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4 - O s C o mando s: Brasil e Estados U nido s da A m érica

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O s p rimeiros o ficiais aviadores d e signados para estagiar nessa U n idade foram:

Major Aviador J o sé de Sampaio Macedo;

Capitães Aviadores Victor da G ama Barcellos, Man o e l J o sé Vinhaes, Jacinto Pinto de Moura, J o sé Annes e A stor Costa;

Segundos-Tenentes Aviadores Hugo Antônio Candeias, Luciano R odrigue s de Souza, Hugo Linhares Uruguai, R icardo H ugo Iwersen, G eraldo Cavalcante Cardoso, Arthur O swaldo César de A ndrade e Luiz Moreira de Saint-Brisson Pereira.

O B o letim 1 0 do Ministério da Aeronáutica, de 1 5 de maio de 1 942, determinou que o s seguintes oficiais do G abinete do Ministro ficassem adid o s à 2 a Z o na Aérea: Capitães Aviadores A fonso Celso Parreiras H o rta, D ionísio Cerqueira de Taunay e O swaldo Pamplona Pin t o . O Comando d a Zona designou e sses oficiais p ara fazerem o e stágio do A grupamento d e Aviões d e Adap tação. Quanto ao material aéreo da Unidade, cabem as seguintes considerações:

À primeira vista, pode parecer que os aviões p ouco tin h am a h aver com as necessidades da h ora. O avião B -25 era um b ombardeio m éd io p ara missões de in terdição, n aturalmente em terra . O B - 18 p ouca eficiência tinh a p ara e ssas missões, p ela sua reduzida velocidade e carga útil. Quanto aos caças não teriam emp rego. É p reciso, n o entanto, considerarem-se dois ponto s . Primeiro, o B -25 foi o avião do E xército mais- apropriado p ara auxiliar a Marinh a nas h oras d ifíceis das primeiras p atrulhas sobre o mar, quando a falta d e material, no início da guerra, obrigou os EU A a lançarem nessa m issão até os p equeno s aviõe s civis particulares . O s B -25, com trip ulantes do Exército, foram u tilizados em e scala razoável na cobertura dos fam o so s comboio s d o Atlântico Norte. Segu ndo, quanto a o s aviõe s de caça, deve-se atentar p ara a situação da época, quando a p osição d o s alemães no n orte da África perm itia admitir-se a p ossibilidade de u ma tentativa de desembarque no Nordeste.

4 - O s Comandos - Brasil e E stado s U n id o s d a A mérica

O s Comandos envolvido s na Segunda G uerra Mundial, no Nordeste b rasileiro, d ividem-se em cinco segmentos, a saber: o da Marinha dos EUA, o do E xército d o s EU A, o da Marinha Brasileira, o do Exército Brasileiro e o. da Força Aérea Bra sileira. - M arinh a d o s EUA - Contra-Almirante Jonas H . Ingram

E m 1 94 1 , para reforçar as operações no Atlântico, o Presidente dos EUA, F .D . R oosevelt, d ecidiu transferir elementos das forças navais do Pacífico para o Atlântico. Tal decisão baseava-se na constatação de que o do-

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mínio do Atlântico era uma condicionante vital p ara o êxito d o s Aliad o s. E m junho d esse ano, a operação completara-se. No correr da mesma, navios de guerra n o rte-americanos começaram a aparecer n o Atlântico S u l e , e sp ecialmente, n o Nordeste.

Pertenciam eles à Força-Tarefa n O 3, da U S Navy, com b a se em S ão João de Porto R ico e a missão d e p atrulhar o Mar das Caraíbas. E sta Força era comandada p elo Contra-Almirante Jonas H oward lngram e seu núcleo p rincipal compunha-se d e quatro cruzadores: o Memphis, o Cincinnat

ti, o Milwaukee e o O m ah a .

J á e m m arço desse ano, o Almirante lngram recebera ordens para ampliar suas patrulhas até Cabo Verde e Nordeste do B rasil. Por isso, a 1 0 d e maio, o s Cruzadores Cincinnatti e M emphis, e ste co m o Alte. lngram, visitaram R ecife. Nessa oportunidade, o Almirante contatou com as autoridades locais, especialmente o Interventor (Governador) e m Pernambu co, o Dr. Agamenon M agalhães.

