Shear Heaven - KAty R. PT_BR

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TRADUÇÃO – RICHELLE, JUUH, ROSALIA, ERICA / REVISÃO INICIAL: GISLAINE MIRANDA / REVISÃO E LEITURA FINAL :LUIZA NERDS / VERIFICAÇÃO: THANIA CRIS &MAH RODRIGUES

SETEMBRO 2018


Da autora de best - sellers do New York Times, Katy Regnery, vem uma novidade em um amado conto de fadas! Nesta releitura de "

",

, cabeleireira que trabalha no 32º andar do Hotel New York Metro Tower, encontra Sua Alteza Sereníssima Príncipe

'

, na

cidade, para o casamento de sua irmã gêmea, Valentina. Embora os dois venham de mundos muito diferentes, e Nico está prometido a outra, o belo príncipe não consegue ficar longe da doce Bella. Depois de uma semana turbulenta de romance, eles conseguirão encontrar seus felizes para sempre?


—LA CONTESSA DE PERUGIA quer uma lavagem e penteado amanhã, Bella. Certamente podemos encaixá-la?— Bella piscou para sua madrinha e chefe, Madame Gothel, que estava ao lado de uma mulher elegante, de meia-idade na recepção do salão. Certamente não podemos, pensou Bella, olhando para a agenda lotada de compromissos para amanhã. —Eu sinto muito, mas já está cheia para amanhã ——. —Duas horas?— fala rapidamente Madame Gothel, sorrindo para a cliente. —Si. Perfetto. Grazie, Madame.— —Adicione La Contessa no cronograma as duas, Bella—.


Tive vontade de perguntar: Com quem? Mas segurei a língua, escrevi —Perugia— em letras minúsculas próximo aos quatro compromissos já confirmados. Madame sorriu para a condessa, gesticulando com a palma da mão para as portas de vidro que levaram ao elevador do hotel. —Eu estou de saída. Deixe-me acompanha-la.— Olhando por cima do ombro, ela examinou a área de recepção antes de falar para Bella. —Arrume aqui antes de trancar, Bella. Vejo você em casa. Boa noite.— Apesar seu turno ter terminado há três horas, Bella acenou com a cabeça. —Claro. Boa noite, Madame—. Voltando os olhos para o livro de compromissos, Bella olhou para a agenda de amanhã com desânimo. Madame Gothel’s para os íntimos, o mundialmente famoso Innsbruck Salão e SPA Madame Gothel, localizado no ultimo andar do New


York Metro Tower Hotel, estava em alta, mas com falta de pessoal. Não ajudou a última recepcionista só ter durado três dias antes de Madame a ter despedido. O que significava que Bella estava agora trabalhando dupla jornada: como cabelereira das nove as cinco todos os dias e como recepcionista das cinco as oito todas as noites também. Ela não se lembrava de ter concordado com o aumento das responsabilidades e horas, os pais de Bella havia falecido há quatro anos, e Madame Gothel, sua madrinha, a tinha levado quando ela não tinha para onde ir. Além disso, havia algo sobre Madame que fez a recusa ser impensável. E um pouco aterrorizante. Fechando a agenda, Bella suspirou. Cinco atendimentos. Quatro cabelereiras. Eles teriam que resolver isso amanhã. Talvez um dos compromissos das duas horas fosse cancelado, pensou, embora soubesse que era improvável. Abrindo a gaveta da mesa, ela pegou o molho de chaves de salão, em seguida, caminhou até as portas de vidro, agachando-se para tranca-las. De


volta à mesa, pegou o limpa vidro e um pano limpo, começou a trabalhar fazendo brilhar a mesa cromada, as portas de vidro, e os muitos espelhos decorativos e superfícies brilhantes na pequena sala de recepção. Regou as plantas, tendo o cuidado de remover as folhas marrons e jogá-las no lixo. Estava arrumando as revistas nas mesas, aproveitando a calma, uma batida nas portas de vidro a assustou, e ela se virou e viu um homem de pé no escuro, com a mão levantada em cumprimento. —Está aberto?—, Ele perguntou cuidadosamente através do vidro. Ela sacudiu negativamente a cabeça, indo até as portas trancadas. —Desculpa.— —Droga,— ele murmurou, franzindo as sobrancelhas, enquanto olhava para ela. Quando se aproximou, ela sentiu seu rosto suavizar enquanto olhava através do vidro nos olhos escuros cercados com os cílios mais longos e mais grossos do que qualquer homem na terra tinha o direito de ter. Achou que ele tinha a sua idade seus vinte e poucos anos e usava um smoking


sob medida, perfeitamente preenchido pelo seu porte e altura, um botão de rosa branca enfiada na lapela. —Vamos reabrir amanhã de manhã.— —Preciso de ajuda agora—, ele pressionou, passando a mão pelo cabelo escuro. —Sinto muito—, disse ela torcendo as mãos. Madame pediria sua cabeça se reabrisse o salão depois do expediente sem permissão. —Eu posso tentar encaixar você amanhã de manhã em— —Não! Por favor. Deixe-me explicar— disse, levantando as mãos em sinal de rendição. —Minha irmã, Valentina... ela é...— Ele esfregou a barba escura no queixo com o polegar e o indicador. —Sua irmã?— Ela perguntou. —Ela precisa de ajuda para se preparar.— —Oh?— —Para sua festa de noivado—, ele olhou para o relógio —que é daqui a algumas horas.— Ele suspirou, apertando sua mandíbula. —Por favor! Isto é... eh!— Que confusão!


Ela congelou o som de sua língua nativa desarmando-a, fazendo-a inclinar-se para frente e perguntar automaticamente, —Posso ajuda-la?— Como posso ajudar? O rosto dele, que estava cheio de consternação, suavizou, seus lábios se levantaram em um leve sorriso quando olhou para ela através do vidro. —Parli italiano?— Você fala italiano? —Sí—, ela respondeu. —Sono svizzero, Del Ticino.— Sim. Eu sou suíça, de Ticino. —Sei molto lontano da Casa.— Você está longe de casa. Quando disse isso, ele afrouxou os punhos, que estavam ao seu lado. —Si.— —Mi aiuteresti per favore, bella?— Você vai me ajudar, bonita? Bella. Ela sabia que ele só tinha usado a palavra como um carinho comum, mas ouvir seu nome saindo de seus lábios lindos foi a sua ruína final.


O que Madame não sabia, não iria machucá-la. Ela assentiu, ajoelhou-se no chão, tirando as chaves do bolso da saia jeans azul-escuro e destravou a porta. Levantando lentamente, ela notou o couro preto, duro e brilhante dos sapatos, a faixa de seda roxa com uma repetição de escudos de ouro, e a camisa branca enfiada na cintura. Respirou fundo e ergueu os olhos para ele, forçando-se a não se demorar na plenitude de seus lábios ou desmaiar quando olhou em seus olhos azul-escuros. Ele estendeu a mão para a maçaneta da porta, e abriu. Ela tinha sido privada de seu cheiro do outro lado do vidro, mas a respiração que segurou se tornou dolorosa quando seu coração bateu forte contra suas costelas em reconhecimento: Acqua Nobile. Expirando suavemente, ela respirou pelo nariz, seus olhos se fecharam por um momento enquanto saboreava o perfume. —Signorina?—


Piscou os olhos, olhou para o rosto dele, respirou profundamente. —Si?— —Você arruma cabelo?— —Cabelo?— —Capelli?—, Ele perguntou, apontando para sua cabeça. Capelli. Seu sobrenome. Assentiu para ele, sentindo-se sonhadora pela combinação de seus cílios ridículos e cheiro delicioso e ouvir o nome dela sair de seus lábios mais uma vez. —Si.— —Stupendo—, disse ele, pegando sua mão e a puxando da torre de vidro. —Venha comigo.—

***** SUA ALTEZA Sereníssima Nicolas Alessandro Lorenzo Giovanni De ‘Médici não estava acostumado a implorar pela ajuda de ninguém, mas sua irmã gêmea, Valentina, tinha tropeçado em sua suíte de hotel compartilhada uma hora atrás, depois de estar fora toda a noite passada e a maior parte


de hoje. Embora duvidasse muito que ela estivesse bebendo, cheirava a Eau d’Club: uma mistura de bebida alcoólica, fumaça de cigarro e suor; seu cabelo loiro estava emaranhado; e seus olhos estavam vermelhos e cansados. Nico ordenou que ela entrasse no chuveiro, em seguida, saiu da suíte, lutando para encontrar alguém que a colocasse em condição apresentável para as festividades de noivado que começariam às nove horas. Correndo para o elevador, o plano de Nico era descer até a recepção para pedir ajuda, até que ele notou uma lista de empresas do hotel na parede do elevador, incluindo um salão de beleza e SPA dentro do hotel. Ele apertou o botão para o trigésimo segundo andar em vez disso, aliviado ao encontrar alguém ainda se movendo dentro da área escura da recepção. Quando ela se virou, ele sentiu uma onda instantânea de calor em seu corpo. Se lhe entregasse um pincel e dissesse para pintar um retrato de seu —tipo— de garota que o


atraía mais que qualquer outra, pouco a pouco, a imagem dela iria aparecer na tela. Ela era pequena, com cabelos negros e olhos castanho-escuros. Uma blusa preta apertada, semelhante a uma malha, abraçava seus seios arredondados e exuberantes, exibindo a pele branca e cremosa de seu peito. Ela não usava jóia e muito pouca maquiagem, mas não precisava nenhuma em sua opinião. Seus olhos desceram para sua cintura fina, depois para a saia, azul-escuro que ela usava a lá Audrey Hepburn em Roman Holiday. Havia um frescor rural nela que foi reafirmado com a percepção de que ela falava italiano com sotaque suíço. O estado ítalo-suíça de Ticino ficava quase inteiramente cercado pela Itália no sul, oeste, e na maior parte do leste e era conhecido por seus rios, lagos e terras cultiváveis. Geralmente considerado menos sofisticado do que o resto da Suíça, ostentava uma indústria de vinho saudável, e Nico imaginou esta menina, com seu cabelo escuro solto, em pé à luz do sol da tarde de um vinhedo suíço, cercada por uvas roliças, folhas verdes, e o solo rico da cor aproximada de seus olhos.


Ele ainda segurava o pulso dela quando entraram no elevador lado a lado, mas ela afastouse dele quando as portas cromadas fechavam, dando um passo para a esquerda enquanto ele pegou o cartão e apertou dezenove. Foi só então Nico percebeu que não tinha se apresentado adequadamente para ela. —Ah-hem—, começou em Inglês, de frente para ela e estendendo a mão. —Eu sou Nico De ‘Médici.— Ela se virou ligeiramente, levando a mão estendida a dela muito menor. —De ‘Médici? Esso é um nome famoso na Toscana.— Ele apertou a mão dela gentilmente. —Eu sou de Fiesole.— —Visitei Villa Médici em Florença—, disse ela, puxando a mão. Ele sorriu com a referência casual à casa ancestral de sua família. —Sim. Eles mantiveram o


nome, mas o castelo foi reivindicado pela família Borghese mais de duzentos anos atrás.— —Malditos Borgheses, sempre roubando castelos—, disse levemente, rindo baixinho. Ela parecia bastante formal, por isso o seu comentário o surpreendeu, mas riu junto com ela. —Vendido, não roubado. Transferimo-nos para uma Villa do século XVIII, nas colinas. Muito menos correntes de ar.— —Oh, claro—, ela disse, balançando alegremente a cabeça como se estivesse conspirando com ele. — Ninguém quer viver hoje em grandes castelos com o custo da gasolina tão ultrajante. Villas são muito mais aconchegantes.— Seu tom deixou claro que não o reconheceu, mas na verdade, ela não era realmente um dos seus compatriotas, já que era suíça e ele era italiano. Muito italiano. Como o único filho de Sua Alteza Sereníssima o Príncipe Filipe De ‘Médici, Nico era um príncipe italiano. Um príncipe italiano com uma fortuna familiar


cada vez menor pensou ele, pensando na Villa que acabara de mencionar, e que a sua família estava prestes a perder. —Eu amava Florença—, ela comentou com um pequeno suspiro, melancólico. —Você esteve lá apenas uma vez?—, Perguntou. —Ah não, Muitas vezes. Quando meus pais ainda estavam ...— A voz dela sumiu e ela baixou os olhos, olhando para suas pequenas sapatilhas pretas. —Seus pais?— —Nós viajamos muito pela Itália,— ela terminou suavemente. Ele sentiu que falar sobre seus pais a incomodava, então cutucou suavemente no lado com o cotovelo, tentando aliviar o clima. —Mas você nunca conheceu nenhum De'Medicis ou Borghese em suas viagens? —Isso não seria grande coisa?—, Ela perguntou seus olhos brilhando novamente quando olhou para


ele e sorriu. —Conhecer um verdadeiro Médici ou Borghese?— Ele inclinou a cabeça para o lado. —Pensa assim?— Ela assentiu com a cabeça. —A nobreza italiana não é tão famosa quanto os britânicos, é claro. Quer dizer, poderia reconhecer William ou Harry no meio de uma multidão, mas se colocar um príncipe italiano na minha frente eu não teria idéia. —Nenhuma,— ele repetiu, olhando para sua expressão doce. —Mas ainda acho que seria divertido sabe, conhecer a realeza.— —Hmm.— Ele se perguntou se deveria revelar a sua identidade, mas estava gostando de seus comentários de forma demasiada para confessar quem era. —Talvez você conheça. Algum dia.— O elevador parou no décimo nono andar, e Nico segurou a porta para ela, observando a saia balançar suavemente quando saiu do elevador para o carpete macio de nível presidencial do hotel.


—Eu nunca estive neste andar—, sussurrou. — Somente convidados e a 'equipe necessária' tem cartão magnético.— —Bem, considere-se pessoal necessário esta noite—, disse ele, saindo do elevador. Nico olhou para o relógio. Eram quase oito e meia e Valentina seria esperada lá embaixo no Grand Ballroom em exatamente 30 minutos. —Vamos lá—, disse, virando à esquerda por um corredor largo e elegante. Ela seguiu atrás dele, em passos suaves. —Eu não perguntei o seu nome—, disse por cima do ombro. —É Bella—, ela disse. —Bella Capelli.— Ele parou e se virou para olhar para ela. —Seu nome significa ‘cabelo bonito’? Ela piscou para ele, então deu de ombros. —Isso é uma piada?— —Não.—


—Um pseudônimo? Para fins de trabalho?— —Não—, disse novamente. —É o meu nome verdadeiro.— —Coincidência ou destino?—, Ele perguntou, olhando em seus olhos brilhantes, cor de café. —Ambos—, Ela murmurou. —Coincidência e destino—, ele disse suavemente, em seguida, acrescentou: —Seus olhos são muito bonitos também, Bella Capelli.— —Grazie— murmurou seus lábios rosados suavemente se separaram quando olhou para ele. Não muito longe do corredor, ouviram o som de cerâmica bater uma parede e se espatifar no chão, e ambos se encolheram, virando na direção do barulho. Hmm. Valentina deve estar no chuveiro. —Cosa é stato?—, Ela perguntou. O que é que foi isso?


Ele olhou para os olhos arregalados, em seguida, agarrou seu cotovelo. —Valentina pode ser... um pouco.— Ela não resistiu, então ele a puxou os trinta metros restantes, retirou o cartão chave do bolso e passou-o na frente do leitor. —Pronto, Bella Capelli?— —Para quê?—, perguntou. —Para atender a minha irmã.— Sem lhe dar tempo para responder, ele atravessou a porta de sua suíte, mantendo-a aberta para ela seguir.

*****

O LINDO QUARTO estava em completa desordem.


Uma mesa de café estava descansando de lado, almofadas estavam caídas no chão, e uma caneca de café estava em pedaços no chão de madeira. Alguém estava tendo um acesso de raiva. —Vai a cagare!— Gritou Valentina, saindo do quarto segurando a cafeteira do quarto, uma toalha branca enrolada em torno de seu peito e seu cabelo molhado caindo em torno de seus ombros. Ela viu Nico e Bella na porta da suíte. Chi e lei? Quem é ela? Ela questionou Nico, estreitando os olhos e olhando para Bella. —Esta é Bella—, disse ele. —Lavora al parrucchiere dell'hotel.— Ela trabalha no salão de hotel. —Você é ... cabeleireira?—, Perguntou Valentina em forte sotaque Inglês. —Sim,— Bella disse, sacudindo um olhar desconfortável para a cafeteira. Valentina suspirou com irritação. —Qual é a sua especialidade?—


Bella virou a cabeça ligeiramente, mostrando as intrincadas tranças tecidas em um coque complicado na base do pescoço. —Eu fiz isso sem um espelho. Você gosta disso?— —Está bem—, disse ela, lutando para não parecer impressionada. Ela ergueu o queixo, olhando para Bella. —Entenda, cabeleireira, eu preciso de cabelo para uma princesa.— Ela zombou levemente. Alguém tem uma opinião elevada de si mesma. Bella apontou para a mesa e cadeira à sua direita, em seguida, estendeu a mão para a pobre cafeteira. —Por que não da isso para mim e se senta ali? Vamos começar.— Valentina franziu a testa para a máquina nos braços de Bella. —Isso está quebrado ... e preciso de café.— Virando-se quando Valentina caminhou até a mesa, Bella se abaixou e levantou a mesa de café e colocou a cafeteira quebrada sobre ela. Ela ergueu os olhos para Nico. —Você poderia pedir ao


serviço de quarto para enviar um pouco de café?— —É claro—, disse ele, inclinando a cabeça para o lado. —Sabe, você é muito tranquila. Vai ser bom para ela.— Bella ofereceu-lhe um leve sorriso, e então olhou para a irmã dele, que se sentou na cadeira com um suspiro irritado. —Será que Sua Alteza tem uma escova?— —Sua Alteza Sereníssima—, disse Nico, piscando para ela, —tem uma escova no banheiro. Vou buscála para você e cuidar do café.— Ela Alteza Sereníssima. Ha! Até parece! Bella sorriu para sua piada antes de atravessar a sala de estar seguindo Valentina. Ela reuniu o cabelo úmido em suas mãos, passando os dedos por ele. —Seu cabelo é lindo.— —Grazie—, respondeu Valentina, olhando para si mesma no espelho sobre a mesa. Seus olhos estavam tristes. Deprimidos, mesmo.


—Vamos fazer com que fique muito bonita—, disse Bella, na esperança de fazê-la se sentir melhor. —Não se preocupe.— Valentina procurou os olhos de Bella no espelho, então olhou para si mesma. —Você é... casada, signorina?— —Não, eu não sou—, respondeu Bella, sacudindo a cabeça e continuando o movimento suave de seus dedos pelos cabelos compridos e loiros de Valentina. —Acabei de completar vinte e dois. Eu não sei se estou pronta ainda.— —Tenho quase vinte e sete anos—, disse Valentina, respirando fundo e fechando os olhos, —e não sei se estou pronta também.— —Você está planejando se casar?—, Perguntou Bella. —Sí—, respondeu Valentina. —Próximo fim de semana.— Bella separou o cabelo, desembaraçando suavemente cada uma das mechas menores e deixando o ar remover parte da umidade


enquanto gentilmente puxava os fios indisciplinados para frente. —Você acha que estará pronta até lá? Valentina respirou fundo e suspirou. —Eu duvido.— —Você pode adiar?— —O casamento? Não. Assolutamente fuori discussione.— É fora de questão. —Você o ama?— —Eu não— a voz de Valentina sumiu quando Bella passou para outra parte do cabelo —o conheço.— O lábio inferior de Bella deslizou entre os dentes, como sempre fazia quando se deparava com uma circunstância intrigante. Por que no mundo você se casaria com alguém, ligaria a sua vida com alguém, se você não ama? Não que ela soubesse muito sobre o amor pessoalmente, mas seus pais se amavam muito, e isso era tudo que Bella precisava saber. Ela queria um casamento como o deles ou nenhum.


—Você quer falar sobre isso?—, Perguntou Bella. —Não— Valentina suspirou de novo, com os olhos bem fechado. —Fique em silêncio, cabelereira. Faça o meu cabelo. Deixe-me relaxar.— Honestamente, Pensou Bella, engolindo um escárnio, mas revirando os olhos para seu reflexo no espelho. Ser rica não dá direito de agir como uma pirralha mimada. Houve uma batida na porta da suíte, e Nico apareceu no quarto para atender. Um garçom que Bella reconheceu da cozinha entrou na sala com uma bandeja coberta de linho que levava um serviço de café de prata e duas xícaras de chá. —Ei, Bella—, ele disse, piscando para ela quando colocou a bandeja na mesa de café. Ela acenou para ele. —Oi, Marco.— —Você está trabalhando até tarde.— Marco olhou para Nico. —Devo servir, senhor?— Os olhos de Nico, que acompanharam a


distância entre Bella e Marco, se estreitaram levemente. —Não, obrigado. Isso é tudo.— Ele tirou a carteira do bolso de trás, tirou o que parecia ser uma nota de vinte dólares, e ofereceu a Marco. Marco pegou com um sorriso. —Se você precisar de mais alguma coisa, senhor, por favor, me avise.— Nico acenou para ele, apontando para a porta, em seguida, virou-se para servi o café, derramando em uma xícara e trazendo-o para sua irmã. Ele colocou sobre a mesa à sua frente. —Bevi, Tina.— Bebida. —Lasciami in pace—, murmurou Valentina. Deixe-me em paz. Ele deu de ombros, colocando a escova de sua irmã na mesa e olhando para Bella no espelho. — Você quer um café?— Bela tinha presumido que a segunda xícara era para ele. —Você não quer um pouco?—


Ele balançou a cabeça, olhando para a bandeja, então de volta para ela. —Não. Mas pensei que você poderia.— Tocada por sua consideração desnecessária, ela sorriu para ele. —Eu adoraria uma xícara. Obrigada.— **** Quando Nico voltou para a cafeteira, ele olhou para trás e viu Bella levantar os braços e alcançar atrás de seu pescoço. Um por um, ela tirou grampos de seu cabelo, colocando-os em uma pilha que aumentava rapidamente sobre a mesa onde Valentina se sentava num triste silêncio. Segurando a cafeteira, Nico ficou congelado, observando fascinado enquanto a juba de ondas negras era liberada, a mais longa das tranças se estendendo bem além de sua cintura. Quando ela puxou o grampo final, ela balançou a cabeça para trás e para frente, e ele percebeu que seu cabelo era tão comprido, que ele caía em ondas passando por seus ombros, terminando ao sul de sua bunda.


Sua mente processava esta nova informação com apreciação, imaginando como ela ficaria completamente nua, exceto por aquele cabelo escuro caindo sobre os ombros brancos e cremosos, cobrindo seus seios enquanto o montava, com suas mãos segurando seus quadris enquanto ela. Uau. Espera. Ele piscou rapidamente, olhando para o espelho, onde a encontrou olhando para ele, só que desta vez, era o único com os olhos arregalados e as bochechas coradas, começou a ficar excitado enquanto focava seus olhos nos dela. —Nico, pegue o meu vestido Chanel preto do armário? E meu Manolo Blahniks rosa claro? Eles têm uma fivela preta.— Estimulado pelo pedido de sua irmã, ele pegou a xícara de café restante, serviu o café, e atravessou a sala para colocá-lo na mesa. —Uh, sim. Sim. Eu vou apenas...—


Evitando os olhos de Bella, virou-se rapidamente e se dirigiu ao quarto de Tina, encontrou rapidamente os itens que ela precisava os colocando em sua cama. Seu vestido preto parecia tão austero e pequeno contra o edredom de cetim azul-claro; Era um lembrete para ele que ela estaria amadurecendo com isso muito em breve. Ele fez uma careta quando voltou para a sala de estar. —Você não tem que se casar com ele, Tina.— —Sim, tenho que casar com alguém—, disse ela. —Não tem que ser ele.— —Que diferença isso faz?—, Perguntou Valentina em italiano, uma nota de desespero apertando o coração de Nico. —Como pode construir uma vida com ele? Você não vai reconsiderar suas opções, Sorellina?— —Lui è ricco.— Ele é rico. Ela olhou para seu irmão de forma significativa, e travou sua mandíbula com raiva silenciosa. Ele e Valentina não


haviam desperdiçado a fortuna da família, e ainda assim, eles foram escolhidos para recuperá-la através de casamentos sem amor. Isso o deixou furioso. —Vorrei che le cose fossero diverse—, ele finalmente disse suavemente. Eu gostaria que as coisas fossem diferentes. Valentina deu de ombros, então fungou suavemente, balançando a cabeça para seu reflexo, que ficava mais refinado e elegante, a cada movimento e toque dos dedos ágeis de Bella. —Está tudo combinado—, disse ela, praticando seu Inglês. —Deixe ir Nico. Va bene così.— Olhando por cima de sua irmã, ele encontrou os olhos castanhos de Bella em busca dos seus no espelho, uma miríade de questões iluminando-os. Porque discutir a vergonha de sua irmã gêmea não era algo que interessava a Nico, ele levantou o queixo e perguntou: —Você tem tudo que precisa? Estamos correndo contra o tempo.—


A suavidade em seu rosto instantaneamente aumentou, e ela concordou. —Eu vou terminar em um momento.— —O que mais você precisa Tina?—, Perguntou a irmã. —Uma nova vida?—, Ela brincou. —Pronto—, disse Bella, torcendo a peça final do cabelo no arranjo elegante e prendendo-o com o grampo final da mesa. Valentina abriu os olhos e levantou-se, verificando o trabalho rápido de Bella. Embora ela ainda usasse uma toalha, agora tinha uma coroa real na sua cabeça, e embora ela não fosse exatamente a imagem de uma noiva corada, certamente era uma melhora em relação ao estado que estava quando voltou para a suíte do hotel uma hora atrás. —Ok—, ela disse suavemente, acenando para seu reflexo. Se virou para Bella, oferecendo a cabeleireira do hotel um sorriso triste. —Grazie—. —Prego—, respondeu Bella, com seus olhos simpáticos.


