Elmir P. Santos
1a. Edição JUIZFORANA JUIZ DE FORA - MG 2013
@ 2013 Elmir P. Santos
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Santos, Elmir P. Minha Primeira Hora: dedicando tempo para comunhão com Deus / Elmir P. Santos - Juiz de Fora, MG: Juizforana Gráfica e Editora, 2013 1. O porquê da comunhão na primeira hora do dia. 2. O desafio de colocar Deus em primeiro lugar. 3. A primeira hora e o estudo da Bíblia. 4. A primeira hora e a meditação. 5. Dedicando-se à oração cada manhã. 6. importância do jejum para a comunhão com Deus. 7. Vivendo a plena fidelidade a Deus
Índice para Catálogo Sistemático: I - Cristianismo
Projeto Gráfico e diagramação (capa e miolo): Voilà! Estúdio Criativo Impressão: Juizforana Gráfica e Editora IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil
ÍNDICE Sobre o Autor........................................................................................ 05 Palavras do Autor................................................................................. 07 O porquê da comunhão na primeira hora do dia ........................... 09 O desafio de colocar Deus em primeiro lugar ................................. 17 A primeira hora e o estudo da Bíblia ................................................ 23 A primeira hora e a meditação .......................................................... 29 Dedicando-se à oração cada manhã ................................................. 37 Importância do jejum para a comunhão com Deus........................ 47 Vivendo a plena fidelidade a Deus .................................................... 53 Conclusão.............................................................................................. 63
Minha Primeira Hora: dedicando tempo para comunhão com Deus
Sobre o Autor Elmir Pereira Santos é Mestre em Teologia pelo UNASP – Centro Universitário Adventista de São Paulo, pós-graduado em Psicologia da Família pela UNISA - Universidade de Santo Amaro e em Gestão Educacional pela FADMINAS Faculdade Adventista de Minas Gerais. Atualmente é o Diretor do Departamento de Mordomia da Sede Administrativa da União Sudeste Brasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia que coordena os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, onde dedica tempo para instruir milhares de pessoas a administrarem melhor o tempo, os talentos e recursos financeiros. Nasceu em Grão Mogol, uma cidade do norte de Minas Gerais. É casado há 19 anos com Perla Oliveira Santos, psicóloga, com quem tem dois filhos: Ester, de quatro anos de idade e Davi, de um ano.
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PALAVRAS DO AUTOR Nosso planeta é um palco para todo o Universo, pois aqui ocorre um conflito, uma luta real e única entre o bem e o mal. Quer queiramos ou não, estamos inseridos neste conflito cósmico. A cada dia, as forças do mal colocam diante de nós uma série de tentações para nos seduzir e distanciar de Deus. Nossa grande tentação é vivermos sem Deus, mas quando na primeira hora do dia buscamos o Seu poder, estamos determinando a vitória sobre o mal. “Os cristãos devem cultivar o amor à meditação, e nutrir o espírito de devoção. Muitos parecem lamentar os momentos empregados em meditação, na pesquisa das Escrituras e na oração, como se o tempo assim empregado fosse perdido. Desejaria que todos pudésseis ver essas coisas sob o aspecto porque Deus quereria que as vísseis; pois então daríeis ao reino do Céu lugar de suprema importância. Manter vosso coração no Céu vos robustecerá todas as graças, comunicará vida a todos os vossos deveres. O disciplinar a mente em demorar nas coisas celestiais dará vida e ardor a todos os vossos empreendimentos.” Review and Herald, 29 de março de 1870. Só há uma forma de sermos vitoriosos em nossa vida espiritual. Somente ligados a Deus é que teremos força e poder para vencer o mal, caso contrário fracassaremos. Por isso, devemos cultivar o hábito de buscar a Deus na primeira hora de cada dia. Esta deve ser a nossa principal meta. O objetivo deste livro é justamente lhe mostrar a importância da comunhão com Deus na primeira hora do dia, o que constitui o grande segredo para obter a vitória no conflito entre o bem e o mal. 7
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CAPÍTULO I
O porquê da comunhão na primeira hora do dia Fomos criados de forma espetacular pelo nosso Deus para que em nossa vida fosse manifestada a Sua glória. Quando compreendemos isso, a vida passa ter outro sentido, pois entendemos o plano de Deus e passamos a ter alegria de viver como Seus filhos. Quando era juvenil, foi me mostrado um texto da Bíblia que muito me ajudou a entender o quanto somos especiais para Deus. Isso aconteceu quando questionei se Deus conhece realmente a vida de todas as pessoas aqui na Terra. Salmos 139:16 nos diz: “Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado quando nenhum deles havia ainda.” Como foi bom saber que antes de nascer Deus já tinha um propósito para minha vida! Realmente todos nós somos especiais para Deus. Ele nos criou e para Ele somos a obra principal de sua criação. “Acima de todas as ordens de seres inferiores, Deus pretendia que o homem, a obra-prima de Sua criação, expressasse o Seu pensamento e Lhe revelasse a glória.” - Testemunhos seletos, vol. 3, p. 263. “Na criação do homem, manifestou-se a atuação de um Deus pessoal. Quando Deus fizera o homem à Sua imagem, a forma humana era perfeita, mas jazia inanimada. Então um Deus pessoal, de existência própria, soprou naquela forma o fôlego de vida, e o homem tornou-se 9
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um ser vivo, inteligente. Todas as partes do seu organismo se puseram em ação. O coração, as artérias, as veias, a língua, as mãos, os pés, os sentidos, as faculdades da mente, tudo se pôs a funcionar, sendo todos submetidos a uma lei. O homem tornou-se alma vivente. Mediante Cristo, a Palavra, um Deus pessoal criou o homem, dotando-o de inteligência e poder. Nossa matéria não Lhe era oculta quando, em segredo, fomos formados; Seus olhos viram essa matéria ainda informe, e em Seu livro todos os nossos membros foram escritos, quando ainda nenhum deles havia. Deus designou que, acima de todas as ordens inferiores de seres, o homem, a coroa de Sua criação, exprimisse Seus pensamentos, e Lhe revelasse a glória. Mas o homem não se deve exaltar como Deus.” - A Ciência do Bom Viver, p. 415. Os anjos caídos ficam incomodados por saber que somos tão especiais para Deus que mesmo hoje, desfigurados pelo pecado, ainda mantemos claramente as digitais dEle, pois fomos criados pelas Suas próprias mãos e, assim, perpetuamos o esplendor de sua criação. A Bíblia diz: “Pois tu formaste o meu interior, tu teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e minha alma o sabe muito bem.” (Salmos 139: 13,14). No livro Mensagem aos Jovens (p. 236), Ellen White diz que o ser humano foi “criado um pouco menor do que os anjos, com faculdades susceptíveis do mais alto desenvolvimento”. Isso significa que somos especiais, é Ele quem diz: “Com amor eterno Eu te amei” (Jeremias 31:3). Somos tão especiais que Deus nos enviou o Seu próprio filho para empoeirar seus pés na história deste mundo, para nos libertar dos agrilhões do pecado e viver a liberdade de sermos Seus filhos. No mundo, existe uma cadeia de coisas tentando nos prender, mas Deus tem um plano de libertação para cada um de seus filhos, e devemos 10
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viver esse plano a cada dia. Se realmente queremos viver na presença de Deus aqui e na eternidade, devemos viver plenamente a liberdade de sermos Seus filhos. Sem esse poder diário, não teremos a possibilidade de levar uma vida espiritual plena. Se começarmos o dia sem colocar Deus em primeiro lugar, podemos considerá-lo perdido em nossa caminhada para o Céu, pois nesse dia fomos controlados pelo nosso fracassado eu. A única maneira de se obter crescimento espiritual é o processo de santificação que Deus planejou através da comunhão com Ele nas primeiras horas da manhã. Assim, adoraremos a Ele no templo vivo do corpo, em espírito e em verdade. Para sermos um instrumento de salvação e vivermos em santidade, temos que experimentar diariamente as bênçãos da comunhão no início de cada dia. Na criação da Terra, Deus estava diante de um planeta vazio e sem forma e usou, então, os dias da semana para criar coisas novas e diferentes em cada um deles. “No princípio criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o espírito de Deus pairava por sobre as águas” (Gênesis 1:1-2). Assim como Deus agiu no princípio deste mundo para colocar todas as coisas em ordem, Ele também deseja agir no começo de cada dia para organizar a nossa vida segundo a Sua vontade. Ele quer atuar nas primeiras horas para colocar em ordem todas as nossas obras, para que tudo saia de acordo com sua vontade e não a nossa, para que possa dar sua aprovação ao final de cada um dos dias que nos são dados assim como o deu no término dos dias de Sua criação. Jesus, quando esteve aqui, nos ensinou coisas grandiosas para nossa salvação, e Ele nos deixou o exemplo de buscar a Deus diariamente. Ao acordar, nossa primeira atividade deveria ser passar pelo menos 11
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uma hora na presença de Deus. Deveríamos despertar com fome e sede de Sua Palavra, pois assim como o corpo sente necessidade de ter a mais importante refeição pela manhã, da mesma forma o nosso coração necessita da primeira refeição espiritual antes de qualquer outra atividade. Qual é o maior desejo de sua alma todas as manhãs quando se levanta? Caso o seu primeiro desejo não seja ir à presença de Deus para orar e estudar as Sagradas Escrituras, há algum erro em sua vida. Jesus ordena que Deus deve ser o primeiro. Então, quando se levantar, antes de qualquer outra atividade, primeiro vá à presença de Deus para que sua alma receba poder para ser santa durante aquele dia. Sem esse poder, seu dia será um fracasso. Por que deve Deus vir em primeiro lugar? Caso você faça qualquer outra coisa, por mais simples que seja, logo ao se levantar pela manhã, o seu coração vai lhe trair. Tudo que o nosso coração carnal deseja é que Deus seja colocado em segundo lugar. A Bíblia diz que devemos ser cuidadosos para que nosso coração não nos engane (Deuteronômio 11:6). Ele é perverso e corrupto e devemos guardá-lo cuidadosamente porque dele procedem nossos pensamentos, palavras e ações. Em outras palavras, o modo como vamos viver durante as horas do dia depende da comunhão que tivemos durante a manhã. Quando acordo pela manhã, priorizo Deus em minha vida. Não existem planos ou desculpas para que não tenha meu momento de devoção pessoal no momento em que acordo. Deus tem um planejamento para cada dia de nossa vida. Ao seguir o plano de Deus, encontramos real felicidade. Quando levantamos pela manhã, nossa primeira preocupação deve ser: Qual é a programação de Deus para hoje? Onde está essa programação? Enfim, lendo a Bíblia encontraremos toda a Sua vontade para que nosso dia seja abençoado e para vivermos como discípulos de Jesus. 12
