Vivência Espírita

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Saúde e espiritualidade A revista VIVÊNCIA ESPÍRITA é de autoria da Editora Vivência Ltda-ME.

2015 – Ano 1 – número 02 dezembro/janeiro 2016 A revista também está disponível gratuitamente em nosso site, para baixar.

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Anúncios e redação: Fone (11) 2364-8792 e-mail: editor@vivenciaespiritualista.com.br Editor-chefe e Diretor de Arte: Victor Rebelo Administração: Ivonete Pietro As opiniões e artigos publicados nesta revista são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do editor. O conteúdo desta revista é gratuito. Para reprodução, na íntegra ou parcial, na internet ou de forma impressa, é necessário comunicar à Editora Vivência e divulgar a fonte e autor do artigo.

Revista VIVÊNCIA ESPÍRITA – edição 02 – 5 mil exemplares com distribuição gratuita em centros espíritas, pela Candeia Distribuidora. site: www.candeia.com Atendimento: 0800 707 12 06 (17) 3524-9800 A sede da Candeia fica em Catanduva, São Paulo. Endereço: Rua Minas Gerais, 1516. CEP 15801-280.

Diretor-presidente Ricardo Pinfildi Vendas Leonardo Zoais Não encontrou seu livro na livraria?

Impressão gráfica e acabamento Flor de Acácia Gráfica e Editora – (11) 2284-1200

Entre o espírito e o corpo físico, temos o perispírito, além dos núcleos energéticos do duplo etérico (campo bioeletromagnético), responsáveis em fazer a captação, irradiação e distribuição do fluido vital por meio de canais energéticos. Quando estas energias não fluem livremente, o corpo adoece. Tudo o que pensamos e sentimos repercute, energeticamente, no corpo. Como podemos manter um estado de saúde plena se cultivamos ódio, rancor, mágoa, irritação...? Como mantermos o equilíbrio espiritual sem a menor noção do que se passa em nossa mente? Como podemos ter um corpo saudável se nos “entupimos” de comida, sem nos preocuparmos com uma alimentação mais nutritiva? Como vivermos sem medo, aflições e pressão, se estamos em uma sociedade competitiva demais, onde a grande preocupação da maioria é ganhar, ganhar e ganhar? Vivemos com medo da violência, mas não fazemos quase nada para ajudar aqueles que padecem na miséria moral. Reclamamos dos problemas respiratórios, gástricos, mas o que fazemos para manter a serenidade diante das dificuldades que surgem? Sinceramente, a grande cura virá quando uma maior consciência e amor reinarem entre nós. Só assim nos tornaremos mais sábios e sãos.

Victor Rebelo é médium e comunicador. Realiza palestras e vivências sobre harmonização da aura, mediunidade, arte e espiritualidade.

ÍNDICE MATÉRIA DE CAPA

ESPECIAL

04 – ESPIRITISMO E SAÚDE

16 – CHICO XAVIER E A MENSAGEM DE NATAL

ESPECIAL

08 – EM BUSCA DA PAZ INTERIOR CIÊNCIA E ESPIRITISMO REFORMA ÍNTIMA 18 – O ESPÍRITO E O DNA 10 – APRENDA A SE AMAR CENTRO ESPÍRITA ARTE 20 – PUBLICANDO EXPERIÊNCIAS 12 – ARTE E MEDIUNIDADE CODIFICAÇÃO LITERATURA 22 – A CODIFICAÇÃO ESPÍRITA 14 – PARA SER FELIZ Anuncie sua empresa ou evento espírita! editor@vivenciaespiritualista.com.br


MATÉRIA DE CAPA

Espiritismo e saúde Muitos buscam a terapêutica espírita para se tratar de doenças que a medicina não curou, mas qual Ê a proposta espírita para a saúde integral? POR VICTOR REBELO E EDVALDO KULCHESKI

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Espiritismo nĂŁo tem como finalidade principal a cura das doenças do corpo. A principal finalidade do Espiritismo ĂŠ “curarâ€? o espĂ­rito. Embora, sem alarde, coopere com a medicina, por meio de tratamentos especĂ­ficos, conforme as orientaçþes de Allan Kardec, o seu objetivo maior ĂŠ ensinar, orientar e consolar o espĂ­rito, auxiliando a todos alcançarem a “saĂşde moralâ€? da angelitude. Portanto, o Espiritismo nĂŁo pretende competir deliberadamente com a medicina do mundo. Se este objetivo fosse o essencial, entĂŁo, os mentores que orientaram Kardec na codificação da doutrina espĂ­rita certamente teriam indicado todos os recursos e mĂŠtodos que assegurassem aos mĂŠdiuns o ĂŞxito terapĂŞutico no combate Ă s doenças que afetam a humanidade.

