Terapias Naturais 02

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Stress X autorrealização

A revista TERAPIAS NATURAIS é propriedade da Editora Vivência.

Ano 1 – edição 02

outubro/novembro 2017

O link para a versão digital está disponível em nossa página do facebook: www.facebook.com/revistaterapiasnaturais

Contactos para publicidade e redação: Fone (351) 936 568 061 E-mail: editora.vivencia@hotmail.com Editor-chefe e diretor comercial Victor Rebelo Conselho editorial Noémia Rodrigues Revista TERAPIAS NATURAIS Edição bimestral. Portugal. 4 mil exemplares com distribuição gratuita em lojas de produtos naturais, ervanárias, clínicas terapêuticas, institutos, feiras e eventos na área de medicina complementar. As opiniões e artigos publicados nesta revista são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do editor. O conteúdo desta revista é gratuito. Para reprodução, na íntegra ou parcial, na internet ou de forma impressa, é necessário comunicar à Editora Vivência e divulgar a fonte e autor do artigo. Foto de capa: bigstockphoto.com A revista TERAPIAS NATURAIS é uma parceria com:

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A maioria das pessoas reage de forma automática diante de certas situações que surgem na vida. Isso é natural e saudável em determinadas circunstâncias. Por exemplo: se vemos, de repente, algo ameaçador diante de nós, nossa reação instintiva é nos preparamos para lutar ou fugir. Até mesmo o nosso corpo responde biologicamente a esse tipo de estímulo; o ritmo do nosso batimento cardíaco, nossa respiração... tudo se altera. Até aí tudo bem. O problema ocorre quando essa situação de stress (tensão) persiste e toma um tamanho desproporcional e fora da realidade, aumentando o risco de surgimento de doenças psicossomáticas. Chega! Pare de viver essa vida robotizada, sem alma, sem sentido! Pare de viver nessa turbulência emocional, com respostas condicionadas ou automáticas e sem sentido. Comece agora mesmo a sentir esse “mundo” que existe dentro de você, este ser que grita por amor, por afeto; essa inteligência que busca se desenvolver, criar... Onde estão os seus sonhos? Você é uma pessoa que vive para se realizar ou apenas sobrevive num mundo caótico de seres humanos frustrados? Você pode ser feliz! Que tal começar agora sua jornada de autoconhecimento e realização pessoal? Victor Rebelo é comunicador e Life Coach Editor-chefe da revista Terapias Naturais Contactos: editora.vivencia@hotmail.com

ÍNDICE 04 – A ORIGEM DA FITOTERAPIA 08 – OXIDAÇÃO X REJUVENESCIMENTO 10 – AROMAS QUE CURAM 12 – MEDICINA CHINESA 16 – SAÚDE E ENERGIA 18 – MEDICINA DENTÁRIA INTEGRATIVA E BIOLÓGICA 20 – VITAMINA C 22 – ACONTECE


A origem da fitoterapia Um breve resumo sobre a história e a valorização do uso das ervas no tratamento das doenças fitoterapia foi a primeira Medicina do homem e do animal. Todos os povos, em qualquer parte do globo e nas civilizações mais antigas, utilizavam as plantas, quer para alimento, tratamento, vesturário ou abrigo. A sua utilização remonta a muitos milénios. A partir de 3 mil anos a. C., as civilizações foram se desenvolvendo; no Egipto, Índia, Médio Oriente e China foram feitos os primeiros registos escritos de plantas medicinais. O mais antigo foi feito na China, pelo imperador Cho-Chin-Ken, 3 mil anos a. C.; o papiro egípcio de Ebers está datado de 1500 a. C. e na Índia, os Vedas – poemas épicos – também fazem alusão a plantas medicinais, escritos 700 a. C.

De Matéria Médica. Físico preparando um elixir

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Por Noémia Rodrigues

Esta medicina afasta-se da sua misticidade por volta de 500 a. C., quando Hipócrates (460-377 a. C.), grego, o “pai da medicina”, afirmou que a doença era um fenómeno natural e não sobrenatural, exigindo que esta medicina fosse aplicada sem cerimónias rituais ou similares. O mais antigo texto médico chinês, o clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo, do século I a. C., “reforça” a afirmação de Hipócrates: “Ao tratar uma doença, é necessário examinar o contexto geral da mesma, perscrutar os sintomas, observar as emoções e atitudes.”

