Cobrança: o valor das informações qualificadas A apresentação seguinte foi comandada por Mario Amadeu, Diretor da consultoria em serviços financeiros Vijia, que trouxe o painel “O Papel do novo profissional de Cobrança Ter informações qualificadas é fator crítico de sucesso”, no qual falou aos profissionais do setor de cobrança sobre as mudanças que o mercado vem sofrendo, com custos maiores para obter resultados em cobrança, menores margens de lucro e o aumento da competitividade no segmento. Na sequência, Mario destacou a necessidade de informações acertadas no combate às fraudes em cobrança. “Mais importante que criar uma série de indicadores é saber analisa-los”, comentou. O executivo finalizou a palestra mostrando alguns dos perfis existentes do devedor e destacou a importância de conhece-los bem, para melhorar a abordagem na hora da cobrança e, por consequência, obter melhores resultados. “A cobrança deve ser encarada como negócio”, finalizou. Tecnologia para melhorar o relacionamento Na sequência, o executivo Ricardo Floresta, Gerente de Atendimento da Sky, que trouxe o case da operadora de TV por assinatura fazendo uso de tecnologia para melhorar seu atendimento eletrônico e, por consequência, potencializar o relacionamento com os seus clientes em todas as vertentes do negócio, incluindo crédito

Eventos e cobrança. Ricardo contou o processo e a repercussão, entre os clientes, da implantação da tecnologia VUI – Voice User Interface, metodologia de criação e desenvolvimento de URAs (atendimento telefônico automatizado) centrada nos interesses do cliente e mais humanizada. Com a tecnologia, o atendimento eletrônico da operadora passou a interagir mais com os clientes ao telefone, até mesmo fazendo comentários bem humorados sobre as aquisições de alguns produtos, como canais adultos ou o pay-per-view de eventos esportivos. Como resultado da implantação dessa nova URA, Ricardo afirmou que houve um acréscimo de 150 mil vendas por mês de produtos somente no canal telefônico, apenas dentro da própria base. Um pouco sobre Social CRM A última palestra do dia foi comandada por Bruno Alves, Diretor de Web 2.0 da Plusoft, empresa especializada em soluções de gestão de relacionamento com clientes, CRM (Customer Relationship Management). Bruno falou sobre um novo conceito, o Social CRM, conceito trabalhado pela empresa que é quando as empresas passam a interagir com seus clientes, e atende-los através das mídias sociais, obtendo importantes informações que complementam seu CRM tradicional. Para destacar a importância desse novo “meio social” interativo da internet, Bruno apresentou alguns importantes números sobre as redes sociais, mostrando que as marcas e empresas, querendo ou não, estarão presentes nelas (bem ou mal) e que elas podem utilizá-las como boas ferramentas de interação/atendimento e meio para obtenção de informações valiosas sobre seus clientes.

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Jovens Profissionais

Os jovens profissionais a serviço da inovação Por Clayton Harada

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urrículo criativo focado na experiência em projetos acadêmicos, profissionais ou experimentais. Formação renomada é favorável, mas conhecimento de softwares diversos e línguas estrangeiras são básicos. Como se isso não fosse suficiente, o mercado quer ainda que essas pessoas, às vezes com apenas 25 anos, sejam comunicativas, saibam liderar e estejam em dia com as últimas tendências. São os jovens profissionais a serviço da inovação. Com tantas aptidões, é comum que a contratação dos jovens das gerações X, Y e Z crie grandes expectativas. A versatilidade em lidar com o turbilhão de informações e ousadia em enfrentar problemas são características que podem colaborar muito para isso. Afinal, a maneira não linear de pensar e a pluralidade nos assuntos desses indivíduos os fazem estar mais próximos das fórmulas de inovação. Não surpreende que com esse perfil independente e autossuficiente sejam muitas vezes direcionados a áreas de criação, pesquisa e desenvolvimento. Ocupam e destacam-se em cargos que variam entre designers, redatores e arquitetos de informação. Podem passar até 24 horas na internet, da qual não só recebem conteúdo como participam dele. A expressividade e a individualidade desses líderes, bem como o fácil contato com estrangeiros, em longo prazo podem trazer soluções. Tomemos como exemplo a contratação de um profissional da área de TI. Hoje pouco importa um programador que conclua um projeto até duas vezes mais rápido do que a média. É necessário que ele, apenas ao observar, seja capaz de avaliar qual a lingua20 |

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Deve-se acreditar em profissionais que estão em início de carreira, apostar e dar suporte a eles para que possam se desenvolver com qualidade e criar vínculos entre eles e a organização que os apoia.

gem mais adequada para o processo. Ele precisa encontrar uma saída eficaz para multiplicar a sua força de trabalho por cem. Para se diferenciar hoje, um técnico precisa entregar um projeto de 12 meses em apenas dois. Ninguém mais quer aquele programador que pensa “só trabalho aqui e minha função é codificar”. Precisa ser interessado, ouvir, questionar, participar e sugerir. Todavia, esses jovens geralmente são muito ansiosos e com pouco foco, querem que tudo se desenvolva rápido, sem paciência, disciplina ou persistência. São pouco atraídos por sólidos planos de carreira, uma vez que exigem rápidas promoções, não se adaptando a modelos formais de cargos e salários. Fatores como esses, podem se tornar verdadeiros barris de pólvora entre profissionais de diferentes gerações. O dinamismo é tanto que inovação

virou sinônimo de sobrevivência. Vejo inovação como um conector de soluções e ideias distintas, que resolvem um problema de uma forma nova, nunca imaginada. Atualmente é algo que temos que incorporar no dia a dia em nosso trabalho. É por esse motivo que precisamos escutar esses jovens e estabelecer um ambiente de trabalho propício a seus talentos e criatividade, ainda que restrito a regras e propósitos da empresa. Muitos sentem necessidade de serem reconhecidos como parte de um projeto, principalmente agora que começam a assumir cargos mais altos. Hoje, esse é um dos maiores desafios das empresas que buscam alavancar as iniciativas inovadoras. Clayton Harada é presidente da Gonow, empresa brasileira de tecnologia especializada em consultoria e outsourcing.

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Eventos

4 Mobile Intelligence 2.0

Os bons frutos dos negócios Mobile CorpBus!ness e Revista Inter IT realizaram a quarta edição do congresso Mobile Intelligence 2.0. Neste ano, o evento discutiu o mercado de SVAs no Brasil e as novas tecnologias e tendências para o setor de mobilidade e negócios, como 3G, Mobile Marketing, redes sociais, MVNOs e tablets. Por Danilo Pádua / Fotos: Andréia Naomi – Divulgação

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ais de 1 bilhão de profissionais em todo o mundo irão utilizar, até o final deste ano, algum tipo de dispositivo móvel como ferramenta de trabalho - muito mais do que como um mero telefone portátil. É o que aponta um estudo divulgado pela consultoria IDC, que projeta um crescimento contínuo da adoção da mobilidade na força de trabalho. Em 2013, ela deve atingir 1,2 bilhão de usuários corporativos, ou 35% da força de trabalho mundial. Desde 2010, o Brasil ultrapassou a marca de um celular por habitante, e hoje o País já tem mais de 215 milhões de celulares habilitados. O cenário de telecomunicação no Brasil está evoluindo e a conectividade com a internet por meio dos celulares passará a ser uma tendência importante. A lógica é que mais pessoas serão atraídas para o mercado dos novos aparelhos e as pessoas vão começar a se desfazer dos cabos, dando preferência à tecnologia sem fios. No último mês de março, a CorpBus!ness e a Revista Inter IT realizaram a quarta edição do congresso Mobile Intelligence 2.0, onde foram discutidas novas tecnologias e tendências para o setor de mobilidade e negócios no Brasil, como WiMAX, 3G, LTE, Mobile Marketing, entre outras, além de aspectos regulatórios e dúvidas importantes que ainda pairam sobre o mercado brasileiro, como as operadoras virtuais móveis, ou – simplesmente – MVNOs, na sigla em inglês.

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O congresso, que contou com a presença de mais de 100 executivos e profissionais ligados às mais variadas companhias e organizações relacionadas e/ou interessadas no setor de mobilidade foi aberto pelo Gerente de Mobile e Acessos do iG, Ricardo Ferro, que foi o presidente de mesa dos painéis apresentados na parte da manhã. Tendências de Mercado e Oportunidades de Negócios A primeira apresentação do dia foi comandada por Thiago Moreira, Managing Director – Telecom Brazil da consultoria de mercado Nielsen, que comandou o painel “Tendências de Mercado e Oportunidade de Negócios: As novas Plataformas e o Futuro do Mercado de VAS com o Crescimento das Lojas de Aplicativos”, no qual falou sobre as principais tendências para o setor vislumbradas pela Nielsen, em especial para países em desenvolvimento, como os BRICs, com destaque para Rússia e Brasil. Thiago citou que, em países em desenvolvimento, o crescimento econômico aumenta a confiança dos consumidores, que passam a comprar e gastar mais, no entanto, aspectos como a inflação e os gastos governamentais, merecem destaque, pois podem – em algum momento – frear suas economias. Falando mais especificamente do mercado brasileiro, Thiago citou que a penetração de celulares no País já

chegava, à época, a 105% do total da população, e, somente em 2010, houve um aumento de 17% nas linhas telefônicas móveis. Outro número importante destacado por ele foi em relação aos novos aparelhos, segundo Thiago, ocorreu um aumento de 101% de novos aparelhos em 2010, mais impressionante foi o crescimento do número de smartphones em uso, que aumentou 279% na comparação com 2009. O executivo finalizou sua apresentação falando sobre oportunidades importantes de negócios que surgiam com um novo segmento do mercado de mobilidade: os tablets. Segundo Thiago, em pesquisa realizada em outubro de 2010, o iPad foi o quarto item de tecnologia mais desejado para compra pelos usuários, atrás somente dos PCs, Televisores e smartphones. Para ele, tablets e smartphones não disputam um mesmo nicho do setor, podendo seus respectivos negócios e conteúdos coexistirem, ficando os novos devices em concorrência com os laptops, netbooks e videogames portáteis. De acordo com o executivo, a melhor visualização de conteúdos mais elaborados e longos (vídeos, galerias de imagens interativas, hiperlinks, livros e revistas) fazem com que os usuários fiquem mais tempo utilizando o iPad que seus smartphones ou laptops, estando, aí, criada uma ótima oportunidade de negócio.

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4 Mobile Intelligence 2.0 Visão da Anatel para as MVNO’s A segunda palestra do dia foi apresentada por João Batista de Rezende, Conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que comandou o painel “Regulamento sobre exploração de Serviço Móvel Pessoal por Meio da Rede Virtual”, em que falou sobre aspectos regulatórios de um novo setor de mercado prestes à chegar ao Brasil: As Operadoras Virtuais de Redes Móveis (ou simplesmente MVNO, da sigla em inglês para Mobile Virtual Network Operator). João Batista explicou as diferenças e o funcionamento da regulamentação para a criação de uma MVNO, além de esclarecer que as operadoras móveis, independente do modelo de negócio adotado, estão sujeitas às mesmas regulamentações vigentes no País para as operadoras móveis tradicionais. O conselheiro finalizou sua apresentação explicando as diferenças entre os dois modelos de operadora virtual móvel que podem ser adotados no Brasil: as Credenciadas e as Autorizadas. De acordo com João, as MVNOs Credenciadas fecham acordo com uma operadora de rede móvel, mas não é responsável direta pela prestação do serviço, compartilhando a responsabilidade com a sua operadora de rede parceira em relação aos clientes e tendo pouco contato direto com a Anatel para responder pelo serviço prestado. Já no caso de uma MVNO Autorizada, ela está sujeita a toda regulamentação aplicada a uma operadora tradicional, exceto por não possuir o Termo de Autorização de Uso de Radiofrequência. As Autorizadas são responsáveis diretas por seus clientes e têm a possibilidade de firmar parceria com mais de uma operadora de rede (uma em cada região, por exemplo) para prestar seus serviços. João Batista comentou, ao finalizar, que “as características únicas de cada um dos dois modelos de MVNO possibilitam diferentes

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manifestantes egípcios a favor da saída do então presidente, que esteve por mais de 30 anos a frente do país. Jair comentou também sobre a repercussão das eleições no Irã no Twitter e a invasão do Morro do Adeus, no Rio de Janeiro, que foi A interatividade e a Inovação com SMS noticiada in loco por um jovem morador da comunidade que ganhou reO próximo painel do evento contou percussão em todo o Brasil. com duas apresentações falando sobre as possibilidades de inovação e Na sequência, a executiva Carolina interatividade com uma ferramen- Alvarez, da F.biz complementou o ta “velha conhecida” dos usuários painel falando um pouco do trabalbrasileiros de celular: o SMS. O pri- ho da agência de marketing digital, meiro a se apresentar foi Jair San- exemplificando os cases de ações tiago Filho, Gerente de Messaging realizadas com alguns de seus cliene Redes Sociais da operadora Vivo, tes, entre eles algumas das princique falou sobre a integração entre os pais empresas do País, e citou a imSMS e as redes sociais, e iniciou sua portância da relação entre o SMS e palestra contando um pouco sobre suas possibilidades de interação com o histórico das mensagens de texto as redes sociais e seus usuários. em celulares, cuja primeira foi en- De acordo com Carolina, no mundo viada em 1992, portanto, há quase 20 são mais de 4 bilhões de usuários de anos. Jair comentou que o número de aplicações de SMS e, ao todo, foram SMS enviados diariamente no mundo enviadas mais de 6 trilhões de mené maior que a população da Terra e sagens de texto em todo o mundo em afirmou que “o uso das mensagens 2010. Para ela, o SMS deixou de ser de texto ainda é pequeno no Brasil, considerado apenas um “torpedo”, portanto, ainda há espaço para cres- possibilitando interações entre os cimento”. De acordo com ele, em usuários de diferentes plataformas 2009, no Brasil, os usuários de celu- digitais, como serviços de mensalar enviaram, em média, 7,5 SMS por gens instantâneas em computadomês, enquanto no México são 50,5 res, como o Yahoo! Messenger e o mensagens/mês e nos Estados Unidos MSN, além das redes sociais, foco e esse número chegou à impressionante oportunidade importantes de negócio para o ambiente móvel, pois, semédia de 599,5 SMS mensais. Jair classifica o SMS como uma ferra- gundo a executiva, pesquisas aponmenta poderosa de integração entre taram que os usuários de dispositivos as pessoas, e que hoje já possibilitam móveis são duas vezes mais ativos também a integração às redes soci- que os de PCs tradicionais no Faceais, importantes ferramentas de co- book, maior rede social do planeta, municação que trouxeram “voz” e em número de usuários. O fato já foi maior poder de comunicação aos seus notado pelas operadoras nacionais, usuários. Para exemplificar seu ponto que hoje disponibilizam aos seus de vista, o executivo finalizou sua usuários a possibilidade de publicar apresentação citando diversos exem- suas atualizações nos seus respecplos de mobilização entre os usuários tivos perfis nas redes sociais através das redes sociais, como a queda do de mensagens de texto. presidente do Egito, Husni Mubarak, Para finalizar, Carolina enfatizou o cujas redes sociais, especialmente SMS como meio de comunicação e o Facebook e o Twitter, serviram de interação entre empresas, clientes e “central de mobilização” para os usuários de serviços móveis. modelos de negócios, o que torna o modelo proposto extremamente flexível e aderente às inúmeras possibilidades que se vislumbram no atual mercado de prestação de serviços móveis no Brasil”.

