Revista Di Rolê 21ª edição

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REVISTA

Brasília, Jan. | Fev. 2017

Brasil: galeria de talentos da arte

Ano IV Ed.21

Artista plástica brasileira deixa um pouco de seu talento por onde passa e leva para o exterior o brilho do nosso país pág. 12


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EXPEDIENTE Jornalistas: Andressa Nunes, Bianca Bruneto, Bianca Ramos, Camila Oliveira, Diana Almeida, Júlia Dalóia, Juliana Andrade, Juliana Mendes e Kirk Moreno. Fotógrafos: Júlia Dalóia, Kirk Moreno e Wilk Nobre Projeto Gráfico e Diagramação: Gueldon Brito e Thaíssa Nobre. Diretoria Executiva: Júlia Dalóia e Priscilla Teles.


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SUMÁRIO

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CARNAVAL VEM AÍ, GENTE!

ABANDONADOS PELAS RUAS DA CAPITAL

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PALAVRAS AO VENTO: NOSSOS NÓS UM PULINHO EM MARROCOS

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BRASIL É ABRIGO DE TALENTOS DA ARTE MODERNA BATALHA DE MC’S RETRATA CULTURA RAP PRESENTE NA CAPITAL

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A ARTE DA CIDADE SRI LANKA, MARAVILHA DA ÁSIA

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PALAVRAS AO VENTO: EU LIVRO


Carnaval vem aí, gente! Por Camila Oliveira

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arnaval nem sempre é sinônimo de folia. Para muitos, o feriado é uma ótima opor tunidade pra dar aquela fugida em busca de sossego e descanso. Eu mesma fico desesperada quando vejo, por todo lado, aquele tanto de gente, tumulto, bebida, barulho. Não dá, sério! Amo o feriado, mas definitivamente, festas de carnaval não foram feitas pra mim. Tá certo que eu não sou parâmetro, nunca gostei de baladas e se marcarem um compromisso comigo às 20h - entende-se por compromisso qualquer reunião entre amigos ou uma reunião de trabalho -, estarei lá às 19h45. E sim, eu tenho menos de 30 anos. Acontece que todos somos diferentes, e é aí quae mora a graça. Para nossa surpresa, esse ano, o queridinho de todos, independentemente do ponto de vista, virá no final de fevereiro, dia 28. Ah, não, carnaval. Porque nos fazer esperar tanto? Isso significa que o ano começa mais tarde. Mas é até bom, né? 2016 não foi mui-

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to legal com a gente, precisamos de mais tempo para organizar tudo e receber 2017 de verdade. De qualquer f o r m a , co m o nem só de folia vive o homem, estamos aqui para falar de algumas co i s a s b a c a nas, para pessoas que, assim como eu, querem aproveitar o feriado para se recompor de 2016. Não é fácil, mas vamos lá. Se você gosta de verde, silêncio e verde e mais silêncio, tem o Rancho dos Canários (www. ranchodoscanarios.com.br). Fica a 100km de Brasília, a caminho de Padre Bernardo. Atendimento legal, instalações bacanas. O ponto negativo é que não tem muitas atividades, só um passeio a cavalo em um espaço pequeno.

Dizem que tem boia cross no site, mas se o rio estiver vazio, melou, e eles não avisam antes. Ah, e se você for o maníaco da limpeza, tem algu-

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PRÓXIMA PARADA

Você não precisa ser um folião pra ser apaixonado pelo feriado mas teias de aranha nos quartos. Mas a área da piscina é muito limpinha, agradável e bonita. A comida é gostosa. Boa opção pra ir de casalzinho e curtir um romance. Uma dica: não fiquem nos quartos próximos à área de alimentação, o barulho incomoda um pouquinho. Gosta de verde, mas quer ir com a galera? Tem o Salto do Corumbá (www. saltocorumba.com.br), lá tem restaurante, bar, piscinas, pousada, tobogãs, camping, gruta, rios com praias de areia, parque aquático infantil, esportes como rappel, tirolesa, boia cross e rafting, cavalos e trilhas em meio ao cerrado e matas preservadas. Gente, quem quer mesmo ir pra um lugar assim, corra e faça logo a reserva, tá? Não somos “diferentões” não, tem muita gente assim também, e que se programa com meses de antecedência. Existem também aqueles que estão com preguiça da vida, e não querem sair de casa. Que que eu faço, Brasil?