Intercâmbio comercial

No século II a. C. já se faziam trocas comerciais entre a Europa, Médio Oriente e Ásia, existindo rotas para muitas dessas plantas medicinais. Na Europa (séc. I d.C.), o médico grego Dioscórides finaliza o primeiro herbário europeu De Matéria Medica, obra com cerca de 600 plantas, fazendo alusão a medicamentos à base de plantas. Esta obra foi traduzida em várias línguas (inclusive anglo-saxónico, persa e hebreu) e foi muito influente na medicina

Contribuição árabe Os árabes foram grandes tradutores e sintetizadores de textos médicos. Muitos textos gregos foram primeiro traduzidos para o árabe e depois para o hebraico.

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ocidental, usada na Europa até ao final do séc.. XVII. No ano 512 esta obra tornou-se o primeiro herbário com fotos das plantas nele existentes. Galeno (131-200 d. C), médico do imperador Marco Aurélio, teve também uma grande influência no desenvolvimento da fitoterapia. Ao inspirar-se em Hipócrates, baseou as suas ideias na “teoria dos quatros humores”. Os sistemas europeus, indiano e chinês, embora bastante divergentes, entendem que o desequilíbrio entre os elementos que constituem o organismo é a causa da doença e que o objectivo do profissional da saúde natural é restabelecer o equilíbrio, a maioria das vezes recorrendo a plantas ou suplementos das mesmas. Paracelso (1493 -1541), que teve grande importância no séc. XVI, não aceitou as teorias de Galeno. Afirmou: “Não recorri

a Hipócrates, Galeno ou outro, tendo adquirido os meus conhecimentos graças aos melhores mestres, experiência e trabalho árduo. Aquilo que um médico precisa não é de eloquência nem de conhecimentos de línguas ou de livros, mas de um profundo conhecimento da natureza e do modo como atua”. É dele a frase “depende unicamente da dose o facto de um veneno ser ou deixar de ser veneno”. Foi uma pessoa influente da química, medicina convencional, fitoterapia e homeopatia, realizando diferentes pesquisas. A fitoterapia ocidental surge principalmente das tradições europeias, herdadas dos povos que originaram a Europa actual, mas também está fortemente ligada às tradições nativas das Américas. A partir do séc. XVI, através das importações/exportações, Colombo e Cabral 5


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foram aumentando conhecimentos e trocas com a América do Norte, (séc. XIX e XX). A América do Norte, com os tão conhecidos Eclético e o Fisiomédico, absorveu a tradição herbática dos nativos americanos. Estas plantas ainda hoje estão ligadas à fitoterapia ocidental e lusitana.

Na Europa

Os descobrimentos portugueses trouxeram o conhecimento não só de novos povos e culturas, mas também das suas floras. Portugal foi pioneiro em dar conhecimento destas plantas ao mundo, principalmente as com origem do Brasil, Índia, África e China. Os portugueses utilizavam regularmente novas plantas, como as exóticas, tal como os seus tratamentos, desconhecidos na Europa. O país teve um papel muito importante na informação e tratamentos através de plantas no globo terrestre. Na Europa, entre 1850 e 1900, a medicina convencional tentou criar para si um estatuto de monopólio. A Inglaterra, no ano de 1858, legislou de forma a proibir a

prática da medicina por quem não tivesse formação em escola médica convencional. Esta proposta foi rejeitada. Em Espanha, França, Itália e EUA foi considerada ilegal a prática de fitoterapia sem formação em escola convencional. Na Grã-Bretanha houve grande preocupação em estabelecer a fitoterapia ocidental como alternativa às práticas alopáticas e, por isso, no ano de 1864, foi fundado o Instituto Nacional de Fitoterapeutas Médicos. Esta foi a primeira organização profissional do mundo, prova de união forte na defesa dos seus direitos para administrar aos seus pacientes medicamentos seguros, leves e eficazes. Não só a afirmação da Organização Mundial de Saúde, mas também toda a experiência da medicina tradicional já deram provas de que a medicina nãoconvencional e a medicina alopática podem funcionar bem quando em conjunto, mesmo que a relação entre as duas seja complexa. Basta relembrar em Medicina Ameríndia (American Indian Medicine, University of Oklahoma Press, 1970).

O tratado De Matéria Médica O valioso códice conhecido como Dioscurides Neapolitanus contém o trabalho de Pedânio Dioscórides, médico

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grego que nasceu em Anazarbo, perto de Tarso, na Cílica (atual Turquia), e viveu no primeiro século d.C., durante o reinado do Imperador Nero. Dioscorides escreveu o tratado Perì üles iatrichès, conhecido em latim como De matéria médica, em cinco livros. Ele é considerado o manual médico e farmacopeia mais importante da Grécia e Roma antigas. Foi altamente usado na Idade Média tanto no mundo árabe quanto no ocidental. O tratado é sobre a eficácia terapêutica de substâncias naturais originárias do reino animal, vegetal e mineral.


