Hype - edição 70

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Domingos Montagner: talento na pele de vilão ou mocinho

Ana Paula Vescovi,

Sete pecados, sob a ótica da empresária

Xuxu Neffa

00066 9 772237 558005

ISSN 2237-5589

R$ 10,00 ano 12 no 70

uma secretária acima das vaidades

Alza Alves fala de

“Aproximadamente eu”, seu novo CD

Entre nessa onda




Editorial hype

70 edições, apesar de...

» Tenho ouvido relatos dolorosos de pessoas que es-

tão enfrentando momentos difíceis por conta dela, você sabe,a tal a crise. A palavrinha tem sido repetida aqui e ali, na fila dos ônibus, nos templos, escritórios, nos supermercados e na banca de peixes, onde a dona de casa faz malabarismos com seu suadinho dinheiro, que mal dá para pagar a conta da moqueca, cada vez mais salgada. Pois é... 2016 chegou assim, chuvoso e melancólico, para não dizer triste. Mas para espantar essa tristeza, Hype sacode a poeira (e a lama) e dá a volta por cima, trazendo, nesta 70ª edição, bons motivos para levantar o astral. A revista abre com uma entrevista do ator Domingos Montagner, que esbanja charme e talento e, agora, interpreta um vilão em “O Velho Chico”, novela da Globo. Além de Montagner, também conseguimos um feito: que a discreta secretária de Estado da Fazenda, Ana Paula Vescovi, revelasse alguns de seus gostos e preferências, entre eles o filme “Meia Noite em Paris”, de Wood Allen. Tem ainda Xuxu Neffa, a empresária que desafiou uma estrutura arcaica e conservadora e colocou tudo no seu bem-sucedido livro, “Sete Pecados Capitais”. Ah, nosso ensaio de moda também está de encher os olhos, e nossos cronistas trazem ideias e dicas imperdíveis. E tem muito mais. A verdade é que a gente verga, mas não quebra, porque, “apesar de você”, crise, “amanhã há de ser outro dia”. Boa leitura!

Betty Feliz

Editora Betty Feliz

Editora adjunta Ariani Caetano

Colaboradores Ana Laura Nahas André Andrès Antônio Carlos Félix Ariani Caetano Ester Jacopetti

Luis Taylor Marcelo Netto Mariana Reis Sylvia Lis Yuri Barichivich

Redação

ua Prof. Sarmento, 41/Lj 01, Ed. Eller, R Praia do Suá, Cep 29.052-370, Vitória, ES. Telefax: 27 3225.6119 redacao@hypeonline.com.br

Comercial

27 3225.0184 comercial@hypeonline.com.br

Projeto gráfico e diagramação Link Editoração 27 3337.7249

Impressão

Gráfica e Editora GSA 27 3232.1266

Site

www.hypeonline.com.br

Domingos Montagner: talento na pele de vilão ou mocinho

Ana Paula Vescovi,

Sete pecados, sob a ótica da empresária

Xuxu Neffa

00066 9 772237 558005

ISSN 2237-5589

R$ 10,00 ano 12 no 70

uma secretária acima das vaidades

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Alza Alves

fala de “Aproximadamente eu”, seu novo CD

Entre nessa onda

Nossa capa Fotografada por Faelo Ribeiro, a modelo Luisa Monteiro (All Models) usa biquíni Magia do Mar, colar e bracelete Di Ferolla e brincos Loja Bambu. Produção: Mah Meirelles. Beleza: Victor Henriques.

A Revista Hype é uma publicação bimestral da Preview Editora Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos ou ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do editor. Todos os direitos reservados.



hypeonline.com.br cesso Um site que émsu eroso, o um hobby praz

Tudo começou co tra as assumiram ou mas logo as cois sada Ca te do site Casa dimensão. À fren e ta a.com), a arquite (www.casacasad os só ba Eduarda Sant advogada capixa inal, Af . ar comemor tem motivos para me ra idores no Instag são 412 mil segu ios no 500 acessos diár uma média de 1. . O site y? Ficou para trás bb ho o be Sa . te si eroso em negócio praz transformou-se online. pe iba mais em hy bem-sucedido. Sa

A voz do leitor Por e-mail

“Fiquei encantada com a última edição de Hype. Como sempre, a revista prima pela qualidade. Adorei a entrevista com a Giovanna Antonelli. Ela é um charme!”

Mariana Pereira Neves “Não conhecia o trabalho da diretora de cinema Lúcia Caus e nunca fui a um evento realizado por ela em Vitória. Depois que li a matéria, fiquei tão animado que não pretendo perder os próximos.”

João Carlos Costa

“Acho que Hype é a melhor revista deste Estado. Prestigia a cultura e a moda nacionais, mas não se esquece de valorizar a prata da casa. Parabéns pela entrevista com Silva!”

Mônica Silvares

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“Que edição de moda maravilhosa! Da capa a última página,com a foto de Yuri Barichivich, a revista encheu meus olhos.”

Marília Seixas

Pelo Facebook

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“Essa revista merece um prêmio pela qualidade.”

Rosemery Silveira “Que capa linda! Ficou muito bom. Parabéns!”

Mônica Debanée “Sucesso a cada edição... E tudo super merecido!”

Lonem Thomsen

“Só Hype é capaz juntar uma bela capa com ótimo conteúdo, coisa rara de se ver nos dias de hoje.”

Custódio de Freitas

Agradecemos aos leitores pelas inúmeras manifestações elogiosas, exaltando a escolha de uma modelo negra, a bela Elaine Gonçalves (All Models), para figurar na capa da última edição. A valorização e o respeito à diversidade são marcas de Hype.


Sumário hype

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» Nosso ensaio viaja por vários estilos: dos imbatíveis modelos cortininha até o vintage hot pant e o estilo cropped, os biquínis da temporada de sol convidam a desfilar pelas areias da praia.

Papo Surreal

» O ator Domingos Montagner

fala de um de seus últimos personagens na TV, o detetive Espinosa, de “Romance Policial – Espinosa”, exibido no GNT. Para ele, o povo quer boas histórias.

Narciso

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» Nosso eleito da vez, Daniel

Entrevista

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» É hora de pensar na pele e nos cabelos com carinho. Graças à ciência, cada vez mais desenvolvida, podemos contar com creminhos, maquiagens e soluções eficientes.

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Moda

Craig, começou a carreira no teatro e tem mais de 20 filmes no currículo. Em seu último filme, o ator de 47 anos esbanja charme, elegância e estilo como James Bond.

Studio

20 Personagem » Ela se define como obstinada.

A empresária Xuxu Neffa fechou o ano de 2015 com um grande feito: o lançamento do livro “Sete pecados empresariais: relatos próprios e impróprios de uma herdeira”.

» A artista plástica Tania Calazans é daquelas pessoas que não concebem a vida sem arte nem a arte sem vida. Seu sonho é viver um tempo em Roma, junto com sua família, uma de suas paixões.

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» A secretária da Fazenda

Ana Paula Vescovi diz que sua marca registrada é a disciplina. Avessa à exposição pessoal, ela prefere falar sobre trabalho.

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52 53

44 48 50 Li vr os

Ci ne m a Do is Po nt os Po nt o Fi na l

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V in ho Co m er Be m Ca sa Fe liz Be tt y So m

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Co ns um o V ia ja nd o

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34 36 40

E mais

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Entrevista hype

"O público quer boas histórias" DOMINGOS MONTAGNER

Ele já foi cangaceiro, político, velejador, coronel, guia turístico e ativista, entre outros. Mas tudo na ficção, claro. Um de seus últimos personagens, o detetive de “Romance Policial – Espinosa”, exibido pelo canal GNT, o desafiou a dar vida a um homem que já existia no imaginário do público, uma vez que Espinosa foi inspirado na obra do escritor Luiz Alfredo Garcia-Roza (“Uma Janela em Copacabana”) Por Ester Jacopetti / Fotos: Paprica Fotografia

“D

ar vida a um personagem da literatura é sempre um excelente desafio para o ator ou atriz”, reforça Domingos Montagner. Depois de protagonizar cenas quentes ao lado da atriz Bianca Comparato, na série, o ator assume que é difícil manter a naturalidade em situações de tamanha intimidade. “Essas cenas são sempre bastante delicadas, exigindo o comprometimento de toda uma equipe. Não acredito que seja mais difícil para a mulher do que para o homem. Pelo menos, para mim, é muito difícil”, admite. Nesta entrevista, Montagner fala sobre seu processo de construção de Espinosa e diz que o público está atrás de boas histórias.

Espinosa é um personagem muito difícil de construir, porque ele tem traços muito mais psicológicos do que aparenta. Por esse motivo gostei dele, porque esse personagem está construído na cabeça de muitas pessoas, pela forma como ele se expressa. Poder construí-lo dessa forma é muito difícil porque ele é um existencialista, reflexivo e introspectivo. A narrativa descreve justamente o que ele está pensando. Dar vida a um personagem da literatura é sempre um excelente desafio para o ator ou atriz. Senti-me honrado por ter sido escolhido e muito feliz por ter essa oportunidade. Além de tudo, é uma série policial, gênero que eu adoro.

Como você recebeu o convite para participar de uma ficção baseada na obra do escritor Garcia-Roza?

O diretor Vicente Amorim disse que você faz mais do que interpretar o Espinosa, você realmente vive esse policial. Como o construiu?

» Quando recebi o convite, a primeira coisa que fiz foi ler o romance “Uma Janela em Copacabana”, de Luiz Alfredo Garcia-Roza. Achei incrível! Adoro literatura policial!

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» Para mim, isso é sempre muito difícil.

Nunca é fácil pegar um personagem e dar forma a ele. Meu processo de construção sempre


Meu processo de construção sempre passa pela essência, pela alma do personagem

passa pela essência, pela alma do personagem. Procuro saber, por meio do roteiro, suas características. A partir disso, desenvolvo um leque de possibilidades, de como ele pensa e age. Nunca construo a partir de alguma estrutura formal do personagem ou de um modelo, por exemplo. Não sei construir dessa forma. Procuro buscar a origem, de onde ele vem, com quem ele se relaciona, onde mora, para tentar me contaminar com o que poderia ser este personagem.

Como você definiria Espinosa?

» Ele é existencialista, tem livros, ouve músicas, fica sozinho, caminha ao invés de dirigir um carro. Tudo isso foi traçando uma personalidade. Todos os personagens estão dentro de nós, porque somos semelhantes. Ele leva o escritório para dentro da cabeça. Essa é uma informação que está no texto e é muito importante, porque revela um tipo de comportamento, inclusive, físico do personagem. Ele é um policial, interroga, provavelmente lê sobre psicologia e sabe como seduzir o interrogado de forma que o surpreenda, mas sem ser agressivo. As conversas com os policiais, durante nossos laboratórios, foram fundamentais. Como foi seu encontro com os policiais com os quais conversou?

