REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
QUE CHITA BACANA! R$ 14.00
NOVO DESIGN CARIOCA
QUADRIFOGLIO EDITORA
Nº 40 ARC DESIGN
NEW CARIOCA DESIGN
Nº 40
2005
2005
COOL CHINTZ!
ESPORTES: DESIGN E TECNOLOGIA SPORTS: DESIGN AND TECHNOLOGY
DESIGN GRÁFICO: PRÊMIO MAX FEFFER GRAPHIC DESIGN: MAX FEFFER AWARDS
PRÊMIO MUSEU DA CASA BRASILEIRA MUSEU DA CASA BRASILEIRA AWARDS
Foto Marcelo Uchôa
Acima, imagem da capa: bandeira do Brasil medindo 4 x 4 m, criada para a mostra “Flávio Império em Cena”: o centro da bandeira reproduz um vitral da casa de Flávio; as outras par tes são em renda e chita de padronagens diversas. Abaixo, nas duas fotos, os padrões de chita são detalhes de bandeiras cenográficas (também com 4 x 4 m) da mostra no SESC Pompéia, criadas por Loira e inspiradas em desenhos de Flávio Império
Flávio Império construía seus cenários com muitos e variados tecidos de chita. Loira (acima), sua aluna na Faculdade de Arquitetura da USP, e depois sua colaboradora, usa va, na dé ca da de 1970, lon gas cal ças com enor mes “bo cas-desino” em chi ta. Nesse universo familiar, design e arte se entrelaçam, na obra do grande cenógrafo e nas bandeiras criadas por Loira para a mostra realizada em 1997 no SESC Pompéia, “Flávio Império em Cena”, na qual foi responsável pelo espaço “A Casa”. Ar qui te ta, ar tis ta, ce nó gra fa, Loi ra é fa mo sa por suas ins ta la çõ es em ma lha ten si o na da, “um tra ba lho que o Flá vio fa zia e eu con ti nu ei após sua mor te”. Loi ra cria tam bém com in flá veis e pre fe re os gran des es pa ços, nos quais cons trói suas ar qui te tu ras efê me ras. Den tre suas obras mais re cen tes des ta cam-se a São Pau lo Fas hion Week em ju nho de 2004, a ce no gra fia das fes tas do MTV Awards, suas ins ta la ções para o restaurante Spot, São Paulo, e as grandes áreas junto às marquises do Ibirapuera, na ex po si ção “Bra sil 500 Anos”.
Re co me ça mos. Com no vas idéi as, mais Bra sil den tro de nós. E o mun do so pran do for te suas idéi as e cri a çõ es. Mas co me ça mos a per ce ber: o que nos che ga do mun do es tran gei ro vem, mu i tas ve zes, im preg na do de cor, de mai or li ber da de, de um leve sor ri so ma li ci o so, de uma irô ni ca se ri e da de. Mes mo os pro du tos tec no ló gi cos já per dem sua an ti ga si su dez. Ares tro pi cais? A es té ti ca bra si lei ra ga nhan do o mun do? Não se ria exa ge ro afir má-lo. To ma mos cons ci ên cia de quan to é rica nos sa cri a ção, nos sas inú me ras ex pres sõ es. Es ta mos res ga tan do, pal mo a pal mo, um mun do má gi co – bra si lei ro. A chi ta, quem di ria? Re tor na em ba ba dos e me nei os, em flo res cada vez mai o res e mais vi bran tes. O jo vem de sign ca ri o ca faz dela o que bem quer. Aque le pano cai pi ra in va de São Pau lo e se re cria nas pas sa re las, in va de lo jas, se trans for ma em ca der nos. Nes ta edi ção, o de sign com pa re ce com sua me lhor ex pres são e todo o es pa ço que lhe é de vi do: no Rio de Ja nei ro, com um li vro e uma ex po si ção; em São Pau lo, com o tra di ci o nal con cur so do Mu seu da Casa Bra si lei ra. Te mos ain da a mos tra Sport & De sign, com mo der nís si mos e ra di cais equi pa men tos; a continuação da resenha sobre os novos materiais; o Prêmio Suzano para o design gráfico. ARC DE SIGN é mu i tas ve zes crí ti ca se ve ra do de sign bra si lei ro? É por que que re mos mais, por que sa be mos que po de mos mais. Pro du ti vo 2005 para to dos nós! Mas sem atro pe lar o pró prio tem po – ou rit mo. Ma ria He le na Es tra da Edi to ra
A chita e sua relação com a cultura popular, com o design e a moda. Origem e usos. Duas exposições e um livro mostram as diversas linguagens desse tecido medieval, originário da Índia
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A conclusão de nossa primeira pesquisa sobre novos materiais: tecnológicos, híbridos e naturais. Impor tante contribuição para designers e indústrias, publicaremos novos exemplos à medida que forem introduzidos no mercado brasileiro
REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO
NEWS
nº 40, janeiro/fevereiro 2005
LUMINOTÉCNICA
NO LIMITE DA TECNOLOGIA
Vanessa Domingues
MATERIAIS E TECNOLOGIA - PARTE II
Winnie Bastian e Vanessa Domingues
Maria Helena Estrada
SABOR DE ENCANTO
16
32
Com uma exposição realizada em Paris, o VIA, Va lorização e Inovação no Mobi li á rio, alarga suas próprias fronteiras e desvenda a tecnologia dos novos produtos para o confor to e a melhoria do desempenho em diversos espor tes
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Uma resenha do novo design carioca, “Momentum”, é o tí tu lo da mos tra e do li vro, agora publi cado. De senho indus trial, de sign experi mental, de sign pos sí vel, de sign de raiz ar te sa nal, moda
EXPEDIENTE
3º PRÊMIO MAX FEFFER
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O resultado do Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, sua impor tân cia e seus problemas. O que po deria ser melhorado, “afi nado”, no regu la mento da pró xi ma premiação? Quais as di ficuldades que os di ver sos jú ris têm en contrado? Va mos repensar a questão?
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*
Da Redação
PREMIAR O QUÊ? E POR QUÊ?
Maria Helena Estrada e Winnie Bastian
Maria Helena Estrada
DESIGN (APENAS?) CARIOCA
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Livros, catálogos, cardápios, capas de CDs e outros, todos impressos em papel Reciclato ou Supremo Duo Design, da Suzano Papel e Celulose. Veja o resultado da premiação
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JOÃO ARMENTANO PARA A CASA Em parceria com a Casa Moysés, o arquiteto João Armentano lança, pela primeira vez, uma linha de cama e banho. Após sua visita à Heimtextil, feira têxtil anual que acontece em Frankfurt, Alemanha, Armentano selecionou os materiais para a confecção dos produtos e definiu as texturas, cores e estampas que caracterizariam a coleção. Em percal ou jacquard nas cores branca, azul e cáqui, as linhas trazem estampas em arabescos, com motivos florais, ou inspiradas na indústria de camisaria italiana. A linha João Armentano Home é distribuída pela rede MMar tan.
A NOVA VELHA SÃO PAULO
Mais in for maçõ es pelo telefone (11) 3168-6366 ou no site
Utilizando técnicas de artesanato e serigrafia, o artista plás-
www.casamoyses.com.br
tico Aldo Dallago Jr. criou a coleção Velha São Paulo, recémlançada pela empresa de cerâmicas especiais Terra de Fogo. Decoradas com motivos florais e formas que fazem referência à época áurea do Centro da capital paulista, as peças podem ser aplicadas em pisos e paredes de áreas internas e externas. A coleção é composta pelas linhas Pátio do Colégio, São Bento, Santa Cecília, Paissandu, Campos Elíseos, Santa Efigênia e Vila Madalena. Terra de Fogo: (11) 3081-7582; vendas@terradefogo.com.br
DESIGNBRASIL.ORG.BR Visando integrar a comunidade do design brasileiro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por meio do Programa Brasileiro de Design, lança, em parceria
MAÇANETAS COM DESIGN ASSINADO
com o Senai e o Sebrae, o portal Design Brasil.