Um caso famoso

Virgil Vogel dá um grande exemplo da medicina popular “ignorante”, que mais uma vez ultrapassa a compreensão científica referente à sua terapêutica. Em 1535–1536, três navios de Jacques Cartier ficaram presos numa fortíssima camada de gelo. Os seus tripulantes, em número de 110, subsistiram através das suas provisões. Surge o escorbuto, a maioria morreu, apenas três ou quatro sobreviveram, mas de tão doentes que estavam abandonaram a esperança da sua recuperação. Cartier encontrou o chefe da tribo local – Domagaia – que se curara dessa mesma doença com o suco de uma determinada árvore. Os nativos da tribo colheram ramos dessa árvore “mágica”, cozendo as suas folhas e cascas de forma a obter uma decocção, e colocavam ainda as borras nas pernas. Todos os que foram tratados desta maneira recuperaram rápido a saúde. Os franceses, estupefactos, admiraram “esta técnica de cura dos nativos”. Este nativos desconheciam na sua totalidade a vitamina C e as consequências da sua carência, tal como o escorbuto, nem porque resultava o tratamento. Cerca de 200 anos depois, em 1753, James Lind

Sabedoria antiga A fitoterapia ocidental surge principalmente das tradições europeias, herdadas dos povos que originaram a Europa atual, mas também está fortemente ligada às tradições nativas das Américas.

(1716-1794), cirurgião naval britânico, influenciado em parte pela informação de Cartier, publicou Um Tratado sobre o Escorbuto (A Treatise of the Scurvy), onde informava que esta doença poderia ser evitada com ingestão de legumes e fruta fresca e que esta patologia devia-se a falta destes alimentos. Este é um exemplo formidável do que se pode obter combinando a medicina alopática, com abordagem científica, aos conhecimentos da fitoterapia tradicional. Seria bom que todos os profissionais se unissem em respeito mútuo, em prol do paciente, de forma que a sua saúde futura seja melhorada, e relembrassem sempre que, ainda hoje, as plantas fazem parte de muitos medicamentos químicos. Noémia Rodrigues é terapeuta e presidente da Associação Portuguesa de Fitoterapia Clássica. Site: fitoterapiaclassica.wixsite.com/apfc

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Oxidação x rejuvenescimento Quais os benefícios que o hábito de beber água alcalina pode trazer para a saúde? Por Dra. Manuela Cerejeira

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abe por que as doenças crónicas se tornaram uma verdadeira epidemia desde a Segunda Guerra Mundial? E porque é que começam em pessoas cada vez mais jovens? Está comprovado de forma científica que elas estão intimamente relacionadas com o nosso estilo de vida ocidental: dieta hipercalórica, alimentos refinados e processados, abuso de medicação hormonal, pesticidas, poluentes, sedentarismo, excesso de radiações electromagnéticas, stress, emoções e pensamentos nãopositivos e nem construtivos, crença de que a felicidade depende do “ter” e de “condições especiais” que, aparentemente, nunca estão ao nosso alcance, etc. Em medicina, as doenças são complexas mas a origem das mesmas é simples. Todas elas têm de base os mesmos processos de desregulação! As causas da desregulação podem ser várias em simultâneo: ansiedade, má alimentação, vida sedentária, tabaco, álcool, pesticidas... No entanto, todas estas causas levam a uma mesma situação: inflamação. A inflamação gera mais inflamação e, esta, gera acidificação e oxidação nos órgãos e tecidos atingidos. Estes, ao fim de algum tempo, dão sinais e, consoante o órgão afectado, temos

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um diagnóstico diferente: diabetes, obesidade, Alzheimer, enfarte cardíaco, asma, gastrite, reumatismo… Assim, um corpo acidificado e oxidado entra em desgaste e envelhece. Então, a regulação e o reequilíbrio passam sempre por três pilares: eliminação de toxicidade, alcalinização (ou seja, desacidificação) do corpo e combate à oxidação através de antioxidantes. Como o podemos conseguir facilmente? A forma mais simples é bebendo água alcalina ionizada com propriedades antioxidantes! Deste modo devolvemos o equilíbrio ao corpo, desacidificando-o, desoxidando-o e, portanto, reequilibrando-o e rejuvenescendo-o. A ação desta água é comparável a introduzir na sua vida os seguintes hábitos alcalinizantes e antioxidantes: consumo generoso de fruta e vegetais, de preferência biológicos e crus, mais a prática diária de exercício físico, contacto com a natureza, atitude mental positiva e higiene emocional! Temos capacidade para reverter tudo e para escolher viver de outro modo! Desperte do adormecimento coletivo da sociedade que o rodeia e escolha, de modo consciente, ser saudável e ter vitalidade. Ser saudável é mesmo uma escolha consciente!