PerispĂ­rito džȖsÇŁÇź Ÿ ˨ˢ Ë› š rǣƟâÇ‹ĂžǟŸʰ ƟNjŸƟÇ‹Ăž ĹŽsĹ˜Çźs _ĂžǟŸʰ Ĺ˜sĹ˜ĂŒČ–ĹŽ OŸEsNjǟȖNj ÇźsĹŽ ŸČ–Ę° OŸĹŽŸ ƟNjsËš ÇźsĹ˜_sĹŽ ĜœČ–Ĺ˜ÇŁĘ° sÇŁÇź ÇŁsŎƟNjs sĹ˜ÉšŸĜǟŸ Ĺ˜Č–ĹŽ ÇŁČ–EÇŁÇź Ĺ˜OĂž LJȖ ĜLJȖsÇ‹ʡ rĹ˜ÉšŸĜÉšsËšŸ Č–ĹŽ ÇŁČ–EÇŁÇź Ĺ˜OĂž Ę° Éš ƟŸÇ‹Ÿǣ Ćź Ç‹ Ÿǣ ÇźsČ–ÇŁ ŸĜĂŒŸǣʰ ĹŽ ÇŁ ĂžĹ˜_ E ÇŁÇź Ĺ˜Çźs œNjŸǣǣsÞNj Ćź Ç‹ Ĺ˜şǣʹ ÇŁÇŁ ĘŠ Éš ƟŸÇ‹Ÿǣ Ę° sĹ˜ÇźÇ‹sÇź Ĺ˜ǟŸʰ Ćź Ç‹ ƟŸ_sÇ‹ sÄśsÉš Nj˚ǣs Ĺ˜ ǟŎŸǣ¯sÇ‹ s ǟNj Ĺ˜ǣƟŸÇ‹Çź Nj˚ǣs ŸĹ˜_s LJȖsÞNj Ęł rĹ˜ÉšŸĜÉšsĹ˜_Ÿ Ÿ ÂśwÇ‹ĹŽsĹ˜ _s Č–ĹŽ ÂŻÇ‹Č–ǟŸʰ ĂŒ Ÿ ĆźsËš NjÞǣƟsÇ‹ĹŽ Ęą _Ÿ ĹŽsÇŁĹŽŸ ĹŽŸ_Ÿʰ Č–ĹŽ ÇŁČ–EÇŁÇź Ĺ˜OĂž LJȖsĘ° ƟŸÇ‹ OŸĹŽĆź Ç‹ Y Ÿʰ ÇŁs ƟŸ_s OĂŒ ĹŽ Ç‹ ĆźsÇ‹ĂžǣƟâÇ‹ĂžǟŸʰ ÇŁsÇ‹Ëš Éšs _s sĹ˜ÉšŸĜǟşÇ‹ĂžŸ Ÿ rǣƟâÇ‹ĂžǟŸ ƟNjŸƟÇ‹Ăž ĹŽsĹ˜Çźs _ĂžǟŸʳ š ľÞɚNjŸ _Ÿǣ rǣƟâÇ‹ĂžǟŸǣʳ Ćť Ç‹Çźs ËĄ Ë› N Ɵʳ Ă? ĜĜ Ĺ˜ ħ Ç‹_sOĘł ÂŽrD

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O Alto inspira e coopera nas atividades terapĂŞuticas utilizando os mĂŠdiuns, mas sem qualquer intenção de substituir ou enfraquecer a nobre profissĂŁo dos mĂŠdicos, cujos direitos acadĂŞmicos devem prevalecer acima da atuação dos leigos. Aceitamos, sem dĂşvida, que o centro espĂ­rita, alĂŠm de escola onde aprendemos sobre os mecanismos da vida, seja, tambĂŠm, o hospital onde as feridas do sentimento encontram medicação e todas as inquietudes recebem repouso. Quando transformado em “hospital de almasâ€?, o centro espĂ­rita ministra passes, oferece ĂĄgua magnetizada, favorece a desobsessĂŁo, abre canais de ajuda espiritual pela força da prece e do esclarecimento, revigora a esperança e torna a fĂŠ inabalĂĄvel, com os alicerces racionais que a doutrina oferece, para a reconstrução de uma nova vida. Se a finalidade do hospital ĂŠ curar o doente, quando esta cura acontece, o hospital alcançou o seu fim. AĂ­ o paciente recebe alta e vai embora, agradecendo a Deus nĂŁo ser preciso continuar lĂĄ. JĂĄ no centro espĂ­rita tal nĂŁo deve acontecer. A cura do mal fĂ­sico ou espiritual deverĂĄ dar ao paciente motivos e condiçþes para que na casa permaneça, na busca de entender as razĂľes pelas quais a doença o trouxe atĂŠ ali e o porquĂŞ da cura. Como a medicina ainda nĂŁo consegue curar todas as enfermidades do corpo fĂ­sico e se mostra incapacitada para solucionar as doenças psĂ­quicas de origem obsessiva, ĂŠ evidente que os mĂŠdicos nĂŁo podem censurar os esforços do tratamento espiritual, que tenta suprir as deficiĂŞncias mĂŠdicas no tratamento das “molĂŠstias da almaâ€?. A medicina, malgrado o seu protesto Ă intrusĂŁo do mĂŠdium ou do curandeiro na sua ĂĄrea profissional, fracassa


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MATÉRIA DE CAPA

paixĂľes e dos vĂ­cios perniciosos que perturbam a contextura delicada do perispĂ­rito.

Do princĂ­pio vital džȖsÇŁÇź Ÿ ˼ˤ Ë› š ĆźÇ‹ĂžĹ˜OâƟĂžŸ ɚÞǟ Äś Ç‹sÇŁĂž_s sĹŽ ĜœČ–Ĺ˜ÇŁ _Ÿǣ OŸÇ‹ƟŸǣ LJȖs OŸĹ˜ĂŒsOsĹŽŸǣʡ rÄśs ÇźsĹŽ ƟŸÇ‹ ¯ŸĹ˜Çźs Ÿ ĘŞČ–Ăž_Ÿ Č–Ĺ˜ĂžÉšsÇ‹ÇŁ Ĝʳ v Ÿ LJȖs OĂŒ ĹŽ Þǣ ¯ĜȖÞ_Ÿ ĹŽ ÂśĹ˜wǟÞOŸʰ ŸČ– ¯ĜȖÞ_Ÿ sÄśwǟNjÞOŸ Ĺ˜ĂžĹŽ ĜÞʊ _Ÿʳ v Ÿ ĂžĹ˜ÇźsÇ‹ĹŽs_Ăž Ç‹ĂžŸʰ Ÿ sĜŸ sɎÞǣǟsĹ˜Çźs sĹ˜ÇźÇ‹s Ÿ rǣƟâÇ‹ĂžǟŸ s ĹŽ ÇźwÇ‹Ăž Ęł džʳ ËŚË&#x; Ë› ʚʳʳʳʺ šǣ şNjœ Ÿǣ ÇŁs ÞŎƟNjsÂśĹ˜ ĹŽĘ° ƟŸÇ‹ ǣǣÞŎ _ÞʊsÇ‹Ę° _sÇŁÇŁs ĘŞČ–Ăž_Ÿ ɚÞǟ Äś s sÇŁÇŁs ĘŞČ–Ăž_Ÿ _ ǟŸ_ ÇŁ ÇŁ Ćź Ç‹ÇźsÇŁ _Ÿ ŸÇ‹Âś Ĺ˜ĂžÇŁĹŽŸ Č–ĹŽ ǟÞɚÞ_ Ëš _s LJȖs ÇŁ ƟƂs sĹŽ OŸĹŽČ–Ĺ˜ĂžO Y Ÿ sĹ˜ÇźÇ‹s ǣÞʰ Ĺ˜Ÿǣ O ǣŸǣ _s OsÇ‹Çź ÇŁ ÄśsÇŁĆ‚sÇŁĘ° s Ĺ˜ŸÇ‹ĹŽ ĜÞʊ ÇŁ ÂŻČ–Ĺ˜YĆ‚sÇŁ ĹŽŸĹŽsĹ˜Çź Ĺ˜s ĹŽsĹ˜Çźs ĆźsNjǟȖNjE _ ÇŁĘł Ĺ? ÇŁĘ° LJȖ Ĺ˜_Ÿ Ÿǣ sÄśsĹŽsĹ˜ǟŸǣ sÇŁÇŁsĹ˜OĂž Þǣ Ÿ ÂŻČ–Ĺ˜OĂžŸĹ˜ ĹŽsĹ˜ǟŸ _Ÿǣ şNjœ Ÿǣ sÇŁÇź Ÿ _sǣǟNjȖâ_Ÿǣʰ ŸČ– ĹŽČ–ĂžǟŸ ƟNjŸËš ÂŻČ–Ĺ˜_ ĹŽsĹ˜Çźs ĜǟsÇ‹ _Ÿǣʰ Ÿ ĘŞČ–Ăž_Ÿ ɚÞǟ Äś ÇŁs ǟŸÇ‹Ĺ˜ ÞŎƟŸǟsĹ˜Çźs Ćź Ç‹ ÄśĂŒsÇŁ ǟNj Ĺ˜ÇŁĹŽĂžÇźĂžÇ‹ Ÿ ĹŽŸÉšĂžĹŽsĹ˜ǟŸ _ ɚÞ_ Ę° s Ÿ ÇŁsÇ‹ ĹŽŸÇ‹Ç‹sĘł š ľÞɚNjŸ _Ÿǣ rǣƟâÇ‹ĂžǟŸǣʳ Ćť Ç‹Çźs Ë Ë› N Ɵʳ Ă?É™ ĜĜ Ĺ˜ ħ Ç‹_sOĘł ÂŽrD