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Para descobrir a programação de Deus para sua vida, quando se levantar pela manhã, antes de qualquer outra atividade, você deve ler a Bíblia em profunda dependência de Jesus e livre de qualquer ideia preconcebida. Deve pedir ao Espírito Santo que conduza a sua mente a uma clara compreensão da vontade de Deus naquele dia. Deixe Ele lhe falar e vá reagindo em oração à medida que a clara vontade dEle for sendo revelada. A partir do momento em que o Espírito Santo lhe sensibiliza com a leitura da Palavra de Deus, fale com Ele em oração dizendo que você O ama, glorifique o nome dEle, agradeça pela Palavra bíblica que vai ser o seu guia durante aquele dia. Diga que sem a Luz que está à sua disposição, você cairia em muitos abismos, e que você O louva porque naquele dia terá uma visão clara da direção a seguir, terá um caminho certo a trilhar. Prossiga a leitura e, enquanto Deus fala pela Bíblia, fale com Ele em oração. E assim, o Espírito Santo vai lhe dar poder para viver como servo de Deus a cada dia. Experimente buscar a Deus na primeira hora de cada dia, testemunhe para outros sobre o seu encontro pessoal com Deus para que outras pessoas decidam fazer o mesmo. Fale de Deus e do que Ele tem feito por você através dessa comunhão. Com certeza, outros serão atraídos a fazer o mesmo e assim, estaremos neutralizando as estratégias do inimigo. Vale a pena buscar a Deus nas primeiras horas de cada dia? Se não fizermos isso, viveremos escravos da maldade de Satanás. Lembre-se de que a falta de relacionamento diário com Deus afeta nosso discernimento. Não podemos nos esquecer que somos salvos apenas por um dia, que a salvação do poder do pecado é diária e deve ser desenvolvida com toda força. A Bíblia diz: “O nosso homem interior se renova de dia em dia...” (II Coríntios 4:16). “Dia após dia, morro!” (I Coríntios 15:31). “Para que possa aperfeiçoar a minha santidade no temor de Deus” (II Coríntios 7:1). “E não vos conformeis com este século, mas transformai13
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vos pela renovação de vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2). “Exortaivos mutuamente cada dia, durante o dia que se chama hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo poder do pecado. Hoje se ouvirdes a sua voz não endureçais o vosso coração” (Hebreus 3:13 e 15). “Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora o dia da salvação” (II Coríntios 6:2). “Santicai-vos hoje porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós” (Josué 3:5). O desejo de Deus é que tenhamos paz: “Achadas as tuas palavras logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, Ó Senhor, Deus dos Exércitos” (Jeremias 15:16). Três fatores importantíssimos merecem a nossa atenção neste versículo: 1) Achadas as tuas palavras: Achar pressupõe o quê? Para achar é preciso procurar. Então, quando me levanto pela manhã, a Palavra não vai me procurar, mas sou eu quem deve procurá-la. Tenho que buscar a Deus nas primeiras horas e não deve ser uma busca superficial, mas de todo o meu coração. O próprio profeta Jeremias caracteriza o tipo da busca da qual o Senhor se agrada: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29:13). A minha alma necessita do Salvador cada manhã, sem Ele ela fica vazia, desordenada e sem direção. 2) Logo as comi: Não é suficiente dizer que a Palavra é importante, que é boa, que é Divina e que salva. É preciso comer a Palavra, colocar o alimento Divino no meu coração. Somente assim seus nutrientes entrarão na corrente sanguínea da alma e passarei ter vida e energia do poder que vem de Deus direto para minha vida. 14
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3) As Tuas Palavras me foram gozo e alegria para o coração: Quem decide priorizar a busca de Deus nas primeiras horas de cada dia, vai ter paz e alegria no decorrer do mesmo. “Nas primeiras horas do novo dia o Senhor despertava de seu repouso e sua alma e lábios eram ungidos de graça para que a pudesse transmitir a outros.” - Parábolas de Jesus, p. 139. Andar com Deus e aprofundar nosso relacionamento com Ele é uma questão de vida e longevidade. Em Deuteronômio lemos: “Amando ao Senhor, teu Deus, dando ouvidos à Sua voz e apegando-te a Ele; pois disto depende a tua vida e longevidade...” (Deuteronômio 30:20). Andar com Deus diariamente nos permitirá viver um cristianismo real e autêntico. O recebimento da unção diária do Espírito Santo traz em Si toda a vida e o poder de Cristo que nos faz mais do que vencedores, em todas as circunstâncias. Andar com Deus diariamente nos mantêm ligados ao céu e recebemos uma influência transformadora direta do Senhor Jesus Cristo. “Quem usa a completa armadura de Deus e separa algum tempo cada dia para meditar e orar, e também para estudar as Escrituras, estará ligado ao Céu e terá uma influência transformadora e salvadora sobre os que o rodeiam. Terá importantes pensamentos, nobres aspirações e claras percepções da verdade e da obra de Deus. Anelará pela pureza, pela luz, pelo amor, e por todas as graças celestiais.” - Testimonies, vol. 5, p. 112. O que Deus deseja para nós foi o que Jesus viveu aqui desde a sua tenra idade, pois viveu aqui a plena comunhão com Deus. “A infância de Jesus, passada na pobreza, não fora contaminada pelos hábitos artificiais de uma era corrupta... No alvorecer encontrava-O muitas vezes em algum lugar retirado, meditando, examinando as Escrituras, ou em oração. Com cânticos saudava a luz da manhã.” – A Ciência do Bom viver, p. 52. Jesus fazia isso porque queria viver uma vida plena na presença do Pai. “Fugindo 15
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à agitação e confusão da cidade, às turbas ansiosas e aos traiçoeiros rabis, Jesus desviou-Se para o sossego dos bosques das oliveiras, onde podia estar a sós com Deus.” – A Ciência do Bom Viver, p. 86. Assim como Cristo fazia, também necessitamos a cada dia estarmos na presença de Deus e “devemos orar de manhã, para que, assim como o sol ilumina a Terra e enche o mundo de luz, também o Sol da Justiça brilhe nas câmaras da mente e do coração, tornando-nos luzes no Senhor. Não podemos dispensar Sua presença um momento sequer. O inimigo sabe quando intentamos andar sem o Senhor, e ali está ele, pronto para encher-nos a mente de más sugestões para que decaiamos de nossa firmeza; mas o desejo do Senhor é que de momento a momento permaneçamos nEle, e nEle sejamos completos. (...) Deus quer que cada um de nós seja perfeito nEle, a fim de representarmos perante o mundo a perfeição de Seu caráter. Quer que estejamos isentos de pecado, para não desapontarmos o Céu, nem entristecermos o Divino Redentor. Não quer Ele que professemos o cristianismo sem prevalecer-nos da graça que nos pode tornar perfeitos, e nada nos falte.” - Bible Echo, 15 de janeiro de 1892 in A Ciência do Bom viver, p. 509. Assim como Cristo fez, devemos fazer nós também. Ele é nosso exemplo, pois o segredo da Sua vitória contra o mal foi o fato de dedicar tempo para ter intimidade com o Pai. Depois de dedicar tempo para Deus é que saia para cumprir sua missão. “Era de horas passadas com Deus que Ele saía, manhã após manhã, para levar aos homens a luz do Céu.” - O Maior Discurso de Cristo, p.102. Esse era o segredo de Cristo e deve ser o nosso também.
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CAPÍTULO II
O desafio de colocar Deus em primeiro lugar Pelo fato de terem se posicionado ao lado de Cristo, muitas pessoas acreditam que já O colocaram em primeiro lugar. Mas se você for observar na prática, perceberá que pouco tempo têm elas se dedicado a Deus. Cristão não é aquele que só aceitou a Cristo como Salvador, mas o que deixa a cada dia Ele ser o Senhor de sua vida. Assim fazendo, descobrirá que buscar a Deus diariamente é a base da intimidade com Cristo. Quando Deus é colocado em primeiro lugar em todos os aspectos da vida, você poderá desfrutar a certeza da promessa Bíblica, que todas as outras coisas virão como acréscimo (Mateus 6:33). O discípulo deve amanhecer o dia respirando Jesus, despertar com fome da Palavra de Deus, pois precisa do alimento espiritual antes de qualquer atividade. A busca deve ser descobrir qual o propósito de Deus para sua vida e a cada dia colocar todas as suas atividades nas mãos dEle, para que se cumpra em você o propósito Divino. “Aqueles que buscam ao Senhor de nada têm falta” (Salmos 34:10). Sua vida não deve estar focada nos problemas, seu foco deve ser Cristo. Assim, Ele dará sabedoria e força no momento certo, e cada problema terá sua solução. A luta diária do cristão é colocar Cristo em primeiro lugar. Alguém uma vez perguntou a um grande pregador qual era a 17
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sua grande tentação. Ele respondeu que era a de assumir o controle de sua vida e não Deus. Muitas vezes, podemos ser levados a estar tão preocupados com os nossos problemas que queremos resolvê-los sozinhos, esquecendo que Cristo está no controle. Não importa se seu problema é físico, mental ou espiritual, o que você deve fazer é aprender confiar em Deus, acreditar que Ele está à frente. Se Ele foi colocado em primeiro lugar, seu papel concentra-se nas promessas maravilhosas que Ele fez, como: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estas comigo” (Salmos 23:4). Ele cuidará do resto. Colocar Deus em primeiro lugar em sua vida também é dedicar mais tempo para a vida espiritual, renovar as forças todo dia, pois a cada dia você terá que ser salvo do poder do pecado. Assim sendo, se você buscar a Deus diariamente através da meditação, oração e estudo das Escrituras, receberá dos Céus virtudes espirituais. Sua percepção da vontade de Deus será mais clara, e o amor será uma fonte transbordante em sua vida. Se Deus for colocado em primeiro lugar em sua vida e todo dia o seu alvo for procurar entender o propósito dEle, os seus relacionamentos serão também para glorificar a Deus. Olhando para o céu bem de madrugada você poderá ver uma linda estrela que é conhecida como estrela da alva ou estrela da manhã. A Bíblia chama Cristo de Estrela da Manhã. Se você se levantar de madrugada para meditar e orar, terá o privilégio não só de ver esta estrela, mas de ter um encontro com Cristo. Você terá uma experiência extraordinária de sentir o seu toque em seu ombro e muitos de seus fardos de dor serão lançados ao chão. Cristo lhe tornará verdadeiramente livre. Cristo é o pão da vida que deve alimentar o cristão na primeira hora de cada manhã. Como já dissemos, este é o alimento da alma, assim 18
