Revista Empreenda Jovem 2016

Page 1

emprEEnda jovem REVISTA

NOVEMBRO DE 2016 • Nº 4 • ANO III

O ES QUE QUEREMOS

10 0 10

10

10

10 0

10

0

10

0

10

0

0

10

0

10

0

10

0

0

10

0

0

•Investir em educação na crise. Sim ou não?

•O caminho para a sustentabilidade nos negócios

ENTREVISTA • Rogério Salume e a trajetória de sucesso da Wine



EDITORIAL

Precisamos

empreender

V

ivemos a maior crise da nossa história . Eduardo Giannetti, um influente economista brasileiro, quando provocado a responder se “há pensamento sério no Brasil”, passou quase uma hora de sua fala expondo uma visão, digamos, negativa. Ao final, entretanto, deixou uma mensagem fortificante: disse que seus muitos anos vividos na Inglaterra o fizeram perceber que o cidadão inglês (e o europeu, em geral) de nenhuma maneira acredita que seu país, seu povo, um dia voltarão a produzir o que já produziram um dia – seja na ciência, na literatura ou na filosofia. O pêndulo de seu pensamento, ele disse, “está no passado”, e completou: “Enquanto isso, o brasileiro vive exatamente o oposto: nosso pensamento está totalmente orientado ao futuro”. Acreditamos, genuinamente, que nosso futuro será melhor, mais interessante, relevante e próspero do que já foi até aqui. Somos, e já há algumas décadas, “o país do futuro”, não é? Giannetti encerra sugerindo aos jovens que busquem mesmo concretizar esta visão de prosperidade compartilhada: “Para isso, busquem adotar três comportamentos essenciais: 1) estudem muito, especialmente os clássicos; 2) ousem pensar por si mesmos (coragem na busca pelo original, autonomia!); e 3) tenham compromisso prático com aquilo em que acreditam (ação!)”. Outra percepção interessante vem de historiadores: eles têm dito que, durante toda a história da humanidade, os cidadãos mais velhos das comunidades sempre foram os que detinham, absolutamente, o poder do conhecimento. E que hoje, pela primeira vez, temos experimentado um compartilhamento deste poder entre os anciãos e os mais jovens – em virtude das velozes transformações tecnológicas e sociais recentes.

É neste momento, também, que o Brasil vive seu ápice de juventude. O boom populacional ocorrido nas últimas décadas fez com que nunca fôssemos um país tão jovem, e, provavelmente, não voltaremos a sê-lo por um bom tempo à frente. Ou seja, há esperança! E precisamos agir. Provavelmente, nunca mais viveremos (eu e você, leitor) um tempo tão propício para mudanças como o atual. Precisamos tentar, buscar, trabalhar para que elas realmente aconteçam. E que sejam estruturantes e profundas. Que sejam mais: que signifiquem alterações culturais de nós mesmos – a partir de cada um de nós, e em todos nós. Precisamos empreender, seja onde estivermos. Nesta edição, a Fecaje deseja inspirá-lo. São pessoas, empresas ou outras organizações privadas, do terceiro setor e iniciativas públicas, que estão trabalhando pela melhoria do nosso estado e do nosso país. Muita coisa boa está acontecendo. Precisamos incentivar estes trabalhos, estes planos, estes sonhos. Precisamos continuar empreendendo a construção do Brasil que queremos. Boa leitura!

Luiz Felipe de Almeida Coelho Presidente da Fecaje


ROGÉRIO SALUME DA WINE, CONTA A TRAGETÓRIA DE SUCESSO

UMA NOVA FORMA DE EMPREENDER

40 38 34 26

SUMÁRIO CONHEÇA UMA INOVAÇÃO CHAMADA PIC PAY

06 10 12 24

INVESTIR EM EDUCAÇÃO NA CRISE. SIM OU NÃO?

FECAJE CONSTRUINDO O ES QUE QUEREMOS

EPL EMPREENDENDO COM LIBERDADE

O CAMINHO PARA A SUSTENTABILIDADE NOS NEGÓCIOS

YBE 2016 VITÓRIA RECEBE JOVENS LÍDERES NACIONAIS E INTERNACIONAIS

EXPEDIENTE PRESIDENTE Luiz Felipe de Almeida Coelho VICE-PRESIDENTE Duar Pignaton SECRETÁRIA EXECUTIVA Lorena Zucatelli

Federação Capixaba de Jovens Empreendedores (Fecaje)

DIRETORA DE MARKETING Ingrid Lunardi

Av. Nossa Senhora da Penha, 2.053, 6º andar, Santa Lúcia, CEP: 29.045-403, Vitória/ES

DIRETOR ADJUNTO DE MARKETING Ricardo Frizera DIRETOR DE PLANEJAMENTO Naone Garcia

DIRETORA ADJUNTA DE PLANEJAMENTO Anna Luísa Mariani DIRETORA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS Sophia Nardoto DIRETORA ADJUNTA RELAÇÕES INSTITUCIONAIS Stefany Sampaio DIRETOR DE ESTRATÉGIA POLÍTICA Luan Sperandio DIRETOR DE INOVAÇÃO Renzo Colnago

Produção e comercialização

Preview Editora (27) 3225.0184 Jornalista Responsável

Betty Feliz Textos

Betty Feliz Projeto Gráfico / Diagramação

Link Editoração (27) 3337.7249



CARREIRA

Investir em educação na crise.

Sim ou não? Diante do cenário de crise financeira que instalou-se no Brasil nos últimos anos, muitas pessoas têm se indagado: vale a pena usar meus recursos ou até endividarme para investir em educação? Ou será que, nesta situação, é melhor frear os estudos e esperar tempos de maior bonança?

6


B

Bruno Felix von Borell de Araujo

em, como geralmente ocorre com perguntas complexas, minha resposta é o bom e velho “depende”. Essa resposta frustra aqueles que buscam explicações mais simplistas e diretas para as escolhas que a vida impõe, mas pode trazer inspiração para aqueles que buscam fundamentos para decisões mais sólidas. Mas, antes de começar a responder, deixe-me explicar um pouco sobre o que aconteceu com a educação brasileira no período pré-crise.

O CONTEXTO: MUITO DIPLOMAS, POUCA COMPETITIVIDADE Durante o período do crescimento econômico que o Brasil vivenciou nos anos 2000, foi grande o aumento na oferta de cursos de graduação e pós-graduação no Brasil. É uma lei do mercado: se mais pessoas possuem renda e há uma demanda reprimida por formação superior, isto cria, naturalmente, um movimento por um maior oferecimento de cursos. O grande problema do contexto brasileiro foi que esse crescimento na oferta não veio acompanhado por um incremento de qualidade. Dada a cultural ênfase nacional no “diploma”, e não na aprendizagem, o consumidor- estudante brasileiro investiu bastante em cursos de menor custo, muitas vezes sem se preocupar com a qualidade. Com isso, o aumento no número de formados não veio acompanhado de uma evolução do país em termos de competitividade de mão de obra. O cenário, hoje, em um momento em que a economia começa a dar sinais de recuperação, é de instituições de ensino superior endividadas

Hoje, só contratam quem demonstra possuir competências reais” e desesperadas para formar turmas. Afinal de contas, o que eles farão com as salas de aulas, com os professores construídos e com os cursos criados durante o período de expansão na década de 2000? QUEM DEVE INVESTIR EM EDUCAÇÃO NESTE MOMENTO? Diante deste contexto, vou sugerir em que condições a pergunta do título deste texto deve ser respondida com um “sim”. Sendo bastante direto, deve investir em qualidade quem: a) está disposto a realmente estudar; e b) tem recursos disponíveis (financiamento, capital próprio, tempo) para alocar neste investimento. A primeira condição, estar disposto a estudar, de fato, é essencial. As empresas estão fartas de candidatos com diplomas e sem qualificação real. Salvo raríssimas exceções, por causa da grande oferta de cursos no período recente já citado neste texto, a era do diploma como carta determinante de entrada para empregos ficou no passado e as empresas, hoje, só contratam quem demonstra possuir competências reais. Por isso, só vale a pena investir em educação quem, realmente, está disposto a dedicar-se e crescer profissionalmente durante o curso. Para isso, as pessoas devem procurar as melhores instituições segundo os rankings dos órgãos reguladores do ensino no Brasil, como a CAPES e o MEC. Nestas instituições, que oferecem cursos de melhor qualidade, há um maior custo envolvido, seja ele financeiro ou de tempo para estudo. Assim, o investimento em educação também deve levar em consideração se a

Revista Empreenda Jovem

7


CARREIRA

pessoa possui esses recursos disponíveis para alocação. Caso não possua, recomendo, seriamente, que se realize um plano para que as condições sejam criadas. No aspecto financeiro, vale consultar os programas de financiamento que as instituições têm oferecido e avaliar a possibilidade que melhor se ajusta às suas necessidades. Vale lembrar que, neste momento, haverá uma tendência de buscar os cursos mais acessíveis financeiramente. Afinal, ninguém quer endividar-se em contextos de crise. Mas, lembre-se: o barato sai caro. O que é melhor? Um investimento alto que traz um retorno ainda mais alto, ou alocar poucos recursos em uma escolha que não traz resultados? QUEM NÃO DEVE INVESTIR EM EDUCAÇÃO NESTE MOMENTO? Como você pôde reparar, apontei as condições nas quais o investimento em educação deve ocorrer. Complementarmente, a opção por não investir no momento deve ser feita caso a pessoa não esteja disposta a estudar – questões de agenda na vida pessoal podem levar a essa escolha – ou se ainda não houver acesso aos recursos necessários para investir em uma boa formação. Neste caso, deve-se criar um plano de curto/médio prazo para que as condições se revertam e a pessoa possa retomar o caminho da qualificação

INVESTINDO NA BAIXA, COLHENDO NA ALTA Diante desta reflexão, finalizo lembrando de uma lei máxima dos investimentos. Invista na baixa, naquele momento em que a maioria deixou de investir. Fazendo isso, as pessoas estarão aptas a colher melhores frutos após a superação da crise. Este é o momento de preparar-se para a esperada recuperação dos mercados, na qual se

8

Gente com canudo na mão há por todos os cantos. Eles buscarão os qualificados!”

espera que as empresas voltem a ocupar as cadeiras que ficaram vazias durante a crise. Mas, não se engane: gente com canudo na mão há por todos os cantos. Eles buscarão os qualificados! A realidade é construída primeiramente em nossa mente e depois na prática. Este é o momento de plantar um futuro de curto/médio prazo, no qual sua carreira estará nos trilhos que você imaginou. Planeje. Tenha audácia. Procure uma formação de qualidade e dedique-se, para que seu diploma seja acompanhado de competências reais e bons relacionamentos profissionais. Caso não haja condições, no presente, para fazer isso, crie um plano. Não há atalhos. O pote de ouro está em uma estrada longa, cheia de esforços, contínuos e de longo prazo. Vamos nessa?

SoBre o autor Bruno Felix von Borell de Araujo é doutor em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/ SP, com doutorado Sanduíche em Psicologia Social na Universidad Complutense de Madrid, Espanha; pesquisador nas áreas de Expatriação, Cross-Cultural Management, Conflito e Equilíbrio Trabalho/ Lar, além de participar e coordenar projetos de pesquisa com financiamento pelo CNPq; coach e palestrante nas áreas de Desenvolvimento Humano e Gestão Estratégica de Pessoas; consultor de empresas pela Fucape Consulting. Publicou e apresentou dezenas de artigos científicos em revistas e conferências no Brasil, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Chile e Venezuela.



CASE

Conheça uma inovação chamada

PicPay

O aplicativo transforma o smartphone em uma carteira digital, simplifica a vida dos capixabas que precisam estacionar seus carros nas áreas cobradas, permitindo, ainda, transferir dinheiro para qualquer pessoa, assim como enviar uma mensagem em uma rede social.

S

egundo seu sócio-fundador, Diogo Roberte, o PicPay (www.picpay.com), uma fintech considerada pioneira no Brasil e América Latina no desenvolvimento dessa tecnologia, além do envio entre pessoas, tem uma forte presença no pagamento de profissionais liberais e estabelecimentos. “Estamos mudando a maneira como as pessoas se relacionam com o dinheiro. Essa revolução acontece todos os dias, para simplificar a relação das pessoas com os pagamentos. Eles são muito frios, burocráticos e não privilegiam uma experiência amigável. No caso do Rotativo Vitória, conseguimos levar esse conceito para o parquímetro. Pagar com o PicPay simplificou a vida dos capixabas que precisam estacionar seus carros nas áreas cobradas”, explica Diogo. COMO SERÁ FEITA ESSA MODERNIZAÇÃO DO SISTEMA E QUANDO ELA PASSARÁ A FUNCIONAR? O usuário, ao invés até um parquímetro, pode, de onde estiver, pagar a vaga ao abrir o app PicPay, selecionar em “locais” o “Rotativo Vitória”, e, em seguida, digitar a placa do carro, escolher Thalles, Mirella ea Lucas: o tempo e digitar senha. os Z são muito bem-vindos na empresa de tecnologia

10


COMO FUNCIONARÁ O SISTEMA DE PAGAMENTO VIA CELULAR? Com a nova tecnologia, não será mais necessário imprimir o comprovante para deixar em local visível no carro. O usuário vai receber pelo smartphone um recibo virtual de pagamento. Dessa forma, a fiscalização também será eletrônica, com equipamentos que informarão, a partir da placa do carro, o tempo que o motorista solicitou ficar naquela vaga. ENTÃO, USO DO TALÃO VAI CONTINUAR? Sim, os condutores poderão continuar optando por efetuar o pagamento com o talão. Mas eles terão que deixar o recibo em local visível. Os carros que não apresentarem o comprovante terão suas placas analisadas pelos agentes, por meio de um equipamento próprio, para verificar se o pagamento foi efetuado pelo aplicativo. QUAIS AS VANTAGENS DE SE USAR ESSE SISTEMA? Os usuários do Rotativo Vitória poderão pagar de maneira mais rápida, usando, ainda o cartão de crédito das bandeiras Visa, Mastercard, American e Elo. É possível também adicionar dinheiro na

carteira PicPay por transferência ou pagamento de boleto bancário. EXISTEM OUTRAS FACILIDADES? Outra facilidade permitida pelo aplicativo é o envio de alertas para o celular do motorista quando faltarem cinco minutos para o tempo de estacionamento acabar. Ele não vai mais precisar dirigir-se a um ponto de vendas do talão para efetuar o pagamento ou para comprar mais tempo. Se o motorista estiver em uma consulta ou em qualquer outro compromisso, poderá adicionar mais tempo para usar a vaga pelo aplicativo. E COMO ESSE SISTEMA FUNCIONA? O usuário deve criar uma conta no aplicativo para conseguir utilizá-lo no estacionamento rotativo. Ao estacionar na vaga, o motorista pode, então, utilizar o aplicativo, selecionando “locais”. Depois, basta selecionar “Rotativo Vitória” e, em seguida, informar o tempo de permanência na vaga – com limite de três horas o número da placa do veículo e pagar, usando a senha criada para o aplicativo. O motorista vai receber um recibo virtual e não mais precisará imprimir comprovantes. O aplicativo PicPay está disponível para os sistemas iOS e Android. Ele pode ser baixado nas plataformas Google Play ou App Store.