Aromas que curam

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ntrevista com a terapeuta Ana S. Miramon, licenciada em Fisiologia do Exercício e Saúde, com a pós-graduação em Reabilitação Cardíaca e Exercício Físico. É responsável pelo Espaço Bio-Natural, em Lindaa-Velha, Algés, que agrega diferentes terapias. O que é aromaterapia? A aromaterapia é uma ciência de um ramo da fitoterapia, que consiste no uso de óleos essenciais para tratamentos baseados no efeito curativo das plantas. Os óleos essenciais são geralmente administrados por uma das três condições: aromatizado com difusão (tratamento pelas moléculas de “cheiro”, os aromas), aplicação tópica na pele ou tomado internamente como suplementos dietéticos (quando certificados pela CPTG – Certified Pure Therapeutic Grade) e desta forma provocarem alterações positivas na saúde do indivíduo. Como ocorre este processo terapêutico? Os óleos essenciais de grau terapêutico são geralmente extraídos através de um processo de destilação a vapor de baixa temperatura, no qual o vapor circula sob pressão através do material vegetal, liberando os óleos essenciais no vapor. À medida que a mistura a vapor arrefece, a água e os óleos são separados e o óleo é recolhido na sua forma pura. Para garantir a composição química correta da melhor qualidade do óleo essencial, a temperatura e a pressão devem ser monitoradas de

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forma muito controlada. Muito calor e pressão não liberam o óleo do vapor, podendo alterar a composição química de um extrato e alterar a sua potência. Quais são os benefícios psicoemocionais, energéticos e físicos? No campo da psico-aromaterapia e psicoaromatologia estuda-se as unidades cerebrais e a atuação dos óleos essenciais no nosso sistema límbico – ou seja, na nossa esfera emocional e comportamental. Utiliza-se os conhecimentos do campo da neurociência e ciência psicossomática. Atualmente, a psico-aromaterapia tem se associado à psicologia analítica junguiana, estrutura arquetípica, com o tratamento com os óleos essenciais. É a partir dos conhecimentos descobertos na psico-aromaterapia que as terapias aromáticas são desenvolvidas, aproveitando com cuidado científico todos os recursos preciosos dos óleos essenciais na busca do equilíbrio físico, mental e emocional. Atualmente a psico-aromaterapia já possui resultados comprovados como terapia complementar em tratamentos de stress, ansiedade, insônia, distúrbios de atenção, de concentração, na elevação da auto-estima e autoconfiança, problemas digestivos, falta de ânimo, dores localizadas e mal-estar emocional. Contactos: Tel.: 932 227 922. E-mail: espaco.bionatural@gmail.com Facebook: Espaço Bio-Natural

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Quais são os benefícios psicoemocionais da aromaterapia como tratamento complementar?



Medicina chinesa Entenda os conceitos básicos da visão holística da MTC, que associa cada órgão a uma energia específica

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Por Vitor Pinto / www.facebook.com/vitor.pinto.7583

ara a Medicina Tradicional Chinesa – MTC ou MC – o conceito de órgão presente na medicina ocidental (fígado, coração, baço-pancreas, pulmão, rim) encontra-se inserido e definido, em grande medida, na noção oriental de sistema energético. Na medicina chinesa, o corpo humano, bem como toda a natureza (microcosmos do macrocosmos), é estruturado por 5 grandes dinamismos energéticos, genericamente designados por 5 elementos, ou mais correctamente por 5 movimentos. Estas 5 formas de energia presidem e estruturam o organismo humano de forma coerente, integrada e reactiva ao meio ambiente. Cada um dos órgãos tem uma directa correlação, à luz da interpretação oriental, com uma forma específica de energia. A história da migração dos conceitos da medicina oriental para o Ocidente levou, inevitavelmente, a uma interpretação dos mesmos à luz dos conceitos ocidentais Meridiano: madeira Órgão: vesícula biliar Estrutura: músculos/tendões Sentidos: visão Psicologia/entidade visceral: coragem/estratégia (Hum) 12

presentes à época. Assim, a forma mais simples de conseguir transmitir as noções associadas aos sistemas energéticos foi correlacioná-las com a noção, já relativamente bem estabelecida, de órgão. Este paralelo tem de facto uma sustentação lógica, pois dentro do sistema oriental a noção de órgão encontra-se presente, na realidade a estrutura anatómica do órgão e as suas funções têm grande preponderância, e são elas próprias, também, uma estrutura nobre dentro do sistema energético oriental.