Calma, gente. Tem Netflix! Mas eu sei que, provavelmente, você perde um dia inteiro só escolhendo o que assistir. Então vamos lá, vou dar uma dica pra você poupar esse um dia. Saiu a segunda temporada da série Lovesick, da própria Netflix. Eu sempre passava batido por ela e um dia desses resolvi assistir. Fiquei surpresa e acabei com as 2 temporadas em um dia. Os episódios são curtos e a história é bem interessante. Na dúvida, feche o olho, aperte o botão do controle 10 vezes e assista o que cair. Mas não, não fique 5 horas escolhendo algo, não faça isso com você mesmo. Gosta de cozinhar? Aproveite o tempo livre e faça uma daquelas receitas do “Tasty demais” que você sempre salva o link, mas nunca volta pra olhar. Enfim, aproveite o Carnaval e tire um tempo pra você. Opção tem, o esquema é se programar. A data não é só pro folião, aproprie-se dela, porque depois desse, só o outro.


GIRO CAPITAL

Abandonados pelas ruas da Capital Por Diana Almeida

O número de vagas já é pouca, veículos abandonados só pioram a situação

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julgar pela aparência do velho Crysler Neon fabricado em 1997 percebe-se que o carro está abandonado há muito tempo. Esquecido há mais de quatro anos no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, o veículo ocupa uma vaga no disputado estacionamento. Exemplos semelhantes acontecem em diversas áreas do Plano Piloto. Como é o caso de um FIAT Tempra, abandonado em frente ao bloco A da quadra 310 norte, o veículo está parado em uma vaga exclusiva para idosos há mais de cinco anos. Para a aposentada Márcia Cunha, 72 anos, a atitude de deixar um carro abandonado em locais públicos é um ato que acaba interferindo diretamente na rotina de outras pessoas. ”Às vezes até os próprios moradores precisam estacionar em locais distantes, algumas vezes até perigosos, por conta que algum indivíduo resolveu abandonar seu carro em um estacionamento público”, conta a aposentada. O diretor de fiscalização de trânsito do DETRAN-DF, Silvain Barbosa Fonseca Filho,

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explica que quando a população aciona o Órgão, agentes vão até o local da denúncia onde tem um carro abandonado e entrega uma notificação para que o dono retire seu veículo dentro de um determinado período. “Caso o carro abandonado ainda permaneça no mesmo lugar, ele é recolhido e levado ao pátio credenciado do DETRAN”, explica o diretor. Em uma operação realizada ano passado, pelo DETRAN em parceria com as Administrações Regionais, foram recolhidos cerca de quatrocentos carros abandonados nas ruas do Distrito Federal. Estes veículos foram levados para o depósito e posteriormente leiloados. Não só em área públicas, mas também, em locais privados é possível encontrar estas sucatas. Como é o caso de dois carros esquecidos no estacionamento subterrâneo do Pátio Brasil. A administração do shopping explica que os veículos só

podem ser recolhidos pelo Departamento de Trânsito. Por estarem abandonados há muito tempo, não tem como saber a procedência dos automóveis e esta verificação só pode ser feita pelo Órgão responsável. É provável encontrar alguns carros em bom estado, só precisando de alguns reparos. O diretor do DETRAN explica como adquirir um desses automóveis: ”Quando alguém chega ao DETRAN demonstrando interesse por algum carro abandonado, geralmente após ter tentado algum contato com o dono, nós instruímos o interessado a aguardar até que o órgão recolha o carro e leve até o depósito para que possa ser leiloado”.


PALAVRAS AO VENTO

Nossos nós Por Bianca Ramos

Nossos nós: Seu bom humor Meus questionamentos Nossos planos! Sua oscilação Meus carinhos Nossa cumplicidade! Sua inteligência Minhas ressalvas Nossas brincadeiras!

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Seus medos Minhas certezas Nossa intimidade! Sua experiência Minha inocência Nossa sintonia! Sua quantidade Minha qualidade Nossas diferenças! Ah, nós e nossos nós!...