O PicPay é grátis e está disponível para Android e Apple.

Cadastro O aplicativo PicPay está disponível para os sistemas iOS e Android. Ele pode ser baixado nas plataformas Google Play ou App Store. Revista Empreenda Jovem

11


ENTREVISTA

Rogério Salume

s o d a n o x i a p a s o “Som

pelo que fazemos”

Referência no mercado e trabalhando com uma equipe que une qualificação profissional com paixão pelo que faz, a capixaba Wine. com.br é um caso de inquestionável sucesso empresarial.

12


Alteramos a maneira de consumir vinho no Brasil e conseguimos mostrar que vinho pode prêmios internacionais. Com ser consumido da isso, hoje somos referência no maneira que você nosso mercado, porque contaquiser” mos com uma equipe que une qua-

“T

Betty Feliz

odos os resultados que conquistamos são fruto de muito trabalho e determinação. Sabemos onde queremos chegar e não vamos parar por aqui. Os resultados positivos são comemorados e nos ajudam a seguir em frente, criando ainda mais diferencial para o mercado,” assegura o CEO da empresa, Rogério Salume. Nesta entrevista, concedida com exclusividade à revista Empreenda Jovem, Salume fala sobre o aumento do consumo de vinho no Brasil, e diz que o mercado de cerveja vai passar pela mesma transformação, com público priorizando o consumo do produto por sua qualidade, ao invés da quantidade. A HISTÓRIA DA WINE.COM.BR É CONTADA SOB A ÓTICA DO “AMOR E DA EMOÇÃO”. MAS A IDEIA QUE AS PESSOAS TÊM, EM GERAL, SOBRE NEGÓCIOS BEM-SUCEDIDOS, COLOCA A RAZÃO SEMPRE ACIMA DA EMOÇÃO. NO CASO DA WINE.COM.BR, COMO FOI EQUILIBRAR ESSES FATORES PARA CHEGAR AONDE A EMPRESA CHEGOU? Nós somos apaixonados pelo que fazemos, acreditamos em nosso sonho e tornamos essa energia em combustível para realizar nosso trabalho, que é levar prazer e felicidade para a casa das pessoas. Nós, wineanos, como nos chamamos internamente, formamos uma equipe motivada e com grandes qualidades, o que nos rendeu

lificação profissional e amor pelo que faz. Sim, temos nossas metas, claro, mas fazemos isso com muita alegria e motivação. QUE OUTROS INGREDIENTES ENTRARAM NA RECEITA DE SUCESSO DA WINE.COM.BR? Estamos baseados no tripé seleção, indicação e entrega. Temos uma equipe de winehunters especializada em viajar o mundo em busca dos melhores rótulos, e também contamos com uma equipe de sommeliers que indica cada vinho de acordo com o perfil do cliente. Tenho certeza de que esse tipo de comodidade que oferecemos, acrescida da nossa ótima relação com o cliente, são alguns ingredientes essenciais da nossa trajetória. Além disso, somos pautados nas pessoas, fator decisivo na nossa trajetória. Realizamos uma cuidadosa e ampla seleção de rótulos, uma indicação personalizada e uma entrega diferenciada, e nos empenhamos em levar conhecimento e informações para o consumidor sobre o mundo dos vinhos. QUAL FOI O MAIOR DESAFIO QUE A EMPRESA ENCONTROU, EM 2008, QUANDO ENTROU NO MERCADO? Nós sempre acreditamos que poderíamos vender vinhos pela internet, pois alteramos a maneira de consumir vinho no Brasil, e conseguimos mostrar que vinho pode ser consumido da maneira que você quiser. Partimos do princípio de que as pessoas queriam algo mais, um serviço diferenciado e verdadeiro. Outro ponto é a logística, que sempre é um desafio para o e-commerce, principalmente no Brasil, que

Revista Empreenda Jovem

13


ENTREVISTA

tem dimensões continentais. Nós entregamos em qualquer lugar do país. No nosso caso, ainda desenvolvemos uma embalagem, a wineBox, projetada para suportar impactos, ser resistente ao peso e, ainda, facilitar o transporte das garrafas. Esta foi a primeira embalagem de papelão permitida para transporte de vinhos no modal aéreo no país. Antes dela, só era permitido o transporte de garrafas em caixas de madeira. EM ALGUM MOMENTO PASSOU PELA CABEÇA DOS SÓCIOS A IDEIA DE DESISTIR? Sabemos que alguma coisa poderia não sair como o planejado, mas, já no primeiro ano, os números mostraram que estávamos no caminho certo. Então, não dá para pensar em desistir. Só olhar para frente e planejar o futuro. COM APENAS UM ANO, VOCÊS JÁ TINHAM 14 MIL CLIENTES E 250 MIL GARRAFAS ENTREGUES. ISSO DEVE TER SIDO EXTREMAMENTE ANIMADOR... Com certeza, foi animador. Esta foi a prova de

14

que estávamos no caminho certo. Era isso que faltava no mercado de vinhos brasileiro: uma empresa que deixasse o mundo do vinho mais acessível e mais fácil. DOIS ANOS DEPOIS DE TER COMEÇADO, A WINE JÁ HAVIA SE TORNADO A MAIOR LOJA DE VINHOS DA AMÉRICA LATINA. COMO VOCÊS SE SENTIRAM DIANTE DESTE METEÓRICO RESULTADO? Todos os resultados que conquistamos são fruto de muito trabalho e determinação. Sabemos onde queremos chegar e não vamos parar por aqui. Os resultados positivos são comemorados e nos ajudam a seguir em frente, criando ainda mais diferencial para o mercado. FALE SOBRE O CLUBEW, O MAIOR CLUBE DE VINHOS DO BRASIL. Nós somos uma loja virtual que tem um clube de assinaturas, o ClubeW, que possui cinco modalidades diferentes. Temos, também, a WBeer. com.br, que possui um clube de assinaturas de


Já no primeiro ano, os números mostraram que estávamos no caminho certo” cervejas, o Clube WBeer. Nossa proposta no clube é selecionar e entregar rótulos novos aos associados, para que eles possam experimentar e conhecer toda a cultura e diversidade dos vinhos. Então, o clube proporciona ao sócio, todos os meses, uma nova experiência. No ClubeW temos a curadoria dos winehunters e todas as seleções são enviadas na wineBox. Outro diferencial é que, todos os meses, junto com os rótulos, enviamos um corta-gotas, a revista Wine. com.br, com conteúdo exclusivo sobre o mundo do vinho, harmonizações, receitas, dicas de vinhos, produtores, terroirs, entre outros. Quem é sócio ClubeW tem 15% de desconto em todas as compras no site e taxa de entrega diferenciada. O do ClubeW depende do tipo de assinatura, pois oferecemos cinco opções diferentes, e em cada uma das opções o sócio pode escolher receber 2, 4 ou 6 garrafas. E O CLUBE WBEER? Nele, as cervejas são escolhidas criteriosamente pelo beerhunter Diego Cartier, que viaja pelo mundo em busca de rótulos exclusivos e únicos. Os produtos são entregues na WBeerBox, que garante a entrega segura de todos os rótulos, de forma prática e com design moderno. Junto com as cervejas, os sócios recebem uma bolacha colecionável e a RevistaWBeer.com.br, com informações sobre cultura cervejeira, lifestyle cervejeiro, pessoas, rótulos e gastronomia. A entrega em Vitória, Vila Velha e Serra é gratuita tanto para o ClubeW quanto para o Clube WBeer. A QUE VOCÊS ATRIBUEM O INTERESSE DOS BRASILEIROS – E DOS CAPIXABAS

EM PARTICULAR – POR VINHO TER AUMENTADO TANTO NA ÚLTIMA DÉCADA? Nossa empresa é capixaba. Nascemos aqui em 2008 e temos muito orgulho dessa cidade. Nosso cliente está cada vez mais presente, busca mais informações, mais variedade de rótulos e novas experiências. Certamente, estamos caminhando para o aumento do consumo consciente do vinho, mas o mercado de vinhos no Brasil ainda é muito recente. A abertura desse mercado se deu somente nos anos 90. Hoje, o consumo de vinhos per capta no Brasil é muito baixo. Para se ter uma ideia, o Instituto do Vinho da Califórnia divulgou uma lista de consumo por pessoa em diversos países. O Brasil está na 96ª posição com 1,79 litros consumidos per capita. Só para comparar, o consumo na França é de cerca de 45 litros por pessoa anualmente. Não tenho dúvidas que hoje o brasileiro tem muito mais acesso e informação sobre o vinho e que já crescemos muito, mas também tenho certeza que ainda temos muito mercado para trabalhar. ENTÃO, A INFORMAÇÃO É O CAMINHO...? Acredito que a educação, acesso e desmistificação do vinho estão contribuindo para a popularização da bebida. Nós, da Wine.com.br, sempre focamos nisso, voltados – é claro – para o consumo consciente. Um exemplo que posso dar é a criação do ClubeW. Outro incentivo importante é entender o que as pessoas querem, ouvi-las. É fazer o “feijão com arroz”. Nós investimos em pesquisa para saber exatamente isso, e foi assim que descobrimos, por exemplo, que as pessoas queriam saber mais sobre espumantes e ter acesso a rótulos dos mais variados países. POR QUE VOCÊS DECIDIRAM CRIAR A REVISTA WINE, E QUAL É O SEU ALCANCE? Para oferecer conteúdo de forma descomplicada sobre o mundo do vinho para os nossos

Revista Empreenda Jovem

15


Sócios ClubeW. Hoje temos cerca de 140 mil sócios e todos recebem, mensalmente, a revista em casa. Atualmente, a revista também é vendida em nosso site, e qualquer pessoa com interesse em conhecer um pouco mais o mundo vinho pode adquiri-la. EM TERMOS DE GESTÃO, DE QUE FORMA O VINHO SE DIFERENCIA DA CERVEJA? Acreditamos que o mercado de cerveja vai passar pela mesma transformação que o mercado de vinhos: o público deverá priorizar o consumo do produto por sua qualidade, ao invés de consumir em quantidade. Anunciamos o lançamento do nosso e-commerce e clube de cervejas com o mesmo tripé da Wine.com.br: seleção, indicação e entrega. A WBeer.com.br é totalmente integrada e alinhada com todos os processos de logística, tecnologia, administração e marketing, para refletir o posicionamento das nossas operações. Nossa meta é democratizar, de modo consciente, as bebidas, e estar presente na cena da mesa do consumidor. QUANTAS PESSOAS TRABALHAM HOJE NA WINE E EM QUAIS PONTOS DO BRASIL ELA OPERA? Hoje somos mais de 400 wineanos e estamos sediados na Serra, no Espirito Santo. Entregamos em qualquer parte do Brasil. QUAL É A RELAÇÃO DA EMPRESA COM O ESTADO? Nascemos aqui no Espírito Santo e temos uma relação muito forte com o Estado. Fazemos questão de destacar, a todo tempo, que somos, sim, capixabas. Temos planos de crescimento, mas não passa pela nossa cabeça sair daqui. O estado nos acolheu muito bem e queremos retribuir da mesma forma. AFINAL, AONDE A WINE QUER CHEGAR? Queremos continuar crescendo e levando momentos de felicidade para nossos clientes, oferecendo conteúdo relevante e curadoria especializada, além de nos tornarmos um modelo de negócio referência no mercado mundial.