» Eu tive entrevistas com delegados em São Paulo, antes mesmo de começar a preparação no Rio de Janeiro. Interessei-me em conhecer policiais do Rio de Janeiro, também, para

construir um policial que poderia ter passado por várias delegacias. Fomos a delegacias de homicídios, que são, talvez, as mais relacionadas ao tema da série, que trata de assassinatos. Fomos até a polícia especializada para trabalhar postura, coisas mais técnicas, abordagem, para darmos o máximo de veracidade. É claro que é uma ficção, mas é sempre bom porque nós sabemos que os profissionais estão nos assistindo, por isso temos que fazer jus. Quando fui interpretar um velejador (Miguel, “Sete Vidas”), eu estive com eles. Não trabalhei complexidade, mas procurei coerência. O Espinosa está envolvido com outro tipo de relação humana. O Miguel estava envolvido com um trauma, era outro tipo de introspecção.

Seu próximo papel em novela (“O Velho Chico”) será o de um vilão. Você acha que o público gosta mais dos vilões do que dos mocinhos?

» O contorno do personagem é de um vilão; ele é um empresário do ramo financeiro. Mas personagem de novela é diferente, porque você tem que conquistar de outra forma. Os vilões, normalmente, são personagens carismáticos. Os dramaturgos estão escrevendo muito bem os vilões. Eles estão conseguindo cativar o público, sei lá, talvez seja identificação, não sei o que acontece... Mas não acho que o povo queira maldade, discordo disso. O público quer boas histórias. Acho que ele quer algo realista,

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Entrevista hype

mas também fantasia, romance e comédia. Nossa grande missão, como artista, é mostrar ao público o que ele gosta e não sabia. Esse é o grande desafio para o ator.

Você já participou de seriados e novelas. Quais são as diferenças, na hora de gravar?

» A abordagem da dramaturgia é diferente. Você conhece a história do início ao fim, o que faz muita diferença e é fundamental para construir as nuances do personagem, e na duração também. É necessário dosar a intensidade ou a curva dramática, de maneira completamente diferente.

“Romance Policial – Espinosa” tem uma carga dramática muito grande...

» A série trata de um caso que vai ser desenvolvido e solucionado só no final. É um assunto muito específico. É a famosa história de quem matou quem. É um dos ícones da dramaturgia e da literatura policial. É uma série específica. A forma como o roteiro foi conduzido é muito interessante. Ele conduz a investigação e confunde o público e também os personagens, que acompanham o raciocínio e a investigação dos policiais. É necessário muito cuidado para não antecipar as emoções e atitudes que você já sabe. Nós não fazemos gravação cronológica, o que exige muita atenção, não só do elenco, mas da direção e de todo mundo. E quanto às cenas quentes entre seu personagem e a atriz Bianca Comparato... Você acredita que, para a atriz, é muito mais difícil do que para o ator?

» São cenas bastante delicadas, que exigem o comprometimento de toda uma equipe, porque são de muita intimidade. Você tem que construir um ambiente para que isso aconteça da maneira mais eficiente possível para a dramaturgia. Não acredito que seja mais difícil para

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O público quer boas histórias. Acho que ele quer algo realista, mas também fantasia, romance e comédia

mulher do que para o homem. Pelo menos, para mim, é muito difícil! Nós temos que deixar a cena num nível de naturalidade... Isso exige uma discussão com a direção para sabermos o que eles querem em cena, porque a intimidade, dentro de determinada dramaturgia, funciona de formas diferentes.

Como você definiria a relação entre Espinosa e Luana?

» Eles são completamente apaixonados. É uma relação muito interessante, porque os dois encontram, quando estão juntos, um universo paralelo. Ela tem um cotidiano muito duro, trabalha num lugar frequentado por policiais. Deve saber de histórias cabeludas, deve ser assediada, não só por eles, porque é uma garçonete, dona do estabelecimento, e tem que segurar. Quando eles se encontram, parece que se afastam desse universo, para viver outro tipo de relação emotiva, que eles não vivem no cotidiano. Eles têm uma verdade, intimidade, confiança sem formalizar o compromisso. É bárbara a relação entre os dois.


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Narciso hype

Não é magia, é tecnologia! Até um produto de beleza chegar ao mercado, muitos e rigorosos testes são realizados. E graças à ciência, cada vez mais desenvolvida, podemos contar com creminhos, maquiagens e soluções para os cabelos que, realmente, cumprem o que prometem.

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» B ronze Divino, o pó

compacto da Eudora, vem em estojo com quatro tons diferentes, justamente para se adequar a todos os tipos de pele, com acabamento suave e longa duração. Também proporciona uma pele acetinada e um bronzeado natural.

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» A francesa Caudalie desenvolveu e patenteou um

tratamento antienvelhecimento da pele. Chamado Resveratrol Lift, ele compensa as perdas de ácido hialurônico e estimula sua produção. Reparada e preenchida desde o interior, a pele fica mais firme e jovem.

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» Líder mundial em processamento

de produtos com aloe vera, a Forever Living traz para o Brasil o R3 Factor, que age de três formas complementares: retém a água das células, renova essas células e regenera o colágeno da pele.

» Da marca gaúcha Essência

di Fiori, a linha Vitis Care é composta por produtos faciais que possuem em sua formulação do Resveratrol, um antioxidante derivado da uva que inibe a ação dos radicais livres, minimizando o envelhecimento cutâneo, a formação de rugas e a flacidez.

» A famosa linha de finalizadores Style Masters, da Revlon

Professional, ganha seis novos produtos de tratamento. São xampus e condicionadores com fórmulas compostas com extrato de bambu e proteínas vegetais, que proporcionam força e flexibilidade aos fios.


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Vida hype Mariana Reis Educadora física, personal e posing fitness coach

O mito do projeto verão

A

ntes de escrever sobre o tema, perguntei-me como poderia expressar minha tamanha ligação com o esporte – especialmente o balé e a ginástica artística – para abordar, de forma diferente, tudo que todos já sabem sobre a prática de atividade física. Foi graças ao balé que (depois do acidente que me levou, aos 20 anos, a usar cadeira de rodas) desafiei limites e resistências diante do desconhecido. A consciência corporal adquirida com muitas horas de ensaios e treinos possibilitou-me a (re)leitura mais suave do meu “novo” corpo. Daí para a faculdade de Educação Física foi um pulo. No entanto, apesar de tantas informações sobre a importância da prática da atividade física, muitas pessoas só se dão conta de sua necessidade diante de uma determinação médica ou com a chegada do verão, época que os tais esportistas querem “emagrecer”, com direito a dietas insanas para alcançar o “corpo perfeito” e exibi-lo nas praias. No entanto, no afã de emagrecer, muitos exageram nos exercícios físicos e comem de forma equivocada. A novidade é que o corpo também queima calorias quando está em repouso. E o excesso de atividade física pode reduzir o gasto calórico neste período, acredite.

Então anote aí.

Quem resolve – para atingir a meta do tal “projeto verão” – praticar exercícios de manhã, de tarde e de noite, sem um acompanhamento nutricional, vai reduzir a queima de gordura do metabolismo também em repouso. Porque essa prática, tão usual quanto equivocada, desacelera o metabolismo e torna o processo de emagrecimento bem mais lento.

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Tem mais. Quem decide preparar-se para o verão com atividades físicas repentinas, longas e intensas pode defrontar-se com o aumento da produção do hormônio cortisol. Em excesso, ele é responsável por aumentar o estresse, que prejudica o processo de emagrecimento.

Outro alerta.

Quem passa o ano inteiro sem exercícios e sem um controle alimentar e, de repente, resolve fazer atividade física por 24 horas e diminuir drasticamente a ingestão de calorias, pode até perder alguns quilinhos, mas vai recuperá-los em pouco tempo!

Minha dica

Mude a maneira de pensar sobre seu emagrecimento e busque um profissional, para dedicar-se a um correto programa de exercícios. Mas, lembre-se: antes de começar a praticar qualquer prática esportiva, consulte seu médico.


publieditorial

A paradisíaca Chez Domaine Quem chega ao endereço, um pequeno paraíso escondido entre o verde e as montanhas e cercado de belezas naturais, nas proximidades de Pedra Azul, fica encantado com o cenário. Essa primeira impressão se fortalece ainda mais quando o hóspede é apresentado ao charme das acomodações e aos produtos orgânicos, produzidos ali, sob a supervisão dos proprietários da Chez Domaine, Isabelle Cicatelli e Joaquim Silva.

D

e influência francesa, a pousada é mesmo um lugar único. Nos quartos, o aconchego é fortalecido pelo cuidado do casal com cada detalhe da decoração. A pousada está localizada no interior de uma fazenda de produção orgânica de alimentos certificados IBD (Instituto Biodinâmico). São 20 unidades entre suites, chalés e casas com decorações diferenciadas. As suites recebem nome de cores em francês, atendendo a cromoterapia, trazendo ainda mais bem estar para o

descanso. As camas king size, cuidadosamente arrumadas com roupas de cama confortáveis e de qualidade superior, explicam o motivo porque alí, o café da manhã, não tem hora para terminar. E os chalés têm também uma pequena cozinha equipada, favorecendo aos que desejam ficar mais tempo na pousada. A água é aquecida com energia solar, o lixo é seletivo, o material orgânico vira composto, conjunto que possibilitou à pousada receber o Selo Verde no guia Quatro Rodas.

Rodovia Sebastião Alves de Lima, Domingos Martins/ES (27) 3248-3124 www.domaine.com.br

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Divã hype Antônio Carlos Félix das Neves Psicólogo, psicanalista e professor antonic@terra.com.br

Vingança feminina

M

uitas mulheres têm um quê de vingança, uma reivindicação agressiva por não se sentirem suficientemente amadas pelos homens. A questão é saber se não são amadas porque querem permanecer eternamente insatisfeitas – se satisfazendo nas queixas – ou se realmente os homens se encontram acomodados em suas posições infantis, em nada a declarar sobre o amor. Como distinguir esse aspecto duplo inerente a qualquer reclamação feminina? Essa questão se fez presente quando uma mulher, por não se sentir considerada por seu marido, vivia irritada, reclamando pela casa, no trabalho e, claro, no consultório do analista. Suas vinganças se apresentavam mais ou menos assim: se ele queria branco, ela, preto; era sempre do contra quando ele parecia dizer coisas importantes; na hora em que ele mais a desejava, ela o recusava; fazia questão de falar mal de seus amigos, enfim, brigava por coisas insignificantes, nutrindo assim uma satisfação secreta pelo não sentido de suas reclamações. Ele, por sua vez, se via constantemente perdido por nunca saber agradar sua mulher. Depois de certo tempo de análise, ela rememora seus sentimentos de infância, transparecendo sua insatisfação com os cuidados maternos. A mãe, em seu discurso, não lhe dedicara a atenção devida, não era carinhosa e tampouco era afeita aos adornos femininos para ajeitar seus cabelos, vesti-la como menina e oferecer-lhe bonecas de presente. De tanto vingar a mãe em suas queixas dirigidas ao marido, ela então pôde perceber que a mãe não fizera o esperado porque não podia, e não porque não queria, uma vez que ela também foi menina um dia, numa geração anterior, não recebendo devidamente os cuidados de infância.

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Agora, reconciliando o mal-entendido com a mãe, ela pode experimentar com sua genitora afetos ainda não vividos. Mas com o marido... este permanecia em falta. Reagindo a um de seus descasos, ela novamente se vinga, deixando-o em uma situação desconcertante, exigindo dele melhores tratos como mulher. A vingança surtiu o efeito esperado. Ela diz então que não sentira culpa após a vingança feita, pelo contrário, após se sentir considerada, viveu momentos plenos de satisfação, se sentindo mais inteira. Essa vingança era justa, a outra, excesso. A vingança justa, comenta, era acordar o marido do seu sono de menino, intimando-o em sua virilidade, para que desse a ela um lugar de mulher, ela que até então ocupava uma posição muito masculina na relação. Assim, foi preciso um retorno da menina aos laços maternos, para que, no momento seguinte, despojando-se das reivindicações impossíveis à sua mãe, pudesse se dirigir a seu parceiro de outra forma, não mais como aquela menina ressentida, mas agora como uma mulher que coloca em dia o seu desejo, convocando o homem a sair do seu “berço” esplêndido.

Ilustração: Fernando Augusto


publieditorial

A queridinha das antenadas A carioca Daniele Melo Figueiredo Garcia usa sua bagagem como empresária na área de comércio exterior, logística e transporte para comandar a BALANGANDÃ, loja de acessórios que já se tornou a queridinha das antenadas, sejam elas adolescentes, jovens, modernas ou exigentes executivas.

F

uncionando em Vila Velha, há 10 anos, a Balangandã é um espaço onde você entra e não quer mais sair, pelo menos não antes de levar uma peça. Uma das razões, segundo Daniele, é que, além de todos as qualidades que a cliente encontra em sua loja – seja no atendimento, no conforto ou no mix de produtos que a Balangandã oferece –, acessórios conferem estilo ao look. E, afinal, que mulher não busca este resultado? A empresária aponta as tendências da estação, que já estão causando frisson entre suas clientes: ”Os maxi brincos, maxi colares e as cores fortes, como amarelo, laranja, turquesa e rosa são o must da temporada”, diz Daniele.

Av. Hugo Musso, 400, loja 7, Praia da Costa, Vila Velha/ES (27) 3340-6494 | 3340-6494 99275-4819 | 98863-4710 @usebalanganda Balangandã Acessórios

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Papo surreal hype

Daniel Craig

Um louro

matador Ele tem 47 anos, começou sua carreira no teatro e tem mais de 20 filmes no currículo. "Ele não é bonito" para os padrões convencionais (quem se importa com isso?), mas, inegavelmente, esbanja charme e sexy appeal. Pois é, o 007 mais charmoso e sedutor da saga do famoso agente secreto (depois de Sean Connery, vamos combinar...) é um ator inglês de poucos sorrisos, muita atitude e testosterona.

S

eu último filme, “007 Contra Spectre” que arrecadou milhões de dólares, para variar, foi rodado em um estúdio londrino, com cenas em Roma, na Cidade do México, nos alpes austríacos e no Marrocos. Há uma década interpretando o famoso agente secreto James Bond para a franquia, durante as filmagens, Daniel Craig não escondia seu entusiasmo por atuar sob a direção de Sam Mendes. Craig alcançou fama internacional em 2006, ao ser escolhido como o sexto ator para interpretar James Bond no cinema, substituindo Pierce Brosnan. Sua estreia no papel em “Casino Royale” foi muito elogiada pela crítica, obtendo indicação ao Bafta Award. Foi o filme de maior arrecadação da franquia. “Skyfall”, outro grande sucesso, foi lançado em 2012. Casado com a atriz Rachel Weisz, sua segunda mulher, Craig tem uma filha, Ella, de seu primeiro casamento com Fiona Loudon. Em 2006, ele entrou para a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Desde que assumiu o papel de Bond, Craig continuou a aparecer em outros filmes, como “Defiance”, “The Adventures of Tintin” e “The Girl with the Dragon Tattoo”. Confira nosso papo fictício, onde provocamos e somos provocados pelo ator.

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Você continua dispensando dublês nas cenas de grande risco?

» Depende do que você chama de “grande risco”. Estou ficando mais velho e mais medroso... Já não salto de alturas com o mesmo desempenho.

Quando de sua primeira indicação para o papel de James Bond, foram muitas as manifestações de desagrado. Achavam que você não tinha perfil para incorporar o personagem. Afinal, você mede apenas 1,78m...

» Você tem algum preconceito contra os

baixinhos? Quanto você mede? Um metro e meio? Ok, isso é uma brincadeira... É verdade que aconteceram várias campanhas na internet expressando insatisfação e até ameaças de boicote ao filme, como protesto por eu não ser moreno e lindo. Mas meu talento louro acabou vencendo, como você sabe...

É verdade que sua ex-mulher (Fiona Loundon) não queria sequer que mencionassem seu nome, depois que ela

Queríamos apenas que fosse uma cerimônia simples e íntima...

Como foi atuar ao lado de sua mulher em “Dream House”?

» Ela é uma grande atriz e uma grande companheira de trabalho. Adoramos estar juntos no filme, que tem uma grande carga de suspense. Se você não o assistiu, recomendo que o veja. É bastante assustador... Como você se relaciona com o filho de Rachel, Henry, e com o ex-marido dela, o diretor de “Cisne Negro”, Darren Aronofky?

»

Muito bem. Por que seria diferente? Somos pessoas civilizadas e cordiais.

Nas horas vagas, você prefere ler e ouvir música ou escalar montanhas e saltar de paraquedas?

» Se você perguntar a James Bond, talvez

ele prefira saltar de paraquedas na cama de uma bela mulher. Eu fico com a leitura, a música, meus cachorrros e minha família. De perto, acredite, sou bem normal...

soube que você havia se casado com a bela e talentosa Rachel Weisz?

»

Isso já passou e Fiona superou tudo. Assunto encerrado.

Mas por que você se casou secretamente com Rachel Weisz?

»

Não foi nada secreto. Vocês acham que atores de cinema têm sempre que fazer espetáculos de sua vida privada?

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Personagem hype

Xuxu Neffa

A trajetória de uma

obstinada Por Betty Feliz| Fotos: Cloves Louzada

Aos 27 anos, formado em violino e piano clássico, o capixaba SILVA já não ouve mais as comparações que, no início da carreira, em 2011 – quando estourou com um EP que misturava elementos da música brasileira com eletrônica, letras em estilo poético e voz suave – , o associavam a outros artistas brasileiros

L

úcia Murad Neffa, que nove entre dez pessoas conhecem como Xuxu (apelido de infância) define-se como obstinada. Mas também poderia ser autêntica, teimosa, workholic e... corajosa! A empresária, ex-auditora contábil e filha mais nova de uma família libanesa, tradicional em Vitória, assume que seu mérito maior “está na obstinação quase patológica” em tudo que se propõe fazer e no “amor incontrolável às empresas que compõem o Grupo Neffa”, do qual é diretora. “Estou sempre buscando novos desafios. Obstinada, eis a palavra que me define com clareza”, diz Xuxu, que está comemorando o fato de seu livro, “Sete pecados empresariais: relatos próprios e impróprios de uma herdeira”, estar entre os 15 mais vendidos do país. Na obra, a empresária conta sua conturbada trajetória no Grupo Neffa. Ela nega, no entanto, que escrevê-lo tenha sido uma catarse.

Você se lembra em que momento, especificamente, sentiu germinar a semente do livro em sua cabeça?

»A ideia desabrochou no início de minha carreira profissional, trabalhando no Grupo Neffa. Nessa época, percebi a complexidade do tema e disse à minha mãe que, no momento oportuno, escreveria sobre o assunto.

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Como chegou ao título da obra? Por que “Sete pecados empresariais”?

» Busquei, pouco a pouco, um nome que

não fosse árido, a fim de agradar a quem estivesse ou não inserido em uma empresa familiar. Diante da estratégia, associei os pecados capitais aos empresariais, já que ambos são afins e inerentes ao ser humano. Quem nega haver em uma corporação gula, preguiça, soberba, ira, avareza, inveja e até luxúria? Quantos não fazem uso do caixa da empresa para o seu festim privado, numa gula insana pelo dinheiro da coletividade, no caso, o corpo societário? E aqueles que fazem corpo mole quando o assunto são obrigações a eles destinadas?

Em seu livro, apesar de detalhar em minúcias características dos personagens responsáveis por “fatos terríveis e imorais” que ocorreram na empresa, durante sua trajetória, você omite nomes...

» Não convém troca de farpas. O livro foi

escrito quando a fase conturbada havia passado. Trabalho hoje com diretores e colaboradores afáveis e comprometidos com os objetivos da empresa. Quero, apenas, apoiar os que estejam vulneráveis. O desenvolvimento ou o resgate de um patrimônio de família é tarefa árdua, mas não impossível, mesmo quando tudo parece estar perdido.

Você diz que “ter opinião é muito perigoso”, mas é famosa por seu estilo direto e reto...

»Vivo perigosamente, seja na vida pes-

soal, seja na profissional. Sempre fui autêntica. No dia a dia, apresento-me sem máscaras. A carreira empresarial,

embrenhada na minha alma, implica riscos. Essa é minha vocação. Tudo o que escrevo é real. Jamais forjaria narrativas ou padrões de comportamento por mera conveniência pessoal.

Que impacto você acha que a obra está causando nos leitores? De que forma os “relatos próprios e impróprios de uma herdeira” podem ser usados por sucessores de empresas familiares?

» Sociedade familiar é um enredo para lá de batido, mas que ninguém traz à baila relatando suas entranhas, por reservas fúteis. O livro não é impactante, tampouco agressivo. A história aborda bastidores de famílias, técnicas de gestão, orientações pessoais e muito mais. Alguns exemplos públicos de patrimônios mutilados são relembrados. Recheei assuntos relevantes com certa ironia para dar suporte ao arcabouço fim: como se comportar no interior de uma empresa de família que, em última análise, é um patrimônio público. Fale da relação com sua mãe e com seu pai.

» Minha mãe é para mim o que as boas

mães são para seus filhos. Mãe é tudo. O desenrolar dos capítulos mostra, porém, uma mãe que muito me apoiou para a profissionalização da empresa. Graças a ela, em especial, o legado se perpetua com o trabalho incondicional de dois de meus irmãos e sócios: Flávia e Marco Antônio.

