[TGI2] CONTRAPONTO: ressignificação de fluxos e centralidades

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CONTRAPONTO ressignificação de fluxos e centralidades

PRISCILLA KAKAZU


Lembro-me no auge da minha infância: toda sexta feira fazia o percurso que ia para a galeria que estudava, no centro. Ora, era o auge social de um jovem da minha idade, entrar em contato com outras pessoas, de outras escolas, e sair da zona de conforto. Eram os primeiros passos sozinhos para dentro da cidade. Nesses passos, o que perdurou em mim é a memória que tenho da fábrica em frente à galeria. A mureta de divisa do estacionamento, onde os adolescentes se aglomeravam, sedentos por um espaço apenas para conversar, era quase como uma arquibancada para o palco que eram as fachadas cegas da fábrica antiga, que mais parecia parada no tempo, fazia no meio do centro antigo? O que estava por trás de sua presença insólita e intempestiva? Ao procurar contextualizar essas perguntas, senti a aproximação entre meu papel como estudante de arquitetura e urbanismo com o de habitante, onde parto de uma inquietação pessoal de alguém que viveu o meio urbano para um projeto de arquitetura e cidade.


PRISCILLA EMI KAKAZU

TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO - USP Professores CAP Prof. ª Dr. ª Luciana Bongiovanni Martins Schenk Prof. Dr. David Moreno Sperling Prof. ª Dr. ª Lucia Zanin Shimbo Prof. Dr. Francisco Sales Trajano Filho

Professor coordenador GT Prof. Dr. Tomás Antonio Moreira

SÃO CARLOS - SP 2015


PRISCILLA EMI KAKAZU

CONTRAPONTO: RESSIGNIFICAÇÃO DE FLUXOS E CENTRALIDADES


Petite Ceinture, foto: Pierre Folk, edição de Priscilla Kakazu

Petite Ceinture, foto de Pierre Folk, edição de Priscilla Kakazu



Agradeço: Aos amigos que ingressaram comigo na aventura, pelo apoio e companhia Aos professores Tomás e Luciana, pela orientação e paciência À minha família, Sidnei, Erica e Daniella, por tudo. Aos lugares mais lindos e inspiradores que tive a oportunidade de passar ao longo de minha jornada.


CADERNO DE APRESENTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO RESUMO..............................................................10 A PARTIDA...................................................................12 O PERCURSO..............................................................18 1. em relação à cidade de Indaiatuba: o lugar.....................18 2. em relação às centralidades: a questão.............................28 3. em relação à presença: a análise....................................32 4. em relação às linhas de força: as diretrizes.......................42

O PROJETO.................................................................46 recorte 1: o contato com o parque.........................................54 recorte 2: a rua como difusão................................................64 recorte 3: a fábrica como convergência....................................70 CONCLUSÃO............................................................82 REFERÊNCIAS...........................................................84 ANEXOS


ÍNDICE


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RESUMO


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A cidade contemporânea, como um espaço cheio de coerências e incoerências, é um tema que abre portas para diversos questionamentos sobre a maneira como vivemos atualmente. Consciente dessa complexidade, esse trabalho procurou refletir sobre as relações entre identidade, memória e o meio urbano e, portanto, sobre a construção da cidade. O questionamento que se faz se funda na passagem do tempo e em como podemos pensar novas urbanidades enquanto preservamos o que as cidades e seus habitantes já foram e viveram. A investigação partiu do estudo sobre como o crescimento e as dinâmicas da cidade de Indaiatuba foram se construíndo ao longo de sua história. A inquietação, que nasceu com a presença de uma fábrica antiga desapropriada no centro da cidade, expôs dois momentos, identificados e diferenciados a partir de suas centralidades: o primeiro consiste nas dinâmicas urbanas voltadas para o centro antigo; o segundo revela um novo centro que surge, o Parque Ecológico linear. A proposta de intervenção convida a se pensar em um terceiro momento para Indaiatuba, onde a camada de atuação é a cidade preexistente e a investigação projetual se condense no reconhecimento das duas temporalidades através da sua conexão. Em sua primeira etapa, a proposição se deu pela criação de percursos articulados por espaços livres, existentes e propostos, e locais relacionados com a memória. A segunda parte consistiu num recorte representativo que mostrasse numa escala mais aproximada a intenção projetual final: uma intervenção entre fábrica e parque onde o encerramento do trabalho se volta para o seu ponto de partida. Por fim, relacionar as duas centralidades, os dois momentos da cidade, não é uma tentativa de

unificação, mas sim de alimentar a complexidade da co-presença de ambas no imaginário urbano.


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“Buenos Aires cresce DESCONTROLADA e IMPERFEITA, é uma cidade superpovoada em um país deserto, uma cidade em que se erguem milhares e milhares de edifícios sem nenhum critério. Ao lado de um muito alto, existe um muito baixo, ao lado de um racionalista, um irracional, ao lado de um de estilo francês há outro sem estilo algum. Provavelmente estas irregularidades nos refletem perfeitamente, IRREGULARIDADES ESTÉTICAS e ÉTICAS.” (Medianeras, 2011)


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De início, o pensamento e prática do Movimento Moderno Internacional apresentou descaso em relação às características históricas, geográficas e culturais que dão identidade ao lugar. Dentro do planejamento urbano, a dimensão humana foi esquecida e negligenciada enquanto outras questões ganharam mais força. A ideologia urbanística do modernismo, que separou os usos da cidade, deu espaço para edifícios cada vez mais indiferentes ao seu entorno e priorizou dramaticamente os automóveis no lugar da vivência do pedestre e do espaço público; ela, dessa maneira, poria um fim a vida urbana nas cidades (Jacobs In: Gehl, 2013); a surpresa e a função social do encontro no meio urbano perdiam cada vez mais força. Dentro do contexto de críticas às aplicações práticas realizadas pelo Movimento Moderno, a partir dos anos 60, a questão da identidade e do lugar começou novamente a ganhar destaque nas discussões sobre as cidades. Uma série de propostas, que vão contra a homogeneização da arquitetura e, consequentemente, a sociedade de massa, aparecem para recuperar as necessidades subjetivas do indivíduo e os significados simbólicos específicos de uma cidade. O ambiente urbano é o cenário onde as nossas lembranças

se situam e são elas que evocam narrativas relacionadas às nossas vidas, portanto a maneira como interpretamos nossas experiências no espaço converte-se no que é nossa realidade e nos possibilita dar significado ao nosso mundo físico. Com o passar do tempo, signos se acumulam na cidade e formam uma constelação que se estratifica em uma memória coletiva, constituindo uma cidade análoga, que se mantém mesmo que a real se altere (Carvalho In: Ortegosa, 2009);