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DI ROLÊ PELO MUNDO

Um pulinho em Marrocos Um destino fácil e barato para pôr no roteiro Por Kirk Moreno

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Insh’Allah!”, “Macktub”. Esses foram alguns dos famosos bordões que quem acompanhou a novela global o Clone, em 2002, aprendeu com o núcleo marroquino. Mas o que mais chamava atenção era o costume deste povo, como o casamento com mais de uma mulher e a leitura do futuro em borra de café. O que despertou o interesse de brasileiros, como eu, que mesmo ainda criança sonhou em um dia poder conhecer o país africano. Pois foi com imagens da novela na minha cabeça que eu desembarquei em Marraquexe, a cidade do centro-sudoeste do país. Existem outras grandes cidades em Marrocos, como Casablanca, a maior do país, e a capital Rabat. Porém, Marraquexe é uma cidade estratégica para quem embarca na Europa, além de ficar perto do norte da cordilheira do Alto Atlas e com possibilidade de conhecer o Deserto do Saara. Uma dica é comprar os pacotes com as agências marroquinas. No meu caso, comprei o pacote da Viaje Em Marruecos por 150 euros. Este é o maior preço, porém com um serviço impecável e facilidades que valem muito a pena. Além de Marraquexe, o pacote inclui, durante cinco dias, paradas no Deserto do Saara com direito a passeio de camelo e jantar típico, Alto Atlas e outras paradas durante o

Fotos: Kirk Moreno

DI ROLÊ PELO MUNDO caminho. A hospitaleira equipe é especializada para atender turistas das línguas portuguesa e espanhola. Como são todos nativos de Marrocos, existe a vantagem de você voltar com um grande conhecimento da rotina dos marroquinos. Para quem está em Eurotrip, como eu estava, há passagens aéreas lowcoast saindo de praticamente todos os países do continente. A depender do tempo de antecedência ou da sorte, você pode encontrar pelo preço de 80 euros, ida e volta. É uma viagem barata. O pacote do passeio ainda oferece almoços, jantares e cafés da manhã. O que mais pode pesar é a passagem aérea. Como dica, não deixe o cansaço acumulado durante o dia te abater. Durante a noite é imperdível uma volta na praça Jemaael-Fna, em Marraquexe uma das mais movimentadas da África e Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Com a frequência de visitantes brasileiros na cidade, os marroquinos te recepcionam com palavras em português e lhe oferecem uma imersão na cultura deles. Nesta praça você assiste ao show das cobras, pode saber seu futuro na borra do café, comprar os puros produtos de óleo de Argan e comer os tradicionais pratos de lá. Se você não fala árabe, não se preocupe. Os marroquinos sabem falar fluentemente francês ou espanhol, além de alguns dialetos. Alguns também arriscam no inglês.

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Fotos: Arquivo pessoal

CAPA

Brasil é abrigo de talentos da arte moderna Por Juliana Mendes

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or Brasília já passaram grandes talentos da música, do esporte e da arte, como a carioca Cris Conde. Autodidata, cresceu em meio a tintas, telas e artistas. Neta da marchand Duda Conde, ela tomou gosto pela pintura e, aos 18 anos, deu asas ao seu talento de uma

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forma moderna. Abriu mão das tradicionais exposições coletivas e costuma fazer dos locais por onde passa um ateliê próprio para expor seu trabalho. Depoisa de montar ateliê em Minas Gerais, Trancoso, Viena, e em Brasília

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CAPA por 15 anos, São Paulo é a nova galeria para expor suas obras que encantam pela delicadeza e sensualidade. A figura feminina, presente na maioria de seus quadros tem uma inspiração, aliás, cinco: as três filhas e as duas netas que encantam sua vida, também servem de inspiração para encantar os admiradores de suas obras.

Seu talento já foi utilizado também por grandes empresas como a TAM linhas aéreas, o Hotel Copacabana Palace e a famosa Coca Cola. Atualmente, suas obras que variam de preço, conforme a técnica utilizada e grau de dificuldade, podem ser encontradas na Art Lab Gallery e no site oficial do Ateliê Cris Conde Fine Arts.

“Pinto o cotidiano, e as mulheres aparecem pelas figuras com as quais convivo. Minha arte costuma se expressar pelo meu cotidiano e pela minha vida particular. Pinto somente o que eu vivo, conheço e o que me inspira”, explica.

Além dos tradicionais quad r o s , s e u s t r a ço s p o d e m ser apreciados também em mimos como porcelanas, almofadas, azulejos e neoprene. Um de seus trabalhos que encantam os olhares são as monotipias, que é uma reprodução não fiel de uma primeira imagem que, no caso de Cris, é obtida por meio da fotografia. “As monotipias surgiram por acaso. Costumo fotografar o início de um quadro, a primeira ideia, os primeiros traços, mas nunca havia feito nada com essa primeira imagem. Um dia imprimi e pintei”, conta. E a técnica deu certo e tem encantado os olhos de quem vê.