16


ENSAIO

Desafios da

Gestão Pública

E

studos apontam que, a partir dos anos 1980, a gestão pública no Brasil passou a ser influenciada por um conjunto de fatores que podem ser divididos em duas vertentes: uma gerencial, relacionada à eficácia e eficiência da administração e à organização do Estado, e uma democrática, societal, relacionada à participação cidadã na implementação de políticas públicas e a efetividade dessas. Apesar do aparente conflito (eficiência versus participação popular), as vertentes apresentadas não só não são excludentes entre si, mas complementares. O sucesso ou insucesso de uma política pública, ou seja, a efetividade da medida, pode resultar exatamente do envolvimento do cidadão na sua discussão, visto que seu envolvimento prévio é capaz de transformá-lo em parte do problema, o que significa dizer que aumentam basO primeiro tante as chances de ele se sentir parte passo é a da solução e, a partir de então, tornarconstrução de um -se defensor e propagador da mesma. planejamento de Nesse contexto, o desafio da gestão longo prazo” pública se dá exatamente no âmbito dessa questão: como desenhar e implementar políticas públicas que tenham impacto positivo, e resolvam problemas reais para um maior número de pessoas, no menor prazo possível? Obviamente esta pergunta não tem resposta única ou fácil, mas, sem dúvida, há mecanismos que a tornam um pouco menos complexa. O primeiro passo é a construção de um planejamento de longo prazo, um mapa de navegação com a efetiva e representativa participação popular, no qual estejam postas as diretrizes para a elaboração das políticas públicas necessárias para seu cumprimento. No Espírito Santo temos dois exemplos disso: o ES2025 e o ES2030.

Já o segundo passo é o desdobramento desse planejamento em projetos específicos, que resultarão nas políticas públicas em si, de modo que a construção desses projetos se dê de maneira coletiva, inclusiva, com a participação da sociedade, e com o aprofundamento do tema. Normalmente, isso se dá no âmbito dos planejamentos estratégicos dos governos. Destaca-se, também, o ideário do Estado-Rede que, segundo Fernando Coelho1, “circunscreve a administração pública para além da gestão estatal, deslocando-a de uma abordagem clássica de sistema fechado para uma abordagem contemporânea, de sistema aberto”. Ou seja, Estado, iniciativa privada e terceiro setor devem agir conjuntamente com vistas a “(a) ampliar a prestação dos serviços públicos e a provisão das políticas públicas (alcance) e, simultaneamente, (b) melhorar os seus desempenhos (resultados)”. Enfim, é a partir desse modelo, que envolve conceitos de eficiência, eficácia e efetividade, numa perspectiva de evolução das lógicas “fazer mais com menos”, “fazer melhor” e “fazer diferença”, que o gestor público atua hoje, cabendo ao mesmo valer-se das mais modernas práticas de gestão, para atingir seu fim maior, que é o bem-estar da população.

Orlando Bolsanelo Caliman Subsecretário de Estado de Logística, Transporte e Comércio Exterior

1 COELHO, Fernando de Souza. Reformas e Inovações na Gestão Pública no Brasil Contemporâneo. IN: CARNEIRO, José Mário Brasiliense e DANTAS, Humberto. Parceria Social Público-Privada – textos de referência. São Paulo: Oficina Municipal, 2012. Revista Empreenda Jovem

17


FUTURO

O papel da educação profissional

no século XXI

Organizado pelo Instituto Federal do Espírito Santo e realizado em Vitória no mês de setembro, o Congresso da World Federation of Colleges and Polytechnics – WFCP, uma rede mundial de instituições caracterizadas pela atuação na educação profissional (EP), transita da perspectiva global da educação vocacional, vertente da antiga formação para um mundo do trabalho organizado pela lógica do emprego formal, para a da EP. Aprofundar a reflexão sobre a relação entre educação para o trabalho, ciência e tecnologia, tema deste artigo, é o desafio posto pelas transformações da quarta revolução industrial e pelos velhos e novos conflitos e oportunidades da globalização econômica.

T

oda a história da educação A educação profissional é uma sucessão de transformações deprofissional é correntes das mudanças tecnolóuma sucessão de gicas, econômicas e sociais. Quais transformações as perspectivas para a sociedade do decorrentes das século 21? Num mundo do trabalho mudanças tecnológicas, crescentemente impactado pela ineconômicas e ternet das coisas, que põe em comusociais. nicação tudo o que nos cerca, e pela inteligência artificial, que permite às máquinas aprender e tomar decisões autônomas, o que restará às profissões? Como a ciência, a tecnologia e a inovação podem viabilizar uma maior inclusão social e produtiva de jovens e adultos e, ao mesmo tempo, liberar tempo para a criação e a fruição dos bens culturais da nossa era? A atual demanda mundial de consumo material e energético é sustentável para o planeta? As mudanças climáticas são reversíveis? Haverá água potável e alimentos para toda a população mundial? Estas e outras questões desafiam os pesquisadores e os gestores dos sistemas educacionais de todos os países, especialmente no campo da EPCT, que se relaciona diretamente com os problemas da vida e do trabalho na sociedade contemporânea. 18

Para reduzir as desigualdades sociais e regionais, tornar sustentável a sociedade, promover a inclusão social e laboral das populações, qual o papel a ser desempenhado pelas instituições de EPCT? Como torná-las mais inclusivas, para alcançar toda a diversidade de públicos que as demandam? Que currículo vai dar conta de desenvolver as competências humanas e profissionais requeridas nos contextos mutantes dos mundos da vida e do trabalho? Deverão as escolas ser “verdes”? Que novos serviços os estudantes vão demandar, além da oferta educacional clássica? Que relação a escola deve estabelecer com seu entorno cultural, social e econômico? Qual o papel da educação a distância na EPCT? E da pesquisa aplicada? Como responder à redução e, talvez, até mesmo eliminação de empregos? É neste contexto que a EPCT do século 21 precisa ser pensada e gerida. Mesmo ante uma avassaladora transformação tecnológica, aspectos essencialmente humanos ainda prevalecem. Utilizar o senso crítico, imaginar cenários, criar e desenvolver soluções para os problemas, relacionar-se com e liderar pessoas, comunidades e organizações, apreciar o conjunto, são habilidades humanas praticamente intransponíveis às máquinas. A educação empreendedora está na base da educação profissional necessária ao desenvolvimento integrado e sustentável. São as atitudes que conferem valores aos conhecimentos e às habilidades humanas. Tadeu Pissinati Engenheiro mecânico, mestre em Pedagogia Profissional e professor.


ARTIGO

Soluções privadas para

problemas coletivos

O E

rganizado pelo Instituto Federal do Espíis o nosso grande paradoxo: não confiarito Santo e realizado em Vitória no mês mos nos políticos, mas amamos o Estado. de setembro, o Congresso da World FedeEste amor se manifesta no desejo que teration of Colleges and Polytechnics – WFCP, uma mos de que o governo seja o grande agente do rede mundial de instituições caracterizadas pela desenvolvimento social, político e econômico. E atuação na educação profissional (EP), transita qualquer solução fora dessa régua era vista com da perspectiva global da educação vocacional, desconfiança e rejeitada. O panorama, no entanvertente da antiga formação para um mundo do to, está mudando - apesar de todo o escândalo trabalho organizado pela lógica do emprego forrevelado pela Lava Jato envolvendo políticos e mal, para a da EP. Aprofundar a reflexão sobre a grandes empresas. relação entre educação para o trabalho, ciência A ideia do Estado como garantidor de direitos e tecnologia, tema deste artigo, é o desafio pose de garantias fundamentais se mantém forte no to pelas transformações da quarta revolução inimaginário político e social, mas a utopia Constitudustrial e pelos velhos e novos conflitos e oporcional do Estado como protagonista na prestação tunidades da globalização econômica. de serviços públicos está ruindo em parte por ineToda a história da educação profissional é uma ficiência e em parte por impossibilidade material. sucessão de transformações decorrentes das muQuando a realidade se impõe, a matemática se danças tecnológicas, econômicas e sociais. Quais sobrepõe: se a conta não fecha, o Estado fica renas perspectivas para a sociedade do século 21? dido e a sociedade paga a conta da irresponNum mundo do trabalho crescentemente sabilidade dos políticos. A falência econôimpactado pela internet das coisas, que mica dos governos federal, estaduais põe em comunicação tudo o que nos O governo poderia e municipais é a prova disso. Admicerca, e pela inteligência artificial, nistrações públicas falidas e servicumprir melhor suas que permite às máquinas aprenços estatais de péssima qualidade atribuições se operasse der e tomar decisões autônomas, a esperança frustrada. como indutor econômico alimentam o que restará às profissões? Como O que poderia ser feito? Para inie fiscalizador, não a ciência, a tecnologia e a inovaciar um processo duradouro de busção podem viabilizar uma maior incomo realizador.” ca por soluções efetivas, deveriam ser clusão social e produtiva de jovens e extintos o domínio econômico e o moadultos e, ao mesmo tempo, liberar temnopólio da prestação de atividade econôpo para a criação e a fruição dos bens culmica em sentido estrito e a prestação de serviturais da nossa era? ço público exercidos pelo Estado, de acordo com A atual demanda mundial de consumo mateos artigos 173 e 175 da Constituição Federal. Sem rial e energético é sustentável para o planeta? As essas mudanças constitucionais, o governo contimudanças climáticas são reversíveis? Haverá água nuará tendo tais obrigações e poderá ser acionado potável e alimentos para toda a população munjudicialmente para cumpri-las. A judicialização da dial? Estas e outras questões desafiam os pesquisaúde é hoje um problema gravíssimo. sadores e os gestores dos sistemas educacionais de Mas essas alterações constitucionais não intodos os países, especialmente no campo da EPCT, teressam, hoje, aos políticos, que, com isso, perque se relaciona diretamente com os problemas da deriam poder. A chance disso acontecer no curvida e do trabalho na sociedade contemporânea. to e médio prazos é remota. O que é mais viável atualmente são as privatizações e concessões. Mas,

Para reduzir as desigualdades sociais e regiomesmo nestes casos, as regras devem ser aprimonais, tornar sustentável a sociedade, promover a radas ou modificadas, pois, em muitos segmentos, inclusão social e laboral das populações, qual o limitam-se à transferência de monopólio estatal papel a ser desempenhado pelas instituições de para monopólio privado. Como nas telecomuniEPCT? Como torná-las mais inclusivas, para alcancações e no transporte coletivo. Em vez de conçar toda a diversidade de públicos que as demancorrência, produtos e serviços melhores e mais dam? Que currículo vai dar conta de desenvolver baratos, temos o contrário disso. as competências humanas e profissionais requeAlém disso, segmentos essenciais que conridas nos contextos mutantes dos mundos da vida tinuam sob o comando estatal, com a income do trabalho? Deverão as escolas ser “verdes”? petência de praxe, deveriam ser urgentemenQue novos serviços os estudantes vão demandar, te concedidos à iniciativa privada (com, repito, além da oferta educacional clássica? Que relação regras distintas das atuais para impedir ou dia escola deve estabelecer com seu entorno cultuficultar os esquemas de corrupção). Um granral, social e econômico? Qual o papel da educade exemplo é o saneamento básico. ção a distância na EPCT? E da pesquisa aplicada? Aqui no Espírito Santo temos um excelente Como responder à redução e, talvez, até mesmo exemplo. Desde 1997, o serviço de água e esgoto eliminação de empregos? de Cachoeiro de Itapemirim é gerido pela iniciaÉ neste contexto que a EPCT do século 21 precisa tiva privada (até outubro, pela Odebrecht S.A, que ser pensada e gerida. Mesmo ante uma avassaladovendeu o controle da empresa para a Brookfield Asra transformação tecnológica, aspectos essencialset Management). Se no passado a falta de água era mente humanos ainda prevalecem. Utilizar o senso constante e todo o esgoto era lançado diretamente crítico, imaginar cenários, criar e desenvolver sono rio Itapemirim, hoje 99,6% de todo o município luções para os problemas, relacionar-se com elideé atendido com água tratada, e o sistema de esgorar pessoas, comunidades e organizações, apreciar tamento sanitário abrange 98,45% de Cachoeiro. o conjunto, são habilidades humanas praticamenEm vez de prestador de serviços, o governo te intransponíveis às máquinas. A educação em(federal, estadual e municipal) poderia cumprir preendedora e para inovar estão base da educação melhor suas atribuições e responsabilidades, se profissional necessária ao desenvolvimento inteoperasse como ingrado e sustentádutor econômivel. São as atitudes co e fiscalizador, que conferem vanão como realizalores aos conhecidor. A sociedade mentos e às habibrasileira seria a lidades humanas. grande beneficiada, especialmente a parcela mais pobre da população. Tadeu Pissinati Bruno Garschagen ??????, Autor do livro “Pare de Acreditar no Governo professor, colunista e palestrante


INOVAÇÃO

Loucura sã

T

alvez a única certeza do mundo dos empreendedores seja a incerteza. A ausência de respostas definitivas em quase todos os projetos define duas das principais características de qualquer empreendedor: a ousadia e a capacidade de se (re)inventar. Empreender é, na maioria das vezes, apostar no novo. Como à mente apavora o que ainda não é mesmo velho, projetos inovadores são vistos sempre com desconfiança. Se é assim em todos os setores, não há motivo para ser diferente no jornalismo, uma área conturbada, nas últimas décadas, pela presença avassaladora da internet. Por isso, as primeiras reações das pessoas quando começamos a anunciar a chegada do Metro Jornal a Vitória foi de ceticismo. Natural. Falar em mídia impressa no mundo dominado pelo online é quase loucura. Mas os empreendedores também são movidos por uma pequena dose de insanidade. Que bom! Porque sem ela não nos atiraríamos no terreno instável da aventura. E o mundo e a vida seriam muito mais chatos… O ceticismo talvez fosse menor se as pessoas conhecessem mais de perto o modelo de negócios do Metro. O jornal é “filho” da internet. Seus criadores emprestaram da web muitas das características adotadas no jornal. A informação é gratuita, rápida, bem apresentada graficamente. O jornal é leve, ágil, divertido, bem humorado. Muitas das etapas custosas das publicações tradicionais foram eliminadas. A distribuição é feita em áreas metropolitanas e isso acaba com as onerosas operações de transporte para cidades do interior. Como a distribuição é própria, não há necessidade de pagamento para redistribuidores da publicação nas cidades nem de vendedores (nas bancas, padarias etc.).

O material sobre a Olimpíada produzido pela redação do Rio rodou o planeta e ganhou versões em russo, inglês, espanhol”

20

O Metro não tem, óbvio, estrutura para venda de assinaturas e de cobrança dos assinantes. E a redação funciona num sistema de compartilhamento de produção dentro do país (o jornal está presente em nove centros urbanos) e fora dele (são cerca de 200 cidades em várias partes do planeta). Só como exemplo: o material sobre a Olimpíada produzido pela redação do Rio rodou o planeta e ganhou versões em russo, inglês, espanhol… Em outras palavras, a estrutura e o número de profissionais envolvidos no processo são mínimos (em Vitória, por exemplo, a redação conta com sete jornalistas). Dois anos e meio depois, o jornal consolidou-se e virou lider do mercado. O Metro tem 30 mil exemplares distribuídos, de segunda a sexta-feira, na Grande Vitória, uma vantagem de mais sete mil exemplares diários em relação ao segundo colocado. O sucesso da empreitada levou o Grupo Sá Cavalcante a reforçar a aposta na área da comunicação, antes restrita à TV Capixaba. Recentemente foi lançada a Band News FM, rádio voltada exclusivamente para a veiculação de notícias. Como era de se esperar, o projeto foi acompanhado por certa dose de ceticismo, desta vez pelo fato de o investimento ser feito numa época de crise. Certeza sobre os resultados? Não, não as temos. Só sabemos que essa história será escrita com as tintas da ousadia e da loucura sã, qualidade própria dos empreendedores. Antonio Carlos Leite Diretor de Jornalismo da Band News FM- ES,TV Capixaba e Metro Jornal



JURÍDICO

Parcerias público privadas

O

Rodolpho Pandolfi Damico Advogado, pósgraduado em Direito Tributário pela Universidade Anhanguera, pósgraduado em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, e assessor jurídico titular no Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Espírito Santo (Prodest).

22

Brasil vive momentos de aperto com a crise política, econômica e ética que se espalha por todos os setores, trazendo dificuldades, inclusive, para o setor público, tomando-se como exemplo o Estado do Rio de Janeiro, que vivencia uma situação precária, e que atingiu a capacidade de pagamento da folha de servidores públicos do Estado. Conforme relatado pelo presidente Michel Temer, em seu primeiro pronunciamento no cargo, “o Estado não pode tudo fazer, dependemos da atuação dos setores produtivos”, referindo-se à necessidade de desafogar o Estado, defendendo a ideia da retomada de projetos estruturantes mediante Parcerias Público-Privadas (PPPs). No Brasil, a legislação que regula as PPPs é a Lei n.º 11.079/ 2004. O texto em questão incorporou conceitos experimentados internacionalmente, garantindo que as PPPs sejam um valioso instrumento na efetivação de projetos fundamentais para o crescimento brasileiro e que sejam amparados nas regras de responsabilidade fiscal e na atuação transparente da Administração Pública. Sob o aspecto jurídico das PPPs, elas nada mais são do que contratos administrativos de concessão, celebrado entre um ente público e o setor privado,

em que este último disponibiliza serviço em troca de remuneração pelo investimento e pela prestação do serviço. Um projeto de PPP pode ser viabilizado por meio de concessão patrocinada ou administrativa. Na concessão patrocinada, a remuneração do parceiro privado envolve, adicionalmente à tarifa dos usuários (cidadão), contraprestações do parceiro público, como acontece nos casos de PPP de rodovias, metrô e etc. Já a administrativa envolve tão somente a contraprestação pública, pois se aplica nos casos em que não houver a possibilidade de cobrança de tarifa dos usuários, como PPP para presídios, centrais de serviços, a exemplo do Poupa Tempo e outros mais. Destaca-se que, para viabilização de uma PPP, deverão ser observados alguns requisitos, como a vedação de contratos cujo valor seja inferior a 20 milhões de reais; a possibilidade de celebrar contrato com período mínimo de 5 anos e máximo de 35 anos, incluindo as prorrogações; a realização de estudos prévios detalhados, frente à conveniência e oportunidade de emprego da PPP ao fim que se pretende, acompanhado de sua viabilidade econômico-financeira; a proibição de se viabilizar uma PPP com o objetivo único de fornecer mão de obra, fornecimento

Dá para ganhar dinheiro trabalhando em prol de uma causa social ou ambiental” e instalação de equipamentos ou execução de obra pública, pois não caracterizam a prestação de serviço público. São muitas as vantagens de se realizar uma PPP, como a possibilidade de implementar projetos de grande porte e de interesse público, com a obtenção da máxima eficiência do particular para o fim que se destina, a possibilidade da efetiva gestão do contrato por parte do ente público, a repartição dos riscos do contrato com o particular e, até mesmo, a possibilidade de acesso a financiamentos locais e internacionais. Acredita-se que, no cenário atual, uma das saídas para o Brasil retomar seu crescimento econômico seria através da deflagração de projetos sérios de PPP, haja vista que, além do Estado passar a ter um serviço prestado em níveis de excelência, garantiria ao particular a devida remuneração e rentabilidade em sua parcela, proporcionando a geração de empregos e ganho de eficiência para a administração pública em geral.


AQUI TEM O CERTIFICADO DIGITAL

IDEAL PARA SUA NECESSIDADE

CDL VITÓRIA, MAIS FACILIDADE E AGILIDADE PARA EMISSÃO E RENOVAÇÃO DO SEU CERTIFICADO DIGITAL Liberação para u�lização no prazo máximo de 24 horas contados a par�r da emissão. Suporte total e orientações via telefone para instalação. Para demandas maiores realizamos as emissões IN COMPANY, visando facilitar o acesso aos empresários. Atendimento personalizado e facilidade para realização de agendamentos e emissão. Parcelamento em até 12 vezes sem juros no cartão Atendimento em domicílio

administrativo.certificado@cdlvitoria.com.br 27 3026‐2725 | 3026‐3855 | www.cer��cadodigitalcdl.com.br

Av. Nossa Senhora dos Navegantes, nº 451, loja 06, Ed. Petro Tower Business, Enseada do Suá, Vitória ‐ ES. Estacionamento facilitado


DESAFIOS SOCIAIS

Uma nova forma de empreender

A

Thiago Murad Sudré

ntes de falar sobre Negócios Sociais gostaria de desmistificar alguns paradigmas que foram criados em torno do termo social, e com relação a trabalhar em prol de uma causa nobre. Tenho escutado muito coisas do tipo, “mas você vai ficar pobre fazendo isso”, “não dá para ganhar dinheiro e ajudar aos outros”, “você vai ficar dependendo sempre de doações”, e por ai vai. Confesso que, por muito tempo, também pensava

24

assim. Sempre quis ajudar a sociedade ou o meio ambiente de alguma maneira, mas a única alternativa apresentada sempre era empreender em uma ONG, e acabar passando por todas as dificuldades que permeiam esse universo, como ser voluntário ou trabalhar por um baixo salário, ficar dependente de editais, verba pública ou doações, enfim, fazer muito com muito pouco. Há mais ou menos três anos, tudo isso mudou. Em uma aula da pós-graduação

fui “apresentado” ao professor Muhammad Yunus e seu case da Grameen Danone, empresa que ele fundou junto a multinacional Danone, que visa vender iogurte com todos os nutrientes necessários para acabar com o déficit de crianças subnutridas em Bangladesh. Veja bem, eu disse “vender” sim! As mães, por mais carentes que sejam, pagam por esses iogurtes um valor viável, e este valor serve para pagar todos os custos de operação, salários e gestão do negócio, tornando-o sustentável.


Aquilo mexeu com meu sistema de crenças. Então, dá para empreender em um negócio com a missão de solucionar um problema social ou ambiental, e ainda assim ser autossustentável financeiramente. E o melhor: ganhar um salário digno ao realizar isso. Comecei a estudar o tema mais a fundo e descobri que Yunus não só havia criado essa empresa, mas outras mais de 50 empresas utilizando essa mesma fórmula, que ele chamou de Negócio Social. Descobri também que esse mesmo Yunus ganhou, em 2006, o Prêmio Nobel da Paz e ficou conhecido no mundo inteiro como “Banqueiro dos pobres” por ter sido um dos pioneiros a trabalhar com banco de microcrédito, ajudando a diminuir a pobreza em Bangladesh. Foi inspirado nele que resolvi abrir a Grão Projetos junto com minha sócia, Lorrayna Angeli. Trata-se de uma empresa de consultoria que visa ajudar empreendedores capixabas que queiram montar seus negócios sociais. Após um ano de empresa tive a grata satisfação de participar de um processo seletivo da Yunus Brasil e me tornar, no início deste ano, representante do próprio Yunus aqui no Espirito Santo. Neste último ano, tenho trabalhado p a ra d i f u n d i r

Dá para ganhar dinheiro trabalhando em prol de uma causa social ou ambiental”

cada vez mais esse tema, dando palestras, apoiando empreendedores sociais a montarem seus negócios e, inclusive, me associando a outras pessoas interessadas para montar a Pocante, uma rede de negócios de impacto social no Estado. O trabalho ainda está no começo, o termo é muito novo, e são muitas dúvidas que surgem, as quais eu não teria como esclarecer

aqui. O que posso adiantar é que já existem diversos cases de sucesso no Brasil, e tenho encontrado, cada vez mais, capixabas com essa mesma visão, com esse mesmo olhar empreendedor e a crença de que dá para ganhar dinheiro trabalhando em prol de uma causa social ou ambiental. Entre em contato e poderemos conversar melhor sobre isso! Thiago Murad Sudré, Consultor e gerente de Projetos, Comunicólogo, formado na UFRJ, atua como diretor de Novos Negócios na Único – Agência Digital, realizando planejamento de Startups de Inovação

Thiago e o professsor Yunus: inspiração Revista Empreenda Jovem

25


ESPECIAL

F E C AJ E

construindo o ES que queremos

A convite da Fecaje, renomados doutores, professores, técnicos, dirigentes de entidades e de instituições ligadas ao Governo do Estado participaram, entre abril de 2015 e fevereiro de 2016, de oito fóruns de discussão, com o objetivo de traçar um diagnóstico do empreendedorismo capixaba e os caminhos para o seu desenvolvimento.

C

om o objetivo de buscar melhorias para o ecossistema empreendedor capixaba, a Fecaje criou, em março de 2015, um fórum mensal de discussão de políticas públicas. Para este primeiro e emblemático encontro, realizado em abril daquele ano, a entidade convidou especialistas de diversas linhas ideológicas e

26

diferentes perspectivas, atendendo a sugestões de todas as entidades filiadas. O desafio era responder à seguinte questão: “Como podemos desenvolver o Espírito Santo por meio do empreendedorismo?” No segundo fórum, os membros reuniram-se para aprofundar a reflexão sobre os conhecimentos transmitidos no evento inaugural,


solidificando o alinhamento de informações e estudando os próximos passos. Foi enfatizada, então, a necessidade de buscar um conhecimento mais profundo (e técnico) sobre a relação entre empreendedorismo e desenvolvimento econômico e social. Assim, foram apresentados alguns dos principais estudos (e suas conclusões) na área, analisando programas e políticas implantadas ao redor do mundo. Fruto dos dois primeiros fóruns, alguns questionamentos técnicos de grande relevância começaram a surgir, como, por exemplo, estudos que apontam o equívoco de programas que visam incentivar pessoas a criarem suas primeiras empresas (“passar a empreender”), enquanto os chamados “empreendedores de alto impacto” não recebem semelhante atenção, mesmo sendo, aparentemente, muito mais benéficos ao desenvolvimento local. O terceiro fórum representou um avanço nesse sentido, destacando duas “grandes formas de atuar pelo empreendedorismo”, uma delas o fomento propriamente dito (programas que ajudam empreendedores ou setores específicos, de diversas formas). A segunda, tratava da melhoria do ambiente de negócios (ou “ecossistema empreendedor” – indistintamente aproveitável). Além disso, evidenciou-se o entendimento de que pequenas e médias empresas trazem mais benefícios a uma economia/sociedade do que as micro, as grandes ou as gigantes – em um exercício de priorização, no contexto de políticas públicas –, já que a ascensão daquelas tende a tornar os mercados mais competitivos, portanto mais inovadores, justos, desenvolvidos e menos corporativistas. O grupo compreendeu, a partir das apresentações dos especialistas convidados, que há no país mais “fomento” de ajuda ao empreendedorismo, enquanto o tipo “mais fundamental”, o

de melhoria do ambiente de negócios, não vem recebendo atenção semelhante – embora aparente ser extremamente importante, hoje. Portanto, seria o tipo de atuação mais “necessária” no momento. Em consequência desta conclusão, a Fecaje passou a nortear sua atuação objetivando preencher esta lacuna. Buscando um aprimoramento tático, o grupo identificou o trabalho da Endeavor Brasil “Índice de Cidades Empreendedoras”, considerando-o uma moderna e robusta metodologia de análise de “ecossistemas empreendedores” (ambientes de negócios). Assim, foi realizado um fórum com o coordenador do estudo, João Melhado, para sua melhor compreensão. Em seguida, os participantes realizaram uma dinâmica de criação de possíveis ações a serem executadas localmente, tendo sido capturadas mais de uma dezena de ideias, adotando-se o Estudo da Endeavor como plataforma metodológica das ações a serem construídas e executadas a partir daí. Aprofundou-se a discussão e foram criados grupos de trabalho compostos por membros da Fecaje e das entidades-membro, de acordo com suas competências pessoais e institucionais, sendo o escopo de cada grupo baseado em um dos pilares dos ambientes de negócios, identificados no Estudo da Endeavor. Foram alocados como responsáveis as entidades-membro da Fecaje, de acordo com sinergia temática. Posteriormente, as ações foram esquematizadas e detalhadas, aprimoradas e validadas nos fóruns seguintes. Portanto, entre abril de 2015 e fevereiro de 2016, foram realizados oito fóruns, que contaram com a realização inicial de um diagnóstico do empreendedorismo capixaba, e do que poderia vir a ser feito para a melhoria do empreendedorismo no Espírito Santo, até a criação de grupos de trabalho com planejamento de suas respectivas ações.

Revista Empreenda Jovem

27


ESPECIAL

ESPECIALISTAS QUE CONTRIBUÍRAM COM O TRABALHO • RoBson Malacarne

(Doutor em Administração, Professor do Ifes e então Diretor de Estratégia Política da Fecaje);

• Arlindo Villaschi

(Doutor em Economia e Professor da Ufes);

• AridelMo TeiXeira

(Doutor em Controladoria, Professor da Fucape e Presidente da ONG Espírito Santo em Ação);

• Bruno Garshagen

(Escritor, Professor e Mestre em Ciência Política e Relações Internacionais, ativista de ideais liberais)

• Leonardo Khroling

(Secretário de Trabalho, Turismo e Renda - pasta ligada a empreendedorismo - da Prefeitura de Vitória/ES);

• Perly CiPriano

(Político e ativista de direitos humanos);

• JosÉ AntÔnio BoF BuFFon

(Mestre em Economia, Professor da Ufes e Presidente da Fapes – Fundação de Amparo a Pesquisa do ES).

• LuiZ FeliPe Coelho

(Mestre em Contabilidade, Advogado, Professor e Presidente da Fecaje)

• Ednilson SilVa FeliPe

(Doutor em Economia da Indústria e Tecnologia e Professor da Ufes)

• JosÉ EugÊnio Vieira

(Superintendente do Sebrae-ES)

• RenZo OliVeira Santos Colnago (Diretor Presidente do Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do ES – Prodest)

• RenZo NageM

(Subsecretário de Empreendedorismo da Prefeitura de Vitória/ES)

Durante a Semana Estadual do Jovem Empreendedor (semana de eventos promovido anualmente pela Fecaje), que ocorreu em abril de 2016, a Federação conclamou a sociedade local para conhecer, criticar e sugerir melhorias às ações estratégicas elaboradas em cada um dos pilares. Em cada dia da semana, debateu-se um tema – Inovação, Cultura Empreendedora, Ambiente Regulatório, Acesso a Capital e Capital Humano do Espírito Santo –com os debatedores convidados, representando quatro esferas: Academia, Governo, Sociedade Civil Organizada e ONGs ligadas aos temas (veja quadro abaixo). O público participante foi composto, em sua maioria, por empresários e estudantes universitários.

28

INOVAÇÃO

• Academia: Christian Mariani dos Santos (Coordenador da Agência de Inovação do Ifes);

• Governo: José Antônio Boff Buffon (Presidente da Fapes)

• Sociedade Civil Organizada: Franco Machado (Presidente do Conptec – Findes) e Evandro Milet (especialista, comentarista de inovação da rádio CBN);

• Mediador: Naone Garcia (Diretor de Planejamento da Fecaje);


CULTURA EMPREENDEDORA • Academia: Carlos Alberto Souza de

Oliveira (Fundador da Faculdade UCL)

• Governo: João Gualberto (Secretário de Cultura do ES)

• Sociedade Civil Organizada: Lucas Aragão (Membro do Ilha Valley)

• ONGs: Eliane Lima (representante da Junior Archievement – ES)

• Mediador: Naone Garcia (Diretor de Planejamento da Fecaje);

ACESSO A CAPITAL • Academia: Arilton Teixeira (Presidente da Fucape);

• Governo: Luiz Paulo Velloso Lucas (Presidente do Bandes);

• Sociedade Civil Organizada: Marcílio Riegert (CEO da aceleradora Start You UP); Alessandro Dadalto (CEO da corretora de valores Uniletra); Fernando Cinelli (CEO da empresa de investimentos Apex Partners); e Fernando Caio Galdi (professor da Fucape e representante da empresa de investimentos AlphaMar);

• Mediador: João Melhado

AMBIENTE REGULATÓRIO • Academia: Bruno Funchal (Professor da Fucape)

• Governo: Lenise Loureiro (Secretária de Desenvolvimento da PMV; e Renzo Colnago (Presidente da Prodest)

• Sociedade Civil Organizada: Cláudio Sipolatti (Presidente da CDL Vitória);

• ONGs: João Melhado (Coordenador de Políticas Públicas da Endeavor Brasil);

• Mediador: Naone Garcia (Diretor de Planejamento da Fecaje);

(Coordenador de Políticas Públicas da Endeavor Brasil);

CAPITAL HUMANO • Academia: Hugo Cristo (Professor da Ufes);

• Governo: Haroldo Rocha (Secretário de Educação do ES);

• Sociedade Civil Organizada: Lorenza Decottignies (Diretora da AIESEC); e Tereza Zaggo (Diretora do Senar – E.S.);

• ONGs: João Melhado (Coordenador de Políticas Públicas da Endeavor Brasil);

• Mediador: Naone Garcia (Diretor de Planejamento da Fecaje);

Revista Empreenda Jovem

29


ESPECIAL

Encontro com os prefeitos do Estado

Entre as conclusões dos paineis da semana, ficou clara a necessidade de se incentivar um progresso cultural no Espírito Santo, na linha de uma cultura mais empreendedora, diante de uma problemática que tem como ingredientes questões éticas, paternalismo, baixo nível de confiança, má percepção institucional e dificuldades de percepção de segurança na realização de negócios. Outra conclusão foi a de

30

que falta uma linguagem mais eficiente entre órgãos governamentais, destes com a academia, e de todos estes com os empreendedores, o que é necessário transmitir a responsabilidade dos agentes privados como motores do desenvolvimento da sociedade. Assim, foram feitas alterações específicas nos planos de ação debatidos para cada grupo de trabalho, restando consolidadas da seguinte forma:


PILAR: CULTURA EMPREENDEDORA Responsável: Juniores e Fucape Jr A “cultura empreendedora” é um pilar que mede como as principais cidades do país avaliam, cultivam e percebem a prática empreendedora. Ela mede o potencial empreendedor, de acordo com o sonho, criatividade, proatividade e visão de oportunidade de jovens, bem como a partir da percepção sobre o empreendedorismo na cidade. Vitória está entre as 10 cidades de mais forte cultura empreendedora do país. Pensando em progredir, estamos realizado um trabalho com três frentes: 1) ranking capixaba de Empresas de Alto Impacto; 2) selo “Feito no E.S.”; e 3) manutenção de um programa de Mentorias. “Empresas de Alto Impacto” são entendidas como aquelas que crescem pelo menos 20% ao ano, por pelo menos três anos consecutivos, tendo iniciado o período com pelo menos 9 funcionários, ou uma base de faturamento.

Elas representam menos de 1% das empresas nacionais e foram responsáveis pela criação de cerca de 47% dos novos empregos, nos últimos anos. São inovadoras, competitivas, geralmente lidam melhor com riscos, etc. A ideia, portanto, é identificar e reconhecer estas empresas capixabas, com o que se pretende propagar bons exemplos – o que tende a influenciar a sociedade local de diversas formas, positivamente. O Selo “Feito no ES”, na mesma linha, ambiciona fomentar uma cultura de reconhecimento do produto ou serviço genuinamente capixaba, enquanto o programa de Mentoria pretende aproximar o jovem empreendedor daqueles que já passaram por desafios parecidos e desejam contribuir para um desenvolvimento mais assertivo de novos negócios capixabas, bem como de uma cultura de colaboração e crescimento mútuo.

PILAR: ACESSO A CAPITAL Responsável: Ibef Jovem Obter investimentos é determinante para qualquer empresa que estiver começando ou crescendo de forma acelerada. Vitória ficou na sétima posição, no pilar “Acesso a Capital”, apesar de apresentar o maior Capital Poupado Per Capita entre as cidades avaliadas. Esses dados indicam que existem recursos financeiros em grande quantidade na cidade, porém eles não estão sendo canalizados no aporte, via capital de risco, em empresas capixabas. Dessa forma, para buscar desenvolver o mercado de capitais capixaba o Ibef Jovem está criando uma Sociedade Anônima com

finalidade de realizar investimentos, conectando investidores a empresas capixabas selecionadas. O projeto terá como operadora a empresa aceleradora Start You Up e contará com um Conselho de Administração e um Comitê de Investimentos, a fim de transmitir credibilidade e segurança para os investidores. Ainda, o grupo está trabalhando em conjunto com parceiros qualificados para ofertar um curso específico para investidores, em Vitória/E.S., ampliando o conhecimento e a segurança do capixaba em torno do tema – o que também tende a tornar o ambiente local mais propício para este tipo de negócio acontecer.

Revista Empreenda Jovem

31


ESPECIAL

PILAR: AMBIENTE REGULATÓRIO Responsável: CDL Jovem Há muita burocracia governamental na abertura, manutenção, expansão e encerramento de negócios de todos os tipos. A consequência é um desincentivo à prática dos negócios, ou, no mínimo, um aumento muito grande no custo de conformidade dos negócios brasileiros. Com o objetivo de melhorar a oitava colocação obtida por Vitória, estão sendo encaminhados ofícios a diversas entidades do

PILAR: INOVAÇÃO

Responsável: Cindes Jovem Vitória ficou apenas na 11º colocação das cidades analisadas no pilar Inovação Na tentativa de reverter esse quadro, o grupo criou o “Fórum de Inovação Cindes”, no qual são desenvolvidas ações que disseminam e fomentam inovações no estado, e ainda participa de um grupo que analisa a aplicação da Lei Geral de Inovação do Espírito Santo, em busca de melhorias. Dia da criação do Plano de Desenvolvimento do Ecossistema Empreendedor Capixaba

32

associativismo e de sindicatos patronais perguntando quais as normais que mais tem prejudicado os negócios dos participantes. A partir disso, espera-se realizar um estudo de priorização e aprofundamento na análise de quais propostas legislativas melhor enfrentam estes problemas. Além disso, o pilar propõe a revisão do Código de Posturas Municipal, com a finalidade de racionalizar as normas de acordo com um ambiente mais assertivo ao empreendedorismo.

A expectativa é impactar o sistema acadêmico, empresarial e governamental sobre a relevância da inovação no processo produtivo, e como isso pode ser melhorado na sociedade. Além disso, será realizado o “Desafio Cindes”, um concurso de empresas que promoveram inovações e obtiveram resultados positivos em diversos setores da indústria capixaba. Abertura da Semana Global de Empreendedorismo: João Gualberto,secretário de Cultura do Estado do Espírito Santo


CRIATIVIDADE

Governo e

empreendedorismo

S

e pensarmos em invenções importantes no mundo, logo nos virá à mente uma das mais revolucionárias de todas, a da “roda”. Foi criada há mais de 7.500 anos, e suas funções são aplicadas até hoje em várias atividades, como nas engrenagens de máquinas, motores, transportes entre outros. Os tempos mudaram e materiais diferentes passaram a ser empregados em sua produção, o que serve de inspiração para as inovações. Essa analogia torna-se interessante quando comparamos a roda ao tema empreendedorismo. A expressão “reinventar a roda” pode ser considerada como retrabalho, porém, em tempos de crise, é necessário reduzir, reutilizar e reciclar. Assim, precisamos enxergar e criar oportunidades, desenvolver “o novo” dentro do que já existe. Ou, simplesmente, entender que mudanças precisam ser feitas e como esse assunto é tratado em nosso Governo. É bem provável que a maioria pense que já não há mais caminhos a seguir. Porém, com criatividade é possível sair da mesmice, tendo como gancho as mudanças significativas pelo qual o Brasil está passando. Este é o nosso principal desafio e, também, desta administração: manter a roda em constante movimento, fazendo-a girar, por meio da inovação, empreendedorismo e importantes projetos para o cidadão capixaba. A máquina administrativa não para, ela é cruel. Temos compromissos do passado, do presente e do futuro, mas acreditamos que o “agora” precisa acontecer. É hora de fazer a economia girar em torno da criatividade. É o momento de estudar novas possibilidades e esgotar as antigas. Não é admissível incentivar novos projetos por meio de verbas orçamentárias inexistentes.

É hora de fazer a economia girar em torno da criatividade.”

É tempo de descobrir e elaborar um novo jeito de fazer e entender o que está acontecendo! Como secretária interina de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional, tenho a oportunidade de percorrer o Estado e conhecer “in loco” os desafios e as soluções encontradas para os diferentes projetos. Neste Governo, a preocupação maior é enxugar a máquina administrativa e possibilitar novos investimentos por meio de soluções alternativas e viáveis, sem nunca perder a eficiência. A busca será sempre pelo resultado com entregas palpáveis, mantendo o ajuste fiscal. As soluções criativas propostas pelo capixaba me surpreendem e me orgulha fazer parte dessa revolução de ideias. Por isso, acredito que a gestão é necessária e deve existir. É preciso resolver problemas reais e latentes, fazer planejamentos e direcionar as atividades para solucionar tais gargalos. Além disso, se faz necessário despertar o interesse da população nestas questões e promover o desenvolvimento econômico por meio da ciência, tecnologia e inovação. Utilizando outra expressão popular, precisamos não só “reinventar a roda, mas trocá-la com o carro ainda em movimento”.