A PARTIDA


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As relações estabelecidas entre pessoas, tempo e espaço são o que possibilitam a valorização de uma cidade e o que se constituem como patrimônio de uma sociedade, ou mesmo pessoal (Bachelard In: Ortegosa, 2009), e é por isso que a memória possui um importante papel na constituição da identidade na vida urbana. Se o objetivo é construir uma cidade para aqueles que a criaram, a identidade é um elemento fundamental, pois é ela que evoca o sentimento de pertencimento nas pessoas (Lerner, 2013). A teoria de Ignasi Solà-Morales (1992) afirma que hoje a produção do lugar só é possível através da “cultura do acontecimento”, driblando excessos formalistas e contemplando ações subjetivas. Não há essências universais, senão existências históricas, particulares e concretas com as quais a arquitetura se relaciona, em espaços e tempos precisos. Portanto, para o autor, a obra de arquitetura é um paciente reconhecimento de conteúdos latentes que estão contidas potencialmente, um cultivo de sementes que aguardam a mão de quem será capaz de fazê-las crescer e frutificar. Partindo desse pressuposto, da necessidade de uma intervenção em íntima relação com um lugar, e pautada por um reconhecimento criterioso deste, duas obras, uma de arte e a outra urbana, foram analisadas em relação ao trabalho em processo. A exposição Cosmic Jive: the Spider Sessions1 de Tomas Saraceno, compreende uma instalação que considerou as estruturas de teias influenciadas por som e vibração (observar imagem na página 15). Expostas dentro de cubos, em salas interativas, as aranhas recebiam estímulos acústicos captados por sensores e respondiam tecendo de formas variadas. Dessa maneira, o experimento se dava por uma relação imprevisível, onde as relações temporárias com os visitantes geravam corpos de teias completamente diferentes, com inúmeras formas de colaboração. Já numa escala mais urbana, em Paris, a linha de ferro de 32km chamada de Petite Cein1

para mais informações: http://www.villacroce.org/en/mostra/cosmic-jive-tomas-saraceno/


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“Cosmic Jive: Tomás Saraceno. The Spider Sessions”, foto de Nuvola Ravera

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ture, construída entre 1852 e 1869 e desativada desde a década de 90, aos poucos se tornou uma nova promenade para os habitantes da cidade. A sua apropriação como espaço público nasceu a partir da população, que começou a ver a linha como um passeio insólito. Hoje, o que se encontra são bares e restaurantes que partiram da revitalização de vagões de trem e estações, e um programa da prefeitura2 para a abertura efetiva da linha como um corredor verde histórico e emblemático de passeio. Ao tomar como metáfora essa obra de Saraceno, na qual as aranhas construtoras determinam sua obra por meio de diversas escalas e condições externas, a intenção deste trabalho é partir de um princípio passível e regido pelo déjà-là de uma ambiente urbano, mais especificamente de um lugar na cidade que se encontra latente, sub-habitado - compreendendo “habitar” como presença e vivência urbana - mas que possui potencialidades. Déjà-là é uma expressão francesa que significa “o que já está aqui/agora”; interpreto aqui como o conjunto de potenciais expostos e latentes de um lugar. Ela compreende não somente o construído, mas também fatores subjetivos. No caso do trabalho que se apresentará aqui, esses fatores tratam-se especialmente de uma sensação que o lugar proporciona, um fascínio ou sedução ligados à memória e à identidade. Enfim, não se pretende fazer uma intervenção que lide com uma simples continuidade, mas que condense questões de uma realidade múltipla, que transite de escalas e faça um contraponto entre o passado e o presente. Na música, o CONTRAPONTO (punctus contra punctus) é a sobreposição de duas ou mais linhas melódicas independentes que se desenvolvem harmonicamente, resultando em uma complexidade capaz de manter uma unidade de melodia. No contexto desse trabalho, ele é a relação entre diferentes temporalidades que se fortalecem a partir de seu reconhecimento mútuo.

2 para mais informações: http://www.paris.fr/accueil/paris-mag/un-nouveau-troncon-de-petite-ceinture-ouvre-au-public/rub_9683_actu_134340_port_23863


CONTRAPONTO: RESSIGNIFICAÇÃO FLUXOS E CENTRALIDADES Petite Ceinture, foto: reprodução/La Petit Ceinture/La Recycleire, edição de Priscilla DE Kakazu

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O PERCURSO Através do processo desse trabalho, que transita por várias escalas, foram determinados quatro momentos que organizaram o percurso de desenvolvimento: 1. 2. 3. 4.

Em relação à cidade de Indaiatuba: o lugar Em relação às centralidades: a questão Em relação à presença: a análise Em relação às linhas de força: as diretrizes

1. EM RELAÇÃO À CIDADE DE INDAIATUBA: O LUGAR INDAIATUBA-SP Localização do município no estado de São Paulo e na Zona Metropolitana de Campinas

Área: 311,545 km² População: 226 602 hab. (IBGE 2014)


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Mapa esquemático do município de Indaiatuba Desenho de Priscilla Kakazu

limite do município hidrografia rodovia centro

área urbanizada

ferrovia área não urbanizada

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Situada na Região Metropolitana de Campinas, no estado de São Paulo, a cidade de Indaiatuba se encontra a 90 km da capital São Paulo, a 10 km do Aeroporto Internacional de Viracopos e ocupa uma área total de 311,545 km². Os municípios limítrofes são Monte Mor e Campinas a norte, Itupeva a leste, Elias Fausto a oeste, Itu, Salto e Cabreúva a sul. O relevo de Indaiatuba é uma depressão relativa, pois é mais baixo que as áreas adjacentes. Dominam as formas de planície aluvial, colinas e morros. Para a aproximação da área de intervenção, o caminho percorrido teve com base o crescimento da cidade. Foram analisados mapas atuais e antigos, assim como novas cartografias foram produzidas.

CAMADAS: REVELANDO A CIDADE A região de Indaiatuba já era habitada desde o século XII por povos indígenas tupi-guaranis. A partir da segunda metade do século XVIII, a região começou a ser ocupada por fazendas de cana-de-açúcar, implementadas pelo governo português como política de incentivo à produção na província. Indaiatuba era inicialmente um bairro rural da Vila de Itu, rota de tropas para o sul da Colônia, passando pela vila de Sorocaba e seguindo em direção às vilas existentes nas regiões onde seriam as províncias de Mato Grosso e Goiás.


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Mapa da expansão urbana de Indaiatuba. Desenho de Priscilla Kakazu

1830 1913 1937 1950-60 1970-80 atualmente

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distrito industrial

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ferrovia

Mapa de Indaiatuba de 1937 Fonte: arquivo do pró-memória de Indaiatuba, edição de Priscilla Kakazu