O país que se destaca pelo brilhantismo no esporte e na música também abriga uma talentosa artista plástica Seus quadros possuem diversas técnicas e materiais como tinta óleo e vinílica. Mas recentemente decidiu utilizar carvão, lona crua e água com técnicas rústicas e traços rápidos. Tem dado certo e feito sucesso, levando esse talento brasileiro à renomada Bienal de Firenze, em Florença, na Itália, além de exportar obras para diversos lugares do mundo como Nova Iorque, Viena e Alemanha.

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O talento nato é a base para o sucesso na arte, mas ele precisa de um complemento: a inspiração. Para Cris, o desenho é a base, é o que concretiza suas inspirações e permite aos apaixonados por ar te contemplar seu trabalho. “O desenho é a base de tudo para mim e espero um dia evoluir para um abstrato. Eles apenas surgem. A mim cabe apenas aproveitar o momento que às vezes acaba e me faz passar meses sem desenhar”, diz.

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CAPA

Um projeto recente da artista une arte e solidariedade. A intenção era doar parte do valor arrecadado com a venda de seus trabalhos, através do site, para quem precisa. Porém, ao concluir que o valor seria baixo pelo fato de o site ser novo, decidiu doar as obras. Em dezembro, doou três obras, sendo duas para instituições que lutam contra o câncer de mama, em Brasília e São Paulo, e uma obra para uma fundação que cuida de animais abandonados no Brasil. “Sempre tive muita vontade de usar meu

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trabalho como ponte para ajudar as pessoas. Afinal, não precisei fazer cursos de desenho, faculdade, nada. Fui abençoada com tudo que recebi da vida através da minha arte. Agora está na hora de devolver”, diz. Quem tiver interesse em conhecer e adquirir as obras de Cris Conde, ou tiver sugestões para seu projeto solidário acesse: www.crisconde. com.br. Quem quiser visitar o ateliê pessoalmente deve agendar através do email: criscondebr@gmail.com.

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CAPA

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Fotos: Wilk Nobre

GIRO CAPITAL

Batalha de Mc’s retrata cultura rap presente na Capital Com dia e horário marcados, a Batalha do Museu reúne Mc’s de todas as cidades do Brasil Por Andressa Nunes

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riada e organizada por jovens mc’s moradores de Brasília, a batalha recebeu o nome de Batalha do Museu, por acontecer nos arredores do Museu da República, localizado no centro de Brasília. O evento reúne aos domingos, a partir das 16h, crianças e adultos, apaixonados pela competição. O estilo musical representado na Batalha do Museu retrata o rap nacional e faz parte do movimento hip-hop, que surgiu no Brasil na década de 1980. A Batalha está prestes a completar cinco anos e tem cada vez mais se consolidado como um evento independente, por ainda não contar com nenhum tipo de apoio ou patrocinador oficial.

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GIRO CAPITAL A ideia de criar o evento foi do MC Zen, como conta Rafael Alves, que participou da instauração, já apresentou batalhas e atualmente participa frequentemente das competições.‘’A ideia surgiu primeiro do MC Zen. Já existiam algumas batalhas em Brasília, porém, ainda não muitas e ele queria trazer uma mais para o centro, perto da rodoviária e estação do metrô, para que ficasse fácil a locomoção dos participantes. Às vezes a batalha era em lugares específicos, daí era difícil todo mundo se deslocar. Temos MC’s de várias cidades, então, o mc Zen, quis trazer a batalha para o centro de Brasília’’, lembra Rafael. ‘’O intuito do evento é divulgar o movimento hip-hop e a cultura do rap, difundindo a mensagem baseada no freestylle. Aqui todas as pessoas que vem batalhar tem a sua liberdade. Se a pessoa quiser falar qualquer coisa, ela pode falar. Não que a gente vá apoiar ou a plateia agir da melhor maneira possível. Aqui é um lugar onde você realmente pode se expressar. O intuito é tirar o jovem da criminalidade e trazer ele para este ambiente, onde tem muita interação e descontração’’, diz Lucas Lino, o MC Meleca, um dos organizadores da batalha e também dono do Canal Meleca Vídeos, onde são publicados os vídeos do evento. Antônio Cafiero, 19 anos, morador de Belo Horizonte veio para Brasília com o objetivo