Para sua m issão, agora d e p atrulhas mais distantes, a Força-Tarefa n O 3 p recisava dispor de b a ses mais próximas. Apó s entendimento s entre os d o is governo s, decidiu o do B rasil permitir que n avios de guerra d o s E U A u tilizassem o s p ortos de Salvador e R ecife, p ara indispensáveis vistorias e manutenção. Assim, o ano de 1 94 1 correu com a intensificação das p atrulh a s no Atlântico Sul, tendo como Base p rincip a l o Porto d e R ecife. Mais tarde, o Alte. lngram recebeu o reforço dos D estróieres Some rs, Jovett, D avis e Warrington, quando então a Força se subdividiu em d ois grup os-tarefas: o GT -3.1 com os Cruzadores M emphis e Cincinnatti e os D e stróieres Warrington e D avis, e o G T-3.2 com os Cruzadores Milwaukee e O m ah a e o s D e stróeires Some rs e Jovett.

Com e ssa Força, o Alte. lngram entrou no ano de 1 942, u tilizando R ecife como sua b a se d e op erações, posteriormente instalando seu Q G n a cidade.

Simultaneamente, as Bases, que e stavam sendo construídas p ara o transp o rte aéreo do E xército americano, aos poucos foram sen d o u tilizadas também pela Aviação da Marinh a americana ligada ao Alte. Ingra m .

Assim é que, em d ezembro de 1 94 1 , chegava a Natal u ma p arte d o E squadrão d e Catalinas VP-52 e o tender Thrush para apoio a o s referido s aviõe s.

Nessa m esma épo ca, chegavam a B elém, Natal e R ecife três compan hias d e Fuzileiros Navais da US Navy, para segurança das instalações norte-americanas. A entrada dessa força armada atentava aos preceitos do D ireito Internacional. D ep ois de algumas d iscussõ e s , acertaram as autoridades dos d o is países que os fuzileiros só p oderiam desembarcar d esarmado s . Para tanto, suas armas foram encaixotadas e guardadas n u m d o s navios da Força.

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Com o tempo, permitiu-se que eles u sassem as armas quando em serviço e, p o r fim, com O rompimento das nossas relações com o Eixo, a o s p oucos as restrições foram abolidas.

Em fevereiro de 1 942, o Contra-Almirante Ingram é p ro movido a V ice-Almirante e sua força, agora denominada 23,já recebera vários reforço s . - Exército dos E U A - Brig. G e n . R ob ert L. Walsh

Até junho de 1 942, quando foi criado o ATC (Air Transport Command) , o Ferrying Command exercia um controle reduzido d o s aviõe s e m trânsito.

A p artir d o A TC, foram criadas as alas (wings). Cada u m a compunhase de um o u d o is grupo s d e transporte. E stes co nstituíam o braço operacion a l das alas e contavam com esquadrões estacionados nas diversas bases. E sta organização, basicamente inflexível, mostrou ser ineficiente, evoluindo então para tabelas de p e ssoal e sp ecíficas p ara cada base, podendo ser alteradas a critério dos comandantes das alas.

Na R ota do Sudeste, inicialmente foram ativadas três alas a saber: a A la do Caribe, co m o QG em W e st Palm B each, na Flórida; a Ala do Atlântico Sul, com o QG, p rimeiro em Atkinson Field, G uian a Inglesa e, depois, transferido p ara Natal, Brasil; e a Ala África-Oriente Médio, com Q G e m Accra, na Colônia Inglesa de Costa do O uro (Ver 2, deste Capítulo). A Ala do Atlântico Sul tinha jurisdição sobre toda a infra-estrutura e transporte de aviões, desde o limite da Ala do Caribe (no início a B ase d e B orin quen Field em Porto R ico e , posteriormente, a fronteira da G uiana Francesa com o B rasil) até a costa da África . Nessa Ala, teve p ap e l importantíssimo a Ilha de Ascensão. A sua u tilização p ermitia o traslado até de aviões de caça. Por isto, co m a concordância dos ingleses, os trabalh o s de preparo da pista e as instalaçõe s começaram em abril de 1 942, e, em julho, u ma p ista de 6 .000 pés e stava pro n ta para u so, com tanques, e stradas, b arracas, h o spital, destilação de água salgada e d ep ó sito de m unição. E m certas situações, o s aviões tinham dificuldade em encontrar a ilha . D a í, u m dito que se popularizou entre as trip u lações: "Se eu não encontro A scensão ...

Minha m ulh e r ganha uma p ensão!"

E m junho de 1 942, com a criação d o ATC, o G e n . R ob ert L. Walsh a ssumiu o comando da Ala do Atlântico Sul, o qual abrangia, também, as tarefa s de um comandante de TO. A seguir, quando u m comando de Teatro foi criado com o n o m e de United S tates Army Forces in South America (US AFSA) , a ssum iu o Comando G eral desse Teatro, instalando o seu Q G em R ecife, mantendo o da Ala em Natal.

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Fig. 156 - Recife, 1942: O Ministro da Guerra, Gen. Eurico Gaspar Dutra, visita os Comandantes do Nordeste. Esq. plDir.: A lIe. José Maria Neiva, Cmt. Naval do Nordeste; A !te. Jonas H. 1ngram, Cmt. da Força-Tarefa nO 3, da U.S.Navy; Gen. Eurico Gaspar Dutra, Ministro da Guerra; Gen. U.S. Anny Robert L. Walsh, Cmt. da ALA do Atlântico Sul do ATC e do TO USA FSA; Brig. Eduardo Gomes, Cmt. daIlaZona A érea, e A lte.A lfredo Carlos SoaresDutra, Cmt.daForçaNavaldo Nordeste.

- Marinh a B rasileira

A 2 de janeiro de 1 942, a Força de Cruzadore s , comandada p e lo Contra-Almirante Jorge D o d sworth Martins, seguiu para o Norte, com a missão de p atrulhar o Nord e ste, tendo estacionado n avios de apo io em Natal, Maceió e Salvador. No final d o mês, a Força recebia, e m R ecife , b ombas d e p ro fu ndidad e , as quais foram armazenadas n a E scola d e Aprendizes de Marinheiro s e na Capitania d o s Portos. Nesta cidade , o enco uraçado São Paulo , e stacionado junto à entrada do Porto, propiciava defe sa com sua artilh aria e supervisionava a rede antitorpedos. A defe sa do porto era coordenada com U n idades de Artilharia de Campanha e Antiaérea do E xército (4).

A 2 1 de julho de 1 942, o Almirante D o dsworth deixa o Comando d o s Cruzadores, sen d o então n omeado�para e ssas funções o Capitão-de-Mare-Guerra Alfredo Carlos Soares D u tra q u e , no próximo m ê s de janeiro, seria p ro m o vido a Contra-Almirant e, já no Comando da Força Naval do Nord e st e , criada e m o utubro de 1 942.

E m 3 1 d e agosto d e 1 942, seriam criados, p e lo D ecreto 1 0 .359, o s Comandos Navais, com as resp o nsabilidades d a s operações e d o apoio d entro

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de suas zonas. Para o Comando Naval do Nordeste, sediado em Recife, foi nomeado o Alte. José Maria Neiva; para o do Leste, sediado em Salvador, o Alte. Alberto Lemos Basto; e para o do Norte, com sede em Belém, o Alte. Gustavo Goulart.

Outro comando da Marinha, de interesse para a História da Aeronáutica, foi o da Base Naval de Natal. Esta grande Base de nossa Marinha já era idéia de antes da Segunda Guerra Mundial. Em 8 de maio de 1941, foram iniciadas as obras de sua construção e, em 20 deste mesmo mês, é nomeado seu comandante o Contra-Almirante Ari Parreiras. Este chefe, notável pela sua dedicação ao cumprimento do dever, deixou exemplos que passaram à história da nossa Marinha, e dignificaram os quadros das Forças Armadas do Brasil. Quando a Base se atrasava no reparo de um navio, colocava uma cadeira no convés do mesmo, e ali ficava, se necessário, a noite toda acordado, diligenciando para que o atraso não se prolongasse (43).