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Em algumas décadas, o povoado se expandiu e inúmeros engenhos de açúcar e comércio foram criados àquela população. Em 1813 foi erguida uma capela por Pedro Gonçalves Meira, considerado o fundador da cidade. Esta capela, ampliada e reformada seria futuramente a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária (1), localizada no centro. Em 9 de dezembro de 1830, a cidade, que até então era povoado de Cocaes, foi elevada à condição de sede da freguesia da Vila de Itu com o nome de Indaiatuba e em 19 de dezembro de 1906, foi elevada à condição de cidade. A partir da década de 1850, o cultivo do café substituiu a cultura do açúcar. Na antiga Fazenda Pau Preto (2), que se encontra também no centro, foi instalada a primeira máquina de beneficiar café da cidade, movida a vapor. Em 1872, foi inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Ytuana (3) entre Indaiatuba e Jundiaí. Com sua economia dividida entre a cultura de café, de batata e pequenas indústrias, a cidade cresceu pouco na primeira metade do século XX. O primeiro período de industrialização da cidade, que compreende um intervalo que vai do início do século XX até a década de 1960, contava com poucas fábricas, todas localizadas no centro da cidade. Não havia burocracias, nem preocupação com impacto ambiental, então as indústrias se confundiam com o espaço urbano (Belo, 2015). Foi apenas no fim da década de 1960 que houve o primeiro zoneamento industrial que a cidade conheceu, juntamente com o crescimento acelerado da população: em 1950, havia 11 253 habitantes no município; em 1964, já havia crescido para 22 928 habitantes. A partir daí, com a criação do Distrito Industrial de Indaiatuba e a revogação da lei de incentivos às indústrias que se instalassem no município, em 1991 já havia 92 700 habitantes, número que em 2014 saltou para 226 602 (IBGE, 2014). O crescimento da cidade e a sua configuração se deu principalmente devido à expansão do distrito industrial (olhar mapa ao lado) ao longo das últimas décadas.


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O PARQUE ECOLÓGICO Parque Ecológico de Indaiatuba Fonte: http://www.ruyohtake.com.br


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Diante desse crescimento urbano exponencial, em 1989, a Prefeitura Municipal de Indaiatuba (PMI) viu a necessidade de estabelecer diretrizes para o crescimento da cidade, assim como para mitigar os problemas de mal planejamento resultantes da urbanização acelerada que estava ocorrendo; com a proposta de elaboração de um novo Plano Diretor, a prefeitura contratou o arquiteto e urbanista Ruy Ohtake. Por meio da realização de análises da área, foi detectado o Córrego Barnabé como um elemento fundamental da cidade: os seus 9km de extensão acompanhavam o crescimento longitudinal da cidade, que se estendia por 8 km na época. Naquele ano, a bacia hidrográfica abrangia quase a totalidade da ocupação urbana (cerca de 80%). Mapa esquemátido: Bacia do córrego do Barnabé x Ocupação Urbana

Acima: O córrego Barnabé antes do projeto Fonte: http://www.ruyohtake.com.br Até então, a cidade nunca havia dado a devida atenção ao curso d’água, muito porque o córrego estava em condições precárias: era destino de dejetos e 70% do esgoto da cidade; rapidamente, essas práticas predatórias destruíram a vegetação ribeirinha nativa do córrego e inundações sucessivas demonstravam cada vez mais a insalubridade da região para a população. A proposta de Plano Diretor feita pelo arquiteto foi então norteada pelo eixo Córrego Barnabé, e para valorizá-lo urbanisticamente, integrando-o a cidade, foi projetado o Parque Ecológico de Indaiatuba. Com isso, essa proposta eliminava qualquer tendência para a canalização do curso d’água, assim como seria com uma solução imediatista, desvinculada à questão urbana.


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Esquema de anรกlise do Parque Ecolรณgico de Indaiatuba

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quadras

ponto de ecobike

praรงa do Lago

quadras


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PREFEITURA ponto de “ecobike”

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CENTRO

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FIEC/CEPIN velódromo

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ANTIGA PREFEITURA

parquinho teatro de arena ciclovia/ciclofaixa PARQUE

pista de caminhada


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Parque Ecol贸gico de Indaiatuba: ambi锚ncias Fonte: http://olharesdeindaiatuba.blogspot.com.br


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O parque concentra uma série de benefícios para a cidade3: Benefícios urbanísticos _Criou-se um Parque, com 140 hectares de área, que coincide com o eixo da cidade. _ As avenidas marginais do Parque são a articulação do sistema viário da cidade. _A ciclovia que circunda o Parque não se restringe unicamente à recreação, mas é também um importante complemento do transporte urbano. _ É o maior referencial urbano da cidade Benefícios ambientais _Com uma grande área verde na cidade, a paisagem urbana ficou sumamente enriquecida. _Saneamento urbano. _Drenagem da água pluvial. Benefícios sociais _O Parque é a principal área de recreação e lazer da cidade. _A área apresenta a condição peculiar de atravessar várias situações urbanas nos seus nove quilômetros de extensão, o que a faz acessível para grande parte da população. _Nos fins de tarde e nos finais de semana é frequentado por mais de 10 mil pessoas. 3 Informações retiradas do site do arquiteto Ruy Ohtake: http://www.ruyohtake.com.br


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Mapa de usos do solo de Indaiatuba Desenho de Priscilla Kakazu, baseado no Mapa de Usos do Solo, do PDI de 2013.

distrito industrial zona residencial zona central zona predominantemente residencial zona comercial de serviços comércio varejista e serviços de âmbito geral zona comercial de serviços comércio atacadista e serviços pesados


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2. EM RELAÇÃO ÀS CENTRALIDADES: A QUESTÃO Uma cidade, de acordo com Hassenpflug (2008), pode ser definida como lugar de centralidade cultural. O autor afirma que “(…) os centros tem grande importância no provimento da forma urbana e de sua coerência. Eles tornam as cidades distintas e legíveis.” Nesse sentido, podemos afirmar que um centro urbano possui o maior significado simbólico de uma cidade e as suas características e a maneira como ele é relacionado com o restante da cidade é representativo do que ela é. No caso de Indaiatuba, pode-se afirmar que o lugar possui duas maiores centralidades: de um lado existe a área mais antiga da cidade, onde se consolidou o ponto inicial de estruturação da cidade e as edificações testemunhas/simbólicas da sua origem; do outro lado, existe uma nova centralidade que conduz uma expansão urbana em curso há pouco mais de duas décadas. É uma cidade em transição. Dentro das classificações do Plano Diretor de Indaiatuba (2013), o Parque Ecológico e o centro antigo, chamado de zona central, fazem parte do que é chamado Zona de Atividades Centrais. Essa Zona faz parte de uma diretriz referente à estrutura de uso urbano que propõe a consolidação de “um sistema de centros compostos pelo centro comercial e de serviços principais e por subcentros secundários” (PDI, 2013). Pode-se observar nesse mapa o zoneamento funcional que foi atribuído para a cidade: existem grandes áreas residenciais, predominantemente residenciais e um grande centro, que não engloba só a área indicada, mas também o parque urbano. Este centro é rodeado pela maioria dos principais eixos viários, que foram definidos como corredores de comércio e serviço e conformam as principais linhas de atividades terciárias da cidade. Podemos observar que as marginais do parque são justamente os dois eixos que foram estabelecidos como as zonas específicas para comércio atacadista e serviços


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pesados - além de cruzarem toda a cidade - o que as torna diferenciadas das outras. As diretrizes do PDI indicam a vontade do poder público de fortalecer esses eixos viários que circundam o centro e de levar o título de centro da cidade ao parque: cada vez mais ele atrai não só comércio e serviço, mas também equipamentos e instituições ao longo de sua extensão. Esse processo, que ainda está em curso, levou em 2002 a prefeitura para o meio da margem esquerda da área verde (observar esquema das páginas 24 e 25). No caso da chamada “zona central” representada pelo centro antigo da cidade, as definições do PDI não especificam seus usos e dinâmica, e tampouco possui qualquer diretriz referente a questão de patrimônio ou de desenvolvimento específico para a área. De fato, a transição do centro para suas bordas está em processo na cidade. Se antes ele havia um traçado que se limitava a uma área muito menor, hoje nos encontramos em um momento em que o anel viário que corre nas bordas do centro ganha cada vez mais importância na cidade, assim como a extensão do parque começa a ganhar progressivamente essas mesmas características. O crescimento e a dinâmica urbana possuem como condutor uma área diferente da de antigamente.