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4 Mobile Intelligence 2.0 “No Brasil, o SMS é (praticamente) a única forma de usarmos todo esse potencial do celular como canal de comunicação de massa”, comentou. Mobilidade Corporativa O último painel da manhã, “Mobilidade Corporativa: as melhores práticas”, foi apresentado por Gustavo Ziller, Diretor da Aorta, desenvolvedora de aplicações móveis, que mostrou aos congressistas presentes a sua visão sobre como extrair valor dos aplicativos móveis para os negócios de uma companhia. Ziller começou sua apresentação mostrando alguns números de uma pesquisa da consultoria norte-americana Localytics, especializada em análise de apps. Segundo o estudo, 26% das pessoas que baixam apps para dispositivos móveis o utilizam apenas uma vez, enquanto 48% das pessoas desistem do aplicativo após o primeiro contato (somados os que usam o app apenas uma vez aos que o utlizam até três vezes). Para Ziller, a maioria dos aplicativos tem caráter temporário e descartável, “são apenas ações isoladas que se perdem na estratégia de uma marca ou produto”, comentou antes de completar que “não existe uma estratégia em aplicativos móveis, e sim estratégia de comunicação da marca ou produto. O app é um meio de distribuição”. Ziller continuou sua apresentação falando da importância de se criar valor para o usuário de um app móvel, pois, caso contrário, a

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aplicação perde o interesse. “Aplicativos feitos para durar dependem de outras ações em busca do engajamento da audiência”, afirmou. Para justificar o comentário, Ziller finalizou sua apresentação contando o case do aplicativo da Rádio Skol, desenvolvido pela Aorta, que além do conteúdo musical trabalhou também com uma programação especial, serviços, interatividade e outras alternativas de entretenimento (até mesmo com a apresentação de uma rádio novela) que ajudaram na manutenção do interesse dos usuários pelo aplicativo que, mais de um ano após seu lançamento, em fevereiro de 2010, manteve uma média mensal de 84 mil usuários (ouvintes) ativos, somando mais de 730 mil ouvintes conectados à rádio até então.Após uma pausa no evento para almoço, o 4º Mobile Intelligence 2.0 seguiu com Gustavo Risio, Diretor da empresa de soluções digitais móveis Send IT, que presidiu a segunda parte das apresentações do dia. Os tablets e o iPad O primeiro painel da tarde, “Tablet e iPad – Novas tecnologias no mercado corporativo”, contou com duas apresentações para discutir as tendências e oportunidades que as novas mídias e tecnologias, como os tablets, especialmente a “coqueluche” iPad, da Apple, surgem como importantes oportunidades de negócio para as empresas, que também precisam estar atentas aos cuidados necessários antes de optarem por divulgar suas

marcas nesse, ainda recente, nicho tecnológico. A primeira a se apresentar foi Melissa Beltrão, Responsável por Soluções Móveis do Yahoo! Brasil, que comentou a influência das novas tecnologias móveis para o mercado corporativo. Segundo Melissa, houve um crescimento de 150% no acesso (page views e usuários) à internet móvel no País em 2010. Para a executiva, o móbile não deve ser uma estratégia para as empresas, mas sim um canal. Ela afirmou que as receitas de VAS (Serviços de Valor Agregado) vem crescendo e, principalmente a internet, deve superar a dos SMS em breve. Melissa seguiu comentando que as ações de “cross media” (mobile e web, por exemplo) têm melhores resultados do que quando feitas por apenas um canal, e finalizou mostrando alguns números de uma pesquisa realizada pelo Yahoo! em relação aos hábitos dos usuários móveis, com destaque para os tablets. De acordo com a executiva o tráfego móbile é constante, entre as 9h e as 23h, com a grande maioria dos usuários, 86% deles, navegando enquanto veem TV e frisando que o estudo detectou que os usuários do iPad passam mais tempo navegando na internet em comparação a outros dispositivos móveis. Na sequência Sandra Jimenez, Chief Mobile Officer do Grupo Abril, corroborou muitos dos pontos apontados por Melissa, como o fato do tráfego de dados via dispositivos móveis ao acessar os conteúdos do grupo ter crescido mais de 375% em 2010. Para frisar a importância que o Grupo Abril vem dando ao ambiente móvel, Sandra revelou que a Abril lançaria uma

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versão especial para iPad de suas principais publicações a cada quinze dias pelos próximos dois meses.

ter boas oportunidades de negócio, “o timing de uma MVNO tem que ser muito rápido”, comentou ela.

MVNOs: oportunidades de mercado

O impacto regulatório no negócio das MVNOs

O painel seguinte, “MVNO | Operadoras Virtuais no Brasil – Tendências e Oportunidades de Mercado”, foi apresentado pela executiva Andrea Rivas Varela, Head of Transformation – Business Solution – Latin America da Nokia Siemens Network, que comentou alguns dos principais fatores que levam diferentes tipos de empresas à explorar oportunidades no mercado de operadoras móveis virtuais. Entre esses fatores, a executiva destacou as oportunidades de novos negócios ou expansão da oferta atual como um fator de atração ao segmento, além de frisar a oportunidade de alavancar seus ativos já existentes (marca, distribuição etc.) e a fidelização de clientes como outros dois fatores de destaque. Para Andrea, “a entrada de uma empresa no segmento de MVNOs tem que ser uma forma de alavancar seu negócio principal”. Ela também comentou o sucesso alcançado nesse tipo de empreitada em alguns países, como o caso da Inglaterra, em que as operadoras virtuais móveis são consideradas as melhores prestadoras do país. A executiva finalizou sua apresentação comentando alguns dados sobre o perfil dos clientes brasileiros de operadoras móveis, cujos altos preços são o principal motivo para a troca entre operadoras. Para ob-

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Na sequência do evento, as MVNOs continuaram no foco do congresso, com a advogada Esther Donio Nunes, Sócia da Pinheiro Neto Advogados Associados, que apresentou o painel “O Impacto no setor sobre o Regulamento sobre Exploração de Serviço Móvel Pessoal por meio da Rede Virtual”, no qual comentou algumas mudanças e oportunidades que surgem com a aprovação da regulamentação para MVNOs no Brasil. De acordo com ela, com a aprovação, bancos, varejistas, times de futebol e outros segmentos poderão ter operadoras móveis para atender nichos. Esther seguiu sua apresentação ilustrando as oportunidades que surgem para esse “novo” segmento no País, apresentando alguns números ao redor do mundo. De acordo com a advogada, existiam, à época, 602 operadoras móveis virtuais no mundo, sendo 65% delas na Europa, enquanto menos de 1% desse total na América Latina. Segundo Esther, os problemas de regulamentação impediam o avanço desse mercado na região, e também detalhou melhor as diferenças entre os dois modelos de MVNO regulamentados no Brasil, as Autorizadas e as Credenciadas. A advogada finalizou sua apresentação comentando os impactos e aspectos legais para esses dois modelos adotados no País.

Negócios móveis de uma companhia aérea A última apresentação do evento foi comandada por Manoela Amaro, Diretora de Marketing da TAM, que trouxe aos congressistas alguns detalhes sobre a nova estratégia da companhia aérea para entretenimento de seus clientes baseado em mobilidade. Segundo Manoela, o entretenimento de bordo é um serviço complexo e caro, podendo a implantação de serviços dessa natureza em uma aeronave custar entre US$ 4 milhões e US$ 10 milhões, um investimento que, até o momento, não apresenta um retorno positivo, financeiramente falando. A executiva contou que a companhia encontrou como alternativa de entretenimento de bordo o sistema On Air, que permite a conexão dos passageiros a serviços de telefonia móvel, SMS e dados em pleno voo. Segundo Manoela, a TAM chegou a essa solução após realizar uma pesquisa na qual detectou o interesse de seus clientes em utilizar seus celulares, principalmente smartphones, durante os voos. Manoela finalizou sua apresentação contando detalhes do funcionamento do sistema, como o limite de usuários de Telecom simultâneos durante os voos, e declarou que o serviço já estava operando em uma de seus aviões, mas que os planos da companhia já previam a implantação da tecnologia em 27 aeronaves até o final deste ano.

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Agenda de Eventos

Mobile Payment Summit - 4ª Edição Data: 17 e 18/08/2011 Descrição do evento: O objetivo é discutir as novas tecnologias de mobile payment e mobile banking, suas aplicações, vantagens, desvantagens, e como as instituições ligadas ao sistema financeiro podem transformar estas ferramentas em um canal de aproximação com seus clientes. Também serão discutidos aspectos relacionados à crise financeira, e de que maneira as ferramentas de acesso móvel ao

Digital Media Conference - 4ª Edição Data: 25/08/2011 Descrição do evento: Serão abordados os novos conceitos de elaboração e veiculação de campanhas publicitárias, seus aspectos legais, vantagens e desvantagens, métricas para calculo de ROI, planejamento de mídia, bem como outras questões relevantes ao cotidiano de profissionais de comunicação. Estratégias como Blogs Corporativos, Mobile Marketing, Marketing Viral, Campanhas de Links Patrocinados, Parcerias com Sites de Busca, Acompanhamentos de fóruns de discussão, Outdoor Eletrônicos, Painéis Interativos, Games, TV Digital, bem como outras formas de se atingir o consumidor final, com o mínimo possível de dispersão, começam a fazer parte do dia-a-dia dos profissionais de comunicação dos mais variados setores. Entender o potencial de todos estes canais é essencial para a melhor

Remuneração estratégica e benefícios Data: 29/09/2011 Descrição do evento: Os profissionais de recursos humanos e gestores que lidam diretamente com as decisões sobre remuneração nas empresas, precisam sempre ficar atentos ao mercado, cuidando para que a sua empresa ofereça sempre um plano de benefícios e salários de acordo com o seu ramo de atuação, pois essa também é uma forma de manter os seus profissionais motivados e atraídos pela

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Agenda de Eventos

E-commerce Expo Brasil - 4ª Edição Data: 21/09/2011 Descrição do evento: Este evento têm por objetivo, transmitir conteúdo relevante e trazer as principais tendências para as empresas de e-commerce sobretudo, mostrar aos participantes que é preciso ter conhecimento do perfil do público e adequar à marca os produtos.

Riscos e Fraudes Corporativos - 4ª Edição Data: 17/11/2011 Descrição do evento: Com o aumento das atividades de órgãos reguladores, visando a promoção do comportamento ético, as organizações ficaram sob a maior pressão para implementar melhores práticas de governanca corporativa, divulgação corporativa e gestão de risco. Neste congresso, temos o objetivo de apresentar uma estratégia de gerenciamento em situações de fraudes corporativas, procuraremos debater a forma de identificação do problema, até o controle e a gestão de impactos e ainda a investigação dos culpados.

Universidades Corporativas 4ª Edição Data: 23 e 24/11/2011 Descrição do evento: Este evento tem como objetivo debater os programas de educação corporativa como ferramenta de aperfeiçoamento profissional, e como transformar tais ações em uma vantagem competitiva. Deveremos ter a presença de cerca de 150 participantes, interessados no tema. Os eventos que organizamos contam com a presença de profissionais com alto poder de decisão dentro de suas respectivas empresas.

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Entrevista

A Revista Inter IT conversou com Albert Deweik, diretor e fundador da NeoAssist, empresa brasileira com uma visĂŁo diferenciada para o mercado de atendimento online. Por Danilo PĂĄdua (Colaborou Bruna Lavrini) / Fotos: Andreia Naomi

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Entrevista

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uitas pessoas costumam dizer que na hora da necessidade é que surgem as melhores ideias. Se isso é uma verdade absoluta é difícil definir, mas a história da NeoAssist – empresa brasileira de soluções de atendimento online – ajuda um pouco a corroborar com quem defende esta tese. Nascida em 1999, como um site de buscas com uma tecnologia diferente da utilizada pelos principais motores de busca da época, a NeoAssist surgiu, de fato, após o mercado de publicidade online no Brasil ficar saturado, com a entrada de grandes portais de internet na concorrência pelo setor, o que fez com que os fundadores do então metabuscador Jarbas tivessem que reduzir sua equipe de profissionais, e acabaram por ter a ideia de direcionar seus conhecimentos tecnológicos com buscas diferenciadas para o desenvolvimento de uma ferramenta de autoatendimento online inteligente, que compreendesse melhor as dúvidas dos clientes, diminuindo, assim, a demanda de usuários e esclarecer dúvidas com uma equipe “real” de atendimento. Estava nascida a NeoAssist que, entre idas e vindas, firmou-se de vez no mercado a partir de 2008, conquistou quase 100 clientes (e 200 operações) e tem mantido um ritmo de crescimento anual acima dos 100%. Para conhecer um pouco mais do histórico e da visão de negócios dessa companhia, a Revista Inter IT conversou longamente com um dos fundadores da NeoAssist, e atual diretor comercial da empresa, Albert Deweik. O melhor dessa conversa você confere a seguir.