Sistema energético

Grande parte dos sinais e sintomas contemplados dentro da sintomatologia associada ao sistema energético é da responsabilidade do órgão e a sua função, mas não se limita a este. Cada uma das 5 energias específicas tem sobre a sua responsabilidade diferentes estruturas que emanam directamente das diferentes características que a energia

Meridiano: fogo Órgão: coração Estrutura: intestino delgado/ vasos sanguíneos Sentidos: consciencial/cérebro Psicologia/entidade visceral: alegria de viver (Shen)

Meridiano: terra Órgão: baço/pancreas Estrutura: estômago/tecido adiposo Sentidos: paladar Psicologia/entidade visceral: raciocínio (Yi)


vai adquirindo ao longo do seu trajecto cíclico pelo organismo, transitando entre estados de mais dinamismo (yang) ou menor dinamismo (yin), traduzindo-se inevitavelmente em diferentes organizações da matéria subjacente (órgão, víscera, estrutura, órgão dos sentidos, aspecto psicológico). Assim, quando um médico da medicina tradicional chinesa diz ao seu paciente, em consulta, que tem o fígado Meridiano: metal Órgão: pulmão Estrutura: intestino grosso/pele Sentidos: olfato Psicologia/entidade visceral: alma corpórea (Po)/ instinto de sobrevivência

desequilibrado, na realidade pode não existir qualquer disfunção física no órgão, ou até na sua função, pois o paciente pode apresentar sintomatologia em outras áreas influenciadas por esta energia (“madeira”), músculos ou tendões, órgão dos sentidos (visão) ou até desequilíbrios psicológicos que envolva o aspecto mental do “fígado” (hun), alterações de humor, irritabilidade, depressão, etc. A medicina chinesa procurou compreMeridiano: água Órgão: rim Estrutura: bexiga Sentidos: audição Psicologia/entidade visceral: força de vontade (Zhi)/ perseverança 13


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Popularidade da acupuntura

ender o corpo humano como um sistema integrado e coerente, onde, na sua estrutura, a interdependência está presente e é fundamental para a sua compressão. Não existe alteração passível de se verificar de forma independente, a afectação do meridiano (trajecto energético) vai invariavelmente afectar todo o sistema, pois as energias transitam continuamente, permeando toda a estrutura, dando-lhe organização e resistência, até que no seu limite adquirirem as características do próximo elemento (madeira-fogo-terrametal-água) e, assim, sucessivamente. Na visão ocidental, estabelecer uma ligação entre a irritabilidade, mudanças de humor, dores de cabeça, tensão muscular e menstruação dolorosa pode se tornar mais difícil, mas, na realidade, para a medicina chinesa encontra-se plenamente justificada quando colocados à luz dos sistemas energéticos chineses. Como consequência, quando em consulta, independentemente do paciente apresentar uma enxaqueca como queixa 14

Os primeiros registos oficiais da medicina chinesa (MC) surgiram com o livro O Cânone Interno do Imperador Amarelo, um texto com mais de dois mil anos. Desde então, os princípios terapêuticos, técnicas e métodos foram sendo cada vez mais estudados até à atualidade. A acupuntura é o ramo mais conhecido da MC. No entanto, fazem também parte da MC a farmacopeia, tuina, dietoterapia e o qi gong. A acupuntura provavelmente é o ramo mais difundido, não apenas devido à sua eficácia, mas também pela fácil aquisição dos instrumentos de trabalho e pela curiosidade que se gera no público quando se introduzem agulhas no corpo para gerar um efeito terapêutico. Tendo em conta a propagação deste fantástico método de tratamento, a busca pela terapêutica natural apresenta hoje o seu auge, fazendo, assim, com que cada vez mais os profissionais indaguem por formação especializada na área. Em resposta às necessidades inerentes aos terapeutas, dois especialistas nesta área – José Fontes e Márcio Franco – fundaram o Chinese Knowledge Center, um centro que proporciona formações de qualidade nas diferentes áreas da MC. Os dois especialistas são diretores clínicos da Clínica José Fontes e do FisioQi – Centro de Terapias, respetivamente, ambos localizados na zona norte do país. Contactos: 917 288 102/ 916 291 950.

principal, o médico procurará tratar a raiz do problema, todo o sistema, eliminando assim todo uma série de sinais e sintomas concomitantes presentes no quadro clínico, eventualmente uma hipertensão associada, cãibras nocturnas, tensão cervical, labilidade emocional ou depressão, etc. Esta marca de facto uma grande diferença entra as duas abordagens. A visão integrada do quadro clínico do paciente pela medicina tradicional chinesa procura debelar a raiz do problema e, assim, simultaneamente, eliminar o sintoma.



