O adeus à inocência de
Bruna Marquezini Laysa Machado,
a trajetória vitoriosa de uma transmulher
Andreia Lopes
00072 9 772237 558005
ISSN 2237-5589
R$ 10,00 ano 12 no 72
a secretária que respira desafios
Ecos da
Primavera
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Editorial hype
Estas mulheres admiráveis... Quem disse que viver não é um exercício árduo, de luta, disciplina, foco, perseverança e...tolerância? Ah, como o mundo anda carente de tolerância, não é mesmo? Confesso que, às vezes, diante de pequenas e deprimentes cenas do cotidiano –que, somadas, me fazem desacreditar da humanidade –desanimo. Mas, eis que, sou apresentada à professora Laysa Machado, e, então, penso: “Não é que ainda há luz no fim do túnel?´ Ou, como a própria Laysa diz, na entrevista que concedeu à Hype: “No fim do arco-iris, tem um pote de ouro chamado dignidade”. Laysa é uma transmulher, e você vai adorar conhecer sua dramática e corajosa história, lendo a matéria assinada pela jornalista Claudia Feliz. Além de Laysa, a edição traz outras mulheres admiráveis, que, com seu trabalho, contribuem para levantar nosso astral, em tempos de grandes dificuldades como estes que estamos vivendo: a atriz Bruna Marquezine, a diretora da Casa Cor, Rita Rocio Tristão, e a secretária de Comunicação do Estado, Andreia Lopes. O que as três têm em comum? Elas não temem desafios! Hype traz, também, outras novidades em gastronomia, moda – afinal é primavera! – decoração, arte e comportamento, que estão aqui, na visão dos criadores, e nos deliciosos textos dos nossos articulistas. Sugiro que você dá direto ao ponto, bom proveito! Boa leitura! Betty Feliz
Editora Betty Feliz
Colaboradores Ana Laura Nahas Antônio Carlos Félix Cláudia Feliz Eduarda Santos Luis Taylor Marcelo Netto Mariana Reis Sylvia Lis
Redação
Rua Coronel Vicente Peixoto, 95, sala 01, Centro, Vitória, ES, Cep 29.010-280 Tel.: 27 3225.0184 Whatsapp: 27 9.9294.8922 redacao@hypeonline.com.br
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�ossa capa Lara Armani (All Models) usa vestido com miçangas, lantejoulas e pedaços de couro (Novas Marias). Poltrona revestida com tiras de resíduos de couro, produzida por mulheres de áreas rurais do Estado. Design e coordenação: Jacqueline Chiabay. Foto, make e cabelos: Faelo Ribeiro. Assistente de fotografia: Will Ribeiro.
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A Revista Hype é uma publicação bimestral da Preview Editora Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos ou ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do editor. Todos os direitos reservados.
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Estamos celebrando 28/09 à 08/11 a imaginação. HOTEL CANTO DO SOL CASA COR. 30 ANOS SURPREENDENDO VOCÊ.
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A voz do leitor �or e-mail
Curto muito design e decoração e adorei o estilo da matéria sobre o uso do cobre, assinada por Eduarda Santos. Muito original e moderna.
Felipe Carvalho
Sou um admirador de longa data do jurista João Batista Herkenhoff e fiquei gratamente surpreso com sua entrevista, publicada na última edição da revista Hype. Considero-o um verdadeiro humanista. Parabéns pela iniciativa e pela qualidade do texto!
Mário Rivas Parreira Uma das coisas que me tornaram admiradora da revista é a forma como vocês tratam o tema diversidade e as questões de cidadania e inclusão social. Isso é raro de se ver em publicações nacionais. Hype é mesmo
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especial. Adorei a capa da última edição, destacando a modelo Natiele Alves.
Joana Angélica Dutra Acabo de devorar a edição da revista via online e já estou com desejos de ver a próxima. Ela é muito gostosa de ler!
Maria Carolina Dias
�elo face
Muito orgulho! Olha a Navajo na Hype! A matéria ficou maravilhosa!
Raphaella Navarro Amei a última edição. Especialmente a cobertura do Minas Trend.
Sofia Medeiros
Linda a entrevista com Kiko Mascarenhas, nosso eterno “Tavares”.
Pietra Coutinho
Gosto da revista Hype porque fico atualizada com os acontecimentos do momento”.
Clarice Loureiro
Fique por dentro do que acontece nas redes sociais de Hype!
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Sumário hype
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» Quem não conhece Tia Zirinha? Foi na companhia dela (cuja empresa está completando 35 anos) que resolvemos viajar nas páginas de Hype.
Papo Surreal
Entrevista
» Elegemos Russel Crowe para
» Embora se entusiasme para
nosso papo fictício. O charmoso ator de “Dois Caras Legais” está cotado para um filme dirigido por James Franco.
falar da sensual Beatriz, seu personagem na série “Nada será como antes”, Bruna Marquezine foge quando o assunto é Neymar.
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Narciso » É tempo de abrir a necèssaire para itens que combinam com a nova estação. Batons, produtos para cabelos e aromas renovam-se na primavera.
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Casa
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» A primavera chegou com
tudo, gerando uma autêntica revolução das flores no ambiente, que encheu-se de estampas e muita alegria.
Personagem
Zoom
» Ela se chama Laysa
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» Determinada, exigente e
Machado, é atriz, professora e pós-graduada em Educação. Mas, sua história não é nada convencional. Laysa é uma transmulher.
apaixonada pelo que faz. A secretária de Comunicação do Estado, Andreia Lopes,confessa: não resiste a um desafio.
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E mais
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Entrevista hype
BRUNA MARQUEZINE
“ Não gosto de expor minha vida pessoal” Quem assistiu à novela 'Mulheres Apaixonadas’, exibida em 2003, com certeza acompanhou o nascimento de uma estrela. Até poderíamos dizer que foi ontem, mas suas belas curvas, provam que a menininha de sorriso delicado ficou para trás, dando lugar a uma mulher cheia de atitude, personalidade e que gosta de preservar a intimidade
B
Por Ester Jacopetti/ Fotos: Globo/ Estevam Avelar
runa Marquezine tem mantido sua carreira em ascensão, diversificando trabalhos, tanto na televisão, quanto no cinema. Agora, na série ‘Nada Será Como Antes’, ela nos apresenta Beatriz, um personagem desafiador, por meio do qual acontecimentos culturais e sociais da época do surgimento da televisão brasileira são revelados. Na pele de uma mulher à frente do seu tempo, Beatriz tem sido um desafio para Bruna. “No início, eu não me achava madura o suficiente para fazer uma mulher como ela, que é tão livre, regida pelo prazer, sensual, mas muito espontânea. Longe de ser vulgar, Beatriz é uma pessoa que não tem preconceitos, e eu admiro muito essa característica nela. Afinal, estamos falando de uma época em que as atrizes eram consideradas
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prostitutas”, diz Bruna, nesta entrevista concedida antes de a série estrear. Para compor a personagem, a atriz confessa que inspirou-se em Leila Diniz e Marilyn Monroe. Conheça um pouco mais sobre essa bela e comunicativa atriz, que só se fecha em copas diante de um assunto: sua relação com o jogador de futebol Neymar.
Como foi aguardar pela estreia de uma série gravada há tanto tempo?
» Para mim, desde o início foi algo muito
especial. Minha personagem, Beatriz, é uma mulher de vinte e poucos anos, a série se passa nos anos 50... Ela é filha de uma doméstica que vai para a cidade grande trabalhar em uma boate, como dançarina e cantora, fazendo algumas performances. Seu sonho é ser atriz. A série fala um pouco sobre a chegada da televisão, os primeiros estúdios, as telenovelas, e, aos poucos, Beatriz vai se tornando uma grande atriz. A trajetória dela é muito bonita, e nessa história tem os encontros, os romances, as paixões. A Beatriz é desafiadora. Foi um personagem que exigiu uma entrega muito grande. Um mergulho profundo. Por três, quatro meses, entreguei -me à equipe e à personagem.
» A atriz, em 2014, na novela” Em Família” essa nova experiência?
» É maravilhoso! Esse é um dos benefícios
de eu ter começado a trabalhar tão cedo, e hoje, com 21 anos, ter conquistado o espaço que conquistei. É óbvio que eu tenho muito para aprender, e quero trabalhar bastante, mas eu acho bom. O ator depende muito da oportunidade, e existe uma tendência de ele fazer sempre o mesmo personagem. Se você faz bem a mocinha, vai sempre fazer a mocinha. Então, nós dependemos dessa chance, e a Beatriz foi assim para mim.
Você mudou o visual, está com os cabelos mais curtos...
» Eu cortei para a série, e estou mantendo.
Se você
Nunca achei que fosse ficar com o cabelo faz bem a curto, porque os personagens, normalmente, mocinha, vai pedem cabelos longos. Achava que ficasempre fazer ria bem apenas de cabelos longos, mas a mocinha.. estou adorando. É muito prático. Assim que terminei a novela, comecei a filmar a série. Daí, cortei pra fazer a Beatriz, e fui mantendo. Depois, cortei um pouquinho mais. Por enquanto, vou deixar assim, até que outro personagem peça um novo cabelo.
Após alguns trabalhos como mocinha ingênua, você encontrou um personagem totalmente diferente em Beatriz. Como tem sido
Precisou fazer aulas especificas para interpretá-la? Afinal, ela canta e dança...
» Ela não é uma dançarina, é uma atriz.