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“Pioneiro com toda a certeza nós somos. Com certeza, a nova geração, que está vindo, não quer saber de atendimento telefônico, celular.” Inter IT: Conte um pouco sobre o processo de fundação da NeoAssist. Como surgiu a empresa? Albert Deweik: Fundamos a empresa informalmente em 1999, não era NeoAssist, era um site de buscas chamado Jarbas. Este site era no formato metabusca, que é um pouco diferente do que temos hoje. Meu sócio e eu, começamos o site de maneira informal, depois foi gerando volume, vendemos cota de patrocínio, já que vivíamos de publicidade. Em 2000, tivemos o primeiro investimento na empresa, eu morava fora do Brasil, na época. E, a partir daí, profissionalizamos abrimos a empresa e o escritório, e deu-se início aos trabalhos no Jarbas. O objetivo do site, na época, era aumentar o volume de pageviews, para poder vender mais banners e ter a receita baseada em publicidade online. A partir daí, demos início as vendas e a empresa foi crescendo, chegamos ao número de 20.000 buscas ao dia, isso nos anos de 2000 e 2001, bastante alto para a época. Logo, começou a cair o CPM (Custo Por Mil impressões, valor pago para cada mil vezes que um banner é visualizado em um site), que era de R$ 60,00, foi para R$ 1, 00, quando entrou o iG. Então quem não tinha um volume muito alto [de acessos], também não tinha receita. Então, chegamos a um dilema: precisávamos reduzir a nossa equipe dentro do Jarbas. Por exemplo, tínhamos duas pessoas para atendimento ao cliente, porque [junto do Jarbas] nós tralhávamos outro portal, com webmail e distribuição de informações, que todos tinham

acesso. O primeiro lugar que eu olhei foi a equipe de atendimento, precisava reduzi-la, não dava mais para manter duas pessoas na área. Foi então que meu sócio, Roy, teve a ideia: porque não colocamos nossa tecnologia de busca na central de atendimento, ou seja, vamos tentar entender o que o cliente está perguntando, porque a maioria das perguntas era igual. Nós tínhamos um FAQ e ninguém o via, então, ele sugeriu colocá-lo na ferramenta de busca e filtrarmos 20% a 30%. Dessa forma, conseguimos reduzir a equipe. Após a implantação da tecnologia, no primeiro mês, o atendimento foi reduzido em 80%, e, a partir daí, vimos que, talvez, aquela seria a solução. Então, decidimos que íamos transformar a tecnologia que desenvolvemos em um produto, sair um pouco do B2C para o B2B. Inter IT: Então, de início, a ferramenta veio da ideia que vocês tiveram com a tecnologia do site? Albert: O conceito sempre foi não falar em busca e sim em entendimento de linguagem natural. Tem algumas empresas que colocam busca lá no [menu] Ajuda [do site]. O problema é que essa ferramenta simplesmente busca, se ela não tem nenhuma inteligência por trás, fará uma busca sem filtro, com tudo que contém a palavra chave. O nosso objetivo não é uma ferramenta de busca, temos um módulo relacionado, mas o desafio constante [para atender uma busca direcionada ao questionamento do cliente] é entender como o usuário pergunta para

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Entrevista poder exibir a resposta para ele por interpretação de linguagem natural e semântica [gerando um filtro de acordo com o que ele necessita saber]. Inter IT: E como foi o processo para levar o NeoAssist ao mercado Albert: Demos uma “cara” para o produto e contratamos uma agência para fazer a assessoria. Elegemos um cliente que queríamos atingir e o utilizamos como case. Na época era a Gradiente, que era a única fabricante [do País] com canal de e-commerce, e tinha um volume alto. Fomos atrás e fechamos com eles, íamos colocar a ferramenta de graça por um período de testes. Foi um sucesso! Reduziu drasticamente o volume de e-mails, que não era tão grande na época. As empresas que mais recebiam e-mail tinham 3 mil mensagens em sua caixa de entrada por mês, para os parâmetros de hoje, isso não é nada. Mas, deu certo, não só pela redução, mas pela resposta imediata, até porque o e-commerce tem o conceito de 24 horas online, e, aí sim, foi fundada a NeoAssist. Até 2004 o mercado ainda era muito pequeno, poucas empresas vendiam online, o e-commerce não era muito bem visto. Poucas pessoas tinham a cultura de procurar o atendimento online, porque mandavam o e-mail e, se a empresa respondesse, era com uma mensagem para entrar em contato com o 0800. Então, não havia a cultura de responder e-mail. Tivemos uma época bem difícil de venda, apesar de acreditarmos que produto seria uma tendência daquele momento em diante. Inter IT: Então a NeoAssist está em atividade desde essa época? Albert: Sim, mas, por questões pessoais, em 2004, eu investi em outro negócio, acabei abrindo outra empresa que não tinha nada a ver com atendimento online,

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companhia no ramo de varejo de moda, e me ausentei um pouco da NeoAssist. O meu sócio, na época, também se distanciou da [NeoAssist] ele foi morar fora e, quando retornou, abriu outro negócio. Mesmo assim mantivemos a NeoAssist, super enxuta, tínhamos dois funcionários e seis clientes. A NeoAssist era uma aposta que estávamos fazendo para o futuro e achávamos que valeria a pena. Este período foi até meados de 2008, neste ano eu sai do meu outro negócio, e fiquei só com a NeoAssist. Então, me reuni com meu sócio e decidimos redesenhar o produto e focar na empresa, já que nosso serviço era bom e o mercado já estava maduro. Redesenhamos o produto, contratamos uma equipe nova, investimos em tecnologia, desenvolvimento, marketing, enfim, todas as regras básicas para um negócio andar e dar certo. Tivemos um surpresa, porque, em 2009, após reiniciar as atividades a visão que eu tinha de venda é a de que era um negócio muito difícil para captar o cliente, eles não conheciam e não entendiam a ferramenta, e, logo de inicio fomos muito bem recebidos. Tanto é que o primeiro cliente que fechamos nesta nova fase foi a Sacks, que já era uma companhia grande e expressiva. Vimos que realmente a ferramenta tinha um potencial muito grande, principalmente porque fechamos o contrato em dois dias com a Sacks. De lá para cá arrebentamos, conquistamos quase 100 clientes em um período de dois anos. Se falarmos em número de operações estamos com mais de 200 hoje, isso porque um cliente pode ter mais de uma operação. Então paralelamente ao crescimento do mercado, nosso produto foi crescendo, desenvolvemos um gerenciador de e-mail, para englobar tudo que não era auto-atendido, uma plataforma de chat online, uma de workflow, uma de rede sociais. Ou seja, tudo que é ligado a at-

endimento online, até temos uma “perninha” no offline, temos um serviço de atendimento telefônico, que é exclusivo para pequenas empresas que não podem comprar algo muito mais elaborado. Mas, o nosso principal foco é o online, qualquer canal que nós enxergamos que o cliente pode alcançar no online, nós desenvolvemos para poder atender esta demanda. E foi com esta visão que começamos a crescer, hoje estamos com uma carteira de clientes significativa e 14 funcionários, crescemos bastante. Essa é a história da NeoAssist. Inter IT: A ferramenta funciona a partir de uma frase que o cliente digita, ou antes, ele passa por um filtro sobre assunto, um menu direcionado? Albert: Tem as duas formas. Independente da interpretação da frase que eu vou colocar na resposta, haverá abaixo opções para o cliente se auto-atender. De que forma? O sistema traz dados, automaticamente, por exemplo, no mês de julho de 2010 quais foram as dúvidas mais frequentes, e o horário que elas mais apareceram? Então, a partir daí, começamos a verificar algumas tendências. Eu sei que em agosto as dúvidas remetem ao presente para o dia dos pais, por exemplo. Então, automaticamente o sistema tem a inteligência para exibir uma lista de dúvidas de acordo com o período, horário que o cliente está navegando e de onde ele veio. Ele não é simplesmente uma FAQ estática, pois contem uma inteligência para entender: de onde o cliente veio, a partir daí eu já sei o que ele está querendo, o momento que ele está entrando, o que ele estava fazendo antes, outro exemplo, se é período do Natal, eu sei que grande parte das buscas refere-se a frete, o cliente quer saber sobre prazo de entrega, quando que ele receberá o presente dele, etc.. Este tipo de Inteligência nós já

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Entrevista “O conceito sempre foi não falar em busca (...) simplesmente busca, se ela não tem nenhuma inteligência por trás vai levar um número de resultados sem filtro, vai pegar tudo que é palavra chave.” temos para saber as dúvidas mais relevantes referentes ao período que ele está entrando. São várias inteligências, o nosso BI é entender o comportamento dos clientes, segmentar e entender quem são estes clientes. Inter IT: Como é realizada a implantação de novos projetos, uma interface para um novo cliente? Albert: Depende do cliente, alguns que já estão estruturados internamente e já sabem as demandas, até por período. Neste caso a implementação é muito mais rápida, porque ele já traz estes dados prontos. Em compensação tem cliente que é cru, não sabe o volume de e-mails que ele recebe; então o que fazemos?! Nós temos uma equipe de consultoria, essa equipe vai ao cliente, passa um tempo na empresa, na rotina, ou seja, verifica exatamente o que acontece internamente, traz isso para nós. Com isso, incrementamos a ferramenta e ela passa a funcionar de acordo com a demanda do levantada. Lógico que quanto mais tempo de uso da ferramenta, melhor ela fica. A meta inicial no primeiro mês de funcionamento do sistema é de uma redução de 50% de fluxo [de email], de três a seis meses chega em 70% de redução. Em alguns clientes conseguimos superar, ficamos em 80%, e há outro que ficamos um pouco abaixo da média, porque o serviço é feito a quatro mãos, o cliente também precisa dar suporte. Mas, o mínimo para o começo de trabalho é de 50% de redução.

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Inter IT: Hoje quais são as soluções que a NeoAssist oferece? Albert: O nosso filtro é o que chamamos de atendimento inteligente. Todos os nossos clientes operam através do atendimento inteligente, em exceção de um que solicitou ter somente o atendimento personalizado. Em todas as outras empresas, o cliente envia a dúvida que vai para o filtro, o que não for respondido automaticamente é enviado para o atendimento manual. Aí, há duas opções, o chat e o e-mail, se a dúvida for enviada por e-mail, o gerenciador interno providenciará todos os dados para a gestão da informação, o número de e-mails que chegaram daquele respectivo cliente, em quanto tempo ele foi respondido, por quem foi respondido. Nestes e-mails, o atendente tem uma interpretação do comportamento do cliente, por exemplo, o cliente que manda um email com a frase “Reclame Aqui”, já se sabe que é uma pessoa mais nervosa e que deve ser priorizado, mesmo não sabendo quem aquela pessoa é, ela entra na linha da prioridade. Também temos o chat, que é o atendimento online, em que o operador faz até quatro atendimentos ao mesmo tempo Para o atendente de chat nós integramos o atendimento inteligente com outra base, que é muito mais particular para os atendentes. O cliente inicia o chat e expõe a dúvida dele, a ferramenta sugere, de cara, para o atendente respostas as dúvidas do cliente, reduzindo de forma

drástica o TMA (Tempo Médio de Atendimento). Além destes, temos o atendimento via Facebook, em que integramos a ferramenta NeoAssist na rede social. Nela, é possível esclarecer dúvidas, enviar e-mail, atendimento online, tudo dentro do Facebook. O legal é que assim conseguimos captar mais dados do cliente, conseguimos visualizar o perfil dele, o que ele gosta, passamos a ter mais dados para trabalhar. Além do atendimento via Facebook, temos também o atendimento por Twitter, que não é automático e é totalmente diferente de uma ferramenta de monitoração, não queremos saber se estão falando bem ou mal da empresa, não é isso que me importa para o atendimento, apesar de verificarmos esta classificação também. Para o departamento de atendimento importa se o cliente tem uma dúvida, uma reclamação e requer um atendimento, e com a integração Twitter-NeoAssist, o cliente pode informar o e-mail dele e conseguimos atendê-lo por lá, utilizado todo histórico de atendimento e o perfil dele. Estes são os módulos [de atendimento] que temos hoje. Inter IT: Como a ferramenta do Facebook estará disponível? Albert: Basicamente é um NeoAssist integrado ao Facebook, mas colocamos algumas coisinhas a mais, por exemplo, o cliente faz uma pergunta e gosta da resposta, ele pode clicar no like e vai lá para a página dele. Além disso, nós teremos a possibilidade de discutir em cima das respostas, deixar um

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Entrevista comentário. Qualquer pessoa que acessar aquela reposta poderá ver todos os comentário que ela têm. É possível colocar o cliente para colaborar com as respostas, na verdade isso é um conceito que nós já queríamos colocar no NeoAssist, as empresas estavam resistindo, mas agora com o Facebook ajudou um pouco, porque todo mundo se relaciona. Por exemplo, na pergunta: “Quanto custa o frete?” a resposta seria: “R$ 10,00” e os comentários dos clientes: “Porque você não o deixa de graça?”... Para a empresa, ver que o cliente demanda é muito importante, dificilmente o cliente iria mandar um e-mail para a empresa pedindo o frete grátis. Para as empresas que estão aderindo ao módulo Facebook, estamos transportando-o para a página deles, então, o atendimento no site da empresa vai permitir o like e a integração de discussão. E, quando o cliente iniciar um chat, não precisará nem colocar nome e e-mail, apenas clicar em “conecte com o Facebook” e ter o acesso ao atendimento automático. Inter IT: Atualmente, qual o “grosso” da base de clientes da NeoAssist? Grandes ou Pequenas e Médias Empresas? Albert: O conceito de grande.