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como de manhã o nosso corpo necessita de alimento material. Cada dia, Deus tem um programa para Seus filhos. Você pode ou não estar cumprindo esse programa que Deus tem determinado, e ele só pode ser descoberto através da oração e leitura da Bíblia (Mateus 22:29). A falta de contato com Deus afeta o discernimento de Sua vontade para nós. Como podemos saber o plano de Deus para nós se não entramos em contato com Ele? Só poderemos saber Sua vontade se estivermos em sintonia com Ele. Nosso grande desafio é passar o dia sem perder o foco em Cristo Jesus, por isso a primeira coisa que devemos fazer no início de cada manhã é entrar em contato com Deus, alimentando-nos do pão da vida. “Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disto vossa primeira tarefa. Seja vossa oração: ‘Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti.’ Esta é uma questão diária. Cada manhã consagrai-vos a Deus para esse dia. Submetei-Lhe todos os vossos planos, para que se executem ou deixem de se executar, conforme o indique a Sua providência. Assim dia a dia podereis entregar às mãos de Deus a vossa vida, e assim ela se moldará mais e mais segundo a vida de Cristo.” - Caminho a Cristo, p. 70. Para que a natureza espiritual possa durante o dia manter-se mais fortalecida que a natureza carnal, ela deve ser alimentada a cada manhã. Se você não faz isso, está cometendo um suicídio espiritual. A natureza carnal luta diariamente tentando ocupar maior espaço em nosso coração. Deus nos salva nas primeiras horas de cada manhã para que possamos ser santos durante o dia. Sem o recebimento da porção diária da Palavra de Deus, não poderemos viver como Seus filhos, pois nesse dia seremos dominados pela natureza carnal. 19
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“Os que põem toda a armadura de Deus e devotam algum tempo cada dia à meditação, orando e (estudando as escrituras) estudo das escrituras estarão em ligação com o céu e terão uma influência salvadora, transformadora sobre os que o cercam.” - Testemonies, vol. 5, p. 112. Cada dia que Deus lhe concede deve ser vivido com toda intensidade cristã, isto é viver o máximo na presença de Jesus como seu grande e inigualável amigo. Mas essa amizade e intimidade com Cristo só é possível alcançar de uma forma: passando tempo com Ele. Devemos fazer com Cristo da mesma forma como fazemos com uma pessoa que estamos conhecendo. Só é possível saber quem ela é quando conversamos, ouvimos com atenção e saímos para alguma atividade juntos. Com Cristo, a conversação se dá através da oração. Nós o escutamos através do estudo de Sua Palavra e as atividades com Ele são feitas quando saímos para testemunhar. Sei que não é fácil, mas é plenamente possível. É uma questão de mudança de foco, por exemplo: Orar não para cumprir um requisito antes do almoço, de viagem ou antes de dormir, mas porque você tem saudades de falar com Ele, de estudar a Bíblia para ouvir a doce voz de Cristo, de testemunhar não por obrigação, mas porque é bom estar ao lado de Jesus. Isso é vida Cristã. Tornar-se um seguidor de Cristo é fácil, difícil é permanecer como cristão em um mundo tão sedutor para o mal. Algum tempo depois da conversão, muitos percebem que o primeiro amor está se esvanecendo e, com o passar do tempo, ele pode até desaparecer. Quando isso acontece, a pessoa passa a ser um cristão múmia: até fica em pé sozinho, mas está morto, leva um cristianismo formal. Deus deseja que você seja um cristão autêntico, entusiasmado, alegre, que vibra com o evangelho e que espalha amor e perfume por todos os lugares que passa. O que fazer para viver um vida cristã assim? Isso só acontece quando você mantém um relacionamento íntimo com Jesus 20
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através do estudo da Bíblia e oração, com o propósito de familiarizar-se com Deus, aprender de Jesus a cada dia. Assim, você estará alimentado espiritualmente, pois Ele mesmo disse: “Eu sou o pão da vida, o pão vivo que desceu do céu. Aquele que vem a mim nunca terá fome e o que crer em mim jamais terá sede, se alguém comer a minha carne e beber o meu sangue, viverá para sempre, mas se não fizer, não terá em si nenhuma vida” (João 6:33 e 48). Cristo morreu em nosso lugar para que em Sua morte tivéssemos vida, e vida em abundância (João 10:10). E, através da meditação diária sobre a vida de Cristo, podemos ser transformados à Sua semelhança. “Far-nos-ia bem passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Deveremos tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito. Se queremos ser salvos afinal, teremos de aprender ao pé da cruz a lição de arrependimento e humilhação.” - O Desejado de Todas as Nações, p. 83. Toda essa transformação está à nossa disposição. É só buscá-la através do estudo da Bíblia, meditação e oração. Por isso, é um ato inteligente de nossa parte dedicar a primeira hora de cada dia para Deus, fazer isso antes mesmo de tomar banho, trocar de roupa, nos alimentar, ver televisão, ler jornal, ir para o trabalho ou qualquer atividade. Primeiro devemos nos encontrar com Deus, pois Ele tem uma porção diária de alimento espiritual em Sua palavra. Devemos buscar a Deus na primeira hora de cada manhã porque estamos com o nosso cérebro descansado das atividades do dia anterior, ele está despertando e entrando no ritmo. Nada melhor que aquecê-lo com as atividades do Céu. Ele estará começando o dia focando as atividades a partir da vontade de Deus e quando estiver em plena atividade, não se 21
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esquecerá da presença Divina com a qual teve contato no início do dia. Esse primeiro contato irá determinar o rumo das atividades que serão desenvolvidas durante aquele dia. Se você prefere dedicar tempo a Deus em outro momento do dia, saiba que há um grande risco das atividades diárias absorverem tanto seu tempo que você venha ser traído pelo seu próprio coração, pois “enganoso é o coração, mais que todas as coisas, desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9).
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CAPÍTULO III
A primeira hora e o estudo da Bíblia Se você observar a vida de Jesus, notará claramente como Ele dedicava tempo para o estudo da Bíblia. Por isso é fácil entender porque a Bíblia afirma que em Sua infância, Cristo crescia em sabedoria e graça para com Deus e os homens, pois passava tempo em contato com o Pai para que Seus talentos se desenvolvessem e se Lhe robustecessem as faculdades. Devido à sua vida de comunhão diária, à medida que avançava em anos, continuava crescendo em sabedoria. Jesus aplicava-se continuamente nos estudos das Escrituras; e nela sempre encontrando e praticando preciosos ensinamentos. A vida de Jesus é marcada por dedicar as primeiras horas da manhã para estar com Deus. Em vez de desperdiçá-las com atividades fúteis, dedicava esse tempo, muitas vezes, em algum lugar isolado, examinando as Escrituras e orando. Tire o máximo de proveito no estudo da Bíblia, destaque as partes importantes para sua vida para que você possa encontrá-las facilmente depois. Também é importante ter um bloco ou caderno de anotações, pois a leitura e a escrita fazem parte do processo de aprendizagem da Palavra de Deus. Anote ideias, ensinamentos e lições que tocaram mais profundamente no seu coração. Essa leitura devocional simples é essencial para o crescimento espiritual diário e também compreende a forma mais fácil de estudo bíblico. O estudo da Bíblia é importantíssimo para alimentar a nossa natureza espiritual, é um alimento básico do 23
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cristão para manter a sua fé viva em Deus. “Deus deseja que o homem exercite suas faculdades de raciocínio; e o estudo da Bíblia robustecerá e elevará o espírito como nenhum outro. Convém, entretanto, acautelar-nos contra o deificar a razão, a qual está sujeita à fraqueza e enfermidade humanas. Caso não queiramos que as Escrituras se fechem ao nosso entendimento, de modo que as mais claras verdades deixem de ser compreendidas, devemos ter a simplicidade e a fé de uma criancinha, estar dispostos a aprender, buscando o auxílio do Espírito Santo. A consciência do poder e da sabedoria de Deus, e de nossa incapacidade para Lhe compreender a grandeza, deve inspirarnos humildade, e devemos abrir Sua Palavra com reverência, como se entrássemos a Sua presença, com santo temor. Ao lermos a Bíblia, a razão deve reconhecer uma autoridade superior a si própria, e o coração e a inteligência se devem curvar perante o grande EU SOU.” - Caminho a Cristo, p. 110. A dedicação na leitura da Bíblia nos conduz a viver um cristianismo mais autêntico, e comunica uma vida plena de fidelidade. Não tem como o crente entender a vontade de Deus sem estudar Sua Palavra. “Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não têm de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2.15). “Muitas coisas há, aparentemente difíceis ou obscuras, que Deus tornará claras e simples aos que assim procuram compreendê-las. Sem a direção do Espírito Santo, porém, estamos continuamente sujeitos a torcer as Escrituras ou a interpretá-las mal. Muitas vezes a leitura da Bíblia fica sem proveito, e em muitos casos é mesmo nociva. Quando se abre a Palavra de Deus sem reverência nem oração; quando os pensamentos e as afeições não se concentram em Deus, ou não se acham em harmonia com Sua vontade, a mente fica obscurecida por dúvidas; e o ceticismo se robustece com o próprio estudo da Bíblia” - Caminho a Cristo, p. 110. 24
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Deixamos aqui três dicas básicas e fundamentais para um bom e proveitoso estudo da Bíblia, que são empenho mental, disciplina e tempo. A prática destes elementos leva-nos a entendermos e a vivenciarmos melhor a palavra de Deus em nossa vida. Vejamos cada uma delas a seguir.
1. Empenho mental Vivemos em um mundo onde constantemente estamos sendo bombardeados por coisas que nos tiram da presença de Deus. São inúmeros programas de TV, internet, filmes, músicas mundanas e etc. Estes são alguns exemplos de entretenimentos que desviam nosso tempo, atenção e vontade de estudar a Bíblia. Essa é uma estratégia de Satanás para absorver e ocupar a nossa mente de tal forma que a Palavra de Deus não seja considerada o Livro dos livros e o pecador não se desvie do caminho da transgressão para o caminho da obediência. Podemos ver neste mundo milhares de pessoas que são arrastadas muito facilmente para o mal e levadas a viver uma vida fora da presença de Deus. Porém, se a Bíblia fosse mais estudada, as pessoas teriam forças para combater o mal e não abandonariam a igreja de Deus. O estudo diário da Bíblia promove retidão interior e uma fortaleza de espírito capaz de resistir às tentações do inimigo. Vale a pena dedicar tempo, concentrar a mente e esforçar-se para manter pensamentos retos, libertando-a de tudo o que é impuro e falso. A melhor parte está para quem se deleita a beber da fonte da vida em Sua Palavra. A princípio, dedicar-se à leitura da Bíblia pode até parecer enfadonho e cansativo, mas ao final sua mente vai se abrindo para aceitar esse alimento de tal forma que não passará um dia sequer sem que esse 25
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contato com Deus não seja o seu maior desejo. Ao estudar diariamente a Bíblia, você passará a ter uma profunda alegria em seu coração, pois quando examinamos as Escrituras em busca de luz, anjos celestes se aproximam para impressionar o espírito e iluminar o entendimento, de modo que se possa em verdade dizer: “A exposição das Tuas Palavras dá luz e dá entendimento aos símplices” (Sal. 119:130). “Não admira o não haver mais mentes que se ocupem do Céu, entre os jovens que professam o Cristianismo, quando tão pouca atenção se dá à Palavra de Deus. Os divinos conselhos não são atendidos; as advertências do Senhor não são obedecidas. Não se buscam graça e sabedoria celestes, para que se purifique a vida de todo traço de corrupção.” - Conselho aos Professores, Pais e Estudantes, p. 442.