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de participar das batalhas da capital. ‘’Participei da Batalha do Relógio e me consagrei campeão. Com as batalhas de MC’s ganho a experiência de conhecer novos lugares, são batalhas diferentes, então, é muito bom. Sempre acompanhei as batalhas daqui do Museu e era um sonho meu batalhar aqui”, conta Antonio, um dos participantes. As batalhas contam com apresentador e jurados, duram de 5 a 10 minutos cada. São gravadas e publicadas no Facebook e YouTube. A batalha é definida pelos próprios organizadores como um reflexo de outras batalhas, já que a estrutura é formada por meio de participantes que já foram, em outras competições, existentes no Entorno. O evento conta atualmente com uma página no Facebook, com pouco mais de 26 mil seguidores e 27 mil curtidas, além do canal Meleca Vídeos, no Youtube, com mais de 180 mil inscritos.

Confira tudo que já rolou! Youtube: Meleca Vídeos Facebook: Batalha do Museu

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CULTURE-SE

A arte da cidade Por Juliana Andrade

Brasília inspira artistas da capital

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á dizia o boiadeiro da música Faroeste Caboclo, da Legião Urbana: “estou indo pra Brasília, nesse país lugar melhor não há”. É só parar um pouquinho para pesquisar, que você percebe que Brasília já foi inspiração para muitos artistas, seja em letras de músicas, histórias ou obras de ar te. Po d e m o s n ã o ter uma garota de Ipanema, mas acredite, o nosso avião é “cheio de graça”. É nesse quadradinho, localizado em um cantinho do Goiás, que o Amapaense Ralfe Braga ganha a vida como publicitário e como artista plástico. Seus desenhos da cidade em canecas, imãs, camisetas, entre outros produtos, fazem sucesso na capital. “Trabalho com diversos temas, mas quando se trata de criar coleções inspiradas em Brasília ou sobre minha cidade de Macapá fico mais feliz. Brasília é uma cidade fantástica e inspiradora”, conta Ralfe.

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O artista, de 57 anos, veio para Brasília aos 17 anos. Aqui nasceram seus filhos e se profissionalizou como publicitário e artista plástico. “Para mim, Brasília tem um significado emocional e profissional. É uma cidade generosa e que me permite dividir a visão e sentimentos com minha cidade natal”, explica. Ralfe afirma que a decisão de trabalhar com desenhos de Brasília surgiu de forma natural. Não perdeu seu amor por Macapá, mas a paixão pela capital foi inevitável. “Basta caminhar por seus eixos e gramados. Quem nunca olhou ao seu redor sem soltar algum suspiro? Mas a percepção maior é saber que vivemos em uma grande obra de arte”, afirma o artista. Ele ainda alerta: “vejo com naturalidade a visão deturpada e generalizada que se tem de Brasília, afinal é a capital política do país. Só quem vive aqui é que tem a exata e maravilhosa noção da cida-

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CULTURE-SE de e suas regiões administrativas. Sorte nossa”. Outra artista apaixonada por Brasília é Mariana Araújo. Sempre morou na cidade, mas aprendeu bordado com as avós em Minas Gerais. “Desde pequena as vi bordando, por horas. Eu ficava em volta olhando a variedade de cores, luz, sombras que elas faziam só com linhas.Aquilo me encantava e sempre pedia um retalho e umas linhas para ficar tentando fazer algo”, lembra Mariana. Ficou claro que o talento para o bordado passou das avós para neta. A artista hoje faz os traços da capital em linhas. Ela conta que o trabalho com bordados sobre Brasília começou depois de uma encomenda de Portugal. “Gostei tanto do resultado que acabei fazendo uma série. O que mais me encanta é o contraste entre as linhas modernas de Brasília com o trabalho do bordado, trazendo muita leveza e modernidade”, relata. Mariana afirma que o visual da cidade é inspirador, “sempre me encantei com as linhas, a geometria daqui, é agradável ao olhar. Sou apaixonada pelo designer da minha cidade”. Os traços e paisagens da capital também estão presentes

na arte de Malu Engel. Entre outros trabalhos, a brasiliense tem uma série de cartões postais com desenhos da cidade. “Em 2015, eu tive a ideia de fazer os desenhos de observações que eu fazia nos meus cadernos, no formato postal, e pegar Brasília como tema. De todas as séries de postais anteriores, essa de Brasília é, de longe, a que teve maior repercussão”, conta.