Instalada no Brasil há cerca de um ano, a Valli & Valli, empresa de ori-
O portal traz informações valiosas para empresários, profis-
gem italiana fabricante de maçanetas especiais, produz suas peças
sionais, professores e estudantes. Na seção Empresas, por
com banhos de cromo ou ouro, molas para compensar o peso, além
exemplo, os internautas acessam dicas importantes sobre o
de sistemas independentes de fixação. A novidade é a linha Fusital,
uso do design na criação de um produto. Na seção Profissio-
que traz produtos criados por designers renomados no mundo intei-
nais, é possível conhecer as associações nacionais e interna-
ro, como Gae Aulenti, Achille Castiglioni, Norman Foster, Vico Magis-
cionais, além de incluir dados de escritórios de design no
tretti, Angelo Mangiarotti, Jean Nouvel, Renzo Piano (abaixo, à
Banco de Profissionais. Na página do Almanaque, os visitan-
esquerda) e Ron Arad (abaixo, à direita).
tes podem navegar pela Enciclopédia do Design Brasileiro,
Valli & Valli: (11) 4168-5400. www.vallievalli.com.br
pelo Glossário e por diversas curiosidades do setor. Há ainda uma agenda completa com eventos e concursos. A fim de garantir a interatividade, há espaço para publicação de trabalhos de graduação, dissertações de mestrado, teses de doutorado, sugestões ou simples comentários. Para 2005, estão previstas versões do portal em inglês e espanhol. www.designbrasil.org.br
CONEXÃO ESCOLA-INDÚSTRIA No fim de 2004, o Laboratório de Design Internacional da Electrolux, em N. York, reuniu universidades de oito países – dentre eles, Estados Unidos, Reino Unido, Chile e Brasil – para o concurso Electrolux Global Design Lab. A equipe Join, dos brasileiros Diogo Lage, Flávio Carrasco e Eduardo Cronemberger, estudantes da Escola Superior de Desenho Industrial
MODA DE JUM NAKAO EM LIVRO E DVD
da Universidade do Estado do
O estilista que chocou a platéia da São Paulo Fashion Week
Rio de Janeiro (ESDI-UERJ), fi-
em junho de 2004, com suas roupas em papel-vegetal des-
cou entre as finalistas. Eles de-
truídas no fim do desfile, acaba de lançar o livro “A Costura do
senvolveram um refrigerador
Invisível”, Editoras Senac São Paulo e Senac Nacional. Além
cuja parte de baixo, ao ser retirada da peça, transforma-se em um
de apresentar os conceitos e a trajetória de desenvolvimento
frigobar com rodas (acima); e também um cooktop que pode ter
da coleção “Desejos”, a obra traz, em mais de 300 páginas,
uma parte deslocada e acoplada ao topo do frigobar (abaixo)!
citações de artistas, escritores e intelectuais, além de refle-
Outra empresa que aposta nos universitários é a Motorola. Por
xões de filosofia, astrologia e psicanálise.
meio de uma parceria com a ESDI-UERJ, foi implementado o Moto-
A publicação inclui também um documentário em DVD, dirigi-
lab, um laboratório de design voltado a estudantes da escola, a
do por Kiko Araújo, que revela todo o trabalho dos profissio-
fim de estimular o estudo do design em celulares. Além de bolsas
nais envolvidos na criação: reuniões, confecção das roupas,
de estudo e um treinamento técnico em telefonia celular para os
performance, reação do público.
participantes, o investimento incluiu uma máquina de prototipa-
www.editorasenacsp.com.br
gem rápida. Por intranet, profissionais de design da Motorola em todo o mundo acompanham o trabalho.
DESIGN & DESIGNERS
A Panamericana – Escola de Arte e Design e a fabricante de móveis
Esse é o nome da série publicada pela editora francesa
Arredamento também firmaram parceria, aproximando alunos e
Pyramyd; são oito livros, cada um apresentando a trajetória
mercado de trabalho. O concurso Job Training Panamericana –
de um profissional renomado em âmbito internacional. Com
Case Arredamento permite aos estudantes de graduação ter
exceção de Christophe Pillet, que atua como designer de pro-
seus projetos de mobiliário produzidos e comercia-
dutos e de mobiliário, além de assinar projetos de arquitetu-
lizados pela Arredamento, com direito aos
ra, design de interiores e exposições, todos são reconheci-
royalties dos produtos.
dos pela maestria em criações de design gráfico: Cédric Malo,
Aos poucos, as indústrias co-
conhecido como Tabas; Étienne Robial; Geneviève Gauckler;
meçam a perceber e a investir
Ruedi Baur e Associados; o iraquiano Reza Abedini; o artista
no potencial dos “novos talen-
gráfico Etienne Bardelli, ou apenas Akroe; e a empresa 9ème
tos”. Iniciativas como essas são
Concept, formada por 12 profissionais com especialidades
sempre bem-vindas!
variadas: designers gráficos, luminotécnicos, fotógrafos,
www.motorola.com.br, www.electro-
pintores, entre outros. www.pyramyd-editions.com
lux.com.br, www.arredamento.com.br
ARTE BRASILEIRA
UMA IMAGEM VALE MAIS...
Nascido em Ingazeiras, CE, o
Os designers Ericson Straub, Hélio de Queiroz,
ar tista plástico Aldemir Mar tins é
Marcelo Castilho e Paulo Biondan reúnem no li-
admirado pela constante experi-
vro “ABC do Rendering”, Editora Infolio, diversas
mentação em seus trabalhos – ex-
técnicas de representação utilizadas no design
plorou a madeira, os papéis de car-
de produtos, oferecendo ao leitor o passo-a-
ta, as telas de linho, entre outros
passo do rendering manual e digital. Segundo
materiais. Com obras que retratam
os autores, a simulação da realidade por meio
sobretudo a natureza e o homem
de linhas, contornos, materiais, texturas, cores,
nordestino, participou de diversas exposições no Brasil e no
além de jogos de luz e sombra, é fundamental
exterior, marcando seu espaço na pintura, na gravura, no de-
para a compreensão e consequente aceitação de um projeto.
senho, na cerâmica e na escultura.
No processo digital, o design é trabalhado em determinados softwa-
Para homenagear esse profissional que completou 82 anos
res, como os da canadense Alias, que lançou no Brasil três novos pro-
em novembro, artistas de todo o país idealizaram um projeto
gramas: Studio Tools 12, Image Studio 2 e Portfolio Wall 2. O primeiro
audacioso, produzido pela Casa de Arte e Cultura Belchior. A
oferece interface mais organizada em relação às versões anteriores;
programação é extensa, com shows e exposições em vários
foi adicionada a função “full screen”, além da ferramenta de cur va
pontos de Fortaleza: Theatro José de Alencar, Galeria de Arte
através de sketch e modos mais detalhados de controle dos fillets,
do Banco Central, unidades do Centro Cultural Oboé, Museu
shaders e environments pré-prontos – agora, um sketch 2D vira pla-
de Arte da Universidade Federal do Ceará e Hotel Caesar Park.
no de construção real, em vistas e perspectivas. O Image Studio 2 re-
Integram a mostra, que fica em cartaz até 28 de fevereiro,
conhece e permite a edição de materiais vindos de outros softwares,
trabalhos de Antônio Henrique Amaral, Claudio Tozzi, José Ro-
aprimorando a renderização fotográfica ou a ilustração do produto. O
berto Aguilar e Ivald Granato, entre outros. A montagem da
Portfolio Wall é usado para apresentações de projetos; integra todas
exposição ficou a cargo do arquiteto Haron Cohen.
as etapas de trabalho em uma mesma interface, facilitando a organi-
Em São Paulo, a Nova André Galeria realizou, entre 15 de
zação e exibição de imagens, filmes e até arquivos de texto.
dezembro e 25 de janeiro, a exposição “Aldemir Mar tins
Editora Infolio: (41) 3014-8657, www.infolio.com.br
‘Designer’”, apresentando vários objetos que trazem es-
Alias: (11) 5182-5899, www.alias.com
tampadas as pinturas do ar tista. Mais informações sobre o projeto em Fortaleza pelo e-mail
REFRIGERADOR PERSONALIZADO
vaialdemirseresteticanavida@yahoo.com.br.