Para nós o que voga é o volume de e-mails, isso faz a empresa ser grande ou pequena. Eu tenho clientes que não são tão conhecidos, mas movimentam 50 mil atendimentos por mês, isso para nós é uma empresa grande. Há outros que são enormes no mercado, mas recebem 3 mil e-mails por mês, depende do conceito. Se formos tratar do conceito corporativo, eu diria que 30% a 40% são empresas muito grandes, 30% companhias médias e o restante são pequenas. Inter IT: Há diferenças significativas nos projetos pra clientes maiores e menores, ou apenas o que muda é a “escala”, mas com os projetos sendo semelhantes? E qual é a média de tempo que se demora para implantar a ferramenta na empresa? Albert: O processo é muito parecido, o que muda é a burocracia dentro das empresas grandes. Para implementar numa empresa grande existe um processo burocrático, há várias regras, todas as perguntas têm que ser aprovadas pelo jurídico. O período de implantação em uma empresa grande é muito maior, justamente porque depende de mais pessoas. O processo é parecido, a não ser que o cliente peça uma integra-

ção, nestes casos demoramos um pouco mais. Mas, [o serviço] não é limitado a grandes empresas, as pequenas também podem fazer integração. Quando o produto foi relançado no mercado, a meta de implantação era de 72 horas, hoje nós trabalhamos com um prazo um pouco maior porque a demanda pelo serviço é muito mais alta, eu tenho, hoje, em média, 15 clientes de implementação simultânea. Se for um cliente que não pede nenhuma integração e nenhuma adaptação, nós conseguimos finalizar no prazo de dez a cinco dias. Mas, se há ajustes e integrações o prazo médio é de 30 dias. E o acompanhamento é feito mensalmente. Inter IT: Em 2010, a NeoAssist registrou crescimento de 130% em comparação ao ano anterior. Esse tem sido o ritmo de crescimento anual da companhia? Qual a meta para 2011? A meta para 2011 é 110%, mas pelo caminho que estamos tomando, vamos superar na meta. O primeiro semestre foi positivo, mas é bem provável que superamos, ainda não sei falar o quanto, porque depende de alguns projetos que estão em piloto, e de alguns produtos que nós estamos para lançar nas próximas duas ou três semanas. Se forem concretizados temos grandes chances de cumprir a meta muito além do esperado. Inter IT: A meta de 2,5 milhões de clientes atendidos através da plataforma da companhia foi batida em 2010? Albert: Sim. Estamos atendendo uma média de 500 a 600 mil clientes por mês. Inter IT: Qual o posicionamento da NeoAssist no mercado de atendimento online? Existem muitas concorrentes? Albert: Estrategicamente, nós somos os únicos no mercado, ninguém tem esta estratégia, todo

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Entrevista mundo depende de chat, e-mail, mas ninguém depende do autoatendimento. Os concorrentes não dependem destes tipos de interações para filtrar, para atender rápido e em 24 horas. Uma plataforma com chat e e-mail, é uma ferramenta, mas não é uma solução, porque o volume de atendimento cresce 40% ao ano. As empresas começam a contratar mais funcionários, aumentar a estrutura, mas chega uma hora que o cliente não aguenta. A NeoAssist vende uma estratégia, o chat, o e-mail, que são ferramentas importantíssimas, tornam-se complementares, mas a estratégia está com o autoatendimento. Se eu for falar de concorrentes de estratégia eu não tenho, não é a toa que conseguimos muitos clientes da concorrência, porque a estratégia que defendemos é única. Tecnologicamente, no Brasil, ninguém tem uma ferramenta de atendimento como a nossa, há empresas de outros países que têm, principalmente na Europa. O conceito europeu é muito mais forte, até do que nos EUA. Até tentaram entrar no Brasil, mas não conseguiram, na verdade tem um problema muito grave de linguística, ou seja, é necessário entender que o que o brasileiro pergunta e como ele pergunta. Inter IT: Qual a sua visão sobre o mercado de atendimento online brasileiro? Pontos fortes a melhorar. Albert: Pioneiro com toda a certeza nós somos. Com certeza, a nova geração que está vindo não quer saber de atendimento telefônico, celular, mas sim de SMS ou BBM (BlackBerry Messenger, serviço de mensagens instantâneas dos smartphones BlackBerry), voz é muito raro. Estava ontem numa reunião e uma pessoa comentou “para falar com a minha filha tem que ser por Skype, ela está no quarto ao lado, mas tem que falar por Skype.” Parece besta,

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mas é verdade. A tendência é online. Existe um benchmark que a gente fez há um tempo com empresas de fora [do País], mas o engraçado é que a gente olha de fora para as empresas europeias, e quando conseguimos entender o que elas fazem para tentar seguir o pensamento, descobrimos que a estratégia é igual. Alguém teve a ideia no Brasil, mas alguém também a teve na Holanda, na Espanha, na Alemanha. Não só de como atender, mas até a ideia de desenvolvimento, nós olhamos como era feito e é igual. Elas têm o mesmo pensamento, segmentam da mesma forma, é muito parecido, observamos que tiveram pensamentos em algumas partes do mundo, que são iguais aos nossos. Inter IT: A NeoAssist trabalha, de alguma forma, em parceria com associações de consumidores para pesquisar demandas de mercado e atualizar as features de suas soluções, por exemplo? Albert: A tendência é pegar as demandas dos clientes. Com associações é um pouco complicado, o foco deles é muito voltado ainda ao atendimento offline, porque é a massa. A gente fala muito de atendimento online, mas a maioria liga. A tendência daqui a 5 ou 6 anos talvez seja 50% [offline] e 50% [online]. Então, o que nós temos feito muito com os nossos clientes é verificar o que falta, o que não está legal no atendimento online, de que forma podemos melhorar. Com isso, nós analisamos internamente. É daí que surgem os nossos produtos, baseados em cima da demanda dos nossos clientes. Inter IT: Como é o processo de “conquista” de um cliente pela NeoAssist? Albert: As empresas procuram você atrás de atendimento? Vocês trabalham com parceiros que indicam suas soluções para os clientes? A empresa trabalha com

prospecção de novos clientes? Albert: Até 2010, nós íamos atrás, ligando, marcando reunião e oferecendo [a ferramenta] de graça por um período [teste]. Nos primeiros meses de 2011, isso mudou um pouco, há muitas empresas que vem atrás de nós. Percebemos que existem empresas que são referencias online, por exemplo, conquistamos a conta da Netshoes, que é referência do mercado online. Quando outro cliente vai até a empresa e verifica que a Netshoes adotou uma ferramenta que funciona, ele descobre quem está por trás. Trabalhamos com várias outras empresas que vendem calçados online, exatamente porque a Netshoes é referência. Há muito tempo tentávamos atender farmácia online, tentávamos e não conseguíamos, até que fechamos com a Ultrafarma, a partir dela vieram os outros atrás. Eu tenho uma equipe comercial, que vai atrás dos clientes, eventos, telefone, mas há uma parte da demanda que vem sozinha. Inter IT: Em 2010, a NeoAssist anunciou planos de uma fortes expansão para a América Latina. Como está o andamento do processo? As metas têm sido atingidas? Qual a presença e a posição da companhia hoje na região? Albert: Tínhamos um planejamento que não foi cumprido, o de abrir a filial no mês passado na Argentina. Na verdade, acabou não se concretizando por questões burocráticas, mas vai se concretizar ainda este ano. Já atendemos [o país] via Brasil, a Nike Argentina é nossa cliente, por exemplo, mas atendo via Brasil. Nós conseguimos alguns clientes com operação na América Latina, mas ainda via Brasil. O nosso objetivo é atender as grandes empresas [na América], localmente. O foco, agora, é Argentina, e depois vamos para outros mercados.

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Tecnologia & Inovação

Porta-retrato digital Transcend Ecologia e tecnologia combinam e muito. Na era das fotos digitais e da preservação da natureza, nada melhor que um porta-retrato que dispensa fotos impressas e usa menos energia. Basta programar e as fotos ficam passando automaticamente e até conta com trilha sonora. O PF730 Digital Photo Frame possui sete polegadas e capacidade para imagens em alta resolução, sem a necessidade de realizar ajustes. O porta-retrato ainda possui compatibilidade com arquivos MP3, que permite ao usuário ouvir música enquanto visualiza as fotos. O equipamento também pode ser usado como despertador, além de reproduzir filmes e videoclipe. O porta-retrato tem 2GB de memória interna, além de entrada para SD/SDHC/ MMC/MS e cartões de memória USB flash drive. Onde encontrar: www.ingrammicro.com.br, www.laggo.com.br, www.handytech.com.br

Livro: MUITO ALÉM DO NOSSO EU - A nova neurociência que une cérebro e máquinas e como ela pode mudar nossas vidas Imagine um mundo onde as pessoas usam computador, dirigem seus carros e se comunicam entre si através do pensamento. Um mundo em que os paraplégicos podem voltar a andar e em que os males de Parkinson e Alzheimer são controlados. Parece cenário de ficção científica, mas tudo isso pode se tornar realidade. A humanidade está prestes a cruzar mais uma fronteira do conhecimento em direção à compreensão do imenso poder do cérebro, um conhecimento que poderá ser aplicado com grande proveito nas áreas de saúde e tecnologia. Em Muito além do nosso eu, o premiado e internacionalmente reconhecido neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis revela suas ideias revolucionárias sobre essa nova tecnologia. Ele nos explica como o cérebro cria o pensamento e a noção que o ser humano tem de si mesmo (o seu self) - e como isso pode ser incrementado com o auxílio de máquinas. Este é o primeiro livro, destinado a um público leigo, a descrever com pormenores os enormes passos que a ciência vem dando para a criação das interfaces cérebro-máquina. Onde encontrar: www.companhiadasletras.com.br

Motorola Xoom Com processador dual-core de 1GHz e Android 3.0 Honeycomb, o tablet Xoom é a resposta da Motorola ao sucesso do iPad, da rival Apple. O dispositivo ainda conta com uma tela sensível ao toque de 10.1 polegadas com resolução HD, tem memória RAM de 1GB, câmera frontal (para videochamadas) de 2 megapixels e traseira, de 5 MP, capaz de fotografar e filmar em alta resolução. O Xoom também traz suporte completo aos serviços do Google, como o Maps, Gmail e Gtalk. O gadget ainda possui diversas versões, com armazenamento interno variando entre 32 e 64 GB e conectividade via Wi-Fi apenas, ou Wi-Fi e 3G. Onde encontrar: www.motorola.com

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Tecnologia

& Inovação

Samsung Galaxy S II Ao final de junho, chegou ao mercado brasileiro o novo smartphone top de linha da fabricante sul-coreana Samsung, o modelo Galaxy S II, que mundialmente já vendeu mais de 3 milhões de unidades. O Galaxy S II roda a versão mais recente do sistema operacional do Google para smartphones, o Android 2.3, também conhecido como Gingerbread. O dispositivo tem ainda tela touch de 4.2 polegadas Super AMOLED e resolução de 480x800, processador dual core de 1,2 GHz de velocidade, duas câmeras, uma frontal para vídeochamadas (2 megapixels) e uma traseira (de 8 megapixels) com capacidade para gravar vídeos em Full HD e memória interna de 16 GB, com possibilidade de expansão para 48 GB através de cartões de memória. O Galaxy S II ainda conta com conectividade via Wi-Fi, 3G e suporte a redes HSPA+ (mais velozes que o 3G atual), GPS, suporte a Flash e serviços do Google. O aparelho também trará suporte a diversas tecnologias voltadas para o segmento corporativo, entre eles o acesso a redes da Cisco (WebEX e VPN) e Microsoft Exchange ActiveSync. Onde encontrar: www.samsung.com/br/

Mini PC Zotac com Blu Ray Imagine a possibilidade de assistir a filmes e demais vídeos em altíssima qualidade direto no computador. Pensando nisso, a ZOTAC trouxe para o mercado brasileiro o exclusivo MiniPC ZBOX com blu-ray. A integração com a tecnologia faz com que o equipamento possua mais que apenas sistemas para jogos e filmes. O produto torna-se um hub multimídia que atende a todas as necessidades de entretenimento e substitui a função de múltiplos dispositivos eletrônicos, além de possuir um design super elegante que combina com qualquer ambiente. O dispositivo traz processador, tecnologia de vídeo Nvidia, tem espaço para HDs de 2,5 polegadas e conexões HDMI, Wi-Fi, USB, e-sata, VGA e Ethernet. Preço sob consulta.

Onde encontrar: www.zotacbrasil.com.br

Notebooks HP Mini 210 Os HP Mini 210 oferecem aos consumidores bateria de longa duração, teclado com 92% do tamanho normal, sistema GPS acoplado e duas novas opções de cores: iceberry e chumbo. O design do iceberry possui um acabamento diferenciado em formato xadrez. Desenvolvido para consumidores que navegam na Internet, checam e-mails, escutam música e precisam entrar em contato com amigos e familiares ou acessar informações enquanto se deslocam de um lugar para outro, o Mini 210 inclui WLAN integrada, câmera web, microfone e um teclado tipo ilha quase do tamanho de um teclado tradicional. Também é oferecido com o processador opcional Atom N550, o mais novo processador dual-core da Intel, além dos processadores Atom N455 e N475(2), todos compatíveis com memória DDR3. Com um peso inferior a 1,4 quilos e menos de 1 polegada de espessura, o HP Mini 210 possibilita até 9,5 horas de trabalho. Onde encontrar: www.hp.com

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Mercado

Mercado nacional de software cresce 23% em 2010 Estudo feito pelo IDC mostra que o Brasil ultrapassou a expectativa global de mercado de software, já que a taxa de crescimento mundial ficou em 0,5%. Da Redação

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7ª edição da pesquisa “Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências” revelou que o mercado brasileiro vem ganhando destaque dentro do nicho global. O estudo, que foi realizado pelo IDC, apurou que o mercado de software e serviços brasileiro apresentou um crescimento de 21,3% em 2010, indo contra a corrente dos números contabilizados no mercado mundial, que registrou alta de 0,5% no mesmo período. No total, os softwares e serviços brasileiros movimentaram cerca de US$ 19,04 bilhões, as resultados levaram o Brasil para a 11ª posição no ranking mundial do setor. O estudo ainda apontou que a participação de programas de computador desenvolvidos no país atingiu apenas 30% do total do mercado brasileiro de software. “Hoje 70% do software consumido no país é importado. Isso acontece porque, infelizmente, o modelo adotado no Brasil é baseado em serviços, que atende dois terços do mercado total, exige um número maior de profissionais e ainda apresenta uma produtividade econômica 30% menor”, explicou o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), Gérson Schmitt. Após uma década de apoio ostensivo de muitos representantes da gestão pública no país, de acordo com o relatório do IDC, a participação do software livre no mercado brasileiro em 2010 foi de apenas 2,95%, um montante equivalente a US$ 0,5 bilhão.