Valentina foi para seu quarto se arrumar, fechando a porta atrás dela, e Nico olhou para o relógio novamente. Eles só chegariam alguns minutos atrasados, se ela fosse rápida. Bella estendeu a mão para a mesa para reunir os grampos que sobram na palma da mão, então girou para encarar Nico. —Mais alguma coisa?— Ele olhou atentamente para ela, seu cabelo escuro caindo em ondas em torno de seus ombros, seus olhos escuros e lábios macios. Ela tinha salvado seu traseiro esta noite, e de sua irmã também. — Devo-lhe.— Ela sorriu para ele, balançando a cabeça e empurrando a cadeira de volta para a mesa. —Não, você não deve. Levou apenas alguns minutos.— Ela foi gentil. E decente. E o fez rir. Depois de alguns dias nesta cidade suja e agitada, ela era uma lufada de ar fresco, e desejou poder conhecê-la melhor. —Ouça—, disse ele, dando um passo na direção dela, as palavras que ele não esperava ou


previa de repente saíram de seus lábios, —Eu vou estar na cidade por mais uma semana. Como você se sentiria sobre. — A porta do quarto de Valentina se abriu, e ela entrou na sala, parecendo uma jovem princesa. Ela se aproximou de Bella, segurando uma pequena tiara. —Você pode me ajudar?— —Claro—, disse Bella, pegando a tiara de diamantes. Apertou-a com cuidado no penteado complicado, usando dois dos grampos apertados na mão para prendê-lo. Em seguida, ela deu um passo para trás e sorriu. —Você está linda, signorina. Como uma princesa.— —Sim. Sim.— Valentina suspirou profundamente, depois se virou para Nico. — Andiamo?— —Sí—, disse ele, estendendo a mão para ela e apertando-a firmemente. Virando-se para Bella, ele inclinou a cabeça para o lado, tentando se sentir aliviado que sua impetuosa quase-oferta para levá-la


para jantar tinha sido interrompida. —Você salvou o dia. Eu não sei como lhe agradecer o suficiente. Por favor, nos mande a conta.— —Não—, ela disse, balançando a cabeça, sorrindo para ele docemente. —Non deve pagare niente, signore.— Sem nenhum custo. Ignorando o desejo de largar a mão de sua irmã e puxar esta menina suíça estranha em seus braços, ele acenou para ela em agradecimento, prometendo a si mesmo descobrir uma maneira de retribuir a sua bondade para com eles. —Grazie, Bella Capelli—, disse ele, forçando-se a não passar os olhos pelo corpo dela enquanto Valentina o puxava para a porta. —Prego, Nico De ‘Médici,— ela disse suavemente, acenando para ele e sua irmã em despedida quando eles deslizaram pela porta, deixando-a para trás.


—BELLLLLA!— Cantarolou Madame Gothel quando Bella abriu a porta da frente do apartamento e antes que pudesse fechar e trancar. —É você?— Bella revirou os olhos. Dio Dammi la forza. Deus me dê força, pensou ela, benzendo-se. —Sí, Madrina.— Sim, madrinha. —Inglês, por favooor,— sua madrinha a lembrou, vindo da sala de estar em um roupão de seda cor de rosa, o cabelo comprido, escuro enrolado em um lenço e seu rosto coberto com uma máscara de cor azul água. —Por que demorou tanto? Você trancou?— Bella deu a sua chefe / madrinha um pequeno sorriso, rapidamente decidindo manter sua interação com os gêmeos de'Medici para si mesma. —Sí ... uh, sim.—


—Excelente—, disse a madrinha, colocando o braço em torno de pequenos ombros de Bella. —O que faço sem você?— Você se saiu muito bem até eu chegar aqui, Pensou ela, deixando-se levar para a sala de estar, que sua madrinha preferia chamar de —Gran Salon— . Helga Gothel e a mãe de Bella, Karin Schmidt, tinham sido amigas de infância, crescendo na mesma aldeia histórica alemã-suíça de Brig, não muito longe da fronteira italiana. Na escola primária e uma escola secundária, as meninas e pai de Bella, Giorgio Capelli, tinha sido inseparáveis. Quando completou dezoito anos, Giorgio tinha proposto casamento a Karin, e Helga tinha decidido estudar no exterior nos Estados Unidos. Com a ajuda de seus pais, Karin e Giorgio compraram e cuidaram de um pequeno vinhedo e gruta, um restaurante rústico de gerência familiar que produzia vinhos locais e servia boa comida suíço-italiana. Helga, por outro lado, usou o dinheiro dos seus pais para abrir um pequeno, mas


próspero salão de cabeleireiro no Brooklyn, Nova York, que acabou se transformando em seis salões em Manhattan. Quando conheceu Klaus Ingraham, um dos sócios do Hotel New York Metro Tower, ela tinha trinta anos e ele seus cinquenta e seis anos, mas ele deu a ela o que queria desde o começo: a chance de ter e operar o primeiro salão de hotel e SPA em New York City o Innsbruck. Klaus faleceu pouco tempo depois, deixando para sua jovem noiva um apartamento de cobertura, o salão de beleza, e sua parte do hotel. Sem o conhecimento de Helga, o(s) Capellis a tinham nomeado tutora legal de Bella, e quando Karin e Giorgio morreram em um acidente de trem, Bella tinha apenas dezessete anos, Helga tinha sido obrigada a oferecer a Bella um lugar para viver. Então Bella tinha se mudado para a cobertura de luxo da madrinha no trigésimo andar do hotel ... E enquanto ela lamentava a terrível perda de seus amados pais, se tornou uma combinação de braço direito da Madame, estudante, aprendiz, companheira e a filha que nunca teve.


Mas Bella tinha aprendido rapidamente que Helga e Karin tinha ideias muito diferentes sobre a maternidade, e onde a própria mãe de Bella tinha sido quente e amorosa, incentivando sua filha a fazer o seu próprio caminho no mundo, Helga era dominadora e manipuladora, esperando que Bella trabalhasse muitas horas e dedicasse sua vida inteiramente ao Innsbruck e ao conforto de Helga. Com sua própria mãe, Bella tinha sido encorajada a perseguir seus sonhos; com Madame, Bella se sentia como uma prisioneira em uma cela acolchoada de veludo. Mas, com o passaporte e green card trancados na mesa da madrinha por —segurança—, não tinha como ela pega-los e sair. E de qualquer maneira, para onde iria? Madame não paga um salário; Bella vivia com sua madrinha sem pagar aluguel e era, para todos os efeitos, sua filha. Ela recebeu um cartão de crédito para roupas e produtos de higiene pessoal e era alimentada e protegida no luxo. E ainda... sem dinheiro e sem identificação, Bella estava presa.


Presa em um lugar bonito e aprendendo um ofício valioso, lembrou a si mesma, tentando ser grata. Um dia, Bella acreditava que seria proprietária e trabalharia no Innsbruck por si mesma. Certamente, seria capaz de fazer o que fosse e ir aonde quisesse. —Bella, queriiida—, disse Madame, levando sua afilhada para o sofá pelo cotovelo e a forçando a sentar-se ao lado dela, —temos de falar brevemente, meu amor, sobre a sua maneira com o condessa esta noite.—. Brevemente? Ha. —No Innsbruck,— começou Madame com uma voz pedante, —nós oferecemos luxo. Nós atendemos a certo tipo de clientela. Não podemos nos dar ao luxo de fazer a realeza europeia se sentir indesejada, querida. Você entende?—. —Claro, Madrina, mas— —Sem, mas, Bella—, disse Madame, estreitando os olhos para fendas irritadas. —Você vai reorganizar os compromissos amanhã, para que a condessa


de Perugia fique com Joaquin às duas horas em ponto.— —E a senhora Carnegie, que já estava agendada com ele...?—, Ela perguntou, desafiando ao questionar seu chefe. Madame ergue o queixo, os olhos estreitando ainda mais, os lábios franzidos. —Resolva.— Os ombros de Bella caíram. Como iria resolver isso? Como faria para Joaquin atender duas clientes ao mesmo tempo? Olhando nos olhos cinzentos de aço da madrinha, Bella sentiu uma avassaladora saudade dos amáveis olhos castanhos de sua mãe e piscou quando as lágrimas começaram a queimar seus olhos. —Oh, Bella, você parece absolutamente exausta—, disse Madame, empurrando o cabelo longo, preto de Bella para trás do ombro. —Depois de arrumar aqui, você simplesmente precisa ir para a cama.— Embora a tia de Bella tivesse a equipe de limpeza do hotel à sua disposição, Madame


achava que era uma boa disciplina para Bella ajudar em casa também. Então, depois de seu turno no salão todos os dias, esperava-se que ela — ajeitasse— a casa... O que significava limpar os balcões de cozinha; recolher o lixo e levá-lo para o incinerador; passar o aspirador nos tapetes na sala de estar, sala de jantar e na sala de meditação; e dar uma limpeza completa e rápida nos três banheiros. —Sim, madrinha.— Madame brincou com uma mecha de cabelo de Bella, passando entre seus dedos, o brilho, vermelho sangue de suas unhas pintadas contrastando com as tranças negras. —Este cabelo provavelmente vale milhares de dólares.— —Mesmo?— —Mmmm. Cabelo lindo, preto, virgem. Assim como o de Giorgio.— O rosto de Bella se suavizou, e ela olhou para Madame, esperando algumas palavras gentis sobre seus pais. —Eu sinto tanto a falta deles.—


Madame soltou o cabelo de repente, oferecendolhe um sorriso frágil. —Esta máscara está seca. Devo enxaguar. Desligue as luzes quando terminar, querida? E durma um pouco querida, Você parece abatida. Tsk, tsk, tsk. O que nossos clientes pensarão? Você deve cuidar melhor de si mesma.— —Sim, madrinha— Sua madrinha acariciou sua bochecha suavementeem seguida, se levantou do sofá, passeando pela sala de estar e pelo corredor até a sua suíte, deixando Bella sozinha. **** EU PRECISO DE AR. Nico entrou no elevador, olhando para o painel de botões por um segundo antes de decidir tentar a sua sorte para o telhado em vez do saguão. Certamente, no saguão, haveria mais herdeiras americanas com visões de tiaras na cabeça, muito mais apaixonadas pela idéia de se casar com um príncipe do que realmente conhecê-lo.


Ele observou os números luminosos em cima da porta, indo cada vez mais alto. Com alguma sorte, haveria uma porta que dava para o telhado no trigésimo terceiro andar, e ele teria alguns minutos de silêncio antes de ir para cama. Sozinho. Um sinal sonoro avisou que chegara ao último andar, e ele saiu do elevador para um hall de entrada mal iluminado e silencioso. Diretamente em frente a ele havia um longo espelho com moldura dourada, e ele olhou para seu reflexo quando as portas cromadas fecharam atrás dele. Ele odiava o que estava acontecendo com Tina no andar de baixo, tendo que colocar uma cara feliz e fingir que estava bem em se casar com um empresário americano que mal conhecia e não amava. Mas ter um filho fora do casamento, enquanto era normal para a maioria dos outros jovens na Europa, era absolutamente impensável para a maioria da realeza europeia. A menos que você morasse em Mônaco, Ele pensou com uma careta.


O noivo de Tina, Steve Trainor, a quem Nico só conheceu esta noite, era alguém que o pai deles tinha sugerido como um pretendente. Quinze anos mais velho do que Tina, e mais rico do que Midas, possuía uma das maiores companhias de navegação na América. Um solteiro de 41 anos com estilo impecável, rumores sobre sua sexualidade o tinham atormentado durante a última década. Casar-se com Tina iria resolver dois grandes problemas para Steve: um deles, que iria melhorar suas conexões terrestres em Génova, Itália, o segundo maior porto de navegação no país, o segundo, isso acabaria com os rumores de homossexualidade de Steve, algo aparentemente que o incomodava há anos. Mas a vítima deste arranjo seria, certamente, Tina. Com uma enorme diferença de idade e nenhuma promessa de compatibilidade, ela estaria ligada pelo casamento com alguém que não conhecia e não podia amar. Mas seria bem paga para isso: uma generosa mesada, enquanto eles fossem casados e um acordo de cinquenta milhões de dólares no final de dez anos. Uma das principais condições


de Steve tinha sido a promessa de Tina permanecer casada com ele por uma década... O que significava que Tina, sua amada irmã gêmea, ficaria presa ao Steve até os trinta e tantos anos tudo para que o nome De'Medici não tivesse a mancha pública de um bastardo, e dinheiro para encher seus cofres. Simplesmente parecia um preço alto demais para uma pessoa pagar. Mas Tina se recusou terminantemente a compartilhar o nome de seu amante, o que deixou Nico com as mãos amarradas, incapaz de ajudá-la. Ele fechou os olhos e suspirou, afastando-se do espelho e começando a seguir para a esquerda pelo corredor. Ele viu uma porta comum no final com um cartaz que dizia —Acesso ao telhado. Somente pessoal do hotel—. Para o inferno com isso. Ele sentiu no bolso o seu canivete suíço. Se necessário, arrombaria a fechadura por alguns minutos de ar fresco e solidão. Mas, por sorte, não precisava fazer nada. Quando se aproximou, podia ver que havia algo na porta, mantendo-a aberta. Olhando de perto,


ele percebeu que era um pente. Um pente de cabelo preto de plástico. Ele o tirou de seu lugar, colocandoo de volta com cuidado tão logo estava do outro lado e se perguntando quem o colocaria lá. O rosto da cabelereira bonita desta noite mais cedo passou pela sua mente. Bella Capelli. Embora ele estivesse em busca de tranquilidade, certamente não se importaria de encontrá-la novamente. Ela tinha sido um Oásis de calma em uma noite caótica, concordando em ajudá-lo e falando sua língua nativa com seu charmoso sotaque campestre. Mesmo brincando com ela sobre encontra-se com a realeza um dia, ainda não havia nada malicioso ou conivente sobre ela. Era uma lufada de ar fresco, e Nico, incapaz de parar de pensar nela durante o resto da noite, encontrou-se ansioso por mais, não importa o quanto isso era uma má ideia. Subindo as escadas sombrias dois degraus de cada vez, abriu a porta para o telhado e saiu,


cuidando para não deixar a porta bater e se fechar atrás dele. Não ficou surpreso ao descobrir que não havia piscina ou bar neste telhado, era um espaço funcional com saídas de ar condicionado e antenas parabólicas montadas ao longo de uma balaustrada baixa feita de cimento. Tinha sido pavimentada, no entanto, estava bem cuidada, e quando Nico virou para a esquerda, contornando a escada, viu uma mulher solitária vários metros de distância sentada em uma mesa de piquenique, os cotovelos apoiados e a luz branca da tela de um celular iluminando a cabeça. —Olá!—, gritou, não querendo assustá-la com sua presença súbita. Ela virou a cabeça, vários centímetros de longos cabelos negros balançaram para o lado. —Quem está aí?— —Eu sou um hóspede do hotel—, disse ele, aproximando-se lentamente, entrando no luar enquanto se afastava da escada. —É... Bella, certo?—


Ela assentiu. —Eu sou Nico De'Medici. Lembra? Nós nos conhecemos mais cedo—. Seus ombros, que percebeu estarem ao nível de suas orelhas, relaxaram, e ela assentiu novamente. —Claro. Buona notte, signor.— —Buona notte, signorina—, disse ele, olhando para o telefone celular. —Estou interrompendo você.— —Você está—, disse ela, mas suavizou as palavras sorrindo para ele enquanto colocava o telefone na mesa. —Mas não me importo.— Ele sentiu seu sorriso aparecer antes que pudesse detê-lo. —É uma bela noite.— —Sim, é—, disse ela, oferecendo-lhe um pequeno sorriso, doce como ela —e você encontrou meu esconderijo secreto, embora os hóspedes do hotel realmente não são permitidos aqui em cima.— —Se você não contar, não vão saber— Ele


apontou para a mesa bamba. —Posso me juntar a você?— —Claro—, ela disse, abrindo a palma da mão para indicar que o banco em frente a ela estava livre. Desabotoando o paletó do smoking, ele o tirou, colocando-o no banco de madeira antes de se sentar. Quando pegou a abotoadura esquerda, removendo-a para enrolar a manga da camisa, olhou para ela. —É bom ver você de novo, Bella Capelli.— Se não fosse tão escuro, certamente a teria visto corar. —Como está sua irmã?—, Ela perguntou. — Valentina?— O sorriso de Nico desapareceu quando colocou a segunda abotoadura na mesa e arregaçou a manga. —Suportando.— —Posso te fazer uma pergunta?— —Vá em frente—, disse, apoiando os cotovelos sobre a mesa.


—Por que ela vai se casar com alguém que não ama?— Ele apertou a mandíbula reflexivamente. —Ela disse isso?— Bella assentiu. —Ela disse. Bem, na verdade, disse que não o conhece ... e ela parecia bem, honestamente infeliz. Eu só acho que não consigo entender.— —O que você não entende?— —Há apenas um motivo para se casar—, disse simplesmente. —E qual é...?— —Amor—, ela disse, segurando seu olhar tão intensamente, que seu coração apertou. Ela era tão inocente, tão sincera e direta, ele desejou que pudesse ver o mundo através de seus olhos castanhos em vez de seu azul cansado demais. —Essa é a melhor razão—, disse suavemente. Um pouco relutante em quebrar suas noções românticas sobre o casamento, ofereceu-lhe


um sorriso triste para amortecer o golpe de suas próximas palavras. —Mas há outras razões, é claro.— —Como pode haver? Comprometer-se a amar, honrar e estimar alguém seria muito mais fácil se fosse realmente verdade.— Nico se inclinou um pouco para trás. Não era a sua natureza falar sobre sua irmã para alguém que mal conhecia. Na verdade, a maior parte de suas vidas, ele e Tina tinham sidos aconselhados a nunca falar sobre assuntos pessoais com alguém cuja lealdade não era confiável e considerada forte. Mas essa garota, sentada à luz do luar com seu cabelo escuro e perguntas gentis, parecia tão genuína, não podia deixar de desabafar. —Lei é rígida—, disse suavemente. —O bebê nasce neste inverno.— —Oh,— murmurou Bella, seus lábios deliciosos abertos em um perfeito O. —Oh, entendi. Uma... gravidez não planejada. Eles não pretendiam— —Seu noivo não é o pai.—


—Oh!— Se os olhos dela ficassem maiores, eles ocupariam todo o seu rosto, ele pensou, seus lábios se contraindo em alegria inesperada. —Por que... hum, quero dizer, isto é: por que ela não se casa com o pai do bebê?— O humor de Nico instantaneamente azedou. — Ela iria... se me contasse quem é.— Bella estremeceu, depois assentiu. —Ela está mantendo ele em segredo? Você tem alguma ideia de quem possa ser?— Suspirando, ele sacudiu a cabeça. —Tina é uma mulher independente. Seu próprio trabalho. Seu próprio apartamento. Seus próprios amigos. Ela trabalha em Roma. Eu a amo, mas não a vejo com frequência. Ela voltou para casa, quando descobriu que estava em apuros.— —Você é católico?— Ele assentiu. —Muito.—


Ela manteve os olhos nele, mas quase podia sentir as engrenagens em sua cabeça mudando e zumbido; sabia que estava pensando com cuidado sobre a situação, e de alguma forma sabia que ela estava tentando encontrar o lado bom nela. Quando seus lábios se inclinaram e seus olhos brilharam, ele prendeu a respiração. —Então ela está casando por amor, apesar de tudo,— Bella disse, estendendo a mão por cima da mesa para pegar as mãos dele. —O que você quer dizer?—, perguntou, deixando que seus dedos delicados envolverem suas mãos e segurá-las. Seu sorriso aumentou, e ela apertou os dedos. —Pelo amor ao seu filho.— Pelo amor ao seu filho. Era tão simples, mas tão enorme. Tão óbvio, mas tão puro. Tina poderia ter tranquilamente se livrado da criança, é claro, mas escolheu por não fazê-lo.


Escolheu tê-lo. Escolheu se casar com alguém que mal conhecia para que seu filho tivesse um nome e respeitabilidade. Bella estava certa. Tina estava se casando por amor. Lágrimas brotaram de seus olhos, e ele piscou seu lábio inferior escorregando por entre os dentes, enquanto ajustava os dedos para enlaçar os dela. Quando seus pulmões começaram a queimar, respirou fundo, então expirou, aliviando a tensão que sentia por três semanas. —De onde você vem?—, Ele perguntou suavemente, pensando: Do céu. —Ticino—, respondeu ela, inclinando a cabeça para o lado e sorrindo para ele. —Deixe-me levá-la para jantar amanhã à noite.— Olhando para suas mãos como se tivesse acabado de perceber que elas estavam entrelaçadas, puxou as dela para longe e dobrou-as sobre a borda da mesa, em frente de seus seios. Foi um movimento defensivo, e ele não gostou.


—Eu trabalho até tarde no sábado.— —Domingo, então?— Ela balançou a cabeça. —Eu confiro os livros nas noites de domingo.— —Segunda-feira.— —Eu faço limpeza profunda no salão de beleza e SPA.— —Terça?— —Trabalho.— —Quarta-feira, então.— —Eu tenho aula no City College,— disse, balançando as pernas sobre o banco como se preparando para sair. —Quinta-feira?—, Gritou ele, levantando de seu assento. Ela parou então se virou para ele, cruzando os braços sobre o peito.


—Estou ocupada—, disse, com um sorriso melancólico tão cheio de saudade, que apertou seu peito e machucou seu coração. Por que ela tem que trabalhar tanto? Não tinham faxineiras aqui no hotel para limpar profundamente as instalações? Por que estava sendo obrigada a fazer isso? Foi apenas uma desculpa para não ter que sair com ele? Não. Ele não acreditava nisso. Tinham gostado de conversar. Tinha certeza disso. Além disso, sua dívida para com ela aumentou: primeiro, ela veio em socorro de Tina mais cedo, e agora, de alguma forma encontrara a maneira perfeita para confortá-lo sobre o casamento de sua irmã. E, no entanto, enquanto ela estava tão ocupada sendo sua salvadora, ele sentiu que sua vida cheia de trabalho sem um momento de diversão não era o que ela queria e certamente não era o que merecia.


Ela ergueu o braço e levou-o de um lado de seu corpo para o outro. —As luzes não são magníficas?— Nico olhou por cima do ombro. Parecia com todas as outras grandes cidades à noite, nem diferente, nem melhor. —Algum dia—, disse ela. —Algum dia vou conseguir ver esta grande cidade.— —Sexta-feira?—, Ele murmurou com urgência. —Por favor.— —Sinto muito.— Ela respirou fundo e sorriu gentilmente para ele. —Boa noite, Nico De'Medici. buona notte—. Ele observou-a se virar e se afastar, imaginando se deveria tentar impedi-la, em seguida, então decidiu. Ele descobriria outra maneira de vê-la. —Boa noite, Bella—, falou de volta, já sentindo falta dela. —Buona notte, dolce angelo.— Boa noite, doce anjo. ****


Como foi tentador dizer sim ao belo Nico ontem à noite ao luar, mas Madame Gothel proibiu estritamente Bella de sair com os hóspedes do hotel. Foi a primeira e mais importante das muitas regras da madrinha, e Bella simplesmente não teve coragem de quebrá-la. Não por um homem que iria embora em uma semana. Antes de interrompê-la, olhava fotos de seus pais em sua vinícola, em seu restaurante, em férias em Milão, Florença e Roma. Estava se sentindo muito triste, na verdade, antes de ele chegar. Ele não tinha idéia de quanto sua companhia tinha sido necessária e quanto o seu convite para jantar a lisonjeava. Não tinha ideia do que ele fazia para ganhar a vida, embora tivesse a aparência elegante de um banqueiro ou advogado e estivesse hospedado no andar mais caro do hotel. Que diversão poderíamos ter por uma semana, ela pensou com saudade, mas baniu a idéia rapidamente. E depois? Se Madame descobrisse, jogaria Bella para fora do hotel. Sem dinheiro.