Agora, é possível customizar até a geladei-
Nova André Galeria: (11) 3081-6664.
ra! O refrigerador Brastemp You, da Brastemp, permite ao consumidor determinar a organização interna do produto, incluindo –
PARCEIROS DA ARC DESIGN
ou removendo – acessórios (gaveta de le-
Na matéria sobre a exposição “Loucos por Design”, realizada
gumes, porta-latas, porta-laticínios); optar
no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) em novembro de
por itens como dispenser de água na porta
2004 por iniciativa da revista ARC DESIGN, não falamos de
e painel digital com tecnologia Sexto Senti-
nossos patrocinadores, sempre indispensáveis em qualquer
do, que controla a temperatura de acordo
evento cultural. Suzano Papel e Celulose, Masisa, Giroflex, Tok
com a intensidade de uso; e ainda escolher
& Stok, Coza, Senac e Sebrae foram os patrocinadores da
uma dentre nove cores disponíveis.
mostra, que teve também o apoio das empresas Firma Casa,
O produto é vendido exclusivamente pela
Melissa e Escriba. A todos, os nossos agradecimentos.
Internet, no site: www.brastemp.com.br
2005: O BRASIL (E SEU DESIGN) NA FRANÇA
MÓVEIS EM VIDRO COLORIDO
Três produtos criados pelos
Todeschini. As portas e gavetas de vidro colorido, com moldura em
designers Luciana Martins e
alumínio, são produzidas nas cores gelo, rubi, caramelo, chocolate e
Gerson de Oliveira estiveram
ônix. Os armários destinam-se a cozinhas, home theaters, home offi-
expostos na última Maison & Objet,
ces, banheiros e dormitórios. A linha conta também com montantes
realizada em Paris de 28 de janeiro a 1 de fevereiro. As peças
(colunas) em alumínio que podem ser afixados na parede e agregar
integraram a seção Observatório, que abordou “os novos uni-
prateleiras e cabideiros.
versos imaginários do luxo na casa”, em três “áreas de influên-
Todeschini: (54) 455-8255. www.todeschinisa.com.br
Chega ao mercado nacional a linha Color Glass, da empresa gaúcha
cia”, com um tom voluntariamente provocativo e iconoclasta. – “Pobre: uma utopia do luxo”: o século 21 começa a esboçar um conceito radicalmente diferente de luxo. O “luxo do nada” foi o enfoque do curador François Bernard que, dentre diversos objetos luxuosos de aparente pobreza, elegeu a mesa Pronto Socorro (acima). – “Novos Ricos”: “luxo e excesso são amigos do peito”, afirma a agência Nelly Rody, que selecionou a poltrona Cadê. – “Ultralux... e fez-se a luz”: aborda a luz como matéria e veículo criativo. A luz “acende” o luxo, revela Elizabeth Leriche, que escolheu a luminária Cubo. As peças de Gerson e Luciana também já estão sendo vendidas na Europa pela Objekto, agência especializada
BRASILEIROS PREMIADOS NO IF
na comercialização de design brasileiro.
Doze projetos criados por designers brasileiros ficarão expostos, entre
www.ovo.art.br, www.objekto.fr, www.maison-object.com
março e setembro deste ano, em um dos pavilhões da Hannover Fairs, na Alemanha. Apoiados pelo Design Excellence Brasil, eles receberam –
TODOS NÓS: DESIGNERS E ARTESÃOS
e poderão exibir em seus objetos – o selo IF Product Design Award,
No final do ano passado, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) pro-
um dos mais importantes prêmios de desenho industrial do mundo.
moveu, com o apoio do Sebrae, um encontro entre designers
Dentre os trabalhos premiados, estão: linha Luna, categoria Ilumina-
internacionais, estudantes de diversos locais e artesãos da
ção, design Fernando Prado; Bowl para marinar Origin, categoria
região de Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná. O projeto
Utensílios Domésticos/Residencial, design Gértri Bodini; Mini Pos e
Ñandeva – “todos nós”, em guarani – teve como objetivo
Tira Teima Net, ambos categoria Telecomunicações, design Edson
orientar ar tesãos da fronteira trinacional (Argentina, Brasil
Danta Dias; Dispenser de Segurança, categoria Indústria/Constru-
e Paraguai) quanto às tendências do design, adequando
ção, design Sidney Rufca (abaixo, à direita). A lista completa pode
seus produtos ao mercado. Foram realizadas oficinas de
ser conferida no site www.debrazil.com.br.
carpintaria, couro, cerâmica, ñanduti (artesanato paraguaio),
Em 2004, o Design Excellence Brazil recebeu 150 cadastros de
filigrana, fio e tecido. Nos dois últimos dias, profissionais es-
todo o país e 105 foram inscritos no IF Product
trangeiros participantes do evento – dentre eles, o italiano
Design Award; destes, 79 foram selecionados
Alessandro Guerriero e o francês Philippe Delis – realizaram
como finalistas.
um seminário aberto ao público, com temas relacionados à
Mais informações pelos telefo-
importância do design para o desenvolvimento de comunida-
nes (11) 5187-5100 e 5187-5138
des e a integração de países. www.nandeva.pti.org.br
ou pelo e-mail debrazil@debrazil.com.br.
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Foto Lena Trindade / Livro “Que Chita Bacana”
SABOR DE ENCANTO Quantas expressões um simples pedaço de tecido pode englobar? Mesmo que seja um tecido barato, originário da Índia medieval? A diversidade de seus destinos – antigos e atuais – mostra o poder do design em duas visões distantes no tempo
Maria Helena Estrada O fenômeno “chita 2005” é herdeiro direto da atual ênfase no artesanato, no natural-ecológico, no brasileiro. Embora a história da chita não Foto Marcelo Uchôa / Livro “Que Chita Bacana”
seja bem essa... O tecido, ou melhor, a padronagem desse algodão tem origem na Índia – país que proíbe a reprodução em desenho de animais ou figuras humanas. A solução para a estamparia? Listras e geometrismos, ou seja, o famoso “madras”; e flores, que chegaram ao Brasil passando por Portugal. Em 1498, Vasco da Gama chega a Calcutá e retorna à Europa trazendo na bagagem os tecidos estampados da Índia. Mas as flores dos tecidos indianos eram miudinhas, delicadas. Foi no Bra-
Acima, boi-bumbá em papier maché e chita. À direita, boneco pigmeu em chitão e papier maché utili zado em tea tro ma mu lengo, do mer ca do de ar tesa na to do Re ci fe. No alto da pá gi na, estam pa ca rac te rísti ca da chita: tra ço ingê nuo, com flo res e fo lha gens gigantes, ins pi ra das na na tu reza. Na página ao lado, par ticipantes da festa do Ticumbi ou Bai le dos Con gos, re a li za da em lou vor de São Be ne di to, em Itaú nas (ES)
formatos e tamanhos; foi no Brasil que as grandes flores receberam o fio de contorno, negro, dramático, que as delineia. De acordo com o “Aurélio”, chita é “tecido ordinário de algodão, estampado em cores”. E a chita sempre foi sinônimo de “coisa barata”, do supra-sumo do kitsch. Mas sempre deixou, em nossa memória afetiva, um belo sabor brasileiro – agora recuperado, e declinado em mil objetos, adereços e roupas.