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A pesquisa apurou que atualmente o setor é composto por mais de 8,5 mil empresas, das quais 75% dedicam-se ao desenvolvimento, distribuição e comercialização de softwares, formando uma cadeia de valor com 50% de distribuidores. Assim como registrado no último ano, 94% do segmento se refere à micro e pequenas empresas. Em termos de demanda, em 2010, a indústria e o setor financeiro representaram praticamente 45% do mercado usuário. Na sequência aparecem os mercados de serviços, comércio, governo e agroindústria. Porém, o governo foi o setor que apresentou o maior aumento nos investimentos, com variação positiva de mais de 27%, em relação a 2009. Para o presidente da ABES, neste quesito, o governo se torna um complicador para a melhoria profissional do setor. “O governo continua sendo o maior produtor e empregador do setor, deixando de ser o maior consumidor para assumir o papel de maior concorrente da iniciativa privada. Como não exporta e apoia um modelo de baixa produtividade econômica, continua patrocinando um excepcional déficit de mão de obra e da balança comercial de TIC, que tende a crescer ainda mais”. Exportação ainda não é o nosso forte Apesar de terem crescido 15,7% em 2010, o equivalente a US$ 420 milhões, as exportações do Brasil para o

mercado estrangeiro ainda estão engatinhando. Do total exportado pelo País, 80% ainda é relacionado a serviços, o Brasil não possui competitividade de custo nem mão-de-obra especializada, para assim poder avançar no mercado internacional. Para Schmitt, o Brasil tem muito que melhorar neste quesito, ficar estagnado na atual realidade só irá prejudicar o país no setor de exportação de softwares e serviços, é necessária a aplicação de conhecimento e qualidade. “Em nossa avaliação, insistir no crescimento de um perfil de exportação dominado pela venda de serviços representará um colapso setorial e insucesso do atual modelo, com a comoditização do seu mais valioso ativo vendido pelo menor preço possível na unidade homem/hora, abrindo mão da oportunidade de vender soluções replicáveis, de alto valor percebido, com inteligência e capacidade de inovação como diferenciais competitivos”. De acordo com o executivo, para passar a exportar em uma década 40% do que a Índia exporta atualmente em serviços (US$ 50 bilhões ao ano), significaria multiplicar seis a sete vezes o atual volume de exportações brasileiras de serviços offshore de TI, para alcançar o patamar de US$ 20 bilhões até 2020. Neste caso, apenas para atender o segmento de exportação com a atual predominância de serviços, seriam necessários cerca de 400 mil profissionais.

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Mercado O que esperar para 2011?

“A tecnologia também se dá de forma colaborativa”

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Segundo o IDC, as previsões para o segundo semestre de 2011 são bastante positivas. A perspectiva de crescimento do mercado total de Tecnologia da Informação brasileiro está em 10,3%. Já, em relação a software e serviços, a indústria nacional alcançará uma média de 10,5% de crescimento. O Instituto aponta que algumas tendências como mobilidade, SaaS (Software as a Service, ou Software Como Serviço) e Cloud Computing, ferramentas para varredura de redes sociais e renovações de infraestrutura das redes capazes de absorver um volume maior de negócios, poderão impulsionar tais resultados. Somente a receita adquirida com SaaS pode chegar ao teto de US$ 12,1 bilhões, em 2011, apurou o instituto Gartner. Esse número vai representar um crescimento de 20,7% em relação ao ano de 2010. Mercado interno de produção tecnológica O Brasil vem buscando formas de fomentar a produção de tecnologia interna. O Governo se deu conta de que o nosso mercado precisa consumir produtos feitos aqui. Projetos como o implementado na fabricação de tablets, são exemplos de que os ministérios, junto ao Governo Federal, estão trabalhando para que isso aconteça. Recentemente, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, anunciou que quer aplicar o mesmo modelo de produção dos tablets para outras tecnologias, como smartphones, celulares e televisores. Neste mesmo comunicado, Mercadante falou sobre a produção de softwares livres no país. Para o Ministro ela deve ser fomentada, “a tecnologia também se dá de forma colaborativa”. Para o ministério da ciência o desenvolvimento de tecnologias de fora dentro do Brasil, vai instigar os investimentos do setor privado. Os dados apontam que apenas 1,5% do PIB nacional são direcionados para o desenvolvimento de ciência e tecnologia.

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Tecnologia 77% das empresas perderam dados em 2011, aponta estudo Liderada pela Ponemon e Check Point, pesquisa mundial mostra os desafios que as companhias enfrentam em relação a gestão de segurança de dados. Da Redação

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relatório Entendendo a Complexidade da Segurança nos Ambientes de TI do século XXI, feito pelo Ponemon Institute em parceria com a Check Point Sofware apontou que 77% das companhias passaram por perdas de dados, em 2011. A pesquisa foi realizada em fevereiro de 2011, e entrevistou administradores de segurança de TI dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Japão. A amostra da pesquisa representa empresas de todos os portes distribuídas em 14 ramos diferentes de atuação. O estudo também apontou que 52% do que é vazado, refere-se a informações de clientes. Os outros tipos de dados estão relacionado a propriedade intelectual (33%), informações de funcionários (31%) e planos empresariais (16%). Com a adoção de aplicativos da Web 2.0 e um número maior de dispositivos móveis conectados à rede, as corporações enfrentam o desafio de reforçar a segurança de dados e padrões de Governança, Risco e Conformidade (GRC) de TI. Para o vice-presidente de produtos de segurança de rede da Check point, Oded Gonda, a maioria dos fatores que levam ao vazamento destes dados não são “intencionais”, por tanto é necessário um programa de prevenção. “Ao invés de detectar a perda de dados, as empresas devem aumentar a conscientização dos usuários e estabelecer processos adequados para ganhar maior visibilidade e controle dos ativos de informação.” A Prevenção contra a Perda de Dados (DLP) é um dos maiores desafios de segurança de informação e as empresas devem entender as principais

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causas de vazamentos, estabelecendo um conjunto das melhores práticas de segurança para evitar falhas. Especialistas afirmam que entender as necessidades de segurança de dados da empresa é fundamental. Seguem algumas dicas: • Estabelecer uma visão clara e um registro dos tipos de dados sensíveis que existem na empresa, e quais tipos de dados estão sujeitos aos padrões de conformidade governamentais ou setoriais. • Criar uma lista dos tipos de dados sensíveis na empresa e apontar seu nível de sensibilidade. Considerar a criação de um conjunto de modelos de documentos para classificar os dados entre Públicos, Restritos ou Altamente Confidenciais, conscientiza os usuários finais quanto às políticas corporativas e o que constitui informações importantes. • A estratégia de segurança da empresa deve proteger seus ativos de informação sem inibir o usuário final. Defina as políticas da empresa em termos simples que estejam alinhados às necessidades corporativas da companhia, grupo ou funcionário. Soluções de identificação podem oferecer mais visibilidade de usuários e o ambiente de TI para melhor a política corporativa. • As empresas devem considerar a implementação de soluções de segurança de dados que protegem seus dados sensíveis de diversas formas, correlacionando usuários, tipos de dados e processos, e protegê-los durante seu ciclo de vida: dados em descanso, em movimento e em uso. • Avalie os padrões de compliance governamentais e setoriais e

de que forma elas afetam o fluxo corporativo e de segurança da empresa. Considere a implementação de soluções com políticas de boas práticas para adotar regulamentos específicos, como HIPAA, PCI DSS e Sarbanes Oxley, para rapidamente prevenir a perda de dados. Com políticas de boas práticas, a empresa pode focar na proteção proativa de dados além do básico. • Envolva o usuário no processo decisório de questões ligadas à segurança. A tecnologia pode ajudar a educar os usuários sobre as políticas da empresa e capacitá-los a resolver os incidentes de segurança em tempo real. A combinação de tecnologia e conscientização do usuário sensibiliza os funcionários quanto ao comportamento arriscado em técnicas de autoaprendizado. “Com centenas de incidentes envolvendo a perda de dados todos os anos – registrados ou não – os problemas de governança, risco e conformidade são cada vez maiores”, afirma o presidente e fundador do Ponemon Institute, Dr. Larry Ponemon. O pesquisador ainda complementa, “no mundo atual, a segurança de dados significa mais do que a implantação de um conjunto de tecnologias para superar esses desafios. Na verdade, a falta de conscientização dos funcionários é uma das principais causas da perda de dados e está incentivando as empresas a ensinar seus usuários sobre as políticas corporativas em vigor”.

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Porque é uma ideia fantástica disponibilizar iPads para os nossos colaboradores? Por Michael J. Saylor

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uando o Apple iPad chegou ao mercado ele foi inicialmente saudado como uma versão superior do iPod, adequada para mídias sociais e entretenimento digital. No entanto, seu impacto foi muito mais surpreendente e na verdade revolucionário do que se pensou em um primeiro momento, sinalizando o que eu acredito seja uma mudança quântica não apenas na computação pessoal, mas sim em como funciona o mundo dos negócios. Desde julho de 2010, a MicroStrategy, a empresa fabricante de software de Business Intelligence de qual eu sou presidente e CEO, tem disponibilizado iPads para mais da metade de seus colaboradores e nós planejamos continuar com essa iniciativa ao longo de 2011. Acreditamos que isso se trata de um investimento em um futuro que se aproxima rapidamente. O iPad é um tablet revolucionário, pois é a primeira vez que um dispositivo eletrônico, capaz de caber na palma das mãos, contempla uma interface multi-touch. Capaz de substituir o papel como um mecanismo de entrega de informação, fica ao lado de importantes invenções na história da inovação tecnológica, como o próprio papel, a prensa de impressão, a impressora a laser e ferramentas de editoração. Antes não era possível disponibilizar todas as informações críticas para a tomada de decisão nas mãos dos decisores, independente de tempo ou lugar. O advento do tablet é histórico por acelerar a entrega de informação útil com uma ordem de

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grandeza, levando a inteligência a lugares que até agora nunca haviam sido servidos pelos computadores e propagando-a em todos os aspectos da nossa sociedade e em cada canto do mercado. Essa mudança que está em curso pode ser melhor compreendida por meio do entendimento da diferença entre o Desktop Intelligence e Mobile Intelligence. O Desktop Intelligence entrega as informações no ponto de decisão por meio da internet ou computadores pessoais, instalados nos escritórios. Já por meio do Mobile Intelligence é possível obter a mesma informação por meio de smartphones ou tablets, em campo, seja na loja, no armazém, ou em qualquer outro lugar. Considere, por exemplo, o impacto de utilização desses dispositivos em grandes redes varejistas. Tradicionalmente, as decisões sobre inventário e preços tinham que ser tomadas pelos comerciantes necessariamente nos escritórios, utilizando computadores desktop para anal-

isar resultados de todos os pontos de distribuição geográfica. O Mobile Intelligence libera os executivos dos escritórios. Permite que todos, desde fornecedores, gerentes de lojas até executivos corporativos, tomem decisões por meio de uma colaboração mútua entre vendedores e clientes, por exemplo. Os benefícios são imensos, dando aos usuários de tablets a habilidade de negociar acordos e modificar pedidos em tempo real e ainda permitindo que o impacto dessas decisões seja imediatamente percebido e analisado. Pense nas mudanças que ocorrem nas lojas de redes varejistas com grandes volumes de vendas que estão constantemente à espreita e procuram meios de maximizar o espaço nas prateleiras e otimizar a venda de itens como sabão e refrigerantes. Considere ainda como a vida de representantes farmacêuticos, que andam pelos corredores dos hospitais tentando apresentar seus produtos para um médico ou para os compradores de medicamentos, está prestes a mudar. Essas

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Colunistas pessoas não conseguem carregar laptops que os permitam reconfigura as prateleiras ou fazer uma apresentação de um novo medicamento in loco, de forma tão real como eles gostariam que fosse. Mas, por outro lado, eles podem carregar seus iPads ou qualquer outro tablet similar, pois eles são especificamente construídos para essas tarefas, além de serem leves, eficientes, compactos e poderosos. Dentro de nossa empresa estamos vendo essa mudança do desktop para o Mobile Intelligence em primeira mão com a utilização do iPad. Somos capazes agora de fazer tudo mais rápido: identificar problemas, negociar contratos e fechar negócios. Internamente, tomamos todas as nossas decisões críticas, desde a contratação para reorganizar os serviços, de forma mais rápida e inteligente. A informação que influencia todas as nossas decisões está agora prontamente disponível em nossas mãos. Além disso, estamos alcançando consenso de grupo mais rapidamente também.

Com o iPad, reduzimos drasticamente o tempo de resposta de aprovações administrativas como despesas de viagens, pedidos de compras e levantamentos. As respostas referentes às aprovações anteriormente levavam de três a cinco dias e, agora, isso acontece dentro de 24 horas. Você pode estar em um elevador ou em casa e sempre que tiver um tempinho pode manter os negócios em andamento. É inevitável a pergunta “os tablets irão mudar radicalmente os locais de trabalho?”. Como estamos nos movendo em direção a um mundo sem papel e longe da necessidade de impressoras e armários, eu acho que a resposta é sim, sem dúvida. É claro que certas coisas são melhores feitas frente a frente, de modo que sempre haverá uma necessidade de se ter um escritório convencional, com espaço para reuniões e colaborações. Os engenheiros que constroem códigos de software, por exemplo, geralmente obtém mais resultados quando se

agrupam e falam cara a cara. Por outro lado, a operação crítica de valor agregado de um vendedor não ocorre pessoalmente com outro vendedor, ou mesmo frente a frente com um engenheiro ou até mesmo com o seu chefe. A interação crítica é unicamente com o cliente. O tablet nos capacita a passar mais tempo com clientes, fornecedores e vendedores, por permitir estar fora do escritório e em campo. O resultado disso tudo é melhores decisões de negócios em geral e uma revolução no relacionamento entre clientes, fornecedores, distribuidores, gerentes e equipe. *Michael Saylor é fundador, presidente e CEO da MicroStrategy, fabricante de software de Business Intelligence.