Camilla Dalla Brandão Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional

Revista Empreenda Jovem

33


CASE

EPL

empreendendo

com liberdade

A entidade caminha para, nos próximos anos, transformar-se em instituto acadêmico independente.

I

nspirado na organização estudantil internacional Students for Liberty (SFL), que motivou protestos, em Hong Kong, contra a China Comunista; na Venezuela, contra o chavismo de Nicolás Maduro, e em outros continentes, o Estudantes Pela Liberdade – EPL, foi fundado, em 2014, por uma turma de coordenadores do Grupo Domingos Martins. Seus fundadores consolidaram a instituição por meio de novas lideranças e engajamento em projetos estratégicos. O grupo, cuja missão é “realizar e apoiar projetos e iniciativas relacionadas às ideias da liberdade”, organizou, em 2015, a Iª Conferência Estadual dos Estudantes Pela Liberdade no Espírito Santo, trazendo ao Estado nomes nacionais como Benedito Barbosa Jr. e Kim Kataguiri, juntamente com renomadas personalidades locais, como Bruno Garschagen e Arilton Teixeira. Segundo seu diretor técnico, Gabriel Spalenza, na ocasião, o público de quase 200 pessoas que ocupou o auditório de uma das maiores redes de TV capixaba representou,

34

para uma entidade ainda pequena e com poucos encontros realizados, “um símbolo do potencial do grupo”. Ainda no ano passado, o EPL realizou o “Liberdade na Estrada”, evento realizado, simultaneamente, em vários estados do país, por vários grupos filiados à entidade. O Liberdade na Estrada de Vitória foi um destaque nacional, em termos de público e palestrantes, como o empreendedor capixaba Fernando Cinelli, Bruno Garschagen e o líder do projeto Livres, do PSL, Fábio Ostermann. Em 2016, o EPL dobrou de tamanho e sentiu necessidade de qualificar-se. Para

O empreendedorismo é uma das maiores consequências de uma sociedade livre e justa”


atender às novas demandas, o grupo começou a oferecer cursos de gramática e inteligência emocional aos associados. No mesmo ano, realizou a segunda conferência estadual no Espírito Santo, trazendo ao Estado nomes como Cristiano Rosa de Carvalho, maior especialista brasileiro em Análise Econômica do Direito, Leandro Narloch, escritor de livros singulares como “O guia politicamente incorreto da economia brasileira”, Vinicius Ventorim, presidente da Politintas, e Fábio Ostermann.

O EPL também atua em projetos sociais como o “Movimento Ação Humana”, liderado pela coordenadora do grupo, Mônica Kobayashi, que mobiliza a população capixaba no sentido de auxiliar instituições de caridade, como Acacci, Apae e Amaes. Segundo Spalenza, a instituição caminha para, nos próximos cinco anos, tornar-se um instituto acadêmico independente. Para o EPL, “o empreendedorismo é uma das maiores consequências de uma sociedade livre e justa”.

Revista Empreenda Jovem

35


PONTO DE VISTA

Um Estado

moderno e eficiente

C

aro, lento e ineficiente. Esses são adjetivos comumente associados ao Estado brasileiro. E não sem razão. Mas se quisermos ver o país desenvolvido, competitivo, garantindo à população qualidade nos serviços públicos, precisamos superar essas amarras que nos prendem ao passado. Os números nos mostram o quanto o equilíbrio entre receitas e despesas se faz necessário. Em 2015, para uma arrecadação de 32,7 % do Produto Interno Bruto (PIB), os gastos do Governo Federal atingiram um patamar de 43 %, gerando um déficit nominal de mais de 10%. Um custo excessivo, que amplia a enorme dívida pública, extraindo a poupança das famílias e empresas, que melhor uso teria se direcionada para investimentos. A lentidão do Estado Brasileiro é outra barreira ao desenvolvimento do país. O Governo do Estado Com suas múltiplas e superpostas esestá determinado truturas de controle, excesso de leis, a melhorar a decretos, portarias e infinitos atos normativos, sofre não só o setor púcompetitividade e a blico, mas também o privado, que vê produtividade do engessadas suas ações. Espírito Santo no A ineficiência é outro mal diagnoscenário mundial” ticado em um Estado onde há concentração de recursos nas mãos da União e superposição das funções de cada esfera de governo, com uma carga brutal de responsabilidades atribuída do menor e mais pobre ao maior e mais rico município brasileiro. Para ser colocado, verdadeiramente, a favor dos interesses coletivos e do desenvolvimento de longo prazo, o Estado brasileiro precisa de uma agenda que supere esses desafios. E nessa agenda, uma medida é mais urgente: a reforma previdenciária. No caso do Espírito Santo, só o déficit da previdência no Poder Executivo irá superar, neste ano, R$ 1,5 bilhão, valor coberto pelo Tesouro Estadual com recursos provenientes de impostos pagos pelos contribuintes.

36

Outra medida necessária é a de revisão e simplificação dos mecanismos de gestão e controle da administração pública, com adoção de novos modelos para contratação de pessoal e aplicação de procedimentos ágeis e simplificados para contratação de bens e serviços, com foco no resultado. Estamos a um “click” do mais moderno produto do outro lado do mundo, mas o setor público continua com processos lentos, burocráticos e ultrapassados para comprar até uma simples caneta. Em meio à crise que o país atravessa, o Governo do Estado está determinado a melhorar a competitividade e a produtividade do Espírito Santo no cenário mundial. Entre os diversos projetos já implantados destaco o “Escola Viva”, uma política inovadora na Educação que oferece ao jovem capixaba ensino integral de qualidade. Também procuramos reduzir a burocracia e facilitar o acesso da população ao Governo por meio de programas como o “ES na Palma da Mão”, aplicativo que provê serviços e informações ao cidadão. Nesse sentido, desenvolvemos, entre outras ações, políticas e projetos como o Invest - ES, que visa a atração de empresas e a Parcerias Público Privadas (PPP) de Saneamento, na Serra e, proximamente, em Vila Velha. Estamos certos de que, quando a crise passar, o Espírito Santo estará pronto para captar oportunidades e criar um futuro de prosperidade compartilhada em todo o território capixaba. Regis Mattos Teixeira Economista, mestre em Gestão Empresarial e secretário de Economia e Planejamento do Governo do Espírito Santo.


INOVAÇÃO

Clínicas populares, alternativa para um país doente

S

eja público ou privado, o sistema de saúde no Brasil é composto por poucos elementos, basicamente agrupados em planos de saúde, o atendimento por médicos e empresas particulares diretamente e, de forma mais abrangente, compreendendo a grande maioria da população o Sistema único de Saúde (SUS). Pesquisa realizada em 2014 pelo instituto Datafolha, a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), aponta que 93% dos brasileiros avaliam os serviços de saúde como ruins, péssimos ou regulares. Além disso, as filas para atendimento pelo SUS superam os seis meses de espera em cerca de 30% dos casos. Em relação ao acesso às operadoras de saúde, grande parcela da população com renda até R$ 1.200,00 reais tem dificuldade para pagar um plano privado e, segundo o ranking das reclamações do Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor, há três anos esse segmento lidera o ranking com um crescente índice de insatisfações. As propostas de soluções apresentadas beiram o absurdo. Desde obrigar médicos jovens a trabalhar no interior – onde faltam mais médicos – até a importação de médicos pelo governo, burlando leis trabalhistas e sem cumprimento de legislação, traduzem essa anomalia no mercado.

Nesse contexto, com uma dose de visão empreendedora e coragem, surge um ramo inovador no Brasil, o modelo de clínica populares. Clínicas médicas particulares com um serviço de baixo custo, promovendo o acesso à saúde para a população que não é atendida adequadamente pelo SUS ou pelas operadoras. A Policlínica da Gente segue essa premissa, oferecendo serviços de qualidade, com alto padrão médico e de gestão para a população carente. Localizada na Av. Norte-Sul, na Serra, município mais populoso do Espírito Santo e com grande parte da população nas classes C e D, tem como missão oferecer o acesso à saúde para esse público, atendendo aos anseios da comunidade local, que sofre com a precariedade dos serviços de saúde pública no município. O case da Policlínica da Gente se enquadra no chamado empreendedorismo social, em que a iniciativa privada, através do livre mercado, oferece soluções para a sociedade, atingindo um mercado antes esquecido e suprindo uma lacuna deixada pelo poder público e pelos agentes privados, que não captavam as necessidades desse segmento. Esse modelo de negócio permite à população de baixa renda desde o acesso a serviços básicos, como consultas com

médicos especialistas, até procedimentos e exaO case da Policlínica mes de baixa e média da Gente se complexidaenquadra no chamado de, como exaempreendedorismo social, mes laboratoem que a iniciativa riais, radioloprivada oferece gia (raio-x e ulsoluções para a trassom), dermasociedade” tológicos, endoscopia, entre outros. O objetivo das clínicas não Gilvan Badke é oferecer tratamentos de alta Formado em Direito complexidade ou competir com (Faesa), técnico centros de referência, mas sim em Administração promover a saúde básica e pre(ETFG/MG) e Business ventiva de forma adequada, (Enforex/Barcelonaconsiderando o entendimento ESP). Trabalha com médico de que a melhor forma projetos do Modelo de de tratamento é a prevenção. Excelência da Gestão Levar saúde célere e de - MEG® desde 2007. qualidade para um continAvaliador Sênior de gente populacional tão grande, programas de gestão/ com necessidades reprimidas competitividade há anos devido à precariedade e destaque do do serviço público, é um desaPrêmio Nacional fio grande. Mas, com a gestão da Qualidade. pública e, em especial, o SUS Atualmente é indo de mal a pior, mercado diretor executivo da não há de faltar. Policlínica da Gente.

Revista Empreenda Jovem

37


RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

O caminho para a

sustentabilidade nos negócios O conceito de sustentabilidade, apesar de ser um termo amplamente utilizado nos dias de hoje, ainda é de pouco conhecimento para o grande público. Muitos o associam a questões puramente ambientais, tratando-o como algo intimamente ligado à proteção ambiental e ecológica. A sustentabilidade vai além.

I

38

Lorena Zucatelli

nicialmente, o termo sustentabilidade baseava-se no conceito do triple bottom line, de crescer por meio do equilíbrio entre a igualdade social, a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento econômico, o que caracterizava o tripé: social, econômico e ambiental. Esse conceito evoluiu e à estrutura inicial foram agregadas mais três dimensões: a cultural, a institucional e a espiritual. Falar em sustentabilidade nos negócios é incorporar na gestão empresarial a visão de desenvolvimento econômico, com a consciência e o respeito ao meio ambiente natural e urbano, sem abrir mão, porém, da utilização responsável do capital natural, aliada ao bem-estar e à justiça social, pautando-se


sempre pela ética e a transparência nas relações institucionais, zelando,enfim, pelo respeito à diversidade cultural. Com o conceito mais arrojado, no final do ano passado, líderes mundiais adotaram, na ONU, a Agenda 2030. Intitulada “Transformando Nosso Mundo”, ela estabeleceu 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com 169 metas a serem atingidas até 2030, visando um mundo mais inclusivo, com a ajuda de governos, empresas, sociedade civil e cidadãos comuns. Esses objetivos determinam o curso global de ação para erradicar a pobreza, promover a paz, a igualdade de gêneros, o consumo consciente e o bem-estar para todos, zelando pela proteção do meio ambiente e o enfrentamento responsável das mudanças climáticas. Os ODS mapeiam o caminho para o desenvolvimento sustentável e, embora de natureza global e universalmente aplicáveis, dependem, para seu real sucesso, de políticas e ações nos âmbitos regionais e locais. Atentas às oportunidades e demandas da sociedade, cada vez mais empresas incorporam critérios de sustentabilidade em

seus processos de gestão, com foco em inovação, competitividade, uso eficiente dos recursos e geração de valor para o seu negócio e seus stakeholders. Com isso, essa responsabilidade por gerar mudanças é compartilhada por todos e, especialmente, pelo setor privado empresarial, por sua força econômica e política. E esse seguimento, pode – e deve – posicionar-se e envolver-se, genuinamente, na construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável, assumindo um papel protagonista ao colocar muitos de seus ativos à disposição das articulações e ações para o cumprimento dos ODS. Fico com a reflexão de que o caminho para a sustentabilidade inicia-se com a conscientização de que o conceito de sucesso vai além da realização individual, e alcança a noção do bem-estar coletivo, com governos, população e empresas engajados em garantir um futuro digno e sustentável a todos. Lorena Zucatelli dos Santos Diretora executiva da Fecaje, advogada e consultora em meio ambiente e sustentabilidade

Revista Empreenda Jovem

39


YBE 2016

Vitória recebe jovens

líderes nacionais Fotos: Letícia Guimarães - site NoRock

e internacionais

Entre os dias 24 a 26 de agosto, Vitória sediou o Youth Businesses Ecosystem Summit 2016, evento idealizado pela Fecaje – Federação Capixaba de Jovens Empreendedores, cujo objetivo principal foi conectar e inspirar jovens empreendedores por meio da história de líderes transformadores, estimulandoos no sentido da geração de negócios.