16 ARC DESIGN
Foto Marcelo Uchôa / Livro “Que Chita Bacana”
sil que se deu a explosão de cores (mesmo usando só aquelas primárias),
Foto Marcelo Uchôa / Livro “Que Chita Bacana”
Foto Lena Trindade / Livro “Que Chita Bacana”
À esquerda, rua do Recife decorada para as festas juninas de 2003. Acima, relicário com moldura em chita, criação da artista plástica Vera Souto, de São Paulo. Na pá gi na ao lado, me ni na com som bri nha de chi ta em iga ra pé pró xi mo ao Rio Ta pa jós (PA)
Fenômeno coletivo, sussurrado aos poucos, o reaparecimento da chita revaloriza não apenas os artefatos folclóricos, o trabalho dos bonequeiros do Nordeste, o bumbameu-boi, as figuras dos mamulengos e as roupas caipiras das festas juninas. A chita entra com nobreza na casa contemporânea, faz parte da decoração, é tema e matéria-prima de estilistas famosos. Ela está em capas de caderno, reveste caixinhas, transforma-se em roupa íntima, bolsa, biquíni e vestidos. Uma loja “cool”, como a Conceito, em São Paulo, importa da China objetos em uma chita de vibrante brilho e colorido. Mas não é só isso. Renata Mellão e Renato Imbroisi aprofundaram pesquisas e lançam agora o livro “Que Chita Bacana”, com texto de Maria Emilia Kubrusly e fotos de Lena Trindade. Dois grandes eventos também acontecem em 2005, em São Paulo. O primeiro, uma exposição no Museu da Casa Brasileira – “A Chita na Moda” –, idealizada por Renata Mellão, com curadoria de moda de Dudu Bertholini e realização de A Casa, museu do objeto brasileiro. Foram convidados 11 estilistas famosos, como Reinaldo Lourenço, Gloria Coelho, Marcelo Sommer, entre outros, que falam a linguagem contemporânea da moda em chita.
Foto Mary Azevedo / Livro “Momentum” Foto Lena Trindade / Livro “Que Chita Bacana”
Aci ma, à es quer da, mo de lo tra di ci o nal de bol sa re vi si ta do em chi tão, de sign Ma ri sa Ri bei ro. Na se quên cia, bol sa com ba ba do de chi ta e se men tes, de sign Ales sa. “A Chi ta col lec ti on é a so fis ti ca ção do po pu lar bra si lei ro: chi ta é chi que. To das as pe ças de chi ta são eti que ta das com as se men tes de chi ti nha. Para usar e se me ar”, ex pli ca a de sig ner no li vro “Mo men tum”. Abaixo, à esquerda, criações do designer Renato Imbroisi: tecidos feitos em tear manual com fios de algodão e chitão cor tado em tiras, enrolados em novelos, para serem utili zados no processo de tecelagem. Na sequência, colcha e almofadas de Guiomar Marinho, em algodão com inser ções de chita, feita em tear manual
Foto Marcelo Uchôa / Livro “Que Chita Bacana” Foto Marcelo Uchôa / Livro “Que Chita Bacana”
Foto Divulgação Grupo Corpo / Livro “Que Chita Bacana”
Ao lado, ál buns e ca der nos da Port fo li o bo ok. No alto, à es quer da, pasta san fo na da, cria ção do Ate liê Ma ria Ciça Pini e, à di reita, bol sa em pa lha for ra da inter na mente com chitão, en contra da na Con ceito
Ao lado, pano de fun do do ce ná rio cria do por Fer nan do Vel lo so para o es pe tá cu lo 21, es tre a do em 1992 pelo Gru po Cor po, de Belo Ho ri zon te. Aci ma, ban dei ra do Bra sil de patch work com chi ta, cria ção de Ce cí lia “Loi ra” Cer rot ti para a ex po si ção “Flá vio Im pé rio em Cena”, re a li za da no Sesc Pom péia (São Pau lo) em 1997
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À esquerda, no alto, desfile da Santa Ephigênia no Fashion Rio (verão 2003); na sequência, vestido criado pela Neon, de Dudu Bertholini e Rita Comparato, para a exposição “A Chita na Moda”. Na página ao lado, criação de Reinaldo Lourenço para a mesma exposição
O segundo acontecimento, ainda no início deste ano, será uma enorme exposição no SESC Belenzinho, com curadoria de Renato Imbroisi e arquitetura de Janete Costa. Nos espaços externos do SESC serão instalados
Foto Divulgação Santa Ephigênia / Livro “Que Chita Bacana”
enormes bichos – uma cobra, que é o túnel de entrada; um bumba-meu-boi, em cujo interior haverá uma sala de espetáculos. No conjunto, a recriação de todo o universo do folclore brasileiro. O reaparecimento da chita faz parte de um fenômeno de dimensões muito maiores, que diz respeito a toda a criação brasileira. Priorize-se ou não a qualidade do produto final do novo artesanato, realiza-se hoje um verdadeiro mapeamento do patrimônio popular brasileiro, com a sucessiva apropriação das peculiaridades, dos materiais e dos elementos do fazer artesanal. ❉
CRÉDITOS: Exposição “A Chita na Moda” Idealização: Renata Mellão Curadoria de Moda: Dudu Bertholini Realização: A CASA – casa museu do objeto brasileiro Local: Museu da Casa Brasileira (Av. Brig. Faria Lima, 2.705, São Paulo) Visitação até 20/02/2005, de terça a domingo, das 10h às 18h
Livro “Que Chita Bacana” Idealização: Renata Mellão e Renato Imbroisi Texto: Maria Emilia Kubrusly Fotos: Lena Trindade Publicado por A CASA – casa museu do objeto brasileiro
Foto Jacques Dequeker
Foto Jacques Dequeker
Exposição “Que Chita Bacana” Idealização: Renato Imbroisi Arquitetura: Janete Costa Assistente de curadoria: Liana Bloisi Local: SESC Belenzinho (Av. Álvaro Ramos, 915, São Paulo) Data a definir
MATERIAIS E TECNOLOGIA – PARTE II ARC DESIGN
O que determina hoje, no mundo dos objetos, os aspectos formais e, mesmo, a qualidade de suas prestações? Sem dúvida, os materiais utilizados. Naturais ou artificiais, são eles os responsáveis pela inovação no design. Na edição nº 39 publicamos a primeira parte da pesquisa realizada por ARC DESIGN sobre novos materiais à disposição dos designers no mercado brasileiro. Esta edição completa a pesquisa inicial.