Saúde e energia Açaí na tigela. Uma alternativa mais saudável aos tradicionais sorvetes

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açaí é uma fruta proveniente do Estado do Pará (Amazónia), no Brasil. Nesta região, a população local costuma consumir o açaí de várias maneiras, até mesmo em refeições e como acompanhamento a pratos com peixes. Em 2004, algumas indústrias no sudeste do Brasil começaram a formular açaí com guaraná e tornaram o sabor mais concensual. A partir daí, o açaí começou a conquistar todo o Brasil na forma de consumo “açaí na tigela”, misturando ao preparado outros frutos e cereais. Em Portugal, o açaí vem conquistando cada vez mais o gosto dos portugueses. Para falar sobre o tema, entrevistamos Luis Fagulha, 56, empresário responsável pelas marcas A Casa da Fruta, Açaí Native e Brasfrut, que importa somente o açaí orgânico/biológico. Quais são os principais benefícios para a saúde e quais as principais vitaminas encontradas no açaí? O açaí é um super alimento, é a escolha de quem pratica um estilo de vida saudável e pretende prevenir doenças e o envelhecimento. O açaí é o fruto com o maior índice ORAC (medida da capacidade antioxidante de uma substância). Tem 184, cerca de 6 vezes mais que os mirtilos, que tem um ORAC de 32. É rico em ácidos gordos monoinsaturados, ómega 6 e 9. Além de outras propriedades, o açaí é um regulador dos níveis de colesterol (bom e mau). Tem vitaminas E, B1, B2, B3 e ferro, que previnem a anemia e fortalecem os músculos. Também apresenta alto teor de proteínas, potássio e cálcio, o que contribui para a

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prevenção da osteoporose e ajuda a manter os ossos fortes. Ele ainda eleva a resposta imunológica e acelera o metabolismo. Por que é comum as pessoas que praticam atividades físicas consumirem açaí? Devido às suas propriedades nutricionais, aumenta o metabolismo, fortalece os músculos, não cria massa gorda nos mesmos, previne cãibras e dá mais resistência aos atletas. O açaí puro tem aproximadamente 74 calorias, sendo que grande parte das mesmas é proveniente dos seus ácidos gordos monoinsaturados. Por que a Casa da Fruta decidiu investir na missão de trazer o açaí para Portugal? Fomos os primeiros importadores de açaí na Europa, em 1999, época em que somente era conhecido e consumido no norte do Brasil. Sendo um fruto brasileiro que já trabalhamos há muitos anos e pela nossa parceria com a Brasfrut, no Brasil, empresa líder no mercado de polpas de fruta, até podíamos importar o produto formulado já do Brasil, mas preferimos investir, há quatro anos, numa indústria local para dominarmos todo o processo de produção e adaptarmos o produto ao consumidor europeu, seguindo as regras europeias de segurança alimentar. A Casa da Fruta/ Açaí Native / Brasfrut. Tel. (351) 217 541 578. E-mail: info@acainative.com



Medicina dentária

integrativa e biológica Entenda por que a saúde dos dentes contribui para o bem-estar geral do corpo e da mente

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Medicina Dentária Integrativa é uma medicina dentária muito semelhante no que diz respeito às técnicas que utiliza para tratar as patologias dentárias e da cavidade oral em geral. Tem, contudo, um enfoque holístico, considerando a pessoa como um todo, uma unidade da qual fazem parte os dentes e que estão totalmente conectados com o resto do organismo. Por esta razão, um problema dentário, um tratamento efetuado, um material utilizado na boca podem ser causa ou influenciar fortemente problemas de saúde geral. Esta é a base do que é conhecido como a Medicina Dentária Neurofocal. Para falar sobre o tema, entrevistamos a Dra. Joana Vasconcelos e Cruz, médica dentista, diretora técnica responsável pela área de medicina dentária da Clínica Viver, em Lisboa O que se faz de diferente na Medicina Dentária Biológica? A primeira consulta já é diferente. Nesta, é feita uma entrevista direcionada para a saúde física-emocional-mental que pode ser de enorme importância, não só no momento da decisão acerca do método de atuação em boca, mas também na relação do que está a afetar os dentes com o restante organismo. Os materiais são cuidadosamente selecionados de modo a evitar que sejam colocados em boca materiais irritantes ou intolerantes para cada pessoa individualmente. Se já tem materiais em boca, pode testar se estes estão a interferir com a sua saúde geral. A grande maioria das pessoas tem os dentes restaurados com amálgamas dentárias