40


C

o-realizado pela Cindes Jovem, Federação das Empresas Juniores do Espirito Santo, Consultores Juniores Associados – CJA, ADES Jovem, IBEF Jovem e CDL Jovem, o evento, sediado na Findes – Federação das Indústrias do Espírito Santo, teve como tema “ES: O Brasil e o mundo empreendem aqui”. Durante três dias, mais de 1.600 pessoas foram impactadas por renomados profissionais e empresários locais e nacionais, que abordaram temas sobre empreendedorismo, desenvolvimento, cidadania, inovação e educação, em momentos diversos. O conteúdo do Youth Businesses Ecosystem Summit 2016 foi dividido em duas palestras magnas, seis painéis, três visitas técnicas e uma rodada de negócios. Cerca de 10 países e mais de 20 estados fizeram representar-se no evento. As visitas técnicas foram realizadas no Porto de Vitória e na Vale, que, além de patrocinadora do evento, também recebeu os conselheiros da Conaje para um almoço, ao som da Escola de Samba MUG. Outras grandes empresas capixabas acreditaram no evento e possibilitaram sua Sofia Nardoto: o evento fortaleceu as entidades

O Youth Business Ecosystem 2016 foi uma grande oportunidade para o ES mostrar seu valor e potencial”

realização. Entre elas, Apex PArtners, CDL Vitoria, TRanscares, Pretti Veículos, Findes e Sincades. O evento também contou com o apoio do Governo do Estado do Espirito Santo, Prefeitura Municipal de Vitoria, Sebrae, Sindipães, Bands News, Jornal Metro e TV Capixaba, e do mantenedor da Fecaje, Fucape Business School. Simultaneamente ao evento, foi realizada a Assembleia Geral Ordinária da Conaje – Confederação Brasileira de Jovens (entidade que representa, nacionalmente, o movimento jovem empreendedor ), reunindo líderes dos movimentos de jovens empreendedores e empresários de todo o Brasil, com o propósito de discutir diretrizes e ações estratégicas para o

Revista Empreenda Jovem

41


Fotos: Letícia Guimarães - site NoRock

YBE 2016

desenvolvimento do ambiente empreendedor brasileiro e desenvolver novas lideranças no país. A Conaje A abertura da AGO, feita pelo governador Paula Hartung, foi realizada no auditório do Palácio Anchieta, que sediou a reunião durante os três dias. O Youth Businesses Ecosystem 2016 foi uma grande oportunidade para o Espirito Santo mostrar seu valor e potencial, não só econômico, mas também de capital humano, uma vez que todas as lideranças, palestrantes e congressistas foram evidenciados no evento. A temática jovem empreendedora cumpriu sua missão de fomento e estímulo ao empreendedorismo, além da geração de novos negócios. Segundo a coordenadora geral do YBE 2016, Sophia Nardoto, foi notório o impacto do evento para a união das entidades jovens que o organizaram junto à Fecaje, além do relato de negócios iniciados e oportunidades geradas durante e após o evento.

42

A Fecaje acredita que o empreendedorismo é uma das principais ferramentas para engajar o jovem no compromisso de promover o desenvolvimento de uma sociedade, aumentando as oportunidades de trabalho e qualidade de vida, contribuindo, desta forma, para a diminuição da desigualdade social. A entidade, cuja missão é promover o empreendedorismo por meio da união de entidades jovens do Espírito Santo, quer “ser a voz da rede de entidades jovens empreendedores do Espírito Santo”, um movimento que preza pela pluralidade de saberes, perfis, e que faz da cooperação uma ferramenta de desenvolvimento. A organização é multissetorial, formada por voluntários de diversas entidades empreendedoras, e atua com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento do Espírito Santo, buscando a sustentabilidade dos seus membros e do Estado.


Caio Maia

Alexandre Prates

Rogério Salume

Marcílio Rodrigues Machado

Renzo Colnago

Fernando Cinelli

Alex Rocha

PALESTRANTES • Caito Maia CEO da Chilli Beans palestra: Case Chilli Beans

• AleX Rocha Moreira Sócio da Invicta Investimentos Painel: Oportunidades Empreendedoras no Brasil e no ES

• MarcÍlio Rodrigues Machado Presidente do Sindiex – Sindicato das Empresas de Comércio Exterior do ES Painel: Oportunidades Empreendedoras no Brasil e no ES

• AleXandre Prates Empresários, escritor e coach Palestra magna: A Reinvenção do Profissional

• RogÉrio SaluMe CEO da Wine.com.br Palestra: Um sonho que tornou-se realidade

• Guto Ferreira Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) Palestra: Inovação Empreendedora

• Fernando Cinelli

Francisco Nunes

Guto Ferreira

Foram três dias de evento, com a participação de 1.600 pessoas

CEO da Apex Partners Painel: Oportunidades Empreendedoras no Brasill e no ES

• RenZo Colnago Diretor-presidente do Instituto de Tecnologia e Informação e Comunicação do ES (Prodest) Palestra: Empreendedorismo no setor público

• Francisco Nunes Superintendente de Negócios em Logística de Carga da Infraero Palestra: Brasil, crescimento e empreendedorismo vindo do céu

Revista Empreenda Jovem

43


INCLUSÃO PRODUTIVA

Labor@rte:

arte,cultura e inclusão O Projeto Estruturante Ocupação Social, programa prioritário do Governo do Estado do Espírito Santo, é gerido e articulado pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDH) em parceria com as demais secretarias e orgãos de Estado, governos municipais e sociedade civil. Tem como objetivo a redução da taxa de homicídios de jovens, especialmente na faixa etária de 15 a 24 anos, reduzir o abandono

44

escolar e aumentar o percentual de jovens estudando e/ou trabalhando, por meio de uma agenda social articulada entre poder público e sociedade civil que amplie as oportunidades e minimize a vulnerabilidade juvenil à violência. O programa atende 25 bairros nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Linhares, Pinheiros, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.


Alinhado aos objetivos dos Programas Ocupação Social e ES Criativo, a Secretaria de Estado da Cultura desenvolveu o Projeto Labor@rte. Ação que pretende promover o protagonismo de jovens a partir da Arte e da Cultura, o Labor@rte articula duas dimensões fundamentais para o empoderamento e a autonomia daqueles jovens: o desenvolvimento das linguagens artísticas e o desenvolvimento de empreendimentos criativos para inclusão produtiva. Em termos gerais, o projeto consiste na identificação e estímulo de interesses dos jovens a partir da realidade local, no desenvolvimento das linguagens artísticas, na formação empreendedora, na identificação de possibilidade de captação de recursos públicos e privados para desenvolvimento de projetos e na formação de núcleos de serviços estimulando o desenvolvimento comunitário e local. O Projeto Labor@rte, com base nos princípios da Economia Criativa, propõe um novo modelo de desenvolvimento, alicerçado na inclusão social, na sustentabilidade, na inovação e na diversidade de expressões culturais capixabas. Somente com o empoderamento, a autonomia e o protagonismo dos jovens dos territórios do Programa Ocupação Social será possível corrigir as iniquidades sociais historicamente construída e avançar no sentido de construir uma sociedade mais justa e equânime, que amplie o acesso aos direitos culturais e que promova a cidadania e a diversidade cultural capixaba. João Gualberto Vasconcellos Secretário de Estado da Cultura

Revista Empreenda Jovem

45


EU MERCADO INDICO

BRASIL PERDE SEUS TALENTOS PARA O EXTERIOR

M

uito desalentador: cresce, cada vez mais, o interesse de profissionais brasileiros altamente qualificados que querem deixar o país em definitivo. Um estudo realizado pelo buscador de empregos Jobatus Brasil (jobatus.com.br), nos meses de maio e junho de 2016, revelou que 46% dos profissionais cadastrados no site têm o interesse em deixar o país. Para comprovar esse fenômeno, Jobatus fez uma ampla pesquisa junto a órgãos governamentais brasileiros, organizações internacionais, ONGs e empresas especializadas em vistos e programas de estudo/trabalho no exterior. Os dados obtidos alertam para um crescimento excessivo no número de brasileiros que deixaram o país (sem intenção de voltar) nos últimos anos. Somente em 2016, a Refeita Federal do Brasil recebeu

46

40% a mais de declarações de saída definitiva do país (documento enviado a Receita por quem deixa o país definitivamente), 51 para cada dia de 2015, contra uma média de 36 no ano anterior. Já o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informou um crescimento, até junho de 2016, de 17% no número de registros de eleitores no exterior. Número que deve crescer, ainda mais já que não representa o consolidado de 2016. Eduardo Frigo, gerente de produtos da CI – Intercâmbio e Viagem, confirma esses números “Entre 2014 e 2015 houve um crescimento de 60% nos Programas de Trabalho (AuPair, Férias e estágios). Para 2016, estimamos um aumento de 50% para os programas de Aupair”, conta Frigo. Deborah Calazans, da Immi Canadá, empresa especializada em vistos e imigração para o Canadá, é outra

profissional que aponta esse elevado crescimento. Segundo Deborah, o número de pessoas que buscam a agência cresce a cada dia, ultrapassando um aumento de 60%, de 2014 até o momento. Com emprego estável, profissionais qualificados deixam o país em busca de qualidade de vida. Especialistas e dados do governo dão pistas de uma mudança significativa no perfil dos brasileiros que estão deixando o país. Diferente de outros anos, percebe-se agora uma debandada para o exterior de profissionais altamente qualificados, e muito deles com emprego estável no Brasil. Dentre os usuários Jobatus Brasil (aqueles com interesse em deixar o país), 61% afirmaram possuir nível superior, mestrado e/ou doutorado, 63% têm emprego estável e 65% recebem mais de três salários mínimos. Para 48% deles, o item qualidade de vida está como o principal motivo para deixar o país, seguido de Segurança (39%) e Emprego (36%). De acordo com Deborah, a partir de 2014, o perfil dos clientes da agência, que antes era em sua maioria jovem, se tornou mais maduro, de pessoas que querem investir em algo maior, com o objetivo de alcançar a residência permanente. “Em praticamente todos os casos são casais ou famílias inteiras, as quais, muitas vezes, já são bem estabilizadas no Brasil, e estão em busca, principalmente,


EU INDICO

de qualidade de vida”, explica. Marcelo Sobral é um dos profissionais entrevistados por Jobatus em vias de mudança. Com nacionalidade portuguesa, o economista, que vivia no Rio Grande do Sul, afirma que a principal motivação para mudar de país é a qualidade de vida. Pós-graduado em gestão empresarial e com sete anos de experiência na área de logística em multinacionais e empresas de grande porte no Brasil, Marcelo viajou para a Espanha em setembro. “O Brasil passa por um momento difícil, mas crises

ocorrerão em qualquer lugar do mundo. Abri mão de um bom cargo e um alto salário para buscar mais qualidade de vida. Inicialmente, vou entrar para o mercado de trabalho espanhol e, em 2017, pretendo abrir meu próprio negócio, um albergue em Barcelona”, explica Marcelo. De acordo com estimativas populacionais das comunidades brasileiras no mundo fornecido pelo Itamaraty, em 2014 (última atualização em agosto de 2015) havia um total de 3.105.922 brasileiros vivendo no exterior, representando

América

um aumendo Norte, com to de 11% se destaque para os comparad o ao a n o EUA, continua senanterior. do a principal casa A Améridos brasileiros ca do Norte, no exterior. com destaque para os EUA, continua sendo a principal casa dos brasileiros no exterior, seguido de Europa (Portugal), América do Sul (Paraguai) e Ásia (Japão). Uma importante mudança nos últimos anos foi a entrada de países como Canadá e Austrália na lista dos mais desejados por brasileiros.

Revista Empreenda Jovem

47


EU NEGÓCIOS INDICO

Marcas brasileiras

que investem em inovação Não é todo dia que a gente encontra pessoas e ideias criativas por aí. Mas essa energia produtiva se expande e aumenta gradativamente, assim como o número de empresas que apostam na criatividade e na inovação para fazer a diferença no mercado e no mundo.

CONHEÇA ALGUNS BONS EXEMPLOS Beryllos Primeira cuticularia do mercado, oferece um método inovador que não utiliza o tradicional alicate. O

procedimento usa uma ponta diamantada individual e descartável que desbasta a cutícula sem tirar sua proteção.

São 43 cores de esmalte, em porções individuais de quatro milímetros, que a cliente pode levar para casa para retocar a unha, caso deseje. Este método foi desenvolvido para evitar contaminação. Além disso, o consumidor poderá comprar produtos usados durante o serviço, como removedor de esmalte, sérum de unhas, assim como cremes e esfoliante para mãos e pés, todos da marca Beryllos.

http://cuticulariaberyllos.com.br Insecta Shoes Todo conceito da Insecta Shoes foi criado visando o estímulo ao consumo consciente e à sustentabilidade. A marca conta com seis modelos

48


Brotto Brasil

de calçados unissex, elaborados por meio da reutilização de roupas garimpadas em brechós e tecido ecológico à base de garrafa pet reciclada, além de ter o solado produzido a partir do excedente da indústria de borracha. Com lojas em Porto Alegre e São Paulo, além da presença na loja do Instituto Inhotim (MG), a marca busca, de forma constante, eliminar resíduos e substituir materiais por alternativas sustentáveis, não só nos calçados, mas em todos os aspectos do negócio. A Insecta Shoes é a primeira marca de calçados e a segunda no segmento de moda a receber o “Selo B Corp”, destinado a empresas que têm lucro com benefícios sócio- ambientais.

Bananas Music Branding

www.insectashoes.com

www.bananas.mus.br

Empresa de curadoria e estratégia musical, idealizada pelos jovens Juli Baldi, de 27 anos e Rafael Achutti, de 32, o Bananas Music Branding é uma startup de curadoria e estratégia musical, pioneira no Brasil em criar e gerenciar playlists no Spotify para marcas como a Warner Music Brasil, Ford, Intimus, ESPM, entre outras. Seu objetivo de criar uma conexão emocional e mais assertiva entre empresa e público. Eles oferecem serviços de produção de trilhas sonoras para estabelecimentos como bares, restaurantes, lojas; rádios customizadas para sites; produção de conteúdo sobre música para blogs e redes sociais; discotecagem em eventos; entre outros.