VIDROS Aci ma, Led Bench, de sign Ingo Mau rer, Jo han nes Schmid e Se bas ti an Uter ni öh len. No pé da pá gi na, à di rei ta, de ta lhe das pla cas de vi dro en tre me a das pe los LEDs e pela pe lí cu la con du to ra
VE TRINO
LIGHT POINTS TM
Ma te rial: vidro pla no la mi nado Des cri ção: placas de vidro la mi nadas com imagens. Fo tos ou de senhos são impres sos em uma pelí cu la com pro te ção UV, que é inserida entre as placas de vidro junta mente com a pelí cu la de PVB. A espes su ra mí ni ma do con junto é de 7 mi lí me tros e a má xi ma, 2 centí me tros Apli ca çõ es: mó veis, lu mi ná rias, por tas, di vi só rias, pai néis Fa bri can te: Tergoprint In for ma çõ es: (11) 3822-0800, tergoprint@tergoprint.com.br, www.tergoprint.com.br
Ma te rial: vidro pla no e dio dos emis sores de luz (LEDs) Des cri ção: um “sandu í che” de vidros pla nos abriga, em seu interior, di ver sos LEDs, os quais po dem ser dis tri bu í dos aleatoria mente ou for mar um de senho especí fico. Uma pelí cu la condu tora transpa rente leva energia aos LEDs. Disponí vel em duas espes su ras: 10 e 14 mi lí me tros Apli ca çõ es: mó veis, lu mi ná rias, au tomó veis, displays Fa bri can te: Schott In for ma çõ es: (11) 5693-5569, va leria.salto@schott.com, www.schott.com
Aci ma, mesa Hum, design Ivan Re zen de para a Dpot
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VIDROS Aci ma, as duas fa ces de um la mi na do de vi dro com Van ce va Design: como a pe lí cu la com es tam pa é en vol vi da por duas pe lí cu las co lo ri das (uma em cada face), o resul ta do fi nal pode ex plo rar as com bi na çõ es de co res (no caso da ima gem aci ma, rosa e azul). Abaixo, à esquerda, detalhe evidencia a sobreposição dos filmes
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VAN CE VA DE SIGN
DE COR-LITE
Ma te rial: con junto de pelí cu las decorati vas para la mi nação de vidros Des cri ção: o con jun to é for ma do por uma pe lí cu la de PET, co lo ca da en tre duas pe lí cu las de PVB (po li vi nil bu ti ral). As pelí cu las de PET es tão disponí veis em nove padrõ es de es tampas e três padrõ es de tex tu ras me tá licas, enquanto as pelí cu las de PVB são oferecidas em 12 cores, que po dem ser com bi nadas entre si, interagindo com a es tampa ou o padrão escolhido Apli ca çõ es: mó veis, lu mi ná rias, por tas, di vi só rias, pai néis Fa bri can te: Solu tia In for ma çõ es: (11) 3365-1805, ar qui te tu ra@so lu tia.com, www.van ceva.com/de sign
Ma te rial: vidro pla no impres so Des cri ção: pla cas de vidro com tex tu ra em um dos la dos. Por ser trans lú cido, per mi te con tro le da di fu são da luz. Disponí vel nas cores azul, verde e in color, pode ser colorido por la mi nação. Espes su ras: 4 a 8 mi lí me tros Apli ca çõ es: mó veis, lu mi ná rias, por tas, di vi só rias, pai néis Fa bri can te: Saint-Gobain Glass In for ma çõ es: 0800 125 125, glass@saint-go bain.com, www.sgg.com.br
Aci ma, co zi nha cri a da pelo ar qui te to Nel son Lojo para a Casa Cor SP 2004: des ta que para o uso de vi dro im pres so e se ri gra fa do em pre to na ilha cen tral
VIDRO SE RI GRA FA DO
OPA LIKA TM
Ma te rial: vidro pla no serigrafado Des cri ção: pla cas de vidro tem pera do re cebem es mal te cerâ mi co vi tri fi cá vel, pró prio para su por tar al tas tem pera tu ras (é tem pera do depois para fi car mais re sis ten te). Pro ces so aplicá vel tam bém ao vidro impres so Apli ca çõ es: mó veis, por tas, di vi só rias, lu mi ná rias, pai néis Fa bri can te: Uni ão Brasi lei ra de Vidros (UBV) In for ma çõ es: arq. Claudia Fer rer: (11) 5923-2027, claudia.fer rer@ubvidro.com.br, www.ubvidro.com.br
Ma te rial: vidro pla no colorido Des cri ção: leito so, apre senta alta re sis tên cia a riscos. Na cor bran ca, per mite a di fusão uni for me da luz; tam bém disponí vel na cor pre ta. Espes su ras: 2,75, 4, 6 e 8 mi lí me tros Aplicaçõ es: mó veis, di vi só rias, lu mi ná rias Fa bri can te: Schott In for ma çõ es: (11) 5693-5569, va leria.salto@schott.com, www.schott.com
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METAIS Acima, mesa e suporte Okinawa, em Alurevest, design Julio Sannazaro e Flávio Verdini
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Aci ma, pen den te Glos, em aço ino xi dá vel co lo ri do, design Baba Va ca ro
ALU RE VEST
AÇO INO XIDÁ VEL CO LO RIDO
Ma te rial: alu mí nio Des cri ção: total mente em alu mí nio, a placa é pré-pintada pelo sistema coil coating – pro cesso industrial au tomatizado para aplicação de tinta lí quida –, ga rantindo uni for midade da cor por mais tempo e maior re sis tên cia a agentes ex ter nos. O lado inter no tam bém recebe pintu ra pro te tora in color. Com 1,5 milímetro de espessura, a chapa pode ser dobrada ou cur vada com facilidade. Além das cores de catálogo, outras tona lidades po dem ser de senvol vidas sob en comenda Aplicações: comunicação visual, mobiliário, objetos decorativos Fa bri can te: Alcoa In for ma çõ es: (11) 5509-0278, cynthia_pi res@alcoa.com.br, www.alcoa.com.br
Ma te rial: chapa colorida de aço inoxidá vel Des cri ção: a co lo ra ção re sul ta de tra ta men tos quí mi cos e ele tro quí mi cos, sem uso de pig men tos ou co ran tes, o que ga ran te mai or re sis tên cia à cor ro são e pro te ção a rai os ul tra vi o le ta. Disponí vel nas cores bronze, mar rom, grafite, pre ta, azul, dou rada, púr pu ra e verde, a chapa é pro duzida em 1,2 x 2 me tros, com es pes su ra que va ria de 0,4 a 2 mi lí me tros. O acaba mento pode ser polido ou escovado. Per mite operaçõ es de cor te, dobra e es tampagem quando o pro du to é envol vido em um fil me de PVC ou polie ti leno Apli ca çõ es: maqui ná rio e equi pa mentos da indús tria me talmecâ nica, comu nicação vi sual, mó veis, pai néis, di vi só rias, obje tos decorati vos Fa bri can te: Inox color In for ma çõ es: (31) 3224-6534, comercial@inoxcolor.com.br, www.inoxcolor.com.br
Aci ma e abai xo, amos tras de diversos pa drõ es das cha pas per fu ra das de co ra ti vas pro du zi das pela Per me tal
Aci ma, cha pas de Mega Wave cum prem a fun ção de por tas na co zi nha pro je ta da por Luiz Ma ri nho com mo bi li á rio Roma Mo bi li. Abaixo, detalhe do encaixe tipo gaveta
CHA PA PER FU RA DA DE CO RATI VA
MEGA WAVE
Ma te rial: chapa de aço, aço inox, alu mí nio, cobre, chum bo, latão, monel, zin co, além de cer tos plás ticos, fi bras e la mi nados, com per fu raçõ es decorati vas Des cri ção: a per fu ra ção é fei ta em cha pas de 0,3 a 19 mi lí me tros. Po dem ser pro du zidos di ver sos ti pos de furo: hexagonais, lo sangu la res, oblongos, quadrados, redondos, re tangu la res e alguns especiais sob consulta, como desenhos, logotipos e tex tos. A chapa pode ser aplainada, cur vada, dobrada, soldada, cortada e estampada. A super fí cie pode ser ano dizada, cromada, gal va ni za da a fogo, ou ain da ele tro li ti ca men te ni quela da e pin ta da com re si na de po li és ter ou epó xi Apli ca çõ es: mobi li á rio, di vi só rias, obje tos decorati vos Fa bri can te: Per me tal In for ma çõ es: (11) 6462-2205, www.per me tal.com.br
Ma te rial: pai nel de alu mí nio ondu lado Des cri ção: fai xas ondu ladas com 5,9 mi lí me tros de altu ra e 1,5 mi lí me tro de espes su ra, en cai xadas uma na ou tra (tipo gave ta). Inter na mente, o pro du to recebe aplicação de uma guar ni ção em nái lon. Pode ser pro duzido em per fis de alu mí nio com acaba mento fosco de até 6 me tros de compri mento Apli ca çõ es: mobi li á rio, pai néis, di vi só rias Fa bri can te: Ci nex In for ma çõ es: 0800 704 4900, ci nex@ci nex.com.br, www.ci nex.com.br
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HÍBRIDOS Acima, cozinha com tampo em Silestone