Enumere três principais pecados capitais e três virtudes de um gestor.

» Pecados: gula pelo dinheiro alheio, inveja de seus pares e ira diante do desenvolvimento profissional do outro. Quanto às virtudes, diria: saber escutar, saber hypeonline.com.br 21


Personagem hype

recuar e saber o melhor momento de contra-atacar.

Você conta no livro que sacrificou o lazer em favor do trabalho. Você é uma workaholic assumida?

identificou comigo. Granjeei simpatia de uns, falei por muitos, exerci influências sobre outros, mas também desagradei. Diria que sou uma polemista, mas nem de longe uma escritora de sucesso.

» A dedicação a qualquer objeto requer

privações. A vida são escolhas. Não se pode ter tudo, não se pode querer tudo. Adoro trabalhar e descansar trabalhando.

Mas de que prazeres, definitivamente, você não abre mão nos seus raros momentos de folga?

» Ler, estudar, malhar e sorrir.

Você diria que escrever esse livro foi uma espécie de catarse?

» De forma alguma! Foi com enorme

prazer que relembrei passagens, que, apesar do tempo decorrido, estavam vivas. Eram cenas tecidas em minha memória brotando minuto a minuto. As dificuldades que enfrentei foram decisivas para minha maturidade profissional. Nada de sofrimento, nada de mágoa, nada de trauma...

Em algum momento pensou em desistir ou reescrevê-lo?

» Desistir, jamais, sou pertinaz. Quanto

ao aprimoramento do texto, a cada releitura tenho vontade de agregar algum detalhe. A busca pela excelência deve ser incessante.

Depois do êxito alcançado com "Sete Pecados Empresariais", você se considera uma escritora de sucesso?

» Lancei profundas raízes dentro de mim

mesma para resgatar fatos da organização familiar em que estive inserida. Pesquisei o tema por alguns anos e redigi um livro legítimo, sem reservas. O leitor se

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Um trecho

» “ Fui testemunha de fatos horrendos, estive

presente o tempo todo, e não saí correndo aterrorizada, ou às risadas. Hoje, finalmente, os infames são espectros do passado, imobilizados como certos livros tenebrosos e medonhos esquecidos em estantes de velhas das bibliotecas. (...) Apesar de tudo, reconheço ser a vida empresarial o meu sacerdócio, a minha amável obsessão, para a qual pendi desde pequenina, a despeito de todas as contingências. Acho, no fundo, que esta obra é uma confissão, e é a confissão – e não o padre – que nos dá a absolvição.”

“Sete pecados empresariais: relatos próprios e impróprios de uma herdeira, de Lúcia (Xuxu) Murad Neffa


publieditorial

Essência di Fiori: um irresistível apelo aos sentidos Uma viagem de lazer para as serras gaúchas inspirou o espírito empreendedor de Thiago Fosse a idealizar a Pétalas Cosméticos, uma empresa capixaba que traz para o Espírito Santo, com exclusividade, a distribuição dos produtos da marca gaúcha Essência di Fiori.

S

ediada em meio aos vinhedos na localidade de São Valentim, Bento Gonçalves, a Essência Di Fiori inspira-se na natureza, tranquilidade e beleza que somente essa região oferece para desenvolver produtos a partir de ativos naturais extraídos da uva, do vinho e da erva mate. O resultado são produtos que proporcionam estímulos aos sentidos através de toque suave, aromas envolventes e excelentes resultados. Os produtos atendem a todos os gostos e a todas as necessidades: hidratação, tratamento e bem-estar, por meio de linhas que vão desde produtos para o dia a dia até o uso profissional para salões de cabeleireiros e centros de tratamentos estéticos. E até mesmo produtos para perfumar ambientes residenciais e comerciais.

Conheça as linhas da Essencia Di Fiori: • Higiene e Limpeza: sabonetes líquidos com aromas variados e destaque para o exclusivo chef de cozinha, elaborado para neutralizar os odores das mãos antes e depois do preparo de alimentos. • Vinhas de Algodão: um charmoso kit de SPA dos pés promove relaxamento e alívio de tensões do dia a dia, além de hidratação profunda. • Uva: o xampu e condicionador para uso diário confere brilho e vitalidade aos cabelos. • Erva Mate: o xampu e o condicionador da linha Erva Mate têm a função de limpeza profunda sem agressão dos fios. • Vitis Therapy: produtos de uso profissional para tratamentos estéticos, com opções de uso home care para continuidade do tratamento em casa. • Casa e Conforto: aromatizadores de ambientes.

Rua XV de Novembro, 330, Shopping Cartier Plaza (27) 3534-5026 | 99993-1102 www.petalascosmeticos.com.br Facebook: PetalasCosmeticos

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Ensaio hype

Qual é a sua onda? A

resposta a essa perguntinha básica está nas lindas imagens que vê neste ensaio, realizado em um belo e luminoso dia de sol, em um recanto paradisíaco de Guarapari. A nossa onda, neste verão, é pegar uma praia, de preferência todos os dias da semana. E nem poderia ser diferente. Afinal, viver no Espírito Santo – e,para quem pode, à beira-mar –, além de um privilégio, é quase um ritual do qual não se pode fugir, sob pena de ser alijado do melhor programa. E para que você não faça feio, nossa equipe caprichou no visual das modelos, explorando estilos os mais variados, que vão dos clássicos biquínis cortininha até o vintage hot pant (a calcinha de cintura alta) e o estilo cropped. A calcinha alta é democrática – gordinhas e magrinhas ficam bem dentro dela – e o cropped tanto pode desfilar nas areias quanto fora dela, compondo looks moderninhos, com saias e calças. As estampas flertam com a natureza e a arte, exibindo grafismos e o famoso tie-dye, nesta que é uma autêntica celebração ao deus sol.

Ficha técnica » Fotógrafo: Faelo Ribeiro (faeloribeiro.com.br) » Produção: Mah Meirelles » Beleza: Victor Henriques » Modelos: Luisa Monteiro e Lais Dutra (All Models) » Assistente de fotografia: Will Ribeiro

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Âť Biquini Sol de VerĂŁo, brincos e bracelete Di Ferolla, pulseiras coloridas Metal Nobre

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Ensaio hype

» Biquíni By Secret, óculos Fendi para Óticas Paris, brincos, chapéu e bracelete Di Ferolla

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» Biquíni Magia do Mar, brincos e colar Bambú, bracelete Metal Nobre

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Ensaio hype

» Biquíni By Secret, óculos Miu Miu para Óticas Paris, colares, brincos e bracelete Di Ferolla, sandália Clube Melissa

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» Biquíni CostaBlu, brincos e pulseiras Bambú

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Ensaio hype

禄 Mai么 By Secret, brincos Metal Nobre

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Âť BiquĂ­ni By Secret, brincos e colar Metal Nobre, anel Di Ferolla

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Ensaio hype » Biquíni CostaBlu, brincos Di Ferolla, bracelete Metal Nobre e sandália Clube Melissa

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» Biquíni Sol de Verão, chapéu e bracelete Di Ferolla, colar Metal Nobre

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Consumo hype

Verão democrático Nesta estação há espaço para tudo: novos tecidos, releitura de clássicos, inspiração em formas e cores e até animal print.

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»U tilizando neoprene, a Salt Sun & Bikinis desenvolveu peças inspiradas em esportes aquáticos diversos e em cores e estampas que prestigiam o verão, o lifestyle litorâneo, a beleza brasileira e os movimentos estéticos de moda.

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» C onsagrado nas passarelas, o

estilo hippie chic ganhou releitura pelo olhar contemporâneo de Carmen Steffens.

» C amila Klein desenvolveu

a coleção Melissa Tacher inspirada nas formas e cores, apostando em metais nos banhos ouro velho e grafite, com rubi indiano e turquesa reconstituída.


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» O phyton aparece na coleção de

» O alegre maiô da

verão da Elyane Fiuza Luxury Bags, compondo uma peça clássica que pode acompanhar desde um vestido de festa até looks mais despojados.

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coleção Summer of Love, de Cris Barros, cujo beachwear dá continuidade ao verão 2016 da estilista.

» Heliana Lages inspirou-se na azulejaria portuguesa

para compor Lusitana, coleção de brincos, colares e pulseiras em composições geométricas e vegetalistas.

» Depois que a Pantone

elegeu o rosa quartzo como a cor do verão 2016, a Loucos & Santos faz um convite ao pink, em peças que acompanham todos os looks e que aparecem nos mais diversos tons de rosa.

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» T odos os modelos da

coleção cápsula de Viviela London para Ana Merotto Shoes foram executados à mão em couro phyton legítimo, sob licença do Ibama e até com certificado de procedência e manejo sustentável.

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Turismo hype

Viajando.com

Flávia Dalla Bernardina

Uma estreante na Bienal Fotos: arquivo pessoal

Excepcionalmente nesta edição, nossa seção ganhou um toque especial: um relato exclusivo da escritora Flávia Dalla Bernardina, que, literalmente, mergulhou na Bienal de Dança italiana.

E

u protelo. Vou e volto nas fotos, sempre por acaso. Há três meses do meu retorno, não consigo entregar o texto. Não consigo porque, no fundo, não quero destrinchá-lo em palavras. A verdade é: não quero me despedir de Veneza. Mas como tudo na vida chega a um fim, é preciso compartilhar essa história, que aconteceu de repente, não mais que de repente, num convite informal, por pessoas queridas, sem maiores pretensões. Logo eu, que levo (quase) tudo pelo lado transcendental, acredito que minhas viagens são (quase) todas percursos espirituais. Explico: não estou nem aí para sair desavisadamente, para não fazer nada ou para dizer que fui. Para isso tenho um lugar melhor, que é a minha casa. Quando viajo não visito o ponto turístico. Eu preciso deixar espaço para voltar. E se alguém me perguntar se comi naquele restaurante, eu digo que sim – mesmo sem ter passado perto – só para cortar o drama da conversa. Se precisar acordar tarde,

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que seja! Vamos tomar café na hora do almoço. Quando saio é porque tenho que, porque sou convocada, impelida. E dessa viagem uma coisa estava certa em minha cabeça – eu tinha que ir. Entre o convite e meu embarque o prazo foi curto, algo em torno de um mês. E como eu previa, tudo conspirou para que eu encontrasse meu destino. Chego na Itália e a sensação é de casa. É inevitável, mas eu me identifico com o cotidiano italiano, a maneira com que se relacionam entre si, com a comida e com a bebida. Entendo o fato de serem rudes: para mim soa mais como um senso de realidade, de praticidade, do que como falta de educação. Já no aeroporto de Roma, aguardando o voo, me apresso em pedir um espresso: estou oficialmente ali, na terra dos meus ascendentes e começo a gastar meu italiano – e ai de alguém se falar em inglês comigo. Me ofendo.