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Governo Federal confirma a produção de tablets no Brasil

Após rumores e previsões, o Ministério da Ciência e Tecnologia, finalmente, confirmou que os tablets serão produzidos no Brasil com reduções fiscais. Por Bruna Lavrini (Colaborou Danilo Pádua)

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e acordo com os incentivos fiscais instaurados pela Lei do Bem, o governo federal, por meio do Ministério da Ciência e Tecnologia, deu reduções fiscais para sete empresas que vão produzir seus tablets no Brasil. Dentre as marcas que receberam o alvará está a gigante Apple, e sua parceria de montagem, a taiwanesa Foxconn. Com a fabricação dos dispositivos feita no Brasil, os consumidores terão acesso aos produtos por um valor menor do que os já estipulados pelo mercado nacional. Dentre as companhias que poderão fabricar seu dispositivo no país estão: Foxconn (iPad), Aiox, Envision, Motorola, MXT, Positivo e Samsung. Todas estão dentro das normas pedidas pela Lei do Bem, que dá o direito de incentivos fiscais para os tablets produzidos ou montados em solo nacional.

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Para além do iPad (que tal Muito mais que o iPad?) As expectativas iniciais da produção nacional de tablets giravam em torno do anúncio da fabricação do iPad, da Apple, que será montado, no País, pela Foxconn, uma das principais parceiras da companhia na fabricação, não só de tablets, mas de iPhones e iPods também. Mas as luzes sobre o dispositivo da companhia da maçã diminuíram e, diante das promessas e prazos para a montagem da fábrica taiwanesa no País, o Governo Federal anunciou as outras seis companhias. Dentre elas estão as donas de alguns dos principais concorrentes do iPadÇ o Galaxy Tab, da Samsung, e o Xoom, da Motorola. A Samsung anunciou seu interesse em entrar no programa de redução de impostos em maio deste ano, já em julho, as negociações foram

concluídas e o acordo fechado. Atualmente a companhia sul-coreana já fabrica o Galaxy Tab de 7’ no Brasil, e agora vai incluir a produção das versões de 10,1’ e de 8,9 polegadas, todos com isenção de IPI. O Galaxy Tab, é vendido no país através das operadoras Claro, Vivo e Tim. A Motorola, que já produzia o tablet Xoom no Brasil, passará a revender os aparelhos com as reduções instauradas na Lei do Bem. Chinese Tablet Dentre aquelas que estão formando suas plantas em território brasileiro está a chinesa ZTE. A companhia anunciou, no último mês de junho, que dará inicio a fabricação do seu modelo de tablet no Brasil a partir de agosto, ou seja, se tudo correr como o esperado, o dispositivo da fabricante chegará primeiro ao mercado

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Tablets no Brasil nacional que o tão aguardado iPad “nacional”. A ZTE já negocia no mercado brasileiro desde 2001, com a fabricação de modens para acesso à internet por meio da Flextronics e importação de aparelhos celulares. Agora o alvo da companhia é atacar o mercado de dispositivos móveis com produção interna. A fábrica da companhia está quase finalizada e a previsão é que até o início de 2012, esteja pronta junto do centro de pesquisa e logística, que será o primeiro da companhia na América Latina. Além disso. A ZTE confirmou investimento de R$ 500 milhões no país até 2014, e que 2.500 empregos serão gerados. A medida do bem A legislação que permite os benefícios fiscais é chamada de Lei do Bem e foi instaurada em novembro de 2005, a fim de baratear e fomentar a produção e a montagem de computadores em solo brasileiro. Para incluir os tablets na legislação, o Governo Federal, junto aos ministérios classificou o dispositivo como, microcomputador portátil, sem teclado físico, com tela sensível ao toque. Dada esta nomenclaclatura aos aparelhos, o processo de inclusão na Lei do Bem teve início e, em maio, foi feito o anúncio de que os tablets agora estavam inclusos na legislação, e que empresas nacionais e multinacionais poderiam montar ou produzir seus tablets com taxa zero de PIS/Confins, redução de 15% para 3% no IPI e o imposto sobre importação também sofre reajustes. Os aparelhos também serão inseridos no Processo de Produtivo Básico (PPB). Dentro desta ementa, 20% dos componentes devem ser nacionais e a sua comercialização em regime especial, como incentivo, a carga da ICMS sobre o produto cai. O Governo anunciou uma estimativa que, no total, haverá uma queda de 36% nos valores dos tablets das companhias que entrarem nos programas.

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From Brazil Além da notícia da montagem dos dispositivos que virão de fora, o Brasil viu nascer a poucos dias o seu tablet nacional. Fabricado pela CCE, o dispositivo vai funcionar pelo sistema operacional Windows 7, com processador Intel Atom, tela de 10,1 polegadas, memória de 16 GB, câmera de 1,3 MP e conexão Wi-Fi. O lançamento da CCE foi batizado de Win Touch e foi apresentado na Eletrolar Show deste ano. Segundo a companhia o Win Touch chegará ás lojas em agosto, mas ainda não foi divulgado o preço definido só minicomputador com tela sensível ao toque. A pioneira em produção de tablet nacional foi a mineira MXT. O aparelho foi lançado em fevereiro de 2011, seu custo gira em torno de R$ 1.600,00 a R$ 2.000,00 e se chama I-MXT. O dispositivo trabalha com sistema operacional Android, acessa a internet via Wi-Fi, Bluetooth, e conexão 3G. O i-MXT possui porta HDMI, saída de áudio estéreo, entrada para microfone, GPS, receptor de TV digital e USB. O tablet mineiro ainda conta com duas câmeras, uma frontal e a outra traseira. Mesmo produzido no Brasil, o dispositivo ainda tem preço alto, próximo ao do cobiçado iPad. As produções nacionais não têm dado grandes mostras de que vão popularizar a aquisição de tablets no País, vamos esperar os primeiros aparelhos produzidos e montados sobre a Lei do Bem, pra ver se a tecnologia de fato se tornará muito mais acessível.

Vem ou não vem? Sem dúvidas, a grande expectativa do mercado consumidor era a confirmação da montagem do iPad no Brasil. Até que em abril o Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, fez a confirmação, a taiwanesa Foxconn, parceira da Apple na produção do tablet, viria para o país. De início o mês previsto para o começo da produção do dispositivo era em junho, no mesmo período a data foi postergada para agosto. Mas, dias depois do anúncio de que em agosto já teríamos produção, mais uma vez a Foxconn adiou os prazos, e desde então, ficou firmado que a partir de setembro teremos produção do tablet da Apple em solo brasileiro. Mesmo com todas as trocas de prazos, Mercadante ainda afirma que teremos iPad nacional nas prateleiras até o natal deste ano.

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Alinhamento estratégico da TI: afinal de contas o que é isso? Por Fernando José Barbin Laurindo, professor da Fundação Vanzolini

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m nossos textos anteriores fizemos menção ao alinhamento estratégico entre TI e negócio, visto como algo positivo tanto na literatura acadêmica como de negócios. Mas o que seria alinhamento estratégico da TI? Como conseguir isso? Isso é possível? Benko e McFarlan destacam a importância do alinhamento estratégico e entendem que isso só não ocorre porque não há a clara compreensão do que alinhar. Esses autores definem alinhamento estratégico como “o correto posicionamento das coisas em relação umas às outras” e indicam quais seriam as três coisas a serem alinhadas no caso da TI: o portfólio de projetos de TI, os objetivos de negócios da empresa e a realidade do ambiente mais amplo do negócio em constante mutação. Para eles, os objetivos do negócio podem ser categorizados em objetivos de curto prazo, de longo prazo e objetivos “peculiares”, sendo que este último tipo de objetivo estaria relacionado com o ambiente sofrendo constantes mudanças, como as mudanças na fronteira da informação e novas formas de fazer negócio. Seriam, portanto, diferentes dos objetivos de longo prazo “normais”, que tendem a projetar a realidade atual para o futuro. Assim, não bastam projetos de TI bem sucedidos, mesmo que tenham sido implementados com eficiência. Para entender, podemos usar analogias com fatos da História. Durante a II Guerra Mundial, as ofensivas iniciais dos alemães contra os russos e dos japoneses contra americanos e ingleses tiveram grande sucesso, no começo. Con-

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tudo, embora fossem aliados, não fizeram nenhum esforço para alinhar as ações, agindo de acordo com objetivos próprios e de curto prazo. Por exemplo, se antes de iniciarem as campanhas, os japoneses tivessem, ao menos, simulado ou insinuado que atacariam a então União Soviética, não teria sido possível liberar centenas de milhares de soldados que estavam estacionados no Extremo Oriente e que foram utilizados para barrar o avanço alemão contra Moscou. No decorrer dos fatos, ambos acabaram derrotados pelos Países Aliados que, embora tivessem muitas divergências, planejaram as campanhas com razoável visão de conjunto (pelo menos bem mais do que os países do chamado Eixo). Há, no entanto, autores que chegam a contestar a própria necessidade de um planejamento estratégico da TI. Entre eles, podemos citar Cláudio Ciborra que considera que o sucesso estratégico de aplicações de TI pode ser atingido por meio de um processo gradual e por tentativas, em vez de usar um modelo estruturado de planejamento. Os autores que defendem esse ponto de vista argumentam que as questões de eficiência são as promotoras das aplicações de TI estratégicas. Alguns casos bem conhecidos de sistemas de informação bem sucedidos, com claros e reconhecidos impactos estratégicos não apresentam evidências de terem sido planejados, o que parece corroborar essa linha de pensamento. Segundo Ciborra, para que as empresas obtenham vantagens permanentes, é preciso caminhar na busca pela inovação. Para ele, o alinhamento seria possível quando se leva em conta o fator humano e o fato de

que a TI está embutida nos arranjos sociais e administrativos das organizações. Ciborra sugere ainda que isso implicaria em um processo de planejamento da TI menos formalizado, com maior liberdade de experimentação, de uma postura e aprendizado com as falhas, sabendo tirar partido das oportunidades que surgem durante as tentativas. Pesquisas que realizei ao longo dos últimos 10 anos em empresas que atuam no Brasil sugerem que o alinhamento estratégico é mais uma atitude, uma postura, do que uma técnica ou um procedimento formal. Isso parece caminhar na mesma direção que a afirmação de Luftman, para quem o alinhamento estratégico é um processo. Sendo assim, não seria fácil de ser replicado. Se a TI talvez esteja se tornando uma commodity, o alinhamento estratégico da TI não é. Assim, pode ser uma fonte de vantagens competitivas, por ser escasso e difícil de imitar. Iniciativas como comitês de TI (que recebem as mais variadas denominações), quando adotadas com consciência e não por modismo, contribuem muito para essa “atitude de alinhamento estratégico”. Estes aspectos devem ser considerados quando se realiza uma análise crítica sobre o papel da TI nas organizações e quando se busca o alinhamento estratégico. *Fernando José Barbin Laurindo é professor da Fundação Vanzolini, entidade gerida por professores do departamento de Engenharia de Produção da Poli/USP

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Mudança goela abaixo Por Diego Eis

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mercado de desenvolvimento web no Brasil ainda está engatinhando. Digo isso porque lido com desenvolvedores todos os dias, de diversas empresas e com níveis de conhecimento variados. Como os cursos que faço são bem específicos, cada um dos desenvolvedores vem com problemas e necessidades diferentes. Mas a culpa por esse mercado ser ainda tão “amador” não é desses desenvolvedores. Eles entendem que precisam melhorar seu comportamento e aumentar seu conhecimento. O problema são aqueles que estão na área por dinheiro ou porque “acham legal”. A cultura do mercado de desenvolvimento no Brasil é muito diferente da cultura de países como Estados Unidos, onde os desenvolvedores se unem por uma causa para ajudar a comunidade no mundo inteiro. Foi assim quando os Padrões Web iniciaram. Um grupo de desenvolvedores inconformados com a forma com que se fazia websites, resolveram mudar o mercado. Eles decidiram mostrar para os fabricantes de browsers que eles estavam errados ao tentar monopolizar o mercado e mostraram ao W3C que ele precisava se impor. Sem dúvida, a parte mais difícil foi fazer com que os desenvolvedores se unissem em prol desse movimento, que se chama WaSP (Web Standards Project). O movimento do HTML5 aconteceu basicamente da mesma forma. Só que agora foram os desenvolvedores de browsers que resolveram tomar uma atitude e mudaram o rumo do HTML. Desenvolvedores das empresas Apple, Mozilla e Opera resolveram se unir para reescrever o que eles estavam chamando de HTML5. Eles não estavam felizes com o rumo que o W3C estava dando para o HTML, querendo-o transformá-lo em XHTML, com ideias que só poderiam ser implementadas daqui a alguns anos. Os fabricantes de browsers e também os desenvolvedores de sites tinham necessidades imediatas para melhorar a experiência do usuário. Eles precisamos de novas ferramentas para criar e facilitar a produção de sistemas e websites. Foi aí que os fabricantes de browsers resolveram criar

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um grupo, inicialmente separado do W3C chamado WHATWG. E foi aí que o HTML5 começou a ser reescrito, levando em consideração as necessidades dos desenvolvedores e dos usuários. Nada de promessas longínquas, mas a ideia é ter resultados rápidos, que resolvam os principais problemas de desenvolvimento e que ao mesmo tempo mantenha a retrocompatibilidade dos websites antigos. Por causa dessa fase do HTML5, todo o mercado brasileiro passará por uma seleção natural muito forte. Será agora que empresas irão acordar ainda mais para o mercado de client-side e buscarão desenvolvedores competentes e pioneiros? Se o desenvolvedor não é ativo na comunidade, ele é um provável candidato a ser dispensado. Ter iniciativa nessa área não é preferencial, é obrigação. Não basta chegar no trabalho, escrever algumas linhas de código e ter o sentimento de missão cumprida. O desenvolvedor client-side precisa saber quais os reflexos do seu trabalho ao longo do projeto. Se você é desenvolvedor e está lendo esse texto, provavelmente não deve se encaixar no cenário que citei acima, mas deve conhecer um amigo que se encaixa perfeitamente. Sua missão é tentar mudá-lo. Não é fácil. Eu sinto isso na pele todos os dias quando respondo emails, faço palestras ou em consultorias para grandes empresas. A barreira de aprendizado assusta todos os desenvolvedores despreparados. Mas não há maneira fácil e tem que ser goela abaixo. *Diego Eis é sócio-diretor da Visie Padrões Web, empresa especializada em desenvolvimento e criação para internet.