Sem casa. De coração partido. Sozinha. Não valia a pena, não importa o quão bonito, engraçado ou carinhoso Nico fosse. Ele iria embora, e ela seria deixada para trás. —Bellllla!—, exclamou Madame, batendo na área da recepção. —Sua cabeça está nas nuvens hoje! Se anime menina. Alguém está vindo.— Bella estava curvada sobre a mesa, numa mistura de cansada e sonhadora, mas agora se endireitou, fixando um sorriso no rosto para... para... Valentina De'Medici. Vestindo uma calça skinny preta, uma blusa preta e branca minúscula, e um moderno blazer preto, com uma bolsa Kate Spade e seu cabelo loiro preso por óculos de sol Gucci, ela era a própria imagem da sofisticação moderna. —Olá—, disse Bella, piscando com surpresa pela visita inesperada. —Bem-vinda, Senhorita De'Medici.— —De'Medici?—, repetiu Madame. —Não... Valentina De'Medici?—


—Sí—, disse Valentina encolhendo os ombros de modo arrogante. —Oh!—, Exclamou Madame, pressionando a palma da mão em seu coração. —Oh, sua Alteza Sereníssima! Quanta honra. Posso felicitá-la pelo iminente casamento? Meu Deus. Como podemos ajuda-la?— A boca de Bella se abriu quando ela olhou para Valentina em estado de choque. Alteza Sereníssima? Uma... princesa? Espere. Um. minuto. Seus olhos se arregalaram de espanto quando se lembrou de escárnio quando Valentina pediu —o cabelo para uma princesa.— Isso era verdade? E, Oh. Meu. Deus. Se ela era uma princesa, que o irmão era um... um... —Isso não seria algo? Conhecer um verdadeiro Médici ou Borghese?— —Acha que sim?—


—A nobreza italiana não é tão famosa quanto à britânica, é claro. Quer dizer, eu poderia reconhecer William ou Harry no meio de uma multidão, mas se aparecer um príncipe italiano na minha frente eu não teria ideia. Ela supôs que um buraco negro abrindo no chão do salão de beleza Innsbruck e SPA e engolindo-a inteira seria improvável, mas Dio, nunca desejou tanto algo. —Essa cabelereira—, disse Valentina, apontando para Bella com um movimento desdenhoso com a mão. —Ela fez o meu cabelo na noite passada. No último minuto. Agora ela vem para almoçar comigo. Subito —. Madame sacudiu a cabeça para encarar sua afilhada, os olhos arregalados. —Isso é verdade? Você estava a serviço dos De'Medicis noite passada, Bella?— —Tina, isto é, a princesa, hum, Princesa Valentina- sua realeza... hum...—


—Alteza Sereníssima— informou Valentina, mantendo uma mão em seu quadril saliente e olhando não Madame nem Bella, apenas posou como se os paparazzi estivessem chegando momentaneamente, e ela estaria pronta. —Ela precisava de um penteado de última hora!— Terminou Bella freneticamente. —E ninguém mais estava aqui.— —Sim. Sim—, disse Valentina, suspirando. —Nós encerramos a conversa. Ela vem comigo para almoçar. Subito. Andiamo.— Bella olhou para Madame, dando de ombros e se encolhendo quando Madame passou os dedos em torno de sua garganta. Mas sua Alteza Sereníssima, Bella tem clientes para atender. —Não me importo com eles—, disse Valentina, olhando para Madame como se ela fosse uma pulga em um cachorro velho. —Ela estará de volta mais tarde. Cião signora—. —Sim. Sim, claro. Bella deve acompanhá-la para o almoço. Eu sinto muito por ter te


questionado.— Ela se virou para Bella com um sorriso vacilante, batendo as mãos em sua afilhada. —Bella? Por que você está ai parada? Sua Alteza Sereníssima a convidou para o almoço. Andiamo! Subito!— Bella correu de trás da mesa, alisando sua trança intrincada e colocando sua blusa fresca, branca de botão no cós da saia lápis rosa e branco. Seguindo Valentina até o elevador, se virou para a princesa! Assim que as portas se fecharam. —Princesa Valentina, não tinha idéia de quem era ontem. Você deve permitir que me desculpasse por— Valentina gemeu e acenou para longe com outro movimento entediado de sua mão, em seguida, abriu a bolsa, tirou um cartão, e entregou a Bella. Na frente se lia, em letras pretas, Sua Alteza Sereníssima Nicolo Alessandro Lorenzo Giovanni De'Medici


Seu coração pulou quando o virou para ler, O ancoradouro no Central Park 12: 00. - Nico —Seus almoço é com ele, não comigo—, disse, abaixando os óculos de sol, mas nada, se Bella não pegasse a leve inclinação de seus lábios quando ela disse isso. —Meu irmão falou sobre você a manhã toda até eu matar ele ou ir pegar você.— Ela encolheu os ombros. —Ele é meu irmão gêmeo. Eu decidi deixá-lo viver.— As bochechas de Bella estavam doendo devido a largura de seu sorriso enquanto segurava o cartão branco em sua mão. Ela riu suavemente. —Grazie, Valentina.— —Prego, Bella. Cião—, disse ela, caminhando para fora do elevador e através do átrio de mármore sem olhar para trás. E Bella, que raramente deixava o Hotel New York Metro Tower para fazer algo, muito menos para algo tão divertido como um almoço com um belo príncipe navegou através do lobby atrás dela,


chamou um tรกxi e pediu para ser levada para o estaleiro.


—Você está com raiva?—, Perguntou Nico, sorrindo para ela com um copo de Sauvignon Blanc1. Ele a cumprimentou com um costumeiro beijo europeu, nas duas bochechas, em seguida, segurou a cadeira para ela sentar. Francamente, vestido de jeans abraçando o quadril e uma camisa de botão rosa enrolada nos punhos, estava mais bonito do que tinha estado em um smoking na noite passada. Seus olhos brilhavam por baixo dos cílios escuros a varrer sua face, de alguma forma travessa e viril, ao mesmo tempo. Ela inclinou a cabeça para o lado, tentando parecer severa. —Sobre você estar usando sua irmã para me atrair para o almoço? Ou porque deixou de mencionar que é um príncipe italiano?— —Ou?—, Perguntou ele, encolhendo-se. — Ambos?— 1: Vinho branco e seco, produzido no interior da França.


—Você poderia ter mencionado que era um príncipe quando eu estava falando sobre William e Harry,— ressaltou. —Justo o suficiente—, disse ele, balançando a cabeça. —Mas você estava tão bonita falando sobre isso.— Bonita? Hã. Era um bonito bom? Ela era bonita como uma gatinha ou uma irmãzinha? Ou bonita como uma mulher que ele gostaria de beijar? Perguntou-se, de repente, esperando que fosse o último, embora não tivesse expectativas. Ela ainda estava tentando se convencer de que estava realmente faltando ao trabalho em um agitado sábado à tarde. —Desculpe Bella.— Ele deu de ombros. —Meus primos recebem toda a atenção.— —Espere um minuto—, disse ela. —Você realmente os conhece?— —Bem—, disse ele, tentando desesperadamente não sorrir para ela —além do fato de que nós somos


primos de terceiro grau, uma vez sim, nós frequentamos alguns dos mesmos círculos.— Ou costumava... antes que nossa última fortuna fosse mal administrada. —Os círculos de iatismo, esqui e polo?— Ele riu, seu bom humor rapidamente restaurado por seu atrevimento. —Mais quando éramos mais jovens do que agora. Todo mundo está tão ocupado.— —Ah sim. Comprar castelos e manter os palácios é...— —-Villas—, ele corrigiu com um sorriso. —-Tão exaustivo.— —Isso mesmo—, disse ele com um sotaque britânico credível, estendendo a mão para a garrafa de vinho. —Você bebe?— —Certo.— Ela balançou a cabeça. —Meus pais tinham un piccolo vigneto2.—

PEQUENO VINHEDO

2


—Um vinhedo em Ticino?— Ele fez uma pausa em seu derramamento. —Então, certamente você preferiria um vermelho?— Talvez não devesse tê-la surpreendido por se lembrar de que ela era de Ticino e sabia que a região era conhecida principalmente por seus Merlots, mas ele fez. Na melhor maneira possível de enrolar os dedos , ele fez, porque isso significava que estava mantendo o controle sobre ela. —De modo nenhum. Eu gosto de branco também —disse— e Sauvignon Blanc é o meu favorito—. —O meu também—, disse ele, servindo-lhe um copo cheio. —A vinha do meu tio em Fiesole faz uma garrafa média.— —Dio!—, Exclamou ela, peças de informação se unindo em sua cabeça. —Você não está falando sobre o Villa De'Medici Vigneto!— —O próprio—, disse ele, erguendo o copo. — Você conhece?—


—Eu conheço—, ela respondeu, sua mente segue de volta para muitas tardes felizes passeando pelos vinhedos e em torno de Florença com seus pais. —Lembro-me bem.— —Deus, você é linda—, ele murmurou, e ela olhou para ele, encontrando seus olhos, que haviam tomado em um olhar um pouco aflito, como se talvez houvesse algo o machucando um pouco. —Obrigado, Ni... Hum, sua Alteza Serena?— —Não. Absolutamente não. Você não está me chamando assim. Nico, ok? Nico é quem conheceu na noite passada. Nico é quem sou.— Ele ergueu a taça. —E você é a linda Bella, que continua salvando o dia. Salud3—. Levantando a taça, ela clicou na dele, balançando a cabeça em seu flerte descarado. — Salute4—. Ele manteve seus olhos fixos nos dela quando ela tomou um gole do vinho gelado, saboreando-o em sua língua como seus pais lhe ensinaram e Salud: saúde em espanhol

3

4

Salute: saudação em inglês


respirando lentamente por entre os lábios ligeiramente entreabertos para cheirar o bouquet 5

antes de engolir. —Isso me lembra de friulano—, ela suspirou,

lembrando um delicioso vinho branco, regional do nordeste da Itália. Ele sorriu para ela, girando o copo distraidamente. —Agora esse é o meu vinho favorito de todos.— —Meu também!— —Meu tio ainda faz um. Ele o chama de La Dolce Vita —. —A doce vida—, disse Bella com um suspiro, substituindo seu copo. —Eu tive isso.— Nico recostou-se na cadeira, procurando seu rosto. —Diga-me... A sua chefe lhe deu um tempo difícil a deixá-la sair com a Tina?— —Eu acho que ela estava tão chocada por ter uma princesa em pé em sua mesa de recepção, que

5Quando

o vinho entra em contato com o ar e saliva, libera um cheiro


não teve tempo para processar o que estava acontecendo. E a sua irmã tem uma maneira de fazer seus desejos...— —... obrigatórios.— Ele assentiu. —Tina raramente pede. Ela prefere muito mais a ordem—. —Bem, certamente funcionou com a minha madrinha—. —Sua madr ...— Ele fez uma careta. —Sua madrinha? Seu chefe é a sua madrinha?— Bella assentiu. —Sí. Meus pais morreram há vários anos, e Madame Gothel me trouxe para Nova York. Meus pais eram seus amigos de infância.— —Sinto muito sobre seus pais—, disse Nico, seus olhos compassivos. —Eu não estou particularmente próximo aos meus, mas ainda assim ... se algo acontecesse com eles ...— —Eu sinto falta deles todos os dias,— disse Bella, limpando a garganta antes de tomar outro gole de vinho. —Mas tenho sorte de ter a ajuda e orientação de Madame. Ela está me treinando em todas as facetas da gestão e propriedade


do salão e SPA. Tenho certeza de que um dia o Innsbruck será meu.— —Ela é muito velha?—, Perguntou. —Não. Ela ainda não tem cinquenta.— —Parece que 'um dia' é um longo caminho.— Sua testa enrugou. —Será que ela espera que você trabalhe tão duro pelos próximos vinte ou trinta anos? Limpeza, contabilidade e aulas todas as noites? Não ser capaz de aceitar uma data de folga ou se divertir um pouco?— —Eu trabalho duro, mas...— Bella lambeu os lábios. —Eu não fui totalmente verdadeira noite passada.— —Como assim?— Ela se inclinou para frente, baixando a voz. —É verdade que tenho que ajudá-la, mas... bem, exagerei minha ocupação na noite passada. A verdade é que não estou autorizada a falar com os convidados do hotel. Não sob quaisquer circunstâncias.—


—Ou o quê?—, Perguntou ele, inclinando-se para frente e usando a mesma voz conspiratória que ela. —Eu não...— Ela encolheu os ombros e balançou a cabeça, em seguida, sorriu para ele. —Eu não sei, na verdade. Mas não tenho mais dezessete anos. Ela precisa me deixar viver com ela. Eu acho que ela poderia... mandar-me embora.— —Voltar para a Suíça?— —Há!— Zombou Bella. —Ela é muito frugal para me colocar em um avião de volta para Ticino. Eu acho que estaria apenas... fora. Você sabe...— —Nas ruas?—, Ele perguntou seu rosto bonito estragado em uma carranca. Ela assentiu, tomando um gole de vinho. —Certamente, seus pais deixaram-lhe alguma coisa?—, Perguntou. Ela suspirou. —Todo o meu dinheiro foi dado a Madame para as minhas despesas.— —E ela não definiu uma quantia? Então, você poderia ser independente um dia?—


Bella pensou sobre isso por um momento. —Eu não acredito que ela quer que eu seja independente—. —Por que iria?—, Perguntou Nico, zombando com algo que parecia um pouco com repugnância. — Ela iria perder sua escrava.— Encolhendo com a palavra feia, Bella se afastou dele. —Eu não sou sua escrava.— —Sério?—, Ele perguntou, sentando-se na cadeira. —Como é que você ganha para atender telefones, arrumar cabelos, ficar depois de horas, limpeza, aspectos contabilísticos...— —Você fez seu ponto,— ela interrompeu, na defensiva. —Não, realmente quero saber—, disse ele. — Quanto?— Ela ergueu o queixo, pegando o menu e olhando as palavras na página, embora não estivesse processando nada. Sem olhar para ele, disse em uma voz calma: —Ela me trouxe aqui quando eu não tinha para onde ir. Vivo sem pagar


aluguel em seu apartamento. Eu tenho meu próprio quarto e... e comida. Um cartão de crédito para despesas ocasionais. E estou aprendendo um ofício. O que não parece com escravidão para mim.— —Então você não faz nada.— —Eu tenho quarto livre, comida, e uma educação.— —Alienação em correntes de veludo.— —O que quer dizer?—, Perguntou ela, abaixando o menu para encontrar seus olhos com uma careta. —Propriedade. Uma escrava. Um animal de estimação. Cuidada em luxo, mas longe de ser livre.— —Um animal de estimação?—, Ela gritou. —Não quero ofender—, disse rapidamente. —Eu só não gosto do jeito que você está sendo tratada.— Bem, não gostou do que ele estava dizendo sobre ela, ou sobre Madame, a quem seus pais a tinham confiado para criar Bella após a morte deles. Ela olhou para o menu novamente. —


Deve ser muito fácil julgar a partir de sua posição elevada.— —Não, Bella—, ele insistiu. —Minha posição não é tão elevada. E, na verdade, a minha vida não é tão diferente da sua—. —Não é diferente?—, Ela perguntou. —Você é um príncipe! Realeza! Pode fazer o que você...— —Quiser?— Ele balançou a cabeça. —Não. Receio que não. Nem um pouco.— Ele inclinou a cabeça para o lado. —Pense nisso, Tina não quer se casar com Steve Trainor, não é? E ainda...— Bella pensou sobre isso. As circunstâncias de Valentina um casamento improvisado certamente fez muito mais sentido agora. Ela não conseguia pensar em outra Royal Europeia, além de membros da família real de Mônaco, que nunca tinha tido um filho fora do casamento, e ela imaginou que os títulos E Villas... não seriam passados para aquelas crianças, seriam? —Não, ela não quer—, disse Bella, com o coração cheio de compaixão por Nico e sua


irmã. Talvez eles estivessem em circunstâncias semelhantes, afinal. Do que ele o tinha chamado? Alienação em correntes de veludo... O que a fez se perguntar: —Com quem você tem que casar?—

***** O CORAÇÃO DE NICO afundou um pouco quando ela fez esta pergunta, porque mesmo que ele soubesse que não era certo, esperava evitar isso esta semana. Ele estava esperando passar a semana todo momento acordado com Bella, mas se ele respondesse a ela honestamente, havia todas as chances de que se recusasse a vê-lo novamente. Ainda assim, olhando em seus olhos castanhos claros, descobriu que não podia mentir. Ele teria que se arriscar com a verdade. —O nome dela é Elena.— Ele nunca tinha visto os olhos de ninguém perder o seu brilho tão rapidamente, e o machucou vê-lo. —Princesa Elena da Grécia e Dinamarca. Nossas famílias são velhas amigas.—


O sorriso que ela mostrou foi corajoso. —A amizade pode ser uma boa base para o casamento.— —Para ser claro, não perguntei a ela ainda... mas deveria propor depois do casamento de Tina.— —Por 'suposto'?—, Ela perguntou seus olhos compassivos enquanto pegava sua taça de vinho e tomava um gole. —A relação entre a Itália e a Grécia é especial—, disse ele, recitando as palavras que tinha ouvido desde a infância. —Nossas relações comerciais, especialmente. Na verdade, a Grécia é o nosso parceiro econômico mais importante. Nossas forças armadas colaboram. Nós compartilhamos um monte de turismo. Estrategicamente, eles são um dos nossos aliados mais importantes.— Ela assentiu, incitando-o a continuar. —Além disso, os De'Medicis... bem, não há uma maneira delicada de dizer isto: estamos falidos—, disse ele, —ou rapidamente chegando lá. E a família de Elena é muito rica.—


—Ahhh—, disse ela, balançando a cabeça como se descobrisse alguma coisa. —O que?— —Na noite passada... sua irmã mencionou a fortuna de sua noiva. Eu só...— —- Pensou que ela é uma louca por dinheiro?—, Ele perguntou abruptamente, pronto para proteger sua irmã, mesmo que fosse, em parte, a verdade. —Não—, disse Bella gentilmente. —Por favor, não pense isso. Eu não a julguei. Só notei que foi dito.— —Desculpe por gritar com você—, disse ele. —Eu odeio que ela tem que se casar com um estranho por dinheiro e... um nome para seu bebê.— —Compreendo. Pelo menos você vai se casar com uma amiga.— Uma amiga? Ele mal conhecia Elena. Sim, eles tinham se encontrado em várias funções da realeza durante a infância, mas não tinha tido uma conversa


real com ela há anos. Ele não tinha ideia se eram compatíveis. —Não tem havido—, ele limpou a garganta, sentindo suas bochechas coradas pelo calor —um casamento entre as casas reais da Itália e da Grécia por algum tempo. Seria uma coisa boa.— —Para quem?— —Turismo? Comércio? O mundo vendo como um príncipe italiano se casa com uma princesa grega?— —Mas... isso vai ser bom para você?—, Ela perguntou. Francamente, não tinha idéia. Mas Valentina não cumpriria o seu acordo com Steve Trainor por dez anos. Seus pais esperavam que ele pagasse suas dívidas agora com o dinheiro de sua futura esposa: Elena. —Como você diz... os casamentos baseados na amizade são sólidos. Nossas famílias aprovam a União.—


Uma ruga apareceu na testa de Bella quando dobrou o guardanapo e o colocou na mesa, olhando para ele com os olhos pesados. —Eu não acho que é apropriado nós almoçarmos juntos.— A mão de Nico tentou alcançar a dela. —Por favor, fique.— —Você está quase noivo.— —Mas ainda não estou. Elena e eu não estamos nem namorando. Nós não estamos juntos em tudo. Ainda não.— Ele desenhou círculos lentos na pele suave de sua palma. —Por favor. Não vá.— —Não faria mal a ela, então? Se nos vir juntos?— Nico balançou a cabeça. —De modo nenhum. Juro para você, nós não somos um casal. Promessas não foram feitas. Meus pais falaram com os dela, e seus pais deram boas-vindas a ideia se Elena concordar. Mas ela está fazendo trabalho como voluntária na África. Duvido que ela saiba alguma coisa sobre isso ainda. Ela tentou puxar a mão. —Ainda...—


——Bella—, disse ele, recusando-se a deixar ir à mão dela e decidindo colocar todas as suas cartas na mesa desde que te conheci ontem à noite, você é tudo o que posso pensar. E... quero passar tanto tempo quanto eu puder esta semana com você.— Ele engoliu em seco. —Enquanto ainda sou... livre.— —Por quê?—, Ela perguntou. —Por que eu?— —Porque você é linda e divertida, e você não me trata como um príncipe. Porque dá ótimos conselhos e me faz rir, e quando estou com você, o peso do mundo desliza dos meus ombros. Prometo não te beijar, ou me apaixonar por você, ou tentar fazer você ser minha...— Ele deu de ombros, então suspirou. —Eu sinto muito. Acho que não sou um negócio muito bom.— —Deixe-me decidir isso,— ela disse, apertando a mão dele antes de puxar a sua para longe para colocar o guardanapo de volta no colo. Olhou para ele, os lábios incapazes de manter seu sorriso de se espalhar, enquanto disse suavemente, —eu ainda tenho que trabalhar.— —Claro.—


—Então, eu não sei quanto tempo teremos.— —Vamos aproveitar ao máximo o que temos.— —E nenhum beijo—, disse ela. —Ou se apaixonar...—, ele prometeu, embora tivesse uma sensação estranha em seu coração que não seria capaz de mantê-lo. —Nós podemos ser amigos.— —Amigos...—, murmurou, já sabendo que seus sentimentos por ela haviam superado a amizade e esperando que pudesse manter a sua parte no trato. —Eu não seria capaz de me perdoar se machucasse alguém... se eu ferir a princesa Elena.— —Você não vai machucar ninguém, Bella... exceto eu, se você se recusar a me ver de novo.— Ela sorriu para ele, balançando a cabeça. — Como devo dizer não a um príncipe?— E pela primeira vez, Sua Alteza Nicolo Alessandro Lorenzo Giovanni De'Medici estava feliz que era um rei e isso não se sentia um fardo...


Porque se é isso que levou Bella Capelli há passar um tempo com ele esta semana, levaria e diria Grazie.

***** Após o almoço, ele a convenceu a deixá-lo levála para um passeio de barco a remo, e ela sentou-se em frente a ele na luz do sol, falando sobre sua triste falta de passeios turísticos nos cinco anos que viveu em Manhattan. —Então,— disse Nico, seus braços bronzeados e musculosos se mexendo enquanto ele remava para longe no pequeno lago da maior cidade do mundo, — você nunca viu a Estátua da Liberdade, o balé, a ópera, o jardim do telhado no Met, os Yankees...— —... ou os Mets!— —... jogar, tomar a balsa Staten Island, ou ver um show da Broadway. Não é essa a finalidade?—, Perguntou.


Bella tinha parado de dar desculpas por seus longos dias de trabalho. —Sim. Essa é a essência.— —Madonna!—, Gritou Nico. —Isso é inacreditável. Você está nessa grande cidade, e ainda não viu nada! Você teve férias em cinco anos?— Balançando a cabeça para frente e para trás, Bella disse: —Não. Nem mesmo um dia de folga. Quer dizer, a menos que conte o Natal... embora eu acabe por pôr a mesa, fazendo o jantar, e a limpeza depois.— —Então não conto o Natal—, disse Nico com um olhar azedo. —Que horas você está trabalhando amanhã?— —Eu tenho que estar às seis da manhã, mas nós fechamos as três aos domingos, então terei terminado por volta das seis!— —Um dia de doze horas?— Ela assentiu com a cabeça. —No início para ter tudo pronto. Última a sair para me certificar de


que tudo está em ordem. Lembre-se... ela está me preparando para assumir.— —Você estará muito cansada para me ver?— Seu lábio inferior escorregou entre seus dentes. Nunca. —Não. Isso vai me dar algo para olhar para frente durante todo o dia.— —Eu também.— Ele assentiu. —OK. Então de todas as coisas que você nunca fez, qual gostaria de fazer primeiro?— As marquises dos muitos espetáculos da Broadway a haviam insultado nas poucas e raras ocasiões em que ela deixou o hotel. Como seria se perguntou, sentar-se em um teatro e assistir as pessoas dançar e cantar, que tinham o talento e a coragem para ficar na frente de uma casa cheia? Ela desejou poder saber. —Vejo que você pensa Bella... O que vai ser?— —Você já viu todos os shows na Broadway?— Ele riu da maneira como ela recuou em sua


resposta com uma pergunta. —Não por um longo tempo. Vamos assistir um show juntos?— Ela suspirou com saudade. —Quando voei para Nova York, depois que meus pais morreram, havia uma revista no meu encosto com um artigo sobre wicked6. 7Você sabe a peça baseada nos personagens do Mágico de Oz? Tudo parecia tão maravilhoso.— —Nós iremos amanhã—, ele prometeu, remando de volta para o Loeb Boathouse. —Você pode pagar isso?—, Ela perguntou, lembrando a conversa na hora do almoço. —Eu sou um advogado em Florença—, disse. — Eu faço um bom dinheiro... apenas não é suficiente para salvar as propriedades e empresas de propriedade da família De'Medici. Se eu apenas tivesse que me preocupar comigo mesmo...— Sua voz pesada sumiu e eles ficaram em silêncio enquanto, ele remava o som do barquinho cortando a água e o ruído ambiente de outras conversas 7Wicked:

espetáculo da Broadway


deslizando para ela na brisa. Tanto quanto Bella queria ver um show da Broadway sentada ao lado Príncipe Nico De'Medici, algo dentro dela parecia inquieto. Ela tinha o direito de passar esses momentos preciosos com um homem que em breve iria pertencer a outra? Ele tinha assegurado a ela que não havia promessas entre ele e a princesa Elena, então tecnicamente, ela não estava fazendo nada de errado... Mas estava sendo inteligente? Bella era a própria definição de inexperiente. Ela nunca teve realmente um namorado, além de um flerte com outro estudante do ensino secundário inferior. Mas a extensão de seu caso de amor consistiu de um beijo na boca enquanto caminhava para casa de uma peça da escola, o que fez seu coração inocente tomar voo. Foi sábio, então, concordar em passar esse tempo com Nico, que, supunha, tinha tido muitos casos de amor e conhecido muitas mulheres? Olhando para ele, na forma como o sol beijava os fios de ouro em seu cabelo


castanho, sabia que estava perigosamente perto de se apaixonar por ele já, e mal o conhecia. O que aconteceria, então, quando ele se despedisse dela e propusesse à Princesa Elena? Como ela consertaria seu coração partido? Prometo não te beijar, ou me apaixonar por você, ou tentar fazer você minha ... Sua promessa voltou para ela, mas encontrou pouco conforto nisso. Estava descobrindo, minuto a minuto, que não era seu amor por ela que iria machucá-la no longo prazo. Não. Seria seu amor por ele que poderia destruí-la, que poderia deixar uma marca duradoura e agonizante em sua alma. Portanto, não se apaixone por ele, Disse a si mesma, arriscando outro olhar para ele através dos cílios baixos. Mas como uma garota simples de uma cidade pequena passa uma semana com um príncipe? E diz adeus com a sua inteligência e vontade intactas? Ela respirou fundo e suspirou, olhando para a proa do Bow Bridge sobre o ombro de Nico.