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(chumbo). Estes materiais contém mercúrio e outros metais pesados que são extremamente prejudiciais para a saúde. O mercúrio libertase na boca através de vapor e de correntes elétricas que se formam quando comemos, quando escovamos os dentes, quando estamos na presença de wi-fi, etc. No entanto, a remoção destes materiais deve obedecer a protocolos de segurança muito rigorosos. Em que outras áreas se apoia? Nutrição – medidas nutricionais podem demonstrar-se decisivas na mudança do estado da cavidade oral. Existem componentes da dieta que têm um importante papel na prevenção da progressão de lesões de cárie, promovendo a sua remineralização. Recorre-se também à medicina ortomolecular para, através de suplementos naturais, ajudar a combater potenciais carências nutricionais e a equilibrar o organismo. Com isto, reduz-se a necessidade de medicamentos de origem química e os efeitos secundários associados. Fitoterapia – muitas plantas possuem propriedades de extremo interesse para o tratamento de patologias da cavidade oral, sejam estas agudas ou crónicas. Aromaterapia – tira proveito das extraordinárias propriedades dos óleos essenciais, sobretudo do seu poder desinfetante, constituindo, por isso, uma possível alternativa aos antibióticos e anti-inflamatórios químicos. Também se apoia na homeopatia, terapianeural, osteopatia, acupuntura e ozonoterapia. Informações: Clínicas Viver / clinicasviver.com.pt Fones: 936 150 690 / 213 152 755



Vitamina C Fundamental para a saúde, ela pode ser ingerida por meio de diversas frutas ou suplementos Mais informações: lusodiete.com

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omo seria normal, uma ponderada alimentação deveria garantir-nos um aporte suficiente de nutrientes, indispensáveis à saúde e ao nosso bem-estar. Um regime alimentar equilibrado e a prática regular de exercício físico são os melhores métodos para manter a saúde e a boa forma física, permitindo, assim, nutrir o organismo e queimar os excessos de calorias ingeridas. Estes conselhos são óbvios e simples, mas, ao mesmo tempo, são difíceis de seguir, sobretudo para quem já tem excesso de peso ou é obeso. Durante os regimes de emagrecimento, as dietas alimentares podem ser algo desequilibrado e deficitário em vários nutrientes, pelo que é imprescindível compensar a redução da ingestão de elementos essenciais e prevenir estados carenciais de vitaminas, minerais, oligoelementos, proteínas, ácidos gordos, enzimas e coenzimas, carências que podem originar distúrbios nervosos, comprometer o desempenho das defesas imunitárias e acentuar a fadiga física e mental. Os alimentos com características energéticas constituem o combustível para a produção de energia no organismo; os proteicos desempenham um papel fundamental na reconstituição do músculo. Os sais minerais aceleram a reposição dos minerais eliminados pelo suor e ajudam a evitar a desidratação. Os antioxidantes apoiam o sistema imunitário na defesa contra a actividade dos radicais livres; os ácidos gordos essenciais são fundamentais na protecção das articulações, coração, nervos, músculos, cérebro e células em geral; e as vitaminas são

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fundamentais na maioria dos processos metabólicos do organismo. De realçar a vitamina C, primeiro antioxidante hidrossolúvel do organismo e que contribui naturalmente para protecção das células. Concorre para minimizar os danos causados pelos radicais livres e estimula o sistema imunitário. Fortalece os vasos capilares e as paredes celulares, sendo importante na formação do colagénio (proteína do tecido conjuntivo). Deste modo, a vitamina C contribui para evitar equimoses, promover a cura dos ferimentos e conservar os ligamentos, tendões e gengivas. Colabora na produção da hemoglobina nos eritrócitos e na absorção do ferro dos alimentos, entre outras propriedades importantes para o organismo. A dose diária recomendada de vitamina C de origem vegetal é de 40 mg (80 mg para os fumadores), mas mesmo os técnicos de saúde, com realce para os nutricionistas mais conservadores, aconselham as 200 mg, recomendando ainda doses mais elevadas para o tratamento de doenças específicas. Consumir menos de 10 mg diários pode causar o escorbuto e menos de 50 mg diários têm sido associados ao risco acrescentado de doença cardíaca e cataratas. Doses elevadas (mais de 2.000 mg diárias) podem provocar diarreia, flatulência e sensação de enfartamento. A este nível pode afectar a absorção do cobre e do selénio. Principais fontes naturais de Vitamina C: Acerola, citrinos, morangos, kiwi e brócolos. Também recomendamos o Vitacerol C, um produto Lusodiete. Suplementos e vitaminas da LUSODIETE: Tel. (351) 21 483 7271. Site: www.lusodiete.com