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Colunistas

Tecnologia e educação: alicerces para uma sociedade evoluída e avançada Por Wladimir Benegas

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e tomarmos como base toda a história do desenvolvimento humano, o que dita o crescimento da sociedade, principalmente na era em que vivemos, é a tecnologia. Nesse caso, não tratamos apenas dos avanços cada vez mais high techs. Assim como os primórdios, como no domínio do fogo e da roda, que foram descobrimentos, os princípios da tecnologia foram fundamentais para a evolução da raça. Dessa forma é correto afirmar que a tecnologia move a cidadania, que é um termômetro para a evolução da sociedade. E, quando trazemos esse avanço para a educação, outro fator crucial para o desenvolvimento humano, esbarramos em diversos pontos um tanto quanto retrógrados. A internet pode ser considerada uma grande biblioteca pública, onde em alguns cliques pode-se fazer pesquisas aprofundadas sobre variados assuntos, sem levar aquela eternidade de tempo de ir até um local físico, procurar os livros certos, o tema, a página correta, e mais uma série de trâmites. Claro, entre milhões de informações que circulam na internet, sempre há aquelas infundadas e errôneas. Há que se ter um discernimento para efetuar a pesquisa e o embasamento, mas nada que passe a imagem de insegurança e fonte não válida de pesquisa, como muitos educadores ainda pregam. Então levantamos um ponto, se nosso cotidiano é tão avançado, inclusive, com essa imensa biblioteca virtual estando presente na palma da mão da sociedade, através de smartphones e tablets, ou até mesmo de notebooks, PCs, televisores e onde mais se acompanhar, como podemos limitar uma geração a usufruir essas facilidades, que assim como o fogo e a roda nos primórdios vieram para auxiliar nosso desenvolvimento? Nosso ponto de embate é claro: nossos educadores precisam estar mais a par das novas tecnologias, usálas a favor, e não temê-las. É necessário tomar conhecimento desses avanços. Alunos, jovens de oito, dez, quinze anos, já estão mais do que acostumados a mexer nesses aparelhos, dominam, de forma intuitiva e não especializada, mas são detentores dessas

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tecnologias, e tudo o que querem é poder desfrutálas também no ambiente escolar. No entanto, o temor que existe entre os professores de estarem atrás dos alunos no domínio desses benfeitores aparelhos, faz com que sejam prontamente descartados. Assim, é preciso que haja incentivos aos educadores, movimentos que passem pelo Estado, pelas escolas, ou até mesmo pelo próprio professor. A tecnologia está à disposição, é necessário usá-la, mas também é preciso estar disposto a entendê-la, ir de encontro a esses novos conhecimentos. Com isso, o mercado já se movimenta e algumas empresas vêem essa disparidade atual entre educação e tecnologia, e se preocupam em agregar valor aos aparelhos. Ao embarcar conteúdo nessas novas tecnologias, elas levam ao professor uma certeza maior de que ali há informações embasadas, que possuam seus devidos créditos e certificações teóricas. Não apenas uma série de informações em um portal da internet. Tudo de forma mais clara, para que o professor possa passar o conteúdo, levando a dinâmica tecnológica para a sala de aula. Ou seja, educação e tecnologia são alicerces para uma sociedade evoluída e avançada. A tecnologia é um meio de guiar e desenvolver a educação, um modo de facilitar o acesso à informação e incluir o país em um contexto mais social. Para o desenvolvimento em bons níveis de cidadania é necessária uma sincronia entre ambas. As ferramentas estão todas aí, a tecnologia não para, agora é preciso alavancar a educação por uma sociedade melhor. *Wladimir Benegas é Sócio Diretor da TSP, empresa que trabalha com plataforma de conteúdo educacional, de entretenimento e cultura para computadores.

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Tecnologia

Ciberataques

Segurança online colocada em xeque Eles tiraram a paz cibernética durante os últimos meses, invadiram os principais sites do mundo. Até o Pentágono norte-americano foi alvo de ciberataques, e registrou o roubo de cerca de 24 mil arquivos. O mundo voltou seus olhos para a ação dos hackers. Por Bruna Lavrini

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IA, Sony, Governo Federal Brasileiro, Polícia do Arizona, Citigroup, Petrobrás, Sega, Pentágono, Polícia Britânica entre vários outros. Estes foram alguns dos maiores portais do mundo que foram invadidos nos últimos meses. Um estudo divulgado no início do ano revelou que em 2010 os cibertaques cresceram 93%, a pesquisa ainda afirmou que a sofisticação das invasões também cresceu muito. A exemplo disso temos os últimos grandes ataques, que colocaram em xeque a segurança dos portais de grandes organizações privadas e governamentais do mundo ficaram reféns de invasões. Eles ganharam visibilidade nos grandes noticiários de todo o mundo, hackers se tornaram uma pauta quase que diária. Além da mídia, conseguiram atenção da polícia internacional, dos governos e dirigentes de grandes companhias privadas. Houve até quem afirmasse que estávamos em meio a uma formação de um exército de cibercriminosos, que continuariam a roubar a paz do World Wilde Web. Todos contra o Lulz LulzSecurity, ou LulzSec, é o grupo de hackers que chamou vários holofotes para si, e que se tornou a estrela dos diários nacionais e internacionais. Assumiu autoria dos ataques aos portais do governo federal brasileiro, Petrobrás, Sony, CIA norte-americana, InfraGad – portal ligado ao FBI, Fox, PBS, IBGE, agência de Polícia Britânica, e tantos outros sites de grande escalão. Se o nome LulzSecurity fosse traduzido fielmente poderíamos chegar a: Rindo da Segurança. Lulz é uma gíria usada na internet para a expressão lol, sigla em inglês para: rindo muito alto, Security: Segurança.

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O LulzSec foi um desagrado tanto para autoridades quanto para outros hackers. Pouco tempo depois do estouro dos ciberataques, grupos rivais formaram o blog LulzSec Exposed. Na página foi exposto tudo o que era descoberto sobre os membros do grupo. Após a divulgação dos dados e de uma investigação feita pelo FBI 14 pessoas foram presas nos EUA acusadas de cibercrimes, todas seriam membros do Lulz. As prisões não agradaram muito a comunidade Lulz, logo após os anúncios, o grupo, que havia afirmado que os ataques tinham chegado ao fim, voltou a atualizar as invasões e ameaças, desta vez o anuncio foi feito em parceria com Anonymous, os hackers que se dizem seguidores do WiKileaks. E parece que a “ciberpaz” está bem longe de ser alcançada. Até o portal de uma rede terrorista foi invadido, o jornal norte-americano The Sun e por ai vai. Seria este o momento do apocalipse virtual? Enquanto uns afirmavam que estávamos vivendo um momento de total exposição na internet, e que uma guerra havia sido declarada, especialistas em segurança afirmaram que as coisas não são bem assim. Para eles o

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Ciberataques

O grupo LulzSec assumiu autoria dos ataques aos portais do Governo Federal brasileiro, Petrobrás, Sony, CIA, InfraGad, Fox, PBS, IBGE e de uma agência da Polícia Britânica, entre outros. “pânico” se deu devido à grande visibilidade que estes ciberataques conquistaram na mídia, e que na verdade até mesmo os portais de grande escalão sofrem várias tentativas e ataques todos os dias. A grande diferença é que os hackers deixaram de serem anônimos, apesar do codinome, eles estão se expondo e mostrando ao mundo cada invasão que é concebida com sucesso. A novidade é esta, os ataques sempre fizeram parte da web, mas antes não ganhavam tanto espaço no diário internacional. Está é a opinião de especialistas, que acreditam que há muitos holofotes em cima do tema. Sony O ataque a Playstation Network deixou a loja fora do ar por dias, e vazou dados de milhões de clientes do portal. A invasão foi realizada em abril, mas as “dores de cabeça” estão rendendo até hoje. Nos últimos dias a seguradora da companhia se recusou a cobrir os danos financeiros causados a Sony pelo ciberataque. Segundo a seguradora a apólice da Sony não prevê a cobertura contra ciberataques e vazamento de dados, e solicitou a corte de Nova York a absolvição sob qualquer responsabilidade de defender ou reembolsar a companhia japonesa.

Nem o FBI saiu ileso dos hackers, o LulzSec assumiu a autoria da invasão que expôs emails, logins e outros dados sensíveis de mais de 180 colaboradores afiliados ao governo norte-americano. Até o portal da CIA ficou fora do ar por várias horas, mas o órgão afirmou que nenhuma informação foi roubada durante o ataque. O Brasil também virou alvo O Brasil demorou a sentir os ciberataques, só no fim de junho o país virou alvo dos Hackers. Algumas semanas após dos “bombardeios” do LulzSec, o grupo anunciou que teria um braço no Brasil. Esta célula brasileira teria invadido o portal da Receita Federal brasileira, Portal Brasil e o Presidência da República. Os sites ficaram fora do ar por algum tempo, mas segundo o Serviço de Processamento e Dados do governo o ataque foi contido e nenhum dado foi roubado pelo grupo. A Petrobrás foi um dos alvos do LulzSecBrazil, poucas horas depois da invasão aos sites do governo, o portal da estatal foi tirado do ar, e o braço do brasileiro do Lulz confirmou a autoria.

Citigroup O Banco divulgou que sofreu um ciberataque um mês após o fato. A invasão atingiu mais de 350 mil contas norte-americanas de cartão de crédito. Desta parcela de usuários os hackers tiveram acesso a nomes, números de contas e contatos pessoais. O Citi informou que dados mais sensíveis, como os que são necessários para aplicação de fraudes, não foram roubados pelos hackers. Segundo o banco as informações foram roubadas no dia 24 de maio, mas o assunto só veio à tona na terceira semana de junho. FBI Affiliate InfraGard/CIA

“Mascote” do grupo LulzSec

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Eventos

2 O Balanced Scorecard

Gestão estratégica para desenvolvimento organizacional CorpBus!ness e Revista Inter IT realizaram a segunda edição do congresso Balanced Scorecard em que grandes empresas discutiram a importância do modelo de administração no desenvolvimento estratégico dos profissionais. Por Danilo Pádua / Fotos: Divulgação

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o último mês de abril, a CorpBus!ness e a Revista Inter IT realizaram a segunda edição do congresso Balanced Scorecard, que contou com a presença de mais de 80 executivos e ciclo de palestras para discutir a importância do modelo de administração de negócios criado pelos professores Norton e Kaplan no desenvolvimento estratégico dos profissionais das organizações, independentemente do porte. Inovação da estratégia com o BSC A primeira apresentação do dia foi comandada por Fanny Schwarz, sócia-diretora da Symnetics, consultoria especializada em gestão de negócios, que comandou o painel “Inovação & Estratégia: A importância da utilização do Balanced Scorecard como modelo de desenvolvimento estratégico de pessoas”, no qual comentou alguns importantes pontos da adoção do BSC não apenas como ferramenta de medição de performance de negócios, mas também como modelo de desenvolvimento de profissionais. “O BSC é mais que um conjunto de ferramentas e metodologias, ele é um conjunto de princípios”, comentou a executiva.

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Fanny continuou sua apresentação citando fatores importantes para a implantação do BSC em uma organização, e mostrou aos congressistas presentes alguns exemplos de mapa estratégico, que, nas palavras dela, sintetizam a estratégia da companhia para a gestão e os colaboradores. Ela finalizou a apresentação comentando que mais de 90% dos colaboradores não entende a estratégia da empresa e é papel fundamental do gestor compartilhar essa estratégia para se cumprir o desafio de fazer a base da organização se integrar à essa estratégia e sentir-se parte dela. A Volkswagen e o BSC Na sequência o Gestor de BSC da Volkswagen do Brasil, Christopher Davies Junior, mostrou um pouco do “case” de implantação do Balanced Scorecard da unidade brasileira da montadora alemã de automóveis. Segundo contou o executivo, o BSC não é uma diretriz corporativa, tanto que a unidade brasileira foi a primeira a implantar a metodologia, em 2007, e – pelos seus resultados positivos (é a 3ª no mundo que mais vende, ficando atrás somente da China, 1ª, e da matriz na Alemanha) – acabou por despertar a “curiosidade” de outras

unidades da montadora que passaram a adotar algumas diretrizes baseadas na metodologia.Christopher mostrou como foi a implantação do projeto na Volks do Brasil, feito através de uma campanha interna que conta com diversas ações motivacionais e de comunicação, como mascote especialmente criado, revista em quadrinhos, mapa de aprendizagem e um programa de reconhecimento, que tem – inclusive – uma grande festa na qual são premiados os funcionários de destaque de acordo com as metas estabelecidas. A palestra do executivo terminou com a apresentação de alguns resultados obtidos com a ação, quando, segundo ele, o engajamento dos colaboradores brasileiros dobrou e o dos executivos aumentou em mais de seis vezes. Implantação BSC na Ticket A apresentação seguinte foi comandada por Sérgio Perez, Gerente de Projetos e Processo da Ticket, que trouxe mais um case para o evento, contando aos presentes um pouco do processo da implantação do Balanced Scorecard na empresa, feito através de um programa criado especialmente para o projeto: o Programa Nortear.

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Eventos

2 O Balanced Scorecard

cesso de produção foi um ponto chave para a Vale na elaboração e desdobramento de sua estratégia. A seguir ela mostrou alguns pontos a se levar em conta para tornar o BSC (ou processo/método/diretriz de gestão) palpável para os funcionários operacionais. Simone afirmou que “é preciso mostrar aos colaboradores que eles fazem parte da estratégia, senão ela vira peça de decoração, algo genérico”. A executiva finalizou afirmando que o mapeamento de riscos também é essencial na definição da estratégia, “é preciso avaliar e considerar potenciais problemas e adversidades”, comentou.

