4 minute read

6 - Os Primeiros Comboios

H ouve até o s que p articiparam de salvamentos, como foi o caso -do C omandante Hermes Cruz, da Panair d o B ra sil, que , n o comando de u m B aby Clippe r, socorreu 5 8 náufrago s d e u m navio torpedeado na Costa do Maranhão.

Na simplicidade do seu registro do fato n o livro de b o rd o , lê-se: 'Tendo p anido, ao clarear do dia 14 de n o ve m b ro de 1942, de Parnazôa, qua

renta m inutos dep o is descemos no local onde a cana situa B arreirinhas.

A li, dep o is de encalh arm os umas 15 vezes ( . . . ) soubemos que B arreirinh as

ficava algumas h o ras (de barco) rio acima ( . . . ) Perdem os cinqüenta m inu-

tos p ara encontrar uma áre a que p emútisse decolagem ( . . . ) B a rreirinhas

foi e ncontrada a 23 m ilhas da costa, e n ão cinco como situa a carta. O pou

so em B arreirinh as foi norm al e dep o is ancoram os p róximo à p raia, onde

atracamos. D epois de pensados todos os feridos, começamos o transp o rte

dos m esmos. "

E nada mais d isse o Comandante Cruz, embora houve sse tanto para dizer. .. Há horas, p o ré m , em que o silêncio fala mais do que a s palavras. A quela, talvez, tenha sido uma delas. As 5 8 vidas salvas pela determinação de um homem testemunham o e spírito da A viação da época, quand o a missão e stava acima de tudo, inclusive de todos o s riscos . - O s Aeroclubes

Merece também destaqu e , n a h istória, a colaboração prestada p elos Aeroclubes. Muitos deles, princip almente o s situados na� cidades do litoral, com seu s frágeis aviões, p restaram relevantes serviços em missõe s de vigilância sob re o mar e em socorro de náufragos .

U m , p o r exemplo , notabilizou-se numa hora d ifícil: o Aeroclube de Sergip e . Por ocasião dos torped eamentos que nos levaram à guerra , foi incansável na b usca e na orientação de náufragos p ara as praia s , proporcionando toda a assistência aos que se salvara m . Distinguiram-se nesses feitos os seguintes pilotos, sócios daquele Aeroclube : Walter d e A ssis Ferreira B aptista, Evandro Freire, D urval Villa Maynard , Lourival B on fim , Walfredo R e sende, Lind oIfo Calaza n s . Muitos outros como e stes, p elo B ra sil afora, não se furtaram aos riscos de vôos temerários sobre o mar, com os m esm o s objetivo s .( 1 )

6 - O s Primeiros Comboios

D esde o início da G uerra, adotara-se o sistema de comboio s , com o maneira mais racional de p ropiciar maior segurança ao tráfego marítim o . Logicamen te , c o m este sistema , concentravam-se meios d e defe sa e m torno de u ma área, evitando-se a dispersão de e sforços na proteção de cada n avio separadamente. E sta solução já resolvera, e m parte, o p ro b lema da segurança d o tráfego marítimo , como se viu nos famosos comboio s do A tlântico Nort e , adotados pelos ingleses.

453

E sta solução compreendia d o is grupo s distintos de n avios, chamados o Trem e a E scolta. O p rimeiro era constituíd o p elos n avios mercantes e o segundo p elos de guerra. O conjunto totalizava até algumas dezenas d e n avios , sob u m comando ú n ico, o Comodoro . O Comandante da E scolta era o respo nsável p e la segurança e , sempre que p ossível, devia ser assegurada u m a cobertura aérea p ara reforço desta segurança .

O s combo io s eram distinguidos p o r letras dos pontos extre m o s d e suas rotas, com o : R io de Janeiro - Trinidad e vice-versa (JT-TJ); Bahia - Trinidad e vice-versa (BT -TE); R io d e janeiro -Florianópolis e vice-versa (R F-FR) . A R ota R io - Trinidad foi d ividida em duas partes , para troca d e e scolta ao largo de R ecife.

Para o controle geral, foi montado em R ecife, Q u artel-General d o ComSoLant , u m centro de plotagem de t o d o s o s n avios e comboio s n o A tlântico Sul.(35)

Inicia lmen te , o serviço de comboio con ferido à n ossa Marinh a pelo ComSoLan t foi o do tráfego entre Recife e Bahia . A seguir entre todos o s p ortos d o Nordeste. Posteriormente, e sta responsabilidade ampliou-se p ara o R io de Janeiro e o extremo Sul, ficando a Força Naval do Nordeste (Marinha B rasileira) resp o nsável pela R ota R ecife-Rio e a Força Naval Sul (Marinh a B rasileira), p elo trecho ao sul d o Rio; de R ecife para Trinid a d , a U .S. Navy era a responsável. Q uando a situação o exigia , h avia intercâm b io de resp o nsabilidades.

454

Fig. 1 73 - Um comboio navegando no li10ral brasileiro

This article is from: