Segundo dízimo

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O Segundo DĂ­zimo

Ampliando a VisĂŁo sobre a Oferta

Elmir P. Santos


Cep: 36.120-000


O Segundo Dízimo

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Dedicatória

edico esta obra a Deus, Criador dos Céus e da Terra, à minha amada esposa Perla e à minha filha Ester.


Elmir P. Santos

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O Autor

r. Elmir Pereira dos Santos é Bacharel em

Teologia pelo SALT e pós-graduado em Psicologia

da Família pela UNISA e em Gestão Educacional pela FADMINAS. Atualmente cursa o Mestrado em Teologia pela UNASP. Por 12 anos dedicou-se ao ministério pastoral distrital e por cinco anos ao departamento de Mordomia, onde tem desenvolvido vários projetos na área.


O Segundo Dízimo

Sumário Dedicatória....................................................................................................... 3 O Autor.................................................................................................................. 4 Introdução....................................................................................................... 8 Capítulo I - O Dízimo Levítico.........................................................11 Dízimo no Antigo Testamento.......................................14 • Dízimo Levítico: Origem e Destino..................................................14 • Análise dos Textos Bíblicos.................................................................... 15 • Levítico 27: 30-34 ................................................................................. 15 • Números 18:21........................................................................................ 16 • Um Povo Sob Maldição, mas Próximo das Bênçãos.............................. 17 O Dízimo no Novo Testamento....................................................................18 Fundamentos Bíblicos que Norteiam o Princípio do Dízimo..............................................................21 • Deus é Nosso Criador, Proprietário, Sustentador e Redentor................. 22 • O Homem é um Administrador ou Mordomo das Coisas de Deus......... 23 • Jesus é Nosso Exemplo no Exercício de uma Mordomia Fiel................ 23 • Deus em Primeiro Lugar em Todas as Coisas........................................ 23 • O Princípio do Dízimo é Divino em Sua Origem................................... 23 • O Homem é um Colaborador Junto a Deus............................................ 24 • O Dízimo é Santo, Assim como o Sábado é Santo................................. 24 • A Regularidade e Sistematização ao Devolver a Deus o que é Seu....... 24 • O Dízimo Deve Ser Trazido à Tesouraria do Senhor.............................. 25 • O Dízimo é Devolvido a Deus, em Proporção aos Lucros, como Reconhecimento de que Tudo o que Temos é Seu.................................. 25 • Devolver o Dízimo e Dar Ofertas é Parte da Adoração, uma Expressão Gozosa de Louvor, Amor e Adoração..................................................... 25 • No Sistema do Dízimo a Pessoa Determinará o que é Lucro................. 25 • O Propósito Supremo do Dízimo é Desenvolver o Caráter e Provar Nossa Lealdade a Deus............................................................ 26


Elmir P. Santos Capítulo II - Segundo Dízimo..........................................27 As Ofertas no Antigo Testamento e Sua AplicaçãoPara Hoje...................................................... 28 • O Holocausto (Levítico 1). ...................................................... 28 • A Oferta de Manjares (Levítico 2). ........................................... 29 • As Ofertas Pacíficas (Levítico 3)......................................................30 • A Oferta pelo Pecado (Levítico 4-6).................................................31 • As Ofertas pela Culpa (Levítico 6:4-6). ............................................33 • Aplicação Geral de Todas as Ofertas. ...............................................34 • Consideração Final. ........................................................................35

Segundo Dízimo: Um Pacto de Amor..................................37 • Deuteronômio 12:6, 7, 11. ...............................................................37 • Deuteronômio 14:22-29...................................................................38 • Deuteronômio 26:12-14...................................................................39 • O Segundo Dízimo e as Festas em Israel...........................................39 • O Primeiro e o Segundo Dízimo em Contraste. .................................41 • Resumo: Paralelo entre o Primeiro e o Segundo Dízimo.....................46

Capítulo III - O Segundo Dízimo no Novo Testamento...............................................................................49 Paralelo entre o Segundo Dízimo e a Teologia Paulina das Ofertas.........................................49 • Promover Ajuda Humanitária...........................................................52 • Um Ato de Adoração.......................................................................52 • Dar com Alegria. ............................................................................53 • Dar Segundo o que Tem. .................................................................53 • Dar Planejadamente........................................................................54 • Dar Segundo as Bênçãos que Recebemos.............................................. 55 • Deus Abençoa Aquele que é Fiel em Ofertar. ....................................55 • Resumo: Paralelo entre o Segundo Dízimo e as Ofertas no Novo Testamento. ....................................................56 • Ellen White e o Segundo Dízimo. ....................................................57 • A Prática do Segundo Dízimo nos Dias de Ellen White......................58


O Segundo Dízimo Paralelo Entre o Segundo Dízimo do Antigo Testamento, as Ofertas no Novo Testamento e os Escritos de Ellen G. White...... 59 • Promover Ajuda Humanitária (Deuteronômio 14:29 e 2 Coríntios 8:4)...... 59 • Um Ato de Adoração (Deuteronômio 12:11 e 2 Coríntios 9:13). ......... 60 • Dar Com Alegria (Deuteronômio 12:12 e 2 Coríntios 9:6 e 7). ........... 60 • Dar Segundo o que se Tem (Deuteronômio 14:22 e 2 Coríntios 8:11).. 60 • Dar Planejadamente (Deuteronômio 26:12 e 1 Coríntios 6:2). ............ 61 • Dar Segundo as Bênçãos Que Recebemos (Deuteronômio 12:7 e 1 Coríntios 6:12)............................................ 62 • Deus Abençoa Aquele Que é Fiel em Ofertar (Deuteronômio 14:29 e 2 Coríntios 9:8)............................................ 62 • Resumo: Paralelo Entre o Segundo Dízimo, as Ofertas no Novo Testamento e nos Escritos de Ellen White............ 63 O Segundo Dízimo e a sua Aplicação para Hoje.................................................... 64 • Dinâmica da Oferta no Contexto da Missão. ..................................... 64 • O Segundo Dízimo e a Oferta Hoje........................................................ 64 • Quando Dez é o Mínimo. ................................................................ 66 • Os Dez Mandamentos como Mínimo................................................ 67 • Dízimo, o Mínimo Numa Sociedade com Deus................................. 67 • O Mínimo Para Perdão de Pecados................................................... 67 • Abrão e o Mínimo em Seu Pedido.................................................... 68 • Segundo Dízimo: O Mínimo Como Oferta........................................ 68 • Quanto se Deve Dar de Oferta Hoje?................................................ 69

Conclusão................................................................................. 71 Bibliografia.............................................................................. 72


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Introdução

dízimo é apresentado na Bíblia como propriedade de Deus: “Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do Senhor: Santas ao Senhor” (Lv 27:30) , e Deus o destinou para o sustendo dos sacerdotes e levitas (Nm 18; Ne 10:37; Hb 7:5). Mas, encontramos textos isolados que parecem contrariar essa ideia primária do uso dos dízimos: “Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano pós ano se recolher no campo. E, perante o Senhor, teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o Seu nome, comerás os dízimos do teu cereal, do teu vinho e do teu azeite e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer o Senhor, teu Deus, todos os dias” (Dt 14:22-27). “Ao fim de três anos, tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano, e os recolherás na tua cidade. Então, virão o levita (pois não têm parte nem herança contigo), o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro da tua cidade, e comerão, e se fartarão, para que o Senhor teu Deus, te abençoe em todas as obras que as tuas mãos fizeram” (Dt 14:28-29).


O Segundo Dízimo A Bíblia estaria entrando em contradição, ou nestes últimos textos Deus está indicando outra finalidade para o dízimo? Estaria ordenando que o dízimo, já destinado aos levitas e sacerdotes por herança, fosse usado para manutenção do templo e para festas religiosas? Muitos têm usado esses versos como argumento que favoreça o uso do dízimo para outras finalidades além do sustento do ministério sagrado. Na Bíblia, nem sempre o vocábulo dízimo se refere à porção oferecida aos levitas e sacerdotes. O contexto e a história devem ser analisados. Nesta pesquisa vamos analisar a natureza do dízimo e do segundo dízimo em Israel. Quanto aos objetivos deste último, somos informados: “A fim de promover a reunião do povo para serviço religioso, bem como para se fazerem provisões aos pobres, exigia-se um segundo dízimo de todo o lucro” (Ellen White, Patriarcas e Profetas, 530). Vamos traçar de forma clara, um paralelo entre o dízimo, o segundo dízimos e as ofertas em Israel, com a sua aplicação hoje.


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I O Dízimo Levítico

palavra dízimo foi traduzida do original hebraico “ma’aser”, que significa a décima parte, ou dez por cento. Esse substantivo tem relação com o verbo ‘ãsar, dizimar (Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, págs. 1182-1185). Podemos dizer que o dízimo foi estabelecido antes do sacerdócio levítico, reconhecido e praticado mesmo por Abraão, o maior dos patriarcas, o pai da fé. Foi somente após a saída dos israelitas do Egito que o dízimo foi regulamentado no sistema levítico. Era oferecido ao levita, pois vivia exclusivamente para o serviço religioso e não possuía “herança na terra”, razão pela qual Deus lhe conferia o direito aos dízimos (Lv 27:30-34). O dízimo deveria ser oferecido realmente a Deus, e não poderia ser trocado sob pena do acréscimo de um quinto, ou seja, vinte por cento. Em se tratando de dízimos de animais, a sua troca implicava na perda do que era trocado, isto é, multa de cem por cento para quem tentasse obter lucro substituindo um objeto destinado ao dízimo por ser economicamente vantajoso, por um menos expressivo. A lei enfática

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desestimulava os artifícios do coração egoísta, salientando: “Não se investigará entre o bom e o mau” (Lv 27:33-ACF). A sua entrega deveria ser feita somente aos levitas, que atuavam como sacerdotes e, que dariam à família de Arão, o dízimo dos dízimos (Nm18:2026;Ne10:37-38;12:44;13:5-12). Sendo anterior a Moisés, e proclamando o princípio de que Deus é o verdadeiro dono de tudo, oferecia um convite à liberalidade e denunciava o coração egoísta e avarento, nutrindo a obra de Deus com dádivas altruístas de homens comprometidos e liberais, tornando notórias as palavras inspiradas: “O sistema especial de dízimos baseia-se em um princípio tão duradouro como a lei de Deus” (Ellen G. White, Conselho sobre Mordomia, pág. 67). Com a autoridade de quem havia recebido luz direta de Deus, Ellen G. White repudia a ação de um homem que proclame a não devolução do dízimo. Suas palavras ainda definem o assunto como “terra santa” e apela com sensibilidade: “Como ousa então o homem até mesmo pensar em seu coração que uma sugestão para reter os dízimos e ofertas vem do Senhor? Onde, meu irmão, vos desviastes do caminho? Oh, ponde os vossos pés de novo no caminho reto!” (Ellen G. White, Conselho sobre Mordomia, pág. 84). Ellen White apresenta o dízimo como algo que o homem não deve tocar assim como a árvore do conhecimento do bem e do mal colocada no Éden. O princípio do dízimo vem dos tempos de nossos primeiros pais. Deus conhecendo bem o coração humano, procurou nos proteger tanto antes como depois do pecado, para evitar que nos esquecêssemos da soberania divina e da consequente propriedade de Deus sobre todos os bens. Assim sendo, Ele estabeleceu primeiramente a proibição de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e, depois, a devolução do dízimo.


O Segundo Dízimo “Da árvore da ciência do bem e do mal, não lhes permitiu comer. Essa árvore reservou-se como lembrança constante de que Ele é o legítimo proprietário de todas as coisas... Dá-se o mesmo com as reivindicações de Deus a nosso respeito. Ele deposita Seus tesouros nas mãos dos homens, porém, requer deles que separem fielmente a décima parte para a Sua obra... Ela é sagrada e deve ser usada para fins santos, para o sustento dos que levam a Sua mensagem ao mundo” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 37) Além do dízimo levítico, a Bíblia apresenta mais dois, cada um com objetivos distintos. O primeiro dízimo, ainda da era patriarcal, portanto de origem pré-mosaica, foi entregue por Abraão a Melquisedeque, e serviu de base para o sistema levítico (Gn 14:20). A décima parte de toda renda deveria ser considerada sagrada, separada para Deus. O segundo dízimo foi estabelecido com a formação da nação israelita. Era um segundo dez por cento. Funcionava como uma oferta destinada para realização pessoal e a adoração em família como gratificação pela fidelidade a Deus, para “o levita que está dentro da tua cidade” e fins assistenciais, (Dt 12:11-12, 17-18; 14:22-29; 26:11-13). O terceiro dízimo é teoricamente pouco conhecido. Consistia nos impostos pagos à monarquia (1Sm 8:15-17). Após a peregrinação de Israel e a sua instalação em Canaã, cada uma das doze tribos recebeu uma porção de terra como herança, exceto a tribo de Levi. Aos levitas não foi destinado nenhuma porção de terra, e sim a responsabilidade de cuidar do templo e do serviço religioso. Porém todas as outras tribos deveriam entregar a décima parte de sua renda para o sustento destes, por determinação do Senhor (Nm 18:24).

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Dízimo no Antigo Testamento

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A prática de dizimar utilizada no antigo Oriente Médio, não teve sua origem na época de Moisés, nem mesmo no concerto feito por Deus no Sinai. Na verdade, é muito anterior a estes eventos. O primeiro relato acerca do dízimo na Bíblia foi quando Abrão entregou o dízimo a Melquisedeque, sacerdote do Senhor (Gn 14:20). A Bíblia afirma que ele deu o dízimo de “tudo”. Gênesis 28 apresenta o segundo relato acerca do dízimo. Ele ocorre no contexto da fuga de Jacó, quando este sonhara com uma escada que tocava o céu e a terra. Despertando do sonho fez um voto como demonstração de gratidão pelos cuidados de Deus para com ele. Disse que entregaria o dízimo de tudo quanto o Senhor lhe concedesse (Gn 28:10-22). É no código mosaico que são dados conteúdo e forma ao princípio do dízimo levítico. Sua legislação ocorre em Levítico 27 e Números 18, apesar de alguns incluírem também Deuteronômio 12, 14 e 26. Porém, estes textos de Deuteronômio tratam do “segundo dízimo”, que será o tema do segundo capítulo.

Dízimo Levítico: Origem e Destino Conforme observa J. G. S. S. Thompson, a Torá responde com precisão três perguntas básicas a cerca do dízimo: De quê? A quem? Onde? A primeira pergunta, “de que se deve dar dízimo?”, é respondida em Levítico 27:30-34. Todo o dízimo da terra pertencia a Deus. Isso incluía o dízimo das plantas, dos cereais da terra, das frutas, dos animais, enfim, os israelitas deveriam devolvê-lo de tudo que a terra produzisse.


O Segundo Dízimo A segunda pergunta “a quem deve ser entregue o dízimo” é respondida em números 18:21-32. Pelo fato de os Levitas não terem recebido herança territorial em Canaã, eles seriam os responsáveis por receberem todos os dízimos em Israel. Por conseguinte, também devolveriam seu dízimo aos sacerdotes (chamado dízimo dos dízimos). A terceira pergunta, “onde os dízimos deveriam ser entregues”, é respondida em Deuteronômio 14:22-29 e Neemias 10:38-39, isto é, o santuário terrestre, durante a peregrinação no deserto, e depois do estabelecimento do povo em Canaã, a “casa do tesouro” no templo.

Análise dos Textos Bíblicos Abaixo segue uma breve análise dos textos que se referem a dízimo nos livros de Levítico e Números.

Levítico 27: 30-34 “Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor. Se alguém, das suas dízimas, quiser resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao Senhor. Não se investigará se é bom ou mau, nem o trocará; mas, se dalgum modo o trocar, um e outro serão santos; não serão resgatados. São estes os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai.” À luz do verso 34, o princípio do dízimo, evidente na era patriarcal, foi promulgado e reiterado a Israel como nação no Sinai. O princípio é claro: “todos os dízimos da terra são consagrados ao Senhor” (V. 30).

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Elmir P. Santos Quando um israelita tinha a necessidade ou desejo de que o dízimo fosse redimido, “a taxa adicional normal de 20% era paga aos sacerdotes”. Por exemplo, se uma pessoa necessitasse do trigo que deveria ser entregue como dízimo, para usá-lo na semeadura, deveria pagá-lo em dinheiro e não em grãos. Embora Levítico 27 ensine que todos os dízimos são do Senhor, não nos informa quem os receberia. É em Números 18 que encontramos a declaração de que os dízimos eram dados, pelo Senhor, aos Levitas e Sacerdotes.

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Números 18:21 O Deus eterno disse: “E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério que exerce, o ministério da tenda da congregação” (ARC). O dízimo para os levitas era, portanto, uma espécie de recompensa pelos serviços que eles desempenhavam na tenda da congregação. “Finalmente, o dízimo, compensa os levitas por sua falta de herança na terra; enquanto as outras tribos tinham grandes extensões de terra, que lhes eram atribuídas para que nelas se estabelecessem, aos levitas foram dadas apenas 48 aldeias espalhadas pela terra” (Nm 24; 34:16 - 35:8; Js 13 – 21). Entende-se, que, de acordo com o livro de Números, os dízimos sustentavam os levitas e os sacerdotes. Sendo esse o único meio de sua sobrevivência, repousava sobre o povo de Deus a sagrada incumbência de manter aqueles que cuidavam dos negócios sagrados do Senhor. Nos dias do profeta Malaquias, Israel havia deixado o costume de devolver ao Senhor os dízimos que Lhe pertenciam. Sob estas circunstâncias, a nação foi impelida a pensar como alguém que rouba do próprio Senhor.


O Segundo Dízimo Por meio do profeta, o Senhor se manifesta com uma linguagem forte e dura: “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais e dizeis: em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas” (Mal 3:8). Em seguida, Javé acrescenta: “Com maldição sois amaldiçoados porque a Mim me roubais, vós, a nação toda” (verso 9).

Um Povo Sob Maldição, mas Próximo das Bênçãos Judá colheu os resultados de olvidar as instruções de Deus, enquanto que deveria tê-las reconhecido em seu estilo de vida, e ser abençoado. A maldição já estava sendo sentida na rotina nacional. O contexto imediato (verso 11) permite inferir que a maldição foi a escassez nas colheitas e a devastação nos campos (cf. Ag 1:6 e Mal 2:2). Automaticamente a maldição seguiu a desobediência, assim como a bênção seguiu a obediência. Os israelitas conheciam muito bem o local onde os dízimos deveriam ser entregues, bem como sua utilidade. Apesar disso, em Malaquias 3:10, o Senhor teve que repetir a injunção: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa” (Ml 3:10 - ARC). Percebe-se, portanto, que, mesmo depois do cativeiro babilônico, os israelitas deveriam continuar levando seus dízimos ao Senhor, pois a legislação assim requeria deles como povo de Deus. Se, porventura, houvesse alguma dúvida sobre o quanto e onde devolver os santos dízimos, a reafirmação do Senhor em Malaquias a teria dirimido: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro...” (Ml 3:10). Os santos dízimos deveriam ser levados pelos Judeus ao “depósito do templo” localizado em Jerusalém. Ao assim fazerem,

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reafirmavam o conceito de que Deus é o Criador e proprietário de tudo, merecedor dos louvores e da fidelidade por parte do povo escolhido. Então, por que razão Israel foi solenemente advertido? A advertência de Malaquias pode ser aplicada para corrigir duas distorções sobre a questão do dízimo. A primeira, refere-se à negligência da prática pelo povo escolhido. A segunda, aplica-se ao judaísmo posterior à Malaquias, do período intertestamentário e neotestamentário, quando os israelitas observavam a lei com rigidez legalista, deixando de fora os graciosos atos de Deus e perdendo de vista o propósito fundamental do dízimo. De modo que praticá-lo, passou a ser considerado um meio de alcançar o favor divino (cf. Lc 11:42).

O Dízimo no Novo Testamento No livro de Hebreus, capítulo sete, menciona-se a exclusividade dos levitas para recolher o dízimo dentro do sistema Mosáico. O autor de Hebreus relembra que Abraão, havia entregado os dízimos para um sacerdócio superior, instituído por Deus. Melquisedeque é representante tipológico do sacerdócio de Cristo, superior ao arônico e levita. Aqui, mais uma vez, o dízimo é mencionado em sua anterioridade ao sistema levítico e é declarada a sua natureza sagrada e exclusiva para o ministério, servindo inclusive, para identificar a importância do ministério não levítico de Melquisedeque, pois esse recebeu dízimos do próprio Abraão. Os fariseus da época de Cristo ensinavam a devolução fiel do dízimo, mesmo que fosse “do endro e do cominho” (Mt 23:23; Lc 11:42; 18:12). Embora sua negligência da justiça, misericórdia e fé merecesse a reprovação de Jesus, o Salvador não deixou passar a oportunidade para reiterar o princípio da fidelidade nos dízimos:


O Segundo Dízimo “devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!”. Ou seja, não se deve usar o dízimo para negligenciar a misericórdia, e nem usar a misericórdia para se negligenciar o dízimo (Lc 11:42; Mt 23:23). Esta é uma advertência do próprio Salvador contra a aplicação unilateral desse importante princípio escriturístico. Os fariseus acusavam Jesus de muitas coisas, porém, jamais de sonegador do dízimo ou de defensor da extinção de seu sistema. Esse aspecto se torna ainda mais relevante diante da condenação feita pelo Salvador à avareza dos fariseus (Mt 23:14, 16, 17; Lc 16:14), descritos nos Evangelhos como uma elite cultural e religiosa da época (Mt 23:2). Além disso, suas disputas pelos cargos sacerdotais e as corrupções decorrentes, não foram suficientes para impedir que Jesus fizesse apelo à lealdade ao dízimo: “devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas”. A defesa de Paulo para a remuneração dos ministros do evangelho tem sua base argumentativa nos textos do AT que se referem às entradas que mantinham os sacerdotes (1Co 9:6-14). Segundo ele: 1) Havia apóstolos que não trabalhavam em atividades seculares (v.6). 2) Remunerar os ministros do evangelho era uma prescrição da lei (v. 8 e 9), e esta o fazia pelo sistema de dízimos (Nm 18). 3) O verso 13, diga-se de passagem, é uma referência direta ao dízimo, pois baseia seu apelo à remuneração de ministros da igreja no direito dos sacerdotes e levitas que tinham seu sustento garantido por ele, a fonte principal de suas entradas. Afinal de contas, não eram os sacerdotes e levitas os únicos que podiam se achegar ao altar e prestar o serviço sagrado no templo? (Nm 18:20-26)

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4) Essa parcela, devida aos sacerdotes, era um direito do qual já estavam fazendo uso (vv. 10 e 12). 5) O mesmo sistema deve ser usado para os ministros do evangelho (v. 14). 6) Um direito do qual Paulo abriu mão (1 Co 9:12, 15), entre os coríntios (2Co 11:7), mas por causa da contestação do seu apostolado (2Co 11:5, 6) e para não dar ocasião aos falsos apóstolos (2Co 11:8 a 13), no entanto, usou desse direito aceitando salário de outras igrejas (2Co 11:8). 7) Esse é um direito tão natural, segundo o apóstolo, como de alguém que planta uma vinha (1Co 9:7; Dt 20:6), e dela cuida (Pv 27:18). Além disso, remunerar os pastores é justo, especialmente aos que servem na pregação e no ensino (1Tm 5:17-18). Deve ser feito de tal maneira que não desperte ganância (1Pe 5:2). Afinal, o objetivo é que o pastor, amparado pela igreja, não se embarace com as coisas desta vida e assim, sirva bem à causa de Deus (2Tm 2:4). Portanto, é notório que mesmo antes de Moisés, o sistema de manutenção dos ministros de Deus era basicamente apoiado no dízimo. Assim ocorreu durante a teocracia israelita para a manutenção dos levitas e sacerdotes que oficiavam no templo de Jerusalém. Foi sancionado por Jesus, defendida por Paulo para manter os ministros do evangelho, que para isso usou a linguagem e as ideias do sacerdócio levítico do Antigo Testamento; e, uma vez que a Bíblia não apresenta nenhum outro sistema, e o Novo Testamento se apóia no Velho para estabelecer o critério de manutenção de obreiros do Evangelho, é lógico concluir que esse é o plano que deve ser usado hoje em dia na igreja. Qualquer outro sistema assume a condição de uma criação meramente humana tentando substituir o projeto divino.


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Fundamentos Bíblicos que Norteiam o Princípio do Dízimo Ellen White assegura que “os dízimos constituem o meio de manutenção da obra do Senhor” e que a devolução desta décima parte é demonstração de gratidão a Deus pelas muitas bênçãos recebidas. Alem disso, segundo a profetiza, um dos principais motivos para Deus instituir a devolução dos dízimos é retirar o egoísmo do coração. Entretanto, o principal motivo para a devolução dos dízimos nos escritos de Ellen White, é o reconhecimento da soberania de Deus e a nossa total dependência dEle. O princípio do dízimo vem dos tempos de nossos primeiros pais. Conhecendo bem o coração humano, Deus procurou nos proteger tanto antes como depois do pecado, para evitar que nos esquecêssemos da Sua soberania e, conseqüente, suserania sobre todos os bens. Assim sendo, Ele estabeleceu primeiramente a proibição de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e, depois, a devolução do dízimo “Da árvore da ciência do bem e do mal, não lhes permitiu comer... Dá-se o mesmo com as reivindicações de Deus a nosso respeito. Ele deposita Seus tesouros nas mãos dos homens, porém requer deles que separem fielmente a décima parte para a Sua obra...” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. III, pág. 37). O dízimo pertence ao Senhor, é propriedade de Deus. Levítico 27:30 diz: “São do Senhor”. a) As pessoas devolvem o dízimo ao Senhor. Não o “dão”, porque não lhes pertence. b) Fazem-no por amor a Deus e à Sua obra, aqui na Terra. c) Fazem-no como obediência à ordem divina (Ml 3:10; Dt 14:22): “Trazei”, “certamente darás”.

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d) Do dízimo, Deus exige a quantia certa: 10%. e) Devolver o dízimo é uma questão de honestidade, um ato de honradez: “Roubará o homem a Deus?” (Ml 3:8). f) É Interessante notar que, em relação ao dízimo sagrado, Deus aceita tanto o bom como o mau: “No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao SENHOR. Não se investigará se é bom ou mau, nem o trocará; mas, se dalgum modo o trocar, um e outro serão santos; não serão resgatados” (Lv 27:32-33). Assim como no passado Adão e Eva comeram da árvore proibida trazendo graves consequências para si próprios e para a humanidade, da mesma forma, hoje existem cristãos que “comem” do dízimo sagrado esquecendo-se da soberania divina e das terríveis consequências que trará este ato de desobediência para a sua vida. Queiramos ou não, o dízimo não nos pertence, e é nosso dever devolvê-lo ao Senhor! Em artigo publicado na Revista Parousia, Ano 2, Número 2, segundo semestre de 2001, pela Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, é feita uma síntese esclarecedora da posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia quanto ao plano divino de dizimar. Este documento, aprovado pela Comissão Executiva da Associação Geral (1984), apresenta diretrizes e princípios fundamentais sobre a maneira de dizimar com base em referências bíblicas e nos escritos de Ellen G. White. Segue então um resumo destes princípios:

Deus é nosso Criador, Proprietário, Sustentador e Redentor “Porque nEle foram criadas todas as coisas que há nos Céus e na Terra, visíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por Ele e para Ele.


O Segundo Dízimo E Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem a Ele” (Cl 1:16-17 [Ver também: Is 13:1; Gn 1:1; Sl 33:6-9; 100:3; Êx 20:8-11; Ap 14:6-7; Jo 1:1-4; Sl 24:1-2; 50:10-12; Ag 2:8; Tg 1:17; I Cr 29:11-14; Dt 8:18; At 17:24-25; I Cr 6:19-20]).

O homem é um administrador ou mordomo das coisas de Deus “Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés” (Sl 8:6 [Ver também: I Co 4:1; Gn 2:15; 1:26-28; I Tm 6:7; At 4:32; Lc 12:42-43]).

Jesus é nosso exemplo no exercício de uma mordomia fiel. Um mordomo se identifica plenamente com os interesses de seu Senhor “Porque eu desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6:38 [Ver também: Jo 4:34; Mt 26:39; 28:18-20; Is 43:5-7; Mt 5:16; Lc 11:42; Mt 10:8; Pv 21:26; I Co 3:9]).

Deus em primeiro lugar em todas as coisas “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20:3). “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lc 10:27 [Ver também: Mt 6:33; II Co 8:5; Pv 3:9-10; Êx 23:19]).

O princípio do dízimo é divino em sua origem “Mas o sistema dos dízimos não se originou com os hebreus. Desde os primitivos tempos o Senhor reivindicava como Seu o dízimo; e tal reivindicação era reconhecida e honrada. Abraão pagou

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Elmir P. Santos dízimos a Melquisedeque, sacerdote do altíssimo Deus (Gn 14:20). Jacó, quando em Betel, exilado e errante, prometeu ao Senhor: ´De tudo quanto me deres, certamente Te darei o dízimo´ (Gn 28:22). Quando os israelitas estavam prestes a estabelecer-se como nação, a lei dos dízimos foi confirmada, como um dos estatutos divinamente ordenados, da obediência ao qual dependia a sua prosperidade” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág 525).

O homem é um colaborador junto a Deus 24

“De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos pois da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus” (II Co 5:20). “E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão” (II Co 6:1[Ver também: Ml 3:10-12]).

O dízimo é santo, assim como o sábado é santo “Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor” (Lv 27:30 [Ver também: Lv 27:32]).

A regularidade e sistematização ao devolver a Deus o que é Seu. “Essa questão do dar não é deixada ao impulso. Deus nos deu instrução a esse respeito. Especificou os dízimos e ofertas como sendo a medida de nossa obrigação. E Ele deseja que demos regular e sistematicamente... Examine cada qual suas rendas com regularidade, pois são todas uma benção de Deus, e ponha de parte o dízimo como um fundo separado, para ser sagradamente do Senhor... Depois de ser o dízimo posto a parte, sejam as dádivas e ofertas proporcionais: ‘segundo a sua


O Segundo Dízimo prosperidade’” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, pág. 81 [Ver também: Ne 12:44; Ne 10:32-39; II Cr 31:11-21; I Co 16:1-2; II Co 8,9]).

O dízimo deve ser trazido à tesouraria do Senhor “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos venha maior abastança” (Ml 3:10 [Ver também: Êx 23:19]).

O dízimo é devolvido a Deus, em proporção aos lucros, como reconhecimento de que tudo o que temos é Seu “Porém não aparecerá vazio perante o Senhor. Cada qual, conforme ao dom da sua mão, conforme a bênção que o Senhor teu Deus te tiver dado.”(Dt 16:16, 17 [Ver também: Dt 14:22,23; II Co 8:12]).

Devolver o dízimo e dar ofertas é parte da adoração, uma expressão gozoza [sic] de louvor, amor e adoração “Deus nos comunica Suas dádivas para que também demos, e deste modo revelemos Seu caráter ao mundo... A grande obra da salvação das almas precisa ser levada avante. Pelo dízimo, ofertas e dádivas fez Ele provisão para esta obra” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, pág. 300 [Dt 26:10,11; II Co 8:7-9; 9:12-13]).

No sistema do dízimo a pessoa determinará o que é lucro “Deus é o Criador do homem, instituindo o plano da beneficência sistemática, fez com que a obra pesasse igualmente

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sobre todos, segundo as diversas aptidões que possuem. Cada um tem de decidir suas próprias contribuições, sendo deixado na liberdade de dar segundo se propôs em seu coração” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, Vol. 1, pág. 548). A Bíblia e o Espírito de Profecia aclamam e definem que bênçãos espirituais e temporais são consequência [sic] de uma mordomia fiel. “A saúde espiritual e a prosperidade da igreja dependem, em alto grau, de sua beneficência sistemática. É como o sangue vital que deve fluir por todo o ser, dando vida a cada membro do corpo” (Ellen G.White, Testemunhos Seletos Vol. 1, pág.386 [II Co 9:8 Dt 28:1-13; Ml 3:10-12; II Co 9:8-11]).

O propósito supremo do dízimo é desenvolver o caráter e provar nossa lealdade a Deus “Deus planejou o sistema de beneficência, a fim de que o homem se pudesse tornar como o seu Criador: de índole benevolente e abnegada, e ser finalmente co-participante de Cristo, da eterna, gloriosa recompensa” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, pág 15). “Deus nos prova aqui, concedendo-nos posses temporais, para que o uso que disso fizermos possa revelar se nos poderão ser confiadas as riquezas eternas” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, pág. 22 [Ml 3:7-12]). É um dever fundamental dos líderes da igreja, membros e pais praticar a fidelidade no dízimo como um dos requisitos de Deus. “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança” (Ml 3:10 [Ver também: Lv 27:30,32; Nm 18:21; Dt 6:6-9; 8:11-18; Lc 11:42]).


O Segundo Dízimo

O

II Segundo Dízimo

bviamente, o segundo dízimo não foi estabelecido com o mesmo propósito do primeiro. No dias de hoje, podemos perfeitamente classificá-lo como oferta de manutenção da igreja local. O segundo dízimo foi estabelecido por Deus e destinado para fins específicos, era diferente também das ofertas apresentadas no Antigo Testamento. A oferta no Antigo Testamento por sua vez, não se encaixa totalmente no que conhecemos hoje como oferta de manutenção, o que não anula a aplicação dos princípios ali estabelecidos para estimular a generosidade e gratidão, bem como à adoração. Pois, a oferta em seu sentido real, aponta para Cristo, perdoador dos pecados. Nos livros do Pentateuco encontram-se referências e instruções a cerca das ofertas. Levítico 1-7 apresenta cinco tipos de oferta: o Holocausto, a oferta de Manjares, a oferta Pacífica, a oferta pelo Pecado, e a oferta pela Culpa. Aseguir, será apresentado o sentido da oferta noAntigo Testamento e sua aplicação hoje, bem como o segundo dízimo e o seu valor atual.

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As Ofertas no Antigo Testamento e Sua Aplicação Para Hoje O Holocausto (Levítico 1)

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Esta oferta era totalmente queimada, e dela nada era permitido comer. O fogo deveria consumi-la totalmente. Para essa oferta, o israelita apresentava um animal macho, que poderia ser desde um touro até uma rola, dependendo da condição financeira do adorador, e ela deveria ser levada à porta do tabernáculo. “Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem defeito; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR” (Lv 1:3). O animal para ser oferecido em sacrifício não poderia ter nenhum defeito. O ofertante colocava as mãos na cabeça do animal, pedia perdão pelo pecado, e logo depois o imolava. “E porá a mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação. Depois, imolará o novilho perante o SENHOR; e os filhos de Arão, os sacerdotes, apresentarão o sangue e o aspergirão ao redor sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação. Então, ele esfolará o holocausto e o cortará em seus pedaços. E os filhos de Arão, o sacerdote, porão fogo sobre o altar e porão em ordem lenha sobre o fogo. Também os filhos de Arão, os sacerdotes, colocarão em ordem os pedaços, a saber, a cabeça e o redenho, sobre a lenha que está no fogo sobre o altar. Porém as entranhas e as pernas, o sacerdote as lavará com água; e queimará tudo isso sobre o altar; é holocausto, oferta queimada, de aroma agradável ao SENHOR” (Lv 1:4-9).


O Segundo Dízimo As várias partes deste animal eram lavadas pelos sacerdotes antes de serem colocadas sobre o altar: “Então, ele esfolará o holocausto e o cortará em seus pedaços. E os filhos de Arão, o sacerdote, porão fogo sobre o altar e porão em ordem lenha sobre o fogo. Também os filhos de Arão, os sacerdotes, colocarão em ordem os pedaços, a saber, a cabeça e o redenho, sobre a lenha que está no fogo sobre o altar. Porém as entranhas e as pernas, o sacerdote as lavará com água; e queimará tudo isso sobre o altar; é holocausto, oferta queimada, de aroma agradável ao SENHOR” (Lv 1:6-9). Essa oferta ocasionava a reconciliação do homem com Deus através da eliminação de seus pecados, que faziam separação entre Deus e o homem. Levava o ofertante a buscar uma dedicação plena de sua vida a Deus. Aplicação para hoje

“O apóstolo Paulo provavelmente faz uma alusão ao holocausto quando apela aos cristãos para que se dediquem inteiramente a Deus: ‘Que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional’ (Rom. 12:1)” (Frank B. Holbrook, O Sacerdócio Expiatório de Cristo, pág. 85). Hoje essa oferta representa a verdadeira adoração a Deus, que inclui a consciência mais profunda de Sua presença.

A Oferta de Manjares (Levítico 2) Levítico 2 menciona quatro tipos de ofertas de cereal e traz também as instruções necessárias para o preparo de cada uma delas. As ofertas de manjares eram entregues aos sacerdotes que as levavam ao altar e lá, lançavam uma porção ao fogo. O restante desta

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oferta o sacerdote poderia comer. Mas, se fosse o próprio sacerdote que estivesse oferecendo tal oferta, ela deveria ser toda queimada. “O termo hebraico para oferta de manjares, minchah (dom), sugere que seu propósito era representar o grato reconhecimento do ofertante por depender de Deus para todas as bênçãos temporais... As ofertas acessórias de manjares exprimiam a dependência agradecida para com o Criador. Sendo que todas as variedades de sacrifício cruentos prefiguravam a morte expiatória do Redentor (cf. Heb 9:22; João 1:19), o ato de oferecer esses sacrifícios equivalia a orar no nome desse Redentor” (Frank B. Holbrook, O Sacerdócio Expiatório de Cristo, pág. 86). Aplicação para hoje

Essa oferta hoje é representada pelo livramento e salvação operados através de um Redentor que morreu na cruz, e por isso nos livra deste mundo vil e nos motiva a ter uma vida dedicada a Deus.

As Ofertas Pacíficas (Levítico 3) Essa oferta incluía uma refeição que o Senhor destinara aos sacerdotes, e que também era desfrutada por familiares e amigos do ofertante, cidadãos comuns, já que apenas uma parte era oferecia ao sacerdote ou queimada sobre o altar (Lv 7:14-16; Dt 12:7; 1Sm 1:4). Para essa oferta o adorador trazia boi ou vaca, ovelha ou cabra. Jacó e Labão ofereceram ofertas pacíficas quando fizeram o seu pacto (Gen 31:54-55). Esta oferta era exigida quando se fazia um voto de consagração a Deus. Em forma de agradecimentos e louvores, eram trazidas as ofertas voluntárias.


O Segundo Dízimo Aplicação para hoje

“A refeição sacrifical enfatizava, portanto, o companheirismo com Deus e com os outros. Esse tipo de refeição comunitária sacrifical aparece como precursora, junto com a ceia pascal, do rito cristão da Ceia do Senhor - a cerimônia de comunhão (I Cor. 10:16-18)” (Frank B. Holbrook, O Sacerdócio Expiatório de Cristo, pág. 85).

A Oferta pelo Pecado (Levítico 4-6) Esta oferta destinava-se a busca de perdão pelos pecados cometidos contra os mandamentos de Deus. “Disse mais o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguém pecar por ignorância contra qualquer dos mandamentos do SENHOR, por fazer contra algum deles o que não se deve fazer, se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá pelo seu pecado um novilho sem defeito ao SENHOR, como oferta pelo pecado. Trará o novilho à porta da tenda da congregação, perante o SENHOR; porá a mão sobre a cabeça do novilho e o imolará perante o SENHOR” (Lv 4:1-4). A prescrição dependia do status religioso do faltoso, ou seja, para um membro da congregação era exigido um tipo de oferta diferente da que era requerida de um sacerdote. Os pecados do sacerdote demandavam o oferecimento de um touro, e o sangue não era vertido no altar, mas, aspergido pelo dedo do “sacerdote ungido”, sete vezes no altar. Então a gordura era queimada, e o restante era queimado (nunca comido) fora do arraial “em um lugar limpo” onde o sacrifício era feito e as cinzas se despejavam.

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“A saber, o novilho todo, levá-lo-á fora do arraial, a um lugar limpo, onde se lança a cinza, e o queimará sobre a lenha; será queimado onde se lança a cinza” (Lv 4:12). Os pecados dos líderes requeriam o oferecimento de um bode. O sangue era aspergido somente uma vez, e o restante era vertido ao redor do altar. “Toda a gordura da oferta, queimá-la-á sobre o altar, como a gordura do sacrifício pacífico” (Lv 4:22-26). Os pecados do povo requeriam alguns animais fêmeos, cabras, cordeiras, rolas ou pombas, e no caso de extrema pobreza, a oferta de cereais era aceita. Os pecados não intencionais eram difíceis de identificar e ocorriam ocasionalmente, por isso, os sacerdotes trabalhavam de perto como mediadores entre Deus e o povo, e lhes instruíam sobre como buscar ao Senhor. No caso de qualquer pecado cuja oferta não havia sido trazida diante do Senhor, existiam ofertas para cobrir o sumo sacerdote e a nação de modo coletivo. No Dia da Expiação (Yom Kippur) o sumo sacerdote aspergia sangue no propiciatório pelos seus próprios pecados e pelos pecados do povo. Aplicação para hoje

“Pensa-se geralmente que o israelita que pecasse deliberadamente não encontraria perdão no sistema ritual. No entanto, uma olhada mais detida em Levítico 5 e 6 mostra que Deus perdoava, sim, os pecados deliberados quando estes se arrependiam de sua impiedade. Eles também podiam encontrar graça e aceitação ao confessar seu pecado(Lev 5:5)” (Frank B. Holbrook, O Sacerdócio Expiatório de Cristo, pág.85 e 86). Essa oferta prefigura o que conhecemos hoje como graça salvadora em Cristo Jesus, o Único que pode nos livrar da culpa de qualquer pecado do qual nos arrependemos.


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As Ofertas pela Culpa (Levítico 6:4-6) Esta oferta é bem semelhante à oferta pelo pecado. A diferença está em que a restituição era proporcionada em dinheiro para pecados de ignorância relacionados à fraude, ou seja, se uma pessoa enganasse, sem querer, a outro, por dinheiro ou propriedade, o seu sacrifício deveria ser: devolver a mesma quantia ao prejudicado, mais um quinto para o sacerdote e para o ofendido. Assim, reembolsava a quantia devida mais quarenta por cento. Além disso, “trará, do rebanho, ao SENHOR um carneiro sem defeito, conforme a tua avaliação, para a oferta pela culpa; trá-lo-á ao sacerdote” (Lv 6:6). Aplicação para hoje

Para aquele que se arrepende, essa oferta ensina “o princípio da restituição: a disposição e o sincero esforço de compensar a pessoa previamente prejudicada ou injustiçada pelo pecado do penitente (Lev 6:4 e 5; Núm. 5:6-8). O ato de apresentar uma oferta pela culpa significava que a restituição fora feita. (cf. Eze 33:15)” (Frank B. Holbrook, O Sacerdócio Expiatório de Cristo, pág.86). Jesus aplica o conceito desta oferta no Seu ensino e o torna normativo para o Novo Testamento: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mat 5:23-24). Pleiteia o convívio pacífico entre os irmãos, cria uma atmosfera de perdão e reconciliação que experimentamos no lava-pés, cerimônia que precede o partir o pão.

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Aplicação Geral de Todas as Ofertas

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O que vimos acima foi a aplicação prática de cada uma das ofertas para nossa realidade, mas todas as ofertas têm uma aplicação ampla para os dias de hoje, pois elas apontam para Jesus como nosso salvador, como aquele que nos dá a vida. As ofertas promovem gratidão e sacrifício: GRATIDÃO: “É Deus quem abençoa os homens dando-lhes bens, e faz isto para que eles possam contribuir para o progresso de Sua causa... Ele quer que homens e mulheres demonstrem sua gratidão, devolvendo-Lhe uma parte em dízimos e ofertas - em ofertas de ação de graças, em ofertas pelo pecado e ofertas voluntárias...” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, pág. 75). SACRIFíCIO: Assim como Cristo fez sacrifício por nós como oferta, devemos nós fazer sacrifícios por Ele também, pois a oferta sagrada é o símbolo de Jesus! “Ele foi oprimido, mas não abriu a sua boca; como cordeiro foi levado ao matadouro, e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, Ele não abriu a Sua boca” (Isa. 53:7). “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo...” (1 Pedro 1:18 e 19). Sim! Cristo foi a oferta perfeita, sem mácula e sem mancha, oferecida por Deus por amor ao mundo, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Certamente, Cristo fez falta no Céu, além de não ter sido fácil para Deus assistir o Seu filho morrendo na cruz do Calvário. Por isso, olhando para Jesus, devemos fazer verdadeiros sacrifícios e poupar recursos


O Segundo Dízimo para serem ofertados ao Senhor, mesmo que nos façam falta, assim como Cristo fez falta para o Pai.

Consideração Final No mundo evangélico é comum ouvir que o Antigo Testamento está ultrapassado, e que hoje vivemos em outra realidade, porém, os princípios veterotestamentários são aplicados pelo próprio Senhor Jesus, como vimos acima. Em relação ao fato, comenta Ellen White: “Devemos demonstrar-lhes que o Antigo Testamento é tão certamente o evangelho em sombras e figuras, como o é o Novo em seu poder revelado. O Novo Testamento não apresenta uma religião nova; o Antigo Testamento não apresenta uma religião que deva ser substituída pelo Novo. O Novo Testamento é apenas a seqüência e revelação do Antigo” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, Vol. III, pág. 43). Os princípios do Antigo Testamento permanecem vivos até hoje dentro de outro encorpo. No Antigo Testamento, a fim de conseguir o perdão, o pecador deveria ir ao santuário, confessar seu pecado diante da oferta e sacrificá-la. O sangue derramado apontava para Cristo, o Salvador crucificado, o Único com poder para perdoar pecados e conceder a vida eterna O Novo Testamento é a sequência do Antigo e está nele revelado, ainda que a plena compreensão do Velho seja adquirida apenas pelo Novo. Assim como no Antigo Testamento, hoje, quando pecamos, pedimos perdão a Cristo, fiados no Seu sangue derramado por nós, e nossa oração é dirigida ao Santuário, para Jesus, o nosso intercessor. Portanto, no Novo Testamento ainda temos o cordeiro, a expiação com sangue, o sumo sacerdote e o santuário (Hb 6:19-20; 8:1-5; 9:1-12, 23-24).

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Dessa forma, as ofertas do Antigo Testamento também têm o seu valor projetado para os dias de hoje, pois, além de apontar para Cristo o nosso Salvador, elas apelam para o amor, a generosidade e a gratidão através da entrega de nossos bens ao serviço do Senhor. Assim, no sistema de ofertas, o segundo dízimo cumpriu um propósito específico no Antigo Testamento, e o seu princípio certamente se estende para os dias de hoje. No passado o segundo dízimo fazia parte do ritual do templo, promovendo a adoração em família e a ajuda humanitária. Hoje, é um referencial prático para se ofertar.


O Segundo Dízimo

Segundo Dízimo: Um Pacto de Amor O dízimo foi destinado para a manutenção do sacerdócio (Nm 18; Lv 27). Mas, a Bíblia também apresenta um segundo dízimo que, apesar de ter a mesma nomenclatura, tem um propósito distinto e bem definido. O primeiro foi destinado aos levitas e o segundo, para adoração em família e ajuda humanitária. Há três circunstâncias nas quais o segundo dízimo é mencionado, e todas no livro de Deuteronômio. Ele estava voltado para promover os cultos de adoração a Deus e para ajuda aos pobres.

Deuteronômio 12:6, 7, 11 “E ali trareis os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas E ali comereis perante o Senhor vosso Deus... Então haverá um lugar que escolherá o Senhor vosso Deus para ali fazer habitar o seu nome; ali trareis tudo o que vos ordeno; os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e toda a escolha dos vossos votos que votardes ao Senhor” (Deut 12:6, 7, 11 - ARC). Neste contexto, o segundo dízimo é apresentado como um recurso destinado por Deus para promover a adoração em família nas festas determinadas por Ele. É importante destacar que neste culto de adoração, Deus pede para não deixar de fora os servos e o levita, pois deveriam também participar deste ajuntamento familiar e fazer parte deste banquete espiritual (verso 12). Convém salientar que este segundo dízimo o levita não recebia para o seu uso, mas participava dele apenas como convidado especial.

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Deuteronômio 14:22-29

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“Certamente darás os dízimos de toda a novidade da tua semente, que cada ano se recolher do campo. E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comereis os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas: para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o Senhor teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado, então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus. E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma: come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa” (Dt 14:2226 - ARC). Esta passagem destaca o uso do segundo dízimo acrescentando mais informações quanto às pessoas que deveriam desfrutar deste recurso. Fica bem definido que pessoas necessitadas, como os pobres, viúvas e órfãos, deveriam também participar deste banquete espiritual (verso 29). Pode-se notar a grande obra de Deus em favor dos menos favorecidos. Com este ato, Ele estava relembrado aos Seus filhos a obrigação que tinham diante do mundo, isto é, adotar os desfavorecidos filhos da terra como membros da família de Deus, e deveriam começar pelos desvalidos da sua própria casa. Era também uma mensagem de Deus ao pobre de que Ele é o seu sustento, bem como da viúva e do órfão. E, de que pertencem a uma família, cujo Pai de amor Se compadece de cada um deles.


O Segundo Dízimo O segundo dizimo deveria ser levado onde Deus determinasse, pois sua utilização estava dentro da dinâmica do círculo sabático. Sendo assim, no terceiro e sexto anos, deveriam fazer as festas nas proximidades do templo e nos outros anos, a festa religiosa poderia ser realizada em casa (Dt 12;14; 15:1-20 e 26; Ellen G.White, Patriarcas e Profetas, pág. 530).

Deuteronômio 26:12-14 “Quando acabares de separar todos os dízimos da tua messe no ano terceiro, que é o dos dízimos, então, os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas cidades e se fartem. Dirás perante o SENHOR, teu Deus: Tirei de minha casa o que é consagrado e dei também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão, e à viúva, segundo todos os teus mandamentos que me tens ordenado; nada transgredi dos teus mandamentos, nem deles me esqueci. Dos dízimos não comi no meu luto e deles nada tirei estando imundo, nem deles dei para a casa de algum morto; obedeci à voz do SENHOR, meu Deus; segundo tudo o que me ordenaste, tenho feito” (Dt 26:12-14). Também neste contexto a ideia do segundo dízimo e sua aplicação é reforçada, e a ênfase recai na sua utilização, definindo bem o seu uso.

O Segundo Dízimo e as Festas em Israel Existiam várias festas judaicas, mas três delas se destacavam, “a Páscoa, o Pentecoste e a Festa dos Tabernáculos - festas em que todos os homens de Israel tinham ordem de comparecer perante o Senhor em Jerusalém” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 75).

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De acordo com Deuteronômio, as festas de Israel deveriam ser realizadas no local onde o Senhor determinasse, e para elas, todos deveriam levar as suas ofertas: “Três vezes no ano, todo varão entre ti aparecerá perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher, na Festa dos Pães Asmos, e na Festa das Semanas, e na Festa dos Tabernáculos; porém não aparecerá de mãos vazias perante o SENHOR” (Dt 16:16). A expressão “mãos vazias”, além de apontar para a entrega das ofertas conhecidas pelos israelitas, faz referência de maneira especial ao segundo dízimo que deveria ser separado e levado às festas de adoração, pois era a ordem do Senhor: “Então, haverá um lugar que escolherá o SENHOR, vosso Deus, para ali fazer habitar o seu nome; a esse lugar fareis chegar tudo o que vos ordeno: os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta das vossas mãos, e toda escolha dos vossos votos feitos ao SENHOR” (Dt 12:11). A questão é simples, Deus estabeleceu o segundo dízimo como um recurso para promover a Sua adoração, e Ele próprio institui também as festas de adoração onde o adorador deveria levar os recursos do segundo dízimo. A expressão, “não aparecerá de mãos vazias perante o SENHOR”, tinha uma lógica dentro deste contexto, pois todos haviam recebidos as bênçãos de Deus em suas colheitas e na criação de animais, e deveriam agora cumprir o que estava determinado por Deus. Deveriam separar o que pertencia ao Senhor. Dos produtos da terra, o primeiro dízimo deveria ser levado à casa do tesouro, mas quanto ao segundo dízimo, deveria ser destinado à adoração em família, que ocorria nas festas tradicionais de Israel. E quem não o fizesse estaria desobedecendo a Deus, por isso, todos os fiéis deveriam ter algo para levar às festas de adoração.


O Segundo Dízimo

O Primeiro e o Segundo Dízimo em Contraste

Deuteronômio 12, 14 e 26 apresentam uma distinção clara entre o segundo dízimo e o dízimo levítico. Há um alto grau de consenso entre teólogos e exegetas, judeus ou cristãos, de que esse segundo dízimo deveria ser separado depois que o primeiro fosse apresentado, conforme as prescrições (Números 18). O Comentário Bíblico Adventista corrobora com esse pensamento: “Considera-se geralmente, que o dízimo mencionado nestes versículos (Deut 14:22-24) é o segundo dízimo, que deveria ser consumido perante o Senhor. Também há referência a esse segundo dízimo em Deuteronômio 14:28 e 26:12-15. E completa mostrando que o segundo dízimo estava destinado a uma festa sagrada familiar perante o Senhor ou para abastecer a mesa dos órfãos, dos pobres e dos estrangeiros da terra. Os levitas podiam participar de todas essas festas. As disposições existentes para os necessitados em Israel estimulavam a prática da verdadeira religião”. “A Enciclopédia Judaica comunga com o pensamento de um segundo dízimo,. ...Maaser Sheni, heb., 2º. Dízimo. Oitavo tratado (7º em alguns códigos) na ordem mishnaica de Zeraim, contendo cinco capítulos. (...) Trata, principalmente, dos dízimos comidos em Jerusalém (Dt 14:22 a 27) e a maneira de resgatá-los em dinheiro. Maaserot ou Maaser Rishon (em heb., ‘dízimo’ ou ‘1º. dízimo’ (...). Trata do dízimo dado ao levita (Nm 18:21). Maaser (dízimo). Uma décima parte da produção. Esta costumava ser separada como oferenda religiosa. Esse costume tem origem antiga, como por exemplo, Abraão dando o dízimo ‘um décimo de tudo’ a Melquizedeque (Gn 14:18 a 20). A lei judaica relaciona vários dízimos obrigatórios.

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(1) Primeiro dízimo (Nm 18:24) dado aos levitas, depois da separação da terumah (oferenda retirada) para os sacerdotes; no tempo do segundo Templo este dízimo também era dado aos sacerdotes. A Mishnah em seu tratado Maaserot trata desse dízimo. (2) Segundo dízimo (Lv 27:30 a 31; Dt 14:22 a 26), isto é um décimo adicional tomado depois do 1º. dízimo. Este era consumido pelo próprio dono em Jerusalém. Usava-se apenas durante os 1º., 2º., 4º., e 5º. ano do ciclo sabático. Os pormenores estão no tratado do Maaser Sheni. (3) Dízimo dos pobres (Dt 14:28 a 29 e 26:12) dado aos pobres e substituindo o segundo dízimo no 3º. e 6º. ano do ciclo sabático (Revista Teológica do SALT – IAENE 1, no. 2 (1997), p. 69).” Ellen G. White comenta com enorme precisão os textos de Deuteronômio que tratam desse dízimo: “A fim de promover a reunião do povo para serviço religioso, bem como para se fazerem provisões aos pobres, exigia-se um segundo dízimo de todo o lucro” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág. 530). Segundo dízimo – Esse dízimo era levado nos dois primeiros anos ao “lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o Seu nome” (Dt 14:23). No terceiro ano, porém, esse dízimo deveria ser usado para atender “o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva que estão dentro da tua cidade...” (Dt 14:29). O ano sabático fora instituído por Deus em benefício do pobre e da terra. O plantio e a colheita poderiam e deveriam ser feitos todos os anos, mas no sétimo ano a terra devia descansar, e o que ela produzisse era destinado ao pobre, ao órfão, à viúva, ao estrangeiro, e aos animais do campo. “Porém, no sétimo ano, haverá sábado de descanso solene sobre a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha.


O Segundo Dízimo O que nascer de si mesmo na tua seara não segarás e as uvas da tua vinha não podada não colherás; ano de descanso solene será para a terra. Mas os frutos da terra em descanso vos serão por alimento, a ti, e ao teu servo, e à tua serva, e ao teu jornaleiro, e ao estrangeiro que peregrina contigo; e ao teu gado, e aos animais que estão na tua terra, todo o seu produto será por mantimento” (Lv 25:4-7). Começava no fim da ceifa – Na ocasião da sementeira, que se seguia à colheita, o povo não deveria semear; não deveriam podar a vinha na primavera; e não deveriam estar na expectativa quer da ceifa, quer da vindima. Daquilo que a terra produzisse espontaneamente, podiam comer enquanto novo; mas não deveriam armazenar qualquer porção do mesmo “para que os pobres do teu povo achem o que comer, e do sobejo comam os animais do campo” (Êx 23:10-11; Lv 25:1-7). Os escravos eram beneficiados – Os escravos judeus eram colocados em liberdade. Não deviam ser despedidos de mãos vazias. A instrução do Senhor demandava: “E, quando de ti o despedires forro, não o deixarás ir vazio. Liberalmente, lhe fornecerás do teu rebanho, da tua eira e do teu lagar; daquilo com que o SENHOR, teu Deus, te houver abençoado, lhe darás” (Dt 15:13-14). E assim todos eram beneficiados: 1. A terra descansava e produzia mais no próximo ano. 2. Os pobres podiam satisfazer suas necessidades. 3. O mesmo com as viúvas, os órfãos e os estrangeiros. 4. Os animais tinham reserva de alimento, isso contribuía para que não atacassem as cidades para se alimentar. 5. As pessoas tinham mais tempo para se dirigirem até os centros de instrução a fim de receberem instruções dos sacerdotes nas coisas de Deus. 6. As dívidas eram perdoadas.

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Deus ofereceu instruções claras aos filhos de Israel que não emprestassem dinheiro cobrando juros aos seus irmãos. Quando emprestassem, se o irmão não pudesse pagar até o ano sabático, nesse ano a dívida deveria ser perdoada. Advertiu, inclusive, aos israelitas que não usassem de má fé para com o irmão necessitado deixando de lhe socorrer devido à proximidade do ano sabático (Dt 15:7-9). Se a dívida ficasse sem ser paga até a remissão, o próprio capital não poderia ser recuperado. Expressamente advertia-se ao povo contra o privar os seus irmãos da necessária assistência, por causa disso se quereria: ”Guarda-te não haja pensamento vil no teu coração, nem digas: Está próximo o sétimo ano, o ano da remissão, de sorte que os teus olhos sejam malignos para com teu irmão pobre, e não lhe dês nada...” (Dt 15:9). O segundo dízimo, então, funcionava da seguinte maneira. Nos dois primeiros anos após o ano sabático, ele era levado ao lugar determinado por Deus e ali era feito uma grande festa. Dessa maneira, está claro que Deus tinha cuidado dos pobres, das viúvas, dos órfãos, dos estrangeiros, da casa de culto, mas Ele não ordenou o uso desse segundo dízimo para tal fim. O primeiro dízimo era dado aos levitas. O segundo dízimo e as outras ofertas proporcionais ou não, eram usados para essas outras finalidades. O povo comia com os sacerdotes, dava esse segundo dízimo para os sacerdotes e levitas, financiava a festa, e fazia-se provisão para os pobres. Esse dízimo, ou o seu equivalente em dinheiro, deveriam trazer durante dois anos ao lugar em que estava estabelecido o santuário. Depois de apresentarem uma oferta de agradecimento a Deus e uma especificada porção ao sacerdote, os ofertantes deveriam fazer uso do que restava para uma festa


O Segundo Dízimo religiosa, da qual participavam os levitas, os estrangeiros, os órfãos e as viúvas. Assim, tomavam-se providências para as ações de graças e as festas, nas solenidades anuais, e o povo trazido à associação com os sacerdotes e levitas, para que pudesse receber instruções e animação no serviço de Deus. Porém, ao terceiro ano, o povo retinha o mesmo em casa para atender ao pobre, à viúva, ao órfão, ao estrangeiro e aos próprios levitas: “Em cada terceiro ano, entretanto, este segundo dízimo devia ser usado em casa, hospedando os levitas e os pobres... Este dízimo proveria um fundo para fins de caridade e hospitalidade” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág. 530). O mesmo se dava nos anos quarto e quinto, com os israelitas levando o segundo dízimo ao lugar onde se encontrava o santuário, e no sexto ano, usando-o em casa para fins de caridade e hospitalidade. Dentro desta perspectiva apresentada acima, e baseado especialmente nos textos de Números 18:20-26, Levítico 27:3031 e Deuteronômio 12, 14 e 26, podemos afirmar que o segundo dízimo estava interligado ao sábado cerimonial pois fazia parte de uma liturgia que ocorria durante seis anos e culminava no sétimo, o ano de descanso quando o segundo dízimo não era separado, e havia um descanso para a terra. Existia uma nítida distinção entre o segundo e o primeiro dízimo. Este deveria ser levado imediatamente ao templo e ali ser armazenado (Ml 3:8-10). E quanto ao segundo dízimo, não era armazenado no templo nem dado ao levita. O dízimo levítico era dado tão somente aos levitas, mas, quanto ao segundo dízimo, o levita era apenas convidado a dele participar. Assim sendo, o dízimo levítico era para seu uso exclusivo e o segundo dízimo para uso do adorador, pois o primeiro visava o sustento

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Elmir P. Santos do sacerdócio e o segundo, visava às festas religiosas. O primeiro era pré-Mosaico e sancionado por Jesus (Gn 14:20; Mt 23:23) enquanto o segundo, apenas Mosaico e ligado ao templo. Podemos concluir que o segundo dízimo era de natureza passageira, ao passo que o dízimo levítico permanece até hoje (1Co 9:13,14).

Resumo: Paralelo Entre o Primeiro e o Segundo Dízimo

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Tabela exibida na (Revista Teológica do SALT – IAENE 1, no. 2 (1997), p. 69).


O Segundo Dízimo “Conclui-se, portanto, pela ideia de que na Bíblia aparecem dois dízimos diferentes e separados. Um destinado, anteriormente, aos levitas e sacerdotes e, hoje, ao pagamento de ministros do evangelho, e o outro destinado à adoração em família e atendimento aos necessitados. Este segundo dízimo, entre outras doações do sistema mosaico, apresenta-se como um referencial básico para as ofertas que, segundo Paulo, devem ser dadas “não com tristeza nem por necessidade”, mas com “alegria” (2Co 9:6 a 12), lembrando a alegria que, segundo Deuteronômio deveria acompanhar a sua entrega (Dt 12:6, 7, 12, 18; 14:26; 26:14), a qual, enfatiza, não deveria ser feita com “tristeza” (Dt 26:14). Um reavivamento e retorno ao modelo bíblico de liberalidade e administração fiel do fundo sagrado, seja por parte de nossas instituições ou individualmente, mediante a instrução pastoral, ainda se faz necessário em nossos dias como o foi, algumas vezes, no passado. Num mundo onde a corrida pelo dinheiro tomou o lugar do amor a Deus e à sua obra no coração de muitos professos cristãos, certamente, esse exemplo, dos fiéis israelitas às determinações divinas, é uma lição de liberalidade, nos dízimos e nas ofertas, digna de ser imitada hoje pelos verdadeiros adoradores, que amam mais a Deus do que a Mamom, e querem preparar o mundo para a breve volta do Senhor Jesus” (Revista Teológica do SALT – IAENE 1, no. 2 (1997), p. 69).

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O Segundo Dízimo

III O Segundo Dízimo no Novo Testamento Paralelo entre o Segundo Dízimo e a Teologia Paulina das Ofertas Não se pode negar o fato de que Paulo era um profundo conhecedor da lei, “Saulo fora educado pelos mais eminentes rabis da época. Fora ensinado por Gamaliel. Saulo era rabi e estadista” (Cristo Triunfante – MM 2002, pág. 308). E quando se converteu ao cristianismo sabia como distinguir o que deveria ou não ser colocado em prática. Paulo deu instruções aos crentes referentes a princípios gerais sobre os quais se apóia o sustento da obra de Deus na Terra, por isso ele mostra claramente que o dízimo deve ser praticado; confirma esse princípio através da máxima conhecida entre o povo de Israel sobre os direitos dos sacerdotes, dizendo: “Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento?

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Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho” (1Co 9:13-14). Paulo estava fazendo referência ao que está escrito no livro de Deuteronômio quanto ao direito da tribo de Levi, determinada pela escolha do Senhor para os sagrados ofícios relacionados com o templo e o sacerdócio; pelo que foi dito: “Porque o SENHOR, teu Deus, o escolheu... para ministrar em o nome do SENHOR” (Dt 18:5). O autor de Hebreus faz alusão à autoridade do sacerdócio para receber os dízimos: “Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo” (Hb 7:5). Estava fazendo referência ao plano de Deus para a manutenção dos sacerdotes que ministravam no templo. O apóstolo Paulo reafirma esse plano no Novo Testamento e faz a convalidação deste para o sustento dos ministros de Deus na atualidade, afirmando: “Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho” (1Co 9:14). Escrevendo a Timóteo, disse: “O trabalhador é digno do seu salário” (1Tm 5:18). Embora esse princípio abarque a todos os trabalhadores, o contexto indica que ele não se refere ao trabalhador comum, mas ao obreiro que labora na obra de Deus (verso 17). Como ocorre em relação ao dízimo, o apóstolo Paulo mantém a visão veterotestamentária da oferta e sustenta que esse princípio deve permanecer, pois consiste em um plano elaborado por Deus para a manutenção da Sua obra durante o período do Antigo Testamento. Ellen White o descreve, dizendo: “Sob o sistema judaico, o povo era ensinado a cultivar o espírito de liberalidade, tanto em sustentar a causa de Deus como em socorrer os necessitados” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, pág. 337). Tendo em vista que a Sua obra continua também no Novo Testamento, o princípio permanece.


O Segundo Dízimo Paulo conhecia todo sistema sacrifical e o de ofertas do antigo Israel e sabia como Deus apelava para a sua generosidade. Sabendo que os cristãos têm responsabilidades ainda maiores que os hebreus, o Senhor espera participação equivalente à grandeza dessa incumbência: “Não é o propósito de Deus que os cristãos, cujos Não é o propósito de Deus que os cristãos, cujos privilégios excedem em muito aos da nação judaica, dêem menos abundantemente do que deram eles” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, pág. 337). Por isso, o apostolo Paulo em seu ministério entre às igrejas, foi incansável em seus esforços para inspirar no coração dos novos conversos, o desejo de fazer grandes coisas pela causa de Deus. Paulo em seus escritos busca exortar à liberalidade. Partia do conhecido, o sistema judaico, para o sistema ainda incipiente, as contribuições neotestamentárias, e aplicava o princípio do segundo dízimo às ofertas de manutenção da igreja cristã primitiva. Dessa maneira, mantém o seu fundamento básico e o seu objetivo, promover a adoração e realizar ajuda humanitária. Pode-se notar nos escritos de Paulo que quando abordava sobre oferta para o sustento da obra, estava visualizando, de forma especial, ao segundo dízimo, e lançou mão desse princípio para estabelecer um padrão de oferta, sem falar em porcentagem, mas da liberalidade motivada pelo amor a Cristo. E esperava que a gratidão pelo sacrifício de Jesus viesse a exceder a porcentagens pré-fixadas, pois, a nossa motivação deveria ser ainda maior que a dos israelitas, tendo em vista que no passado viviam na expectativa do Salvador, e agora Ele é a realidade. Baseado nesse contexto, serão apresentadas algumas similaridades entre o segundo dízimo encontrado em

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Elmir P. Santos Deuteronômio e as ofertas de Paulo no Novo Testamento, que motivam o mesmo sentimento de adoração, gratidão e amor a Deus:

Promover Ajuda Humanitária

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Um dos propósitos de Deus para o segundo dízimo era a ajuda humanitária. “Então, virão o levita (pois não tem parte nem herança contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que estão dentro da tua cidade, e comerão, e se fartarão...” (Dt 14:29). No pensamento de Paulo as ofertas deveriam, assim como no passado, possuir também um cunho social, pois parte do que era recolhido na igreja local deveria ser destinado à ajuda humanitária, a fim de atender ao propósito bíblico para o segundo dízimo, razão pela qual Paulo se empenhou em fazer coleta, ou seja, aliviar o sofrimento dos irmãos “pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos” (2Co 8:4). Escreve aos coríntios, que constituíam uma igreja problemática, e os desfia a serem generosos, e acima de tudo, confiantes na palavra de Deus.

Um ato de Adoração O segundo dízimo foi estabelecido num ambiente de espiritualidade e adoração a Deus: “Então, haverá um lugar que escolherá o SENHOR, vosso Deus, para ali fazer habitar o seu nome” (Dt 12:11). Era um ato de reconhecimento pela misericórdia divina para com o Seu povo. Paulo mais uma vez estabelece conexão da oferta cristã com o sistema do segundo dízimo, instituído como forma de adoração a Deus pela gratidão à graça dEle recebida. E integrando os seus ensinamentos quanto à oferta e apelando à espiritualidade, assim se


O Segundo Dízimo expressa: “enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante graça de Deus que há em vós” (2Co 9:14). “Graças a Deus pelo seu dom inefável!” (verso 15), e ainda, “visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos” (2Co 9:13). Para Paulo a prática da oferta é de cunho totalmente espiritual, e ele a associa ao propósito divino para o segundo dízimo.