Aloé Vera Uma panaceia universal

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riginário de África, mas facilmente trazido e adaptado em outras partes do mundo, o Aloé Vera é uma planta muito útil, uma suculenta perene da família Liliaceae. Não são apenas plantas bonitas, mas também nos fornecem alguns benefícios medicinais e cosméticos muito importantes. O nome Aloé Vera vem da palavra ‘Alloeh’, que significa ‘substância brilhante e amarga’ em árabe, e ‘Vera’, que significa ‘verdade’ em latim. As suas folhas têm sido usadas há milhares de anos para cicatrização de feridas, alívio de picadas de insetos, cuidado de pele queimada, cuidados gerais da pele, problemas digestivos e muito mais.

Os cientistas gregos chamavam o Aloé Vera da panaceia universal, porque é um remédio potente para muitas doenças. É também utilizado na medicina ayurvédica. É um ingrediente importante em muitos cosméticos, porque tem propriedades antimicrobianas, é muito hidratante para a pele e tem propriedades de antienvelhecimento. Estimula a produção de colagénio e alastramento de fibras, o que torna a pele mais elástica e menos enrugada. O Aloé Vera tem ainda um efeito amaciador e regenerador e mostra-se eficaz contra a caspa e queda de cabelo que decorrem da seborreia. Fonte: www.efeitoverde.com

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Trecho do artigo de Renate Hoorntra


Acontece! APNA e APFT estiveram na Feira Alternativa de Lisboa Nos dias 8, 9 e 10 de setembro, a Associação Portuguesa de Naturopatia – APNA – e a Associação Portuguesa de Fitoterapia Clássica – APFT – estiverem presentes na Feira Alternativa de Lisboa. Esclareceram as pessoas que se dirigiram ao seu espaço, explicando o que eram a naturopatia e a fitoterapia. Mostraram aos visitantes as plantas consideradas “daninhas ou invasoras” e que, afinal, tanto bem fazem para a nossa saúde. Ensinaram, ainda, os cuidados que devemos ter com os alimentos que ingerimos, os tipos de alimentos e quando se deve usar.

Alertaram para o cuidado a ter com os produtos biológicos, porque alguns deles mais não são do que a venda de “gato por lebre”.

Cursos em Lisboa

Congresso sobre alimentação, obesidade e diabetes Nos dias 17 e 18 de março de 2018 vai realizar-se em Lisboa o II Congresso Internacional de Naturopatia e Fitoterapia, cujo tema é Alimentação, obesidade e diabetes. Será organizado pela APNA e a APFC. Este evento tem o apoio da Câmara Municipal de Lisboa. A entrada é gratuita e aberta a toda a população. NOTA: No dia 30 de setembro passado, a APNA esteve presente no VI Congresso Galego de Naturopatia, organizado pela FENACO, com quem tem parceria.

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* Em novembro, a APNA e a APFC irão proporcionar os cursos de Suporte Básico de Vida, com DAE (1 dia); Primeiros Socorros (2 dias) e Primeiros Socorros com Suporte Básico de Vida e DAE incluído (2 dias). Estes cursos serão ministrados pela HelpCare – Centro de Estudos e Formação Profissional especializada. Os certificados serão passados pela HelpCare, entidade certificada pelo INEM e DGERT. * Dia 16 de novembro haverá formação gratuita para os associados. Esta formação será dada pela EWH – Gama MRL de Nutrição com Cogumelos. Certificados passados pela EWH, com aval das associações. Inscrições limitadas. * Em novembro e dezembro, a APNA e a APFC irão fazer formações gratuitas para os seus associados com quotas em dia. A todos os outros interessados as mesmas terão custos. Tema: Importância dos Suplementos Naturais na nossa saúde. A empresa Balanceform – Focofarma é a responsável pelas formações. Informações sobre os cursos: APNA: 927 608 600. E-mail: geral@apna.pt




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