2. Disciplina A autodisciplina é de fundamental importância em nossa vida para o desenvolvimento pessoal e não é diferente no estudo da Bíblia. O estudo deve acontecer individualmente e em família. O hábito de estudar a Palavra de Deus em casa deve ser desenvolvido. Isso é o que chamamos de disciplina espiritual. “Os pais devem tomar tempo diariamente para o estudo da Bíblia com seus filhos. Não há dúvida de que isto exigirá esforço e a organização de um plano para tal, bem como algum sacrifício para o realizar; o esforço, porém, será ricamente recompensado. Como preparo para o ensino de Seus preceitos, Deus ordena que sejam eles escondidos no coração dos pais. ‘E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração’, diz Ele; ‘e as intimarás a teus filhos’ (Deuteronômio 6:6 e 7). A fim de que interessemos nossos filhos na Bíblia, nós mesmos devemos estar interessados nela. Para despertarmos neles amor ao seu estudo, devemos amá-la. (...) A tudo que a Palavra de Deus ordena, devemos obedecer. 26
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Tudo que ela promete, podemos clamar.” - Educação, p. 186, 187 e 189.
3. Tempo Vivemos no mundo de muita correria e o tempo parece pouco para tantas coisas que gostaríamos de fazer. Bem, isso é verdade, mas não podemos abrir mão do tempo para coisas fundamentais da nossa vida como comer, dormir, estar com a família... Da mesma forma que não podemos viver sem essas coisas, também não poderemos viver sem Deus. Sem Ele, a vida será uma tragédia! Por isso, o tempo para o estudo da Bíblia é de fundamental importância para nossa espiritualidade e felicidade. Você deve estabelecer um período mínimo de tempo para o estudo da Bíblia. Dentro do contexto de dedicar a primeira hora da manhã para Deus, deve lembrar-se de distribuir o tempo entre: estudo da Bíblia, meditação e oração. Esse tempo de deve ser sagrado, e não se deve abrir mão dele. “Acima de tudo, tomai tempo para ler a Bíblia - o Livro dos livros. O estudo diário das Escrituras tem influência santificadora, enobrecedora, sobre o espírito. Ligai o volume sagrado ao vosso coração. Ele se vos mostrará amigo e guia na perplexidade. Tanto adultos como jovens negligenciam a Bíblia. Não fazem dela seu estudo, a regra de sua vida. Os jovens, especialmente, são culpados dessa negligência. A maioria deles encontra tempo para ler outros livros, mas aquele que indica o caminho da vida eterna não é diariamente estudado. Histórias ociosas são lidas atentamente, ao passo que a Bíblia é negligenciada. Esse Livro é nosso guia para uma vida mais elevada e santa.” - Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 139. 27
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CAPÍTULO IV
A primeira hora e a meditação Hoje em dia pouco se fala em meditação nas igrejas. Parece que essa prática pertence a religiões não cristãs, mas muitos se esquecem é que essa é uma prática da igreja de Deus. A meditação deveria ser não só ensinada, mas praticada por todo cristão, pois essa é a vontade de Deus. Ao contrário do que muitos pensam, ela é fundamental para desenvolvermos a espiritualidade, e também constitui a chave principal para que tenhamos intimidade com Deus. A meditação permanece como a parte central da verdadeira devoção cristã. É através dela que fazemos a preparação da nossa mente e coração para a obra da oração e comunhão. Se você examinar as Escrituras, vai encontrar a meditação como uma prática comum dos filhos de Deus. É interessante que muitas vezes passamos por alto textos tão significativos sobre o assunto. Um exemplo clássico da prática da meditação no Velho Testamento está em Gênesis 24:63 que diz: “Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde”. Outro ainda lemos em Salmos 63:13: “No meu leito, quando de ti me recordo, e em ti medito, durante a vigília da noite”. Na Bíblia, encontramos histórias de grandes homens com seus feitos extraordinários, resultado da prática da meditação diária na Palavra de Deus. Um chamamento clássico está no livro de Salmos. Há um salmo 29
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introdutório que convida todos a imitarem o homem “bem-aventurado”, que cujo “prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmo 1.2). “Vosso último pensamento à noite, vosso primeiro pensamento pela manhã, devem ser para Aquele em quem se concentram vossas esperanças de vida eterna.” – Ellen G. White. Carta 19, 1895. “Muitos parecem lastimar os momentos passados em meditação, no exame das Escrituras e na oração, como se fosse perdido o tempo assim empregado. Desejaria que todos vós pudésseis ver estas coisas no aspecto em que Deus quer que as vejais; pois o reino do Céu teria então para vós a primeira importância. (...) Como o exercício aumenta o apetite e dá força e saudável vigor ao físico, assim os exercícios devocionais trazem acréscimo de graça e vigor espiritual. As afeições se devem concentrar em Deus. Contemplai-Lhe a grandeza, misericórdia e excelências. Permiti que Sua bondade e amor e perfeição de caráter vos cativem o coração. Conversai acerca de Seus encantos divinos, e das mansões celestes que Ele está preparando para os fiéis. Aquele cuja conversa é sobre o Céu é o cristão mais útil a todos os que o rodeiam. Suas palavras são proveitosas e refrigerantes. Possuem poder transformador sobre aqueles que as ouvem, e abrandarão e conquistarão a alma.” - Review and Herald, 29 de março de 1870. “Há necessidade constante de íntima comunhão com Deus. Precisamos absorver o espírito de Cristo, se o quisermos comunicar aos outros. Não podemos enfrentar as aliadas forças satânicas e humanas a menos que passemos muito tempo em comunhão com a Fonte de toda força. Tempos há em que nos devemos afastar do ruído da labuta terrena e das vozes humanas e, em lugares retirados, escutar a voz de Jesus. Assim podemos provar o Seu amor e abeberar-nos de Seu Espírito. Assim aprenderemos a crucificar o próprio eu. Esse procedimento pode parecer impossível ao espírito humano. ‘Não tenho tempo’, podereis dizer. Mas ao considerar a questão como é 30
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em verdade, não perdeis nenhum tempo; pois ao obterdes o poder e a graça que vêm unicamente de Deus, não efetuais vós mesmos a obra. É Jesus que é em verdade o obreiro. ‘Sem Mim’, diz Cristo, ‘nada podereis fazer’ (João 15:5). (...) A reflexão e fervorosa prece inspirarão para santo empreendimento.” – Ellen G. White. Manuscrito 25a, 1891. A meditação cristã se difere de todas as meditações orientais, não é simplesmente um desprendimento do mundo material, é um convite para uma comunhão real e íntima com Deus. Ela nos proporciona um momento de total entrega do nosso ser à vontade de Deus. Não existe aqui um domínio de uma técnica para melhor se meditar. Não. É a entrega de nossos sonhos a Deus. A meditação deve fluir naturalmente de nós para Deus assim como nosso respirar, deve ser um alimento para nossa vida espiritual assim como nos alimentamos a cada dia. O segredo da meditação está em separar um tempo para Deus e persistir nesse tempo, não abrir mão dele para nada. “A mente de um homem ou de uma mulher não desce num momento da pureza e santidade para a depravação, corrupção e crime. Leva tempo transformar o humano no divino, ou degradar os que foram formados à imagem de Deus em brutais ou satânicos. Pela contemplação somos mudados. Embora formado à imagem do seu Criador, o homem pode de tal modo educar sua mente que o pecado que uma vez lhe pareceu repulsivo, tornar-se-lhe-á aprazível. Ao cessar de vigiar e orar, cessa de guardar a cidadela, o coração. (...) É preciso manter guerra constante contra a mente carnal; e precisamos ser ajudados pela refinadora influência da graça de Deus, a qual atrairá a mente para o alto e habituála-á a meditar no que é puro e santo.” - Testimonies, vol. 2, p. 478 e 479. O afastamento de toda confusão que nos cerca é para que tenhamos uma união mais ampla com Deus. Não temos necessidade de nenhum dom especial, nem de poderes psíquicos para a meditação. Tudo o 31
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que teríamos de fazer seria disciplinar e treinar as faculdades latentes que há dentro de nós. Qualquer pessoa capaz de abrir o poder da imaginação pode aprender a meditar. Devemos entender que não estamos entrando em um modismo, mas em uma jornada em busca do discernimento profundo da vontade de Deus para nossa vida. Não estamos em busca de aliviar a tensão, de melhorar a concentração ou de ter melhor relacionamento na família, no trabalho e com colegas. A busca é por algo mais profundo. É a busca da transformação do caráter através do poder de Deus. Todas as outras citadas aqui são importantes, mas periféricas. Estamos falando de uma meditação cristã que só existe através do contato direto com Deus. Não estou falando de algo pra ser medido em um laboratório, nem de uma meditação de manipulação psicológica. “Se você acha que vivemos em um universo puramente físico, considerará a meditação como um bom meio de obter um consistente padrão de onda cerebral alfa. (A meditação transcendental tenta projetar exatamente esta imagem, o que a torna altamente apelativa para homens e mulheres seculares modernos.) Se, porém, você acredita que vivemos em um universo criado pelo Deus pessoal e infinito que tem prazer em nossa comunhão com ele, você verá a meditação como comunicação entre o Amante e o amado. Conforme disse Alberto, o Grande: ‘A contemplação dos santos é inspirada pelo amor do contemplado: isto é, Deus’. Esses dois conceitos são completamente opostos. Um confina-nos a uma experiência totalmente humana; o outro lança-nos a um encontro divino-humano. Um fala da exploração do subconsciente; o outro, de ‘descansar naquele a quem temos encontrado, que nos ama, que está perto de nós, que vem a nós e nos atrai para si.’ Ambos parecem religiosos e até usam jargão religioso, mas o primeiro não pode, em última instância, encontrar 32
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lugar para a realidade espiritual.” Celebração da disciplina, p. 21. Quando falamos de meditação no cristianismo, estamos falando de algo transcendental, espiritual, de relacionamento do Divino com o humano, é a experiência fundamentada na fé. “Como, pois, chegamos a crer em um mundo do espírito? Mediante fé cega? De maneira nenhuma. A realidade interior do mundo espiritual está ao alcance de todos quantos estão dispostos a buscá-la. Com frequência tenho descoberto que aqueles que tão gratuitamente difamam o mundo espiritual nunca tomaram dez minutos para investigar se tal mundo realmente existe ou não. Como qualquer outro trabalho científico, formulamos uma hipótese e a experimentamos para ver se é verdadeira ou não. Se nosso primeiro experimento falha, não nos desesperamos nem rotulamos de fraudulento todo o negócio. Reexaminamos nosso procedimento, talvez ajustemos nossa hipótese, e experimentamos de novo. Deveríamos, pelo menos, ter a honestidade de perseverar nesta obra no mesmo grau que perseveraríamos em qualquer campo da ciência. O fato de que tantos se mostram indispostos a fazê-lo revela, não sua inteligência, mas seu preconceito.” Celebração da disciplina, p. 24. Aprendemos a meditar meditando, contudo, sugestões simples no tempo certo podem produzir uma imensa diferença. Deve se reservar uma parte de cada dia para a meditação forma. O ideal é fazer isso na primeira hora de cada manhã. Procure um lugar calmo e livre de interrupção, sem telefone por perto. Se possível, um lugar entre árvores e plantas. É melhor ter um lugar certo. Em relação à postura, não faz diferença alguma; você pode orar em qualquer parte, em qualquer momento, e em qualquer posição. No outro sentido, porém, a postura é de máxima importância, pois você 33
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deve estar de tal forma que se sinta confortável, e se manter de forma reverente realmente digna da presença de Deus. Se formos pesquisar na Bíblia, encontramos diversas posturas, desde assentado até de joelhos. Interessante que é bom fechar os olhos a fim de afastar as distrações e concentrar a atenção no Cristo vivo, mas a meditação pode também ser feita de olhos abertos, contemplando, por exemplo, a natureza. Na prática, entra-se com muito maior facilidade no mundo interior da meditação pela porta da imaginação. Deixamos hoje de avaliar seu profundo poder. A imaginação é mais forte do que o pensamento conceitual, é mais forte do que a vontade. No Ocidente, nossa tendência para endeusar os méritos do racionalismo - e ele tem mérito - tem nos levado a ignorar o valor da imaginação. Devemos, simplesmente, convencer-nos da importância de pensar e experimentar por meio de imagens mentais. Quando crianças, isto nos vinha tão espontaneamente, mas agora, durante anos temos sido treinados a deixar de lado a imaginação, e até mesmo a temê-la. Através da imaginação podemos visualizar as histórias do Evangelho. A sugestão de Ellen White é que deveríamos fazer isso todos os dias meditando na pessoa de Cristo Jesus. Por isso salientamos esta máxima: “Far-nos-ia bem passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Deveremos tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito. Se queremos ser salvos afinal, teremos de aprender ao pé da cruz a lição de arrependimento e humilhação. Ao comunicarmos uns com os outros, podemos ser, mutuamente, uma bênção. Se somos de Cristo, nossos mais gratos pensamentos serão em torno dEle. Teremos prazer em falar a Seu respeito; e ao falarmos uns aos outros em Seu amor, nosso coração será abrandado por influências divinas. Contemplando a beleza de Seu 34
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caráter, seremos ‘transformados de glória em glória na mesma imagem’ (II Coríntios 3:18).” - O Desejado de Todas as Nações, p. 83. Você pode começar sua meditação orando, falando com Deus, por exemplo: Senhor, entrego-te o meu coração, minha vontade e todo meu ser, também te entrego minha ira contra o irmão X e, por favor, Senhor, liberta-me do medo que tenho de viajar de avião. Entrego ao Senhor minha ansiedade por não ter dinheiro suficiente para pagar as contas deste mês. Liberta-me do medo que tenho de ficar sozinha com meus filhos. Seja o que for que o preocupe, simplesmente diga-o. Tendo se concentrado, passe os momentos restantes em completo silêncio, pois sabemos falar, mas paramos pouco para ouvir a voz de Deus falando em nosso coração. Você vai perceber que neste silêncio, Deus vai lhe dar a vitória sobre muitas coisas em sua vida, mesmo antes de se levantar da meditação. Permita que Deus comungue com seu espírito. E assim desenvolva seu jeito próprio de meditar, o importante mesmo é passar tempo com Deus concentrando a sua mente nele. Sentido o seu toque em sua vida, faça da meditação a sua força para enfrentar as tentações deste mundo na presença de Deus.
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CAPÍTULO V
Dedicando-se à oração cada manhã Todas as vezes quando Deus quis fazer grandes coisas em nosso meio, Ele convidou seus servos para a oração. A oração nos conecta com o Céu e submete nossa vontade à vontade de Deus. Essa ferramenta está sempre à nossa disposição, pois através de Cristo Jesus podemos falar livremente com Deus. A oração é uma prática comum na Bíblia. “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava” (Marcos 1.35). Estas palavras soam como um comentário sobre o estilo de vida de Jesus. Em outro momento da Bíblia, Davi deseja que Deus quebre as cadeias de autoindulgência do sono: “de madrugada te buscarei” (Salmos 63:1). Quando os apóstolos foram tentados a investir suas energias em outros ministérios importantes e necessários, decidiram entregar-se continuamente à oração e ao ministério da palavra (Atos 6:4). Podemos encontrar a melhor definição sobre oração nos escritos de Ellen White quando diz: “A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo. Não que seja necessário a fim de tornar conhecido a Deus o que somos; mas sim para nos habilitar a recebê-Lo. A oração não faz Deus baixar a nós, mas eleva-nos a Ele.” - Caminho a Cristo, p. 93. No início deste mundo, quando Deus criou o homem, Ele estabeleceu a oração como meio de comunicação com o homem. Esta foi a forma 37
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estabelecida por Deus para manter um relacionamento de intimidade com Adão e Eva e consequentemente com a humanidade, mas o pecado trouxe separação entre o Deus e o homem, porém a oração ainda constitui esse canal de comunicação, e devemos conversar com Ele como se estivesse em nossa frente. “Se tivermos o Senhor sempre diante de nós, e deixarmos o coração transbordar em ações de graças e louvores a Ele, teremos frescor contínuo em nossa vida religiosa. Nossas orações terão a forma de uma conversa com Deus, como se falássemos com um amigo. Ele nos falará pessoalmente de Seus mistérios. Frequentemente advir-nos-á um senso agradável e alegre da presença de Jesus. O coração arderá muitas vezes em nós, quando Ele Se achegar para comungar conosco, como o fazia com Enoque. Quando esta for em verdade a experiência do cristão, ver-se-lhe-ão na vida, simplicidade, mansidão, brandura e humildade de coração, que mostrarão a todos os que com ele mantêm contato, que esteve com Jesus e dEle aprendeu.” - Parábolas de Jesus, p. 129 e 130. É confortante saber que, mesmo vivendo neste mundo cheio de tantos problemas, podemos contar com um Deus que se comparece de cada um de nós, e que está disposto a ouvir a nossa oração. Não existe oração que Deus não responda, Ele sempre procura a melhor opção para nós, mesmo que em nossa curta visão possamos não entender o Seu propósito, podemos confiar que Ele sabe o que é melhor para cada um de seus filhos. “A oração é a chave nas mãos da fé para abrir o celeiro do Céu, onde se acham armazenados os ilimitados recursos da Onipotência. Sem oração constante e diligente vigilância, estamos em perigo de tornar-nos descuidosos e desviar-nos do caminho verdadeiro. O adversário procura continuamente obstruir o caminho para o trono da graça, para que não obtenhamos, pela súplica fervorosa e fé, graça e poder para resistir à tentação.” - Caminho a Cristo, p. 95. 38
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Não há como conseguir êxito em nossa vida espiritual se não for através da oração. Sem oração estamos vivendo uma vida sem rumo e propósito, pois Deus é quem dá sentido a ela. Sem oração não permitimos Deus nos guiar; a oração é de fundamental importância para quem deseja que Deus tenha o controle de sua vida. “A oração diária é tão essencial ao crescimento na graça e mesmo à própria vida espiritual, como o alimento temporal para o bem-estar físico. Devemos acostumar-nos a elevar muitas vezes os pensamentos a Deus em oração. Se a mente vagueia, precisamos trazê-la de volta; por perseverante esforço, o hábito finalmente tornará isso fácil. Não podemos por um só momento separar-nos de Cristo com segurança. Podemos ter Sua presença para acompanhar-nos a cada passo, mas somente se observarmos as condições que Ele mesmo estabeleceu.” Review and Herald, 15 de novembro de 1887 in Santificação, p. 93. A oração nos dá força a cada dia para seguir a nossa caminhada para o Céu. É de fundamental importância para o cristão começar o dia em contato íntimo com Deus através da oração, como nos aconselha a serva de Deus: “Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disto vossa primeira tarefa.” - Caminho a Cristo, p. 70. “Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disto vossa primeira tarefa. Seja vossa oração: ‘Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti.’ Esta é uma questão diária. Cada manhã consagrai-vos a Deus para esse dia. Submetei-Lhe todos os vossos planos, para que se executem ou deixem de se executar, conforme o indique a Sua providência. Assim dia a dia podereis entregar às mãos de Deus a vossa vida, e assim ela se moldará mais e mais segundo a vida de Cristo. A vida em Cristo é uma vida de descanso. Pode não haver êxtase de sentimentos, mas deve existir 39
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uma constante, serena confiança. Vossa esperança não está em vós mesmos; está em Cristo. Vossa fraqueza se acha unida à Sua força, vossa ignorância à Sua sabedoria, vossa fragilidade ao Seu eterno poder. Não deveis, pois, olhar para vós mesmos, nem permitir que o pensamento demore no próprio eu, mas olhai para Cristo. Que o pensamento demore em Seu amor, na formosura e perfeição de Seu caráter.” – Crescimento em Cristo, p. 70. “Quando dedicamos em oração coisas extraordinárias acontecem em nossa vida, pois esta constitui no alimento diário para que nossa fé possa estar firmada cada dia em cristo, pois ela é a primeira respiração da alma pela manhã deve ser a presença de Jesus. ‘Sem Mim’, diz Ele, ‘nada podereis fazer’ (João 15:5). É de Jesus que necessitamos; Sua luz, Sua vida, Seu espírito devem ser nossos continuamente. DEle precisamos cada hora. E devemos orar de manhã, para que, assim como o Sol ilumina a Terra e enche o mundo de luz, também o Sol da Justiça brilhe nas câmaras da mente e do coração, tornando-nos luzes no Senhor. Não podemos dispensar Sua presença um momento sequer. O inimigo sabe quando intentamos andar sem o Senhor, e ali está ele, pronto para encher-nos a mente de más sugestões para que decaiamos de nossa firmeza; mas o desejo do Senhor é que de momento a momento permaneçamos nEle, e nEle sejamos completos. (...) Deus quer que cada um de nós seja perfeito nEle, a fim de representarmos perante o mundo a perfeição de Seu caráter. Quer que estejamos isentos de pecado, para não desapontarmos o Céu, nem entristecermos o divino Redentor. Não quer Ele que professemos o cristianismo sem prevalecer-nos da graça que nos pode tornar perfeitos, e nada nos falte.” - Bible Echo, 15 de janeiro de 1892. “A oração arremessa-nos à fronteira da vida espiritual. É pesquisa original em território inexplorado. Oração é o que nos leva à obra mais 40
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profunda e mais elevada do espírito humano. A oração verdadeira cria e transforma a vida. Orar é mudar. A oração é a avenida central que Deus usa para transformar-nos. Se não estivermos dispostos a mudar, abandonaremos a oração como característica perceptível de nossas vidas. Quanto mais nos aproximamos do pulsar do coração de Deus, tanto mais vemos nossa necessidade e tanto mais desejamos assemelhar-nos a Cristo. Nosso relacionamento com Deus se assemelha muito à relação saudável do pai com o filho. O reconhecimento de que somos filhos de um Pai celestial, dá para nós um senso de proximidade, de amor, de interesse em nós, ainda que sejamos indignos de ser filhos. ‘Porque Deus o vosso Pai, sabe de que tendes necessidade, antes que lho peçais’ (Mateus 6:8). A oração já é um ato de adoração a Deus, é por isto que antes de fazer nossos pedidos, primeiro devemos pensar nele, e adoráLo magnificando o Seu nome, exaltando Seu reino, salientando Sua boa vontade de nos atender. Por exemplo, Davi, adorou a Deus assim: ‘Teu, Senhor, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos. Riquezas e glória vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo dar força’ (I Crônicas 29:11 e12). A oração confere ao obreiro de Deus forças espirituais para recomeçar a luta. Aqui está a fonte de vosso maior poder. Deus é representado como Se encurvando de Seu lugar no Céu, observando com vivo interesse os que labutam para Ele, e esperando poder comunicar Sua graça aos que dirigem súplicas a Seu trono. (...) Nunca esqueçais que sois cooperadores de Deus, e que é vosso privilégio estar constantemente protegidos por Sua graça. Cristo observa com interesse todo movimento reformatório levado avante na Terra. Ele solicita que todo aquele que adotou o Seu nome se converta diariamente, para que possa labutar inteligentemente em Sua Causa, sob a orientação e o poder do Espírito Santo.” - Carta 8, 1912. 41
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A cada dia que passa, o cristão é tentado a não orar, pois as atividades deste mundo nos absorvem de tal forma que achamos que poucos minutos dedicados em oração são perda de tempo, mas nossas atividades diárias não podem e nem devem ser empecilho para que o crente deixe de dedicar tempo em oração. “Dada à constante urgência do seu trabalho, é-lhe difícil reservar tempo para a meditação e oração; isto, porém, o senhor não deve deixar de fazer. Obtida pela súplica diária, a bênção do Céu será como o pão da vida para sua alma, e o fará aumentar em força moral e espiritual, como uma árvore plantada junto a ribeiros de águas, cujas folhas estarão sempre verdes, e cujo fruto surgirá no tempo certo.” - Special Testimonies to Physicians and Helpers, p. 15 a 17. Dedicar tempo para a oração não deve ser considerado perda de tempo, muito pelo contrário, ela nos ajuda a sermos mais seletivos em nossas atividades, colocar em ordem nossas verdadeiras prioridades e proporciona crescimento em todas as áreas da vida. Assim, a oração diária nos proporciona desenvolvimento diário. “A comunhão com Deus através da oração desenvolve as faculdades mentais e morais, e as energias espirituais se fortalecem ao cultivarmos pensamentos de caráter espiritual. A vida de Jesus estava em harmonia com Deus. Enquanto criança pensava e falava como criança; mas nenhum traço de pecado desfigurava nEle a imagem divina. Desde os primeiros sinais de inteligência, cresceu continuamente em graça celestial e conhecimento da verdade.” - Special Testimonies on Education, 1896. Quando os discípulos andaram com Jesus, eles fizeram um pedido a Ele dizendo: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11.1). Eles haviam orado a vida toda, não obstante, algo acerca da qualidade e quantidade da oração de Jesus levou-os a ver quão pouco sabiam a respeito da oração. Se a oração deles deveria produzir alguma diferença no cenário humano, era preciso que eles aprendessem algumas coisas. Jesus ensinou para os 42
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discípulos um modelo de oração, o Pai Nosso (Mateus 6:9), nela Jesus apresenta necessidades básicas e deixa claro como Ele gostaria que orássemos. Podemos aqui destacar o modelo simples, estabelecido por Cristo. Primeiro ensina adorar e agradecer, depois o pedido pelo Reino que na realidade é a igreja de Deus, depois, então, é que parte para a intercessão, ou seja, a oração em favor do próximo. Quando terminar esse momento é que você deve colocar seus pedidos pessoais e, a partir desse ponto, você deve passar para a confissão de suas faltas. Enfim, você pode pedir força para vencer e logo depois louvar o nome de Deus, terminando sempre a súplica em nome de Jesus. A razão de se pedir em nome de Jesus é que Cristo é o nosso mediador, nosso intercessor e advogado, e Deus Pai está pronto para nos atender, sempre e quando fazemos nossa petição em nome de Jesus (João 14:13,14). Devido nossa natureza pecaminosa não temos mérito nenhum. Todos os méritos estão em Cristo. Cristo nos ensinou a orar dizendo: “Não useis de vãs repetições” (Mateus 6:7-8). Isto é, falar palavras decoradas, sem entender o significado, em forma repetitiva. Com certeza essas orações não são aceitáveis para Deus. “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago 4:3). Pedir corretamente envolve paixões transformadas, renovação total. Na oração, na verdadeira oração, começamos a pensar os pensamentos de Deus à Sua maneira. Desejamos as coisas que Ele deseja, amamos as coisas que Ele ama. Progressivamente, aprendemos a ver as coisas da perspectiva divina. Isto vem como um verdadeiro livramento, mas também nos coloca diante de uma tremenda responsabilidade. Estamos cooperando com Deus para determinar o futuro! Certas coisas acontecerão na história 43
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se orarmos corretamente. Devemos mudar o mundo pela oração. Que motivação maior necessitamos para aprender este sublime exercício humano? “Há certas condições sob as quais podemos esperar que Deus ouça nossas orações e a elas atenda. Uma das primeiras é sentir nossa necessidade de Seu auxílio (...). O coração tem de estar aberto à influência do Espírito. Ao contrário, não pode obter a bênção de Deus; (...). Se atendemos ainda à iniquidade em nosso coração, se nos apegarmos a algum pecado consciente, o Senhor não nos ouvirá; mas a oração da alma penitente e contrita será sempre aceita. Depois de termos nos arrependido de todas as faltas que nos são conscientes, poderemos crer que Deus atenderá às nossas orações. Nossos próprios méritos jamais nos recomendarão ao favor de Deus; é o mérito de Cristo que nos salvará. Seu sangue é que nos purificará; nós, porém, temos uma obra a fazer para cumprir as condições da aceitação. (...) Mas se chegarmos a Deus convencidos de nosso desamparo e dependência, tais como somos, e com humilde fé levarmos nossas necessidades Àquele cujo conhecimento é infinito, e o qual tudo vê na criação, governando a todas as coisas por Sua vontade e palavra, Ele pode atender e atenderá ao nosso clamor, e fará a luz brilhar em nosso coração.” - Caminho a Cristo, p. 95 a 97. Que bom é orar em nome de Jesus. “A prece do humilde suplicante, apresenta-a como Seu próprio desejo em favor daquela alma. Talvez não seja expressa fluentemente; mas se nela está o coração, ascenderá ao Santuário em que Jesus Ministra, e Ele a apresentará ao Pai sem uma palavra desalinhada, sem uma dificuldade de enunciação, bela e fragrante com o incenso de Sua própria perfeição.” - O Desejado de Todas as Nações, p. 667. Cada oração que elevamos aos Céus deve estar em harmonia com a vontade de Deus expressada em Sua Palavra escrita. Quando os 44
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homens permanecem em Cristo, Ele mora neles, e eles se convertem em participantes da natureza divina. Então, qualquer pedido que fazem, Deus os toma em conta. O pecado que é desobediência aos mandamentos de Deus, impede que as orações cheguem aos céus, e incapacita o homem para receber as respostas às suas súplicas. “A perseverança na oração é também uma condição para que seja atendida (...). A oração constante é a união ininterrupta da alma com Deus, de maneira que a vida de Deus flui para nossa vida.” - Caminho a Cristo, p. 98. Pedi e recebereis, diz a Bíblia. A oração não consiste em persuadir a Deus a que aceite nossa vontade, mas em descobrir qual é Sua vontade a nosso respeito. Deus sempre responde, às vezes com um não, outras com um espera, ou então com um sim, mas devemos sempre orar e seguir confiando.
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Minha Primeira Hora: dedicando tempo para comunhão com Deus
CAPÍTULO VI
Importância do jejum para a comunhão com Deus Analisaremos o valor do jejum para nossa vida espiritual, como meio de predispor nossa mente para uma comunhão mais efetiva com Deus. Bem, vamos então ao assunto. “A prática do jejum como uma disciplina espiritual é defendida e praticada pelos mais diferentes segmentos religiosos. Até nas religiões pagãs antigas, o jejum era praticado como uma forma de preparo para o encontro com uma divindade. Acreditavam que essa experiência proporcionava uma abertura para a influência divina” (C. Brown, O Novo Dicionário Internacional de Teologia, v.2, p. 475, 476). Além dos cristãos, outros grupos ainda continuam com essa prática em nossos dias. Dentre esses segmentos, podemos destacar os islâmicos, que promovem o jejum no mês de Ramadã, quando comemoram a entrega do Alcorão por Alá. No cristianismo, o jejum tem sido praticado de diferentes maneiras e também por diversos motivos. Em meio a essa diversidade, necessitamos entender o que é e o que não é jejum, a relevância dele no ministério de Cristo, qual e o seu sentido amplo, e a importância dessa disciplina em nosso preparo diário para a comunhão com Cristo.
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1. O que o jejum não é Para que não nos sintamos confusos na exposição do ensino bíblico acerca dessa disciplina, vamos mostrar, dentro da visão bíblica, o que o jejum não é. 1. Não é penitência (expiação de pecado, sacrifício para se livrar de culpa, aflição, tormento ou ato para demonstrar que é mais santo do que os outros) - A Bíblia deixa claro que o perdão e a purificação vêm pelo arrependimento, confissão e abandono do pecado. A Palavra de Deus nos diz: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele e fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:9). 2. Não e um ritual público de tristeza para mostrar superioridade - Nos dias de Cristo, era comum os fariseus jejuar para mostrar uma fachada externa de “santidade”. O que mostravam no exterior não correspondia com o que estava no interior, pois o coração deles estava longe de Deus. O Salvador foi ao ponto em Seus ensinos para que não viéssemos a cair no mesmo erro. Ele ensinou: “Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa” (Mt 6:16). 3. Não é greve de fome - O jejum não deve ser usado para chamar a atenção de Deus e das pessoas para alcançar nossos objetivos e metas. O profeta Isaías mostra claramente isso, ao descrever o clamor dos “grevistas”: “... Por que jejuamos nós, e Tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e Tu não o levas em conta?” (Is 58:3). Por que o que eles faziam não era aceito? A resposta está no fim do verso: “Eis que, no dia em que jejuais, cuidais de vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho.” 48
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É importante compreender essas coisas porque o que já se viu no passado se repete ainda em nossos dias, e a informação correta é fundamental. Ellen G. White diz:” E verdade que há pessoas com mente desequilibrada que se consideram muito religiosas e que impõem a si mesmas jejum e oração com prejuízo de sua saúde. Estas pessoas se deixam enganar. Deus não requereu isso delas. [ ... ] Confiam em suas boas obras para a salvação e estão procurando comprar o Céu por obras meritórias próprias em vez de, como deve todo pecador, depender somente dos méritos de um Salvador crucificado e ressurreto” (Testemunhos Para a Igreja, v. 3 P. 172, 173).
2. O que é o jejum O sentido teológico do jejum transcende o ato de abster-se de alimento por um determinado período de tempo. “O jejum é a oração do corpo” (Johnston, M. S., “Jejum com Equilíbrio’ Ministério, maio-junho, 1995, p.10). O jejum é o momento em que a pessoa se priva daquilo de que gosta e lhe satisfaz, e se entrega sem reservas à comunhão íntima com seu Criador e Salvador. Essa comunhão é desenvolvida na presença de Deus, ao ouvirmos Sua voz por meio da Bíblia e em oração, reagindo ao que Ele fala. Nesse relacionamento diferenciado, podemos notar o verdadeiro sentido do jejum. A palavra profética diz: “O espírito do verdadeiro jejum e oração é o espírito que rende a Deus mente, coração e vontade”(Ellen G. White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 189). O jejum pode ser total ou parcial. O total é aquele em que alguém se abstém de todo tipo de alimento por um determinado período de 49
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tempo. O parcial é quando se faz uso de frutas frescas, sopas, caldos ou sucos naturais nos horários normais das refeições. O uso de água deve ser normal em qualquer opção de jejum.
3. O jejum no ministério de Cristo Logo depois de Seu batismo e antes de começar Seu ministério, Jesus jejuou 40 dias e 40 noites. “O grande objetivo por que Cristo suportou aquele longo jejum no deserto, foi ensinar-nos a necessidade da abnegação e da temperança” (Ibid., p. 125). Através da abnegação e da temperança, Cristo pôs sob controle o apetite e mostrou que não havia desculpa para a queda de Adão e Eva pela simples satisfação do apetite. Assim, onde eles falharam, Cristo venceu e deixou o sublime exemplo de que não há desculpa para nenhum seguidor Seu quebrar o relacionamento por meio do pecado. Não foi sem lutas e dificuldades que Cristo venceu e subjugou o apetite. Satanás usou as mesmas armas que levaram nossos pais à queda. (Ver Ellen G. White, No Deserto do Tentação, p. 80.) Mas o Salvador Se firmou no poder da Palavra e disse ao tentador: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4:4). Com essas palavras, Cristo deixa clara a receita para se vencer as confederações satânicas nos momentos mais extremos e no cotidiano: comunhão com Deus por meio do estudo da Bíblia, oração e jejum. Foi assim que Ele viveu e venceu em cada dia.
4. Sentido amplo do jejum O capítulo 58 de Isaías apresenta um conceito ampliado do jejum. Jejuar 50
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é mais que abster-se de alimento. É uma disciplina que aprofunda o compromisso com um estilo de vida segundo o modelo de Cristo. Ele viveu como amigo de todas as pessoas e classes. Ele amava a todos e o Seu amor ia além das palavras. “O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava então: ‘Segue-Me!’ (Jo 21:19)” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 143). Isaías 58, especialmente os versos 6,7 e 13, nos apresenta o modo em que se deve viver. O espírito de comunhão, compaixão e amor, que acompanha a pessoa enquanto está em jejum, deve acompanhá-Ia em todos os seus relacionamentos sociais, familiares, de trabalho e na vida em geral. O jejum só faz sentido quando nos leva a uma vida de santificação antes, durante e depois. A disciplina do jejum deve ser praticada tendo em vista nosso preparo diário para a comunhão com Cristo. A orientação profética para os nossos dias é:”Agora e daqui por diante até ao fim do tempo, deve o povo de Deus ser mais fervoroso, mais desperto, não confiando em sua própria sabedoria, mas na sabedoria de seu Líder. Devem pôr de parte dias de jejum e oração. Pode não ser requerida a completa abstinência de alimento, mas devem comer moderadamente, do alimento mais simples” (Ellen G. White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 188, 189). A disciplina habitual do jejum aliada ao objetivo do SEE, que visa a desenvolver e consolidar o hábito de buscar a Deus na primeira hora de cada manhã, pode ser uma grande bênção tanto para o corpo como para mente. Ellen G. White diz: “E impossível avaliar os bons resultados de uma hora, ou mesmo de meia hora diária, dedicada à Palavra de Deus [e oração]” (Conselhos Sobre a Escola Sabatina, p. 42). Ela também 51
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afirma: “Jejuar um dia por semana ser-lhes-ia de incalculável benefício” (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 189). Podemos afirmar, com segurança, que o caminho para o preparo diário para o encontro com Cristo, quando Ele vier a segunda vez, passa pela comunhão e o jejum de forma habitual.
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CAPÍTULO VII
Vivendo a plena fidelidade a Deus Um estudo da Universidade Estadual do Arizona (EUA) buscou saber o que motiva a generosidade e o que a religião tem a ver com isso. Queriam saber o que há na experiência religiosa que daria origem à generosidade. A conclusão é a de que, para muitos dos participantes da pesquisa, “a experiência de ser generoso é, em si, profundamente religiosa”. Revista Viva Saúde, outubro de 2012, p. 83. Abordaremos a seguir o assunto dos dízimos e ofertas porque cremos que eles estão profundamente ligados com nossa espiritualidade. Um assunto de fundamental importância para nós e que pouco falamos, é sobre a fidelidade a Deus nos dízimos. Eles são propriedade de Deus e Ele requer a Sua parte em nossa renda. Quando não entregamos os dízimos, estamos em débito para com Ele e mesmo uma oração de fé não nos isenta dessa fidelidade. “A oração não tem o fim de operar qualquer mudança em Deus; ela nos põe em harmonia com Ele. Não ocupa o lugar do dever. Por mais frequentes e fervorosas que sejam as orações feitas, jamais serão aceitas por Deus em lugar de nosso dízimo. A oração não paga nossas dívidas para com o Senhor.” - Mensagens aos Jovens, p. 248. Muito pode uma oração fervorosa. O próprio Jesus afirma que uma oração de fé pode até remover montanhas: “Por causa de vossa pouca fé; porque em verdade vos digo, que se tiverdes fé como um grão de 53
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mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá - e há de passar; e nada vos será impossível” (Mateus17:19-21). Mas mesmo a oração fervorosa não nos isenta de sermos fiéis a Deus, e uma oração aceita por Deus deve vir de um coração temente, que obedece Sua palavra. Ellen White assegura que “os dízimos constituem o meio de manutenção da obra do Senhor” - Atos dos Apóstolos, p. 74. E que a devolução desta décima parte é demonstração de gratidão a Deus pelas muitas bênçãos recebidas. Além disso, segundo a profetisa, um dos principais motivos para Deus instituir a devolução dos dízimos é retirar o egoísmo do coração. Entretanto, o principal motivo para a devolução dos dízimos nos escritos de Ellen White, é o reconhecimento da soberania de Deus e a nossa total dependência dEle. O princípio do dízimo vem do tempo de nossos primeiros pais. Conhecendo bem o coração humano, Deus procurou nos proteger tanto antes como depois do pecado para evitar que nos esquecêssemos da Sua soberania e, portanto, soberania dEle sobre todos os bens. Assim sendo, estabeleceu primeiramente a proibição de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e, depois, a devolução do dízimo. “Da árvore da ciência do bem e do mal, não lhes permitiu comer (...). Dá-se o mesmo com as reivindicações de Deus a nosso respeito. Ele deposita Seus tesouros nas mãos dos homens, porém requer deles que separem fielmente a décima parte para a Sua obra.” - Testemunhos Seletos, vol. III, p. 37. O dízimo pertence ao Senhor, é propriedade de Deus. Levítico 27:30 diz sobre os dízimos: “São do Senhor”. As pessoas devolvem o dízimo ao Senhor, não o dão, porque não lhes pertence. Fazem-no por amor a Deus e à Sua obra aqui na Terra. Fazem-no como obediência à ordem divina (Malaquias 3:10; Deuteronômio 14:22). Do dízimo, Deus exige a 54
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quantia certa: 10%. Devolver o dízimo é uma questão de honestidade, um ato de honradez: “Roubará o homem a Deus?” (Malaquias 3:8). É Interessante notar que, em relação ao dízimo sagrado, Deus aceita tanto o bom como o mau: “No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao SENHOR. Não se investigará se é bom ou mau, nem o trocará; mas, se dalgum modo o trocar, um e outro serão santos; não serão resgatados” (Levítico 27:32-33). Assim como no passado Adão e Eva comeram da árvore proibida trazendo graves consequências para si próprios e para a humanidade, da mesma forma, hoje existem cristãos que “comem” do dízimo sagrado esquecendo-se da soberania divina e das terríveis consequências que trará este ato de desobediência para a sua vida. Queiramos ou não, o dízimo não nos pertence, e é nosso dever devolvê-lo ao Senhor! Em artigo publicado na revista Parousia (Revista Parousia, ano 2, nr. 2, segundo semestre 2001, Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia.), é feita uma síntese esclarecedora da posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia quanto ao plano divino de dizimar. Este documento, aprovado pela Comissão Executiva da Associação Geral dos Adventistas (1984), apresenta diretrizes e princípios fundamentais sobre a maneira de dizimar com base em referências bíblicas e nos escritos de Ellen G. White. Segue, então, um resumo destes princípios: Deus é nosso Criador, Proprietário, Sustentador e Redentor. “Porque nEle foram criadas todas as coisas que há nos Céus e na Terra, visíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem a Ele” (Colossenses 1:16-17). [Ver também: Isaías 13:1; Gênesis 1:1; Salmos 33:6-9; 100:3; Êxodo 20:8-11; Apocalipse 14:67; João 1:1-4; Salmos 24:1-2; 50:10-12; Ageu 2:8; Tiago 1:17; I Crônicas 55