Veneza é meu destino após 10 anos. Mais especificamente, a minha estreia na Biennale di Venezia. Chego e é sempre como se fosse a primeira vez. Do aeroporto, a linea arancia do Alaliguna me leva para minha “estação”. Meu olhar é incansável, o horizonte, os detalhes, as ruas sobre o mar. É tudo sedimentado de uma forma tão linda que nem consigo tirar fotos. Fotografo com os olhos, com uma certa apreensão: o presente se esvai em milésimos de segundo. Quando chego no quarto não existe cansaço, há tanto para ver que preciso me acalmar – nada que uma taça de vinho branco não resolva. Ganho a rua, ganho a vida, estou comigo, o tempo é meu amigo. De primeiro, visito a coleção de Peggy Guggenheim, que não consegui da última vez, porque estava fechado. Benditas terças-feiras! Aquele azar que é uma sorte, que me faz voltar. O dia estava lindo, um sol de rachar, um céu azul de doer a vista. Veneza cheia de turistas. E eu sempre consigo criar uma bolha nem tão impermeável assim, a ponto de me afastar do que não quero e me aproximar exatamente do que me encanta. Após atravessar a Ponte dell’Accademia, para ganhar o bairro de Dorsoduro, em direção à Casa de Peggy, um sinal reluz à minha frente: Biennale di Danza, 25 a 28 Giugno. Eu paro e sorrio para

mim. São as coincidências do universo me respondendo, sim Flávia, sim! Guardo para mim a alegria – eu não sabia da Bienal de Dança. Como uma bruschetta com meu nome e uma taça de espumante para comemorar. Subestimamos a força do pensamento. Tudo é possível. A parti dali e nos dias seguintes sou dragada para o fantástico mundo de Peggy (quem dera ter podido frequentar suas festas), para os espetáculos de dança nas ruas e nos teatros, pelos eventi collateralli da Bienal, que aconteciam no meio da cidade, integrando a arte contemporânea aos palazzos de época venezianos, pelos sorvetes e pelos vinhos, pela mostra no Giardini e Arsenale. De Marina Abramovic a Anish Kapour, Walker Evans a José Louro, jantar no Harry’s, andar sozinha à noite com um medo desnecessário de virar perfume. Comi, bebi, celebrei. Sozinha e acompanhada, descobrindo a vida que se revelava sem planos debaixo dos meus próprios olhos. Eu poderia ter ficado em casa, mas escolhi viajar. Só escolhi viajar porque sabia que seria dessa forma. Senão, prefiro ficar em casa".

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Boulevard Bacutia

Um projeto original na Enseada Azul

Colônia de férias, moda, estética, acessórios, perfumaria, semijoias, café, música e cultura, além de outras novidades, estão atraindo os veranistas e turistas nesta temporada quente que está agitando a Enseada Azul.

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C

riado com o objetivo de movimentar a região de Guarapari e adjacências, neste verão de 2016, o Boulevard Bacutia está cumprindo o que prometeu. Mais de 40 contêineres espalhados pela área onde funciona o Clube de Tênis, na Enseada Azul - local que foi transformado em autêntico point de verão - foram ocupados com diversos tipos de negócios. Compras, lazer, entretenimento e gastronomia estão atraindo o turista e o capixaba que veraneiam ou estão de passagem pela região. O evento tem à frente a Iamonde Design de Eventos e a Seven Agência de Eventos e, segundo o empresário Alfonso Silva, da Studio Brasil, que assina o projeto, “trata-se de uma experiência piloto inovadora, de caráter itinerante, com grande potencial de negócios”. Dentre as marcas que estão expostas no Boulevard Bacutia estão My Dreams, Milu Boutique, Studio Harmonie, Clube das Marcas, Maria Vai com as Ostras, Lune di Oro, Q Joia Ltda / Isa Collection Multimarcas, Barguem, Copassa Moda Praia, Rosita Moda Praia, Daillus Cosméticos, Negralinda Sapatos, Villa Cintos Cintos, Gisele Amorim, Pura Vida Brasil

Perfumaria, Praia, Mercado dos Folheados, Coloret Sorvete e Açaí, Samira San, Chilly Beans e Lúdica( espaço infantil onde funciona uma colônia de férias). Inspirado nos boulevards europeus a céu aberto, os contêineres foram dispostos em ilhas centrais e nos corredores laterais da área onde o shopping foi instalado. Nestas lojas container estão sendo comercializadas roupas, calçados, perfumaria, acessórios e produtos de, cama,mesa e banho, entre outros itens da área gastronômica. Além disso, uma programação cultural envolvendo shows com artistas capixabas e outras atividades também oferecem atrativos para o público. Um posto para atendimento ao turista, da Secretaria Municipal de Guarapari, está funcionando no local. Montada no centro da área de exposição, uma simpática e atraente área de convivência e desgustação convida a relaxar e a deliciar-se com vinhos, cervejas especiais e iguarias que vão de café e frutos do mar, a pasteis, sanduiches e sorvetes, opções gastronômicas oferecidas pelo Boulevard Bacutia. Não deixe de conferir!


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Recebendo com arte e bom gosto Especializada em locação de móveis e materiais para festas e eventos, a PRAZER EM RECEBER é a empresa que você procurava.

O

ferecendo produtos e serviços de alta qualidade para todo tipo de ocasião, desde pequenos jantares em casa até eventos de grande porte, a marca da Prazer em Receber é garantir qualidade e modernidade em tudo que faz. Sempre em contato com as tendências do mercado, em seu showroom, localizado na Praia da Costa, é possível encontrar um diversificado portfólio de produtos, com ampla variedade em

modelos, cores e designs de mesas e cadeiras, louças, copos, taças, talheres, baixelas, rechauds, itens de decoração, entre outros. Por acreditar que receber pessoas é uma arte e um desafio estimulante fazer de um evento sucesso, a Prazer em Receber cuida de cada detalhe com muito zelo e carinho. Visite o showroom da empresa e confira você mesmo. Será um prazer receber sua visita.

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Tudo hype

Pequenininho, mas potente

» A Sony Brasil traz para o mercado nacional um mini alto-falante que promete fazer a festa nas comemorações e encontros informais. Além de compacto, o aparelho tem um som poderoso, graças a um sofisticado sistema que espalha a música em 360º e preenche o

ambiente com alta fidelidade de graves e agudos. O melhor é que o alto-falante reproduz músicas diretamente do smartphone, tablet, notebook ou outra fonte de áudio pela entrada auxiliar ou ainda sem fio, via Bluetooth ou NFC (near field communication).

Dois em um

» Este espelho da Mobili Intelligenti... não, espere ai... Não é só um espelho! Este espelho penteadeira, no melhor estilo dois em um, é ideal para aqueles que não abrem mão de móveis modernos e funcionais, principalmente para aqueles espaços mais apertadinhos. O móvel é de madeira e vem diretamente da Itália, personificando muito bem o conceito de móveis transformáveis.

Vitrolas moderninhas » Para os amantes de uma boa

música, dos mais conservadores aos modernos, a Imaginarium lançou uma coleção de vitrolas de mala que são um luxo. Além de incentivarem o hábito de ouvir músicas com referência de som de qualidade, elas resgatam o estilo retrô e garantem mobilidade. Com uma caixa de som integrada e uma bateria de íon-lítio embutida,

cada modelo proporciona até quatro horas de uso contínuo, além de acompanhar cabo USB, uma agulha extra e um CD com o software para gravar e editar músicas. A peça também pode ser conectada em caixas de som externas e em computadores através do cabo, transformando as músicas dos vinis em arquivos de MP3.

Almofadas do bem

» Quem nos acompanha sabe que a gente

adora almofadas. Por isso, não podemos deixar passarem em branco estas assinadas pelo artista plástico David Dalmau e produzidas pelas participantes do projeto Aviva, que capacita mulheres socialmente vulneráveis por meio de oficinas profissionalizantes. O

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resultado são belos trabalhos que são colocados à venda e geram renda a elas e ao projeto, o que contribui também para o aumento da autoestima e da confiança. Com a venda das almofadas, será possível a ampliação dos atendimentos no Aviva, bem como melhorias na infraestrutura do local.


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NM Transporte Executivo Excelência, fidelidade, pontualidade, segurança e personalização

E

stá em busca de uma empresa eficiente, qualificada e segura, direcionada ao atendimento de clientes eventuais e mensais no mercado de transporte executivo? Então você acaba de encontrar! A NM Transporte Executivo dispõe de uma frota própria, com uma rede de profissionais altamente capacitada para exercer este trabalho com excelência e personalização. Fidelidade e confiança são nossas palavras de ordem. Pontualidade, eficiência e cordialidade, nosso diferencial. Oferecemos a você, seus clientes, familiares e/ou seus funcionários o que há de melhor em transporte personalizado que preza pela qualidade no atendimento.

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André Andrès andreandres.hype@outlook.com

Vinho hype

Serra da Boa Esperança D ias atrás, estava observando a grama do jardim de minha casa. Como os dias andavam muito secos, a parte do gramado mais protegida do sol estava com um verde mais vivo. Essa proteção é proporcionada por uma sombra gerada pela parte superior do sobrado. Resultado: a área sombreada é reta e, portanto, a linha divisória entre a grama verde e a amarelada também ficou reta. Lembrei-me imediatamente das explicações dos enólogos e produtores de vinho sobre seus terrenos, a formação geológica, a maneira como o sol incide sobre as frutas etc. Para a maioria das pessoas, é exagero. A linha reta na grama é formada por centímetros de diferença entre a área sombreada e a outra, exposta ao sol. Imagine quando essa distância se estende por metros ou quilômetros… Isso ocorre atualmente com a região de Pinto Bandeira. Ela fica em Bento Gonçalves, assim como o Vale dos Vinhedos, mas por uma série de motivos

Cave Geisse Brut Tanto a versão Brut, citada aqui, quanto a Nature são excelentes. O Brut é uma combinação de duas expressões do terroir de Pinto Bandeira: a Chardonnay e a Pinot Noir. É produzido pelo sistema champenoise e o mosto amadurece por 24 meses antes de chegar ao mercado. É leve, muito gostoso. E premiado: foi o campeão da categoria na Grande Prova de Vinhos do Brasil deste ano. Preço: R$ 80

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(altitude, solo, clima, produção), os vinhos saídos dali têm características muito particulares. A Chardonnay e a Pinot Noir, por exemplo, se adaptaram muito bem ali. Por isso não é surpresa os espumantes produzidos em Pinto Bandeira estarem entre os melhores do país. Cave Geisse vem de lá. Valmarino também. Também isso explica o ótimo Chardonnay produzido pela Aurora, num belo projeto desenvolvido na serra. Os produtores da região se organizaram, criaram uma associação e foram além: estabeleceram regras para um selo de Indicação de Procedência. Em outras palavras, castas e métodos de produção são predeterminados, para manter um padrão de qualidade estável. E confiável. Uma referência de qualidade. Porque ao deparar-se com o selo de Pinto Bandeira em uma garrafa, o consumidor saberá que está distante de algo de qualidade, vindo de uma serra de onde brotam ótimos brancos e tintos, além da esperança de uma maior evolução dos vinhos brasileiros.