Esquemas de transição do centro de Indaiatuba Desenho de Priscilla Kakazu


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Esquema de centralidades Desenho de Priscilla Kakazu

Voltando agora as minha inquietações exploradas em A PARTIDA, onde expus dentro de uma contextualização teórica a minha pretensão de fazer uma intervenção “que condense questões de uma realidade múltipla, e reflita sobre o passado e seus desdobramentos no futuro”, o questionamento que fica é a respeito do centro antigo e da sua relação com o parque: como ele se encontra e como ele se relaciona com essa nova cidade que cresceu ao seu redor? A sua ideia de centro vem perdendo força? E por último, é possível legitimar esses dois instantes através de uma relação que faça seu reconhecimento mútuo?


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3. EM RELAÇÃO À PRESENÇA: A ANÁLISE Para entender a situação do centro antigo, foi feita uma análise que teve como critério de avaliação a presença de vida urbana, em permanência e fluxo, e um levantamento dos locais relacionados à memória da cidade.

PRESENÇA ESTÁTICA Avenida Presidente Vargas Fonte: Google maps, 2014

Avenida Presidente Kennedy à noite Foto de Priscilla Kakazu

De maneira geral, pode-se dizer que toda a metade oeste do centro possui uso predominantemente habitacional; essa área pertence a expansão urbana do centro que ocorreu nos anos 1950 e 1960 (observar mapa de expansão urbana, página 14) com o crescimento populacional. Por outro lado, a metade leste do centro agrega grande concentração de pessoas, principalmente nas praças centrais, que possuem muitas atividades comerciais e de serviço. As avenidas que bordeiam o centro à leste (Presidente Kennedy e Presidente Vargas), são ativas e também são vias arteriais, importantes para a estruturação da cidade. Outro local com essas características é o começo do parque ecológico: a área, além de oferecer um vasto espaço livre, passa a ter suas marginais ocupadas por novos serviços que se instalam em seus arredores.


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Mapa esquemático de concentrações do centro Desenho de Priscilla Kakazu

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CONCENTRAÇÃO predominantemente noturna noturna e diurna predominantemente diurna


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PRESENÇA DINÂMICA As vias arteriais, de acordo com a definição do Plano Diretor (2013) da cidade de Indaiatuba, são “avenidas e ruas que permitem o deslocamento entre várias regiões da cidade”; O centro da cidade é rodeado por um anel de vias arteriais, onde quase toda sua metade a oeste é composta pela marginal do Parque Ecológico - av. Dr. Fábio Roberto Barnabé - e onde grande parte da sua metade leste é composta por duas das avenidas mais importantes da cidade - av. Presidente Kennedy e a av. Presidente Vargas. No entanto, o que mais chama a atenção no mapa de fluxos é o fato de que as três vias arteriais que cruzam todo o centro possuem variações de intensidade de passagem, o que causa questionamentos a respeito da conexão que se desenrola entre o centro antigo e o Parque Ecológico. As vias que vão de “norte a sul” - a rua Candelária e a rua XV de Novembro - possuem uma gradual diminuição de fluxo na extremidade mais ao sul, acompanhando a caída do terreno. Já a rua 24 de maio, que corta o centro de rodoviária a parque (oeste a leste), possui essa diminuição logo no começo da caída do terreno para o parque, logo depois que ela cruza com a rua Candelária; nesses casos, o uso das áreas se torna predominantemente habitacional, diferentemente dos trechos com maior intensidade, rodeados de comércio e serviço. A rua Candelária, num caso mais específico, possui uma quebra repentina logo na extremidade norte. A baixa ocorre devido a presença do Cemitério Municipal e a fábrica Villanova de fundição, hoje em dia desativada.


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Mapa esquemático de intensidade das vias arteriais do centro Desenho de Priscilla Kakazu

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Rodoviária - FLUXO +


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2.RUA CANDELÁRIA PRISCILLA KAKAZU_TGI

NORTE

1.RUA 24 DE MAIO

LESTE

1.RUA 24 DE MAIO Sequência de fotos das ruas Candelária, XV de Novembro e 24 de Maio Fonte: Google Streetview, 2014

SUL SUL


3.RUA XV DE NOVEMBRO 37

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OESTE

Esquema de presença de pessoas + topografia-usos: Rua Candelária e XV de Novembro

COMÉRCIO

norte

FÁBRICA CEMITÉRIO

SERVIÇOS

COMÉRCIO

PRAÇAS COMÉRCIO

COMÉRCIO SERVIÇOS HABITACIONAL HABITACIONAL

HABITACIONAL

sul

HABITACIONAL HABITACIONAL

Esquema de presença de pessoas + topografia-usos: Rua 24 de Maio SERVIÇOS HABITACIONAL SERVIÇOS RODOVIÁRIA HABITACIONAL COMÉRCIO SERVIÇOS HABITACIONAL COMÉRCIO SERVIÇOS HABITACIONAL PARQUE SERVIÇOS HABITACIONAL leste COMÉRCIO

oeste


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MEMÓRIA DO CENTRO Dentre os locais relacionados à memória do centro, foram identificadas duas categorias: as Zonas de Interesse Histórico (ZIH’s) e algumas das primeiras indústrias da cidade, representativas por serem pioneiras no desenvolvimento urbano. As ZIH’s mais antigas da cidade (1, 2, 3 e 4) estão situados na parte mais ao sul do centro, onde todas se encontram ativas e/ou em bom estado. Locais simbólicos como a Fazenda PauPreto (1) e a Estação Ferroviária (4) passaram por reformas e ganharam programas culturais, relacionados a memória. As outras ZIH’s, que se encontram mais espalhadas e longes do marco incial da cidade, também se mantém ativas e/ou foram incorporadas de maneiras diversas na cidade que cresceu em sua volta (mais detalhes no levantamento fotográfico das áreas relacionas a memória, em anexo). Apesar do bom estado, não são todas que estão no imaginário urbano como patrimônio histórico. As ZIH’s que possuem um programa cultural se encontram em uma parte do centro com pouca presença de pessoas, o que significa que elas não estão evidenciadas para o olhar da população.

