de média hierarquia, ainda ressentidos com os efeitos da chamada Novembrada, os quais assumiram comportamentos de inconformismo, com celebrações e coisas do gênero, pondo em cheque a autoridade do Ministro. Desvanecia-se, desse modo, o culto do profissionalismo apolítico, que não pôde medrar, conforme fora a intenção do Ministro Fleiuss. Na Administração do Major-Brigadeiro Corrêa de Mello (julho de 1957 a janeiro de 1961) sobreveio claro e rancoroso confronto entre Oficiais, uns contra – a maioria – e outros, pró-Novembrada. As lideranças desses últimos filiavam-se às correntes ditas nacionalistas, em voga na ostensiva pregação da propaganda comunista, já referida. Tratavase de identificações que se tornavam cada vez mais sensíveis, à medida em que o processo subversivo comunista evoluía na Aeronáutica e no País. O Ministro Mello, ocupando a Pasta da Aeronáutica em fase politicamente conturbada, foi implacável disciplinador, abstraído do recente passado de crises no País e na Aeronáutica, com suas feridas ainda não cicatrizadas. Ainda na gestão do Major-Brigadeiro Mello, verificou-se o desagradável episódio da sua substituição interina pelo Ministro do Exército, General Henrique Lott, que chefiara a Novembrada e ameaçara Bases Aéreas com o emprego de forças blindadas. Foi uma inábil deliberação, devida, provavelmente, a uma assessoria interessada no acirramento dos ânimos no seio da Aeronáutica.
g Rebelião em Jacareacanga Entre outubro de 1955 e janeiro de 1956, os militares antigetulistas, ligados à UDN e liderados pelos Ministros Eduardo Gomes, da Aeronáutica, e Amorim do Vale, da Marinha, sofreram sérias derrotas. A primeira foi quando viram Juscelino Kubitschek e João Goulart, apoiados pela aliança PSD-PTB, serem eleitos Presidente e Vice-Presidente da República em 3 de outubro de 1955. A segunda quando o golpe militar de 11 de novembro, liderado pelo Ministro da Guerra, General Henrique Teixeira Lott, depôs o Presidente em exercício Carlos Luz e substituiu Eduardo Gomes por Vasco Alves Secco, Amorim do Vale por Antônio Alves Câmara, e garantiu as condições necessárias à posse dos eleitos. A terceira foi quando os eleitos efetivamente foram empossados, em 31 de janeiro de 1956. A campanha presidencial fora marcada pela retórica agressiva de Carlos Lacerda, que num de seus famosos editoriais regularmente publicados no jornal Tribuna da Imprensa de sua propriedade, assim se pronunciou logo depois de confirmada a vitória nas urnas da chapa Juscelino-Jango: (...) A posse desses dois aventureiros irresponsáveis só poderá ser evitada por um ato de força. Nesse mesmo ato se contém a instauração de um regime cuja legalidade tem que ser por ele próprio criada. (...) O problema, já agora, é militar. Inútil fazer mais discursos, inútil escrever novos artigos. Ou os chefes militares já compreenderam isto e vão agir ou não compreenderam e não vão agir. Se não agem, Juscelino e Jango tomam posse. Se agem, eles não tomam posse.” 42