—Diga-me—, disse ele suavemente. —Dizer-te o que?— —Tudo o que está em sua mente.— Ela deslizou os olhos da ponte para o seu rosto. —Eu não... Não acho que é uma boa idéia te ver novamente.— Ele parou de remar, estreitando os olhos em desgosto. —Mas Broadway... amanhã...?— Ela tentou sorrir, mas não conseguiu. —Eu sinto muito, Nico,— disse, —mas depois de uma semana maravilhosa, vou voltar para a minha vida sem existência. E você...— —Eu vou ter que casar com alguém que não amo.— Bella engoliu em seco, sua voz suave e incerta quando olhou para sua garganta, incapaz de olhar em seus olhos. —Se passar mais tempo com você, vou começar a cuidar de você. Eu não vou ser capaz de ajudá-lo.—


—Nós poderíamos ser amigos—, disse ele. —Não—, ela disse, levantando seu olhar. —Nós não poderíamos.— —Por favor.— —Sinto muito—, ela sussurrou. —Acho melhor você me levar para casa.— *****

NICO apertou sua mandíbula quando ela baixou os olhos e se afastou dele, sentindo-se frustrado além da crença. Tudo que queria era a sua companhia. Tudo que queria era passar um pouco de tempo com ela. Estava tão errado assim? No fundo, sabia que era, porque no momento em que pôs os olhos nela em sua última noite, algo tinha acontecido ao seu coração, e ela não estava sob o título de —amigos.— —Eu gostaria que você reconsiderasse,— disse sua voz soando áspera e um pouco arrogante.


—Por favor, entenda—, ela disse enquanto o lábio inferior escorregou entre seus dentes e segurou lá por um tempo. —Eu estou apenas tentando me proteger.— Xingando baixinho, ele colocou alguma força em seu antigo remo, dirigindo-os de volta para a casa dos barcos rapidamente. —Eu vou levá-la de volta para o hotel.— Ela assentiu. —Obrigada.— Nico saiu facilmente do barco enquanto um estivador segurava a linha da proa o esperando com o grampo, em seguida, Nico ofereceu sua mão para Bella. Ela olhou para ele por um momento, suas sobrancelhas franzidas, e estava prestes a puxá-la quando chegou para ele, apertando a mão dela na dele. Esforçando-se para não sorrir ou gritar com alegria, ele a puxou para cima e para o cais, então atou seus dedos juntos, esperando que ela não fosse se afastar. E para sua surpresa e alívio, não o fez. The New York Metro Tower Hotel ficava a dez quadras ao sul, por isso Nico definiu um ritmo


passeando em direção ao norte do Jardim Shakespeare, relutante em apressar a sua despedida. —Eu já vi mais hoje do que vi em anos—, disse Bella, e ele teve a sensação de que ela estava tentando aliviar o clima entre eles. —Eu não sabia que Nova York poderia se parecer tanto com o meu país.— —Diga-me do que mais sente saudades de casa—, disse ele. —Os meus pais—, ela suspirou. —mas, também as montanhas e lagos. O ar é muito mais fresco lá. Você já foi para Ticino?— —Sim—, disse ele. —Um bom amigo tem um lugar no Lago Lugano.— —Mmm. Esse é o local mais popular de todos. Mas você está perdendo se nunca viu o Lago Maggiore. Menos conhecido. Assim como adorável —. —O que mais?—, Perguntou, saboreando a


sensação de sua mão pequena aninhada dentro da dele, seus delicados dedos enfiados através dos dele. Ela continuou sobre os lugares que amava e que visitou em algum momento ou outro, todos eles desaparecendo em contraste com a sua beleza, a cadência suave de seu sotaque Inglês. Será que ela tem alguma idéia de como era linda? Como bem vinda que estava sendo em sua vida solitária? Olhando para a esquerda, onde ela caminhava ao lado dele, bebeu à visão dela. Estava vestida com uma fina saia azul e branca e blusa branca, com seu longo cabelo grosso e trançado enrolado em um coque sobre a sua nuca. Mas algumas mechas escuras escaparam, ondulando ao lado de sua orelha, emoldurando seu rosto. Ele não perdeu os olhares invejosos dos homens que por eles passaram, os olhares luxuriosos em sua cintura e seios pequenos e arredondados, embora Bella parecesse alheia à atenção. Como o único filho de uma família real, sempre houve grandes expectativas sobre ele. Para tornar a sua família e a Itália orgulhosos, para


casar bem, para ter filhos que garantam a linha De'Medici, para aumentar a fortuna cada vez menor da família, quer pelo comércio ou pelo casamento ... tudo o que seria facilmente encontrado ao se casar com a princesa Elena . E, no entanto, se fosse apenas um homem comum um empresário em New York fechando um negócio ou um comerciante participando de uma conferência como ele gostaria de considerar Bella mais a sério. O que não daria para poder conquistála ... se for isso que ele queria. Infelizmente, não era sequer algo que poderia considerar se a sua posição significava qualquer coisa para ele. —E acho que os vinhos também. Oh! E a polenta! É melhor em Ticino do que em qualquer outro lugar do mundo.— —Alguma coisa não é melhor em Ticino?—, Ele perguntou, sorrindo para ela. —Hmm. Bem, estamos tecnicamente em parte na Suíça, é claro, mas às vezes ... Quer dizer, culturalmente falando, nós somos muito diferentes. Culturalmente, somos italianos. Os


velhos jogam boccia, e nós comemos gelato, e somos muito mais relaxados do que o resto de Svizzera. É quase como uma... crisi d'identità.— —Uma crise de identidade.— —Sí—, ela confirmou. —Uma crise de identidade. Sou Suíça? Sim. Sou Italiana? Sim novamente.— —É ruim ser duas coisas?—, perguntou Nico, puxando-a pelos degraus para o jardim, que era uma explosão de cor: tulipas vermelhas e azuis, flores de magnólia cor de rosa, rosa-choque e impatiens brancos, e narcisos amarelos. —Niiiiiico—, ela respirou, fazendo uma pausa no topo da escada e apertando a mão dele. —Dio. Que bonito!— Ele se virou para ela, observando seus olhos escuros se arregalarem de prazer, seus lábios rosados se abrindo suavemente quando olhou para baixo no caminho de pedra que serpenteava através do céu verdejante no meio de uma cidade vibrante. E de repente a picada de sua rejeição e sua insistência para que eles não se encontrassem


novamente, era terrível demais para suportar. Ele se virou para ela, puxando-a em seus braços, e separando seus lábios enquanto ia para conhecer os dela. Ela engasgou de surpresa e ele a deixou respirar, movendo os lábios suavemente, com ternura, longamente sobre os dela, seu braço apertando-a enquanto ela gemeu baixinho e se derreteu contra ele. Seus seios pressionados contra sua camisa, e seu corpo reagiu instintivamente à pressão suave, apertando com desejo. Suas mãos, que tinham caído frouxamente para os lados, agora se encontravam atrás do pescoço, entrelaçando-se para trazer seu rosto mais perto do dela. Ele inalou o cheiro de roupas limpas, ar fresco e um leve sabor de vinho que tinham compartilhado no almoço, e sabia que, se o céu tinha uma fragrância, a estava cheirando-a agora na Terra. E ele nunca quis que ela fosse mais longe do que o alcance dos braços dele novamente. Mas Bella se afastou de repente, abrindo os olhos com um suspiro e olhando para Nico com


uma mistura de surpresa e traição. Seu peito arfava para cima e para baixo com sua respiração superficial, e ela levantou a mão para encostar dois dedos sobre os lábios. —Bella— começou o olhar em seu rosto fazendoo chegar mais perto dela, mas ela deu um passo atrás, fora do seu alcance. —Você prometeu. Sem beijo. Não se apaixonar—, ela disse suavemente, lágrimas iluminando seus olhos. —E agora ... e agora, você se vai e ...— —Eu não sinto muito—, disse calmamente, seu único lamento seria que o beijo mais doce que já tinha conhecido seria o único que eles compartilhariam. Ela engoliu em seco, olhando para seus pés. — Eu tenho que ir.— E assim, ele se retratou. —Bella sinto muito. Eu prometo ... Não vou tocar em você novamente. Eu não vou...—


Sua cabeça se levantou, e ela fixou seus olhos nos dele. —Mas eu quero você. Você não vê? Esse é o problema. Agora que eu sei ... Nico, quero que você me toque assim uma e outra vez.— Ela mordeu o lábio, desviando os olhos na miséria. —Não me siga—. Ela se virou e começou a descer as escadas, e Nico sentiu o pânico apertá-lo. Foi este o fim? O seu dia solitário já acabou? —Bella!—, Ele gritou. —Espera!— Ela virou-se para olhar para ele por cima do ombro, chegando a rolar uma lágrima de seu rosto. —Addio. Addio, Nico.— Despedida. Ela se apressou pelo resto dos degraus, e Nico que iria pedir Elena para ser sua esposa no final da semana, não podia fazer nada, além de vê-la partir.



—Bem, certamente espero que ela não queira que você saia com ela todos os dias!—, Reclamou Madame Gothel na tarde de domingo. —Ficamos tão ocupados que tive que intervir!— Deus me livre que você realmente trabalhe no negócio que possui. Cuidando para que sua madrinha não veja seus olhos revirarem, Bella certificou-se de que seu rosto estava neutro antes de olhar para cima. —Eu sinto muito pelo problema, Madame.— —Oh, Bellllla, querida. Não é sua culpa. É lisonjeiro, suponho, que a princesa queira procurar sua companhia—, fungou Madame. —Embora não possa imaginar o porquê.— Bella olhou para sua madrinha, em guarda. —O que quer dizer?—


—Bem, minha querida—, disse ela, estendendo as mãos com as palmas para cima quando inclinou a cabeça para o lado, —você é uma garota simples do campo. Que interesse você poderia possivelmente ter para ela?— —Falamos sobre Ticino ... sobre o vinho ... sobre meus pais— Madame Gothel suspirou profundamente, acrescentando baixinho, —conversa estimulante para uma realeza.— —Ela parecia gostar de mim—, murmurou Bella, imaginando se Nico tinha fingido seu interesse por ela. Havia sido chata para ele? Provincial? Simples? —Claro que sim.— A madrinha segurou seu rosto. —Você é um tipo agradável de garota.— Bella deu um passo atrás, fora do alcance de sua madrinha. —Madame—, começou, então limpou a garganta, reunindo sua coragem. —Eu queria


perguntar a você. Você está...quero dizer, pretende me deixar assumir aqui um dia, não é?— Os olhos de Madame Gothel se arregalaram, e ela ajeitou a cabeça, franzindo os lábios com desagrado enquanto olhava para sua afilhada com surpresa. —Que pergunta ousada e deselegante.— —Eu não quis te ofender. Eu presumi. As aulas. O treinamento. Mas nós nunca discutimos isso.— Sua madrina riu suavemente. —Tudo isso é para que você possa ser minha ajudante, querida.— Escrava em correntes de veludo. —Mas meus pais ...— Ela estava prestes a dizer, mas meus pais sempre pretenderam que eu herdasse e administrasse a gruta e vinha, e por isso ela supôs que Madame, que não tinha filhos, tinha planejado fazer o mesmo com seus negócios. —Seus pais o quê?— A expressão de Madame cresceu instantaneamente gelada. —Você estava prestes a se referir ao dinheiro dos seus pais? O pouco que me deram para cuidar de você?—


—Não,— Bella disse, embora as palavras de Nico voltassem para ela: Certamente seus pais deixaramlhe alguma coisa? —Mas agora que você mencionou ... meus pais me deixaram alguma coisa?— —Sim.— Madame ergueu o queixo. —Alguns centavos—. Bella pensou nos negócios de seus pais: as garrafas de vinho que eles embalavam e carregavam em um caminhão para distribuição todo ano, a multidão aparentemente interminável de turistas que mantinham a gruta ocupada durante toda a primavera e o verão. Tinham dívida? Menos bem sucedidos do que Bella se lembrava? —Tem certeza?—, Ela se atreveu a pressionar. —Isso é ultrajante! Você tem vivido sobre o meu teto, desfrutando minha hospitalidade, querida Bella, há cinco anos. Mesmo se tivesse havido alguma coisa quando você chegou, certamente teria sido gasto até agora—. —Mas, madrinha-—


—Chega!—, Gritou Madame Gothel, seus olhos brilhando. —Uma tarde com uma princesa, e você retorna ingrata

e cheia de direitos. Bem, vou lhe

dizer ao que tem direito, mimada: nada. Você tem vinte e dois anos de idade agora. Quando estiver pronta para seguir em frente, certamente não vou ficar no seu caminho.— Ir em frente? Pensou Bella, uma onda de pânico fez seu peito apertar. Com o que? Tudo o que tinha era as gorjetas que as clientes colocavam em suas mãos sem conhecimento da Madame. Era quase só o suficiente para uma semana de estadia em um hotel decadente, quanto mais para estabelecer uma vida independente. —Não, Madame—, disse ela, percebendo o quão presa estava. —Estou muito grata a você por tudo. Eu não quero parecer ter direitos ou ingrata. Você tem sido muito boa para mim.— —Está certo.— —Obrigado, madrinha—, disse suavemente.


—Bem, agora que me chateou—, disse a madrinha, fungando enquanto puxava o suéter preto mais confortavelmente ao redor de seus ombros ossudos. —Depois de tudo que fiz por você — Ela choramingou baixinho, olhando para Bella com olhos muito mais irritados do que machucados. —Acho melhor ir e descansar pelo o restante da tarde. Feche tudo às três. Limpe aqui. E fique quieta quando chegar a casa. Preciso de tempo para me recuperar disso, desse ... aborrecimento—. —Sim, Madame—, disse ela, observando a madrinha virar e se dirigir para as portas de vidro. No último momento, Madame Gothel se virou. — Por respeito a sua mãe, querida Karin, aceitei você. Mas caso tenha esquecido, você não é, na verdade, minha filha ou meu sangue. O que faço por você, faz por pena. Nunca me suponha isso novamente, Bella ... ou questione minhas intenções.— —Não, Madame,— Bella sussurrou, com lágrimas nos olhos à menção do nome de sua mãe.


—Se acontecer novamente, temo que tenhamos de dizer adeus, minha querida—, disse bruscamente. —Está entendido?— —Sim—, murmurou Bella, abaixando a cabeça, enquanto sua madrinha entrava no elevador e desaparecia de vista. Oh, Mama. Eu sinto sua falta. Bella respirou fundo, insatisfeita e balançou a cabeça. Não há futuro aqui, pensou, levantando os olhos. Eu estou presa assim como Nico disse. Uma escrava. Um animal de estimação. É isso que você quer Bella? Essa é a vida que quer? O futuro que você quer? Se não, faça algo para mudar seu destino. Ela pensou em Nico sobre sua afirmação de que ambos estavam presos. Mas, pela primeira vez, entendeu que não estava realmente presa da mesma maneira desesperada que ele. Ela poderia, na verdade, se planejasse com cuidado, optar por deixar esta vida para trás e criar outra


diferente. Nico, por outro lado, seria um príncipe do berço ao túmulo, com todas as pressões e expectativas desse direito inato. Ela suspirou, sentada atrás da recepção enquanto à tarde inesperadamente tranquila avançava, distraindo-se, revendo cada detalhe precioso de seu encontro com Nico ontem: a surpresa que ele era um príncipe, o agradável almoço na casa de barcos, o jeito como parecia na luz do sol enquanto remava ao redor do lago, a profusão de cores no lindo jardim, e a maneira como se sentia ao ser beijada, realmente beijada pela primeira vez em sua vida. Deixando-o em pé no topo da escada, com o rosto cheio de remorsos sua voz desesperada, tinha esculpido um buraco no coração de Bella, e isso doía agora, latejando enquanto ela gravava as linhas de seu rosto em sua mente. Doeu saber que ele estava aqui no hotel por mais alguns dias, mas que ela não podia, ou não iria vê-lo. Ela se apaixonou por ele ontem, e encontros posteriores só tornariam a despedida final insuportável.


Olhando para cima, encontrou Greg o concierge de domingo, saindo do elevador e abrindo as portas de vidro do salão. Bella fixou um sorriso no rosto, olhando para o livro de reservas. Sem dúvida, Greg tinha alguns compromissos para agendar. —Ei, Bella,— ele disse. —Oi, Greg—, ela respondeu brilhantemente. — Você tem alguns novos clientes para mim?— —Uh, não, na verdade.— Ele colocou um envelope na brilhante superfície cromada entre eles. —Isto é para você.— —Para mim?— Greg assentiu. —Para você. E estou encarregado de te dizer que se precisar de algo para vestir, deve dar o seu nome no Maxime’s e a Renata vai cuidar de você, todas as despesas pagas.— —Cuidar de mim?— —Loja fechada. Então você vai ter privacidade para fazer compras.—


A boca de Bella se abriu, e ela olhou para Greg, tentando entender o que estava acontecendo. A Maxime’s era uma das boutiques do hotel que vendia roupas femininas de grife a preços exorbitantes, e Renata era o gerente da loja. —Eu não estou entendo.— Ela olhou para baixo. —O que tem no envelope?— —Eu não tenho idéia—, disse Greg. —Veio até mim, via mensageiro com a instrução expressa de entregar pessoalmente, criar uma distração, se necessário, para ter certeza de que foi dado a você em particular.— —EU...— Um pequeno walkie-talkie no cinto de Greg apitou duas vezes, e ele olhou para ele. —O dever me chama. Vejo você por aí, Bella.— Ele se virou e deixou o salão de beleza, pressionou o botão do elevador e entrou, logo se foi. Pegando o envelope, Bella olhou por um momento antes de abri-lo.


A primeira coisa que retirou foi um ingresso para a apresentação das oito horas de Wicked. Ofegante com a surpresa riu suavemente de prazer enquanto olhava para ele entre os dedos, notando que o assento era a ORCH D-102. Ela sabia o suficiente sobre teatros da Broadway para saber que o ingresso que tinha nas mãos era para um assento em algum lugar na frente e no meio do teatro assento perfeito e muito caro. A segunda coisa que retirou foi um cartão. Ele não tinha assinatura, nem saudação. Lia-se simplesmente, por favor. Nico. Seu coração disparou enquanto segurava o ingresso em uma mão e o cartão na outra. Qualquer força de vontade que tenha reunido ontem desapareceu como uma nuvem de fumaça, e suspirou de felicidade. Preferia ficar maravilhada com ele, e sofreria miseravelmente sem ele mais tarde. Como no mundo ela poderia dizer não?


***** NICO tinha chegado ao teatro com trinta minutos de antecedência e se sentara prontamente. Mas agora, faltando cinco minutos para o show começar, suas esperanças estavam diminuindo. Bella tinha sido muito firme com ele ontem sobre ser incapaz ou não querer vê-lo novamente, e realmente ele entendeu o por que. Ela tinha razão em evitá-lo. . Ele era como tinha conversado com ela ontem, uma aposta ruim um homem comprometido, para todos os efeitos. E ainda assim não poderia desistir do prazer de sua companhia sem uma última tentativa. Provavelmente foi Jogo sujo oferecer-lhe um bilhete para o show que ela queria desesperadamente ver, mas oferecendo-lhe menos do que o desejo de seu coração parecia inútil. Quanto a organizar uma sessão privada no Maxime? Ele não queria dar-lhe uma desculpa para dizer não. Enquanto sua mesada era escassa em comparação com outros príncipes da Europa, certamente era suficiente para estragar um pouco a linda menina. E, no entanto, parecia que seus planos cuidadosos foram em vão. Voltando-se para o


palco, suspirou desapontado. Faltando três minutos para a cortina se abrir, parecia que estaria assistindo a peça sozinho. Mais é o melhor, tentou convencer a si mesmo. Por que ela e eu deveríamos nos conhecer melhor, criando lembranças maravilhosas, quando temos que nos despedir na sexta-feira? Qual é o ponto? esfregou a barba no queixo, tentando fazer as pazes com sua situação. Ela é sábia em ficar longe. —Mi scusi, credo che questo sia il mio posto.— Perdoe-me, mas acho que é o meu lugar. Seu coração começou a acelerar quando um sorriso surgiu em seu rosto. Nico olhou para cima e viu uma deusa em pé ao seu lado, sorrindo para ele com seu sorriso maravilhosamente quente, fresco e familiar. Ele ficou de pé, bebendo a visão de seu rosto quando ela inclinou a cabeça para trás para olhar para ele. —Bella—, ele murmurou. —Sei qui e sei bellissima!— Você está aqui e você está tão bonita.


—Grazie—, disse ela, fazendo em uma pequena reverência antes de olhar de volta para ele. —Eu não pude resistir.— —Nem eu—, disse ele, tentando ouvi-la sobre o barulho feroz de seu coração. Seus lábios estavam rosados e brilhantes, e suas longas tranças escuras foram enroladas e presas, caindo sobre os ombros e metade das costas. Rosa pálido e transparente, o vestido na altura do joelho que ela usava ajustava-se perfeitamente à sua pequena estatura, fazendo-a parecer ainda mais angelical e inocente do que o habitual. Seus olhos percorreram o corpo dela com cobiça, ficou com água na boca enquanto traçava as linhas de suas pernas nuas. —Você é uma visão.— —Vou devolver o vestido amanhã—, disse ela, passando por ele para tomar seu assento, seus pequenos seios roçando o algodão branco de sua camisa social.


—O inferno que você vai,— murmurou. —Eu direi a eles para não aceitarem.— —Não me faça arrepender de ter vindo—, disse ela, sentando-se graciosamente no assento de veludo marrom antes de olhar para ele com olhos castanhos decididos. —Bem. Devolva-o— ele murmurou, tomando seu assento ao lado dela quando as luzes se apagaram. Mas quando a orquestra começou a tocar a abertura, ele pegou a mão dela, tomando-a suavemente, entrelaçando os dedos e esperando desesperadamente que ela não iria se afastar. Como seria, perguntou-se, casar por amor, em vez de dever? Voltar para casa para alguém como Bella todas as noites? Sem dúvida, ela iria correr em torno das linhas de vinha com seus filhos, rindo de manhã e à noite E dio à noite, ele iria segurar seu pequeno corpo em seus braços, a suavidade de seus seios caindo sobre seu antebraço, suas curvas se encaixando perfeitamente contra ele, pele a pele, procurando um ao outro sobre as cobertas antes de finalmente dormir.