ZONAS DE INTERESSE HISTÓRICO (ZIH’s) 1. Fazenda Pau-Preto (18101820) - Fundação Pró-Memória e museu 2. Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária (1830) 3. Casa Número Um (por volta de 1850) 4. Estação Ferroviária (1911) - Museu Ferroviário 5. Chafariz da Praça Elis Regina (por volta de 1920) 6. Edificações do Hospital Augusto de Oliveira Camargo (1933) 7. Edifício da escola Randolfo Moreira Fernandes (1935) - Secretaria de Cultura 8. Caixa d’ Água da Rodoviária (1937)

LOCALIZAÇÃO DE INDÚSTRIAS PIONEIRAS 9. Cotonifício (indústria têxtil) (1943) - Shopping Jaraguá 10. Indústria textil Judith (por volta de 1940) - futuro centro comercial 11. Industria Alfredo Villanova (por volta de 1950) - DESATIVADA


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Mapa esquemático das áreas relacionadas à memória do centro de Indaiatuba Desenho de Priscilla Kakazu

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2 3

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6 Nova função e/ou arquitetura descaracterizada


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Antes: Fábrica Judith e cotonifício e Villanova

Fonte: http://historiadeindaiatuba.blogspot.com.br/

Depois: futuro centro comercial, shopping Jaraguá e fábrica desativada

Fonte:

Arquivo

pessoal


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Barreiras físicas entre rua e fábrica

Fonte:

Arquivo

pessoal

Quanto as indústrias pioneiras, enquanto o Cotonifício (9) se tornou um shopping nos anos de 1990 e teve arquitetura descaracterizada, a Têxtil Judith (10) foi demolida em 2013, mantendo apenas as paredes de fora e com previsão de se transformar em uma galeria comercial. A única fábrica que mantém parcialmente sua estrutura é a Alfredo Villanova de fundição (11), localizada ao lado do antigo Cotonifício e do Cemitério Municipal da cidade. A estrutura se encontra na transição entre as áreas com maior concentração de pessoas e a mais silenciosa. É a única que está mal cuidada e descolada do contexto do seu entorno. Há menos de uma década atrás, metade da estrutura da fábrica foi derrubada, restando apenas uma metade que se encontra desativada. A sua fachada, toda murada, configura junto ao Cemitério Municipal uma barreira física e sensorial; um rastro do passado que ainda persiste no centro da cidade, porém próxima de seu possível fim.


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4. EM RELAÇÃO ÀS LINHAS DE FORÇA: AS DIRETRIZES Para reconhecer e conectar as duas centralidades em questão, a intervenção urbana procurou explorar ambos os caráteres objetivo e subjetivo (esquema ao lado). Dentro da primeira qualidade, foi proposto o eixo de Movimento: uma conexão entre as centralidades por meio de vias que cruzam todo o centro e chegam no parque através de mobilidade urbana e fachada ativa. Dentro da qualidade subjetiva existem duas categorias contemplativas: uma que procurou legitimar a memória do centro por meio do percurso ligado a cultura e memória (eixo de Enraizamento), que tem como pontas a indústria Villanova e a gleba com os edifícios mais antigos do centro , e outra que teve como objetivo fazer o intermédio entre o novo e o velho, por meio de percursos que se costuram entre espaços livres do centro, até as áreas ligadas à memória (Derivas Narrativas). Para as ruas dos eixos de enraizamento e de movimento, foram indicadas as vias arteriais que cruzam o centro (analisadas nas páginas 34 e 35). O objetivo para esses percursos era trabalhar com vias de escala urbana, que cruzassem o centro e percorressem áreas “chaves”. Para as Derivas Narrativas, foram escolhidas duas camadas que notearam o trabalho. A primeira camada é o conjunto de espaços livres dentro do anel viário arterial do centro; foi feita a sua identificação (praças), bem como uma análise de suas ambiências (levantamento fotográfico e classificação das áreas livres no anexo) e possibilidades de conexão com o Parque Ecológico. A segunda camada são os locais relacionados à memória da cidade. Esse elencamento teve como intuito ser representativo do que são os dois centros - área histórica e área livre - e a sobreposição de ambas como articuladoras dos percursos procurou relacionar um possível sistema de espaços livres, que tem como ponto final o parque, junto com a proposição de novos olhares para os locais simbólicos-históricos da cidade .


CONTRAPONTO: RESSIGNIFICAÇÃO DE FLUXOS E CENTRALIDADES

43

Esquema de diretrizes e estratégias Desenho de Priscilla Kakazu CARÁTER OBJETIVO EIXO DE MOVIMENTO: CONEXÃO DE CENTROS _criar ligação que passa por todo o centro e o liga com o parque _relacionar pontos de convergência - pontos nodais-, pensar mobilidade e rua ativa

CARÁTER SUBJETIVO EIXO DE ENRAIZAMENTO: CRIAR MEMÓRIA _criar percurso de contemplação a história _relacionar pontos de convergência - locais históricos-, legitimar potencial cultural

DERIVAS NARRATIVAS: PENSAR NO PERCURSO DO TEMPO _legitimar a existência das temporalidades (o que foi, o que é, o que vai ser) _relacionar parque e centro através de percursos conteplativos _articulação por meio de locais históricos e espaços livres


0

44100

escala grรกfica

500

1000


IMPLANTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA INTERVENÇÃO URBANA CARÁTER OBJETIVO Percurso de movimento Rodoviária Incentivo à presença de fachada ativa

CARÁTER SUBJETIVO Ponto de convergência do eixo de enraizamento Percurso de enraizamento Deriva narrativa Áreas relacionadas à memória articuladas na intervenção Edifícicações relacionadas à memória Áreas de intervenção paisagística e/ou redesenho urbano Praças articuladas na intervenção Redesenho do córrego Barnabé

45

Para o desenvolvimento dessas estratégias urbanas resultantes do trabalho de análise, foi feito um recorte para a intervenção projetual: a rua São Carlos. A escolha foi pautada por uma série de fatores que envolvem: - a fábrica Villanova, o ponto de partida da inquietação que se configura como uma área relacionada à memória que se encontra desfuncionalizada e descontextualizada atualmente. - o contato com o parque em uma área que não possui atrativos, e que hoje em dia se configura mais como passagem. - as pontas da rua, que consistem em pontas do eixo de movimento e do eixo de enraizamento - o encontro com o parque ecológico e o encontro com a parte do centro mais ativa. RECORTE


“O território carregado de vestígios e leituras assemelha-se a um palimpsesto...mas o território não é uma embalagem perdida, nem um produto que se substitui. Cada um é único, por isso a necessidade de reciclar, de raspar mais uma vez (se possível com grande cuidado) o velho texto que os homens têm inscrito sobre o insubstituível material dos solos com o fim de depositar um novo, que responda às necessidades de hoje antes que seja anulado por sua vez.” (CORBOZ, 2001. Tradução de VESCINA In: VESCINA, 2010)


O PROJETO


48

PRISCILLA KAKAZU_TGI

Diagramas de estratégia . Desenho de Priscilla Kakazu

SITUAÇÃO

PERMEÁVEL/ IMPERMEÁVEL

VERTICALIDADES

CONECTIVOS CONTEMPLATIVOS

PRESENÇA


CONTRAPONTO: RESSIGNIFICAÇÃO DE FLUXOS E CENTRALIDADES

49

Panôramica com vista da fábrica para o parque. Foto de Fábio Lima

A RUA SÃO CARLOS A rua São Carlos se encontra em uma das partes mais silenciosas da intervenção; sua extensão que vai do Parque Ecológico à fábrica Villanova permanece isolada da parte mais ativa do centro antigo, principalmente devido a barreira física que os fechamentos da indústria e do cemitério fazem. Com a predominância de habitações unifamiliares em sua extensão, a rua possui atualmente um perfil semelhante as suas paralelas, provindas da criação de loteamentos nos anos 1950, 1960. Para trabalhar o percurso, foram levantadas características que contrapõem cada extremo, novo e antigo, com o intuito de situar as ações projetuais. Três recortes representativos são explicativos do trabalho: as duas pontas (1, 3) e o que acontece em entre elas (2); as questões expostas nos diagramas de estratégia ao lado se desenvolvem em desenho arquitetônico e paisagístico, procurando representar as questões e premissas iniciais.