É uma marca de produtos de beleza veganos, criada em junho de 2016, com o objetivo de aliar os conceitos de sustentabilidade, tecnologia e inovação. Nesse sentido, a empresa se destaca por oferecer 12 opções de produtos, sem matéria-prima de origem animal, e que também não são testados em animais. Eles incluem desde o Spray Fixador até o desodorante Deo Íntimo, com preços que variam de R$ 37 a R$ 120, e com entrega para todo o território nacional via e-commerce. A marca, voltada para o público feminino, foi criada pelo químico Daniel Caldeira, que, aos 32 anos, já se destaca pela genialidade nesse segmento da indústria de beleza, tendo sido premiado pelas principais associações do setor.

www.brottobrasil.com.br

Revista Empreenda Jovem

49


EU INDICO

Acabei de ler e recomendo o livro Cotaxé (editora Chiado), de Adilson Vilaça. É um romance histórico ocorrido na década de 1950, na região do contestado entre Minas Gerais e Espírito Santo. Houve uma tentativa de criação de um estado União de Jeovah, pelo lider Udelino de Matos. Uma tentativa que acabou com um banho de sangue, nos moldes de “Canudos”, após a morte de Getúlio

Em De Zero a Um- – O que aprender sobre empreendedorismo com o vale do Silício (Editora Objetiva), Peter Thiel – cofundador do Paypal e investidor de risco – fala sobre vários mitos recorrentes sobre empreendedorismo, como sorte, concorrência e inovação. Trata-se de um livro que, realmente, abre os olhos do leitor para o que, de fato, uma empresa precisa para ser diferente, bem-sucedida e duradoura, em um mercado cada vez mais concorrido e em constante mudança. Outro livro que recomendo, Inovação e Espirito Empreendedor (Editora Cengage), de Peter F.

Vargas. Adilson Vilaça escreve uma prosa de fácil leitura e prende o leitor. É mineiro, mas veio novo para o nosso Estado e viveu nessa região. É capixaba de altíssima qualidade. O livro é resultado de imensa pesquisa e entrevistas. Cotaxé hoje é distrito de Ecoporanga. SERGIO ABOUDIB, PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ES

Drucker, é uma aula completa sobre inovação e empreendedorismo dada por ninguém menos do que o pai da administração moderna. Com o seu dom de comunicar, de forma clara, simples e objetiva, os temas mais complexos, nesse livro Drucker joga luz sobre princípios e práticas atemporais de invocação e empreendedorismo. Apesar de ter sido lançado em 1985, a obra continua atual e uma leitura fundamental para empreendedores novos ou experientes. MAURÍCIO GARCIA VALLI, ESTUDANTE DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Como começar um negócio? Esta é uma pergunta recorrente na cabeça de toda pessoa que quer empreender. No livro Business Model Generation – Inovação em Modelos de Negócios – Um Manual para Visionários, Inovadores e Revolucionários (Alta Books Editora), de Alexander Osterwalder & Yves Pigneur, essa pergunta é respondida de uma maneira bem peculiar. Através de um modelo já bem conhecido por muitos (mas bem interessante

50

de aplicar), o Canvas, os autores explicam como criar o modelo do seu negócio. Considero esse livro (e o modelo), muito importante para que as pessoas que pensam em empreender, leiam, reflitam e apliquem em seus projetos. Aliás, esse modelo vai além do campo do empreendedorismo, e pode ser aplicado na sua vida cotidiana. Aproveitem a leitura!. FÁBIO GOLDNER, DIRETOR E COORDENADOR DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA DOCTUM


ENTIDADES

IBEF Jovem O IBEF Jovem é voltado para o jovem empreendedor capixaba, com o objetivo de formar lideranças e promover o desenvolvimento profissional e pessoal de seus membros. Possui três diretorias executivas, além da Diretoria de Comunicação, que auxilia nas seguintes frentes: • Planejamento: Coordena eventos que priorizam o crescimento acadêmico e profissional dos membros, como o Debate IBEF Jovem Educação e o IBEF Hour, além dos estudos sobre Acesso à Capital

e ações de integração, como festividades e torneios esportivos; • Responsabilidade Social: Coordena projetos sociais, como visitas, doações e palestras em entidades, como o Lar dos Idosos, Albertine Meador e Walter Barcelos, além do projeto Empresário Sombra; • Relações Institucionais: É responsável pelo relacionamento com a Fecaje e outras entidades do ES, gerando uma grande rede de colaboração em prol do empreendedorismo.

FAES Jovem Formada por jovens lideranças, a Comissão Jovem da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo tem como objetivo representar a juventude do campo, promovendo encontros e debates que fortaleçam o setor e atraiam novos adeptos. Durante o segundo semestre de 2016 estão sendo realizadas palestras em universidades e institutos federais, abordando o tema de Sucessão Rural. S Comissão Jovem

da Faes acredita que, para expandir e dar continuidade ao bom desempenho rural do Estado, é fundamental e estratégica a presença do jovem, uma vez que ele representa não só a manutenção do negócio, mas também a renovação, a inovação e a adequação à nova realidade da agricultura. Já foram realizados eventos na Ufes de São Mateus, durante a Feira Agro+Tec, no IFES de Itapina, e na Escola Família Agrícola, de Olivânia.

Grupo Domingos Martins O Grupo Domingos Martins é uma entidade acadêmica de formação de lideranças jovens e defensoras da liberdade com atuação na academia capixaba. Temos como valores da vida, liberdade, propriedade, responsabilidade e empreendedorismo, por uma

sociedade livre e próspera; Nossa Instituição é inspirada no legado do patrono capixaba da independência do Brasil, Domingos José Martins. Somos filiados ao Students For Liberty, a maior entidade mundial de divulgação e promoção das ideias da liberdade.”

Revista Empreenda Jovem

51


ENTIDADES

EJCAD Consultoria Há, exatamente, 25 anos no mercado sendo a primeira empresa júnior criada no Espirito Santo, a EJCAD Consultoria acredita que o empreendedorismo é a direção para construirmos um Brasil mais educador, colaborador e competitivo. Por isso, desenvolvemos soluções excelentes para nossos clientes, como para o Marcel, da Labmar, onde nosso projeto

trouxe como um dos resultados a certificação Prodfor. Assim, ele tem uma maior visibilidade com as grandes mantenedoras do sistema no Estado, alcançando novos objetivos e resultados. Trazemos essas soluções focadas em resultados, com uma equipe comprometida com resultado , ética, e com propósito de mudança da atual realidade brasileira.

Adesjovem Jovens de 15 a 20 anos, interessados em aprimorar-se na prática do Futsal , não podem perder a oportunidade de participar do Projeto de Futsal Cariacica Esporte Clube. Realizado pela Agência de Desenvolvimento Social Jovem (Adesjovem) em parceria com o Reame, o evento está com inscrições abertas para jovens de 15 a 20 anos, moradores de bairros da região da Grande Campo Grande, em Cariacica.

Segundo o membro colaborador da Adesjovem, Robson Malacarne, um dos objetivos do projeto é incentivar jovens que já se dedicam ao esporte. “Muitos jovens praticam futsal, têm sonho de seguir a carreira, mas não têm o suporte. Por meio do projeto, eles terão à disposição um profissional que ensinará não somente às técnicas do esporte, mas os auxiliará na busca do condicionamento físico e na elaboração de seu projeto de vida.

CDL Jovem Neste ano a Cdl Jovem Vitória realizou mais de 6 projetos de alto impacto. Os projetos de alto impacto dois se destacaram com maior grande. O Start Day projeto idealizado pela entidade que mobilizou mais de 630 jovens em três escolas da Grande Vitória levando para dentro das escolas o tema Empreendedorismo. Outro projeto de alto impacto que vem se destacando é o de Ambiente Regulatório.

52

Foi criada na Cdl Jovem uma diretoria específica que cuida exclusivamente das ações desse Projeto. Já foram realizadas grandes parcerias com empresas, poder público, ONGs sociedade civil organizada para mobilização das ações que levarão à um ambiente de negócio melhor em toda Grande Vitória. Entre em contato com a Cdl Jovem pelo Facebook/cdljovemvitoria ou pelo telefone 27 3232-2075


Cindes Jovem Criado em 2005, o Cindes Jovem (CJ) é um programa de formação e desenvolvimento de líderes para o futuro. Por meio de atividades como seminários, palestras, rodadas de negócios, visitas a empresas e ações de conscientização, o CJ fomenta o empreendedorismo no Estado, principalmente entre os jovens empresários e empreendedores capixabas. “Nós nos reunimos uma vez por mês para ouvir as histórias de empreendedores mais experientes e, com base nisso, discutimos sobre nossas ações. As discussões são sempre focadas na nossa missão: fomentar o empreendorismo jovem no ES. É pra isso que

o Cindes Jovem existe”, destaca o presidente Vitor Lomba. Ao longo do ano são realizados uma série de projetos que envolvem todos os membros. Neles, são treinadas habilidades como liderança, planejamento, organização e iniciativa. Se bem desenvolvidas e trabalhadas, essas habilidades são aplicadas no dia a dia do empreendedor. “Aqui nós acertamos e erramos, o tempo todo. São lições diárias para as nossas vidas”, diz Vitor. Para participar do Cindes Jovem é fácil. Basta entrar no site www.cindesjovem.org.br ou acessar as redes sociais: fb.com/cindesjovem e instagram/cindesjovem.

CJA Nós existimos para transformar o Brasil, este é o maior propósito da CJA. Aliás, este é o maior propósito do MEJ. Na CJA, além de oferecer serviços de consultoria empresarial a um preço abaixo do de mercado, realizamos projetos sociais, pois sabemos que muitos micro e pequenos empreendedores não possuem condições de pagar por projetos de consultoria. Fazendo isso, poderemos impactar um maior número de pessoas e transformar um maior número de sonhos. Nós queríamos fazer algo que pudesse crescer e inspirar outras pessoas a ajudarem nessa tarefa árdua que é transformar o país começando por nossa cidade. Veio a nosso conhecimento que muitos comerciantes de

algumas comunidades não tinham seus negócios regularizados. Logo, decidimos atender essas pessoas, passando o conhecimento que temos. Com isso, o Dia MEI foi criado. Ele é um projeto social, aonde os consultores da CJA vão às comunidades para atender esses empreendedores. Nós fazemos todo o processo de abertura de MEI gratuitamente e esclarecemos possíveis dúvidas. No terceiro Dia MEI, conseguimos impactar 15 empreendedores e regularizar 7 MEI´s e esperamos que este número aumente ainda mais nos próximos. Este é um projeto que vem crescendo e vai transformando aos poucos o Espírito Santo em um estado mais empreendedor.

Revista Empreenda Jovem

53


ARTIGO ENTIDADES

Transparência Capixaba Jovem No dia 5 de Setembro deste ano a Transparência Capixaba Jovem realizou o tradicional projeto Interage com os candidatos a prefeito de quatro municípios da Grande Vitória. O formato é de uma sabatina transmitida ao vivo com perguntas enviadas pela internet e o grande diferencial é a participação dos jovens eleitores. Neste ano o projeto alcançou mais de 20.000 pessoas com a transmissão e teve a participação recorde de 14 candidatos, entre os quais:

4 deputados federais, 2 deputados estaduais, 3 prefeitos, 1 vereador e um ex vice-prefeito. O projeto existe desde 2010 e é uma das iniciativas do núcleo jovem da ONG para promover os valores da transparência e do combate a corrupção. Se você gostou desse projeto e quer saber um pouco mais sobre a ONG curta nossa página da Transparência Capixaba Jovem e nos envie uma mensagem através Facebook ou do email transcapjovem@gmail.com.

Juniores Hoje formada por 14 empresas juniores, a Juniores acredita que a expansão acarreta melhorias no ecossistema empreendedor capixaba. Responsável pelo desenvolvimento do Movimento Empresa Junior no Estado, a entidade busca impactar ainda mais o mercado capixaba. Atualmente, com 11 empresas juniores (EJs) federadas, ela pode ter o maior crescimento já registrado. Segundo a coordenadora de Expansão da Juniores, Lídia Frisso, isso é um marco histórico. “Nós temos a oportunidade de ter mais e melhores EJs, e projetos,

54

formando jovens que, realmente, façam a diferença”. A vivência empresarial oferecida pelas EJs é dividida em três partes: oferece ao universitário a oportunidade de desenvolver a cultura empreendedora enquanto estiver na universidade; dá suporte ao mercado de trabalho, prestando serviços e oferecendo produtos para micro e pequenos empresários e produtores, que se desenvolvem, gerando melhores resultados e obtendo mais lucros; e a entrega, à sociedade, de jovens comprometidos e capazes de impactar positivamente no Estado.


Revista Empreenda Jovem

55


Paneleiras

Goiabeiras

CRIOU? O CRÉDITO É TODO SEU. Bandes. Soluções de crédito para a Economia Criativa.

Se você usa a criatividade para desenvolver o seu negócio e atua nas áreas de audiovisual, moda, design, artesanato, gastronomia, artes diversas e webdesign, pode contar com o Bandes. Temos as melhores soluções de crédito para seu projeto crescer e prosperar. Porque investir no capital intelectual da nossa gente é mais do que acelerar o desenvolvimento. É valorizar a principal matéria-prima da economia do Espírito Santo: a criatividade do capixaba.

27

3331-4444

bandes.com.br

0800 283 4202 (inclusive Ouvidoria) facebook.com/bandesonline


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.