Artista: Mariana

Araújo

Artista: Mariana

Araújo

A artista vende sua arte nos bares e cafés da cidade. Malu conta que sentia que Brasília ainda carecia de representações que tivessem mais a cara da cidade, que não se limitasse aos monumentos. “Do seu jeitinho quadrado, às vezes limitado, mas, com certeza, os vazios de Brasília são muito inspiradores. É tanta árvore, tanto céu”, afirma Malu Engel. Brasília tem suas particularidades. Há quem goste, há quem não goste. Confusa para uns, prática para outros. Aos visitantes e novos habitantes da capital Malu aconselha: “seja paciente e compreensivo; a bichinha não tem nem 60 anos! É novinha ainda”. O fato é que Brasília está em muitas obras de arte e abriga muitos artistas, além de ser uma inspiração, afinal, Renato Russo já disse: “meu Deus, mas que cidade linda”.

Conheça o trabalho dos artistas:

Ralfe Braga @ralfebraga

Malu Engel @engelmalu

Mariana Araújo @mdesignbsb

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Sri Lanka, maravilha da Ásia Um paraíso particular no meio do Oceano Índico surpreende com praias exóticas e pouco exploradas Por Júlia Dalóia 20

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DI ROLÊ PELO MUNDO O Sri Lanka é um daqueles países que inicialmente você questiona se é um destino interessante para um mochilão na Ásia e, até então, não tinha muita informação do que fazer, ou cidades a visitar. A única coisa que lembrava era que em 2004 o país fora atingido por uma das maiores catástrofes naturais da história. Um tsunami que afetou, não só o Sri Lanka, como mais seis países, incluindo Indonésia, Índia, Tailândia, Malásia, Ilhas Maldivas e Bangladesh, deixando milhares de mortos. O país conhecido como a Pérola do Oceano Índico surpreendeu já na chegada e, a partir deste momento, só coisas boas aconteceram.

Destino Sri Lanka

Sri Lanka, wonder of Asia

Entre novembro e dezembro de 2016 a Índia passou por uma situação financeira delicada, com a decisão do governo de retirar de circulação as cédulas de 500 e 1000 rúpias e, por esse motivo, o país transformou-se em um caos, tanto para a população local, quanto para os turistas. Cerca de 80% da moeda em circulação foi extinta de um dia para o outro, sem aviso prévio, para combater o mercado negro e reaver os recursos não declarados.

Digo com entusiasmo que este foi um dos destinos mais surpreendentes da Ásia. O fato de não ter criado tantas expectativas ajudou, somado aos fatores cultural e religioso, além de tantas belezas naturais singulares. O Sri Lanka é um país multicultural e diversificado no aspecto religioso, onde predomina o Budismo (68.3%), seguido pelo Hinduísmo (11.2%), Cristianismo (9.6%) e Islamismo (9%), e encontra-se na lista dos países asiáticos com um alto Índice de Desenvolvimento Humano (0,75).

Realizar um saque em caixas eletrônicos tornou-se uma grande missão e, quando conseguia, só era possível retirar 1/4 do que normalmente era permitido. O que significava ter que enfrentar mais filas, consequentemente perder mais tempo, pagar mais taxas e encarar uma multidão de pessoas desesperadas por qualquer quantia de dinheiro.

Chegando em Colombo, a capital, desci em um aeroporto modesto, sem grande infraestrutura, mas com uma

Foi então que o Sri Lanka entrou para a lista dos destinos que eu visitaria. O país é simples e econômico. Por isso, mochileiros e turistas com um budget estipulado (limite de dinheiro para gastar) podem apostar neste destino.

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energia diferente, pessoas sorridentes. Estava bem carregada, com o mochilão nas costas, uma mala de comida pequena pendurada em um dos ombros e uma esteira de yoga no outro - o que me fez pensar no quão complicado poderia ser chegar até o hostel. Para a minha surpresa nenhum perrengue aconteceu e foi maravilhoso vivenciar o respeito das pessoas com as outras, a educação no trânsito e o preparo daquele país em relação ao turismo. Com pouco mais de 21 milhões de habitantes, Colombo é uma cidade moderna, desenvolvida e organizada. Roteiro no Sri Lanka Assim como muitos países da Ásia, o Sri Lanka tem seu período de monsões, e tem bem definidas as estações seca e chuvosa. O melhor período para aproveitar o sol e as praias do lado oeste é entre dezembro e março. Seguindo viagem por este rumo, a primeira parada foi Hikkaduwa, uma cidadezinha simples, com algumas lojas locais e praias bonitas. Aqui encontra-se o museu do tsunami, com a história e imagens daquele momento vivido pelo país.