Perez citou que o Brasil é o país mais forte no negócio da Ticket em todo o mundo, e que a estratégia da companhia é definida projetando os próximos três anos, e renovada anualmente. Segundo o executivo, um projeto de implantação de BSC tem que respeitar a cultura da empresa, situação completamente possível em função da flexibilidade da metodologia.Sérgio finalizou sua apresentação contando o histórico do BSC na Ticket, que foi implantado em 2002 e passou pela primeira revisão de mapas em 2007, quando a empresa ainda integrava o Grupo Accor. Em 2011, estava ocorrendo uma nova revisão após a empresa passar a integrar o grupo Edenred.

O BSC na indústria de bebidas

Automatização do processo de Gestão A última apresentação da manhã foi conduzida por Pedro Pereira, Diretor Executivo da Stex, que comandou o painel “Uso da tecnologia para automatização do processo de gestão estratégica”, no qual falou um pouco sobre sua empresa, focada em soluções e sistemas para Gestão Estratégica, e citou alguns problemas recorrentes da implantação de projetos de Balanced Scorecard e Gestão. Segundo Pedro, 95% das equipes não conseguem compreender o BSC, fator que faz com que 90% dos projetos de implantação deem errado. Ele ainda acrescentou que 86% dos gestores gastam menos de 1 hora por mês com o BSC e estratégia. O executivo finalizou sua apresentação mostrando alguns cuidados importantes que as empresas precisam ter na hora da implantação de um projeto de BSC e em sua gestão estratégica, como escolher a melhor solução e destacou quatro passos primordiais para a boa aplicação de uma gestão estratégica: “Traduzir, comunicar, agir e alinhar”, disse. Case da Vale A primeira apresentação após a pau-

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“O BSC é mais que um conjunto de ferramentas e metodologias, ele é um conjunto de princípios”, Fanny Schwarz (Symnetics) sa para o almoço foi conduzida por Simone Soares, Coordenadora do Sistema de Gestão da Vale, que trouxe aos presentes alguns detalhes do processo de adoção e implantação do Balanced Scorecard na mineradora. A executiva iniciou sua palestra falando um pouco da companhia e as nuances existentes na elaboração de uma estratégia para o seu negócio, que é a indústria pesada. Segundo Simone, entender seu pro-

A última apresentação do dia foi comandada pelo Gerente de Planejamento Estratégico do Grupo Schincariol, Dilermando Pessoa, que contou um pouco do histórico da companhia com o Balanced Scorecard. De acordo com o executivo, a empresa aderiu ao planejamento estratégico há cinco anos, e, no grupo, “o BSC, através dos mapas estratégicos, serve para traduzir e tornar acessíveis as informações e diretrizes da estratégia da companhia para os colaboradores”, disse. Explicando um pouco mais do processo dentro de sua empresa, Dilermando contou que o grupo usa um modelo de objetivos estratégicos com 14 itens. Cada um dos objetivos tem um “diretor padrinho”, que acompanha o seu cumprimento, avalia e ajuda na tomada de decisões. O executivo finalizou contando como o BSC também é usado no cálculo e uso da remuneração variável mensal e no PLR da empresa. Um café servido aos presentes e marcado por longas conversas e muito network marcou o encerramento da edição de 2011 do congresso.

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Mercado

Quem é a Geração C?

Quem é a Geração C? Qual é o nosso objetivo como empresa? Por Fernando Arbache

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princípio é compreender que o mercado deseja e busca atendê-lo de forma precisa. Para compreender melhor os mercados, desenvolveram-se diversas pesquisas para criar padrões de comportamento. Percebeuse, ao agrupar pessoas com intervalos de idades semelhantes, uma certa similaridade em seu comportamento, seja ele em seu gosto musical, o modo no qual se vestem, em como comprar, ou, em sua atitude no trabalho, em seu grupo de amigos, ou mesmo na sua forma de expressar. Isto ocorre, a princípio, devido às condições econômicas, sociais e tecnológicas que este grupo de pessoas são inseridos. Vamos exemplificar avaliando algumas gerações: Geração Baby Boomer é aquela que compreende às pessoas nascidas entre, 1946 e 1964 – um dos representantes desta geração foi Bill Clinton, nascido em 1946. Esta geração moldou o termo “American Way of Life”, onde o maior desejo era o consumo. Os Boomers compraram bambolês, Frisbees, refrigeradores, carros rabo de peixe, etc. Buscaram inserir em sua cultura, um modo mais fácil de viver usufruindo de tudo que pudesse agregar em relação a qualidade de vida. Podemos então chamar esta geração de “Geração do Consumo”; Geração X é a geração nascida após o “Baby boom”. Esta geração iniciou-se em 1964, até final da década de 70. Alguns antropólogos definem o final desta geração em 1982. Esta geração nasceu em um cenário mais sombrio em relação ao geração an-

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terior. O mundo estava imerso na Guerra Fria, Guerra do Vietnã, Crise do Petróleo, entre outros problemas. Os membros desta geração buscaram opor-se a felicidade baseada na superficialidade da geração anterior, que visava o consumo como meio de realização. Eles buscaram sua individualidade, sem, no entanto, a perda da convivência em grupo. Buscaram ser mais criteriosos na escolha de produtos, focando qualidade. Houve uma ruptura com as gerações anteriores. Indivíduos do sexo oposto passaram a ser mais valorizado, surgindo a revolução da mulher, a aceitação do divórcio, a possibilidade de tornar-se mãe solteira, não sendo, no entanto, marginalizada pela sociedade. O homossexualismo passou a ser tolerado, assim como, a união entre pessoas do mesmo sexo. O requerimento por seus direitos foi algo que marcou esta geração, com busca intensiva da liberdade, desfazendo as amarras e condicionantes da sociedade. Respeito à família era menor que o de outras gerações. Geração Y, chegou na década de 1980 finalizando, no início do novo século. Esta geração cresceu em meios a novos padrões de vidas, onde a liberdade era um dos pilares. Ao somar esta liberdade, às infinitas possibilidades da internet, surgiram pessoas que passaram a valorizar a interação como meio e consumo. Esta geração deixou de lado a passividade de receber, e passou a querer fazer parte de qualquer coisa que ele estivesse inserido. A Internet começou a prover novos recursos de comunicação permitindo a esta geração transladar seus relacionamentos antes

locais, passando a serem globais. O acesso a informações em um clique, os tornou menos pacientes, fazendo com que o tempo passasse a ter dimensões distintas, com intervalos e cada vez menores. Esta geração inaugurou um novo modo de viver compartilhando tudo, desde sua vida pessoal, até seus conhecimentos. A pergunta é, qual é a próxima geração? Muito vem se falando em uma nova geração a qual denomino de “C” e não seria Z, como se tem discutido em artigos, jornais e em outros meios? Vamos discutir um pouco esta teoria para que possamos ter uma linha de pensamento. A ascensão deste novo grupo, os nascidos após 2003, poderá gerar um grande impacto no mundo, podendo ser semelhante com a ocorrida com o surgimento da Revolução Industrial. Esta geração surgiu flutuando no mundo digital. A internet passou a ser seu oxigênio. Querem testar? Entregue, a um jovem de hoje, um computador com o que há de mais avançado em tecnologia de processamento de dados, de som e de imagem, porém sem possibilidade de conectar-se a internet. Qual seria sua reação? Certamente iria ser de total menosprezo à máquina. O acesso a internet tornou-se mais fundamental do que a velocidade do próprio computador, quando avaliado em termos de processamento. Mais de 95% desta população têm computadores e em sua grande maioria tem perfis em alguma rede social, como o Facebook ou Orkut. Os jovens nascidos a partir da década de 1990, que inclui a Geração Y, vivem por mais tempo na casa dos pais, do que qualquer geração anterior. Esta geração viu conceitos antes nunca discutidos com tanta abertura e

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Mercado

Quem é a Geração C? espontaneidade, como sustentabilidade, transexualíssimo, onipresença, tolerância, entre outros termos que anteriormente eram visto como tabus, ou simplesmente não importavam. Viram a nação mais poderosa do mundo eleger um negro para a presidência. Devemos lembrar que os Estados Unidos aboliu a segregação racial em 1954, sendo que foi a Lei dos Direitos Civis que possibilitou aos Negros votarem e terem os mesmos direitos dos brancos, proclamada, por Lyndon Johnson em 1964. Anterior a esta data, os Negros eram considerados como elementos marginais à sociedade naquele país. Em 2020 esta geração C representará 40% da população dos Estados Unidos, Europa e dos Brics e 10% do resto do mundo. Neste ano, eles já terão se tornado o maior grupo de consumidores em todo globo. A geração C tem como premissa usufruir os serviços que um aparelhos lhe oferece, tornando o hardware apenas um meio, podendo ser descartado logo que surgir um novo serviço, que o mesmo não consiga acessar. Estes grupos de pessoas estão conectados em tempo integral, ou seja, Always On (Tradução livre: sempre conectado). A qualquer hora do dia, ou da noite, ele estará perto de algo como um celular que tenha acesso e poderá fazer suas compras, portanto, as

Geração X 1960 - 1980

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empresas necessitarão estar “ligadas” 24 horas por dia e 7 dias por semana. Atualmente, há 4,6 bilhões de usuários de celulares no mundo, 67% da população total, e 1,7 bilhão de usuários de internet. Em 2020, o número de pessoas usando a telefonia móvel alcançará 6 bilhões, quase 80% do globo, e 4,7 bilhões acessarão a web, principalmente por meio de dispositivos móveis. Com a conectividade a todo momento, a vida profissional e pessoal das pessoas se misturarão As redes sociais possibilitarão maior colaboração entre todos, aumentando intensivamente o universo de relações interpessoais. Os amigos deixarão de ser unicamente o de convívio na escola, ou no local onde se mora, para extrapolar as fronteiras, as culturas, a cor, credo e raça. Atualmente, um indivíduo tem na média, em seus contatos em redes sociais, entre 100 a 200 “amigos” que criticam as fotos, elogiam os pensamentos, sugerem atitudes com seus namorados e interferem em suas escolhas. A privacidade será algo da geração X, que ficou para trás. Hoje todos podem saber quem eu sou, o que gosto, pra onde eu vou e o que eu faço. As redes sociais irão, de modo crescente, determinar os padrões de consumo mais específicos a cada comunidade, sendo necessário criar produtos que at-

endam, unicamente, aquele grupo de pessoas. Desta forma, será cada vez mais importante deixar que os consumidores criem seus próprios produtos. O marketing viral se tornará essencial para o sucesso comercial de uma marca ou um novo serviço. Esta nova geração diferencia-se das outras por um aspecto totalmente diferente, que é a busca da qualidade de vida acima dos ganhos financeiros. Porém, qual o motivo de chamá-las de C? O que me permite fazer esta inferência esta relacionado a maior característica deste grupo de pessoas, que é a CONECTIVIDADE. Connectivity em alemão, Connectivité em francês, Cysylltedd em galês, Connectiviteit em holandês, Connettività em italiano, Conectivitate em romeno, Conectividad em espanhol ou Connectivity em inglês. Se unirmos diversos povos, esta palavra iniciará com a letra C, excluindo, é claro, os idiomas que não usam o nosso alfabeto. Esta geração quebra paradigmas, muda o mundo e reconstrói as relações. Uma geração como esta deve ser denominada com algo que lembre seu modo de vida, sua forma de pensar e de agir. Esta é uma nova revolução que podemos ousar em chamar de “Revolução da Conexão”. Portanto, podemos jogar fora os padrões até agora seguidos e começar uma nova história, que poderá ser contata nas telas do computador, ou

Geração Y 1980 - 1990

Geração C Pós 1995

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Colunistas

Importação de cérebros Por Roberto Carlos Mayer

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escassez de recursos humanos qualificados no Brasil de hoje é um fato bem conhecido: estudo patrocinado pelo MCT em 2009 mostrou que, apenas no setor de Tecnologia da Informação, o déficit deve crescer para cerca de 200 mil posições de trabalho em aberto no ano de 2013. O crescimento econômico do Brasil nos últimos anos, aliado a todos os investimentos que estão sendo feitos, seja em função dos megaeventos esportivos, seja em função da instalação de novas empresas no país, permitem afirmar que esse déficit não apenas foi subestimado (a Copa do Mundo não estava nos planos em 2009), como está se alastrando, cada vez com mais intensidade, para outros setores da economia. Se nas empresas faltam engenheiros, as melhores escolas de engenharia não conseguem atrair suficientes engenheiros recém formados para manter seu nível de pesquisa! A continuada valorização do real, que aliada à inflação interna propiciou nos últimos dez anos a quadruplicação de nossos preços internos, expressados em dólares, dificulta as exportações, mas favorece a importação: os chineses que o digam! Gostaria então de trazer ao debate uma pergunta: por que não usamos o quadro atual, onde o Brasil é tão atrativo aos olhos do mundo, para atrair cérebros de outras nações? Nos últimos 50 anos, várias gerações de brasileiros foram trabalhar em países mais desenvolvidos, em busca de sua realização profissional, levando consigo o investimento em educação feito pelo Brasil. Por quê não podemos fazer o mesmo, aqui e agora, procurando atrair profissionais qualificados vindos de outros países?

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A Lei que vigora a respeito do processo de imigração no Brasil ainda é do tempo da ditadura militar: o chamado “Estatuto do Estrangeiro” (ou Lei 6815) foi aprovado em 19 de agosto de 1980, e nunca mais foi questionado, emendado ou atualizado. Resultado da lógica vigente à época, esta Lei praticamente inviabilizou a imigração legal no Brasil: em 2000, nos 500 anos do Brasil, o IBGE publicou dados sobre a imigração ocorrida até 1959 (http://www1. ibge.gov.br/ censo/ brasil500/ tabelas/ imigracao_ nacionalidade.htm). Depois disso fomos capazes de atrair uma maioria de imigrantes ilegais (a Wikipedia cita 600 mil). Além do problema social, não temos qualquer controle ou gestão sobre a qualificação destas pessoas. Desde 1980 mudamos profundamente a Constituição Federal, e o país atravessou mudanças ainda mais profundas na área econômica e social: definitivamente, está na hora de reavaliar este assunto, em benefício do nosso futuro! *Roberto Carlos Mayer é diretor da MBI, VP de Comunicação e Marketing da Assespro São Paulo, vice-presidente de Relações Públicas da Assespro Nacional e representante do Brasil junto à ALETI (Federação Ibero-Americana das Entidades de TI).

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