No início da história, ela ainda trabalha em boate, mas o público vai vê-la mais trabalhando como atriz. Sobre cantar, sim! Aliás, a primeira apresentação da personagem é ela na boate, cantando. Foi uma das cenas que me deixou mais nervosa, porque eu queria que ficasse bonita. Era a primeira cena da Beatriz, e eu sou apaixonada por música. Cantei `The Man I Love` (Billy Holiday), que é bem bonita. Acho que ficou legal (risos). Nós ensaiamos bastante a música.
Você faz uma cena quente com a personagem
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Entrevista hype da Letícia Colin...
» Sim! (risos) Eu fiquei amiga da Letícia, aliás,
do elenco todo, e isso é muito bom quando acontece. Consegui ter uma boa relação com todos os atores. Eu acho engraçado, e entendo que as pessoas tenham interesse nesse tipo de cena. Mas a trajetória da personagem é tão maior do que tudo isso... Nada é gratuito e tem um contexto. E o formato da série, que não é como na novela, é mais curto, então em todos os capítulos acontecem muitas coisas. A história está sendo contada ali, o tempo inteiro. E toda cena contribui muito para a história. Foi feita com tanto cuidado. O Zé (José Luiz Villamarim, diretor) e o Valtinho fizeram tudo com muito bom gosto. Foi um trabalho muito bonito e importante pra mim. Foi o personagem mais desafiador da minha carreira, pela Beatriz e pela mulher que ela é. Não sei porque as pessoas dão tanta importância para cenas sensuais. O desafio é encontrar a mulher por trás da Beatriz.
Você diria, então, que a Beatriz é um personagem complexo?
»
Não, eu digo que ela é muito forte. No início, eu não me achava madura o suficiente para fazer uma mulher como ela, que é tão livre, regida pelo prazer, sensual, mas muito espontânea. Ela não é vulgar. A série fala muito sobre as pessoas que tinham a mente muito à frente do seu tempo, e ela era assim. A Beatriz era uma pessoa que não tinha preconceitos, e eu admiro muito essa característica nela. Nós estamos falando de uma época em que as atrizes eram consideradas prostitutas... Então, para uma mulher ter tanta força, seguir a carreira que quer, independente de qualquer coisa, e ser tão livre... Ela foi inspirada em figuras que eu admiro. Na Leila Diniz, na Marilyn (Monroe), mulheres que são ícones. Isso foi o mais difícil, descobrir essa mulher e construí-la. Mas, graças a Deus, eu contei com uma equipe genial, que contribuiu muito, e ao longo do processo, fui me capacitando para vivê-la.
Depois do seriado, o que você pretende fazer?
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Tem novos projetos?
Depois da Beatriz, fiz um filme no litoral de São Paulo e entrei de férias. Não sei por quanto tempo, mas aproveitei pra viajar no meu aniversário, fui pra Riviera Maia, e depois pra Disney com a minha irmã, e alguns amigos. Foi bem divertido.
A respeito do filme, você pode adiantar sobre a personagem e o nome?
» O nome do filme é “Rio Santos”, e eu faço a Ofélia. É um drama, um filme muito visual, feito por um fotógrafo que se chama Klaus Mitteldorf. Esse é o primeiro longa dele. A história também é bem interessante. Ele fala muito da trajetória dele, de forma indireta, mas conta a história de uma menina que vai atrás do pai. Resumindo muito a história, porque não posso contar tudo, é uma menina que vai atrás do pai a nado pelo litoral de São Paulo. Eu nadei bastante (risos). A Sasha concedeu uma entrevista pela primeira vez e vocês
são muito amigas. Em algum momento trocaram ideias sobre o que ela deveria falar? Aliás, ela está de mudança pra Nova York, você está perdendo a amiga...
com vontade de usar. Não me limito muito. Gosto de arriscar. Não faz muito tempo que eu comecei a me divertir com a moda. No começo, ela quase que se apresentava como uma obrigação, aquela coisa de seguir algumas regras. Até que entendi que não, que poderia me divertir com isso. Hoje, tento arriscar, e ver o que fica bem no meu corpo.
» Não, eu nunca dei nenhum toque, e
acho que ela nem precisa. A Sasha sempre foi muito reservada, e eu torço muito por ela. Estou muito feliz por ela. Não estou perdendo uma amiga, estou ganhando uma casa em Nova York (risos). Ninguém está perdendo amiga, aqui não! (risos). Eu tenho a Sasha como uma irmã,somos muito amigas. Nós duas somos leoninas, com gostos muito parecidos para tudo. O que ela decidir na vida, e para o que ela precisar, estarei sempre aqui. Mas a gente nunca falou sobre isso não.
Você é uma pessoa emotiva? Lembra da última vez que chorou?
» Provavelmente ontem, porque eu choro por qualquer coisa. Mas não lembro de nenhum momento específico. Mas deve ter sido assistindo algum filme, ou assistindo “Justiça”, uma série maravilhosa!
Apesar de você ser vegetariana, o que lhe tira da dieta?
» Pizza, com certeza, e qualquer doce! Eu gosto dessas besteiras.
Como você mantém a forma ? Alguma atividade especifica?
»
Eu não sou muito de levantar peso não, só de vez em quando... Quanto à alimentação, qualquer ajuda, na verdade, influencia muito, mas manter uma alimentação equilibrada e saudável é importante.
Você costuma acompanhar as tendências da moda?
» Sempre digo que não tenho um estilo definido, porque me visto de acordo com o meu humor, com a ocasião, é claro, mas muito com o meu humor, com o que estou
Você foi vista algumas vezes com Neymar... Estão juntos de novo?
» Ah, você me desculpe, mas não vou falar sobre este assunto...
Mas você está com um sorrisão no rosto. Está feliz?
» Por que não estar feliz? Só tenho motivos para estar!
(...) fico mais feliz quando as pessoas admiram o meu trabalho, e não a minha vida pessoal
Algumas pessoas que viram você ao lado do craque torcem muito pela história do casal. Como você encara esta torcida?
» Não vou falar muito sobre este assunto, porque acho que a vida amorosa das pessoas, normalmente, repercute além do que deveria. É muito pessoal. Mas fiquei surpresa com a repercussão, sim. Acho que é o suficiente. Eu não imaginava. Você se assustou com o assédio e o fanatismo dos fãs, via internet?
» Não é que isso me assuste... Hoje já
sei lidar melhor com a situação. Fico feliz com a admiração e o carinho, mas fico mais feliz quando as pessoas admiram o meu trabalho, e não a minha vida pessoal, meus relacionamentos. É saudável essa admiração de fã e ídolo quando isso diz respeito só ao seu trabalho. Hoje, não tenho nenhum cuidado especial. Posto nas redes o que tenho vontade. Não gosto de dividir minha vida pessoal, mas tem uma coisa ou outra que acho legal. No meu instagram, por exemplo, posto o que eu gosto, o que vivo, meu dia a dia, meu trabalho, meu olhar sobre o mundo.
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Narciso hype
Com perfume
de primavera
Novos batons, novos cabelos, novos aromas. A estação abre as portas da beleza e da sedução
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aromas, o Floratta Buquê de Flores Desodorante Colônia, de O Boticário, traz uma composição de flores que sugere frescor, leveza e jovialidade.A fragrância é formada por um autêntico buquê floral.
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publieditorial
Aparência jovem sem cirurgia Nova técnica de preenchimento com ácido hialurônico permite um efeito lifting na face
A
grande inovação no campo da beleza atende pelo nome de MD Codes (medical codes). Em uma sessão rápida, pontos específicos da pele são preenchidos com ácido hialurônico, e aquele aspecto de cansaço vai embora, dando lugar a uma aparência jovial. O procedimento vem sendo apontado como alternativa menos invasiva do que a cirurgia plástica para quem deseja eliminar marcas de expressão e rejuvenescer, muitas vezes, sem que se perceba que a pessoa passou por alguma intervenção estética. Especializada em Dermatologia pela Universidade de São Paulo (USP), a médica Juliana Drumond destaca que, para entender o tratamento, é importante conhecer o processo de envelhecimento facial. “O que se observa, na prática, é o surgimento de linhas de expressão e sombras causadas pela perda de volume em algumas áreas do rosto, levando a um aspecto de cansaço”, afirma. O preenchimento desses pontos, entretanto, permite recriar a arquitetura facial, levando ao rejuvenescimento. Os procedimentos mais procurados, segundo a dermatologista, são o levantamento da região malar (maçã do rosto), dando um aspecto mais saudável e jovial, e a correção das rugas ao lado da boca, chamadas de bigode chinês. “É possível também tratar olheiras, levantar os cantos dos lábios e melhorar
o desenho do queixo e o contorno da face”, explica Juliana Drumond. O melhor: o tratamento é rápido, e o paciente pode voltar às suas atividades diárias em seguida. O efeito dura de 18 a 24 meses.