Uma breve visão da princesa Elena passou pela sua cabeça sua mãe havia enviado uma foto para Nico esta tarde. Ela estava acompanhando uma missão de paz da ONU pela Etiópia agora, e a foto era dela, com seu cabelo loiro curto, corpo angular, rosto coberto de poeira e expressão séria segurando uma criança negra faminta em seus braços. Elena era uma boa pessoa. Ele iria tentar o seu melhor para fazer o certo. Para ser bom o suficiente para ela. Para deixar a sua família orgulhosa. Mas, por agora... Só por agora, em seus últimos, momentos preciosos de liberdade, iria egoisticamente esquecer-se dela e concentrar-se na adorável menina ao lado dele. Virando ligeiramente, Nico observou o rosto de Bella de perfil: os olhos arregalados e os lábios entreabertos, o pescoço de cisne longo e gracioso à meia luz do palco. Ele tinha provado aqueles lábios, e isso apenas aguçou ainda mais seu apetite. Ele ouviu um eco de riso em sua cabeça, sentiu um lampejo rápido de saudade ao


pensar em Bella perseguindo seus filhos através de um vinhedo iluminado pelo sol... Não, Insistiu seu cérebro, fechando a visão celestial. Ele nunca poderia. Embora estivesse se apaixonando loucamente, não havia futuro para eles, e sonhar com isso só faria com que a despedida fosse mais difícil. ***** —O Dio!—, Ela chorou baixinho, virando-se para ele quando as luzes se acenderam. —Não é maravilhoso?— —Você está gostando?—, Ele perguntou, sorrindo para sua exuberância. Ela suspirou. —A maneira como ela voou! Os efeitos especiais são apenas...— Ela sorriu para ele, inclinando a cabeça para o lado. —Posso continuar sem parar?— —Estou reclamando?—


—Não—, disse, mas ficou insegura, recordando as palavras duras de Madame, ... você é uma menina simples do campo. —Mas não quero aborrecê-lo.— —Aborrecer-me?—, Ele perguntou suas sobrancelhas franzindo. —Você é a pessoa mais fascinante que já conheci.— —Ha. Uma menina simples do campo de Ticino? Certo.— —Estou falando sério, Bella—, insistiu. —Você é apenas ... você. Todas as suas emoções na superfície. Todas as suas palavras são honestas e verdadeiras. Nenhum jogo. Sem perspectivas.— —Perspectivas?— —Quando você é um príncipe, às vezes parece que todo mundo está trabalhando em uma perspectiva.— —Hmm,— ela disse, com aperto no coração, — Eu sinto muito por isso. Deve ser uma maneira terrível de viver a sua vida.—


Sua expressão se iluminou. —Hoje à noite, nada é terrível. Hoje à noite, Bella tudo é perfeito porque você está aqui ao meu lado.— —Príncipe encantado— brincou ela. Ele se inclinou e pressionou seus lábios contra os dela o mais doce, mais leve toque, mas Bella sentiu nos dedos do pé. —Para você? Sim. Vou ser tão encantado quanto possível.— Ele se levantou, ainda segurando a mão dela. —E por fim, que tal uma taça de champanhe?— —Eu adoraria isso—, disse Bella, deixando-o levá-la para o corredor. Depois do espumante, eles retomaram os seus lugares para o segundo ato, que foi ainda mais emocionante do que o primeiro, e Bella se viu chorando no final, uma reunião de surpresa entre dois personagens fazendo seu coração explodir. Um lenço apareceu em sua mão, e ela enxugou seu rosto suavemente, com cuidado para não manchar sua maquiagem cuidadosamente aplicada. Ela gostou de se vestir como uma


princesa apenas para esta noite fazer o cabelo, maquiagem e unhas no salão silencioso depois que todos tinham ido para casa, em seguida, visitar Renata para escolher um vestido. Renata havia tentado convencê-la a escolher um vestido de cocktail preto sexy, mas não parecia nada com Bella. Quando viu o tule rosa pálido, no vestido de festa em estilo de deusa, não conseguiu desviar o olhar. E pelo olhar no rosto de Nico quando chegou, foi a escolha certa. Enquanto ele a conduzia do teatro após o show, eles encontraram cavalos e carruagens de aluguel do lado de fora, e Nico insistiu que eles fizessem um passeio juntos. A noite esfriou enquanto assistiam ao show, então o condutor entregou-lhes um cobertor de lã que Nico colocou no colo antes de colocar o braço em volta dos ombros dela e puxando-a firmemente contra ele. Embora a parte sensata do cérebro de Bella soubesse que ela deveria insistir em encontrar um táxi e ir para casa sozinha, não pôde resistir ao romance de um passeio de carruagem ao luar com um príncipe. Ela suspirou de felicidade,


colocando a cabeça no ombro dele e fechando os olhos enquanto se afastavam da Times Square e se aproximavam do Central Park. —Por que você veio?— Perguntou Nico baixinho, sua voz profunda perto de seu ouvido. —Eu não poderia ficar longe—, respondeu honestamente. —Eu não deveria ter convidado você—, disse, segurando-a mais perto, a mão pesada e quente em seu braço, onde ele esfregou suavemente. —Eu não deveria ter dito sim.— —Mas você fez.— —Eu fiz—, disse ela, abrindo os olhos e inclinando a cabeça para trás para olhar para ele. —E faria de novo.— —Você faria? Se te pedisse para me encontrar amanhã? Você poderia?— Ela assentiu. —Não adianta resistir a você. Enquanto está aqui não vou dizer não novamente.—


Suas palavras soaram desamparadas, porém, e Nico se encolheu. —Bella—, disse, —Eu não quero te machucar. Eu posso, quer dizer, vou te deixar sozinha ... se você me disser. Vou dizer ao motorista para parar. Direi boa-noite e deixarei esta carruagem. Vou pagar para te levar para casa, e não vou te incomodar novamente. Eu prometo.— —Isso iria me machucar mais—, disse ela, seus olhos caindo brevemente para seus lábios antes de deslizar de volta para encontrar seu olhar. —Temos apenas poucos dias... e mesmo esses estão comprometidos. O ensaio e jantar na sextafeira. O casamento no sábado. Elena vai estar aqui até então e...— Ela estendeu a mão e colocou um dedo sobre os lábios, seus olhos flutuando no calor suave de sua pele. —Então nós temos até sexta-feira. E é só Domingo—. —Cinco dias.— Seus lábios franziram quanto beijou seu dedo suavemente. —Eu prometi que


não iria beijar você antes. Mas não posso prometer isso agora.— —Eu não pedi a você.— —Então, vamos... ver-nos? Nos próximos dias e depois...?— —Dizer adeus—, disse ela, recusando-se a deixar seus olhos brilharem com lágrimas. —Eu ouvi isso em um filme uma vez: Eu prefiro ter trinta minutos maravilhosos a uma vida sem nada de especial. É assim que me sinto em relação a você. Sobre nós.— —Ah, Bella. bellisima Bella. Eu também—, disse, inclinando a cabeça para que seus lábios encontrassem os dela. Sua mão segurou o queixo dela, uma pressão suave que manteve os lábios exatamente onde ele queria. Ela sentiu o toque suave de sua língua na abertura de seus lábios, e separou-os, recebendo-o em sua boca. Quando ele deslizou a língua contra a dela, um calor se acumulou em seu estômago, depois abaixou, fazendo-a se mover contra ele,


arqueando as costas para que seus seios pressionassem contra seu peito. Ele gemeu baixinho, segurando-a com mais força, sua língua girando ao redor dela enquanto seus lábios mudavam de ângulo para que se encaixassem mais perfeitamente juntos. Ela enfiou as mãos no cabelo dele, deleitando-se com a maciez grossa contra seus dedos enquanto memorizava o sabor e a textura dele. E para Bella, que conhecia muito pouco amor em sua vida, isso parecia amor. Não era, é claro. Seria impossível se apaixonar por alguém tão rapidamente, até mesmo um belo príncipe que parecia determinado a tratá-la como sua princesa nessa semana fugaz. Mas parecia amor, e Bella não iria lutar contra esse sentimento. —Amanhã, Bella—, ele disse com urgência, sua respiração beijando a pele dela enquanto seus lábios deslizavam pela coluna de sua garganta. —Quando posso te ver amanhã?—


Seus dedos ainda estavam emaranhados nos cabelos dele, mas agora ela os afrouxou, tentando pensar claramente. —Amanhã é...— —Segunda-feira—, disse ele, sua garganta roncou com uma risada baixa, sexy. —Segunda-feira. Certo.— Ela se inclinou para trás, olhando em seus olhos. —O salão está fechado, mas é um dia de limpeza profunda, e devo estar lá.— —Poderia fingir estar doente?— Ela balançou a cabeça. —Não. Isso não me tiraria do trabalho.— Sua expressão escureceu. —Você não tem permissão para ficar doente?— Ela deu de ombros, sabendo que ele não iria gostar da resposta. —E quanto a Tina? Poderia mandá-la para roubar você de novo —. —Ela faria isso?—


—Ela é minha irmã gêmea. Faria qualquer coisa por mim.— Bella sorriu para ele, balançando a cabeça em alívio. —Madame não será capaz de dizer não. Valentina é muito... persuasiva.— —Que horas devo mandá-la?— —Ao meio-dia? Eu vou ajudar pela manhã. Isso vai fazer Madame mais acessível.— —E o que você quer fazer amanhã, Bella?—, Perguntou, acariciando o nariz dela, roçando os lábios levemente com os dele. —Eu não me importo—, respondeu honestamente, segurando as bochechas arrepiadas dele, —contanto que esteja com você.— Seus olhos escureceram, e sua expressão tornou-se séria. —Como vou deixar você na sextafeira?— —Não pense sobre isso—, disse Bella, puxando seu rosto para o dela, seus lábios famintos por mais um beijo antes da carruagem chegar ao hotel.


—Mas sou ganancioso—, murmurou. —Eu não quero desistir de você.— —Não vamos pedir a eternidade—, ela disse suavemente, —quando temos o agora.— Então parou qualquer conversa pressionando os lábios contra os dele, afundando no calor do seu abraço, enquanto as estrelas de verão sorriam para eles.


Com o cabelo torcido de volta em um coque pesado na base do pescoço, Bella usou seu pulso para empurrar alguns fios esvoaçantes de sua testa. Ela usava luvas de borracha pesadas em suas mãos porque o uso de muito alvejante para esfregar o chão uma vez por semana deixou sua pele rachada e dolorida. Mas de vez em quando dava uma olhada no relógio na parede. Era agora onze e cinquenta, e com três das quatro pias completamente esfregadas, só tinha mais uma para limpar. Ela mergulhou a porcelana branca em água sanitária, deixando-a saturar os lados por um momento antes de começar a esfregar. —Bellllla!—, Chamou Madame Gothel. — Quase terminado com aquelas pias?—


—Mais uma para limpar!— Ela respondeu, suspirando enquanto pegava sua escova. Madame estava dormindo, roncando, quando Bella voltou para casa por último à noite, o que foi um alívio. Ela pode ter sido capaz de explicar o vestido dizendo a ela que comprou na Amazon com seu cartão de crédito, mas quando a fatura viesse no final de junho, Madame saberia que estava mentindo. Além disso, teria lido no rosto de Bella, não é? Aquela expressão sonhadora e chocada que Bella dificilmente poderia manter contido. Ela queria aproveitar ao máximo seus cinco dias, mas isso seria apenas possível se Madame não descobrisse que Bella estava namorando um hóspede do hotel. Depois de sua conversa ontem, Bella sabia agora, em termos inequívocos que Madame não teria problema em tirar Bella de sua casa. —Bella—, disse Madame, entrando na sala de lavagem de cabelo usando um vestido, o cabelo penteado e as unhas perfeitas, —se apresse, por favor,—. Nós ainda temos as estações para


fazer. E a área de recepção. Você está chateada hoje, querida. Tudo que conseguiu limpar foi o banheiro, sala de vapor e sala de tratamento. —Sim, madrinha—, disse, suspirando suavemente enquanto usava o alvejante, deixando o lavatório de cabelo cintilante e limpo. Madame Gothel limpou a garganta, e Bella olhou para cima com expectativa enquanto pegou uma toalha para secar as pias. —Bella, estava certa de que ouvi você chegar ao final da noite passada. Quase meia noite, acredito.— Bella engoliu em seco, tentando o seu melhor para não parecer culpada. —Eu estava estava no telhado por um tempo, Madame.— —Hummm— murmurou Madame Gothel, estreitando os olhos ligeiramente. Ela inclinou a cabeça para o lado, um sorriso frágil no rosto. — Sozinha?—


—Muito sozinha—, disse Bella. —Sozinha no telhado usando um...— Ela parou sua pergunta, examinando o rosto de Bella, que parecia quente sob o escrutínio de Madame. —... Chiara Boni edição limitada?— Bella respirou fundo, voltando para a pia e secando o restante das gotículas rigorosamente. — Eu, eu vi no Maxime's-— —Eu também—, disse Madame, —então imagine minha surpresa quando também vi pendurado na parte de trás da porta do seu armário enquanto você estava tomando banho esta manhã.— —Eu só queria... tentar.— —Você comprou com o meu cartão?— —Não, madrinha! Quer dizer, estou devolvendo hoje. Eu só queria, só queria experimentar.— Ela terminou de secar as quatro pias, depois se virou para a madrinha, sabendo que suas bochechas estavam provavelmente vermelhas


e esperando que Madame Gothel atribuísse essa cor ao trabalho duro de Bella, não suas mentiras. Madame deu a Bella um olhar longo e duro antes de encolher os ombros elegantemente. — Deixe-me dar-lhe alguns conselhos, Bella, querida: não se agrade com o gosto caro. Você não tem os meios para isso. Compreende?— Com um alívio que tentou esconder, ela assentiu. —Sim, madrinha— —Devolva-o imediatamente.— —Claro.— —E não seja tão imprudente novamente—. Esse vestido custa quinhentos dólares. Se você tivesse sujado... —Eu sinto muito!— disse Bella.

Madame Gothel se virou para sair, mas parou e girou, com as sobrancelhas altas de surpresa


quando olhou de volta para Bella. —Você não parece sentir muito, desculpe Bella—. Você parece quase... indignada. —Não, madame—, disse ela com os dentes cerrados, olhando para o chão, fazendo sua voz mais penitente. —Sinto muito.— —Mesmo assim—, disse Madame, —por que não me dá seu cartão de crédito o resto da semana?— Bella se endireitou, seus lábios se abriram em surpresa. Se Madame pegasse o cartão, tudo o que Bella teria era suas escassas gorjetas. —Por favor—, disse ela. —Você não precisa levar meu cartão embora.— —Seu cartão?— —Eu sinto muito—, disse ela, sua voz genuinamente arrependida. —Eu prometo que não farei nada tão descuidado novamente.— —Claro que você não vai. Porque não ter uma mesada esta semana vai lembrá-la de ser


mais cuidadosa—, disse Madame com um sorriso frio e frágil. Estendendo a mão no bolso para a bolsa que continha alguns dólares e o Cartão de crédito solitário, Bella retirou-o e o entregou à sua madrinha. —É para o seu bem, minha querida—, disse Madame, embolsando o cartão. —Eu estou te ensinando como ser mais responsável.— Ela se animou, recuando de Bella. —Eu não sou totalmente sem coração. Faça uma pausa rápida para o almoço antes de terminar o resto do seu trabalho.— O nó na garganta de Bella era tão grande que ela podia fazer pouco mais que acenar com a cabeça miseravelmente quando sua madrinha a deixou em paz. Este é o fundo do poço, pensou seus olhos nadando em lágrimas. Sem dinheiro. Sem liberdade. Sem amor. Lutando contra as lágrimas dela o melhor que podia, Bella tirou as luvas de borracha, o


coração pesado quando andou das estações de lavagem de cabelo em direção à frente do salão. —Sua serena obstinação! Estamos fechados hoje! Eu estou muuuito—... —Pare de falar—, gritou uma voz irritada em inglês fortemente acentuado. Bella parou em seus passos quando ouviu sua madrinha receber Valentina. Estendendo a mão, ela limpou os olhos, uma risada inesperada fazendo os ombros tremerem quando Valentina essencialmente disse a Madame para calar a boca. —Vá buscar a menina zee. Bella Estou tão entediada. Eu preciso dela.— —Oh, sua graça—, suspirou Madame, —eu sinto terrivelmente muuuito, mas ela não está aqui.— —Sobre o que você fala? Onde ela está?— —Bella? Ah bem. Ela está... doente hoje. Sim. Muito doente. Nada bem. Uma tosse. Abençoe seu


coração doce e simples. Sua saúde é muito delicada—... —Ela não está aqui?—, Perguntou Valentina. —Você tem certeza?— —N-não. Ela não está aqui—, disse Madame, sua voz um pouco menos certa quando ela continuou mentindo. —Talvez o concierge do hotel possa providenciar uma diversão para você? Eu poderia ligar para baixo—... A parte dela que ainda era boa, obediente Bella, um animal de estimação em correntes de veludo, honestamente considerou ficar em silêncio ao virar da esquina, porque sabia que era o que se esperava dela. Mas desde que conheceu Nico, seus olhos foram abertos para a degradante, corroendo o horror de sua vida, e embora não tivesse alternativas ou planejado um plano ainda, certamente não ia deixar Madame mantê-la da pequena felicidade que teve.


—Madame?— Ela chiou, caminhando propositadamente para a área da recepção. —Os sumidouros estão terminados e oh, princesa Valentina. Buongiorno—. Valentina deu uma olhada nela, então comentou, sem piscar o olhar para Madame Gothel. —Você diz que ela está... doente?— Ela se virou para Bella. —Sei malata?— Você está doente? —Não, não sto macho,— disse ela, pressionando-a palma de sua camiseta como se surpresa com a pergunta. Eu não me sinto mal. Não em tudo. Os olhos escuros e negros de Valentina patinaram de volta para Madame, aparecendo um sorriso de escárnio em seus lábios quando deu um passo em direção à mulher mais velha, a fúria escrita através de suas características aristocráticas. —Você mentiu pra mim?— —Signorina, por favore—— Senhorita, por favor—.


—Principessa!—, Gritou Valentina, batendo o pé. —Si! Si! S-Sua Alta S-Serenitá!—, Exclamou Madame. Sua Alteza Sereníssima! —EU-Eu estou tão ..— —Pare de falar—, disse Valentina, acenando com a mão para Madame Gothel —Você é mentirosa. Não fale.— Ela se virou para Bella. —Pranzi con me?— Almoçar comigo? —Eu adoraria—, disse Bella, lançando um olhar para sua chefe. —Mas eu tenho que trabalhar.— —Bella é... minha ajudante, sua alteza, e não sei se posso poupar—. Os olhos de Valentina brilharam quando ela avançou em Madame, emitindo uma forte tirada em italiano: —Sei pazzo? Chi sei tu? Um bugiardo! Diri ai miei amici di nonvenire —Você está louca? Quem é Você? Uma mentirosa! Vou contar a todos os meus amigos não vir aqui.


—Va bene! Va bene! Per piacere, principessa! —Exclamou Madame Gothel, levantando as palmas das mãos para cima em súplica. —Ela pode ir. Ela pode ir. Claro. Eu vou encontrar alguém para... limpar... —Madame se virou para Bella, sua expressão uma mistura de frustrada e furiosa. —Vá, Bella! Por que você está aí parada? —O que quer que você diga madrinha— disse Bella, oferecendo a sua tutora um xarope de sorriso enquanto seguia Valentina até o elevador. Quando as portas cromadas fecharam, Valentina apertou o botão do décimo nono andar e enrugou o nariz. —Você cheira como uma... lavadeira.— —Eu estava limpando.— —Você pode pegar emprestar roupas minhas para ir ver Nico—, disse ela, olhando para frente. —Sua madrinha é... una strega.—... Uma bruxa. —Sim—, concordou Bella, embora doesse um pouco admitir isso. Por vários anos, Madame Gothel foi a única figura materna de Bella.


Somente agora, quando podia ver as verdadeiras intenções de Madame, percebeu que não havia um osso materno no corpo de sua madrinha. Ela era egoísta, uma usuária sem vergonha. As portas do elevador se abriram, e Valentina liderou o caminho pelo corredor, passando o cartão no leitor da porta e precedendo Bella na suíte. Ela virou-se para encarar Bella assim que a porta se fechou. —Ele se importa com você—, disse ela. Bella engoliu em seco. —Eu me importo com ele.— —Você sabe, você sabe que ele planeja se casar com a Principessa Elena?— —Sim.—

—É um erro—, disse Valentina, colocando a mão sobre a barriga lisa. —Eu não tenho escolha. Ele tem.—


Os olhos de Bella foram para a mão de Valentina. —Você está se casando por amor... mesmo que não parece—. Ela assentiu. —Steven Trainor não é um homem mau. Ele é gay. Então nós vamos ficar casados por um tempo, depois nos divorciaremos. Mas meu filho vai ser... como si dice... ah! Legittimo. Carina ou Giuseppe Trainor. Não é tão ruim assim—. —Você pode ser feliz?— Bella perguntou. — Por agora—? Si. Il romanza rosa virá mais tarde na vida para mim—, disse Valentina pragmaticamente. — Venha agora. Andiamo—. Bella assentiu, seguindo Valentina em seu quarto. A princesa abriu as portas do armário e retirou um deslumbrante vestido de renda branca, entregando-o a Bella —Talvez um pouco grande. Nico não vai se importar—. —Obrigada—, disse Bella, virando as costas para a princesa quando tirou sua T-shirt e jeans sujos.


—Entenda Bella: Nico é meu irmão, meu gêmeo, e gêmeos temos uma ligação especial, sim— ? Bella assentiu. —Pelo que entendo.— —Ele não ama Elena. Não vai amá-la. Não tem como sentir uma paixão pela garota. Mas ele tem paixão por você—. —Você vai fechar o vestido?— Bella perguntou, brevemente fazendo contato visual com Valentina por cima do ombro dela. —Nico está fazendo o que acha que é certo para sua família.— Valentina fechou o vestido, colocou as mãos nos ombros de Bella e virou-a de modo que as mulheres se encarassem. —Mas isso é errado para seu coração.—

Sentindo-se desamparada, Bella olhou para cima em olhos tão semelhantes aos de Nico, que fez palpitar seu coração. Mas o que ela poderia fazer? Só conhecia o príncipe por uns poucos dias. Ela não era namorada dele. Mal era sua amiga. E


ainda assim... Sentia coisas com Nico, e para Nico, que nunca sentiu antes em sua vida. E só o pensamento dele se casar com a princesa Elena era como uma faca em seu coração. De repente, Valentina se iluminou. —Você está bem agora.— Ela retirou um cartão do bolso de trás do jeans escuro e entregou a Bella. —Ele está esperando por você, Bella. Andiamo.— ***** Nico recebeu uma mensagem de texto de sua irmã há cinco minutos dizendo que Bella estava em um táxi em seu caminho para encontrá-lo. E se tivesse alguma dúvida sobre o que a menina de Ticino estava começando a significar para ele, era muito claro o jeito que seu coração levantou voo lendo as palavras de Tina.

De pé na West Street, na esquina da Vesey, não podia esperar para apresentar Bella para sua próxima aventura em Nova York: almoço no One, no 101standar do Freedom Tower no One World


Observatory. Não só a visão era uma das melhor em Nova York, mas eles teriam uma espiada na Estátua da Liberdade e Ellis Island antes de embarcar em uma balsa às 3:00 da tarde para visitar a porta de entrada para a América em pessoa. Ele não conseguia pensar em uma maneira mais apropriada para dois visitantes em solo norte-americano passar o dia e, além disso, como seu autodesignado guia turístico de Manhattan, Era seu dever certificar-se de que ela visse o maior número de pontos em que ele pudesse encaixar até sexta-feira. Sexta-feira, ele pensou com um suspiro. Sua mãe, que estava em casa na Itália fazendo as malas para a viagem a Nova York, tinha chamado ele hoje. O pai de Nico falou com o pai de Elena, o príncipe Phillip da Grécia e da Dinamarca, ao telefone esta manhã, reconfirmando sua permissão para Nico propor a Elena. —Nico!—, Disse sua mãe, Sua Serene Alteza Caterina De'Medici, sem fôlego de excitação: — Estamos todos muito animados!—


—Vero?— Ele murmurou. Isso esta certo? —Sí!— Sua mãe cantou. —Elena está vindo direto para Nova York da Etiópia, onde ela é bem, sinceramente, querido, não tenho ideia do que ela estava fazendo lá, mas está vindo diretamente para Manhattan da África, então Phillip não terá muito tempo para discutir a proposta com ela antecipadamente. Talvez isso seja o melhor. Você tem o que precisa, Nico: a permissão dele para perguntar a ela. Ele suspirou, tentando imaginar se aproximando do bronzeado perene da Princesa alta e musculosa, perguntando se estava interessada em uma união real. Não havia sentido em tentar torná-lo romântico. Não tinha. Era para todas as intenções e propósitos um casamento arranjado entre duas famílias reais. Ele ficou em silêncio por tanto tempo, que sua mãe falou novamente, sua voz mais suave desta vez: —Ela é uma boa pessoa, Elena é muito gentil. Muito rica.—


Lembretes não tão sutis de que deveria fazer o melhor das coisas, já que o O clã De'Medici certamente poderia usar uma infusão de riqueza. —Eu sei mãe—, disse ele. —Eu sempre gostei de Elena.— —O amor pode crescer a partir do gostar—, disse sua mãe. —E com o tempo.— Mas pode paixão? perguntou Nico, já sabendo a resposta em seu coração. Sim, amor verdadeiro afeto poderia crescer com o tempo, claro, mas atração e paixão, por falar nisso não era uma qualidade que pudesse ser desenvolvida com segurança. Você ou era atraído por alguém, ou não era. E se você não fosse nenhuma quantia de tentar forçar seu coração palpitar quando via alguém. E se você fosse nenhuma quantidade de tentativas poderia persuadir seu coração a não palpitar quando o era. —Mãe, tenho muito que fazer—, disse ele, sentindo-se desconfortável discutir o que não importa mais. —Você vai me perdoar?—


—Certamente querido! Vejo você na sexta! E mantenha Tina na linha, por Dio! Nós quase não a salvamos do desastre!— E você, mãe e sua ganância. —Viagem seguro.— —Ciao, Nico.— —Ciao, madre mia.— Agora, enquanto examinava a rua procurando por táxis apagados, sentiu mais uma vez o mesmo desconforto que sentiu ao falar com sua mãe. Era possível que estivesse cometendo um erro? Seria possível que se casasse bem por causa de sua família, que ele estaria desistindo de sua chance de paixão? Por amor verdadeiro? Da verdadeira felicidade? Ele franziu a testa para este pensamento.