Dar com Alegria Deus situou o segundo dízimo em um ambiente de festa e alegria, “e vos alegrareis perante o SENHOR, vosso Deus, vós, os vossos filhos, as vossas filhas, os vossos servos, as vossas servas e o levita que mora dentro das vossas cidades e que não tem porção nem herança convosco” (Dt 12:12). Em cada festa e reunião do serviço religioso, os judeus eram convidados a olhar para o futuro sacrifício de Cristo e expressar alegria. Da mesma forma o regozijo é ressaltado com grande ênfase pelo apostolo Paulo em relação à oferta: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2Co 9:7). É interessante observar como salienta a satisfação de Deus pela oferta realizada com o coração alegre.

Dar Segundo o que Tem Esse princípio está claramente expresso nos ensinamentos do segundo dízimo, e Paulo certamente conhecia o que estava

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escrito em Deuteronômio 14, onde é afirmado que os judeus deveriam dar do que possuíam, do que a terra havia produzido: “Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano se recolher do campo” (Dt 14:22). Ninguém pode dar aquilo que não tem, essa é uma questão lógica, mas Deus sempre dá algo para que possa ser oferecido, como sementes fornecidas ao lavrador a fim de serem plantada. Em cada coração deve brotar a satisfação e a alegria de ofertar, assim como ocorreu à viúva pobre que depositou no gazofilácio as duas únicas moedas que possuía. Por isso, Paulo afirma que se deve dar segundo o que se tem. “Agora, porém, completai também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade, haja também o cumprimento, segundo o que tendes” (2Co 8:11 - ARC).

Dar Planejadamente O plano do segundo dízimo não foi fruto do acaso, mas, minuciosamente planejado. Havia detalhes quanto à ocasião apropriada para as ofertas serem separadas: “Ao fim de cada três anos, tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano e os recolherás na tua cidade” (Dt 14:28). Podemos afirmar que Paulo conhecia a sistemática divina do segundo dízimo, e assim como nos outros casos, adota esse sistema também para o Novo Testamento na arrecadação das ofertas. Ao sistematizar a coleta do que deveria ser levado a Jerusalém, dá a seguinte instrução: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando eu chegar” (1Co 16:2 - ARC).


O Segundo Dízimo Paulo constituiu um dia específico para que as ofertas fossem separadas com antecedência, ou seja, estava lançando mão do que conhecia sobre a sistemática de Deuteronômio, demonstrando que a oferta deveria ser planejada.

Dar Segundo as Bênçãos que Recebemos “Lá, comereis perante o SENHOR, vosso Deus, e vos alegrareis em tudo o que fizerdes, vós e as vossas casas, no que vos tiver abençoado o SENHOR, vosso Deus” (Dt 12:7). Depreende-se que o segundo dízimo estava fundamentado no princípio da bênção. Primeiro Deus concede benefícios, depois solicita a fidelidade de Seus filhos, conforme as suas posses. O adorador é solicitado a dar de acordo com as bênçãos recebidas. Paulo aplica o mesmo princípio às ofertas: “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade” (1Co 16:2 - ARC).

Deus Abençoa Aquele que é Fiel em Ofertar Deus promete bênçãos especiais aos que forem fiéis na entrega do segundo dízimo: “... para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em todas as obras que as tuas mãos fizerem” (Dt 14:29). Conforme Paulo, a bênção do segundo dízimo é reafirmada em relação às ofertas no Novo Testamento: “Deus pode fazervos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra” (2Co 9:8). O apóstolo está afirmando a certeza do cumprimento da Palavra de Deus na vida dos hebreus e, por consequência, na vida dos cristãos.

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Resumo: Paralelo Entre o Segundo DĂ­zimo e as Ofertas no Novo Testamento

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O Segundo Dízimo

Ellen White e o Segundo Dízimo Ellen White confirma a realidade do segundo dízimo em Israel: “A fim de promover a reunião do povo para serviço religioso, bem como para se fazerem provisões aos pobres, exigia-se um segundo dízimo de todo o lucro. Com relação ao primeiro dízimo, declarou o Senhor: “Aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel.” Núm. 18:21. Mas em relação ao segundo Ele ordenou: “Perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o Seu nome, comereis os dízimos do teu grão, do teu mosto, e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias.” Deut. 14:23. Este dízimo, ou o seu equivalente em dinheiro, deviam por dois anos trazer ao lugar em que estava estabelecido o santuário. Depois de apresentarem uma oferta de agradecimento a Deus, e uma especificada porção ao sacerdote, os ofertantes deviam fazer uso do que restava para uma festa religiosa, da qual deviam participar os levitas, os estrangeiros, os órfãos e as viúvas. Assim, tomavam-se providências para as ações de graças e festas, nas solenidades anuais, e o povo era trazido à associação com os sacerdotes e levitas, para que pudesse receber instrução e animação no serviço de Deus” (Ellen White, Patriarcas e Profetas, pág. 530). “A consagração a Deus de um décimo de toda a renda, quer fosse dos pomares quer dos campos, dos rebanhos ou do trabalho mental e manual; a dedicação de um segundo dízimo para o auxílio dos pobres e outros fins de benevolência, tendia a conservar vívida diante do povo a verdade de que Deus é o possuidor de todas as coisas, e a oportunidade deles para serem portadores de Suas bênçãos. Era um ensino adaptado a extirpar toda a estreiteza egoísta, e cultivar largueza e nobreza de caráter” (Ellen White, Educação, pág. 44).

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A Prática do Segundo Dízimo nos Dias de Ellen White

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Quando a obra educacional estava se desenvolvendo, surgiu a questão de como financiá-la, e perguntaram a Ellen White: “O segundo dízimo não poderia ser usado para manter a obra da escola da igreja?” Sua resposta imediata foi a seguinte: “Ele não poderia ser utilizado com melhor finalidade do que esta” (Angel Manuel Rodriguez, “O Dízimo nos escritos de Ellen White”, Parousia 2, no. 2 (2001), P. 43). Quando, porém, os dirigentes procuraram cobrir quase todas as despesas da escola com o segundo dízimo, ela orientou: “Fui instruída de que o plano de não cobrar nada dos alunos pela taxa escolar, dependendo do segundo dízimo para manter a escola, sempre deixará a escola em precárias condições financeiras” (Parousia – Ibid.). Como observado no exemplo acima, o segundo dízimo não era obrigatório, mas espontâneo, e brotava no coração de pessoas que desejavam ver a obra de Deus em desenvolvimento. Não é desaconselhado por Ellen White, como também não é enfatizado por ela. Enquanto se encontrava na Austrália, Ellen White incentivava os membros da igreja a trazerem as suas ofertas para aumentar o fundo destinado à construção do sanatório de Sydney. E nesta campanha, deu o seu testemunho: “Nossos companheiros de trabalho na Austrália responderam animosa e entusiasticamente. O segundo dízimo foi reservado para aumentar o fundo de construção. Houve muitos donativos e dinheiro, trabalho e materiais, representando indivisível abnegação” (“The Need for the Cause in Australia”, Needs, 4 de Julho de 1903, p 21).


O Segundo Dízimo Nada mais foi escrito por ela sobre o segundo dízimo, talvez por não considerá-lo obrigatório à igreja, mas não dissuadiu os que estavam dispostos a dá-lo para projetos específicos. Assim como Paulo, não estipula uma porcentagem de oferta, mas usa o princípio do segundo dízimo para promovê-las, como veremos a seguir.

Paralelo Entre o Segundo Dízimo do Antigo Testamento, as Ofertas no Novo Testamento e os Escritos de Ellen White Sobre Ofertas A visão de Ellen White quanto à oferta está totalmente fundamentada no princípio bíblico. Apela a que dediquemos de coração recursos para o crescimento da obra de Cristo: “Fez o Senhor a proclamação do evangelho depender da consagrada aptidão e das dádivas e ofertas voluntárias do Seu povo. Conquanto tenha convocado homens para pregar a Palavra, tornou Ele privilégio de toda a igreja participar da obra pela contribuição de seus meios para a sua manutenção” (Nos Lugares Celestiais – MM 1968, pág. 303). Os princípios encontrados em Deuteronômio 12, 14 e 26 quanto ao segundo dízimo são percebidos nos escritos de Paulo e Ellen White.

Promover Ajuda Humanitária (Deuteronômio 14:29 e 2 Coríntios 8:4) “E ordenou-lhes Ele também que cuidassem dos pobres, como representantes Seus. O dízimo de todas as nossas rendas o Senhor reivindica como Lhe pertencendo, para ser dedicado

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Elmir P. Santos unicamente à manutenção dos que se entregam à pregação do evangelho. E além disso pede-nos Ele dádivas e ofertas para Sua causa, bem como para suprir as necessidades dos pobres... O Senhor está sempre a conceder Suas bênçãos e misericórdias aos homens” (Nos Lugares Celestiais – MM 1968, pág. 303).

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Um Ato de Adoração (Deuteronômio 12:11 e 2 Coríntios 9:13)

“Quanto tempo será necessário para despertar os ociosos que durante anos têm desperdiçado o tempo em Battle Creek? Quando se tornarão eles fiéis testemunhas de Deus? Quanto tempo levará antes que eles tomem o jugo com Cristo? Quanto tempo por dia é separado para o culto de Deus? Quantos têm períodos para contemplação e para oração fervorosa? Quantos se têm educado em hábitos de economia para que possam ter dádivas e ofertas para a casa do Senhor? Quantos aqueceram o coração pelo exercício prático da beneficência?” (Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 207-208).

Dar Com Alegria (Deuteronômio 12:12 e 2 Coríntios 9:6 e 7) “Nenhuma oferta é pequena quando dada com sinceridade e alegria de alma” (Ellen G. White, Conselho Sobre a Escola Sabatina, pág. 154). “Se não derem voluntariamente, por amor de Cristo, de maneira alguma será a oferta aceitável a Deus” (Ellen G. White, Conselho Sobre Mordomia, pág. 202).

Dar Segundo o que se Tem (Deuteronômio 14:22 e 2 Coríntios 8:11) Depois de separado o dízimo, sejam tirados donativos e ofertas, segundo a prosperidade que Deus lhe deu (Conselho


O Segundo Dízimo Sobre a Escola Sabatina, pág. 130). “Essa questão de dar não é deixada ao impulso. Deus nos deu instrução a esse respeito. Especificou os dízimos e ofertas como sendo a medida de nossa obrigação. E Ele deseja que demos regular e sistematicamente. ... Examine cada qual suas rendas com regularidade, pois são todas uma bênção de Deus, e ponha de parte o dízimo como um fundo separado, para ser sagradamente do Senhor. Em caso algum deve ser esse fundo dedicado a qualquer outro uso; deve ser unicamente dedicado ao sustento do ministério do evangelho. Depois de ser o dízimo posto à parte, sejam as dádivas e ofertas proporcionais: ‘conforme a sua prosperidade’. I Cor. 16:2 “ (Idem, págs. 80 e 81). Como corroboração a este posicionamento, ver ainda o livro Conselhos Sobre Mordomia, às páginas 73, 80, e 81.

Dar Planejadamente (Deuteronômio 26:12 e 1 Coríntios 6:2) “Este ensino auxiliá-los-á a distinguir a verdadeira economia da mesquinhez, de um lado, e do outro, da prodigalidade. Devidamente orientado, incentivará hábitos de liberalidade. Auxiliará o jovem a aprender a dar, não por um mero impulso do momento, ao serem suscitados os seus sentimentos, mas a dar regular e sistematicamente” (Ellen G. White, Conselho Sobre Mordomia, pág. 294). “Essa questão de dar não é deixada ao impulso. Deus nos deu instrução a esse respeito. Especificou os dízimos e ofertas como sendo a medida de nossa obrigação. E Ele deseja que demos regular e sistematicamente” (Idem, págs. 80 e 81).