RECORTE 1

RECORTE 2

RECORTE 3


50

PRISCILLA KAKAZU_TGI

RECORTE 1: O CONTATO COM O PARQUE

RECORTE 2: A RUA


CONTRAPONTO: RESSIGNIFICAÇÃO DE FLUXOS E CENTRALIDADES

51

CORTE LONGITUDINAL

RECORTE 3: A FÁBRICA COMO CONVERGÊNCIA

COMO DIFUSÃO

IMPLANTAÇÃO GERAL

0

20

escala gráfica

100

200


RECORTE 1: O CONTATO COM O PARQUE Croqui conceptivo


Planta de situação do recorte

A área do recorte 1 se encontra em uma convergência de percursos da intervenção urbana. Ela abrange uma quadra que é predominantemente habitacional, exceto pela borda ao lado da marginal, e um trecho do parque onde o córrego se abre para um pequeno lago. A ideia era criar um espaço de contemplação e transição, que fosse uma entrada do parque para a intervenção e vice-versa. 1

1 2

PARQUE

área de intervenção eixo de movimento rua São Carlos deriva darrativa

2

Levantamento fotográfica da área Fotos: Priscilla Kakazu


54

PRISCILLA KAKAZU_TGI

DIAGRAMAS MASSA ARBÓREA árvores existentes árvores com floração significativa/frutífera árvores com floração sem interesse ornamental

ÁGUA novo desenho de córrego existente fonte + “prainha”

PAVIMENTAÇÃO grama

A praça procurou trabalhar seus elementos de modo a fazer emergir essa nova interface, onde o contato com o parque ou com o percurso acontecesse de maneira gradativa, culminando na nova passarela atirantada. A massa arbórea, o elemento água, a pavimentação e a arquitetura foram trabalhadas de modo criterioso a criar tensões e também integrar esses locais.

deck em madeira concreto intertravado

1 passarela de pedestres

piso cimentado

2 lago redesenhado

ARQUITETURA

1

1. ponto de ecobike + bicicletário

3 áreas de contato com a água 4 novos caminhos do parque 5 nova passagem de veículos


CONTRAPONTO: RESSIGNIFICAÇÃO DE FLUXOS E CENTRALIDADES

55

RECORTE 1: IMPLANTAÇÃO

1 2

613,60

611

608

3

609

609

3 4 610

5

4

0

10

50

100


56

PRISCILLA KAKAZU_TGI

CORTE AA

arquibancada verde CORTE BB

lago redesenhado

deck

ampliação 1

631,00

ampliação 2

613,60 611,00 609,00

passarela

0

5

25

lago novo caminho redesenhado do parque 50 escala 1:500

marginal


CONTRAPONTO: RESSIGNIFICAÇÃO DE FLUXOS E CENTRALIDADES

57

631,00

ampliação 1

613,60 611,00 609,00

marginal

“prainha”

arquibancada de concreto

deck

B

A

A

B

A transição praça-parque reverbera no território em sua tectônica: na medida em que se atravessa o trecho, o tratamento com as curvas se torna mais natural, até o momento em que o terreno do parque volte a sua forma mais orgânica, de seu projeto original. A forma da passarela é pensada de forma escultórica; a horizontalidade “flutuante”, que pousa de maneira delicada no terreno, desce ao mesmo tempo que o terreno sobe. A marginal, que dificulta a travessia dos pedestres ao parque, é sobreposta pelo novo caminho peátonal criado. Em contraponto à horizontalidade da passarela, o seu pilar de estruturação feito de concreto aparente se encontra no meio do lago e possui altura de 24 metros. O seu ponto mais alto atinge a cota de 631,00 m (a mesma do terreno que se encontra a parte oposta da intervenção).


58

PRISCILLA KAKAZU_TGI

Cena 2 Vista do parque para a passarela

AMPLIAÇÃO DA PASSARELA

0

5

25

50

escala gráfica


CONTRAPONTO: RESSIGNIFICAÇÃO DE FLUXOS E CENTRALIDADES

A passarela criou um novo acesso entre parque e percurso, ao mesmo tempo em que se torna um novo marco e ponto referencial. Ela evidenciou por meio da verticalidade a extremidade da intervenção e indicou por meio da horizontalidade a direção do percurso da intervenção.

59

AMPLIAÇÃO 1 DO CORTE BB

pilar de concreto base100 x 300 cm tirantes

A passarela chega a alcançar altura total de 613,60m exatamente 4,6m acima da marginal do parque. A presença da materialidade e viga metálica 30 x 60 cm

forma do concreto se contrapõe com a fita permeável de madeira que é o guarda corpo da passarela. 0

2

10 escala 1:200 B

A

Detalhamento da passarela

A

B


A praça procurou trabalhar seus elementos de modo a emergir essa nova interface, como área de transição. A abertura para o parque que se faz com o tratamento das curvas, da vegetação e do trabalho com a água teve como intuito enquadrar e destacar esse novo marco na paisagem. B

A

A

B

Cena 1 Vista do pedestre para a praça


AMPLIAÇÃO 2 DO CORTE BB

AMPLIAÇÃO 1 DO CORTE AA

0

2

10

20 escala 1:200


62

PRISCILLA KAKAZU_TGI

A rua São Carlos e o Eixo de Movimento NOVOS FLUXOS novas vias vias fechadas percurso de movimento deriva narrativa ÁREAS LIVRES lotes vazios transformados áreas demolidas

USOS incentivo a fachada ativa 0

20

200

100

escala gráfica

encontro com a rua São Carlos

EIXO DE MOVIMENTO

leste

oeste

PARQUE

SERVIÇOS

SERVIÇOS

HABITACIONAL

COMÉRCIO HABITACIONAL COMÉRCIO COMÉRCIO SERVIÇOS

HABITACIONAL SERVIÇOS SERVIÇOS

SERVIÇOS

COMÉRCIO SERVIÇOS COMÉRCIO

RODOVIÁRIA


63

Junto a esse ponto final do percurso da rua São Carlos, se encontra também o final do Eixo de movimento. O percurso de movimento, que em seu final se abre, visando conexões menos fragmentadas e com melhor distribuição para a cidade, acaba aproximando o seu caráter de animação de centro a esse ponto final do percurso.