Aurora Chardonnay Pinto Bandeira

Valmarino Churchil Extra Brut

A vinícola Aurora trabalha principalmente com milhões de quilos de uvas produzidos por seus cooperados. Mas em Pinto Bandeira o projeto é próprio. E uma das apostas certeiras é o Chardonnay. As safras anteriores tinham maior presença de madeira, com toques de manteiga e amêndoas. A mais recente valoriza mais a fruta, com uma acidez equilibrada. Muito bom! Preço: R$ 60

O nome é resultante da associação da vinícola, pertencente a Orval Salton, e Nathan Churchill. A Valmarino é uma vinícola pequena, ousada em suas experimentações. No caso do Extra Brut, a combinação é tradicional: Chardonnay e Pinot Noir. A mescla passa um ano em carvalho. Ganha toques de panificação, típicos de champanhe. Muito bom! Preço: R$ 60


Comer bem hype

Sylvia Lis | Chef sylvialisc@gmail.com

Pesadelos S

de verão

e fosse escrever hoje, Shakespeare certamente não chamaria sua peça de “Sonho de uma noite de verão”, pois essa maravilhosa estação do ano, que sempre foi invejada pelos países acima do Equador, tornou-se um pesadelo para nós, aqui dos trópicos, não apenas pelas altas temperaturas, que agora vão acima dos 40°C, mas, sobretudo, pela ditadura dos corpos femininos quase esquálidos e dos masculinos bombados, o que, algumas vezes, também se verifica nas mulheres. Jornais, revistas e sites sempre anunciam a contagem regressiva para o verão. E conclamam todos, indistintamente, sejam gordinhos ou magrinhos, a se engajarem em um programa mágico que lhes garante em poucos dias o sucesso de um sonhado “corpo de verão”. Quando vejo esses apelos, me pergunto: será que ainda somos tão ingênuos? Será que ainda acreditamos em milagres dessa natureza? Tristemente, concluo que a resposta é afirmativa, uma vez que todos os anos a mesma conversa se repete. É bem verdade que veículos mais sérios e comprometidos trazem, ao longo do ano, matérias sobre saúde e educação alimentar, em nome da qualidade de vida que passa por melhor desempenho físico, resultante de bons hábitos alimentares e exercícios constantes. Aliás, creio que constância é a palavra-chave para a mudança de hábitos e a perpetuação daquilo que queremos alcançar e viver. O acesso a novas descobertas da ciência e da nutrição nos possibilita construir nosso futuro de forma diferente de quando éramos mais jovens. Na era digital, sites e blogs que prometem milagres se reproduzem em progressão

assustadora. Citam até o milagre da barriga negativa de Ana Maria Braga e de outras celebridades que penso nem saberem que estão a usar seu santo nome em vão, senão não o cederiam para tamanha insanidade. Se conseguirmos sair dos alimentos industrializados, cheios de química, e nos voltarmos para alimentos frescos, puros e saudáveis, já estamos traçando um rumo melhor para nosso futuro. A valorização dos pequenos produtores nos fará bem e garantirá o crescimento da cultura da saúde. A mudança, para mim, veio com sofrimento. Custou-me a perda da vesícula supurada e saturada de gorduras ingeridas sem controle. Mas, graças ao mal, cheguei ao bem. Descobri um mundo “magro” e saboroso! Modifiquei muitas receitas antigas para diminuir gorduras e incorporei-as ao cardápio da família com sucesso de público! Coisas simples, assim como o arroz e o feijão nosso de cada dia. Passamos a valorizar os assados – carnes, peixes e legumes –, as ervas e o sal marinho e em muito menor quantidade, deixando que cada ingrediente sobressaia pelo seu sabor intrínseco, como fazem os espanhóis. Hoje sou mais leve, em todos os aspectos de minha vida e, portanto, mais feliz. Então, minhas palavras de ordem são “abaixo a ditadura do corpo sarado” e “viva a liberdade de um corpo saudável e um futuro feliz”!

Confira no site www. hypeonline. com.br a receita do Feijão Magro da chef Sylvia Lis

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Casa hype

Cores,

flores e amores Hype está apaixonada por estas peças coloridas e super charmosas para decorar com personalidade. E, vamos combinar, elas são a cara do verão, não é mesmo?

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»D a By Kamy, o estiloso

banco Maracatu é feito 100% em poliéster e vem nas cores verde e vermelha.

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» F rida Kahlo é sucesso na Mobly,

onde uma seleção de móveis e objetos de decoração foi inspirada na artista mexicana.


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» P ara um cantinho especial, o bar Erio, da Formatual Móveis, é produzido em madeira de lei Tauari com acabamento em laca alto brilho.

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» P rojetada pelo arquiteto

Claudio Bellini, a mesa Labirinto, da coleção Natuzzo Italia, combina beleza e funcionalidade, numa peça de vidro fino, mas altamente resistente.

» F lores estampadas em móveis são a proposta da

linha Chita Gabriela, da My Gipsy Bossa. São aparadores, cadeiras, banquinhos e mesas ricos em detalhes e muitas cores estampadas na madeira.

»M arcelo Sommer criou para a Tok&Stok a bandeja Folksy, com flores e cores que são a cara do verão.

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ZoOm hype

Ana Paula Vescovi

“Não somos o cargo que ocupamos” Por Betty Feliz | Foto: Romero Mendonça – Secom/ES

Discreta, disciplinada e pouco afeita à exposição social, a secretária de Estado da Fazenda, Ana Paula Vescovi, não sonha, como a maioria das pessoas, com um objeto de desejo material: ela ambiciona ver os filhos crescerem “íntegros e felizes e, também, envelhecer ao lado do marido, família e amigos”

A

na Paula ssume que sua marca registrada é mesmo a disciplina, e que “isso tem sido fundamental para conciliar o trabalho e a vida pessoal”, sobre a qual, no entanto, revela pouco, a não ser que curte cinema, adora assistir filmes com os filhos e ouvir rock dos anos 80 e 90. “Trago comigo um compromisso sincero com o país. Entrei no serviço público porque me sentia vocacionada. Tenho paixão pela minha profissão e aqueles que convivem comigo percebem logo isso. Também me vejo como uma pessoa muito determinada nas minhas tarefas, tanto na área profissional quanto na pessoal”, diz a secretária. Mestre em Economia do Setor Público (UNB) e mestre em Administração Pública pela Fundação Getulio Vargas, esta especialista em Políticas Públicas

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e Gestão Governamental orgulha-se do trabalho realizado no Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), no período em que esteve à frente da instituição. “Colocamos o IJSN na trilha de avaliação das políticas públicas e resgatamos o carinho e a admiração que os capixabas sempre tiveram pelo Instituto.” À frente da Sefaz, ela pretende fazer o mesmo. “Permitir que o capixaba reconheça a importância do trabalho aqui realizado, sinta respeito pelo desempenho da Receita e do Tesouro Estadual e ajude a construir uma atuação mais justa no retorno dos impostos à sociedade.” Seu grande objetivo? “Aproximar o cidadão do conhecimento das finanças públicas estaduais.” A secretária conhece bem os desafios que tem à sua frente. E começa citando “o ajuste das contas estaduais, após sua desorganização no passado recente, tendo como cenário a profunda crise que observamos no Brasil”. Mas, “uma vez no caminho do ajuste”, pretende, com seu trabalho e o de sua equipe, “assegurar o equilíbrio de longo prazo das finanças e estabelecer as condições para que o Estado do Espírito Santo volte a crescer e se desenvolver”. “Com as ações que estamos implementando na Receita Estadual, acredito que o capixaba tem percebido, e vai perceber cada vez mais, o fisco mais atuante e cumprindo o seu papel na sociedade. Nosso objetivo é que o cidadão entenda nosso esforço em promover um ambiente competitivo, mais justo, e a aplicação dos impostos em serviços públicos de qualidade. Ao contrário da maioria dos estados brasileiros, nós não aumentamos impostos, defendendo, explicitamente, o emprego dos capixabas”, diz Ana Paula. Para ela, “o Tesouro Estadual tem avançado rapidamente no

monitoramento das despesas correntes do Estado, na gestão austera da sua dívida e nos requisitos de transparência”. E faz questão de enfatizar: “Já neste ano, adotamos ações inéditas no País, como a divulgação do resultado do caixa do Tesouro, para que o cidadão conheça melhor a situação das contas estaduais.”

Para onde caminha o Espírito Santo, secretária?

“O Espírito Santo tem caminhado para a busca das suas vantagens competitivas, como forma de recuperar a prosperidade. Temos um Estado com muitas potencialidades, tanto nos negócios quanto nas suas instâncias sociais. Caminhamos para sair organizadamente da crise. Nosso Estado pode ser mais leve e eficiente e, assim, tem condições de promover essas potencialidades que se encontram nas empresas, nos estudantes, trabalhadores e nas famílias capixabas”, responde, otimista. Apesar de lidar com gráficos e números o dia inteiro, e pautar-se em dados empíricos e bons conceitos, Ana Paula admite que, na sua tomada de decisões, também entram em cena seus “valores e a intuição feminina”. Sobre ser uma pessoa muito reservada, ela admite: “Procuro sempre preservar minha família e amigos, para que, assim, possamos manter relações verdadeiras e duradouras. Minha grande certeza é que não somos o cargo que ocupamos. Isso é temporário. O que fica é a reputação que construímos a partir dos nossos atos. Somos exemplo para nossos filhos, e não somente para eles, mas também para as próximas gerações”. Por isso mesmo, aos domingos, único dia em que a secretária consegue almoçar junto com a família, é ela quem prepara o prato principal.

Mais de perto Filme preferido “Meia-noite em Paris”, de Wood Allen.

Livro de cabeceira

“Porque as Nações Fracassam”, de Daron Acemoglu e James Robinson.

Trilha sonora Coldplay

Não sai da bolsa Terço.

Cor

Todas.

Lugar dos sonhos Minha casa.

País

Brasil, com todos os seus desafios e contradições.

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y t t e B z i l Fe

8 questões para

Alza Alves

Ela é carioca, mas depois de 17 anos morando em Vitória, está totalmente “aculturada”. Ou quase. No Rio, Alza trabalhou como produtora, professora de educação infantil e cantora em diversos segmentos, incluindo jingles publicitários. Como vocalista, atuou em shows e gravações de diversos artistas consagrados, entre eles Tim Maia.Também foi dubladora de desenhos animados infantis, deu aulas de canto para profissionais renomados, além de cuidar da preparação vocal de cantores e grupos vocais e teatrais. Quem canta seus males espanta?