diante dos casos de obsessĂŁo. As doenças de origem fĂ­sica sĂŁo meras circunstâncias ocasionais, nĂŁo radicadas a vidas anteriores. SĂŁo desajustes passageiros do metabolismo orgânico, por efeito de transgressĂľes atuais. A disfunção orgânica ĂŠ um estado que poderĂ­amos chamar de “estado alterado de qualquer ĂłrgĂŁo por apresentar uma doençaâ€?. O que existe na disfunção orgânica sĂŁo molĂŠstias ou distĂşrbios provocados por algum excesso de esforço, exagero alimentar, acidente, contaminação bacteriana, virĂłtica, etc., que impedem algum ĂłrgĂŁo de funcionar como deveria, criando a doença que, em muitos casos, pode ser curada simplesmente pela medicina. Na realidade, os homens ainda nĂŁo fazem jus Ă saĂşde fĂ­sica em absoluto, ante o desvio psĂ­quico que exercem sobre si mesmos, no trato das

Doenças psicossomĂĄticas As doenças psicossomĂĄticas sĂŁo provenientes do desequilĂ­brio do nosso padrĂŁo psicoemocional e energĂŠtico. A qualidade do que pensamos e sentimos se reflete em nosso perispĂ­rito e, no caso dos encarnados, acaba gerando tambĂŠm um padrĂŁo desequilibrado na circulação de fluido vital em nosso duplo-etĂŠrico (campo bioeletromagnĂŠtico). Caso este padrĂŁo de desequilĂ­brio espiritual-energĂŠtico seja mantido por um certo perĂ­odo, acabarĂĄ se manifestando no corpo fĂ­sico, naquilo que a medicina classifica como doença, que afeta os ĂłrgĂŁos. A cada encarnação trazemos nĂŁo apenas nossas conquistas espirituais – que chamamos de evolução – mas tambĂŠm nossos desequilĂ­brios, que nada mais sĂŁo do que nossas necessidades pessoais de reajuste perante as leis que regem a harmonia universal. Estes desequilĂ­brios, que jĂĄ se manifestam no perispĂ­rito, podem vir a se manifestar tambĂŠm no corpo fĂ­sico ainda na vida intrauterina (em uma nova encarnação) ou se agravar na encarnação atual, caso nĂŁo mudemos o padrĂŁo dos nossos pensamentos e sentimentos, o que acabarĂĄ, cedo ou tarde, gerando doenças no corpo fĂ­sico.

EmissĂľes mentais tĂłxicas Portanto, as doenças nĂŁo sĂŁo “dĂŠbitosâ€? e nem “punição divinaâ€?. Enquanto persistirem as energias nocivas no perispĂ­rito, a cura nĂŁo se completarĂĄ. Como disse o espĂ­rito Emmanuel, atravĂŠs de Chico Xavier: “As chagas da alma se manifestam atravĂŠs do envoltĂłrio humano e o corpo doente reflete o panorama interior do