Ínicio da passagem peatonal

Aproximando-se desse encontro, foram estabelecidas estratégias de apropriação de alguns lotes vazios para a criação de um caminho peatonal que culminasse na praça de entrada para o parque que foi criada. Estares relacionados com serviços e comércio nas áreas peatonais

Croquis de intenção


64

PRISCILLA KAKAZU_TGI

RECORTE 2: A RUA COMO DIFUSテグ

Croqui conceptivo


65

HABITAÇÃO UNIFAMILIAR

HABITAÇÃO UNIFAMILIAR

CONTRAPONTO: RESSIGNIFICAÇÃO DE FLUXOS E CENTRALIDADES

Corte esquemático da rua atualmente

A rua São Carlos em sua extensão é predominanetemente habitacional, com inclinação acentuada e pouca arborização exceto pelas suas extremidades. Como o intuito não é mudar o perfil habitacional da rua, mas criar um percurso atrativo dentro do aspecto contemplativo, procurou-se valorizar a rua paisagísticamente, por meio de uma narrativa criada pela vegetação e pavimentação.

Levantamento fotográfica da área Foto 1: Google streetview Foto 2: Priscilla Kakazu


66

RECORTE 2: IMPLANTAÇÃO EXEMPLAR DE QUADRA DO PERCURSO

A A

0

5

50

25

escala 1:500

CORTE AA

canteiros/jardins

escala 1:100

2,5

2,1

3,3

2,1

2,5

12,5

calçada

concreto intertravado concregrama

canteiro/

estacionamento

via

canteiro/

estacionamento

calçada


67

Cena 3 Perspectiva da rua São Carlos

Esquina

Nas esquinas, vagas de estacionamento dão lugar a canteiros que procuram trabalhar a questão dos elementos conectivos. Mais perto do parque, os canteiros são ocupados por biovaletas, e mais perto do centro antigo, com a subida da cota e a chegada ao cemitério e da fábrica, os canteiros ganham caráter mais ornamental.

Detalhe 1: canteiro com jardim ornamental

Essa transição acontece de forma gradativa e sutil, misturando os elementos nas áreas mais centrais do percurso.

Esquema dos elementos conectivos

Detalhe 2: canteiro biovaleta


RECORTE 3: A FÁBRICA COMO CONVERGÊNCIA

Croqui conceptivo


Levantamento fotográfica da área Fotos: Priscilla Kakazu

Planta de situação do recorte

1

1 2 2 3 área de intervenção eixo de enraixamento rua São Carlos deriva darrativa

3

cemitério shopping - antigo cotonifício

A área do recorte 3 se situa em uma convergência de percursos contemplativos da intervenção urbana. Ela está na transição entre centro antigo ativo e o silencioso, assim como se encontra em um dos extremos da deriva narrativa da rua São Carlos. A intervenção propõe a permeabilidade visual e física na área e evidenciou o edifício existente por meio de um novo programa cultural associado a um mirante que olha para pontos da cidade. Desse modo, se abre o lote para o centro e para o percuso que vai ao parque, assim como o vazio desfuncionalizado é reintegrado ao meio urbano.


DIAGRAMAS

1

2

6

5 3 4

MASSA ARBÓREA

ARQUITETURA

árvores existentes

1. biblioteca/mediateca 2. auditório 3. mirante 4. pavilhão 5. apoio para área esportiva 6. novo ponto de ônibus

árvores com floração significativa/frutífera árvores com floração sem interesse ornamental

634

631

631

ÁGUA

PAVIMENTAÇÃO

aspersores d’água

grama

fio d’água

deck em madeira concreto intertravado piso cimentado


71

1 biblioteca/mediateca 2 auditório 3 passarela 4 mirante 5 pavilhão 6 área de cinema ao ar livre 7 parque infantil 8 aspersores d’água 9 estacionamento 10 área esportiva remanejada 11 apoio de área esportiva

9

1

634

631 631

10 630,80

3

8

11 631

4

7

5 6

RECORTE 3: IMPLANTAÇÃO 0

10

50

100 escala 1:1000

2


Na extremidade do percurso onde se encontra a fábrica, o desenho do espaço culmina para o ponto principal da intervenção, que é o edfiício da biblioteca e mediateca associados a um mirante. O lugar, que se encontra na cota mais alta do percurso, possui dois eixos principais: o primeiro, longitudinal, é a chegada do percurso para o conjunto arquitetônio, onde ele passa por uma praça reconfigurada e chega na fábrica; O segundo - mais monumental - é composto pelas arquiteturas mais significativas: a fábrica, a passarela, o mirante e o pavilhão.

deck contínuo área de apoio para as quadras

B

634

631

A

A

631

ampliação 1 ampliação 1

B

estacionamento

biblioteca/ mediateca


ampliação 1

662,96

639,60

634,10

ESPAÇO VILLANOVA

631,00

aspersores d’água

CORTE AA

mirante

662,96

639,60 637,00 634,10 631,00

passarela

mirante 0

5

pavilhão deck arquibancada verde 25

50 escala 1:500

cemitério

CORTE BB


74

Para integrar a praça existente ao percurso foi proposto um redesenho com uma espacialidade que compõe ao encontro com o mirante. No entanto, o programa esportivo se manteve, apesar do parque infantil ter sido realocado para a praça em associação direta com a fábrica. A arborização existente nas calçadas também foi mantida.

Croqui de situação da praça antes da intervenção

AMPLIAÇÃO DA PRAÇA REFORMULADA

0

5

25 escala 1:500


75

Cena 4 Perspectiva da chegada da rua São Carlos na praça reconfigurada

634

631

631

Área esportiva da rua antes da intervenção Foto de Priscilla Kakazu


A biblioteca/mediateca e o Eixo de Enraizamento BIBLIOTECA / COMÉRCIO MEDIATECA CEMITÉRIO

SERVIÇOS

COMÉRCIO

COMÉRCIO SERVIÇOS

COMÉRCIO PRAÇAS DO PERCURSO

BIBLIOTECA / MEDIATECA

ÁREA DE INTERESSE HISTÓRICO

HABITACIONAL HABITACIONAL

cruzamento com a rua São Carlos

EIXO DE ENRAIZAMENTO

A biblioteca/mediateca situada na fábrica faz parte de um programa dividido entre dois prédios, onde a parte do seu acervo de consulta se localiza na casa número 1, no outro extremo do eixo de enraizamento. Diferentemente da fábrica, a casa se encontra atualmente em bom estado, porém também está desfuncionalizada . Com a quebra do programa, o eixo foi fortalecido em sua extensão, assim como a presença e o programa da fábrica passaram a ser muito mais relevantes para o conjunto. 1 PROGRAMA - EDIFÍCIOS 2

Casa Número 1 Foto e edição de Priscilla Kakazu

Villanova de fundição Foto e edição de Priscilla Kakazu


A intervenção na fábrica procurou manter a sua estrutura originária e as fachadas que são viradas para a rua. Quanto aos fechamentos para dentro da quadra, uma fachada de madeira e vidro recuada dos pilares preexistentes substituiram a alvenaria antiga. Para as diretrizes programáticas, aproveitando a estrutura de galpão, foi proposta uma planta mais livre e aberta. A área de leitura e estar localizada no mesanino é o local de acesso para a passarela que vai ao mirante.