»

Acredito que sim! Cantar desopila, libera os “fantasmas de dentro” e estimula o prazer.

E se a vida fosse um prolongado karaokê?

» Só se todo mundo cantasse afinadinho e com as tonalidades das músicas adequadas para o cantor. Tem muita gente “estourando a voz” por grande esforço vocal, com muita frequência, sem técnica e orientação. Espanta males, mas arruma outro problema.

Foto: Monica Zorzanelli

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Atualmente, como fonoaudióloga, atende a diversos profissionais da voz. Iniciou seus estudos de música aos 12 anos e, agora, aos 51, lança seu primeiro CD (Hype ouviu em primeira mão e amou), “Aproximadamente Eu”, muito bem produzido por Sérgio Benevenuto. Agora, dedica-se à preparação e aos arranjos vocais do CD “Take a Coconut,”, do grupo formado por sua filha, Julia, e pelas sobrinhas Naomi e Ana Luiza, a ser lançado em abril deste ano.

Coloque em ordem de importância: amor, dinheiro, música e...

» ... saúde; minha filha, Julia; amor, em

todos os seus significados; família; dinheiro, música, canto, fonoaudiologia. Estes quatro últimos formam um bloco inseparável, são interligados, num círculo que gira o tempo todo.

E se, no auge da apresentação, aparecer o bichinho do “ran-ran”?

» Se for um bichinho, há formas de con-

tornar a situação naturalmente, com jogo de cintura. Mas se for um “bichão”, o negócio é abrir, pedir desculpas e recompor-se.


No peito de um desafinado também bate um... desespero?

»

Mais para quem escuta, né? Mas também bate um desespero para o desafinado consciente, porque tem os que não sabem que desafinam... (risos)

Se eu soltar a minha voz e... ninguém quiser ouvir?

» Vá para um lugar em que as pessoas queiram te ouvir. Ou trabalhe e melhore a sua voz para que todos queiram ouvir. Ou seja um cantor de banheiro. A questão é que algumas pessoas procuram diversão em lugar com música ao vivo e, na verdade, não querem ouvir. Falam alto, atrapalham o cantor e os que querem ouvi-lo. O que é mais importante, técnica ou emoção?

» Assim como goiabada com queijo, café com leite, brie com damasco e vinho com inverno, técnica e emoção, juntas, são uma combinação perfeita, no caso, inseparável.

Em qual faixa de seu CD você mais aposta?

» A cada hora eu acho que é uma. “Maná”, de Lenine e Sérgio Natureza, é para cima, envolvente. “Brincando gostei”, uma música do início da década de 60, de Orlandivo e Walter Branco, ficou um samba charmoso, um “vintage moderno”. Mas quem escuta “Prima do Zé”, uma composição minha, acaba ficando com o refrão grudado. Então parece que as pessoas que ouviram o CD, até agora, também apostaram nela.

» Vitor e Felipe Possatti

Belos, ao mar

Embora muito parecidos, os irmão Vitor e Felipe Possati, não são gêmeos univitelinos. Mas que são lindos, isso ninguém pode negar. A prova está aqui, nesta foto de Almir Vargas para o ensaio La Mer Volant (Twins Version), que você

A cultura na crise Em tempos de escassez de recursos e baixo estímulo à criatividade, a coluna está louca para ver o resultado da seleção feita pela comissão responsável por estabelecer quais serão os projetos – leia-se espetáculos – que vão ocupar o Theatro Carlos

pode conferir inteiro em behance.net/gallery/31089517/La-mer-volant-Twins-Version. Vitor é jornalista e Felipe cursa Engenharia de Produção. Caseiros, eles curtem “boas risadas, música e amigos”. Saiba mais em hypeonline. Gomes entre fevereiro e julho de 2016. A “comissão de pauta” levou em conta “excelência e relevância do projeto, potencial de realização da equipe envolvida no projeto, acessibilidade do projeto ao público e efeito multiplicador do projeto”. A conferir.

Hypidinhas » Sinal dos tempos. O Minas » A boa do verão: os óculos Trend anuncia nova data da temporada verão 2017: de 4 a 7 de abril, no Expominas, em Belo Horizonte. A tradicional festa de abertura do evento não será realizada nesta edição, mas os desfiles individuais (aleluia!) serão mantidos. » SILVA com novo CD na praça: “Jupiter” vem com 11 faixas, todas em parceria comseu irmão, Lucas. Ele também canta no delicioso CD de Alza Alves, fazendo dueto afinadíssimo na canção Prece ao Vento.

dobráveis da BMW (foto), além de charmosos, cabem no bolso deles e nas pequenasbolsasfemininas. Mais hype, impossível!

» Quem chegar ao fim do túnel, em 2016, favor manter a luz acesa.

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Som hype

Luis Taylor taylor@superig.com.br

Balanço com gosto agridoce Q

ue ano estranho foi 2015... Essa é a sensação geral, sentida nas ruelas das menores cidades e nas maiores avenidas das metrópoles mundiais. Grandes nomes nos deixaram, na música e fora dela. E o gosto agridoce dos vários atentados cheios de mortes estúpidas tiraram o resto da graça que o ano poderia ter. A lista dos melhores do ano de 2015 é triste e melancólica, como não poderia deixar de ser.

Sufjan Stevens - Carrie & Lowell Essa poderia ser a trilha sonora do ano. Sensível e dolorido, o disco deixa em você as marcas que Sufjan traz em sua história pessoal. Uma despedida com lágrimas e rancor.

Cheatahs – Mythologies

Os ingleses que faziam shoegaze anos 90, fizeram shoegaze anos 10. Um disco que revitaliza o estilo e dá todo um novo fôlego para guitarras cheias de efeitos. Em 2016 vem Slowdive e, por que não, um novo Rid.

Noel Gallagher – Chasing Yesterday

Mesmo que não tenha fugido da fórmula iniciada nos anos 90 com o Oasis, o irmão Gallagher mais talentoso fez belíssimas canções como Riverman, The Right Stuff e While the Song Remains the Same.

Uptown Special – Mark Ronson Tame Impala – Currents

Um álbum que leva a banda a outro patamar e que deixa um pouco de lado a tão falada psicodelia deles. A questão que fica no ar é: o que eles irão fazer agora? O que não deixa de ser empolgante. Só o futuro dirá. E por falar em futuro, que 2016 venha cheio de novidades e boas músicas para todos. Vejo vocês por lá.

Um disco suingado e cheio de participações especiais, como Bruno Mars e Kevin Parker, do Tame Impala, que, por sinal, fez as melhores músicas dele deste ano para o disco do Mark Ronson. Duvida? Escute Daffodils e tente ficar parado.

Courtney Barnett – Sometimes I Sit and Think and Sometimes I Just Sit

Uma guriazinha encardida, fazendo rock atual com letras de cair o queixo. E ainda tem um presença de palco arrebatadora. Courtney fez o disco urgente do ano.

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Studio hype

Artista com marca própria Ela é daquelas pessoas que não concebem a vida sem arte nem a arte sem vida. Diz que adoraria morar um tempo em Roma, junto com sua família, porque é encantada com a cidade, e acha que está passando da hora de levar seu trabalho para o exterior. Por Betty Feliz Foto: Cloves Louzada

P

ara Tania Calazans, a arte imita a vida porque a natureza é o alimento do artista: o ser humano com toda a sua complexidade, os elementos terra, fogo, água, ar, florestas e a simplicidade dos animais. “Esses fenômenos”, diz ela, “ora se combinam, ora se imbricam e, quando associados à observação sensível e peculiar do artista, acontece a arte.” Dedicada ao ofício desde os anos 80, a artista plástica, que também é graduada em Administração, resolveu sair do autodidatismo e entrar para o curso de Artes Plásticas, na Ufes, incentivada por críticas favoráveis ao seu trabalho. Ao mesmo tempo, o ambiente criativo em que foi criada era um forte estímulo: “O piano era o móvel mais usado da minha casa quando ainda vivia com meus pais”, lembra. Avô multi-instrumentista; mãe cantora, pianista e acordeonista; pai e tio grandes

ritmistas, a família vivia em estado musical. Irmã do músico profissional Fábio Calazans, Tania investiu nas artes plásticas e logo estava em busca de uma marca própria, “um trabalho que não precisasse assinar” para que as pessoas o identificassem como sendo dela. A Tania não interessam obras fechadas em conceitos, retóricas. “Tem gente que fala que se lembra de artistas como Maurits Escher e Keith Hering, quando veem meus desenhos. Mas foi depois que vi uma instalação de Peter Koogling e, em paralelo estudava as iluminuras medievais, que comecei a desenhar os bichos. No Centro de Artes da Ufes, recebi apoio fundamental para o desenvolvimento dessa linguagem.” Ela usa a linguagem dos bichos em tudo o que faz. “Na pintura, no desenho, nos meus prints, nas esculturinhas em barro, em peças decorativas, acessórios, vestuário... enfim, são muitas as possibilidades.” A artista já participou do Salão Nacional de Arte Contemporânea da URGS em Porto Alegre e da Mostra do Desenho Brasileiro em Curitiba. Também foi pré-selecionada duas vezes para o Salão Nacional da Funarte, entrou para o Salão Nacional de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul e foi convidada duas vezes para expor na Galeria Espaço Universitário. “Amo minha vida de hoje. A família que eu, Paulo e Paula somos, tudo o que conquistamos por mérito. O caminho é esse mesmo, o que estamos trilhando hoje, e nossos sonhos que não cessam”, diz ela, quando lhe pergunto se mudaria de planos, caso fosse possível voltar no tempo. Tania trabalha em seu estúdio, mas se você quiser conhecer melhor o trabalho da artista, terá que agendar uma visita. “Preciso saber ao certo quem é a pessoa interessada em conhecer ou adquirir minha obra”, avisa.

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Livros hype

Do outro lado do mundo » Em seu quinto romance, Chico Buarque tece uma ficção baseada na realidade. Em “O irmão alemão” (Companhia das Letras), o autor tenta traçar o paradeiro de um irmão nascido na Berlim dos anos 30, fruto das aventuras extraconjugais do pai, de passagem por aquela cidade. A narrativa se constrói a partir do que aconteceu e da imaginação do que poderia ter acontecido. A maior parte da obra gira em torno da juventude do narrador, que se inquieta após descobrir a existência de um irmão alemão por meio de uma carta destinada ao pai. A partir daí, o novelo passa a se desenrolar.

Olhos marejados

» Em seu último trabalho, “Olhos d’água” (Pallas Editora), a escritora mineira Conceição Evaristo direciona, com bruta clareza e sem floreios, sua atenção para a população afro-brasileira e a violência e a pobreza que a acometem nos grandes centros urbanos do país. Na obra, aparecem mães, filhas, homens e mulheres expostos pela fragilidade da própria condição do ser humano.