O CORPO DOENTE REFLETE O PANORAMA INTERIOR DO ESPĂ?RITO ENFERMO rĹŽĹŽ Ĺ˜Č–sÄś

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espĂ­rito enfermoâ€?. Lembramos que estamos nos referindo especificamente Ă s doenças cuja causa se encontra no espĂ­rito em desequilĂ­brio. Cada caso ĂŠ um caso; nĂŁo devemos generalizar. Diz o espĂ­rito AndrĂŠ Luiz, no livro MissionĂĄrios da Luz, psicografado por Chico Xavier, que “(...) se a mente encarnada nĂŁo conseguiu, ainda, disciplinar e dominar suas emoçþes e alimenta paixĂľes (Ăłdio, inveja, vingança), entrarĂĄ em sintonia com os irmĂŁos do plano espiritual que emitirĂŁo fluidos malĂŠficos que irĂŁo impregnar o perispĂ­rito do encarnado, intoxicando-o com essas emissĂľes mentais, podendo levĂĄ-lo atĂŠ a doença.â€? No livro Nos DomĂ­nios da Mediunidade, AndrĂŠ Luiz nos diz: “Assim como o corpo fĂ­sico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, tambĂŠm o organismo perispiritual absorve elementos que lhe degradam, com reflexos sobre as cĂŠlulas materiais.â€? Partindo, portanto, das estruturas sutis do perispĂ­rito na direção do corpo, passando pelo duplo-etĂŠrico, esses elementos nocivos se estabelecem em ĂĄreas especĂ­ficas, as quais podem desequilibrar o funcionamento dos ĂłrgĂŁos relacionados a elas ou desenvolver vidas microscĂłpicas encarregadas de produzir os fenĂ´menos compatĂ­veis com os quadros das necessidades evolutivas do indivĂ­duo. Neste casos, a recuperação sĂł ocorrerĂĄ mediante a eliminação da carga tĂłxica que estĂĄ impregnada no seu perispĂ­rito e duplo etĂŠrico. Embora estejamos dispostos a uma reação construtiva, nĂŁo podemos nos subtrair aos imperativos da lei de causa e efeito. A cada atitude corresponde um efeito, impondo retificação na mesma proporção, ou seja, temos que despender um esforço para repor as energias do mesmo modo que despendemos esforço para gerar um padrĂŁo desordenado.

litador chegar a seu termo, ou seja, quando cessar a causa que gera a doença, e isso sĂł ĂŠ possĂ­vel por meio do autoconhecimento e da reforma Ă­ntima. Ainda que o paciente seja curado em algum trabalho mediĂşnico no centro espĂ­rita, caso ele nĂŁo mude seus hĂĄbitos, seu padrĂŁo de pensamentos e sentimentos, a doença poderĂĄ surgir novamente. A doutrina espĂ­rita nĂŁo prega o conformismo, portanto, ĂŠ lĂ­cito procurar a medicina e o tratamento nos centros espĂ­ritas, que podem aliviar as dores e curar onde for permitido pelas leis divinas. əÞOǟŸÇ‹ ÇŠsEsĜŸ w ĹŽw_ÞȖŎ s ĆźsǣLJȖÞǣ _ŸÇ‹ sǣƟÞNjÞǟȖ ĜÞǣǟ Ęł ƝNjŸ_ȖʊÞȖ Ÿ N^ Ă‹ Ç‹ĹŽŸĹ˜ĂžĘŠ Ĺ˜_Ÿ ĜŎ Ë› É™ŸĜʳ Ë&#x;Ë Ë› ľÞ_ Ĺ˜_Ÿ OŸĹŽ Ĺ˜ÇŁĂžs_ _sĘ° OŸĹŽ sÉŽsÇ‹OâOĂžŸǣ _s Ç‹sÄś ÉŽ ĹŽsĹ˜ǟŸ s ĂŒ Ç‹ĹŽŸĹ˜ĂžĘŠ Y Ÿ ƟǣĂžOŸsĹŽŸOĂžŸĹ˜ Ĝʳ _LJȖÞNj Ĺ˜ ĜÞɚNj Ç‹Ăž ɚÞNjǟȖ Äś _Ÿ ǣÞǟsʲ É É É ĘłÇ‹OsǣƟÞNjÞǟÞǣŎŸʳOŸĹŽĘłEÇ‹

Em busca da cura A verdadeira cura, portanto, nĂŁo pode ocorrer a nĂŁo ser quando o processo reabi-

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ESPECIAL

Em busca da paz interior Nosso desejo não é ajudar as pessoas a triunfarem na vida material, mas ajudá-las na conquista de si mesmas, a descobrirem quem são, o que pensam e o que fazem POR GEORGE DE MARCO

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xercitar a arte de se manter em quietude interior não é privilégio somente dos indivíduos dotados de recursos especiais. Não. Todas as pessoas, mesmo aquelas que se acham situadas em meio ao fogo cruzado dos mais diversificados problemas e dificuldades, podem enfrentar as situações mais difíceis, sustentando o controle das emoções e refugiando-se em sua serenidade interior.” Com estas palavras, Severino Barbosa apresenta ao leitor seu novo livro Conquiste sua paz interior. Autor dos livros Conheça a alma dos animais, Cure-se da obsessão e viva feliz, Liberte-se da ansiedade, O sono e os sonhos, Viva bem, sem depressão e Vença o desânimo e seja feliz, todos publicados pela EME, Severino colabora com a Federação Espírita Pernambucana desde 1968, ano em que se converteu ao Espiritismo. Ele também participou ativamente do movimento de mocidades do Estado. Em Conquiste sua paz interior, Severino Barbosa tem por objetivo primordial conduzir as criaturas ao triunfo sobre si mesmas, ajudando-as a disciplinar suas imperfeições morais e a desco-

brirem em si mesmas o segredo de como alcançar a plenitude da paz, na tentativa de convencê-las de que “querer é poder”. O que deseja transmitir aos leitores com esta obra? Severino Barbosa – Aproveitamos o ensejo para esclarecer que, ao escrever nossos livros de autoajuda, o nosso desejo não é ajudar as pessoas a triunfarem na vida material, repassando regras e segredos de como conseguirem grandes fortunas, altos cargos empresariais, grandes destaques na política, bem como outras conquistas de caráter terra à terra. Não! Esse não é o nosso desejo, mas ajudá-las na conquista de si mesmas, a descobrirem quem são, o que pensam e o que fazem e, dessa forma, ajudá-las a encontrarem em si mesmas as barreiras que as impedem de terem acesso ao reino da paz que elas próprias conduzem, em seu interior. O que seria, de fato, a tal paz interior? A essa resposta, eu conduziria o leitor à releitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que, bem vivenciado, nos leva a um estado de espírito superior, embora a nossa estatura espiritual seja, ainda, de almas em baixo nível de evolução. Lembremos que no evangelho encontramos abrigo para nos protegermos das guerras e conflitos do mundo atual. Façamos a nossa parte para pacificar as criaturas, sem nos envolvermos em seus conflitos provacionais.

O livro Conquiste sua paz interior, de Severino Barbosa, está à venda nas livrarias e no centro espírita. Inf.: www.editoraeme.com.br.