Apreciando a vida dos elefantes em seu habitat natural

DI ROLÊ PELO MUNDO

A próxima parada foi Unawatuna, local que mais agradou, primeiro pela ótima infraestrutura com uma grande variedade de hostels, casas de famílias e hotéis - e, segundo, pelas praias largas e tranquilas. Devo ressaltar aqui a gastronomia deste povo, que é impecável (à la Sri Lanka), com porções bem servidos e preços bem baratinhos. Para se ter uma ideia, comer um prato com frutos do mar, com aquele peixe escolhido ali na hora, não vai custar mais que R$20. Seguindo pela costa, em direção ao Sul do país está Mirissa e foi a minha terceira parada. Aqui vi um pôr de sol belíssimo, de um mirante natural – uma pedra esculpida pelo tempo -, onde os turistas apreciam passar o tempo admirando o visual da praia principal. À noite o lugar fica mágico, todo iluminado, com as velas acesas pelos restaurantes dispostos ao longo de toda a praia.

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Pôr do Sol no view point natural em Mirissa

É possível deslocar-se de uma praia para a outra por meio de ônibus local ou trem, onde há um certo conforto e um visual estonteante para o azul esverdeado do mar. O valor das passagens varia entre 20 Rúpias (R$0,50) de ônibus, a 360 (R$7,80) de trem.

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Praia de Unawatuna

DI ROLÊ PELO MUNDO Por último, viajando ainda pela costa oeste, a cidade de Tangalle me fez sentir em casa. A hospitalidade dos locais, as praias praticamente vazias e a paz que o local transmite me fez brindar a escolha de visitar este país.

Goyambokka Beach, uma das praias pouco exploradas do Sri Lanka

De Tangalle até Sigiriya, o último destino que visitaria no Sri Lanka, pegar um trem foi a melhor opção, já que me deslocaria de Sul a Norte. Mesmo não sendo um país de grandes dimensões, seria a forma mais rápida e cômoda de fazer essa viagem. E foi realmente a melhor escolha! A viagem de trem no Sri Lanka é imperdível e reserva grandes surpresas ao longo do caminho. Vi por aquela janelinha do trem vermelho e bancos de couro antigo comunidades locais, praias exuberantes, construções modernas, pescadores trabalhando sob sol quente, mas muito felizes, e muita natureza por todo o percurso. Um dia viajando naquele trem resultou em uma alegria interior que não se media, nem se contava. Só era possível sentir e agradecer uma experiência tão rica e maravilhosa para os olhos e a alma. Esta, sem dúvida, pode ser a melhor viagem de trem da sua vida! Sigiriya é a antiga capital do Sri Lanka e, em 1982, foi listada como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. A principal característica da cidade é a calmaria de um local campestre, rodeado de muita natureza, em que a principal atração turística é a Rocha do Leão, como é conhecido o maior monumento natural do país. A história conta que as cavernas e cavidades desta rocha já foram usadas como um refúgio de monges budistas, séculos atrás.A entrada custa 30 dólares (aproximadamente R$97). O local também é conhecido pelo famoso safári para ver elefantes. Recomendo por ser um passeio sustentável, em que os guias prezam pela proteção ambiental do local. O valor do pacote com um guia, a entrada ao parque e o custo do transporte, normalmente um Jipe, sairá pouco mais de R$100 por pessoa. Certamente este é o local ideal para quem gosta de natureza, animais e a prática de esportes,como o trekking ou ciclismo. O Sri Lanka conta com diversas praias inexploradas, exóticas e ainda não poluídas, que merecem ser incluídas em um roteiro pela Ásia. Este pode ser um destino surpreendente para quem procura tranquilidade, diversidade e uma boa culinária em uma viagem de baixo custo.

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PALAVRAS AO VENTO

Eu, Livro Por Bianca Bruneto

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PALAVRAS AO VENTO

Livro-me a cada dia.

O que sou?

Romanceando prosas Proseando rosas.

Entre páginas amarelas

[Tédio].

e vistas cansadas Fujo, perto do fim.

Conforme o vento

Me livro de mim.

me levo viro, desviro

Livre.

folhe[ando].

Foto: Ryan Mcguire

[Foda-se a métrica].

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COLUNA

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