Na semana passada, antes de ver Bella, era algo que não tinha realmente ocorrido a ele. Foi cuidadosamente condicionado a sua vida inteira


a colocar a família e dever em primeiro lugar, acima de tudo. Mas agora? Tendo conhecido alguém especial que acendeu um fogo de saudade dentro dele, era impossível não pensar. Um táxi parou no meio-fio, e ele vislumbrou seu rosto sorridente através da janela traseira aberta mesmo antes da cabine parar. Quando ele abriu a porta e entregou ao motorista vinte dólares, todos os pensamentos sobre Elena foram levados quando o objeto de sua paixão mais fervorosa estava de repente em seus braços novamente. *****

—Buongiorno, Bella—, ele disse, sua voz rouca, seus braços ao redor dela forte e familiar. —Ciao, Nico—, disse ela, fechando os olhos e inalando o cheiro maravilhoso de Acqua Nobile e algodão quente. Ele se afastou dela apenas o tempo suficiente para colocar um dedo sob o queixo e inclinar a cabeça para trás. Ela sorriu para ele, mas


manteve os olhos fechados enquanto seus lábios macios pousaram-nos dela, persuadindo-os. Beijou-a gentilmente, segurando-a com força em seus braços, e ela envolveu os dela ao redor de seu pescoço, passando as mãos nas costas do pescoço dele com os dedos e suspirando de prazer. —Não vou conseguir parar se te beijar mais—, ele suspirou no ouvido dela. —Mais, nós estamos em público.— Ela finalmente abriu os olhos, apertando os olhos quando olhou para ele. —Então o que você sugere?— Ele inclinou a cabeça para o lado e encolheu os ombros em um gesto que era tão machista Italiano, ela quase deu uma risadinha. —O que quero e o que é permitido são duas coisas diferentes, mia cara.—

—Nós temos regras sobre o que é


permitido?— Ela perguntou quando ele a soltou, trocando um abraço por segurar a mão quando a puxou para dentro do prédio. —Nós deveríamos—, disse ele. —Por quê?— —Porque não posso fazer qualquer promessa.— —Eu não pedi nada—, disse ela, pisando na escada rolante na frente dele. —Ok ... porque eu sou um cavalheiro. E você é ... sei ingênua. —Naïve. Humm. Ela perguntou por cima do ombro: —Como você sabe disso?— Ele se inclinou mais perto, porque ela sentiu sua respiração em sua garganta enquanto ele sussurrava: Apenas sei, mi tesoro. Minha querida.

Sua respiração ficou presa e seu coração se apertou com o som suave e sensual de seus


lábios perto da orelha dela. Quando a escada rolante terminou, estava tão distraída que teria escorregado não fosse por sua mão sob o cotovelo. —Cuidado— disse ele, com riso claro em sua voz. —Talvez você deva ter cuidado—, ela aconselhou com azedume, puxando o braço para longe.— Eu posso não ser tão inocente quanto você pensa. —Acredite em mim, mia cara—, disse ele, sorrindo para ela, —há momentos que desejo que esse fosse o caso. Seus olhos, suaves e macios, examinaram os dela. —Mas não é, é?— Ela franziu os lábios, recusando-se a responder, porque realmente e verdadeiramente, qual mulher crescida quer ser revelada como uma virgem quando está em um encontro quente com um belo príncipe?

Seu silêncio respondeu suas perguntas, e Nico riu suavemente ao lado dela quando deu


seus ingressos para uma atendente, e eles embarcaram no que parecia ser um elevador de vidro. Mas quando as portas se fecharam e começaram a subir, percebeu que o elevador estava coberto com telas de cinema que mostravam o desenvolvimento da Ilha de Manhattan dos anos 1500 aos dias de hoje. Ela assistiu como habitações indígenas magicamente se transformaram em edifícios coloniais, e então as ruas apareceram e de repente arranha-céus. Há uma ponte sendo construída! Há a Estátua da Liberdade! E logo muito em breve! as portas se abriram às 102nd observatório de chão. Seu estômago estava cheio de borboletas. —Não foi incrível?— Ele assentiu. —Isso foi! Eu nunca vi nada assim!— Ela olhou para as janelas, mostrando uma clara e teatral plano de 360 graus vista de Manhattan antes e abaixo deles. —Nico! Veja!—


Ela arrastou-o para as janelas, e eles ficaram lado a lado, admirando a vista do rio Hudson e do porto de Nova York. —Estamos no topo do mundo—, ela respirou. —Você se lembra do que aconteceu aqui em 2001?—, Ele perguntou, seus olhos rastreando um avião à distância. Ela engoliu em seco. —Claro. Eu tinha apenas sete anos de idade, mas lembro da minha mãe chorando pelas pessoas mortas aqui. Ele assentiu. —Meus pais tiveram amigos que morreram.— —Foi uma coisa terrível—, disse ela, inclinando-se contra ele, —para todo mundo.— Por trás dela, ele passou os braços em volta da cintura dela, apoiando o queixo no seu ombro, e eles ficaram assim por alguns minutos, olhando para a gloriosa vista quieto, apenas respirando, que rapidamente se sincronizaram dentro e fora, dentro e fora em longas e confortáveis tomadas de ar.


—Você está com fome?—, Ele perguntou a ela. —Sempre—, disse ela, virando-se ligeiramente para sorrir para ele. Ele a beijou rapidamente. —Então vamos almoçar! Nosso cruzeiro sai em noventa minutos.— Eles falaram da Itália e da Suíça durante o almoço, trocando alegremente histórias de suas memórias de infância favoritas, e o tempo todo Bella sentiu-se caindo para ele mais profundo e certamente a cada segundo. Ele era autodepreciativo e inteligente, galante e incrivelmente lindo, e embora ela soubesse que estava estragando coisas para si mesma, antecipando sua despedida, não podia ignorar totalmente o fato de que hoje era segundafeira, o que significava que eles só tinham quatro dias restantes juntos. Não havia como sair do trabalho amanhã. Madame deixou claro uma e outra vez se Bella namorasse um hóspede do hotel, ela seria expulsa. Ela não podia se dar ao luxo de levantar as suspeitas de Madame.


Enquanto estava atrás dela no convés do barco ventoso, com os tentáculos de seu cabelo certamente chicoteando-o no nariz, o que ele estava pensando? Ele estava começando a sentir-se desesperado, como ela estava, por mais tempo? Mas esse não era o negócio, era? Eles concordaram: uma semana. Uma semana e não mais. *****

Nico sentiu uma tristeza em Bella enquanto eles passeavam pela Estátua da Liberdade, depois voltando ao barco para a sua transferência para Ellis Island. Ela se tornaria mais subjugada enquanto o dia passava, e talvez estivesse imaginando, mas parecia que seus sorrisos eram mais forçados, ela suspirava mais profundamente.

—Está tudo bem?— Ele finalmente perguntou, pegando a mão dela enquanto eles


desembarcavam, pisando em uma calçada que levava ao centro de visitantes da Ellis Island. —Receio que você estivesse certo sobre mim—, disse ela. Seu cabelo estava de volta em uma longa trança, mas cabelos esvoaçantes haviam escapado ao redor de seu rosto, e ele empurrou um para trás do ouvido dela. —Eu sou ingênua.— —Eu estava apenas provocando—, disse ele. —Amo isso em você como fresca e honesta tu és. Eu não queria fazer você se sentir mal.— —Eu pensei que poderia fazer isso—, ela continuou. —Ser sua... sua... eu não sei seu tipo de ragazza por uma semana,— ela disse, usando a palavra para namorada. —Mas agora me pergunto— ... Seu peito se apertou. —O que? O que você se pergunta?— Ela suspirou. —Lembra-se da noite passada— ? Quando disse que não devemos ficar gananciosos para mais quando temos agora? —Mm-hm.—


—Você não é o único com sentimento ganancioso agora—, confessou. —Quer parar?—, Ele perguntou, prendendo a respiração. —Você quer dizer ... parar de ver você?— Ela perguntou. —Sim. Nós podemos, uh...— Ele gesticulou para o barco. —Podemos voltar ao barco. Vou levá-la para casa. Nós podemos...— Ela balançou a cabeça, entrelaçando os dedos nos dele e apertando. —Não—. Nós não podemos. —Eu não quero que você fique triste.— —Mas triste é parte disso—, disse ela, de frente para ele e carinhosamente segurando sua bochecha, —Não é? Cair por alguém não é seguro. É... emocionante e maravilhoso. E sim, prefiro ter isso do que não. Mas você deve me permitir esses momentos de tristeza. De saber que o que tenho agora é tão perfeito, embora tão finito.—


—Eu gostaria que houvesse outro jeito, mas parece— Ele apertou sua mandíbula. —Os meus pais já falaram com os pais de Elena. Eles ofereceram o pedido. Está tão certo como feito—. —Eu vejo—, disse Bella suavemente, piscando os olhos rapidamente antes de olhar para baixo em seus sapatos. Um sentimento miserável bateu em seu peito enquanto a observava. Curvou a cabeça dela, e de repente não conseguiu mais passar por isso. —Estou levando você de volta ao hotel—, disse ele. —Eu sou um bastardo egoísta por deixar isso ir até onde — Mas ela estava na ponta dos pés, seus lábios pressionando insistentemente contra os dele seios roçaram seu peito. E foi incapaz de resistir a ela, puxando-a para o seus braços, contra o corpo dele, com um abraço esmagador, odiando a si mesmo e amando-a. Amando ela. Espere. Amando ela? Não. Não, isso não está certo, seu cérebro insistiu antes de uma névoa de luxúria substituiu o pensamento racional, o suave deslizamento de


sua língua contra a sua perseguindo todas as ideias lógicas da sua cabeça. Ele podia sentir o pulsar de seu coração através do vestido branco que ela usava, senti-a estremecer de necessidade, curvandose de costas para ele em sensualidade natural e não praticada, seu corpo querendo mais dele, mesmo que ele estivesse certo de que ela nunca fizera amor antes. Eu quero ser o seu primeiro, ele pensou de repente. Eu quero ser o primeiro homem a ter você. Seu corpo reagiu instantaneamente, seu pênis enrijecendo entre eles, pressionando contra sua barriga enquanto ele a segurava com força. Não estava certo, mas ele não pôde evitar. Ele nunca quis ninguém do jeito que queria ela. —A-bainha— resmungou uma voz atrás deles, e Bella sacudiu a cabeça e virou de costas. — Não que isso importe filhos, mas vocês dois poderiam querer um quarto.—

Nico olhou por cima do ombro para um atendente de cabelos brancos. —Desculpa.—


—Sem danos causados. Por que vocês não vão ver o museu? Só tem uma hora até o fechamento.— Nico assentiu, olhando para o rosto de Bella. Em seus lábios feridos e olhos pesados. Ela era tão adorável, tão confiante. Não importa o que, ele prometeu, não iria tomar sua inocência. Não se ele não pudesse oferecer nada além de uma doce aventura de verão. —Devo te levar de volta?— —Não—, disse ela, reunindo um sorriso e levantando o queixo. —Eu quero tanto tempo com você como possa ter.— —Eu também—, disse ele, suspirando de alívio.

—Mas eu posso ficar triste—, disse ela, encolhendo os ombros.


—Eu também—, disse ele novamente, enfiando uma mecha de seus longos cabelos negros atrás da orelha. —Posso te ver amanhã?— Ela assentiu. —Mas não envie Valentina. Madame vai estar no warpath depois de hoje. Eu posso encontrar você às oito. Depois do trabalho.— O frustrou que eles perdessem um dia inteiro, mas não poderia prejudicar o relacionamento com sua madrinha. —Bem. Encontre-me no telhado?— Ela assentiu com a cabeça, seu rosto transformado por um enorme sorriso. —Meu lugar favorito.— —Você é meu lugar favorito, Bella Capelli.— Ele se inclinou e beijou-a suavemente. —Agora, não mais, Nós temos um museu para ver.—


CADA MINUTO passado na terça-feira parecia como uma hora enquanto Bella não parava de olhar para o relógio, esperando o dia terminar. Felizmente, a maior parte do dia foi realmente muito ocupado. Às dez horas, ela atendeu a antiga socialite nova-iorquina Sra. Madeline Winters, que precisava de uma lavagem, secagem, e um conjunto de bobes em seu cabelo branco. À uma hora, hóspedes frequentes do hotel e a cantora pop Samara Silvestry exigiu um retoque em seu cabelo com Joaquin, seguido por uma lavagem e uma trança alta com Bella. E às quatro e meia, as irmãs gêmeas e herdeiras Veronica e Victoria Van Dussel vieram para penteados idênticos, o que levou um bom tempo, porque as crianças de doze anos insistiram que


ninguém fosse capaz de distingui-las, o que significava, essencialmente, que nenhum fio de cabelo poderia estar fora do lugar. Às seis horas Bella estava cansada, sentada na recepção, respondendo mensagens e agendando compromissos, mas à medida que os funcionários se despediam as sete, seu coração, e humor, caíram. Madame Gothel tinha atirado a Bella vários olhares de reprovação, mas de outra forma a evitou a maior parte do dia. —Bella, preciso falar com você—, disse Madame, parando na mesa da recepção, o rosto comprimido. —Nós simplesmente não podemos permitir que o que aconteceu ontem aconteça novamente.— —Madame?— —A Princesa Valentina não tem respeito pela sua posição aqui, e temo que você encoraje seu comportamento. Eu tenho medo se você aceitar o convite dela novamente e pular fora do trabalho para encontrá-la, como isso não importa para você, não terei escolha a não ser demiti-la.—


—Demitir-me?— —Da sua posição aqui.— Ela manteve uma indignada zombaria para si mesma. —Mas nem sequer recebo um salário, Madame.— —Seu quarto e a comida é o seu salário, Bella.— Bella olhou para a sua madrinha em estado de choque. —Você quer dizer que, se a princesa me chamar para almoçar novamente e eu for com ela, vai me colocar na rua?— —Essa é uma maneira terrível de olhar para isso.— —De que outra forma posso olhar para isso?— —Como uma forma de se afirmar educadamente, querida—, disse ela, sorrindo para Bella, embora o gesto não enrugue seus olhos com qualquer carinho. —Como uma oportunidade de recusar a princesa ao mesmo tempo preservar a relação.—


—Mas, Madame, você é a única que me disse para ir.— —Sim. Mas da próxima vez, não vou estar aqui. Se eu vê-la chegando, vou me desculpar e deixá-la cuidar disso.— —E tenho que dizer não para ela?— —Sim. Educadamente, é claro, de modo que ela não se ofenda.— —Você a conheceu!—, Insistiu Bella. —Ela não é o tipo de mulher que você diz não.— Madame endireitou seus ombros e ergueu o queixo. —Nem eu.— Bella engoliu em seco, finalmente entendendo que ela continuaria como burro de carga de Madame indefinidamente, as coisas podem ter ficado amigáveis entre elas. Mas ao questionar sua madrinha e fazer o que Valentina pediu, ela ficou chateada, e as coisas nunca mais voltariam a ser como eram.


—Estou tão feliz que nós conversamos—, disse Madame. —Eu vou ter um bom banho, longo. Limpe aqui, e fique quieta quando voltar para casa apenas no caso de eu já estar dormindo.— Ela virou-se e dirigiu-se para as portas de vidro. —Por que você me aceitou?— Bella perguntou de volta. —Você não me quer aqui. Eu não tenho certeza que você alguma vez quis.— Madame se virou para olhar para Bella, inclinando a cabeça para o lado quando olhou para a bela jovem. —Sua mãe... Karin... Parecia mais alemã do que italiana. Loira. De olhos azuis. Mas seu pai...— Ela fez uma pausa, uma sugestão de emoção real surgindo através de seu rosto, seus olhos brevemente se fechando com dor antes de abrir novamente. —Giorgio era escuro como você. Cabelos negros. pele verde-oliva. Olhos que poderia chegar a seu mais...— A voz dela sumiu, e ela estalou os lábios fechados, apertando sua mandíbula. Finalmente, disse: —Para ser franca, não tinha idéia de que você parecia tanto com ele.—


Bella estava quase tremendo, tentando acompanhar todas as coisas ditas e as não ditas, que Madame estava dizendo. —Por... Por que importa que pareço com o meu pai?— Os olhos de Madame se estreitaram. —Não parece. Pare de me fazer perguntas estúpidas.— Sacudindo ao redor, ela empurrou as portas de vidro e não se virou para olhar para Bella novamente enquanto esperava o elevador chegar. Bella levou um minuto inteiro para se mover de onde estava congelada atrás do balcão da recepção. O que no mundo aquilo significava? Madame Helga Gothel possuía sentimentos por seu pai? Bella procurou em sua mente, mas não conseguia se lembrar de sua madrinha visitando-os em Bellinzona. Embora ela tenha se lembrado de uma foto emoldurada sobre o piano, de três jovens adolescentes, de braços dados: Uma bonita e loira Karin, que sorria para a câmera; Um alto e bonito Giorgio de cabelo escuro no meio, que olhava para Karin; e uma clara Helga, que estava à frente, mas não sorria em tudo.


Tinha Helga estado apaixonada por Giorgio? E se ele tinha estado tão firmemente apaixonado por Karin que ele não tinha notado? Sua mãe sabia? Bella pensou na foto dos três adolescentes. Não, ela decidiu. Sua mãe não sabia dos sentimentos de Helga. Nenhum dos dois, ela adivinhou, nem seu pai. Quando Bella chegou nos Estados Unidos, Helga Gothel esperava que Bella fosse parecida com sua mãe, Karin? Loira e de olhos azuis? Em vez disso, ela saiu do avião com a cara, e a mesma idade do menino adolescente na imagem. Um menino que tinha quebrado seu coração. Bella sentiu uma onda de tristeza por Madame Gothel, que se casou com um homem por dinheiro na casa dos trinta e provavelmente nunca conheceu o verdadeiro amor recíproco. Doía cada vez que olhava para Bella? Será que doía se lembrar da forma que Giorgio olhava para Karin? Caminhando em transe ao armário de


suprimentos, Bella tirou o Windex e spritzed8 do balcão, limpando-o distraidamente. —L'amore è un campo di Battaglia—, ela disse suavemente enquanto arregaçava as mangas para arrumar o resto do salão de beleza antes de correr até o telhado para ver seu príncipe proibido. O amor é um campo de batalha. *****

NICO TINHA PENSADO EM TUDO: um cobertor macio, velas votivas9, uma cesta cheia de guloseimas italianas que o concierge do hotel tinha localizado em Little Italy, além de pratos, guardanapos, utensílios, copos de vinho, e uma garrafa de Ticino Merlot que não tinha sido fácil de encontrar. Tinha pensado em pedir ao concierge para pendurar luzes brancas ao redor do telhado, mas lembrou o aviso de Bella que eles não estavam realmente permitidos a ir lá em cima, então se contentou com a lua, as estrelas, e a luz das velas, 8Produto de limpeza em spray. 9Velas grandes, tipo as de 7 dias.


que lançavam um brilho quente sobre o cobertor. Era uma visão impressionante, o seu piquenique acolhedor com as deslumbrante luzes de Manhattan. Mas tudo isso não era nada em comparação com ela. Era o olhar no rosto de Bella quando virou à esquina e encontrou-lhe que sempre iria lembrar. Ela estava usando a mesma saia jeans que usava na última sexta à noite, quando ele a conheceu, desta vez com uma camiseta branca que acentuava os seios pequenos, redondos e a cintura fina. Seu cabelo, preso com uma faixa de cabelo preta simples, caía nas suas costas, caindo em ondas gloriosas além de seus quadris. E nos pés ela usava minúsculos sapatos pretos que pareciam um pouco com sapatilhas de balé. Ela correu para ele, com os olhos brilhando de felicidade, abriu os braços para ela, pegando-a contra seu peito e urgentemente encontrando seus lábios com os dela. Passou os braços ao redor do corpo dela, abraçando-a, sentindo a respiração ofegante que forçaram os seus seios contra o


peito dele. Ela gemeu em sua boca, e ele engoliu o som inebriante, memorizando-o para que, uma vez que estivesse casado e a sua noiva estivesse longe de casa, na África, ele poderia recordar os murmúrios doces da bela garota que conheceu em Manhattan. —Merda,— ele amaldiçoou suavemente, inclinando-se longe dela, sabendo que essa memória não deveria ser capturada e mantida para tais fins. Ele não tinha sequer proposto a Elena ainda, e já estava planejando maneiras de trai-la com sua mente e seu coração. —O quê?—, Perguntou Bella, seu sorriso glorioso em seu rosto virado para cima. —Nada, cara—, disse ele, sorrindo para ela. — Você me faz perder a cabeça. Você. Só você.— Ela arqueou as costas, provocando-o um pouco, esfregando-se contra ele. —Hoje o tempo passou lentamente.— —Para mim também.— —O que você fez?—, Perguntou ela.


—Pensei em você. Planejei um piquenique. Pensei em você um pouco mais—. Ela olhou ao redor seu braço na festa piccola10 que ele tinha colocado sobre o cobertor e engasgou. —Isso é um Rosso della Piana Merlot11?— Ele balançou a cabeça, sorrindo para seu deleite. —Isto é.— —Eu conheço a Vitivinícola San Mateo—, ela exclamou, saindo de seus braços, para ajoelhar-se no cobertor alcançando carinhosamente a garrafa aberta para sentir o seu cheiro. —É um Cagiallo!— Enfiando as mãos nos bolsos, ele olhou para ela, seu coração pulsando com afeição por ela. —Eles têm uma encantadora sala de degustação—, ela continuou. —e um cachorro branco. Chamado Flo—. —Flo?—

10

Pequena em italiano.

11

Vinho tinto italiano


Seu sorriso não vacilou quando ela olhou para ele e assentiu. —Si. Meus pais conheciam os donos. Antes deles...— —Morrerem—, disse ele suavemente. —Sim—, ela disse, inclinando a cabeça para o lado. —Você sabe, acho que descobri algo esta noite.— Ele tirou os chinelos e baixou o corpo para o cobertor enquanto ela servia dois copos de vinho para eles. Deitado de lado, ele olhou para ela. —O que?— —Acho que a minha madrina estava apaixonada pelo meu pai.— A testa de Nico franziu. —Quer dizer que ele traiu sua mãe?— Bella levantou o olhar de seu trabalho. —Não! Nunca!— —Então...?— —Eles eram amigos de infância, duas meninas e um menino ... você pode imaginar o


quanto isso deve ter doído para ela, que ele amasse a minha mãe. Ela veio para cá quando tinha dezoito anos, logo após meu pai ter proposto casamento para a minha mãe. Eu acho... Quer dizer, eu me pergunto se ela saiu, parcialmente, porque era difícil de ver sua melhor amiga se casar com o homem que amava.— Ela entregou a Nico um copo de vinho. — Aqui. Prove.— Nico rodou o vinho em torno do copo, antes de tomar um pequeno gole. Ele era rico e encorpado, mas não em excesso. —É bom.— —É uma uva de Carminoir—, disse Bella depois de tomar um gole. Ela suspirou com prazer. — Obrigado por isso.— —Para você, Bella? Qualquer coisa.— Ele pegou um pedaço de carne salame, saboreando entre os lábios. —Então você acha que a sua madrina estava apaixonada por seu pai?— —Sim—, ela disse pensativa. —Eu acho que é por isso que me trata tão mal ... porque eu a faço lembrar ele, do homem que não a amava de volta.—


Nico engoliu o salame e pegou um pequeno pedaço de queijo. —Não justifica o modo como ela a trata.— —Mas isso explica—, disse Bella, colocando sua taça de vinho no telhado pavimentado, em seguida, reposicionou-se, então estava deitada de costas, olhando para as estrelas. —E há conforto em entender. Eu não fiz nada de errado. Não sou eu. É ela ... ou ele, acho.— Nico se aproximou um pouco mais dela, olhando para seu perfil. —Você achava que era você?— Ela virou o pescoço para olhar em seus olhos. — Claro.— Ele tomou outro gole de vinho, em seguida, colocou o copo em cima do cesto fechado, inclinando-se mais perto dela. —Você pensava que você tinha feito algo de errado?— —Eu pensei, talvez, que não fosse muito agradável.— —Bella—, ele respirou, incapaz de suportar suas palavras. Ele estava deitado de costas ao


seu lado, olhando em seus olhos. —Você é um anjo. Você é doce e amável, gentil e honesta. Como você poderia pensar que era desagradável?— Com um pequeno sorriso em seu rosto adorável, ela olhou para ele pelo que parecia ser um longo, longo tempo antes de sussurrar, —Nico—. —Cosa, cara mia?— O que é, meu amor? —Baciami—, ela murmurou. Beije-me. Ele prendeu a respiração quando seus olhos pousaram em seus doces lábios rosados. Estendendo a mão para descansar em seu quadril e puxá-la para ele, seu nariz roçou o dela gentilmente, e ele ouviu seu suspiro. Apenas uma ingestão rápida de ar que roubou o último de seu autocontrole. Seus lábios procuraram e capturaram os dela quando alcançou sua boca. Ele beliscou seus lábios, testando a suavidade da abertura entre eles, e então aprofundou, inalando a mistura de fragrâncias que era Bella depois de um dia em torno de xampus e sprays. Ela ainda estava de costas, e Nico mudou de posição ligeiramente, inclinando seu corpo sobre o dela, seu peito descansando levemente


sobre o dela, seus cotovelos envolvendo sua cabeça. Ela puxou sua cabeça para a dela, e ele passou a língua em sua boca, gemendo baixinho enquanto ela enrolava suas unhas em seu couro cabeludo e exalava um gemido sexy. Espalhando suas pernas com o joelho, ele se aninhou entre elas, ainda beijando-a, deslizando a palma da mão sob a camiseta, sob o sutiã, para cobrir a plenitude suave de seu seio. Quando ela estava com a respiração irregular, ele deslizou os lábios em sua garganta, esfregando o mamilo com o polegar enquanto lambia e beijava a pele macia de seu pescoço. Ela inclinou a cabeça para trás, e ele olhou para seu rosto olhos fechados, lábios entreabertos e todo o sangue em seu corpo correu para seu pênis, que endureceu como aço. Ele empurrou levemente contra ela enquanto seus lábios deslizavam para o seu peito. Quando puxou a mão de seu peito, empurrou o sutiã e a camiseta para o lado e tomou o broto duro de seu mamilo entre os lábios.