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REFORMA ÍNTIMA

Aprenda a se amar! Desenvolva uma relação de acolhimento com suas limitações pessoais POR WANDERLEY OLIVEIRA

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inha obra Apaixone-se por você é composta por pequenos textos sobre o comportamento humano, com foco principalmente na vida emocional. Na verdade, são páginas que foram originalmente postadas em minha página no Facebook, com uma repercussão positiva. Depois de adequadas a uma linguagem menos informal, se transformaram em reflexões e orientações que podem auxiliar no desenvolvimento do autoamor e da paz interior. Os temas foram inspirados, principalmente, na minha vida profissional, no atendimento terapêutico em consultório. A partir dos inúmeros casos, fui construindo o conteúdo, sempre objetivando os aspectos luminosos e curativos de cada situação que me serviu de ponto de referência para escrever. Muitos de meus pacientes, ao iniciarem seus relatos, me dizem: “Prepare os ouvidos, pois tenho muitos problemas”. Eu ouço com atenção, para cumprir com minha função e, no final, quase sempre digo: “Você tem razão. São muitos problemas, mas se resumem a um só: na falta de amor a você mesmo.” Sem querer generalizar demais, uma expressiva parcela das doenças psíquicas e emocionais tem como causa o desamor da pessoa por si mesma, o autoabandono e a baixa autoestima. Já constatei muitos casos de doença severa que têm suas causas mais profundas nesse desamor a si mesmo. Culpas, cobranças, perfeccionismo, medos, fobias, carências, ansiedade e muitas outras doenças são fruto da distância que a pessoa cria de si própria. Pensa muito a vida e mantém-se longe de seus sentimentos mais autênticos. A cura é apaixonar-se por você, aprendendo a aplicar uma relação de acolhimento com as limitações pessoais, livrando-se das cobranças

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intermináveis e dos medos paralisantes. Minha visão de processo terapêutico de cura está intimamente conectada com a ideia de que, para atingir bons resultados, é necessária uma educação emocional centrada em amar a si mesmo: estar bem consigo, saber se perdoar, organizar sua vida mental e desenvolver uma maior capacidade de gerenciamento dos talentos morais e espirituais que todos possuímos. Seguem alguns temas, para se ter uma noção do enfoque usado nos textos do meu livro: Prováveis efeitos do amor ao próximo sem autoamor; Ninguém pode responder pelo que você sente ou faz; Carência, o território do amor adoecido; Inveja, um indicador de boas coisas sobre você; Solidão só existe para quem se autoabandona; Felicidade não significa ausência de problemas; Quem são as pessoas mais prováveis de se magoar com você; A culpa por não conseguir mudar alguém; Pessoas que amam adoram dizer não; Limpe a mágoa da sua aura; Você está carregando quantas pessoas nas suas costas? Como ter certeza que perdoamos uma pessoa; Cure seu vício de sofrer, etc. Agradeço aos meus pacientes que foram minha fonte de inspiração. Eu tenho o maior carinho por eles, porque aprendi que eles precisam mais do meu acolhimento que da minha técnica. Com a técnica eu posso lhes ajudar a perceberem algo que necessitam corrigir. Com meu carinho eu consigo lhes mostrar que eles podem se curar com o poder do amor e do autoamor. Aprenda mais sobre no livro Apaixone-se por você. Editora Dufaux. www.editoradufaux.com.br Adquira na livraria do centro espírita!



ARTE

Arte e mediunidade Rodin, Aleijadinho... Conheça o trabalho mediúnico realizado por José Medrado, que conta com o suporte destes e outros espíritos ligados à escultura POR CRISTINA BARUDE

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osé Medrado é brasileiro, baiano, nascido em Salvador, em 1961. É diplomado em Letras Vernáculas pela Universidade Católica de Salvador, onde também cursou Filosofia. Trabalha como funcionário público federal, concursado do Tribunal Regional do Trabalho, ocupando, atualmente, o cargo de Diretor de Projetos Especiais. É membro da Academia Brasileira de Ciências Mentais e mestre em “Família na Sociedade Contemporânea” (UCSal). É idealizador e fundador da Cidade da Luz, entidade que realiza uma série de atividades

sociais em benefício de comunidades carentes de Salvador. José Medrado possui múltiplas faculdades mediúnicas, é conferencista espírita, tendo visitado diversos países da Europa e das Américas, cumprindo agenda periódica para divulgação da doutrina, trabalhos de pintura mediúnica e workshops. Tem os seguintes livros mediúnicos publicados: Cavaleiros da Luz, Missão Socorro, Construção Interior, O Socorro dos Espíritos, Para Melhor Compreender a Vida e Apontamentos de Psicologia. A seguir, uma entrevista exclusiva onde Medrado fala sobre seu trabalho mediúnico com as esculturas. Como foi que você descobriu que poderia fazer esculturas mediunicamente? José Medrado – Em verdade, Antônio Lisboa – não gosto muito de chamá-lo de Aleijadinho – sempre esteve ao meu lado, desde o início da pintura mediúnica, fazendo esboços em carvão. Depois sumiu, nunca mais o vi. Voltou, então, dizendo que eu já poderia fazer as esculturas. Ele me deu uma aula de como seria, pediu que anotasse os materiais necessários, as ferramentas para a realização. Você faz pintura mediúnica há quanto tempo? Acha que isso interferiu para agora fazer esculturas? Interferir no trabalho em si, não. Faço pintura mediúnica há 25 anos, mas a abordagem é bem diferente, claro. Mas em ambos os processos, o ato de criação é muito próprio deles, idealizado por eles. Hoje em dia, por exemplo, os pintores

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usam até escovas de sapato e de limpeza de cozinha. Já os escultores usam até colher! Eles criam o trabalho comigo. Quais os espíritos envolvidos neste trabalho? Fale um pouco sobre eles... quem foram quando encarnados. Não lembro o nome de todos, mas eles estão em dois grupos: os que fazem esculturas barrocas com efeitos policromáticos, em madeira antiga, e os que fazem em bronze – aqui acrescento o de ferro e metal polido. Destacam-se Rodin, Camille Claudel, Antônio Lisboa, Frei Agostinho de Jesus, Frei Agostinho da Piedade, Gauguin, Renoir... Todos em vida lidaram com esta arte. Para você, como médium, qual a diferença entre a prática da pintura mediúnica e das esculturas? O que você sente quando os espíritos se aproximam? Os processos são bem semelhantes. Sinto um choque que me percorre toda a coluna e uma dormência que permanece até o fim do trabalho. Só que na escultura eles vêm em dois momentos: na realização da imagem em si e, depois, para fazer a policromia.