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Vida hype Mariana Reis Educadora física, personal e posing fitness coach
Afinal, o que é esse tal de core? M
uitas pessoas que frequentam academias já devem ter ouvido algum professor falar sobre a importância de “trabalhar o core”. Na verdade, as pessoas que lidam com saúde ligada a este movimento devem incluir nos programas de treinos o trabalho de fortalecimento do core. Mas, afinal, o que é isso? Core, em inglês, significa centro. É uma região do nosso corpo composta de 29 pares de músculos que suportam o complexo lombo-pélvica-quadril. Esses músculos formam um centro de força capaz de manter a estabilidade da coluna lombar e a flexibilidade. Por isso, ter os músculos do core fortalecidos e acionados de forma correta é essencial para um maior controle corporal, uma boa postura e, claro, para prevenir muitas lesões. Mesmo porque pessoas com essas regiões fracas têm mais chances de apresentar desvios posturais e lesões como hérnias, por exemplo. No meu dia a dia, percebo alguns profissionais que não não dão a devida atenção para o trabalho de fortalecimento dessas regiões antes de iniciarem o agachamento. E, aí, é um tal de jogar quadril para um lado, joelho para o outro... E qual o resultado desse enfraquecimento e dessa desatenção? Dores na coluna, quadril, joelhos... Melhor evitar,não? Treinar esses músculos não é difícil. E o melhor: não requer aparelhos! Quer um exemplo prático? Experimente tirar um pé do chão. Você vai acionar o core, para manter o equilíbrio. Os exercícios de instabilidade que exigem de você equilíbrio podem ser feitos de forma isométrica (sem movimento), e sem aparelhos. E ainda existem alguns
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exercícios dinâmicos que podem ser feitos com a utilização de aparelhos específicos, como bolas, bozu, TRX, elásticos etc. Existe uma infinidade de possibilidades, basta que a atividade seja bem dirigida. Não tenho a pretensão de passar exercícios por aqui, e isso também não é garantia de um bom treino de core. Assim como existem inúmeras possibilidades de se trabalhar tal região, muitos critérios devem ser avaliados e levados em conta. Mas uma coisa posso afirmar: ter o core forte pode dinamizar e facilitar seus movimentos nas atividades diárias. Uma dica: procure um profissional para começar a sua atividade física. Nunca, jamais, faça qualquer atividade sem acompanhamento. “Bora” treinar comigo?
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Antônio Carlos Félix das Neves Psicólogo, psicanalista e membro da Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitoria neves@gmail.com
O não-todo amor do pai F reud dizia que não lhe cabia conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa do que a necessidade de sentir-se protegida por um pai. Mas essa necessidade infantil, de uma forma ou de outra, permanece em nosso inconsciente, sendo transferida para outras pessoas que consideramos importante: um superior imediato, um companheiro (a), um representante divino, um ideal, ou seja, um Outro ao qual admiramos e de quem esperamos que nos ame acima de todas as coisas. Esse Outro, fazendo as vezes de um pai todo-amor, nos faz sentir especiais e, portanto, merecedores de sua proteção e benevolência. Nos tempos atuais, após o declínio do patriarcado, delegamos à ciência e aos seus representantes a responsabilidade de ensinarmos o caminho, a verdade e a vida. Em nome desse todo-amor do pai, damos-lhe prova do nosso amor, renunciando a escolher um desno próprio, sujeito a erros e acertos. O pai todo-amor não erra, ele tudo sabe... é o que queremos acreditar. Ele assumiria a culpa de nossos desvios, trazendo-nos de volta para um caminho prescrito e seguro. No entanto, vejam como as crianças colocam em xeque esse todo-amor, desestabilizando os pais de suas boas intenções, mostrando, através de seus sintomas – agressividade, fobia, compulsões, ansiedade, etc. – que há algo que devem recusar dessa nobre atitude parental. Um pai não todo-amor mostraria a outra face: que ele não detém toda a verdade
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sobre a vida e sobre o futuro dos filhos; que a ele também falta a certeza sobre todas as coisas. Um pai que não queira legislar sobre tudo, deixando transparecer que seu amor, apesar de tudo, é não-todo. É esse não, do pai, que também dá vida ao filho, permitindo a ele suportar não ser todo amado. O não-todo amor do pai franqueia, no horizonte, que o filho possa superá-lo, fazendo uso das insígnias desse amor não-todo. Um pai não tão identificado à sua função de pai transmite a sua falta, de onde o filho possa vislumbrar outros caminhos e decidir como trilhá-los. Ir além do pai, sem dívida ou culpa, fundando uma nova geração. E isso, é claro, depende também de que o pai suporte não ser todo amado por seu filho, permitindo que ele siga em PAIZ.
Ilustração: Fernando Augusto
Papo surreal hype
Russell Crowe
�osso eterno
�ladiador
Ele acaba de aparecer no cinema protagonizando a comédia “Dois Caras Legais”, com o charmoso Ryan Gosling. Mas como não resistimos à Crowe, o elegemos para figurar nesta edição
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N
eozelandês, 52 anos, Russel Crowe tornou-se ator na década de 1990. Depois de um sucesso inicial em Sydney, onde sua família mora desde sua infância, Crowe, que, hoje, também é produtor e diretor de cinema, recebeu três nomeações para o Oscar de melhor ator pelos filmes “O Informante”, “Gladiador” e “Uma Mente Brilhante”. O ator ganhou o Oscar da Academia para Melhor Ator em 2001, por “Gladiator”, personagem que colou nele feito chicletes. Mas, Crowe conseguiu superar este estigma, destacando-se em outros grandes momentos, como protagonista de vários filmes, entre eles o emblemático “Uma Mente Brilhante”, pelo qual não ganhou, mas bem que merecia a famosa estatueta. Durante nove anos, Crowe foi casado com a atriz e cantora Danielle Spencer, de quem separou-se recentemente, em meio a especulações de que ela o teria traído. Pai de dois filhos – Charles (oito anos) e Tennyson (seis) – é apaixonado por rugby, a ponto de ter comprado 75 por cento das ações do South Sydney Rabbitohs, um time da liga da Austrália, por 3 milhões de dólares. Um dos atores cogitados para interpretar o papel de Robert Langdom, no filme “O Código da Vinci”– que acabou ficando com Tom Hanks – ele irá participar de uma adaptação de “Meridiano de Sangue”, famoso livro de Cormac Mccarthy, há decadas nos planos de Hollywood. Crowe será um dos protagonista do filme, dirigido por James Franco.
Este bate-papo com o ator, é – você sabe muito bem – fruto de nossa inquieta imaginação, e do desejo de conversar com ele de verdade, só para ouvir aquela voz sexy e sedutora, que,convenhamos, só Roussel Crowe possui.
É verdade que, em 2005, agentes do FBI o escoltaram na 73a edição do Oscar porque o grupo terrorista islâmico al-Qaeda estava à sua procura?
» Sim. Fiquei sob a proteção dos agentes
do Serviço Secreto por alguns meses, enquanto fazia filmes e ia às premiações. Na verdade, nunca entendi completamente o que estava acontecendo. Mas este assunto já está superado.
Você é proprietário de muitas terras, algumas delas estimadas em pelo menos 30 milhões de dólares ...
» Eu, simplesmene, gosto de aplicar bem o dinheiro que ganho.
Até separar-se de Danielle Spencer, o casamento de vocês era considerado muito sólido. O divórcio surpreendeu até mesmo a imprensa...
» Não acredito que a imprensa tenha se
surpreendido e,de qualquer maneira, sinceramente, prefiro falar sobre outros assuntos.
Você revelou, em entrevistas anteriores, que tem mais experiência em um set de filmagem que a maioria dos diretores, e que isso o ajudou em sua estreia atrás das câmeras, com “Promessas de Guerra”.
» É verdade! Como já declarei antes, não
tenho problema em roubar ideias de todo o mundo... Como ator, estive muitas vezes na situação de resolver problemas em um set, e a solução que busco, com qualquer grande artista como Ridley Scott, Ron Howard ou Darren Aranofsky, passa pela minha visão pessoal.
Como foi sua experiência com Ridley Scottt, que o dirigiu em “ Gladiador”?
»
Com ele aprendi quão atlética pode ser uma câmera e o manejo simultâneo de muitas câmaras.
E essa ideia de colocar música para os atores enquanto dirige?
»
Aprendi com Peter Weir (“Mestre dos Mares – O Lado Mais Distante do Mundo”). Sou como um DJ em um clube. Tento ajudar os atores a encontrarem o melhor de si mesmos.
Você tem fama de ser uma pessoa difícil...
» Pergunte à atriz Olga Kurylenko, que eu dirigi em “Promessas de Guerra”.
Ela disse que você foi um dos melhores diretores com quem já trabalhou...
» E o que você conclui disso, então...? revistahype.com.br 19
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Ensaio hype
Artesanal, sustentável e lindo A modelo Lara Armani (All Models) usa vestido com miçangas, lantejoulas e pedaços de couro de cabra produzido por presidiárias do Projeto Novas Marias, com design de Jacqueline Chiabay.
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O
trabalho da consultora e designer Jaqueline Chiabay há muito atravessou as fronteiras do Estado. Com foco no conceito da economia criativa colaborativa e na ressocialização, ela cria lindas peças, produzidas por seu projeto Novas Marias, realizado por mulheres do sistema prisional, e por artesãs de comunidades rurais, cujo trabalho vem coordenando e orientando, com sucesso, ao longo dos anos. Foi inspirada nestes conceitos de parceria, inclusão e valorização social que Jacqueline deu vida a este ensaio de moda, assinado pelo fotógrafo Faelo Ribeiro, da agência All Models. “Reaproveitamos resíduos de couro como uma alternativa sustentável de transformar matéria prima nobre em produtos, a partir de tiras e tramas manuais, e de pedacinhos bordados como lantejoulas”, explica a designer. O belo resultado – que aterrisa em nossas páginas feito uma lufada de vento primaveril – você confere nas fotos.
» Aqui, o vestido em tricô recebeu apliques de couro feitos com tiras de resíduo de couro cortadas manualmente.
» A saia e o colete em tramas de crochê de tiras de couro foram confeccionados com resíduos de couro e mix de fios de algodão. Top e saia em técnica de fuxico de tecido, produzidos por presidiárias do Projeto Novas Marias, sob coordenação e design de Jacqueline Chiabay
revistahype.com.br hypeonline.com.br 23
Ensaio hype
» O vestido Flores de Gotas é feito com trama de crochê, a partir de tiras de resíduo de couro de cabra, cortadas manualmente. Projeto assinado e coordenado pela designer Jacqueline Chiabay, em parceria com artesãs de comunidades rurais do Espírito Santo.