AMPLIAÇÃO 1 DO CORTE BB 0

2

10 escala 1:200

áreas de estudo e leitura

áreas de leitura e estar acervo

espaço de consulta e multimídia


78

B

AMPLIAÇÃO 1 DO CORTE AA

634

631

A

A

631

B

O mirante explora visualidades de interesse para a intervenção; ele é composto por um elevador panorâmico e uma escada contínua que acompanha toda a subida. O elevador possui 5 paradas, sendo elas o térreo, a passarela de acesso à biblioteca, os patamares de enquadramento e o ponto final mais alto, que olha para a ponte escultórica do parque. A ponta do percurso da rua São Carlos culmina nesse topo: é da

ESPAÇO VILLANOVA

cota mais alta que se olha para a cota mais baixa da intervenção. 0

2

10 escala 1:200


79

Fachadas do mirante

topo

enquadramento para eixo de enraizamento enquadramento para fábrica

leste voltada para a rua São Carlos

leste

oeste voltada para o centro ativo e consolidado

oeste

acesso a passarela para biblioteca nível do chão norte voltada para a fábrica

norte

sul voltada para o cemitério

sul

Cena 5 Perspectiva do eixo do conjunto


CONCLUSテグ


CONTRAPONTO: RESSIGNIFICAÇÃO DE FLUXOS E CENTRALIDADES

81

O ponto final da intervenção, a fábrica Villanova, possui um significado paradoxal na cidade: ela foi uma das pioneiras do desenvolvimento econômico e industrial de Indaiatuba, além de ser testemunha do processo de crescimento urbano acelerado. Ao mesmo tempo, ela se constitui atualmente como um lugar estagnado no tempo; a sua representatividade no imaginário urbano se encontra no intermédio entre centro antigo e centro novo. Em concordância a isso, a intervenção procurou não só discutir memória e patrimônio, mas também reflete passado, presente e futuro na mesma folha; é compreender que a construção da cidade se faz a partir da sobreposição dessas três temporalidades.


REFERÊNCIAS


CONTRAPONTO: RESSIGNIFICAÇÃO DE FLUXOS E CENTRALIDADES

83

GEHL, Jan. Cidade para as pessoas. São Paulo. Perspectiva. 2013, p.3 HASSENPFLUG, Dieter. Sobre centralidade urbana. Arquitextos n. 085.00, ano 08. Junho de 2007. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.085/235. Acesso em: 20/07/2015 LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1997. INDAIATUBA. Lei complementar do Plano Diretor de Indaiatuba (PDI) 9/2011 INDAIATUBA. Prefeitura Municipal de Indaiatuba. http://www.indaiatuba.sp.gov.br LERNER, Jaime. Prólogo à Edição Brasileira. In: GEHL, Jan. Cidade Para as Pessoas. São Paulo. Pespectiva, 2013. pág. XII - XIII ORTEGOSA, Sandra M. Cidade e memória: do urbanismo “arrasa-quarteirão” à questão do lugar. Arquitextos n. 112.07, ano 10. Setembro de 2009. Disponível em: http:/www.vitruvius.com. br/revistas/read/arquitextos/10.112/30. Acesso em: 10/04/2015 SILVA, E. B. Distrito Industrial de Indaiatuba, 2015. Disponível em: http://historiadeindaiatuba. blogspot.com.br/2015/08/distrito-industrial-de-indaiatuba.html . Acesso em: 20/08/2015 SOLÀ-MORALES, Ignasi de. Arquitectura Débil. In: Diferencias. Topografía de la arquitectura contemporánea. Barcelona: GUstavo Gilli, 1995, p.63-82. VESCINA, Laura Marina. Projeto urbano, paisagem e representação: Alternativas para o espaço metropolitano. Rio de Janeiro: UFRJ/FAU, 2010.


ANEXOS


P

P ESTRATÉGIAS DE MOBILIDADE

via arterial remanejada via arterial remanejada +

P de movimento /enraizamento

de movimento /enraizamento + ciclovia


LEVANTAMENTO DOS ESPAÇOS LIVRES PARA A ESTRATÉGIA URBANA Com a articulação do conjunto de praças nos percusos e com a sua inclusão na discussão da intervenção, propõe-se o desenvolvimento de um sistema de espaços livres que se relaciona com o parque. Praças de Convergência: dentro da perspectiva da intervenção, essas praças articulam áreas bem movimentadas e de estar do centro, incluindo a parte leste do anel periférico, com os percursos subjetivos e objetivos propostos. Além disso, pelo fato de terem pontos e terminal de transporte comum, elas serão uma porta de entrada de escala urbana para a intervenção. 1. Praça Dom Pedro II

2. Praça Prudente de Moraes

3. Praça Rui Barbosa

Praças de estar-lazer: Por possuírem qualidades de contemplação, lazer e permanência, e por se localizarem na área de silêncio do centro, integradas na intervenção, essas praças vão articular Derivas Narrativas. 4. Praça Scyllas L. de Sapaio

5. Praça Leonor de B. Camargo

6. Praça Votura


Praças de passagem: como uma delas está na frente do Museu Ferroviário (7) e as outras se encontram uma seguida da outra e se direcionam ao parque, foi proposta a reconfiguração do seu desenho e da sua qualidade. Em união com a qualificação do percurso, uma Deriva Narrativa será formada com os espaços livres sequenciais. Além disso, logo no encontro do percurso com o parque, será criado um novo espaço livre no terreno vazio que foi localizado fazendo interface com as duas áreas. 7. Praça Newton Prado

8. Praça Carmo dos Santos

9. Praça Acrisio de Camargo

Praças do parque: podemos perceber que, apesar delas não possuirem atrativos de escala urbana, o fato de se localizarem ao lado do parque faz com que as pessoas que habitam o entorno também as percebam e passem por elas. Além disso, o fato de estarem uma do lado da outra configura uma continuidade espacial. Devido sua localização, foi proposta uma Deriva Narrativa que tem essa área como ponto inicial. 10. Praça Mário P. de Almeida

11. Praça Elis Regina

12. Praça da Imigração Japonesa


LEVANTAMENTO DAS ÁREAS RELACIONADAS A MEMÓRIA PARA A ESTRATÉGIA URBANA

_Os ZIH’s mais antigos da cidade (1, 2, 3 e 4) se encontram no extremo sul do eixo de Enraizamento, no começo da caída mais intensa da topografia em direção ao parque. Se observa que eles se encontram numa área com pouca passagem de pessoas, onde predominam as habitações unifamiliares. Essa gleba, que já tem qualidades culturais e de memória, será potencializada ao compor um dos pontos de convergência do eixo de Enraizamento.

2

1

3

4

_Os ZIH’s 5,6, 7 e 8 estão localizados em áreas com alto fluxo de circulação de pessoas. Dentro da intervenção eles vão compor a entrada para alguns dos percursos do projeto.

5

6

7

8




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