em torno de 15 minutos. Depois de espera secar, ocar, queimar... eles retornam para a policromia, dando o efeito de madeira antiga ou de bronze, de acordo com o estilo do autor. Ainda tem sido difícil manter uma obra como a Cidade da Luz? É uma luta diária, permanente. Mas vamos que vamos! Como as pessoas podem ajudar na sua manutenção? No nosso site tem diversas formas, inclusive, adquirindo nossas obras e livros. Agradeço o interesse! NÞ_ _s _ ĵȖʊʲ NJȖ D NjNjsǼŸ ƻs_NjŸǣŸʰ ˡ˨ˤ ˚ ƻÞǼȖ YȖ Ǣ Ķɚ _ŸNjʳ ®ŸŘsʲ ʹ˦ˠʺ ˢˢ˥ˢ˚ˤˤˢ˧ ɠɠɠʳOÞ_ _s_ ĶȖʊʳOŸŎʳENj

Como é feito o trabalho? A primeira etapa é da produção da escultura,

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LITERATURA

PARA SER FELIZ

O autor procura descomplicar as condições que impomos para sermos felizes, mostrando que estabelecendo tantas regras e criando tantas expectativas para a felicidade, dificilmente seremos felizes POR CLAUDIA SAEGUSA

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osé Carlos De Lucca é juiz de direito em São Paulo, escritor e palestrante espírita. Já realizou graciosamente mais de 2.500 palestras focadas em motivação e desenvolvimento do potencial espiritual do ser humano, falando a um público estimado em mais de 1 milhão de pessoas. Seus 16 livros já venderam mais de 850 mil exemplares. Todos com direitos autorais cedidos a entidades filantrópicas, cuja renda ajuda a manter mais de 100 mil pessoas necessitadas. Fundou, com outros amigos, o Grupo Espírita Esperança (www.grupoesperanca.com.br) e juntos trabalham na divulgação e prática do Espiritismo, promovendo o potencial de luz de cada um de nós como a mais excelente terapia para os sofrimentos humanos. A seguir, De Lucca fala sobre seu novo livro, Feliz, publicado pela Intelítera Editora, e que nos propõe que a felicidade está ao nosso alcance.

Atualmente, diversos livros e autores falam sobre felicidade. O que o livro Feliz traz de diferente? Feliz almeja descomplicar as condições que impomos para sermos felizes. Muitas vezes, vejo as pessoas estabelecendo tantas regras e criando tantas expectativas para a felicidade que dificilmente elas serão felizes. No fundo, tudo isso gera muita tensão e frustração, porque são exigidas muitas atitudes com promessas de uma felicidade absoluta e, portanto, utópica, inexistente num mundo de pessoas imperfeitas. Hoje, muita gente está comprando a ideia de uma felicidade 24 horas por dia, e isso para elas quer dizer uma vida sem problemas, frustrações, angústias e tristezas, e apenas conquistas, vitórias e êxtase. Talvez por isso haja tanta depressão num mundo em que prima por uma felicidade irreal. Qual a ideia central que você tratou no livro Feliz? A ideia central é aquela que o Espiritismo nos dá. É possível ser feliz, sim, neste mundo, mas uma felicidade relativa, isto é, uma felicidade que coexiste com a nossa condição humana, imperfeita e frágil. Uma felicidade sem tantas condições, uma felicidade real e não idealizada, que faz com que a percebamos presente em nosso cotidiano, nas coisas mais simples da vida. Uma felicidade do momento presente, que nos fixa no instante de agora, fazendo com que cada um descubra a

É POSSÍVEL SER FELIZ, SIM, NESTE MUNDO... 14


tratempos e pequenas chatices da vida. Ela está na postura de quem abraça a felicidade quando ela passa por nós. E ela passa muito mais vezes do que imaginamos!

beleza desse momento e como é importante que ele seja imediatamente saboreado. Uma felicidade que nos faz sentir estar participando da vida, sendo sujeito da nossa história, e não um mero expectador. O livro nos aponta um caminho para a felicidade? O livro não tem fórmulas prontas. Não quero criar mais tensão e problemas na vida do leitor. Meu objetivo é relativizar a felicidade; ela não precisa de tanta coisa para surgir em nossa vida. Ela está mais na nossa alma do que nas condições materiais. Ela pode coexistir com nossos momentos de tristeza. Ela está nos olhos que procuram beleza nas coisas mais simples da vida. Ela está na sensação de lutar pela vida, quando a vida parece um caos. Ela está na capacidade de relevar con-

É possível encontrar a felicidade durante a leitura do livro Feliz? Se o leitor se identificar com a abordagem feita no livro, se reconhecendo em cada capítulo, creio que ele se sentirá mais leve, menos pressionado, como alguém que, depois de um longo dia, retira o sapato que aperta. Você se considera uma pessoa feliz? Dentro desse contexto de uma felicidade relativa, sim. Não tenho tudo o que quero, não sou tudo o que gostaria, não terei tudo o que sonho, enfrento problemas em vários níveis, mas estou aprendendo a ser feliz no aqui e agora, com aquilo que tenho, com as condições que a vida me envolveu. Tento mudar o que posso. Mas com aquilo que eu não posso mudar, eu parei de brigar. Assim começou a minar a água da felicidade bem embaixo dos meus pés. O livro Feliz está à venda nas livrarias e no centro espírita. Inf.: www.inteliteraeditora.com.br