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29:11-14; Deuteronômio 8:18; Atos 17:24-25; I Crônicas 6:19-20]. O homem é um administrador ou mordomo das coisas de Deus. “Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés” (Salmos 8:6). [Ver também: I Coríntios 4:1; Gênesis 2:15; 1:26-28; I Timóteo 6:7; Atos 4:32; Lucas 12:42-43]. Jesus é nosso exemplo no exercício de uma mordomia fiel. Um mordomo se identifica plenamente com os interesses de seu Senhor. “Porque eu desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (João 6:38). [Ver também: João 4:34; Mateus 26:39; 28:18-20; Isaías 43:5-7; Mateus 5:16; Lucas 11:42; Mateus 10:8; Provérbios 21:26; I Coríntios 3:9]. Deus em primeiro lugar, em todas as coisas. “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3). “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lucas 10:27). [Ver também: Mateus 6:33; II Coríntios 8:5; Provérbios 3:9-10; Êxodo 23:19]. O princípio do dízimo é divino em sua origem, mas o sistema dos dízimos não se originou com os hebreus. Desde os primitivos tempos, o Senhor reivindicava como Seu o dízimo; e tal reivindicação era reconhecida e honrada. Abraão pagou dízimos a Melquisedeque, sacerdote do altíssimo Deus (Gênesis 14:20). Jacó, quando em Betel, exilado e errante prometeu ao Senhor: “De tudo quanto me deres, certamente Te darei o dízimo” (Gênesis 28:22). Quando os israelitas estavam prestes a estabelecer-se como nação, a lei dos dízimos foi confirmada como um dos estatutos divinamente ordenados, da obediência à qual dependia a sua prosperidade. O homem é um colaborador junto a Deus. “De sorte que somos 56
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embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus. E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão” (II Coríntios 5:20; 6:1). [Ver também: Malaquias 3:10-12]. O dízimo é santo, assim como o sábado é santo. “Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor” (Levítico 27:30). [Ver também: Levítico 27:32]. Deve haver regularidade e sistematização ao devolver a Deus o que é Seu. Essa questão do dar não é deixada ao impulso. Deus nos deu instrução a esse respeito. Especificou os dízimos e ofertas como sendo a medida de nossa obrigação. E ele deseja que demos regular e sistematicamente. “Examine cada qual suas rendas com regularidade, pois são todas uma benção de Deus, e ponha de parte o dízimo como um fundo separado, para ser sagradamente do Senhor (...). Depois de ser o dízimo posto a parte, sejam as dádivas e ofertas proporcionais: ‘segundo a sua prosperidade’”. (Neemias 12:44) – Review ans Herald, 19 de maio de 1893. [Ver também: Neemias 10:32-39; II Crônicas 31:11-21; I Coríntios 16:1-2; II Coríntios 8,9]). O dízimo deve ser trazido à tesouraria do Senhor. “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela voz venha maior abastança” (Malaquias 3:10). [Ver também: Êxodo 23:19]. O dízimo é devolvido a Deus, em proporção aos lucros, como reconhecimento de que tudo o que temos é Seu. “Porém não aparecerá vazio perante o Senhor. Cada qual, conforme ao Dom da sua mão, conforme a benção que o Senhor teu Deus te tiver dado” (Deuteronômio 57
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16:16, 17). [Ver também: Deuteronômio 14:22,23; II Coríntios 8:12]. Devolver os dízimos e dar ofertas é parte da adoração, uma expressão de louvor, amor e adoração. “Deus nos comunica Suas dádivas para que também demos, e deste modo revelemos Seu caráter ao mundo (...) A grande obra da salvação das almas precisa ser levada avante. Pelos dízimos, ofertas e dádivas fez Ele provisão para esta obra.” – Conselhos sobre Mordomia, p. 71. [Ver também: Deuteronômio 26:10-11; II Coríntios 8:7-9; 9:12-13]. No sistema do dízimo, o doador separará a parcela de 10% do que é lucro reconhecendo que Deus é o Criador do homem. Ele instituiu o plano da beneficência sistemática, fez com que a obra pesasse igualmente sobre todos, segundo as diversas aptidões que possuem. Também cada um tem que decidir suas próprias contribuições, no que se refere às ofertas sendo deixado na liberdade de dar segundo propôs em seu coração. A Bíblia e o Espírito de Profecia aclamam e definem que bênçãos espirituais e temporais são consequência de uma mordomia fiel. A saúde espiritual e a prosperidade da igreja dependem, em alto grau, de sua beneficência sistemática. É como o sangue vital que deve fluir por todo o ser, dando vida a cada membro do corpo. [Veja: II Coríntios 9:8 Deuteronômio 28:1-13; Malaquias 3:10-12; II Coríntios 9:8-11]. O propósito supremo do dízimo é desenvolver o caráter e provar nossa lealdade a Deus. Ele planejou o sistema de beneficência a fim de que o homem se pudesse tornar como o seu Criador: de índole benevolente e abnegada, e ser finalmente co-participante de Cristo, da eterna, gloriosa recompensa. Deus nos prova aqui, concedendo-nos posses temporais, para que o uso que disso fizermos possa revelar se nos poderão ser confiadas as riquezas eternas (Malaquias 3:7-12).
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É um dever fundamental dos líderes da igreja, membros e pais praticarem a fidelidade nos dízimos como um dos requisitos de Deus. Por isso salientamos: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal, que dela vos advenha a maior abastança” (Malaquias 3:10). [Ver também: Levítico 27:30,32; Números 18:21; Deuteronômio 6:6-9; 8:11-18; Lucas 11:42]. Vimos até aqui que Deus orientou-nos sobre a devolução e emprego do dízimo. Na realidade, Ele não quer que Sua obra seja paralisada por falta de recursos. O dízimo constitui uma porção especial que Deus tomou para Si, e não deve ser desviado para nenhum outro fim, que não seja o fim para o qual Ele o destinou, o sustento do ministério, isto é, para manter pessoas que foram chamadas e separadas para viverem vinte e quatro horas em função do Evangelho: pastores, obreiros e professores de ensino religioso, em nossas instituições. Sendo assim, o dízimo não pode ser usado para a manutenção da igreja local ou para fazer ajuda humanitária. Para esse fim, Deus deixou as ofertas, que também constituem uma porção sagrada, separada por Ele, com um fim diferente dos dízimos. As ofertas, assim como os dízimos, também são de propriedade de Deus – “E celebrarás a Festa das Semanas ao SENHOR, teu Deus, com ofertas voluntárias da tua mão, segundo o SENHOR, teu Deus, te houver abençoado” (Dt.16:10). Depois que devolvermos o dízimo ao Senhor, devemos separar do restante da nossa renda, uma oferta voluntaria, como um ato sincero de adoração; fazendo isto em íntima comunhão com Deus, e tendo no coração o mesmo sentimento que havia em Cristo Jesus, o de entrega total. Entregando uma porção ao Senhor, segundo as bênçãos recebidas, “cada um oferecerá na proporção em que possa dar, segundo a bênção que o SENHOR, seu Deus, lhe houver concedido” (Dt.16:17). 59
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Temos em nós o direito dado por Deus, de decidir quanto vamos oferecer a Ele em oferta. A nossa motivação em ofertar deve ser o amor a Deus, pois esse ato é uma resposta de amor Àquele que nos amou primeiro – “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos’’ (I Jo 3:16). Podemos dizer que somente o amor pode ir além do amor. Jesus é a oferta de Deus; sendo assim, devemos dar ofertas motivados em Cristo. Paulo diz: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Ef 5:1-2). Ao entregarmos a oferta, estamos dizendo a Deus que estamos entregando a nossa vida ao Seu serviço. O que Ele espera, é que ofereçamos a nós mesmos como oferta – “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:1-2). Dentro deste contexto de amor, entrega e adoração é que devemos ofertar, não como uma obrigação, mas fazendo de boa vontade e de forma generosa – “visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos” (2 Co 9:13). O que o crente deve ter em mente, é que ofertar é uma atitude que brota de um coração puro, limpo, movido pelo verdadeiro espírito de Adoração, acompanhado pelos frutos do Espírito Santo que são: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, 60
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domínio próprio (Gal.5:22-23). Um grande exemplo foi deixado pela viúva pobre: “Assentado diante do gazofilácio, observava Jesus como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Mc 12:41 a 44). Podemos ver, através desse exemplo, que o que importa para Deus não é o valor dado na oferta, mas a disposição do coração contrito, movido em adoração sincera ao Deus Criador da Terra e dos Céus. Deus aceitou a oferta da viúva pobre, pois por menor que fosse, representava o máximo que podia fazer. Nesta oferta estava o espírito de sacrifício, um exemplo para nós ao ofertarmos, pois a oferta verdadeira representa o sacrifício de Cristo Jesus por todos nós. Cristo abriu mão de viver nas mansões celestiais, para se tornar a oferta de Deus pela humanidade. Por isso podemos dizer, que os braços de Cristo, abertos na cruz, nos desautorizam a vivermos de braços cruzados. Não podemos usar nossas dificuldades financeiras como motivo para não trazermos ao senhor as nossas ofertas, pois estas dificuldades sempre existirão, e é justamente na crise, que provamos a nossa fidelidade. Deus está procurando homens tementes a Ele para serem canais, pelos quais, Seus recursos cheguem aonde existam as necessidades. “Deus nos permite usar Seus bens somente para a sua glória, para abençoar , afim de que possamos abençoar aos outros” (Conselhos Sobre Mordomia, pág. 141). Seja, por amor a Cristo, um distribuidor de bênçãos, um fiel ofertante.
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CONCLUSÃO O desafio do cristão hoje é o de dedicar tempo para comunhão com Deus através do estudo da Bíblia, oração e meditação. De acordo com os estudos feitos na Bíblia, percebemos que o melhor momento para uma atividade de comunhão com Deus é na primeira hora do dia, pois proporciona não só um encontro com Deus, mas ajuda-nos a desenvolver a ideia de permanecer com Deus durante todo o dia. A ideia é que você tenha isso em sua vida e depois testemunhe para outros sobre o seu encontro pessoal com Deus, para que outras pessoas decidam fazer o mesmo. Fale de Deus e o que Ele tem feito por você através dessa comunhão. Com certeza outros serão atraídos para fazer o mesmo e, assim, estaremos neutralizando as estratégias do inimigo de Deus neste mundo. Vale a pena buscar a Deus nas primeiras horas de cada dia. Se não fizermos isso, viveremos escravos da maldade de Satanás. A falta de relacionamento diário com Deus afeta nosso discernimento em todos os aspectos da vida. Não podemos nos esquecer que somos salvos apenas por um dia e deve a comunhão com Deus ser desenvolvida com toda força diariamente.
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Esta obra foi impressa pela Juizforana Grรกfica e Editora, com capa em papel Supremo LD 250 g/m2 e miolo em papel Offset 90 g/m2 . Texto apresentado em Minion Pro Regular. Juiz de Fora, Fevereiro de 2013.