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Aci ma, o Top Form re ves te mó veis e pa re des no quar to de bebê pro je ta do por Lia Car bo na ri para a Casa Cor SP 2004
SILES TO NE®
TOP FORM®
Ma te rial: mescla de re si na de poli és ter e mi nerais natu rais Descri ção: compos to por 93% de quart zo, si lí cio e cris tal e 7% de re si na de poli és ter e pig mentos especiais, o material apre senta bai xa ab sor ção de lí quidos, elevada re sis tên cia a subs tân cias quí mi cas, flexão, fric ção e impac to, além de fá cil ins ta lação e ma nu tenção. Disponí vel em chapas de 3,02 x 1,33 me tro e 3,02 x 1,38 me tro, nas espes su ras de 1,2, 2 e 3 centí me tros, oferece ampla va riedade de cores, for mas e acaba mentos Apli ca çõ es: mó veis, tampos, ban cadas Fa bri can te: Si les tone In for ma çõ es: (11) 3687-8737, si les to ne@uol.com.br, www.si les tone.com.br
Ma te rial: la mi nado decorati vo de alta pres são com imagem Des cri ção: a lâ mi na de For mica® tem sua super fí cie inter na impres sa com imagens per sona lizadas. O sis tema pos si bi lita a impres são de de senhos, ilus traçõ es, imagens fo tográ ficas e cores especiais, for necidos em ar qui vo pelo cliente. Como a imagem está in cor porada à chapa, a mes ma não so fre desgas te. Espes su ras va riam entre 0,2 e 15 mi lí me tros Apli ca çõ es: mó veis, pai néis, di vi só rias Fa bri can te: Art fix In for ma çõ es: www.art fix.com.br
Aci ma, de ta lhe da tex tu ra da cha pa de Re ci plac tipo APL. Abai xo, a cha pa tipo PA
Acima e abaixo, baú e mesa executados com Laminato
RE CIPLAC
LAMINATO
Ma te rial: chapas de em ba lagens Longa Vida Des cri ção: feitas a par tir de resí duos de em ba lagens tipo Longa Vida, são resistentes à umidade e ao ca lor (resistem a até 80ºC). Disponí veis em chapas de 1,10 x 2,20 me tros com espessu ras que va riam entre 2 e 14 mi lí me tros. Disponí vel em dois acaba mentos: APL (com revesti mento in color, dei xa à mostra o material) e PA (revesti mento em bran co ou cinza) Apli ca çõ es: di vi só rias, pai néis, mó veis, em ba lagens, componentes au tomo ti vos Fa bri can te: Reci plac In for ma çõ es: (19) 3404-6151, re gi plac@uol.com.br, www.reci plac.com.br
Ma te rial: laminado decorativo de alta pressão com imagem Des cri ção: a imagem é in cor porada à chapa de Fór mica® du rante o pro ces so indus trial, o que a pro tege de riscos e ou tras agres sõ es ex ter nas, como raios ultraviole ta. Per mite grande va riedade de acaba mentos: tex tu rizado, bri lhante, frost, entre ou tros Apli ca çõ es: móveis, painéis, divisórias Fa bri can te: Tergoprint In for ma çõ es: (11) 3822-0800, tergoprint@tergoprint.com.br, www.tergoprint.com.br
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NO LIMITE DA TECNOLOGIA Inovação tecnológica e design diferenciado: máxima adotada pelas empresas fabricantes de artigos para atividades físicas. Produtos são desenvolvidos para revolucionar a performance dos atletas na terra, na água, no ar... E as sim o fa zem. A ex po si ção “Sport & De sign”, promovida pela entidade francesa VIA, reúne os novos paradigmas da prática esportiva.
Vanessa Domingues Início do século XX. Jogadores de futebol entram em campo, vestindo uma “touca” (?). Para a colocação de uma câmera inflável de borracha no interior da bola, existe uma abertura que é fechada por um cordão. Esse cordão fica pendurado do lado de fora, podendo
Fotos Divulgação
causar ferimentos na cabeça dos atletas (!). Mais tarde, um (pequeno) avanço: costura interna. O problema restringe-se aos dias de chuva, quando o couro encharca, deixando a bola, claro, demasiadamente pesada. Ano de 1938. A chuteira direita do atacante Leônidas estoura durante partida contra a Polônia, na Copa do Mundo. Ele permanece no jogo e marca um gol, enquanto o calçado recebe “ajuda profissional”. Já é proibido jogar sem o uniforme completo, mas, devido à forte chuva, o barro encobre seu pé, e o gol acaba sendo validado. Ano de 2004. Atletas desfilam uniformes em tecido sintético; o suor é absorvido com rapidez, evitando a proliferação de bactérias e garantindo conforto térmico.
No alto da pá gi na, ócu los Spe e dli te, da Spe e do: as len tes fo ram cria das após estu dos para identi fi car as re giões da ca be ça e dos olhos que apresentavam mai or atrito com a água – tec no lo gia utilizada no Fast Skin FS II, traje para nadadores que reduz a vibração e oscilação da musculatura. Ao lado, bola Roteiro®, da Adidas: a nova técnica de laminação, em conjunto com o processo de costura mecânica, garante precisão na trajetória, menor absor ção de água e resistência à abrasão
À di reita, na da dei ras FLP 500 Tri bord, da De cath lon Crea ti on, design Jean Marc Sey nhae ve, 2003: pro du zidas em con junto com a in dústria de cal ça dos es por ti vos, tra zem o con ceito Easy Pro pul si on. Um ae ro fó lio, fi xa do na par te da fren te, re duz o atri to com a água, o que oti mi za a po tên cia do nado e mi ni mi za o ras tro, evi tan do fa di ga mus cu lar mes mo após uti li za çõ es pro lon ga das
As chuteiras distribuem o peso e a massa de forma inovadora; o pé experimenta estabilidade e os chutes ganham potência. A bola tem costura quase imperceptível e os gomos aparecem leves e estáveis; as jogadas tornam-se velozes e precisas. Futuro transforma-se em presente. Nos esportes, tecnologia e performance andam lado a lado, jogam na mesma equipe, brigam em conjunto pelo prêmio maior: a superação de limites. Empresas do mundo inteiro apostam no binômio, investindo maciçamente em produtos capazes de influenciar o desempenho de atletas profissionais ou amadores. O diferencial na corrida pelo primeiro lugar tem nome conhecido: design – a ferramenta estratégica para a competitividade, instrumento de progresso. Comprovações puderam ser vistas na exposição “Sport & Design”, realizada em Paris, França, entre 3 de setembro e 26 de dezembro de 2004, pelo Valorisation de l’Innovation dans l’Ameublement
À direita, tênis Adidas 1, da Adidas: capaz de realizar 5 milhões de cálculos por segundo, o microprocessador ajusta o amortecimento ideal de forma suave, com níveis que variam de macio a rígido. O sistema funciona com uma bateria que dura até 100 horas. O tênis chega ao mercado brasileiro em março de 2005
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Aci ma, à es quer da, ja que ta Va por Bowl, da Pa ta go nia: criada para praticantes de esportes de inverno, possui ca nais ver ti cais no for ro e pro te to res im per me á veis em náilon so bre os om bros que asse gu ram o con for to tér mi co. Na sequência, luva Sel fheat Que chua, da De cath lon Crea ti on, design Cé dric Ca pri ce e Vin cent Chif fo leau, 2002: uma pe que na cáp su la, fe cha da por uma tam pa, per mite que o usu á rio ex pi re no inte ri or da luva; o ar aque ce as mãos por cer ca de 15 mi nu tos
(VIA), instituto dedicado à promoção e valorização do design de peças para a vida contemporânea: mobiliário, iluminação, utensílios domésticos e objetos decorativos, entre outros itens. Mais de 200 produtos provaram a importância do design, associado à engenharia, para o desenvolvimento de artigos esportivos destinados ao público em geral. Novidades incríveis que transfiguram diferentes modalidades esportivas. Para a corrida, o destaque é o Adidas 1. O microprocessador embutido no solado calcula o amortecimento necessário de acordo com o tipo de terreno – o suficiente para a prática com risco mínimo de lesão muscular. Os aventureiros podem contar com o colete/mochila Extreme Runner, da Eider. O produto ajusta-se ao corpo, mantendo a liberdade de movimento, sem comprometer a ventilação. A bolsa na parte de trás é adaptável de acordo com o volume da bagagem.