O Alte. Ari Parreiras era amigo fraterno do Comandante da F AB na área, o Brigadeiro Eduardo Gomes, e não foram poucas as vezes que esses dois chefes se procuraram, para, juntos, nas horas difíceis, encontrar soluções para os perigos que ameaçavam o País. Vinham do Tenentismo. Eram homens formados na Escola do Dever e, acima de tudo, pertenciam a uma mesma geração de brasileiros que colocavam sempre a Pátria acima dos seus interesses, por mais legítimos que estes fossem.

Fig. 157 - A bnirante A ri Parreiras

Exército Brasileiro No início de 1942, a área do Nordeste brasileiro incluía duas Regiões

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No quadro geral do Nordeste, assumiu extraordinária relevância a 7a Região Militar, reflexo direto da posição ameaçada da área, em função dos acontecimentos no norte da África. A grande concentração das tropas desviadas para a região acarretou, naturalmente, uma intensa a tividade dos a ltos escalões de comando da região.

A 9 de janeiro de 1943, o Gen. Mascarenhas foi exonerado do Comando, sendo substituído pelo General Newton Cavalcanti. Em seguida, aquele assumiu o Comando da 2 a Região Militar em São Paulo, de onde sairia para comandar a Força Expedicionária Brasileira, que participou da Campanha da Itália, como Grande Unidade do V Exército dos Estados Unidos.

Fig. 159 - General Mascarenhas de Moraes

Força Aérea Brasileira

A Segunda Zona Aérea, 2a ZONAER, compreendia as Bases e os Elementos Aéreos nelas estacionados desde Fortaleza até Salvador.

Para comandá-la, foi designado, em dezembro de 1941, o recém-promovido Brigadeiro do Ar Eduardo Gomes. Sua escolha deveu-se à visão do então Ministro da Aeronáutica, Salgado Filho, que, com o seu patriotismo e o do então Presidente Getúlio Vargas, colocaram, acima de tudo, os interesses nacionais. Por outro lado, o Brigadeiro Eduardo, com sua bagagem de idealismo provado numa vida de lutas memoráveis que lhe davam o respeito de toda a Nação, embora discordando da política geral do Governo, não se furtou à missão, à qual dedicaria todas as suas possibilidades.

A presença desse chefe, no Comando da FAB na guerra, no Nordeste brasileiro, foi um fator decisivo na ultrapassagem de obstáculos de toda

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ordem, de capital importância para os destinos do recém-criado Ministério da Aeronáutica, e para os elevados interesses da própria Nação.

Com uma personalidade marcante e características de liderança muito especiais, desde logo granjeou a admiração e confiança dos grandes comandos da área, assim como conseguiu dos seus subordinados uma dedicação a toda prova, indispensável para superar as tremendas dificuldades de então.

O Alte. Ingram, da U .S. Navy, tinha por ele muita admiração e um respeito comprovado em muitas oportunidades. Na história das atividades da Marinha dos EU A no Atlântico Sul, elaborada pela Seção de História do seu Comando, o Almirante aprovou as seguintes palavras que traduzem o seu conceito do Brig. Eduardo (7):

"Gomes e ra e é um h e ró i nacional no B rasil, um homem forte, com p restígio m uito acima do natural de seu posto. Fre qüente

m ente e ncontrávamos algum a oposição p artindo dele . Contudo,

com o um b rasileiro de patriotism o extremado, compree ndia a ne

cessidade de fortalecer o Nordeste contra uma p ossível agressão

do E ixo . ( ... ) A través da influê ncia de Gomes, o A !mirante conse

guiu p e nn issão p ara usar as instalações de h idros da antiga Condor como Q uartel de Pessoal do Esquadrão VP-52. A lém disso,

Gom es defendia a urgência de um esquadrão de aviões de caça

e de bombardeiros p ara Natal. Idéia da qual o A bnirante compar

tilhava. "(52)

Na parte final da transcrição acima, está a razão pela qual, ainda no decorrer deste ano, começaram a chegar aviões de caça P-40 para a FAB, em Natal.

Fig_ 160 - 1942, o P-40 no Nordeste

412 Do Gen. Robert L. Walsh que comandava as atividades do Exército

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