Dilemas da vida »

Do africano Abasse Ndione, “A vida em espiral” (Rádio Londres) discorre sobre a vida do taxista Amuyaakar Ndooy em sua nova empreitada profissional: tráfico de maconha. Acompanhado de quatro amigos inseparáveis, o protagonista mata o tempo com o consumo de maconha e álcool e perdido em pensamentos sobre a insegurança da juventude. Quando ele decide envolver-se de fato com o narcotráfico, a história dos cinco amigos passa por uma brusca e perigosa mudança.

Simplicidade e leveza » Em seu quinto trabalho, a escritora Leticia Palmeira traz em “Sol e névoa” (Panalux) os dilemas da vida cotidiana de forma leve e de fácil identificação. Temas como divórcio e a busca pelo amor são trazidos pela autora de maneira comum, porém não convencional. A mutabilidade da vida é vista não como uma tragédia, mas, como aprendizado.

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Cinema hype

Um novo rosto

para o Coringa » Com sua trilogia sobre o herói Batman, Por Guilherme Lage

que entrou definitivamente para a história, Christopher Nolan pode ser considerado o homem que aproximou os quadrinhos do gosto popular. Contemporâneas à obra de Nolan surgiam também as versões para o cinema de clássicos da Marvel, como O Homem de Ferro e “Capitão América”. Após esse bombardeio, podemos acreditar que essa é a era dos heróis, certo? Errado! O diretor e roteirista David Ayer traz para as telonas um clássico das HQs totalmente dedicada aos caras maus. Em “O Esquadrão Suicida”, que chega aos cinemas em agosto de 2016, um grupo

de vilões é enviado pelo governo a seletas missões, em troca de afrouxamento de suas sentenças. O elenco estrelado traz Will Smith e Margot Robbie nos papéis de Pistoleiro e Arlequina, que ganham suas primeiras representações na sétima arte.

Hahahaha!!

Badalado por uma carreira em ascensão, após um Oscar por "Clube de Compra Dallas”, o ator e músico Jared Leto é quem encarna o Coringa na nova trama. Originalmente, o palhaço homicida não faz parte do esquadrão de criminosos, o que deixa a impressão de que o personagem aparecerá em diversos flashbacks espalhados pelo filme. Vale ressaltar que o ator tem pela frente um desafio monumental a enfrentar, após a enlouquecida representação do Coringa vivido por Heath Ledger, no filme “O Cavaleiro das Trevas”. Aproximando-se da tensão do universo das HQs, “Esquadrão Suicida” é um filme que promete honrar a natureza visceral das obras da DC e arrebanhar um sem número de novos seguidores. Pouco indicado para espectadores mais sensíveis.

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Dois pontos

Desde o fim até o começo

F

inais de ano são um desafio em si mesmos. O tempo encurta. O barulho aumenta. O clima esquenta. O ritmo acelera. A respiração segue a cadência do mundo e pesa. Mesmo que a experiência de períodos anteriores garanta que em breve as coisas se acalmam, o equilíbrio construído a duras penas nos meses que ficam para trás ameaça ruir. A lista de tarefas, exatamente como o preço do feijão, o gás, a luz, o telefone e o operário, não cabe no poema. [Porque o poema, senhores, está fechado – e não há vagas]. As exigências são inúmeras: dar conta das promessas que não saíram do papel, comprar os presentes do Natal, escolher as vestes do Ano Novo, preparar o cardápio da ceia, buscar os parentes que chegam de longe, acertar as contas, ajeitar a casa, limpar os papéis, a faxina no armário, a festa da firma, o amigo secreto, aquilo tudo. Por puro pragmatismo, caminhamos rumo a resultados imediatos para questões urgentes, como se fôssemos bombeiros que correm contra o relógio para salvar uma casa em chamas, obrigação, utilidade, cozinha, entrega, família, compra, pedaço, cobrança, criatividade, força, prato, olho, faxina, planejamento, analgésico, compromisso, reunião, prazo de entrega, encontro, banco, jantar, exame, encanador, um caminhão de tarefas à espera de resoluções, a vida inteira. O que sobra à contemplação é quase nada. Felizmente, os começos de ano são o justo oposto, porque guardam em si uma dose extra de esperança no futuro e uma extraordinária disposição para recolocar as coisas na perspectiva da generosidade com o mundo, com os outros e com nós mesmos. Separados do peso por um pequeno espaço de tempo, os primeiros dias da nova temporada parecem feitos sob medida para a empreitada de pedalar sem desculpas, para

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Ana Laura Nahas Jornalista e escritora ana.laura.nahas@gmail.com

a promessa de reencontrar os queridos de modo mais habitual, para os projetos que esperam na gaveta, para o cardápio à base de folhas frescas, legumes orgânicos e frutas da estação, para o calor, a leveza, a simplicidade, a fé e o movimento. “Estude seu viver, observe sua deriva”, escreve um professor que tem por missão despertar a capacidade de utilizar potenciais criativos para impulsionar as mudanças desejadas por seus aprendizes. Cada passo, cada reação e cada nova forma de pensar surgida entre uma e outra lição são fundamentais, ele anota; o que nos coloca para andar, o que acorda a nossa imaginação, o que estimula a nossa energia. Talvez por isto, tão logo janeiro se aproxime, reservo uma noite calma, escolho as canções, tomo um lápis de boa ponta, os projetos, as metas e os sonhos e realizo o ritual igualmente silencioso de passar a limpo a agenda do ano, preenchendo o novo volume com aniversariantes e telefones de emergência, compromissos e desejos. Costuma ser exatamente deste modo, como uma ciência poeticamente exata, na medida da esperança: em que médico voltar e quando, as contas a vencer, os contatos que preciso retomar, rever anotações, olhar para trás, avaliar projetos, reorganizar desejos, analisar feitos, tomar nota frescas do que for preciso e apagar o resto, com todo o desapego do mundo. Terminada a liturgia, estou pronta para seguir em frente.

Ilustração: Clara Nahas


publieditorial

Alugar é chique “Achei meu vestido”: essa é a frase que você vai dizer na próxima festa

A

quele vestido dos sonhos, desenhado por uma grife famosa que você sempre quis usar, pode se tornar realidade com a nova tendência de aluguel de vestidos de luxo. Depois das famosas Fernanda Souza, Preta Gil, Giovana Ewbank e Julia Faria apareceram em eventos com vestidos alugados fez com que alugar vestidos de festa ganhasse ainda mais adeptas. Pensando em atender mulheres modernas e apaixonadas pelo mundo da alta costura, a loja AC HEI MEU VESTIDO trabalha com mais de 30 grifes, dentre elas: Carolina Herrera, Versace, Patricia Bonaldi, Thais Temponi, Fabiana Milazzo, Theia, Roberto Cavalli e Victoria Beckham, entre outras. O melhor de tudo isso é poder escolher um estilo e uma grife conceituada para cada ocasião, sem se preocupar em repetir o vestido e, até mesmo, poder ousar com diferentes estilos. Segundo a empresária Samira Pavesi, a tendência de alugueis de vestidos de luxo tem ganhado força. “Além de ter a possibilidade de usar uma peça exclusiva, a cliente conta com a praticidade de não ficar com vestido parado no closet. É o guarda roupa dos sonhos de qualquer mulher que ama estar bem vestida”, ressalta.

Rua Joaquim Lyrio, 820, Ed. The Point Plaza, loja 54, Praia do Canto, Vitória/ES (27) 99653-1012 (atendimento somente por agendamento) Achei Meu Vestido

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Ponto Final Marcelo dos Santos Netto Jornalista e escritor www.msnetto.com.br msanetto@gmail.com

Ingenuidade

C

omeçou no salão de jogos da empresa, onde fazíamos a sesta. Entre uma partida de bilhar e outra, Matias não se cansava de elogiar a beleza de Rebeca. Os elogios começaram discretos: bonita, elegante, gata. Foram se tornando mais ousados: posuda, classuda e mais um tanto de elogios carnais que terminavam em “uda”. E por que ainda não chegou nela?, Lucas desafiou. Calma, que estamos trabalhando nisso, Matias sorriu. Dias depois, Matias chega se gabando de como a moça deu assunto. Ela quis saber qual foi o último filme que assisti no cinema; está ou não está me dando mole?, disse de forma malandra. Nunca o vimos tão seguro de si. Foi impossível não se empolgar com o despertar do caçador. Ele, enfim, deixou a defesa e avançou pelo meio campo. Estava formada nossa torcida. As investidas do Matias viraram nossa novela favorita. Almoçávamos, jogávamos bilhar e esperávamos por novidades. Não demoravam muito. A situação estava caminhando bem. Matias avançava seguro, como o predador ativo que logo imaginamos numa situação dessas. Uma conversa ali, outra aqui, um convite para uma xícara de café; sabia que Rebeca é formada em Administração, gosta de animais e dirige motocicletas? Foi quando enfim chegou o dia. Galera, ela me perguntou o que eu ia fazer hoje de noite; está ou não está me dando mole?, gabou-se Matias. Aplaudimos, é claro. O predador estava prestes a saltar sobre a presa. No dia seguinte, muito curiosos, quebramos a regra e fomos logo perguntando: e aí?, rolou? Sim, disse ele com timidez. Foi o bastante: vi-

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bramos com o gol. Enchemos suas costas de tapas, quase esquecendo que ali não era um bar. Desde então, Matias deixou de vir à mesa de bilhar. Apareceu semanas depois, com pressa, pedindo ao Lucas para que entregasse uma pasta qualquer ao chefe dele. Lucas acabou pressionando: mas e aí?, como estão as coisas com a garota posuda, hein? Marcando muitos gols nela? – Que isso, cara?, ela é minha namorada! – indignou-se Matias. Silêncio. Olhamos uns para os outros. Pode ser que houvesse mesmo ali uma história de caça e de caçador. Mas erramos o alvo em descobrir quem seguia o rastro de quem. Rebeca estava na zaga. Vazou pelo meio campo, armou o bote. E, desde então, Matias não ia mais à mesa de bilhar porque passou a almoçar com a namorada. Ela marcou o gol, dando um drible de calcanhar em todos nós. E nos deixou ali, emudecidos pela nossa ingenuidade.


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Conhecido por seus belos flagrantes onde o mar aparece, quase sempre, soberano, o fotógrafo Yuri Barichivich resolveu eleger, para fechar esta comemorativa edição, um outro cenário.“Com tantos reveses ambientais, optei por mostrar um outro lado do Espírito Santo. Por isso, escolhi a imagem de Pedra Azul. Ela nos lembra que o Estado é maior do que a tragédia ambiental que abateu-se sobre ele, e que ainda há muito o que oferecer a seus habitantes e turistas. Que 2016 seja melhor!” Hype não só concorda, como junta-se a você nesse desejo, Yuri.

Hype end

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