Âť TambĂŠm produzido em parceria com presidiĂĄrias do Projeto Novas, este vestido foi bordado com lantejoulas de couro de cabra, reutilizado e multicolorido, sobrepostas em saia de estamparia digital
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Ensaio hype » Top e saia em técnica de fuxico de tecido, produzidos por presidiárias do Projeto Novas Marias, sob coordenação e design de Jacqueline Chiabay
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» Wil Ribeiro, Izadora Piffer, Faelo Ribeiro, Lara
Armani, Jacqueline Chiabay e Thaynan Drumond: modelos e equipe de produção reunidos, depois do trabalho, em clima de comemoração e diversão
Ficha técnica » Fotógrafo: Faelo Ribeiro (faeloribeiro.com.br) » Assistente de fotografia: Will Ribeiro » Beleza: Faelo Ribeiro » Estilo: Jacqueline Chiabay » Concepção: All Studio » Modelos: Lara Armani, Izadora Piffer e Thaynan Drumond » Agência: All Models MGMT (allmodelsmgmt.com)
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Personagem hype
Laysa Machado
“No fim do arco-íris tem um pote de ouro chamado dignidade” Por Claudia Feliz | Fotos: Arquivo Pessoal
Ela sempre se viu como menina, mas foi somente em 2007 que sua identidade foi oficialmente retificada. Até fazer a transição, esta ex-radialista, atriz e professora pósgraduada em Educação sofreu muito com a exclusão. Agora, preparase para escrever um livro sobre sua história e sua militância pela causa LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).
A
infância vivida por Laysa numa pequena cidade do Paraná não foi nada fácil. Até os 13 anos, para sobreviver em uma família muito pobre, precisou buscar restos de comida no lixão. Mas dessa dura realidade, que incluía violência física e psicológica, ela tirou forças para revolucionar sua vida nada convencional. Sentia-se menina desde criança. Durante anos, viveu “aprisionada” num corpo que não lhe pertencia e sofreu com a exclusão, até fazer a transição, com acompanhamento médico e psicológico, e tornar-se, legalmente, Laysa Carolina Machado. Casada há quase nove anos com o marceneiro Romilsom Veloso, Laysa, que já atuou
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Não quero aceitabilidade como benevolência.
como radialista e é também atriz, com formação acadêmica na área de História, conquistou, via eleição direta, por duas gestões (nos períodos 2009-2011 e 2012-2016), o cargo de diretora da escola na qual ingressou, por concurso, como professora. Agora, escreve um livro onde vai contar toda a sua história, que envolve sua militância pela Educação e pela causa LGBTT Com o livro, Laysa quer “estimular as pessoas LGBTT a continuarem e pensar que, no fim do arco-íris, tem um pote de ouro chamado dignidade”.
Qual era o perfil da sua família?
»
Foram os olhares alheios que me diziam que eu era menino.
Nasci em um distrito da cidade de Guarapuava, no Paraná, um lugar chamado Colônia Vitória Tenho uma irmã e um irmão, mãe falecida e pai sem muito convívio. Nosso padrão de vida era miserável. Ou seja, antes de me perceber menina, percebi que, se não achasse uma maneira de me alimentar, morreria de fome. E foi assim que dos sete aos 13 anos de idade eu buscava restos de comida num lixão. Tive um pai alcoólatra e esquizofrênico e uma mãe submissa e enérgica. Eu apanhava muito, e esta era a relação de afeto na minha família: apanhar!
Quais são as suas lembranças de infância? Fale sobre sua percepção sobre si mesma, como menina.
» Minhas lembranças são de sobrevivên-
cia à miserabilidade em que vivíamos. Não
tinha noção “genitalizada”, ou seja, sempre me achei menina. Foram os olhares alheios que me diziam que eu era menino. Toda vez que me deparava com impropérios ou era repreendida, toda vez que eu me referia a mim mesma no feminino.Para as pessoas eu era uma criança gay, um adolescente gay e um jovem gay discreto!
Como se relacionava com outras crianças. E como sua família, sua mãe e seu pai, lidavam com você?
»
Era uma criança que brincava com outras crianças. Sempre quis ser livre. Claro que houve muitas rejeições, tanto dos meninos quanto das meninas. Ninguém queria brincar comigo, enquanto eu queria brincar com todos e todas. A rejeição era de xingamentos e exclusão – muitas vezes eu era ignorada. Para minha mãe, eu teria que morrer cisgênero (termo utilizado para referir-se ao indivíduo que se identifica, em todos os aspectos, com o seu “gênero de nascença”), sem assumir minha transexualidade. Na verdade, era uma proteção materna natural. Meus documentos foram retificados pela Justiça em 2007, depois que entrei com processo. Mas, infelizmente, no Brasil este é um caminho muito árduo para as transexuais, pois o projeto de Lei 5002/13, dos deputados Jean Wyllis e Erica Kokay, continua engavetado. Enquanto isso, pessoas trans continuam sendo exterminadas pelas instituições excludentes.
Você é atriz, atuou como radialista e é professora de História. Como foi a trajetória da sua formação?
» Sou atriz com registro na DRT, mas, depois
de 15 anos esperando convites que nunca vieram, percebi que a transfobia te mata e te invisibiliza em todos os sentidos. Quase ninguém acredita numa atriz trans... Hoje, não espero mais nada de ninguém, chego na voadora! Trabalhei como radialista 11 anos, na locução, produção etc., ainda na vivencia cisgênero. Passei em dois vestibulares: de História e de Letras Anglo, mas
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Personagem hype emprego, sofreu muito. Mas, agora, está em uma marcenaria onde o patrão dele quer saber do profissional e não da sua vida particular. Quando contei, ele entendeu que sou uma mulher trans,e daí? O amor, não tem rótulos! O ódio sim, e muitos!
Como a comunidade escolar a via e vê? Os alunos a aceitaram sem restrição?
» Comecei como professor de História, e
era visto com “bons olhos”, um professor dedicado, competente. Porém, quando me assumi trans, os predicados sumiram e virei apenas “um traveco sem vergonha” que, na visão do colegiado, não era boa influência. Quando me candidatei para um cargo diretivo na escola, percebi que já estava sendo acolhida, todavia, com restrições, ou seja, eu era muda, coadjuvante, invisível. Quando assumi atransexualidade publicamente, voltaram algumas hostilidades. Mas alunos, pais, professores, direção, não têm que aceitar ou deixar de aceitar! Sou professora concursada. Não quero aceitabilidade como benevolência. Isto deixa as pessoas num patamar de superioridade.
a segunda universidade não terminei. Fiz três pós-graduações na área da Educação, sou professora concursada e passei em dois concursos. Em paralelo, me apresento com minha peça, sou cerimonialista, palestrante, e estou escrevendo meu livro para que minha história estimule as pessoas LGBTT a continuarem e pensar que no fim do arco-íris tem, sim, um pote de ouro chamado dignidade!
Que barreiras enfrentou para se se tornar uma transmulher?
» Enfrentei todas as barreiras. O mundo
heterocisnormativo não quer os LGBTT, por isso os mata. No Brasil, a estatística de vida de uma pessoa trans é 35 anos. Sou sobrevivente. Toda pessoa trans leva sua transexualidade onde quer que vá, e eu fiz da minha transexualidade uma bandeira na luta contra o ódio, o preconceito, a discriminação, a LGBTTfobia. Sou casada há oito anos e oito meses e muito feliz no meu casamento!
Seu marido sofreu rejeição por ter se ligado a você? Disse a ele que era uma transmulher quando o conheceu?
» Meu esposo me apoia em tudo. É um marceneiro muito competente, um marido carinhoso. Na verdade, no início, eu estava me escondendo. Queria ser cisgênero, ter útero, menstruar, engravidar. Ledo engano, sempre serei trans. Descobri que tenho mais que um útero, tenho um coração cheio de amor pra combater o ódio e a transfobia. Sofri muitas rejeições como muitas trans sofrem e às vezes se suicidam com esta rejeição. Meu marido foi hostilizado em um
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Meu marido foi hostilizado no trabalho. Sofreu muito.
O que deve ser feito para que se reduza a intolerância? Onde erramos para ela ser tão acentuada, não só em relação aos LGBTs?