Acima e à esquerda, Rando Sit, Decathlon Creation, design Arnault Gournac, 2004: o bastão de caminhada, com estrutura em carbono e magnésio, transforma-se em assento. O apoio para a mão se divide; sobre as duas par tes, o usuário se acomoda e descansa no “banco” em gel. À direita, chuteira Cellerator Zero, da Puma: desenvolvida para superfícies naturais rígidas, a chuteira, com a par te superior em microfibra, proporciona, por meio de tecnologias exclusivas, estabilidade e amor tecimento ideais
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Nesta página, macacão de couro para motociclistas Bora Prof, da Dainese: protetores termoformados para os ombros, com revestimento ex terno em titânio, além de inser ções especiais para pescoço, costelas, braços, coxas e região lombar da coluna garantem segurança sem abrir mão do confor to. Resistente e ergo nô mi co, está dis po ní vel em vá rias co res e versõ es – o tra je pode ser feito tam bém sob me dida
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À di rei ta, In fla te Tent, da De cath lon Cre a ti on, de sign Ar nault Gour nac, 2004: ide al para passei os ou aventu ras, o pro du to é fá cil de trans por tar e montar – in fla-se em pou cos instantes. Im per me á vel e bastante resistente à abra são, pode ser usa do à par te ou inte gra do a ou tras bar ra cas
Os óculos Speedlite, da Speedo, fazem a diferença nas competições de natação. Seu formato hidrodinâmico reduz – e quase anula – o coeficiente de arrasto na água. A jaqueta Vapor Bowl, da empresa Patagonia, foi criada para os praticantes de esportes de inverno. Além de oferecer resistência à água e ao vento, traz, em um dos bolsos, aparelho de comunicação ou tocador de MP3. Apenas alguns exemplos de como a combinação design/tecnologia pode contribuir para a performace esportiva. ❉
Aci ma, co le te/mo chi la Ex tre me Run ner, da Ei der: a tec no lo gia Air Co o ling con fe re ao pro du to le ve za e boa ven ti la ção, evi tan do que o usu á rio trans pi re ex cessi va men te. À direita, Spore Shoes, Monsieur Faltazi: criado para praticantes de windsurfe, o calçado permite boa ventilação no pé, além de oferecer estabilidade na prancha. A tecnologia empregada envol ve a utilização de laser para solidificar uma resina líquida dentro da forma predeterminada. O processo é totalmente computadorizado, sem qualquer inter venção humana
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À di rei ta, Fit ness Ca bi net, da De cath lon Cre a ti on, design Phi lip pe Vahe, 2004: a “ma le ta”, de 30 x 90 cen tí me tros, trans for ma-se em uma pe que na es ta ção fit ness. As pe ças ajus tá veis e os acessó ri os dis po ní veis possi bi li tam a exe cu ção de exer cí ci os car di or res pi ra tó ri os, para mús cu los su pe ri o res e in fe ri o res. Além disso, um ta pe te pode ser es ten di do para ati vi da des de re la xa men to
O design do tênis Rio Move, lançado pela Nike no Brasil, é resultado de pesquisas, na praia! O estudo revelou, por exemplo, que correr na areia demanda esforço 1,5 vez maior, se comparado ao desgaste em solo duro. As descobertas conduziram ao desenvolvimento de um calçado específico para a prática esportiva nesse ambiente. E, com a criação nos pés, o desempenho dos atletas fica, invariavelmente, melhor... A parte superior em micromalha vazada evita o acúmulo de areia, proporcionando conforto e boa ventilação. Os entalhes direcionais do solado oferecem tração na areia e amortecimento em superfícies rígidas. As extremidades arredondadas não deixam o pé afundar, o que aumenta a estabilidade e a eficiência. A coleção conta ainda com o Rio Sock, para atividades variadas, como futebol ou vôlei; com o Air Rio Strand, para corridas pelas ruas e avenidas litorâneas; e com o chinelo Rio Slide, para passeios. Embora não tenha participado da exposição “Sport & Design”, o tênis Rio Move também evidencia a influência do design na performance dos atletas
Acima, veleiros para terra, da Seagull: usados para lazer ou competição, os monotipos são produzidos em fibra de vidro, com estrutura em ferro. O apoio para os pés pode ser ajustado de acordo com a estatura do piloto. À esquerda, bicicleta Cross Pro, da Audi: ambas as rodas são equipadas com sistemas de suspensão e amortecimento. Os amortecedores funcionam por meio de componentes hidráulicos; a suspensão é pneumática ou utiliza molas de aço. A frenagem é feita com discos hidráulicos ventilados, garantindo segurança mesmo em pisos úmidos. Pesa 11,9 quilos
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DESIGN (APENAS?) CARIOCA Pre cur so res do de se nho in dus tri al bra si lei ro com a fun da ção da Es co la Su pe ri or de De se nho In dus tri al (ESDI), na dé ca da de 1960, contando ainda com a presença de Joaquim Tenreiro e Sergio Rodrigues, o design carioca, no entanto, chega tímido ao final dos anos de 1990. O livro e a mostra Momentum fazem o resgate de sua produção atual
Foto
Divu
lgaç
ão
Maria Helena Estrada
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No alto da pá gi na, capa do li vro “Mo men tum: Design Con tem po râ neo no Rio de Ja nei ro”. Ao lado, pol tro na Ravel lo, cria da em 2001 por Ri car do An to nio para o au di tó rio pro je ta do por Os car Ni e me yer na ci da de de Ravel lo, Itá lia; pro du ção Pol tro na Frau
Design no Rio de Janeiro. Em busca do tempo perdido? Na leitura do livro agora editado ressalta um certo saudosismo, declinações em primeira pessoa, a lembrança ainda vigorosa da velha Escola de Ulm (Alemanha, 1953) e dos feitos da ESDI (RJ, 1962).
Im ag en s Fil ip e Oz eli n
Na primeira visão do repertório publicado chama atenção a fraca presença da indústria em grande parte da produção. O artesanato e a “produção própria” predominam em certas tipologias, mas quando se fala em desenho industrial os exemplos são importantes, respiram maturidade, inovação e excelência: três carros, dois ventiladores, diversos equipamentos urbanos, uma lancha, um calibrador eletrônico de pneus, uma poltrona produzida na Itália, além do mobiliário do mestre da madeira, Sergio Rodrigues. O texto do livro, mais que analítico, é histórico, permeado de nostalgia e do desejo de qualificar a cidade e seu “clima” como raiz e mola propulsora da criatividade de seus designers. Em seu depoimento, Bernardo Senna compara e aproxima o estilo na criação ao “estilo” da cidade. “O Rio possui uma alma própria, singular” .... “A riqueza da multiplicidade de estímulos, e seu ambiente como linha mestra, define estilos na criação”; falando sobre a escolha dos produtos presentes no livro, explica: “...produtos e idéias que exemplificam a situação da disciplina no Rio de Janeiro com sua essência sensual, universal, divergente,
Aci ma, ban ca de jor nais e re vis tas Fonky Gribs, design Bru na Chian ca, Fe li pe Oze lin e Lu cia na Pszczol, 2001; ain da em pro tó ti po, re ce beu o Prê mio Sam sung de Design. Abai xo, lan cha Co bra 42 Ex press, com teto re trá til, design Guto In dio da Cos ta e Mar tin Bir tel, 2000; pro du ção Co bra Náu ti ca
única”. O designer de moda Oskar Metsavaht enfatiza a informação e traduz o design carioca como um “estilo tropical/urbano/chique, a cara do Rio”. Nosso país é grande e diverso, mas a informação nos alcança, mesmo com os pés na areia. Um planador, um aeroplano anfíbio, um medidor de ar são a tradução do espírito carioca? Nota-se, nos textos publicados no livro, uma forte discrepância entre os bons
Ima
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in art
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tel
Foto Divulgação