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ESPECIAL

Chico Xavier e a mensagem de Natal POR GERALDO LEMOS NETO

odos os anos, como era de costume no cotidiano mediúnico de Chico Xavier em Uberaba, Minas Gerais, entre o final do mês de fevereiro e o início do mês de março ocorria a recepção mediúnica das mensagens ou poesias dedicadas ao dia das mães, vindo sempre assinadas pelos generosos espíritos de condição feminina, como Meimei, Maria Dolores, Scheilla, entre outros. Naquele ano de 1990, entretanto, foi diferente. O mês de março já estava chegando ao seu fim e a mensagem não viera. O médium Chico Xavier preocupou-se. Procurou a orientação de seu benfeitor espiritual. Emmanuel explicou-lhe que para atender determinados impositivos de ordem emocional do próprio médium, se Jesus permitisse, naquele ano a mensagem viria escrita por um espírito de condição masculina. Pediu a Chico paciência e oração e, no dia 25 de março de 1990, apresentou-se dizendo trazer consigo um poeta que se responsabilizaria pela página dedicada ao dia das mães. Emmanuel recomendou-lhe o comparecimento ao Grupo Espírita da Prece, no horário habitual da reunião, pedindo-lhe especial concentração para o recebimento da aludida mensagem. Este seria o objetivo principal da ida do Chico ao centro naquela noite. Acompanhávamos Chico desde sua residência e informados do assunto por ele, naturalmente ficamos na expectativa. Com alegria, acompanhamos Chico Xavier psicografar o soneto escrito pelo “príncipe dos poetas campistas”: Azevedo Cruz. Ao final da reunião e já de retorno ao seu lar em Uberaba, Chico nos entregou os originais da referida mensagem para impressão avulsa e publicação nas páginas do jornal O Espírita Mineiro (edição nº 212) da União Espírita Mineira, onde servíamos na diretoria capitaneada pelos saudosos Dona Neném Aluotto Berutto e Martins Peralva. Ao nos passar o poema, Chico emocionou-se até as lágrimas, lendo suas estrofes pausadamente. Disse-nos o quanto a mensagem o havia tocado, pela grandeza de alma do

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poeta Azevedo Cruz. Falou-nos do ambiente espiritual iluminado no qual ele vive, por conquista e mérito, onde roseiras cheias de luz crescem sustentadas por grandes safiras. Ressaltou a beleza do amor a brotar do coração do poeta e sua renúncia autêntica ao empreender seu retorno à Terra. Afinal – disse o Chico – o soneto indica uma “descida dos céus à Terra”... Igualmente, já havia se tornado tradição no movimento espírita brasileiro a divulgação da mensagem dedicada ao Natal, psicografada anualmente pelo médium Francisco Cândido Xavier. Naquele mesmo ano de 1990 também tivemos ocasião de presenciar a recepção do belo soneto de Maria Dolores, pela sensibilidade mediúnica do amigo Chico, em 29 de setembro. Da mesma maneira, ele nos brindou com os originais da referida pérola espiritual para que a publicássemos nos anais do jornal O Espírita Mineiro (ed. 213) e brindássemos os leitores e assistidos de natal da União Espírita Mineira com sua distribuição avulsa na Cantina Fraterna Francisco de Assis. Ei-la: Falando a Jesus no Natal Senhor, o Teu Natal de novo se descerra... Ouve-se mais de perto as vozes cristalinas Dos pastores que ouviram as palavras divinas: -“Glória a Deus no alto Céu e paz na Terra!”... Proclamando a Verdade que não erra, Amas, trabalhas, sofres, mas ensinas... Não possuis arma alguma, entretanto, dominas, Com a força do Bem que a Tua vida encerra. Conquistadores passam nos milênios, Carrascos, sob a máscaras de gênios, Ficas, porém, conosco, em nosso amor profundo!... Cantamos Teu Natal, sobre guerras e povos, Sabendo que és, com Deus, também nos tempos novos A esperança da paz e a luz do amor no mundo. Maria Dolores Geraldo Lemos Neto é conferencista, médium, escritor e biógrafo de Chico Xavier. Preside a Fundação Cultural Chico Xavier e a Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo, além de coordenar a Vinha de Luz Editora – www.vinhadeluz.com.br



CIÊNCIA E ESPIRITISMO

O espírito e o DNA No DNA estão as predisposições, que, expressando a lei de ação e reação, sofrem a regulação e potencialização conforme o espírito reencarnado POR DR. ANDREI MOREIRA

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llan Kardec, em O Livro dos Espíritos, cunhou o termo perispírito para designar o conjunto de corpos que envolvem o espírito (Per, prefixo grego = em volta de). Conhecemos, por meio da literatura mediúnica, o duplo etérico, corpo de vitalidade, presente somente nos encarnados, que vitaliza a matéria orgânica; o corpo astral, o corpo das emoções, do qual se utiliza o espírito para se manifestar nas dimensões mais próximas à Terra, mais ou menos materializadas, corpo este sutil, controlado pela mente do espírito, maleável e sensível às transformações do sentimento e do padrão mental; e o corpo mental, sede da mente do espírito. Haveria ainda outros corpos, indicados por outras doutrinas espiritualistas, porém, ainda sem estudos na literatura espírita. No organismo humano, temos a célula como unidade básica, o tijolo do corpo. Células se agrupam formando tecidos, os tecidos formam órgãos, os órgãos formam sistemas e os sistemas, o organismo. Na intimidade da célula encontramos o núcleo celular, onde se localiza o DNA, que, acredita-se, rege a vida na intimidade orgânica. Do núcleo celular partem as ordens, os comandos para produção de todas as substâncias, que são fabricadas no citoplasma da célula. Do ponto de vista espírita, o DNA representa a herança de cada um de seu passado espiritual, aquilo que é necessário ser trabalhado nessa encarnação ou que foi consequência imediata das escolhas do passado. É selecionado pelo ser reencarnante que elege (ou tem eleitas pelos espíritos superiores que dirigem o processo encarnatório) as necessidades espirituais mais prementes, as tendências biológicas que afetarão a vida do indivíduo de tal ou tal

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maneira, conforme as predisposições que o espírito construiu para sua vida. Dessa forma, o DNA representa o presidente da empresa e o citoplasma, os funcionários da mesma.

Controle das predisposições Acreditávamos que a célula funcionasse em regime ditatorial: “o núcleo mandou, está mandado”, mas a medicina vem descobrindo, por meio da epigenética (ramo da biologia que estuda as moléculas que interferem na regulação do núcleo celular), que a realidade é outra: a célula se comporta como uma democracia, sendo que variadas condições do meio (nutrição, estresse, etc.) e do comportamento mental e moral controlam a expressão do genoma humano. No DNA estão as predisposições, que serão ativadas, inibidas ou reforçadas, conforme o padrão mental, emocional e comportamental do espírito ao longo da encarnação, no que configura o seu livre-arbítrio. O DNA, expressando a lei de ação e reação (karma), se modifica somente de encarnação para encarnação, porém, sua expressão sofre a regulação e potencialização da vontade do indivíduo, que “redecide” a vida à medida que a vive. E aí temos uma das manifestações da misericórdia divina, deixando ao ser que viva não em regime de fatalidade, mas de ação e reação, em todos os instantes da vida. Dr. Andrei Moreira é autor do livro Reconciliação – Consigo mesmo, com a família, com Deus, entre outros. AME Editora. www.ameeditora.com.br. À venda nas livrarias e no centro espírita.