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Dar Segundo as Bênçãos Que Recebemos (Deuteronômio 12:7 e 1 Coríntios 6:12) “Não Se propõe o Senhor a vir a este mundo e derramar ouro e prata para o avanço de Sua obra. Supre os homens com recursos, para que pelas suas dádivas e ofertas conservem Sua obra em avanço” (Idem, pág. 36). “No sistema bíblico de dízimos e ofertas, as quantias pagas por várias pessoas certamente variarão muito, visto serem proporcionais às rendas” (Idem, pág. 73). 62

Deus Abençoa Aquele Que é Fiel Em Ofertar (Deuteronômio 14:29 e 2 Coríntios 9:8) “Dai o que vos for possível agora, e ao cooperardes com Cristo, vossa mão se abrirá para comunicar ainda mais. E Deus vos tornará a encher a mão” (Nossa Alta Vocação – MM 1962, pág. 197). “Quanto mais levarmos à casa do tesouro do Senhor, tanto mais teremos para levar; pois Ele nos abrirá caminhos, acrescentando-nos os rendimentos” (Nossa Alta Vocação – MM 1962, pág. 195). “E se os homens se tornarem condutos pelos quais possam as bênçãos dos Céus fluir para os outros, o Senhor conservará suprido tal canal. Não é devolver ao Senhor o que é Seu que torna o homem pobre; reter é que leva à pobreza” (Conselho Sobre Mordomia, pág. 36).


O Segundo DĂ­zimo

Resumo: Paralelo Entre o Segundo DĂ­zimo, as Ofertas no Novo Testamento e nos Escritos de Ellen White

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O Segundo Dízimo e a sua Aplicação para Hoje Dinâmica da Oferta no Contexto da Missão

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Pode-se perceber claramente a eficiência da oferta quando se observa as ações de um ministério da igreja. Exemplificando: o departamento jovem quando possui recursos adquiridos através das ofertas, tem a possibilidade de realizar atividades mais sólidas como: retiro espiritual, congressos, campais etc. E, logicamente, uma vez que proveja essas atividades para a juventude, fomentará meios para comprometer com Cristo a esses rapazes e moças. Se todos os ministérios da igreja procederem dessa forma, abrirão as portas para um avivamento espiritual, que por sua vez, proporcionará a entrada de mais ofertas, formando assim um círculo de crescimento e de aumento do potencial da comunidade em comunicar o amor e a salvação em Cristo. “As igrejas que são sistemáticas e liberais em sustentar a causa de Deus, são espiritualmente as mais prósperas... (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol.1, pág. 385).Asaúde espiritual e a prosperidade da igreja dependem, em alto grau, de sua doação sistemática” (Idem, pág. 386). É vontade de Deus que os membros da igreja sejam generosos em sua maneira de ofertar e estipulem um porcentual da renda obtida, a fim de oferecê-la sistematicamente para o sustento da causa da verdade.

O Segundo Dízimo e a Oferta Hoje

Vivemos em um mundo onde o materialismo e o consumismo tomaram conta do coração das pessoas, e onde Deus é colocado em último lugar. Contudo, existe um remanescente fiel, assim como em todas as épocas da história. São pessoas que não se permitem


O Segundo Dízimo secularizar. Seguem o exemplo dos israelitas fiéis às determinações de Deus, pois aprenderam sobre a grandeza da liberalidade proporcionada pela doação dos dízimos, bem como das ofertas. Muitos ainda não possuem uma luz clara com relação às ofertas, e têm procurado benefícios próprios, ofertando simplesmente com interesse no crescimento financeiro. Outros, usam o texto de Paulo: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração” (2Co 9:7), para justificar a falta de generosidade, oferecendo valores incompatíveis como sendo o proposto pelo seu coração. Mas, a Bíblia também afirma: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17:9). Ao analisar o texto paulino é possível perceber nitidamente a intenção do apóstolo. Ele havia pedido às igrejas que separassem uma oferta para ser levada a Jerusalém. Quando chegou a Macedônia, constatou que os irmãos, mesmo sendo pobres, eram bem liberais: “A voluntariedade em sacrificar da parte dos crentes macedônios era conseqüência de sua inteira consagração. Movidos pelo Espírito de Deus, “se deram primeiramente ao Senhor” (II Cor. 8:5), daí estarem dispostos a dar voluntariamente de seus meios para o sustento do evangelho” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, pág. 334). Paulo escreve aos coríntios solicitando que fossem liberais seguindo o exemplo da igreja da Macedônia. Portanto, queria ensinar: Primeiro: que o cristão deve dar com alegria (2Co 9:7), pois a oferta é uma expressão da alegria obtida pela salvação. Segundo: que é preciso ofertar por amor, “não por necessidade” (2Co 9:7). Embora as necessidades da igreja fossem reais, Paulo ensina a ofertar como um ato de gratidão e adoração.

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Terceiro: A expressão “segundo tiver proposto no coração” (2Co 9:7), corresponde à liberalidade expressa pela igreja da Macedônia, que, embora não impulsionada por valores estipulados, deu o máximo que poderia. Os irmãos de Corinto deveriam viver essa mesma experiência, por isso, o apóstolo apelou para a sua generosidade. Finalmente, o coração deve estar disposto a dar na mesma proporção que esteja disposto a receber, pois “aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2Co 9:6 e 7). Paulo usa o princípio do segundo dízimo para promover a oferta. Tendo como base o Antigo Testamento, poderia ter estipulado o valor mínimo para os macedônios, mas deixou-lhes livres, e deram muito mais que dez por cento, pois, fizeram o melhor. Essa mesma atitude, esperava dos irmãos coríntios, e é o que Deus almeja de cada um de Seus filhos também hoje. “A prosperidade espiritual está intimamente ligada à liberalidade cristã. Os seguidores de Cristo devem regozijar-se pelo privilégio de revelar em sua vida a beneficência do seu Redentor. Dando ao Senhor, eles têm a certeza de que seu tesouro está indo em sua frente para as cortes celestiais” (Atos dos Apóstolos, págs. 344 e 345). Tudo o que oferecemos ainda é o mínimo diante do que Cristo fez por nós na cruz do Calvário.

Quando Dez é o Mínimo Nas Sagradas Escrituras o numeral “dez” sempre está relacionado com o mínimo que Deus exige de Seus filhos.


O Segundo Dízimo

Os Dez Mandamentos como Mínimo Quando Deus solicita obedecer aos Seus mandamentos, está exigindo o mínimo de obediência. No Decálogo, é isso que o numeral dez representar, pois, nesse mínimo está contida toda reverência e obediência à vontade de Deus, prestada pelo autêntico adorador.

Dízimo, o Mínimo Numa Sociedade com Deus É Deus quem concede a chuva e o Sol. É Ele quem dá força ao homem para realizar suas conquistas. Com o ser humano Ele firma uma sociedade, e requer como sua parte, o dízimo, que é dez por cento de toda renda. “Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida” (Ml 3:10). No dízimo, assim como no Decálogo, o numeral dez representa o mínimo solicitado por Deus.

O Mínimo Para Perdão de Pecados Nas Sagradas Escrituras observamos o esforço de Deus para conceder perdão ao pecador penitente. Os israelitas adquiriam perdão mediante o oferecimento de sacrifício. Contudo, havia critérios, para que até o mais pobre pudesse ter o que ofertar e, assim, obter acesso ao perdão, isto é, a décima parte de um efa de flor de farinha. Mais uma vez o numeral dez aparece como o mínimo do que deveria ser oferecido a Deus. “Porém, se as suas posses não lhe permitirem trazer duas rolas ou dois pombinhos, então, aquele que pecou trará, por sua

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Elmir P. Santos oferta, a décima parte de um efa de flor de farinha como oferta pelo pecado; não lhe deitará azeite, nem lhe porá em cima incenso, pois é oferta pelo pecado” (Lv 5:11).

Abrão e o Mínimo em Seu Pedido

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Quando Abrão pediu a Deus para poupar Sodoma, sugeriu certa quantidade de pessoas para justificar a não destruição daquela cidade. No primeiro momento, ele perguntou ao Senhor se por ventura houvesse ali cinquenta justos, se Ele pouparia a cidade. Deus respondeu que sim. Em seguida, perguntou se a cidade seria poupada caso houvesse ali quarenta justos. Posteriormente trinta, depois vinte, e por fim, dez justos (Gn 18:26-32). Ele parou nos dez, porque entendia que era o mínimo, e assim, não continuou indagando a Deus.

Segundo Dízimo: O Mínimo Como Oferta No passado, Deus exigia um segundo dízimo para adoração e ajuda humanitária. Isso era o mínimo que exigia diante de tantas bênçãos dadas a Seu povo. Não existe a estipulação de um segundo dízimo como oferta hoje; no entanto, a disposição de fazer o mínimo para Deus com nossas dádivas, não nos leva também a pensar em oferece dez por cento, não por obrigação, mas como um ato de amor? Jesus disse aos Seus discípulos que quando obrigados por alguém a andar uma milha, deveriam ir com ele duas (Mt 5:41). A espontânea vontade e prontidão em fazer o bem constituem parte da lei do amor ensinada por Ele aos Seus seguidores. Deus espera de nós o dízimo como prova de fidelidade, mas nos deixa livres quanto às ofertas. Quando oferecemos o


O Segundo Dízimo segundo dízimo, estamos livremente aplicando a lei do amor, fazendo o mínimo para quem fez o máximo por nós, e andando a segunda milha como demonstração de amor.

Quanto se Deve dar de Oferta Hoje? Como já foi visto, no Antigo Testamento as doações eram proporcionais às posses do doador, isto é, ninguém deveria doar valores que não equivalessem ao percentual mínimo de suas posses (Dt 16:17), o que subentende um percentual mínimo determinado para se praticar a oferta: “a fim de promover a reunião do povo para serviço religioso, bem como para se fazerem provisões aos pobres, exigia-se um segundo dízimo de todo o lucro” (Ellen White, Patriarcas e Profetas, pág. 530). Que montante Deus estipula para o Seu povo hoje? Qual o valor ideal de oferta? “Agora Deus requer, não menores mas maiores dádivas que em qualquer outro período da história do mundo” (Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 371). Em face dessa declaração e de toda argumentação construída até aqui, há base para sustentar um programa de ofertas correspondente ao segundo dízimo. O que aconteceria se a igreja hoje considerasse o segundo dizimo não simplesmente em termos de valor, mas em relação ao seu fundamento espiritual que é o amor a Deus e ao próximo? Não estaria disposta a levar em consideração o fato de que Deus espera mais de nós nos dias de hoje dos que demandava dos israelitas? ”O sistema ordenado aos hebreus não foi rejeitado ou afrouxado por Aquele que lhe deu origem. Em vez de haver perdido agora seu vigor, deve ser mais plenamente cumprido e dilatado, pois a salvação em Cristo unicamente deve ser apresentada em maior plenitude na era cristã” (Ellen G. White, Conselho Sobre Mordomia, págs. 75-76).

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O Segundo Dízimo

A

Conclusão

través do segundo dízimo, os israelitas eram incentivadas a generosidade, a caridade e a cidadania. As Sagradas Escrituras apresentam as ofertas como expressão de amor por Cristo, uma maneira de demonstrar o sentimento de gratidão pelo sacrifício de Jesus e levar almas ao conhecimento desta salvação. Cristo se ofereceu voluntariamente na cruz do Calvário, Se doando como oferta de sacrifício em favor da humanidade. Embora alguns pregadores tentem ensinar a igreja a dar uma oferta generosa, tendo como referencial o segundo dízimo, ficam temerosos de serem confundidos com líderes religiosos que exploram a boa fé da irmandade. Se o desejo é cumprir toda a Palavra de Deus, não há por que temer solicitar que os membros da igreja façam aquilo que é certo. Uma renovação espiritual e financeira ocorreria na igreja se houvesse mais liberalidade, motivada pelo amor simples e belo, por parte daqueles que não medem esforços para sustentar a causa de Deus. É claro que o segundo dízimo não deve ser uma obrigatoriedade nos dias de hoje, porém, constitui um referencial para o nosso tempo, como um apelo para que nos desvencilhemos do materialismo e direcionemos mais recursos à obra de Deus.

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