» Um país que realmente leve a laicidade a
sério, investimentos não desviados e aplicados na educação, instituições como família serem acolhedoras e não expulsarem seus filhos de casa quando se assumem LGBTT. Além disso, uma escola que realmente cumpra o Artigo 53 do ECA, dando acesso e permanência aos alunos e alunas da diversidade, políticas públicas que abarquem a diversidade e leis que criminalizem atos de lbgttfobia... Vivemos em um país racista, onde as redes sociais evidenciam todos os dias a intolerância racial. Falta espaço de discussões acerca de gênero, temos fundamentalismo religioso que prega a teocracia intolerante. Queremos respeito! (Leia a integra da entrevista no site)
Consumo hype
�u dese�o, tu dese�as... Primeira boutique a lançar a strap you, um acessório para bolsas que se tornou um grande fenômeno no mundo da moda, a Fendi é, indiscutivelmente, objeto de desejo de consumidoras abonadas. Mas, quando se trata de marcas tops, a Miu Miu também causa frisson a cada lançamento. Só que nem só de nomes internacionais vive a moda. Veja o que garimpamos, aqui e lá, para alimentar seu prazer consumista
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» Novo modelo de óculos
de sol da Miu Miu, o Scenique tem design inspirado em borboletas. Com armações douradas e linhas sinuosas, traduzem a Miu Miu Girl: rebelde, mas feminina
» As bolsas super femininas
de Jorge Bischoff vêm com um perfume de primavera: delicadas, funcionais e, definitivamente, fashion
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» Femininos, o Charm
floral e a pulseira Pandora, para quem aposta na leveza e na delicadeza
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» Os brincos e o anel
de Carla Buaiz seduzem pela leveza das linhas curvilíneas, pelo balanço e movimento. Inspirada nos jogos Olímpicos, a coleção da designer exibe ouro amarelo, branco e rosé
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» Cheio de
detalhes e sinuosidades, o anel da Dryzun seduz as fashionistas da hora
» Azul é a cor mais quente, pelo menos neste lindo e circular anel da Talento
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»
» A sandália e a
bolsa Arezzo levantam o visual e garantem um toque primaveril à produção
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» A strap you foi lançada pela O modelo Dhalia Bag, da Fendi, assegura conforto e beleza, com um toque de requinte e personalidade indiscutível
Fendi em 2015, e continua agradando pela variedade de alças, que conferem um toque moderno e elegante a qualquer bolsa.
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Turismo hype
Viajando.com
Tia Zirinha Fotos: arquivo pessoal
Maria Elzira de Souza Santos pouca gente sabe quem é, mas Tia Zirinha... sacuda o primeiro lenço de despedida quem nunca viajou ou gostaria de viajar com ela.
M
ineira de Pedro Leopoldo, ela vive no Espírito Santo desde que se casou, em 1960. Mãe de quatro filhos, só começou a trabalhar em 1981. Por sugestão da cunhada, organizou, em 1981, um grupo para conhecer a Cidade da Criança, em São Paulo. Conseguiu atrair 40 passageiros (filhos de amigos) e embarcou nesta trip para nunca mais parar de voar. Nascia ali a Tia Zirinha com que todos queriam e querem ir para Disney. “Já visitei mais de 30 países. Viajar para mim tem dois significados. Primeiro, o prazer de trabalhar com meus grupos, depois, a convivência com o adolescente, que é muito gratificante. Estamos sempre aprendendo e nos renovando com os jovens”, diz Zirinha, cuja empresa está comemorando, neste ano, 35 anos de existência.
um roteiro maior. Começamos pelos Estados Unidos, passamos pela Califórnia e Havai e, em seguida, fomos ao Japão. Depois, fizemos a Tailândia e voltamos pela Europa, uma verdadeira volta ao mundo. Viajei com alguns casais de amigos por 45 dias nos anos 1970. Uma viagem perfeita.
A primeira viagem a gente nunca esquece...
tive esta experiência.
» Minha primeira viagem foi, realmente, inesquecível. Meu destino principal seria o Japão, mas resolvemos fazer
Um roteiro de sonhos
» O Leste Europeu, que visitei em 1994, e Escandinávia e Rússia, que fiz em 1997
Cartão postal inesquecível
» Japão, fiquei maravilhada com este país. Melhor companhia para viajar
» Minha filha Juliana
Pior parceiro de viagem
» Me considero uma pessoa de sorte , não Um mico em trânsito
» Em 1995, com nos-
sos grupos na Flórida, foi anunciado um furacão devastador em Miami, onde estávamos.
» Zirinha e a filha Juliana: inseparáveis
» A jornalista na Irlanda
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Voltamos para Orlando e o furacão não aconteceu! Graças a Deus!
Tropeçou na língua
» Quando fiz minha primeira viagem, meu inglês era básico e me senti muito insegura, o que me determinou que eu começasse a estudar a língua. Esta decisão foi muito importante, porque, uma década depois, quando comecei a trabalhar com turismo, estava mais preparada. País que ainda não conhece e que gostaria de visitar
» Austrália e Nova Zelandia.
Voltaria mil vezes a...
» ... Disney, sempre, e Londres, Paris e Nova York.
Um prato de comer de joelhos
» Amo doce, então as sobremesas são minhas
eleitas. Uma que amo em especial é a “tarte tatin”, na Ladurée, em Paris.
Uma comida que detestou
» Na minha primeira viagem, tive muita dificuldade com a comida na Tailândia.
A mala perfeita
» Aquela enxuta. Não é a minha (risos). Um souvenir que não vende, aluga ou empresta
» Meus tapetes.
Uma descoberta
» Quando fiz a primeira viagem com meu
grupo, há 35 anos, descobri minha profissão.
Dicas de viagem
» É muito importante ter uma bom consultor de viagens. #TiaZirinhaFériasPerfeitas
» Zirinha já
visitou mais de 30 países
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Comer bem hype
Sylvia Lis | Chef sylvialisc@gmail.com
Um coração
solitário
H
á muito que me bate no peito um coração solitário cumpridor do seu dever de manter vivo um corpo que corre, que engorda, que emagrece, que vai pra longe e vem pra perto e que nem pára pra pensar nesse que tantas vezes já sofreu por amor, já vibrou de emoções, já quase explodiu de alegria e que mantém vivas as lembranças de uma vida! Mas um dia, um dia, como que do nada, um grito de revolta! E tudo muda: enfim, o centro das atenções! Agora diz a que veio e quer cuidados especiais! Ora fica dengoso e pouco trabalha, ora fica valente, grita, se agita. Agora sim! Finalmente lembrado a cada minuto, clama por cuidados, pelo afeto que lhe foi negado ao longo de todos esses anos. Quer colo de mãe, comida boa, docinho na boca. Exige que se faça justiça. Que venham comidas gostosas com gosto de avó, da infância que lhe foi roubada. Mas que não venham papinhas, afinal já não é bebê, embora esteja um pouco chorão. Não quer nada demais; afinal,
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nunca foi assim tão exigente. Não é de seu feitio. Ofereço-lhe um doce, faz cara de nojo. Uma costelinha com farofa e o coitado grita de horror! Então paro, volto à minha infância e vejo minha família reunida em torno da mesa, enquanto minha avó pousa sobre ela uma tigela fumegante de macarrão com galinha que cheira a manjericão colhido na horta e tomates maduros tão vermelhos que justificam o nome de fruto de ouro que lhes deram os italianos. Sobre nossos pratos, já servidos, cai uma chuva branca de queijo tão cheiroso que ficamos ansiosos pela sublime primeira garfada! E esse passeio pelas lembranças já fez meu mais antigo e fiel companheiro entrar num rítimo quase letárgico de calma e felicidade, à espera do que está por vir. Então, subitamente me animo e ponho mãos à obra para alegrar o velho amigo. Afinal, é isso que fazem os cozinheiros: aquecem os corações e fortalecem os laços de amor que regem a vida!
Confira no site www. revistahype. com.br a receita do macarrão à Nonna Bella, da chef Sylvia Lis
Metal Nobre Acessรณrios
@metalnobreacessorios
Casa hype Eduarda Santos é advogada, arquiteta e está à frente do site Casa Casada www.casacasada.com.br
É primavera! A estação mais charmosa do ano chegou e, com ela, vieram as cores, as flores e aquele frescor especial que só a primavera tem...
A
brir as portas de casa para o clima primaveril pode ser uma excelente oportunidade de renovar os ambientes com pinceladas de cores e estampas, e deixar-se contagiar pela beleza e pela vitalidade da estação. E não é preciso investir em grandes intervenções: vale trocar as capas de almofada e as mantas felpudas do sofá por tecidos leves e alegres (quem sabe até forrá-lo). Vale, também, investir naquele papel de parede florido que vai dar um up no décor, comprar uma poltrona linda no estilo meio boho chic (que tem tudo a ver com a estação), e, quando receber amigos, caprichar na mesa posta com um jogo de louça bem florido! Ah, e lembre-se que casa com flor é casa com vida – não deixe de ter sempre um arranjinho por perto que, para ficar ainda mais charmoso, pode ser feito em objetos como bules ou chaleiras... Depois, é só dizer: seja bem-vinda primavera!
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» O tapete Missoni,
à venda da Celina Dias, confere um toque de alegria ao ambiente
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» As almofadas
Zara, da Riachuelo Moda Casa, trazem a primavera para dentro de casa
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» Os papeis de parede
com estampas florais levantam o astral de qualquer ambiente. À venda na Lúcia Lobato
» Com
motivos florais, as louças da Oxford Porcelanas fazem de qualquer refeição uma festa de alegria
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» O revisteiro
Love, da Imaginarium, confere um status nobre às revistas e jornais da família
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Som hype
Luis Taylor taylor@superig.com.br
Sombrio e melancólico Escrever por aqui nunca é fácil. Tento sempre esperar até o último momento, para ver se algum álbum sensacional é lançado e então escrever sobre ele. Essa estratégia funcionou várias vezes ao longo deste 13 anos de resenhas. Um disco bom, novinho em folha, rodando pela primeira vez dá um tesão danado na gente, e falar sobre ele é sempre mais fácil. Outras vezes, como agora, espero e nada acontece. Aí tenho que catar o último bom disco que ouvi, que tenha sido lançado há não muito tempo e que possa soar como novidade para o meu querido leitor e para a minha querida leitora. Preciso levar em conta o perfil da revista (ok, nem sempre o faço), e não ser tão esquisito nas minhas escolhas. Um bom DJ tem que saber
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que som colocar na pista para fazer todo mundo dançar. Dito isso, vamos ao álbum desta edição. O Gojira é uma banda de heavy metal, fica logo avisado. Mas esse Magma, sexto disco dos franceses, lançado em meados de 2016, vou te falar, amplia o horizonte da banda de tal forma, que pode vir a colocá-los no mesmo pedestal de bandas de metal “inteligente”, lado a lado com Queens of the Stone Age, Mastodon ou ainda Baroness. Mais do que pesado, o álbum tem uma atmosfera sombria, melódica ao extremo, e sem deixar de lado a virtuose nos solos que nós, apreciadores da difícil arte do som distorcido, gostamos. Sem exageros, claro. O single Stranded é devastador, mas Shooting Star e Pray são as mais indicadas para sentir o climão nublado e escuro. E é assim, com muito clichê, chamando os cabeludos de metaleiros e amantes do rock bem pesado, que me despeço. Quem sabe, depois de ler isto aqui, você também não vem para o lado negro da força...