CENTRO ESPÍRITA

Publicando experiências A Caravana de Espíritas Solidários – CARES – inaugura a Editora Espírita Casa de Helil, que publica obras baseadas nas experiências mediúnicas do grupo

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omo surgiu a Editora Casa de Helil? A Editora Espírita Casa de Helil surgiu depois que os atendimentos nas reuniões mediúnicas da Caravana de Espíritas Solidários – CARES –, aos espíritos das regiões abismais do planeta, chegaram ao nosso irmão Aurélius, um espírito que atendia naquela época pelo título honorífico de “Lúcifer”, considerado, ainda hoje, por muitas pessoas, como o ser mais perverso e vinculado à maldade que os habitantes da Terra conheceram. Quando este espírito que se autodenominava por “Lúcifer” foi resgatado, percebemos que sua volta à Seara do Bem era definitiva. Os desdobramentos em nossas tarefas mediúnicas, após este memorável evento espiritual, passaram a trazer conteúdos e revelações jamais imaginadas por nosso grupo, que é composto de espíritas muito estudiosos e tarimbados. Porém, ainda assim, nos surpreendíamos com fatos e ocorrências das mais inusitadas e plenamente alinhadas com o evangelho e os ensinamentos da doutrina espírita, que estavam ocorrendo nas reuniões. Sentimos, então, ser essencial aos espíritas da atualidade e às futuras gerações receber estas informações. Assim, graças às práticas mediúnicas da CARES, surgiu a Editora Espírita Casa de Helil, cuja missão é publicar obras espíritas com conteúdos relevantes e comprometidos com os ensinamentos contidos nos evangelhos, registrados diretamente no Novo Testamento e sob as luzes da codificação kardequiana.

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Estes conhecimentos antigos, atualizados pelos livros que estamos publicando, serão capazes de realmente ampliar horizontes e auxiliar nos processos de conscientização efetiva acerca do momento ímpar que vivemos, consolidando a tão almejada reforma íntima e estabilidade emocional que todos nós desejamos. Como os livros podem contribuir para o dia a dia dos leitores? Os livros podem nos ajudar a entender melhor e de forma mais eficaz a essência divina existente nas entranhas de nosso ser, o que nos levará a confiar mais em nossas imensas possibilidades espirituais, focando mais nos aspectos positivos do que nos negativos. Mas, vai nos mostrar ainda que precisamos perseverar até o fim na busca da afirmação pessoal e na prática do bem maior, tal qual nos propõe o Evangelho de Jesus, para sermos salvos de nós mesmos. Pedimos que deixe uma mensagem para os leitores sobre o livro De Volta à casa do Pai. A mensagem que deixamos é a que vemos na série de livros Filhos Pródigos. Deus não fracassa porque “É a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas”. E por sermos filhos e herdeiros de todos os atributos Dele, o nosso Pai Celestial, nosso futuro de alegria e paz está assegurado. Porém, depende do nosso esforço e vontade de sermos felizes ao fazermos brilhar a nossa luz. Livro De Volta à Casa do Pai – Editora Espírita Casa de Helil. Inf.: www.editorahelil.com.br Adquira na livraria do centro espírita!



CODIFICAÇÃO

A CODIFICAÇÃO ESPÍRITA Continuamos o artigo da primeira edição comentando, apenas como introdução, as obras básicas e o desencarne de Allan Kardec POR ÉRIKA SILVEIRA

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rientado pela espiritualidade, Allan Kardec recebeu as instruções sobre sua missão, que seria a codificação de uma nova doutrina, a partir das revelações dos espíritos. Passou a preparar questões para cada sessão, que sempre eram respondidas com precisão e lógica. Foram essas mesmas perguntas desenvolvidas e complementadas que constituíram a base de O Livro dos Espíritos, publicado em abril de 1857. Para que não ocorressem fraudes, nem más interpretações posteriores, Kardec submeteu o livro que deveria ser publicado à análise de diversos espíritos, com a ajuda de diferentes médiuns. Depois do êxito na publicação de O Livro dos Espíritos, Kardec percebeu a importância de elaborar um meio de comunicação que propiciasse o intercâmbio de informações entre diferentes grupos. Para isso, consultou mais uma vez os amigos espirituais, que foram favoráveis, mas lhe pediram cautela e empenho. Em janeiro de 1858, lançou o primeiro número da Revista Espírita, periódico que abordava os fenômenos, os novos adeptos da doutrina e sua divulgação em geral. Pouco tempo depois tam-

bém fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Após três anos, em 1861, publicou O Livro dos Médiuns. Em 1864, O Evangelho Segundo o Espiritismo, seguido de O Céu e o Inferno, em 1865. Por último, em 1868, A Gênese e Os Milagres e as Predições, completando as cinco obras básicas do Espiritismo.

Desencarne Desencarnou no dia 31 de março de 1869, aos 65 anos em Paris, em decorrência de um aneurisma. Kardec se preparava para mudança de endereço da rua Sainte-Anne para Vila Ségur, com o objetivo de continuar trabalhando mais ativamente nas obras. Desejava, no futuro, que sua residência se transformasse em um asilo para recolher idosos. Quase 150 anos depois de sua partida para o plano espiritual, permanece imortal, na doutrina, o ideal da compreensão dos fatos, em vez da fé cega e alienante. Publicado 22 anos após o lançamento da sua última obra, o livro Obras Póstumas apresenta diversos trabalhos de Kardec que nunca haviam aparecido em livro. A maioria do material havia sido publicado apenas na Revista Espírita.

Continuaremos com a história do surgimento da doutrina espírita e das obras da codificação de forma mais aprofundada nas próximas edições. Não perca!

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