Arqueando as costas, Bella gemeu baixinho enquanto ele chupava sua carne, sua respiração rasa e irregular quando deslizou seus lábios sobre o peito e mostrou o outro seio ao seu beijo. Rolando um mamilo suavemente entre os dedos, lavou o outro com a língua, ouvindo os sons de seus arquejos e gemidos, deleitando-se com a maneira instintiva que seus quadris subiam ao encontro do seu, de novo e de novo em um ritmo de balanço de sua própria criação. —Bella—, sussurrou, soprando suavemente no cerne entumecido. —Hmmm?—, Ela murmurou. —Eu me importo com você—, disse ele, usando o resto de seu autocontrole para cobrir os seios bonitos com seu sutiã, então alisando a camisa para trás sobre as taças de cetim. —Nunca quis uma mulher tanto quanto quero você. Mas...— Ele se apoiou sobre ela, olhando para ela, olhando em seus olhos. —Você quer dizer algo para mim. Algo real.— —Nico—, ela murmurou, sua voz cheia de necessidade quando deslizou suas mãos de seu


cabelo para seu rosto e puxou seus lábios para os dela. Ela o beijou apaixonadamente, ferozmente, seus dentes se chocando e as línguas dançando quando deixou cair seu peso contra ela, mergulhando suas mãos em seu emaranhado de cabelos a segurando. Ele empurrou contra ela, seu pau latejante deslizando para o vale de suas pernas através de suas calças e sua saia, duro como pedra e dolorido por mais. Mas que não podia ter. Mas que ele não deveria ter. Inclinou-se para longe, ofegante, olhando para ela em agonia, parte dele desejando que ele fosse o tipo de homem que levaria o que queria e lidaria com as consequências depois. Mas ele não era aquele homem. E Bella, muito menos experiente do que a maioria das mulheres com quem estivera não era uma mulher para ser usada e deixada para trás. Levantando-se para o lado, saiu de cima dela e ficou de costas, olhando para o céu azul-rosado, iluminado pelos milhões de luzes da cidade abaixo. Seu peito subia rapidamente para cima e para


baixo enquanto seus pulmões inflavam e comprimiam, e ele passou a mão sobre a testa, suspirando por causa das coisas que queria, por causa das coisas que não se permitiria ter. Torcendo seu pescoço, ele olhou para ela encontrando sua língua molhando os lábios, um braço sobre os olhos. Ondas de calor, de saudade, emanava de seu corpo como eletricidade. Ele os sentiu. Ele os reconheceu porque saiam do seu também. —Nós não podemos,— disse suavemente. —Eu também quero tanto—, ela murmurou, como se pudesse sentir seu olhos sobre ela. —Mas eu seria seu primeiro—, disse ele, inclinando-se de lado para enfrentá-la. —Sim.— —E então nós diríamos adeus.— Ela apertou sua mandíbula e engoliu. —Sim.— —Eu não posso fazer isso com você.—


Ela moveu seu braço, olhando para ele com olhos brilhantes. Ela não estava chorando, o que o fez sentir-se aliviado, mas havia tanta tristeza em sua expressão que não era muito conforto. —Minha madrinha... como ela deve ter sofrido querendo o que ela não podia ter. Assistindo a sua melhor amiga se apaixonar e ficar noiva. Sabendo que o garoto que ela amava... o homem que amava nunca iria amá-la do jeito que ela queria.— —Isso a endureceu—, disse Nico, sentando-se e pegando sua taça de vinho. —Eu não quero o mesmo para você.— Bella cruzou as mãos em seu estômago, logo abaixo dos seios, ainda olhando para o céu. —Nós não temos que ... fazer amor—, ela disse finalmente, olhando para ele com uma expressão esperançosa. Um ligeiro sorriso tímido enrolando seus lábios e seus olhos escuros brilhando. —Mas isso ainda deixa muito, não é?— Ele sorriu para ela, porque ele não poderia evitar. —Sim.—


—Então, deite-se ao meu lado, belo príncipe—, ela suspirou, —e me beije um pouco mais.— *****

Eles tinham ficado no telhado juntos até quase meia-noite, jogando conversa fora, terminando a garrafa de vinho e provando as iguarias italianas. Nico tinha beijado e acariciado seus seios novamente, e Bella tinha se deleitado a sensação perversa de sua pele sensível à mostra no ar frio da noite. Ela tinha sentido aquela parte dele aquela parte masculina que ela nunca tinha visto ou tocado antes moer contra ela, e isso a fez se sentir fraca e devassa, desesperada por coisas que iriam quebrar seu coração depois. Ela concordou em vê-lo novamente esta noite, ela teria uma aula de contabilidade no City College das seis até as oito, mas Nico disse que iria buscá-la depois da aula e levá-la para jantar. Quando inclinou o rosto contra a palma da mão, sentada na recepção, ela tentou reunir um


pouco de gratidão pela maneira como ele os impediu de ir mais longe, mas era difícil, tão difícil, se sentir grata quando queria o que não poderia ter. Olhando para cima, ela viu Greg sair do elevador e atravessar as portas de vidro, ao mesmo tempo em que Madame Gothel entrou para a área de recepção. —Para miiiiiimmm, Gregory?—, Ela perguntou, apontando para o buquê de rosas vermelhas que ele segurava em seus braços. —Uh, não, senhora. Para Bella, na verdade.— Os olhos de Madame dispararam para Bella, que limpou o sorriso de seu rosto e tentou parecer chocada em seu lugar. —O que?— —Para, uh ... para Bella. Elas foram deixadas na recepção pela Princesa Valentina.— —Oh,— Bella disse, lançando um olhar para sua madrinha, cujas sobrancelhas estavam amontoadas em confusão e raiva. —A princesa enviou flores para Bella?—


—Ela as deixou comigo. Sim, senhora.— Greg acenou para cada uma delas, depositando o enorme buquê na recepção e, em seguida, virando e voltando para o elevador. Os olhos de Madame Gothel permaneceram nas rosas por um longo momento antes de levantar o seu olhar para Bella. —Por que a princesa lhe enviou rosas, Bella?— —Eu não faço ideia. Talvez haja um cartão que explica?— Madame pegou o buquê de flores antes que Bella pudesse e inspecionou-as para um cartão. — Não. Nenhum.— Bella engoliu em seco nervosamente. —Talvez esteja me agradecendo por ter almoço com ela?— Com os olhos apertados, Madame colocou lentamente as flores de volta no balcão. —Eu não sou idiota, Bella Capelli. Jogue-me por um, e você vai perder.— —Eu não estou jogando—, disse ela.


—Eu ouvi você chegar à meia-noite na noite passada. Você estava com a princesa?— Madame inclinou-se para Bella. —O rumor em torno do hotel é que o casamento da princesa com o bilionário Trainor é uma farsa. Talvez ela não esteja interessada nele. Ou nos homens em tudo, para esse assunto. Talvez esteja interessada ... em você.— Bella não pode evitar: ela riu com o pensamento de Valentina dando em cima dela. —Eu duvido muito.— —Basta lembrar, Bella, namorar qualquer hóspede do hotel, de qualquer sexo, iria quebrar o nosso acordo. Sim?— —Sim, senhora—, disse Bella. —Um funcionário do hotel que namora os convidados é pouco melhor do que uma prostituta—, ela lembrou a Bella em voz baixa. —E putas que fodem convidados certamente não vivem sob o meu teto.— As bochechas de Bella queimaram com o calor, enquanto ela olhava para Madame.


—Entendido—, ela sussurrou. —Maravilhoso—, disse Madame Gothel, afastando-se da recepção e voltando para o salão. Eu tenho que sair daqui. Eu tenho que sair daqui. Assim que Nico se for, vou descobrir um jeito.

***** —Então me diga—, disse Nico, oferecendo-lhe o braço quando a pegou depois da aula, —como foi Excel para as massas?— —Maçante—, disse Bella com um suspiro. — Madame insistiu que eu fizesse a aula, e honestamente? Gosto de estar aqui na faculdade uma vez por semana. Mas a aula em si? Ugh.— —Ela queria que você aprendesse o Excel para o trabalho?—


Bella acenou com a cabeça. —Eu divido meu tempo entre pentear cabelo, atender telefones, e ajudá-la com os livros.— —E cozinhar e limpar.— —E cozinhar e limpar,— ela concordou com um suspiro pesado. —Diga-me isso o que você estudaria se pudesse escolher qualquer assunto?— Perguntou. —Hmm.— Ela fez uma pausa. —Eu seria uma sommelier, talvez. Ou uma chef.— —Então, você poderia ir para a escola de culinária.— —Sim! Definitivamente!—, Exclamou ela, segurando seu braço apertado quando ele levou-os ao longo da Quinta Avenida, em seguida virou à esquerda para o centro da cidade. —Você foi para a faculdade.— —É claro—, disse ele. —E a faculdade de direito.—


—Você é mais bem educado do que eu sou. Eu só tenho um diploma do ensino secundário.— —Você pode voltar e obter um diploma quando estiver pronta.— —É muito caro aqui—, disse ela. —Mas não em casa—, lembrou ele. —Há muitas universidades públicas na Suíça.— —Isso é verdade—, disse ela, balançando a cabeça como se não lhe tivesse ocorrido antes. —Eu acho que não me considero Suíça mais Bem, quero dizer, eu faço! Claro que faço. É a minha casa onde cresci. Italiano é minha primeira língua, mas sou fluente em alemão e francês, é claro, também.— —E inglês.— —Todo mundo na Suíça fala Inglês—, disse ela, revirando os olhos para ele. —Eu acho que só quero dizer que não penso em mim como uma pessoa que vive na Suíça mais.— —Porque sua vida está aqui.—


Ela parou de andar e olhou para ele. —Minha vida? Que tipo de vida é essa? Alienada em correntes de veludo por uma mulher que não pode suporta a visão de mim. Ela me odeia, e eu ... bem, não gosto muito dela também.— Ela riu de repente, como se chocada com a confissão. —Tudo o que minha mãe amou uma vez sobre sua amiga Helga está muito longe agora. Eu não gosto dela nem um pouco!— Nico riu com ela, então se inclinou para frente para segurar seu rosto e beijá-la ternamente. —então mude seu destino—, sussurrou contra seus lábios, parando em frente a um pequeno bistrô, onde eles tinham uma reserva para jantar, e desejando desesperadamente que ele pudesse fazer o mesmo. Antes que se torna-se melancólico, olhou para baixo, em seus belos olhos castanhos. — Encontra-me no telhado depois do jantar?— Ela assentiu com a cabeça. —Claro.— —E amanhã à noite também, Bella? É... a nossa última noite juntos?—


Ele viu a hesitação em seus olhos, o momento de preocupação para si e talvez até mesmo um pouco para ele. Porque os sentimentos entre eles eram reais, e dizer adeus ou esquecer o outro parecia quase tão impossível quanto um príncipe italiano mudar seu destino por uma cabeleireira da Suíça. Mas ela era valente, sua Bella. Ela ergueu o pequeno queixo e assentiu.


Depois do jantar na noite passada, Nico e Bella tinha segurado as mãos, passeando pela Quinta Avenida como se tivessem todo o tempo do mundo, quando na verdade eles estavam enrolando como um louco a despedida. Eles entraram no átrio do hotel separadamente, mas dez minutos depois, se encontraram no telhado, caindo nos braços um do outro e beijando por horas. Em um ponto, Bella tinha mesmo adormecido no peito de Nico, seu ouvido sobre o seu coração e seu corpo se aconchegou contra o seu. E foi ali, naquele momento que ela se deu conta... Naqueles momentos quentes e sombrios de tempo, que estava apaixonada por ele. E não importava que o tivesse conhecido por menos de uma semana. Ou que era uma garota do campo e ele era um príncipe italiano.


Ou que ele era mais velho e infinitamente mais sofisticado do que ela. Não importava que ela não tivesse dinheiro e que ele tivesse que se casar por isso. Ou que ela não tinha um plano sólido e seguro para sua vida. Ou que morava em Nova York e ele estaria partindo para Florença no domingo. Nada disso importava. Nada disso poderia ter abalado a certeza de seus sentimentos. Este foi o sentimento que tinha brilhado nos olhos de seu pai quando ele olhava para a sua mãe; este era o sonho profundo e seguro pulsando no coração de cada mulher. Esse sentimento, o absoluto. Ela se agarrou a ele, até fez uma canção de ninar dela, deixando as palavras Ti amo escorregar entre cada batida do seu coração quando ela adormeceu.


Ele a tinha acordado uma hora depois, quando os ponteiros de cada relógio que podia ver no horizonte apontou direto para o céu. Já era meianoite, e, além do fato de que ela precisava estar no trabalho às seis da amanhã, se não tivesse cuidado, ela iria encontrar as fechaduras da porta trocadas na cobertura, em breve. Eles deram um beijo de adeus, e Bella tinha conhecido uma coragem súbita enquanto lhe assegurava que o encontraria no telhado amanhã para a sua última noite. Chega de lágrimas. Não mais um luto pelo que nunca poderia ser. Apenas uma tranquila certeza de que não havia mais nada para se salvar; o amor tinha chegado, e não havia sentido antecipando a fratura de seu coração, agora porque era uma conclusão precipitada. Ela sabia, com um novo senso de iluminação, que poderia ter encontrado o amor de sua vida em Nico De'Medici, a quem ela já tinha dado seu coração. E sim, poderia ser uma longa vida de saudade se ela nunca mais o visse, mas seu desejo de trinta minutos maravilhosos sobre uma vida de nada de especial, tinha se tornado realidade.


Então, quando subiu as escadas na quinta-feira à noite depois do trabalho, foi com a intenção de não reter nada e não ter arrependimentos. Se ela fosse viver o resto de sua vida sem o seu coração, o mínimo que podia fazer era honrar seus sentimentos por não estar triste ou com medo. Haveria tempo de sobra para tristeza e medo. Esta noite? Esta noite seria tudo sobre o amor. —Você está aqui—, disse ele no momento em que ela abriu a porta e caminhou para a escada. —Você me assustou!—, Ela disse, colocando a mão sobre o peito e rindo, sem fôlego com a felicidade de vê-lo novamente. Ele estendeu a mão para ela, colocando-a na parte de trás da cabeça dela e beijando-a no corredor de cimento escuro antes de se inclinar para longe. —Eu teria esperado no corredor, mas não queria que ninguém me visse. Este foi o mais próximo que poderia chegar do elevador. Vamos. Está tudo pronto.— Tomando sua mão, ele subiu as escadas até o telhado, puxando-a atrás dele.


Como na noite passada, ele organizou um pequeno piquenique para eles, com outra garrafa de Ticino Merlot e seu iPhone tocando música suave. —Eu pensei que iria assumir um risco com a música—, disse ele. —Você gosta de Christina Perri?— Ela assentiu com a cabeça. —Eu amei os filmes de Crepúsculo. Sua canção —A Thousand Years— era uma espécie de tema deles—. Quando —Sea of Lovers— começou a tocar, ele levantou as mãos para ela. —Dança Comigo?— Ele tirou as sandálias, e ela tirou as sapatilhas, entrando em seus braços. Ela colocou uma mão em seu ombro e apertou-lhe a palma da outra mão contra a dele. Ele envolveu um braço em sua cintura e puxou-a para mais perto, olhando profundamente em seus olhos. —Oh, Bella,— ele respirou, sua voz grave com dolorosa saudade, rompendo com emoção. Ele a viu corar contra ele quando a batida forte começou, os braços presos em torno de


sua cintura e seus dedos enrolando em sua parte inferior das costas. Suas respirações eram explosões superficiais, breves explosões de miséria contra a pele de seu pescoço enquanto se moviam lentamente juntos. —Não fique triste—, ela sussurrou, passando seus braços em volta do pescoço dele para pressionar seu coração mais perto dele, e descansando sua bochecha contra seu ombro enquanto balançava com a música. Você vai me deixar segui-lo Onde quer que você vá Traga-me para casa Quando a voz de Christina Perri desapareceu, Bella respirou fundo. —Vou para casa—, disse ela suavemente. —Agora?—, Ele perguntou a voz entrecortada de pânico.


—Não—, ela disse, inclinando-se para trás para olhar para ele. —Quero dizer que eu vou voltar para Ticino, Nico.— Seus olhos examinaram os dela. —Quando?— —Assim que eu conseguir.— Ela suspirou, sorrindo para ele. —Esta não é a minha casa. Nunca foi de verdade. E depois de hoje...— Ela inclinou a cabeça para o lado. —Eu sempre vou lembrar-me de nossos dias em Nova York, mas acho que prefiro pensar neles como um conto de fadas. Um momento imaginário perfeito. Uma cidade grande e bonita, onde príncipes bonitos se apaixonam por...— Ela engasgou. —Oh, Dio! Eu não quis dizer que você tinha se...— —É verdade—, disse ele, balançando a cabeça lentamente, mantendo os olhos com uma intensidade ardente. —É a verdade. diz! Diga o que você ia dizer. Eu quero ouvir você dizer isso.— —Ok.— Ela acenou para ele. —... uma cidade grande e bonita, onde príncipes bonitos se apaixonam por meninas do país de pequenas cidades muito, muito distantes.—


Ele apertou a mandíbula, ainda acenando para ela. —Eu fiz. Eu me apaixonei por você.— —Eu também,— ela admitiu, rindo amargamente. —Nós somos estúpidos.— —Nós somos estúpidos.— —Eu não sinto muito—, disse ela. —Eu não sinto muito por ter encontrado você. Eu não sinto muito, por está apaixonada por você.— —Nem eu—, disse ele, seus olhos escurecendo à medida que se aproximava dos lábios dela, em seguida, afastou lentamente o rosto dela. —Eu nunca vou esquecer você, Bella.— —Nico...—, disse, decidida a dizer o que queria antes que perdesse a coragem. —Lembra-se da terça-feira à noite? Quando você disse que não seria meu primeiro? Que você não faria isso para mim?— —Eu lembro.— —Eu quero que você seja meu primeiro.— —Bella...—


—Eu não sou uma criança. Eu sou uma mulher adulta e estou tomando esta decisão para mim. Eu quero que você seja meu primeiro. Eu quero você. Todo você.— ***** A parte dele que queria protegê-la, impedi-la de cometer um erro que pudesse se arrepender para o resto de sua vida, foi anulada pelo fato simples e milagroso de que eles se amavam. Ele não se importava com ele, mas tudo foi prometido para outra pessoa. Hoje à noite ainda estava livre, e esta noite o seu coração e seu corpo, não pertenciam a ninguém, mas a Bella. Ela pegou sua mão e levou-a para o cobertor, estendendo a mão para a bainha de seu vestido e puxando-o sobre sua cabeça. Sem tocá-la ou deixar cair os olhos para olhar para o seu corpo, ele chegou por trás de seu pescoço e puxou sua camiseta por cima da cabeça, de pé com o peito nu diante dela. Alcançando a fivela do cinto, ele soltou, em seguida, desabotoou e abriu o zíper de seu jeans, balançando um


pouco para que eles caíssem até os tornozelos. Chutando-os para longe, ele deu um passo em direção a ela. Estando quase nua ao luar, ela chegou atrás de seu pescoço e puxou vários grampos de seu cabelo, deixando-o cair sobre os ombros. Então soltou o sutiã e deixou-o escorregar pelos braços e para o telhado com um sussurro. De repente, seu rosto explodiu em um sorriso, e ela deixou seus olhos caírem, deslizando carinhosamente em sua garganta, ao longo dos cumes de músculos no peito, e se demorando na protuberância em sua cueca antes de deixá-los cair a seus pés. Seguindo seu exemplo e com sede de beber a sua beleza, ele saboreou a curva de seu pescoço e o delicado arco de seus pequenos ombros. Seus seios pequenos e arredondadas de pele sensível-fizeram seu coração disparar. Ele baixou os olhos para a barriga lisa, plana, em seguida, para a calcinha pretas que cobria a parte dela que ansiava tão desesperadamente. Suas pernas,


surpreendentemente longas e pálidas, ficaram levemente embotadas, o que fez seu peito inchar com tanto amor que ele se perguntou como poderia suportar tudo isso. Olhando para seus pequenos pés, ele percebeu, mais uma vez, o quanto ele era maior do que ela, e não querendo assustá-la, estendeu a mão, mantendo os olhos para baixo até que ele sentiu os dedos dela entre os seus. Quando olhou para cima, ela estava olhando para sua ereção. —Vai doer?—, Ela perguntou, deslizando seus olhos ao encontro dos dele. —Vamos devagar.— Ela assentiu o peito subindo e descendo enquanto respirava fundo. —Eu confio em você.— —Só por esta noite—, disse ele, puxando-a em seus braços antes de cair de joelhos sobre o cobertor e colocá-la gentilmente contra a suavidade, —você é minha, e só por esta noite, eu sou seu.— Inclinando-se sobre ela, ele estendeu a mão para a renda preta da sua calcinha,


puxando-a sobre seus quadris estreitos e para baixo de suas pernas, expondo-a para a noite e para ele, para seus olhos, seus lábios, a boca, que salivava por um gosto dela. Ajoelhado entre suas pernas, ele se inclinou para baixo, deixando seu peito nu pressionar gentilmente contra o dela quando a beijou profundamente, sua língua deslizando entre seus lábios para encontrar a dela. Ele achatou seus antebraços em ambos os lados de sua cabeça e amou sua boca com a dele, esfregando os seios com o seu peito, empurrando levemente contra seu corpo nu enquanto a beijava. Deslizando os lábios pela graciosa coluna de sua garganta, ele inalou seu cheiro , acariciando sua pele quente e macia, desejando que ele tivesse mil noites como esta, em vez de apenas uma. Como ele teria adorado a noite, gratidão estourando em seu coração pela honra de amá-la sob a lua, sob as estrelas, em sua cama, sob as cobertas, para sempre. Seus dedos se enredaram em seu cabelo enquanto chupava um de seus mamilos entre os lábios, passando a língua lentamente ao longo


dos cumes de sua carne endurecida, deixando os dentes arrepiar sua pele suavemente, o que provocou um gemido de seus lábios. Ele riu contra sua pele, circulando o outro mamilo com a ponta da língua quando Christina Perri cantou apaixonadamente sobre os mil anos que ele e Bella em particular, nunca teriam juntos. Cobrindo os seios com as palmas das suas mãos para mantê-los quentes, ele beijou uma trilha para baixo de sua barriga macia, imaginando como ela se pareceria inchada com seus filhos, suas mãos e pés mexendo debaixo de sua pele, sua risada quando ela apertaria a palma da mão contra a sua carne, perguntando se ele também podia sentir. Banindo o belo sonho de sua mente, deslizou as mãos pelos seus lados, sobre a ligeira elevação de seus quadris, quando ele olhou para seu rosto. Afogueado com paixão, seus lábios estavam entreabertos, os olhos fechados, o pescoço arqueado para trása mulher mais naturalmente sensual que ele já conheceu em sua vida.