Livros hype
Clima olímpico »
Suspense e ação »
Jade Walker e Bel Oldacre moram na mesma cidade, mas têm vidas um tanto distintas. A primeira mora com os pais, um criador de porcos e uma dona de casa, e vive com fome porque os dois frequentemente se esquecem de alimentá-la. A má fama dos Walker é conhecida por ali. Já Bel é enteada de um homem muito rico. Numa manhã, as duas, ambas com 11 anos, se conhecem por acaso no mercado da cidade. No fim daquele mesmo dia, Jade e Bel serão acusadas de assassinato ao se envolver na morte de uma outra criança. Este é o pontapé inicial de À sombra de uma mentira, livro de estreia de Alex Marwood, que venceu o Prêmio Edgar Allan Poe em 2013.
Inspirada pelo espírito olímpico, a fotógrafa Dadá Cardoso lança uma nova sobrecapa para seu livro Gêmeos, onde destaca as gêmeas mais famosas do Brasil, as nadadoras Bia e Branca Feres. A obra reúne cerca de 100 pares de irmãos fotografados de forma única por ela. A fotógrafa já publicou trabalhos nos principais veículos da grande imprensa, como O Estado de S.Paulo, Jornal da Tarde e na Folha de S.Paulo, onde manteve atuação mais intensa. Dadá viveu no Rio de Janeiro, trabalhou para a sucursal carioca da Folha e desenvolveu vasto trabalho com o meio artístico local. Parte dessa experiência está no livro “Retratos” de 1999, principal lançamento fotográfico do ano, prefaciado pelo jornalista Arnaldo Jabor.
Vendendo a si próprio »
Você gosta de vendas? Acredita em livros que ensinam a vender? Então leia Você não precisa ser um tubarão,, editado pela Primavera Editorial. Conhecido como o “Bom Tubarão”, seu autor, Robert Herjavec, desenvolveu uma abordagem para a vida e para as vendas. Ao pensar em como levar isso não apenas aos seus telespectadores do programa Shark Tank – também exibido no Brasil pelo Canal Sony - mas sim a todos, o americano resolveu escrever a obra, que trata de vender serviços e produtos,vender sonhos aos outros e vender até a si próprio.
Para designers e artistas »
O livro In nature we trust, criado pelo Atelier Marko Brajovic com curadoria de Federica Sandretti, se divide, basicamente, em três macro temas: Manifesto, Arquivos Estratégicos e Obras Selecionadas de 2006 até 2016. Rico em imagens de alta qualidade, diagramas, desenhos técnicos e de projeto, como também textos teóricos, o formato inédito do livro esta direcionado ao público de arquitetos, designers, cenógrafos, artistas assim como, também, empresas e instituições que gostariam de conhecer mais a biomimética como estratégia de inovação.
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ZoOm hype
Andreia Lopes
Movida a desafios Por Betty Feliz | Foto: Divulgação
Ela se define como uma pessoa de garra, que persegue ideias e ideais e que tem tudo para chegar muito mais longe na carreira.
A
lguns de seus amigos vão além: ela tem foco, é ambiciosa, dizem. Sobre esta última característica, a secretária de Comunicação do Governo Andréa Lopes, não admite, mas também não nega: “Talvez...” Nascida em Cachoeiro de Itapemirim, ela tem 38 anos, é formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com ênfase em Jornalismo. Cursou MBA em Estratégia de Comunicação Organizacional pela UVV e master em Jornalismo pelo Centro de Extensão Universitária da Universidade de Navarra.
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Andréia, que fez carreira na Rede Gazeta, onde ,começou em 1990, como repórter da Rádio CBN Vitória, atuou na área de política, foi comentarista da CBN e titular da coluna Praça Oito por seis anos. Em 2009, tornou-se editora de Política do jornal e, quatro anos depois, assumiu o cargo de editora executiva. Uma de suas principais características é não recuar diante de desafios. Um deles foi assumir,a convite do governador Paulo Hartung, o cargo de secretária de Estado. Hoje ela encontra-se, como se costuma dizer no meio jornalístico,” do outro lado”. “É uma experiência muito interessante. Jornalismo é jornalismo em qualquer lugar, independentemente de qual lado do balcão você esteja. Então, dedico-me ao máximo a esse novo desafio, que é enorme”, diz Andréia, assumindo ser este seu combustível.
Ela admite estar aprendendo muito e diz que teve que desenvolver novas habilidades. “Dediquei-me a estudar e cerquei-me de bons quadros na equipe. A diferença maior é a responsabilidade do cargo. São múltiplas as funções. Orientar uma rede inteira de comunicação, que conta com cerca de 100 profissionais nas diversas secretarias, cuidar das campanhas do governo, que têm sido todas de caráter educativo, cuidar do orçamento com muito atenção e seriedade, pois estamos lidando com dinheiro público, enfim, pensar nas várias estratégias de governo e na prestação de serviços”. Andréia acorda, às vezes, antes das cinco da manhã. Corre e nada. “Costumo ser muito disciplinada. Leio todos os jornais nacionais e locais antes de sair. Vejo as redes sociais, costumo despachar já pelo whatsapp bem cedo. Monitoro as Tvs e rádios. É uma agenda puxada, e eu gosto muito. É muita responsabilidade, o tempo todo. Um erro meu não é meu, é do Estado. Então, procuro estar sempre alerta”. Sobre o papel da comunicação pública, a secretária é direta: ela deve ser educativa, de orientação ao cidadão, prestação de serviço, e não de promoção pessoal. “Por orientação do governador, abolimos a logomarca. A marca do governo é o brasão. Isso, em nome da impessoalidade. Então, temos buscado campanhas que aproximem governo e sociedade”. Ela se empolga ao falar da campanha 21 Dias, que faz parte do Programa Vida Saudável, da Secretaria de Saúde. “O Governo precisa fazer a sua parte, oferecer serviços públicos de qualidade. Mas governo não faz tudo sozinho. Então, de uma forma leve e interativa, chamamos as pessoas para cuidarem da própria saúde. Foi assim, também, com a campanha #AmorES, da Secretaria
de Turismo, que valoriza as belezas do nosso Estado”. Diz que encontrar uma forma diferente de falar da segurança e da redução dos índices de violência – o Estado alcançou a menor taxa de homicídios dos últimos 23 anos– foi igualmente desafiador. Fala das campanha #CompartilheOBem, que incentiva as boas práticas e prega a tolerância no dia a dia , e da que prega a boa convivência no transporte público. “Chamamos um cobrador e um motorista que estavam fazendo sucesso na internet com um funk, o MC Bob e o MC Scooby. Eles dão dicas bem humoradas sobre questões sérias, como o assédio nos ônibus. Pare e pense no coletivo, é a mensagem que queremos passar. Logo nos primeiros dias da campanha, o vídeo explodiu na internet,” diz Andréia. Mas ela também se entusiasma quando a conversa se volta para a natação. “Eu só fazia caminhadas. Nunca fui apaixonada por academia. Daí, olhei para a Ilha do Socó, na Praia de Camburi, e pensei: “Vou aprender a nadar para chegar lá”. Depois disso, organizei O Dia da Travessia em Camburi, chamei meus amigos, montei uma tenda, distribuí certificados... Daí em diante, não parei mais” Há pouco mais de dois anos, Andréia passou a correr. “É minha terapia. Um tempo só meu. A atividade física trouxe muitos amigos, deixou-me ainda mais disciplinada e me ajuda a trabalhar melhor. Fui evoluindo e já fiz três meias maratonas e duas 10 Milhas Garoto. Neste ano, farei a minha terceira. A corrida é minha grande paixão. Mas o que me relaxa mesmo é a natação em águas abertas.” Seu próximo desafio? Participar de um aquathlon (corrida e natação). “O esporte me complementa, é verdade, mas meu foco principal é o trabalho”.
Mais de perto Filmes preferido Todos os homens do presidente.
Livro de cabeceira
Minha Razão de Viver, de Samuel Wainer.
Trilha sonora Roberto Carlos
Melhor corrida XC Run Buzios
Cor ou estampa Onça
Objeto de consumo Bolsas
Prato preferido
Todos da minha mãe, dona Deuzeny
Lugar dos sonhos
Onde eu vivo
O esporte me complementa, é verdade, mas meu foco principal é o trabalho
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Especial
#ProjetoVerãoHype,
o desafio de Lorraine Stoodley
Tendo como protagonista principal a famosa blogueira capixaba e utilizando a hastag #ProjetoVerãoHype, mergulhamos no universo do lifestyle
A
pós a gravidez do seu segundo filho, a bela Lorraine Stoodley estava enfrentando dificuldades para recuperar a forma anterior. Convidada pela revista, Lorrayne aceitou o desafio de participar do Projeto Verão Hype, que vai fazê-la chegar à próxima estação não apenas com o shape ideal, mas, principalmente, com muito mais saúde, qualidade de vida e disposição. Além de incentivar e acompanhar nossa personagem, nosso projeto vem divulgando, por meio do site da revista e das redes sociais, matérias e dicas diárias para que você, leitor, também se engaje no projeto. Acompanhe tudo por meio dos nossos canais de comunicação: Facebook, Instagram, Snapchat, Youtube e hypeonline. Profissionais altamente qualificados estão cuidando para que Lorrayne atinja seus objetivos. São eles o personal trainer Roberto Jacob, a nutricionista Paula Peterle e a fisioterapeuta estética Rayane Garcia. Saiba mais sobre eles.
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Rayane G. Loureiro
Paula Peterle Falquetto
Nutricionista, formada pelo Centro Universitário São Camilo, com especialização em Estética Clínica, com ênfase em terapias aplicadas e em Saúde Pública, trabalha com reeducação alimentar, planejando perda de peso e ganho de massa muscular, assim como no combate a acne, celulite, envelhecimento e flacidez. Atualmente, também cursa Nutrição Esportiva. “Estamos trabalhando o índice de massa corporal da Lorraine – que estava acima do normal (28,64kg/m²), quando iniciamos – cujo percentual de gordura era de 33%. O objetivo é fazer a redução desse percentual, utilizando um plano alimentar low carb. A estratégia favorece uma diminuição natural de calorias. O intuito é que o corpo passe a obter energia de outras fontes,tais como gorduras naturais e proteínas”, diz a nutricionista.
Roberto Jacob
Professor de Educação Física, formado pela Ufes, atua como personal trainner há 18 anos. É expert em emagrecimento e hipertrofia para mulheres. Com sua expertise, criou o Programa Foco90, que oferece consultoria online e permite planejar e alcançar melhores resultados em 90 dias, usando o aplicativo para guiar seu treinamento. O programa compreende vídeos de exercícios; técnicas de execução de alto rendimento; seleção de treino
F i s i o t e ra p e u t a , dermatofuncional, especialista em Drenagem Linfática Manual pela École de Drainage Lymphatique Bruxelles – Bélgica, é representante da pioneira técnica de drenagem, o Método Renata França (também chamada de “drenagem das tops”). “Essa técnica já conquistou celebridades como Ivete Sangalo, Gabriela Pugliese e Lalá Rudge”, diz Rayane. “A drenagem linfática atua na desintoxicação do organismo e na ativação do metabolismo, reduzindo a retenção de líquidos, eliminando as toxinas e desinflamando as células adiposas (gordura). Assim, todos esses efeitos associado a uma alimentação adequada e introdução de exercício físico potencializam a lipólise, isto é, a queima de gordura para ser usada como fonte de energia”, explica a especialista.
e organização; sistemática semanal(toda semana um treino novo); sequência funcional com ativação metabólica extrema (possibilita emagrecer e hipertrofiar ao mesmo tempo); praticidade e otimização do tempo (treinos de até 30 minutos por sessão); e lógica funcional( permite inverter a ordem dos exercícios, facilitando o treino).
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Rita Rocio Tristão
conversando com Betty Foto: Marina Dalapícola
Bati um papao com a diretora da Casa Cor ES dias antes de o evento estrear, quando ela, em geral, está mergulhada de corpo e alma no bem sucedido projeto que, em 2016, chega à sua 20 a edição, desta vez sediada no antigo hotel Canto do Sol, em Camburi
Arquiteta e urbanista, Rita Rocio Tristão orgulha-se de ter sido sócia do renomado Zanine Caldas e assinado vários projetos em diversos estados do Brasil, além de ter estudado na Suiça e na França. Para ela, o sucesso e amor vêm em primeiro lugar.
Quais são os ingredientes necessários para se produzir um evento de sucesso?
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Um bom endereço, um excelente elenco de profissionais expositores, um bom projeto, profundo conhecimento do negócio e a paixão pelo resultado.
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Feliz
Quais foram as principais lições que você aprendeu ao longo de sua vida profissional?
» Que ética é fundamental e que todo dinheiro tem um preço. Já rejeitei muitos negócios aparentemente vantajosos, cujo custo poderia ir além de qualquer retorno financeiro.
Hypidinhas » Se você ainda não visitou » a Casa Cor 2016, não sabe o que está perdendo. Entre os 40 ambientes, destaca-se uma cozinha super moderna assinada pela Dell Anno. Nela, entre outras inovações, pode ser vista uma porta com a TV fixada, dentro do sistema “Cucina Movie”, da Cinex. Um luxo!
O que, ou quem, jamais entraria na sua casa?
» De uma forma geral, sou muito reservada, preservo bastante a minha casa, que é meu porto seguro. Flores artificiais, no geral, não gosto, apesar de existirem algumas lindíssimas.
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ica localizado no bairro F Tatuapé o novo escritório que o Grupo Neffa acaba de inaugurar em São Paulo. O objetivo da iniciativa, segundo suas diretoras, Flávia e Xuxu Neffa, é expandir seus negócios naquele que é considerado o maior centro empresarial do Brasil.
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ma cartoon band. Nunca U ouviu falar? Então ligue-se no Bardot Mobile, projeto concebido pelo músico, produtor e arranjador capixaba Sérgio Benevenuto. Vale a pena conferir esta incrível e original criação sonora e visual.(Facebook, Youtube e Spotify).
O que separa o bom do mau design?
» Um bom design é aquele que atende bem às funções para as quais foi projetado, com forma e função em sintonia. No design, assim como na arquitetura, nada deve ser aleatório, tudo deve ter uma razão. Se sua sala estivesse pegando fogo, o que salvaria primeiro?
» Se não houver pessoas na sala, salvaria o quadro do Hilal. Quem chamaria para escrever sua biografia?
» Meus filhos, todos juntos. A mistura das visões deles daria uma biografia bem completa. Mas só não garanto imparcialidade (risos).
ara os apaixonados (como P eu) pela música "Resposta ao Tempo", de Cristóvão Bastos e Aldir Blanc, a revelação surpreende. Aldir confessou, recentemente: “Uma das coisas mais curiosas(...), não tenho vergonha de dizer, é que fiz a letra em 15 minutos, com um café, em cima da perna”.
» O feminismo, que renasceu
com força nesta década, depois de um período de ostracismo, é uma pena, continua rendendo o mesmo script. Pouco mudou dos anos 1970 para cá. Estão aí a violência doméstica, os estupros e os salários desiguais que não me deixam mentir. Não há “empoderamento” que resista...
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“ O que segura casamento não é o amor,é o bom humor! Até pra acabar, tem que saber rir, isso é fundamental” (trecho da peça Solos de Memória”, inspirado na vida e na obra da artista Anna Bella Geiger).
E se sua vida rendesse um filme..., quem convidaria para dirigi-lo? » Woody Allen
Coloque em ordem de importância: sucesso, dinheiro, poder, fama e amor.
ucesso, amor, dinheiro, poder e fama. S
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Vinho hype
André Andrès andreandres.hype@outlook.com
Dese�o e espera O dono de uma loja de vinhos ligou para um grande empresário, conhecido por sua paixão por vinhos, e anunciou: “Acabo de receber um lote de vinhos franceses. Bordeaux. Sei como você gosta deles. Posso reservar algumas garrafas?” O empresário pergunta, um pouco desconfiado: “Qual a safra?” O comerciante responde: “Safra recente. 2012”. E o empresário conclui: “Meu amigo, quando esses vinhos estiverem no ponto para serem abertos, você não estará aqui para me ligar. E eu não estarei aqui para atender…” Os dois riram. E a conversa tomou outro rumo. Esperar 15, 20, 30 anos para tomar um vinho é, para alguns, não só um exercício de paciência, mas de confiança no próprio futuro. E esse período é realmente necessário, em vários casos. O Tondonia branco, ótimo vinho espanhol, não deve ser aberto antes de 15 anos de vida, por exemplo. Mas há exceções, lógico: rótulos colocados no mercado após décadas de amadurecimento. Daí, a paciência e a confiança no futuro têm que ser qualidades dos produtores, não dos consumidores. Este é o caso, por exemplo, do vinho do Porto e de outro vinho fortificado, menos famoso, mas muito especial: o jerez, produzido na região de Andaluzia, Espanha. Do sistema de produção ao sabor incomum, incomparável, o jerez tem uma história de mais de 2
mil anos. Visto sob esse ângulo, um oloroso de 60 anos é até novo… Você certamente já ouviu falar do sistema tradicional de produção de tintos e brancos. De barricas de carvalho, alguns meses de guarda etc. Esqueça. O jerez, feito normalmente com a casta Palomino (também se usa Pedro Ximenes e Moscatel), utiliza tanques ou barricas abertas. Aerado pela brisa do sudoeste espanhol, o vinho produz um tipo de película, resultante da fermentação. Essa película é chamada de “flor” e sua espessura (ou ausência) é fundamental para definir os vários tipos de jerez colocados no mercado (fino, oloroso, amontillado etc.). Depois dessa etapa, o vinho é colocado em “botas jerezanas”, barricas dispostas num formato de pirâmide. Os mostos mais recentes são colocados no topo da pirâmide. E os que serão engarrafados são retirados da base. Ou seja, é um grande sistema de barricas interligadas, em que o período entre a entrada do mosto no topo da pirâmide e sua retirada na base pode levar três, quatro, muitas décadas. O sabor é variado (de doces a bem secos), exótico, incomum, marcante. Inesquecível. Não poderia ser diferente, porque ele é resultado, sobretudo de paciência, essa virtude que é a conta certa entre a existência do desejo e a capacidade de saber esperar…
» O sistema de envelhecimento pelo método de solera: os
» Um Oloroso, com 30 anos de amadurecimento, antes de ser
vinhos mais novos são colocados nos tonéis superiores,e vão
aberto: vinho com toques defumados, incomum e marcante
se misturando aos mais antigos ao longo de vários anos
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Studio hype
A escultura utilitária de Rubens Szpilman Ele faz parte de um seleto time de designers e acaba de lançar um novo modelo de negócios Por Betty Feliz Foto: Divulgação
A
rtista plástico e designer, Rubens Szpilman, 55 anos, dispensa apresentações. Este carioca radicado no Espírito Santo há mais de três décadas, casado com a capixaba (e sócia) Beatriz Schneider, é referência internacional na produção de cubas, lavatórios e acessórios para banheiro e lavabo em resina de poliéster. Szpilman trabalha com rara habilidade volumes, transparências, cores e texturas. Suas criações, diz ele, mais do que belas peças de uso prático e decorativo, são esculturas utilitárias. Quem conhece a obra e o autor não deixa de concordar com isso Ao lado de um seleto time de designers, Szpilman cria peças exclusivas para a americana WaterWorks, a mais famosa rede de boutiques de banho do mundo. E ele faz tudo isso em sua fábrica, localizada na praia da Baleia, em Manguinhos.