—Bella—, disse, deixando a palma da mão passear sobre o cabelo macio cobrindo a sua boceta. —Eu me importo tanto com você.— —Eu sei—, ela suspirou sua voz grossa e pesada. —Por favor, Nico.— Ele duvidava que ela soubesse exatamente o que estava pedindo, mas não podia esperar mais tempo para saborear sua doçura. Espalhando seus lábios macios e delicados, ele baixou a cabeça e tocou a língua na carne escondida. Bella choramingou seus quadris se afastando do cobertor, e Nico deslizou as mãos sob seus quadris, embalando-a em seus braços enquanto sua língua lambia e chupava, circulando seu clitóris sensível antes de se afastar e soprar suavemente sobre a carne latejante. Ela estava molhada e se contorcendo, pronta para ele. Recostando-se sobre os joelhos, ele puxou sua cueca boxer sobre sua ereção pulsante, em seguida, levantou-se rapidamente e a empurrou sobre seus quadris, deixando-a cair até os tornozelos e saindo dela.


Abaixo dele, Bella olhou para cima e sorriu. — Olhe para você.— —Eu estava pensando a mesma coisa.— —A lua está bem acima do seu ombro—, disse ela. —É como se você estivesse em pé no meio dela.— —O homem na lua—, disse ele, sorrindo para ela. —Meu homem na lua—, ela o corrigiu. Ele ajoelhou-se entre suas pernas, inclinando-se para beijá-la novamente. —Você tem certeza que quer isso?— Ela estendeu a mão para o seu rosto, segurando sua bochecha. —Tenho certeza.— Ele mordeu o lábio. —Eu não tenho proteção, Bella.— Ela respirou fundo e segurou seu rosto, o examinando. —você é cuidadoso?—


—Eu sou—, disse ele. —Eu preciso ser. Engravidar alguém não é algo que eu deveria...— A voz dele se dissipou porque, verdade tinha que ser dita, ocorreu momentaneamente para ele tentar engravidar Bella para que eles estivessem ligados um ao outro para sempre. —Você está tomando a pílula?— Ela balançou a cabeça. —Não.— —Merda—, ele suspirou, rolando de costas e jogando o braço sobre os olhos. Ele sentiu o movimento, ouviu o farfalhar ao redor do cobertor por um momento antes que ela se deitasse ao lado dele, colocando algo em seu peito. Movendo os braços, ele olhou para baixo para ver um pacote quadrado brilhando ao luar. Ele estendeu a mão, apoiando-se em seu lado e olhando para ela com admiração. —Você trouxe um?— Ela encolheu os ombros levemente, sentando-se e tirando-o de seus dedos. Ela o abriu com os dentes, que era a coisa mais sexy que Nico já tinha visto em sua vida.


—Eu sabia o que queria.— Respirando profundamente, seu pau latejante por seu toque, ele foi recompensado com os seus dedos envolvendo em torno da base quando ela deslizou o preservativo sobre sua ereção. Incapaz de esperar mais tempo para se enterrar dentro dela, ele a deitou de volta, sorrindo para ela, encontrando seus lábios com os dele enquanto ele guiava-se em seu sexo. Deslizando para dentro o mais lentamente possível, ele cobriu sua boca com a dele, roubando sua respiração quando ele atravessou sua barreira virgem. Ela gemeu de dor, e isso apertou seu coração. —Você está bem?—, Ele ofegou profundamente enraizado dentro dela, mas perfeitamente imóvel, ainda que as paredes de sua vagina pulsassem ao seu redor. —Dê-me um segundo—, ela respondeu sem fôlego, seu peito subindo e descendo rapidamente.


—Bella,— ele gemeu, olhando em seus olhos quando gotas de suor espalharam-se em sua testa. —Eu te amo.— Ela levantou as pernas experimentalmente, só um pouco, então um pouco mais, até que ela estava embalando seus quadris entre os dele. —Eu também te amo.— E então ele se moveu dentro dela, puxando para fora, em seguida, empurrando de volta para dentro, embalando seu rosto enquanto seu corpo bombeava para dentro dela, amando o jeito que ela gemeu quando ele se moveu mais rápido, sentindo suas bolas se apertarem, que se apertou com cada impulso. E o corpo de Bella Dio, para o resto de sua vida, iria se lembrar a maneira que eles se encaixavam, o aperto de sua boceta, a maneira como ela se agarrou a ele, ofegante em seu ouvido, seu hálito doce caindo contra seu pescoço esticado enquanto suas pernas trancavam nas costas dele. —Eu gostaria ...—, ele ofegava. —Eu desejo, eu desejo...O Dio, Bella, vorrei avervi sempre Accanto a


mim!— Eu gostaria de poder tê-la sempre ao meu lado! —Anch'io—, ela ofegou. Eu também. —Amami, Nico ... amami ... amami ... amami ...—

Suas palavras- me ame ... me ame ... me ame ... me ame foi uma ladainha de saudade, de verdade, de tudo o que ele desejava poder ter. Elas o derrubaram sobre a borda da paixão, e ele encontrou a sua libertação, gritando sua própria verdade quando ele gozou dentro dela: —Ti amo, cara mia Bella! Per sempre—. Eu te amo, minha querida Bella. Para sempre. ***** Eles dormiram por um tempo depois de fazer amor, e quando acordaram, era muito mais tarde, o céu quase negro, mas para a lua cheia e as estrelas mais brilhantes. Por um tempo, se enrolaram no cobertor juntos, ficaram nus, tomando vinho e comendo petiscos de queijo. Bella tinha


pensado em trazer um segundo preservativo, eles teriam feito amor uma segunda vez, mas sem ele, eles olharam nos olhos um do outro durante horas, seus corpos nus contra o outro, segurando um ao outro com força, beijando à vontade. À medida que os segundos passavam, porém, os sorrisos eram menos corajosos, seus corações cada vez mais pesados. Quando a primeira luz da aurora começou iluminando o céu, ela sentiu uma espécie de pânico tomar seu coração, mas o empurrou de lado, saindo de seu casulo aconchegante e alcançando seu sutiã e calcinha. —Você está se preparando para sair,— ele disse suavemente atrás dela, sua voz com o coração partido. —É hora—, ela respondeu, apertando o sutiã. Ela se levantou e pegou o vestido, puxando-o sobre sua cabeça. —Eu fiquei muito mais tempo do que deveria.— —Ainda não é manhã—, disse ele.


—Será. Muito em breve.— Ela juntou seu cabelo preto e grosso na nuca e amarrou-o em um coque rápido. Ela não queria chorar, não queria que as últimas lembranças de Nico fossem dela chorando, mas seus olhos já tinham começado a queimar, e ela sentiu a umidade quente escorregar por suas bochechas. Tinha sido a noite mais bela de sua vida. Ela não estava pronta para dizer adeus. Virando-se, ela olhou para Nico, ainda parcialmente coberto pelo cobertor, olhando para ela com olhos brilhantes. Ele apoiou a palma da mão no chão, como se estivesse prestes a ficar de pé. —Não se levante— ela disse rapidamente, ajoelhando-se ao lado dele. —Eu odeio isso—, disse ele, estendendo a mão para sua bochecha. Ela se inclinou em seu toque, fechando os olhos, em seguida, forçando-os aberto. —Não odeio isso. Trinta minutos de maravilhas, lembra? Tivemos uma semana inteira.—


—Eu vou viver com isso, Bella,— ele disse, — para o resto da minha vida.— Ela balançou a cabeça. —Não, eu não quero isso. Eu quero que você seja feliz.— —Isso parece impossível agora.— —Prometa-me que vai tentar.— Seus olhos se fecharam quando as lágrimas escaparam, deslizando lentamente pelo seu rosto. — Vou tentar.— Ela estendeu a mão para enxugar as lágrimas, então se inclinou para beijá-lo. Seria seu último beijo, então ela tentou memorizar cada pedaço de seus lábios, a forma como ele soava como respirava, o jeito que cheirava uma mistura dele e dela, a forma como a sua mão estava contra seu rosto. Afastando-se, ela engoliu um soluço e de alguma forma conseguiu dizer: —Seja feliz—. Ele cobriu o rosto com as mãos, e ela se levantou rapidamente, correndo pelo telhado até a porta da escada antes ela se permitir chorar.


Ela caminhou rapidamente pelo corredor até o elevador, apertou o botão para o trigésimo segundo andar, e saiu do elevador para as portas de vidro do salão. Tomando a chave do bolso, ela abriu as portas e entrou, entrando no espaço escuro para o banheiro da equipe, onde ela se sentou no vaso sanitário e chorou. Era tão injusto que ela conhecesse o amor da sua vida e tinha que perdê-lo. Assim como Madame. Madame. Ela precisava chegar a casa antes de Madame, que era ocasionalmente, madrugadora. Espirrando no rosto água fria, ela ajeitou o vestido, moldando seu longo cabelo em uma trança, e, em seguida, deixando o salão de beleza e descendo as escadas. Quando puxou a chave do bolso do vestido, no entanto, a porta se abriu, e lá, na soleira da porta, estava Madame. —Eu avisei—, ela disse, estendendo o passaporte de Bella para ela.


—Por favor—, sussurrou Bella, pegando o pequeno livro vermelho dos dedos de Madame. —Eu vi você—, disse Madame, cruzando os braços sobre o peito e bloqueando a porta. Um sorriso maldoso inclinando os lábios. —Espalhando suas pernas no telhado. Eu acredito que eu tenho uma foto no meu telefone se você quiser ver.— Bella olhou para ela em estado de choque e desgosto, recusando-se responder. —Quem era ele?— Apertando sua mandíbula, Bella levantou o queixo, olhando Helga Gothel diretamente nos olhos. —Eu sinto Muito.— —É tarde demais. Você está fora. Vou dar-lhe meia hora para pegar as suas...— —Eu não sinto muito sobre ontem à noite,— ela disse, com voz segura e forte. —Sinto muito que ele não te amasse—. Os olhos de Madame estreitaram. —Eu não sei o que você está...—


—Mas se você era tão infeliz quanto é agora—, ela continuou, —ele fez a escolha certa quando escolheu a minha mãe.— —Karin o roubou de mim!— Madame Gothel exclamou, com o rosto vermelho de raiva. —Ele me amou primeiro!— Bella pensou em seus pais, sobre a maneira como seu pai olhava para a sua mãe, sobre a forma como ela despenteava o cabelo negro, suspirando de felicidade. —Ele a amava melhor—, disse Bella calmamente, passando por sua madrinha para que ela pudesse ir arrumar suas coisas. Ela fechou a porta de seu quarto e puxou uma mala de debaixo de sua cama. Ela não tinha muito algumas roupas e artigos de higiene, alguns livros, algumas fotos emolduradas, e algumas joias que tinham sido de sua mãe. Qualquer outra coisa ela poderia substituir uma vez que chegasse a casa. Casa.


Seu coração doía com a bondade disso. Pegando a bolsinha da gaveta de cima, ela contou suas gorjetas. Quatrocentos e sessenta e dois dólares. Ela duvidava que fosse o suficiente para um bilhete de avião para casa. Sentando-se em sua cama, se olhou no espelho sobre a cômoda, no cabelo negro de seu pai, que descia em cascata pelas costas para descansar na cama atrás dela. E de repente ela sabia exatamente como iria chegar em casa.


Uma semana depois *****

—Bella, devi uscire con noi una sera—, disse sua colega de trabalho, Ilsa, usando uma vassoura para varrer os cortes de cabelo em volta da cadeira de penteados. Você tem que sair conosco uma noite. —Sí!—, Gritou Tia, olhou para cima de onde segurava a pá para sua prima, Ilsa. —Dai vieni con noi, sul serio. Al meno per un po'?— Venha com a gente, garota! Só um pouco? Bella colocou os dois pentes que estava em sua mão na solução esterilizante, em seguida, reuniu um punhado de grampos na palma da mão e empurrouos em uma gaveta.


—Non questa sera—, disse ela. Não essa noite. —Você está muito triste!—, Disse Tia, pulando para despejar o conteúdo da pá no lixo. —Você nunca foi assim antes de ir para a América!— Ilsa concordou com a cabeça. —Você está quebrando nossos corações, Bella.— Desde que voltou para casa em Bellinzona, há uma semana, Bella tinha sido carinhosamente recebida de volta por amigos de escola que não a tinham esquecido. Na verdade, Ilsa e Tia Bonasco, com quem Bella tinha crescido, tinha ainda a ajudado a conseguir um emprego aqui no Salone Rosa. —Eu só ...— Ela suspirou, pensando no rosto de Nico e sentindo seu coração apertar com agonia. — Eu sinto falta de alguém.— —Mas há muitas pessoas indo para La Fabrique hoje à noite!—, Insistiu Ilsa. —E um desses alguém poderia ser um novo alguém para você!— Tia bufou para sua prima. —Você é ridícula, sabe disso?—


Sorrindo para suas amigas, Bella balançou a cabeça. —Em breve, prometo. Mas para agora? Eu acho que vou apenas para casa, relaxar.— —Casa!— Zombou Ilsa. —Um quarto! Um quarto muito triste! Você deveria vir e ficar conosco—. Bella tinha ganhado $ 3.000 vendendo seu cabelo, com o qual ela tinha comprado um bilhete de avião para casa por US $ 800, e tinha tomado um táxi direto para o Bellinzona Youth Hostel, onde teve sorte em reservar um quarto individual por duas semanas. Enquanto isso, ela também encontrou um apartamento para alugar na Via Ghiringelli, mas não podia mudar-se até 1º de Julho ... que era bom para Bella. Enquanto estava vivendo no albergue, cuidava de seu coração partido, mas na próxima semana, quando se mudasse para seu novo apartamento, pretendia iniciar uma nova vida que não incluíssem memórias de certo príncipe italiano. —Vocês duas dividem uma casa como essa—, observou Bella. —Além disso, meu novo lugar estará pronto em uma semana.—


—Então você está indo só para casa e chorará um pouco mais?—, Perguntou Tia. —Não. Eu vou beber alguns copos de vinho decente e assistir o pôr do sol antes de eu ter uma boa noite de sono.— —Santa Bella estará pronta para a igreja pela manhã—, disse Ilsa, colocando a vassoura a distância, —e nós vamos tropeçar em casa.— —Vamos lá—, disse Tia, colocando o braço em volta dos ombros de Bella quando ela retirou a chave para o salão de seu bolso. —Estamos pegando o ônibus. Vamos estar a meio caminho para o albergue.— Suas amigas murmuravam alegremente sobre os seus planos de sábado à noite, enquanto caminhavam com Bella, beijando-a em despedida no cruzamento da Via Dogana e Via Lugano, onde elas poderiam pegar um ônibus, em seguida, um trem, de norte a La Fabrique boate em Castellone. Bella acenou um tchau para elas, passeando pela praça pela Via Nocca, olhando para o


castelo na colina e as montanhas além e tentando se sentir grata por estar em casa. Ela estava feliz por estar longe de Madame Gothel, fora de sua indelicada visão. Ela não sentia falta de New York Metro Tower Hotel ou qualquer um dos funcionários do hotel com quem ela trabalhou por um punhado de anos. Mas sentia falta de Nico. Tão mal, e com um desejo tão profundo e constante, às vezes ela não tinha certeza de como sobreviveria. Na maioria das noites, chorava até dormir, lembrando a ternura de suas carícias e o som suave de sua voz trêmula em seu ouvido: Ti amo, cara mia Bella! Per sempre. Mas ela e Nico não compartilharam um amor para sempre, apenas uma semana sem fôlego de tão maravilhosa que ela desejava que pudesse ter sido mais. Ela chutou uma pedra em seu caminho,


respirando com dificuldade quando cruzou os braços sobre o peito. Você foi uma aventura, Bella, e ele também. Uma doce aventura de verão. Deixe ser suficiente. Nem todas as meninas podem olhar para trás e dizer que uma vez fez amor com um príncipe sob um céu estrelado ... E ainda assim ela não foi confortada pelo pensamento. Talvez porque não tinha feito amor com um príncipe; ela estava fazendo amor com Nico, e ela sentia falta dele com cada respiração, cada batida de seu coração dolorido. Enquanto caminhava até a linda casa antiga que tinha sido transformada em um albergue da juventude em 2002, passou os dedos pelo cabelo curto, ainda tentando se acostumar com isso. Ela respirou fundo, desejando que pudesse se lembrar que tipo de vinho que tinha escondido na parte traseira de seu armário. Ela tinha comprado várias garrafas e foi constantemente através delas a cada noite no pátio do albergue, sentada sozinha em uma espreguiçadeira de madeira perto de uma fonte


antiga até que estava apenas bêbada o suficiente para cair na cama e chorar antes de cair misericordiosamente para dormir. Um bom Merlot, eu acho. Ou foi um... —Bella.— Ela congelou em seus pés, cerrando os olhos fechados e enfiando os dedos em punhos ao lado do corpo. Não era a primeira vez que tinha acontecido isso essa semana ouvir a voz dele como se ela não tivesse deixado ele em Nova York sem um endereço de encaminhamento ou palavra de qualquer tipo, mas era o mais cruel dos truques que sua mente estava jogando. Exceto... Exceto que desta vez, alguém pegou a sua mão direita e foi gentilmente desdobrando os dedos dela. —Cara Bella. Ti prego... guardarmi— Querida Bella. Por favor, olhe para mim.


Ela sentiu sua respiração em seus lábios, sentiu o calor de seu corpo perto dela, mas temia que se abrisse os olhos, a bela ilusão desapareceria. —Você parece tão diferente—, ele sussurrou perto de seu ouvido. —Quasi não riconoscevo ti.— Eu quase não ti reconheci. O Nico que ela deixou em Nova York não saberia nada sobre ela cortar o cabelo ... o que significava .... que ele era real! Com os dedos trêmulos, ela estendeu a mão para tocar seu rosto, soluçando quando abriu os olhos para encontrá-lo em pé na frente dela. —Nico—, ela conseguiu sussurrar enquanto seus olhos traçavam as linhas de seu amado rosto. Havia círculos sob seus olhos, seu cabelo estava bagunçado, e sua barba era espessa, mas era ele. Era Nico De'Medici, seu amor perdido, e estava de alguma forma aqui com ela em Bellinzona. —Sei qui.— Você está aqui. —Mi tantissimo dispiace, amore mio—, ele


murmurou, puxando-a em seus braços. Sinto muito, meu amor. —Pelo quê?— Lágrimas percorriam suas bochechas enquanto ela estendia os braços para enrolar em volta do seu pescoço, colocando sua bochecha contra seu peito e inalar o cheiro familiar de Acqua Nobile. —Por deixar você ir.— Ela chorou baixinho, agarrando-o mais apertado quando ele continuou: — Assim que deixou o telhado, sabia que estava cometendo um erro ao deixar você se despedir de mim. Eu me vesti, limpei, e voltei para o meu quarto para mudar. No momento em que cheguei ao seu apartamento, você tinha ido, e aquela bruxa maldita da sua madrinha me disse que ela a tinha expulsado. Estava fora de minha mente com preocupação! Não tinha idéia de onde você tinha ido, Bella. Onde você foi?— —Para o Brooklyn. Eu encontrei um lugar que iria comprar o meu cabelo—, soluçou. —Eu vendi para voltar para casa.—


Ele recuou, pegando seu rosto, as pontas dos dedos tocando as camadas de fios de seu cabelo cortado e os olhos brilhando com lágrimas. —Você é tão linda, Bella. Tão bonita.— —Eu pareço diferente—, disse ela, sentindo um momento de insegurança. —Você se parece com a minha Bella—, disse ele, roçando os lábios com os seus. —Como você me encontrou?—, Ela perguntou. —Lembrei que queria voltar para casa. Eu sabia que era em Ticino ...— Ela assentiu com a cabeça, sorrindo para ele através das lágrimas. —Mas não sabia onde. Saí de Nova York na segunda à noite para Lugano. Tentei pensar sobre onde você estaria, aonde iria. Eu sabia que você não tinha dinheiro, então verifiquei em pequenos hotéis, mas em seguida, ocorreu-me que você poderia ficar em uma hosteria por pouco tempo para poupar dinheiro. Você não estava em Lugano, então tentei em Locarno na quinta-feira. Não


novamente, mas foram gentil o suficiente para ligar aqui, para perguntar se havia uma Bella Capelli no check-in.— Uma lágrima caiu de seu olho. —E você estava aqui.— Ela estendeu a mão e limpou a lágrima, segurando sua bochecha. Seu rosto estava abatido e desenhado, tão triste e cansado quanto o dela. — Você me encontrou.— —Eu não tinha certeza de que gostaria de me ver.— —Eu preciso saber—, disse ela. —Você vai se casar com ela? Princesa Elena?— Ele balançou sua cabeça. —Não, Bella.— —Você quebrou o acordo?— Ele não respondeu de imediato e seu coração balançou. —Mas suas famílias. Seus pais. A princesa. Dio, Nico! Seus dois países! Eu não posso ser a razão...— —Bella! Bella—, disse ele, parando suas palavras com um beijo doce, em seguida, descansando sua testa contra a dela. —Deixe-me dizer-lhe o que aconteceu. É ... bem, foi meio que perfeito. La


risposta ad una preghiera.— A resposta a uma oração. —Diga-me!—, Ela insistiu, sua voz sem fôlego com antecipação. —Ela conheceu alguém na África.— Ele recuou e sorriu para ela, seus olhos brilhando de felicidade. — Um médico. Da Suécia.— Bella soltou a respiração que estava segurando, rindo enquanto seus olhos se encheram com mais lágrimas. —Um médico? Você está falando sério?— —Da organização Médicos Sem Fronteiras.— Ele balançou a cabeça, seus olhos traçando seu rosto como se a estivesse memorizando, como se estivesse gravando para que pudesse manter a sua imagem segura para sempre. —Alguém que partilha a mesma paixão que ela.— —La risposta ad una preghiera. Sim.— Ela respirou fundo e suspirou. —Estou tão feliz que você não a machucou.— Seus olhos se estreitaram e ele murmurou: —Mas eu teria.—


—O que você quer dizer?—, Perguntou ela. —Eu teria a machucado, me afastado dela, fugido dela ... se é isso que teria que fazer para chegar até você. Eu já tinha decidido no telhado que não poderia viver sem você ... que o meu título, a minha família, Elena tudo isso era dispensável. Tudo o que importava era você.— Ele descansou sua testa na dela novamente. —Você me fez prometer que tentaria ser feliz. Mas Bella ... Não posso ser feliz sem você. Eu não teria proposto. Não poderia ter casado com ela quando estou totalmente apaixonado por você.— —Nico ...—, ela soluçou, seus lábios freneticamente em busca dos seus e cobrindo-os com pequenos beijos de felicidade pura. —ti amerò per sempre.— Eu te amo para sempre. —Ti amerò per sempre anche io, Bella.— Eu também vou te amar para sempre, Bella. Ele segurou-a firmemente por um longo tempo, esfregando suas costas enquanto o sol começava a se pôr detrás do Castelo Montebello na colina atrás deles. Foi quase como se tivessem que


absorvê-lo, confiar nele, acreditar que eles estavam juntos de novo ... e desta vez, era para sempre. Quando ela se inclinou para olhar para ele, não podia deixar de suspirar com felicidade, da mesma forma que sua mãe costumava. —Você está realmente aqui?— —Eu estou realmente aqui, Bella.— —E não temos que dizer adeus?— —Nós temos todo o tempo do mundo.— Ela jogou os braços ao redor de seu pescoço, e a abraçou com força. Ele sussurrou em seu ouvido: — Mas nós temos um pequeno problema.— —O que?— —Alguma chance de você me aceitar como colega de quarto?—, Perguntou. —Eu não tenho nenhum lugar para ficar em Bellinzona e realmente gostaria de ficar com você, Bella.— Ela riu suavemente. —Eu tenho uma cama de solteiro, se você não se importa em compartilhar.—


—Eu definitivamente não me importo em compartilhar—, disse ele com um sorriso de lobo. — isso vai me lembrar do nosso cobertor no telhado.— —Eu amei esse cobertor no telhado—, disse ela melancolicamente. —Eu também—, disse ele, beijando a ponta do seu nariz. —Embora ele parecesse ser um negócio cru para você, cara Bella. Você se apaixonou por um príncipe ... mas temo que um príncipe, sem uma fortuna não vale muito—. —A quem? Para mim, Nico De'Medici, você é tudo. Tudo.—, ela disse novamente, banhando-se no amor brilhando em seus olhos e sabendo que o mesmo brilho estaria nos dela. —Sem mencionar que, você se apaixonou por uma menina que tinha o cabelo longo, bonito. Será que você ainda me quer agora?— —Agora e sempre. Eu sou positivo, Bella Capelli,— disse suavemente, enfiando os dedos entre os fios curtos e negros como quando ele puxou seu


rosto para que a beijasse. —Eu não me apaixonei pelo seu cabelo, mia cara. Eu me apaixonei pelo seu coração—.

O fim




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