Agora, depois de quase dois anos de estudos e muitos cálculos, o designer comemora a aprovação de seu projeto de inovação e financiamento pela Finep (Governo Federal), por meio do Bandes. Trata-se de um novo modelo de negócios, por meio do qual as vendas acontecem em um e-commerce chamado A&B2P (Assistance and Business to Professional). “Ao contrário do e-commerce normal, nós não venderemos direto ao consumidor, mas somente, e exclusivamente, por meio da especificação de um profissional. O projeto envolve também prototipagem e algumas ações inéditas, como substituir o latão, cujo processo de cromagem é extremamente agressivo ao meio ambiente, pelo aço inox polido”, explica Szpilman. Ele diz que os novos designs e o processo produtivo das válvulas de sabonete líquido e tampas para potes de bancada que criou seguem o conceito de sustentabilidade: leia-se produtos duráveis, que podem ser recuperados, “como se fazia no passado”. Assim como as peças em resina, as peças foram projetadas e são produzidas de forma a oferecer um produto de fácil manutenção e grande durabilidade. “Juntos, o aço inox e a resina de poliéster podem durar mais de 50 anos de uso, sem apresentar desgastes significativos, infiltrações ou corrosão”, arremata Szpilman.
Dois pontos
�ntusiasmo
A
palavra era entusiasmo. Havíamos sido desafiados a eleger substantivos, adjetivos, advérbios ou verbos que de algum modo representassem aquele momento em que a realidade implacavelmente postada diante de nós exigia concentração, equilíbrio, bom senso e uma dose extra de fé no futuro. Em um dos papéis, a caligrafia bem-feita de professor anunciava a escolha certeira: Entusiasmo. Substantivo masculino. Ato ou efeito de entusiasmar (-se). Nas religiões não cristãs da Antiguidade, estado de exaltação do espírito, de comoção profunda da sensibilidade de quem recebe, por inspiração divina, o dom da profecia ou da adivinhação. Estado de fervor, de emoção religiosa intensa, que leva à intuição das verdades religiosas ou sobrenaturais. Estado de exaltação da alma que vivencia o poeta ou o artista, inspiração. O estado de espírito da maioria de nós era justo o oposto. Estávamos desanimados com o cenário econômico e entristecidos com as perspectivas coletivas, conscientes das imensas dificuldades e dos inúmeros desafios erguidos ao redor, distantes em quase tudo das condições de exaltação, fervor ou emoção intensa registradas no dicionário como significados daquele verbete de dez letras encadeadas em sílabas milimetricamente divididas por cinco. Tínhamos esperança em temporadas melhores e crença na ideia segundo a qual não se deve julgar cada dia pelas colheitas e sim pelas sementes. Mas não eram estes, em especial, os sentimentos que dominavam aquela manhã. Ao contrário: havia mais tristeza que alegria e talvez até um pouco de preguiça, mais descrença que confiança, mais medo que coragem, mais cansaço que a palavra que feliz-
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Ana Laura Nahas Jornalista e escritora ana.laura.nahas@gmail.com
mente se anunciou na caligrafia bem-feita de professor quando fomos desafiados a eleger substantivos, adjetivos, advérbios ou verbos que representassem aquele momento. Entusiasmo lembra dedicação, interesse, encanto, felicidade e afeto. Remete diretamente ao desejo e às vontades. Põe cores vivas em certos encontros, em determinadas conversas e até em alguns silêncios. Ilumina algumas dúvidas, certas faltas e até determinadas partidas. Tem a ver com o essencial, seguir as verdadeiras intenções, a ideia central, a razão principal, o mais alto grau de importância, apesar das decepções, das dissimulações e das expectativas desfeitas. [É aquela história, sem tirar nem pôr: o essencial tem a ver com ter foco, escolher o que compensa e seguir a filosofia de quem pode tudo, mas nem tudo lhe convém]. Entusiasmo pressupõe vencer o desânimo, ultrapassar a aridez dos corpos sem alma, superar o peso dos tempos difíceis. Em sua jurisprudência, o desalento não tem vez, nem o cansaço, o vazio, os encontros suspensos até segunda ordem. Entusiasmo exige amor pelo momento, entrega, dedicação. Sua ausência pinta de cinza a casa inteira, enche a vida de descrédito, aumenta o ângulo pelo qual vemos as perdas, as partidas, os adeuses. Entusiasmo é exatamente o contrário do poema. – Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes.
Ponto Final Marcelo dos Santos Netto Jornalista e escritor www.msnetto.com.br msanetto@gmail.com
Brincadeira E
ra um orfanato que alugava bebês órfãos. De tanto receber bebês demais e doações de menos, decidiram oferecer um serviço que poucos admitiam, mas todos sempre quiseram. Sejam bem vindos, futuros pais. Não precisam ter vergonha. Sabemos que vocês querem ter bebês. O que não querem é criar filhos. Por que não alugar um bebê? Devolva quando cansar. O amor é mesmo infinito enquanto dura, inclusive entre pais e filhos. Era um ótimo negócio para o orfanato – e ainda mais para os pais. Eles não enfrentavam gastos com gravidez. Nem dores do parto ou riscos à saúde. E muito menos a ansiedade da espera. Os pais podiam escolher o sexo e a cor da criança. Que chique, uma família interracial e tolerante. Assinavam um contrato e saíam com o bebê, que até mesmo podia ter o nome que escolhessem. E eram roupinhas para o enxoval. Rito de batismo. Viagens. Festa de primeiro ano de vida. Aquelas lindas fotos para o álbum de bebê, para o papel de parede do smartphone, para as redes sociais. E vídeos, muitos vídeos caseiros. É claro, continuava difícil trocar fraldas, dar comida, lavar roupa, ouvir choro. Para não estragar a diversão, era melhor concluir que isso também fazia parte da experiência pela qual pagaram. Mas o bebê insistia em crescer. Deixava o carrinho, engatinhava. Dizia palavras. Criava vontades, desenvolvia apetites, fazia planos. Cobrava atenção, cuidados, remédios. E eram berros, choro, gritos. E stress, muito stress. Noites em branco, irritação, gritos entre o casal. Insônia, falta de sexo, ranger de dentes. Ainda mais gastos, desta vez
com vacinas, fraldas, comida, fraldas, comida, mais fraldas. Fim da brincadeira. Os pais retornavam o bebê, concluíam o acordo, acertavam as despesas. Às vezes, doavam as roupas, os brinquedos, o carrinho de bebê. Chegavam em casa, reviam as fotos; achavam ridículas, deletavam ou queimavam. Que alívio. Por que fizeram isso? Talvez somente para lembrar como é bom não ter filhos; mais ou menos como vestir um calçado apertado só para ter o prazer de se livrar deles ao fim do dia. Está tudo bem. O dinheiro recebido pelo orfanato era bom. Serviria para cuidar do bebê. E o bebê não pararia de crescer. Falaria cada vez mais. Criaria vontades próprias. Aprenderia coisas feias. Descobriria que os adultos não eram tão espertos quanto pareciam ser. E detestaria precisar deles. Que bom para os pais: eles não estariam por perto para serem detestados. Mas também não estariam por perto quando fossem necessários. Mais uma vez, está tudo bem. O orfanato vai cuidar deles. E, quem sabe, eles também fariam bebês que um dia o orfanato iria alugar.
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Hype end
»Símbolo de transformação, ao longo
da vida, à borboleta têm sido atribuídos mil e um significados. Entre outros, que ela representa a felicidade, a beleza,a inconstância, a efemeridade da natureza e da renovação. A borboleta que sai da crisálida é o ovo que contém a potencialidade do ser, dizem alguns. Outros, que os estágios desse inseto (lagarta, crisálida e borboleta) significariam vida, morte e ressurreição, ou seja, a metamorfose, do ponto de vista cristão. A psicanálise moderna vê na borboleta um símbolo de renascimento. Afinal, não há outro animal que passe por uma metamorfose tão intensa e completa. Representação da liberdade e da auto-estima, sonhar com borboleta, asseguram os místicos, significa, geralmente, coisas positivas. Então, que, nesta primavera, as borboletas (aqui representada por esta bela escultura de cristal Swarovski) povoem nossos sonhos e encham de alegria e beleza os nossos jardins!
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