Acima, apoio de livros, design Alexandre Teixeira, 2002, em aço dobrado galvanizado e alumínio estampado; produção Novum. Ao lado, Volkswagen Spot, de Marcos Costa, 2003, projeto conceitual
Ima
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isa e El Dore o i ic Fa b r agem
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Bilé
Aci ma, Life Cycle, sis te ma de ca dei ras para es tá dio, design Fa brí cio Dore e Eli za beth Hur ta do, 2001. Ain da em pro je to, é um pro du to-ser vi ço: assen to e en cos to são co mer cia li za dos, en quan to a es tru tu ra é alu ga da, sen do a em presa lo ca tá ria res pon sá vel pela ma nu ten ção
Imagem Wagner Ziegelmeyer k Go m es Fo to Pa tr ic
exemplos de design criado no Rio, ou por designers cariocas, e a insistência na redução do design à medida da cidade. Mas onde explode o espírito carioca nesse design brasileiro? Certamente no descompromisso, na liberdade sem preconceitos da nova geração. Na moda. Na chita, na bola de gude do colar, no pneu recortado em pulseira, no belo (e útil) prendedor de roupas, já produzido industrialmente. Será que esta nova geração também se quer herdeira de Ulm, também se quer apenas carioca? Parece haver, no Rio, como em todo o Brasil, uma ruptura no fazer da nova geração. Sentimos, no livro, a falta de ao menos um depoimento desses novos criadores, seu testemunho declarando a que vieram, como encaram a produção contemporânea dos objetos. O grande mérito do livro, em nossa opinião, é trazer a público o belo e variado repertório do design carioca, antes pouco conhecido. É dar a conhecer as diversas gerações de designers ali reunidos e sentir as transformações pelas quais passa o design brasileiro. “Design Contemporâneo no Rio de Janeiro: Momentum”, edição do Centro de Design do Rio de Janeiro, publicado pela Viana & Mosley. Não o percam! ❉
Foto Erik de Barros Pinto
Foto Divulgação
Aci ma, Har pia, pla na dor de Gus tavo Russi, 2004, pro je to con cei tual. À es quer da, anel Grow, de An to nio Ber nar do, 2004. À di rei ta, bol sa Ma ria Pau la, 2004, design Gil son Mar tins; pro du ção G. Blu es. No pé da pá gi na pol tro na Diz, design Sergio Ro dri gues, 2001; fa bri ca ção Lin bra sil
Foto Mauro Kury
Foto Tiago Moraes
Acima, a par tir da esquerda: mesa Vai com as Outras, de Claudia Moreira Salles, 2001; ventilador Spirit, de Indio da Costa e Bir tel, 2003; linha Vila Rica, de Carlos Alcantarino, 1999, em estanho, produção John Somers; colar Nave, de Mana Bernardes, 2003, em gemas de vidro e rede plástica, produção própria
Fotos Bernardo Eckhardt
Foto Andrés Otero
Foto Divulgação
PROJETOS JÁ PUBLICADOS EM OUTRAS EDIÇÕES DE ARC DESIGN
Aci ma, IGO, de Ber nar do Ec khardt, 2002; pro du ção IGO Design e Thur ler flex. Abai xo, à es quer da, ca li bra dor ele trô ni co de pneus, design Joa quim Re dig, 1996, pro du zi do pela Drresser; na se quên cia, ca dei ra Loop, design Jorge Lo pes, 2003, em fo lha de po li pro pi le no com dois cor tes a tesou ra; pro du ção pró pria
Foto Divulgação
Foto Jorge Lopes
Foto Tiago Moraes
Foto Tiago Moraes
Foto Tiago Moraes
Foto Divulgação
Foto Marcos Morteira
Foto Nelson Lopes
Acima, a par tir da esquerda: Poltrona Fatiada, de Dalcácio Reis, 2004, em EVA; ventilador Aliseu, da NCS Design, 1993/4; garrafa térmica Aladdin, 1995; ca ne tas Surf, 1999, pro du ção Com pac tor; quios que Orla Rio, 1998, os três cria dos por Guto In dio da Cos ta e co la bo ra do res
Ao lado, lu mi ná ria Ca sual, de Nel son Lo pes, 2003; fa bri ca ção pró pria. Abai xo, fo gão Três, de Tia go Pinto, 2003, pro tó ti po com duas bo cas e um mi ni for no que se trans for ma em uma ter cei ra boca
Ima
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LUMINOTÉCNICA
UM ESPETÁCULO À PARTE Nesta segunda matéria da série, o lighting designer Guin ter Pars chalk fala da ín ti ma relação entre luz e festa. Por meio da “simples” técnica de iluminar, ele mostra como é possível influenciar – ou quem sabe, definir – o clima do evento: formalidade, introspecção, alegria, romantismo...
Guinter Parschalk Redação de Vanessa Domingues
Reunião de negócios, ciclo de palestras, comemoração de aniversários, encontro com amigos. Em um mesmo ambiente, como a área de convenções de um hotel ou o salão de festas de um edifício, são organizados eventos diversos, todos com características peculiares. Arquitetonicamente nada se modifica; no entanto, a atmosfera se transforma de acordo com o acontecimento. De que maneira? Pela luz! É fundamental que a própria infra-estrutura de iluminação desse lugar “multiuso” ofereça flexibilidade e dinamismo. Em outras palavras, além da iluminação geral, adequada às tarefas do dia-a-dia – limpeza e manutenção –, é interessante projetar outra capaz de rece-
cenográfica, iluminando mais as paredes e menos o piso, por exemplo. Outra sugestão é o uso de efeitos dimerizáveis. Assim, de modo extremamente simples, controla-se a intensidade 44 ARC DESIGN
Foto Guinter Parschalk
ber equipamentos extras para explorar o local de forma
Abaixo, acesso à danceteria Ébano, localizada na Vila Olímpia, São Paulo, projeto luminotécnico de Guinter Parschalk: lâmpadas halógenas e de vapor metálico destacam a vegetação; lâmpadas de vapor metálico, com filtro azul, iluminam, de baixo para cima, os espelhos d’água
Foto Guinter Parschalk
da luz. Tomadas comandadas e com dimmers podem ser instaladas em pontos estratégicos: solução que otimiza o aproveitamento do espaço, pois os acessórios são facilmente deslocáveis, e impede desperdício de capital, uma vez que esses aparelhos podem ser alugados. Não é nada inteligente adquirir luminárias que serão utilizadas somente de uma a cinco vezes ao ano. Para dar cor ao ambiente, são recomendados instrumentos específicos, como holofotes ou canhões de luz, os quais permitem a colocação de filtros ou gelatinas. Pensemos, agora, em luminotécnica para integrações em residências. Ponto-chave: controladores de luz. O dimmer constitui ferramenta insuperável para qualquer tipo de confraternização. Se a ocasião for introspectiva, acolhedora, abaixe a luz; se for animada, festiva, clareie o recinto! Caso haja um objeto a ser realçado, como bolo de aniversário ou peça decorativa, a luz geral reduzida reforça o destaque da iluminação pontual.
Foto Ronaldo Aguiar
Aci ma, à es quer da, bar/res tau ran te da dan ce te ria Éba no: para a ilu mi na ção ge ral, lâm pa das ha ló ge nas, com ge la ti nas em tons quen tes; a luz é di fun di da por re ba te do res em ma dei ra e te ci do. Abai xo, pro je to de Fe lip pe Cres cen ti no gal pão de uma fa zen da no in te ri or pau lis ta, para co me mo rar ani ver sá rio; luz e di fe ren tes ma te ri ais tra ba lham em con jun to, com ple men tan do-se de for ma har mo ni o sa
Com o contraste gerado, o produto se sobressai.
corporativo, depende da conversa objetiva e sincera
Durante um jantar formal, com culinária elaborada e
entre cliente e profissional. O nível de sofisticação
lugares definidos, a melhor alternativa é a luz dramá-
esbarra em dois itens: a importância que o mora-
tica, que gera maior contraste entre claro e escuro. Na
dor/proprietário dá à luz e sua disponibilidade finan-
mesa, pode ser usada uma luz intensa focada em cer-
ceira. É preciso conhecer seu estilo de vida. Se ele
tos componentes – nos copos de vinho, por exemplo.
gosta de organizar jantares semanais e receber ami-
Quando a ocasião for informal, a iluminação pode ser
gos, é interessante dispor de uma luminária especí-
mais clara e uniforme.
fica, com porta-filtros, ou ainda um sistema que pos-
Em um encontro a dois, ou entre casais, a disposição
sibilite a programação de cores. Se os encontros fo-
de velas, sem dúvida, proporciona romantismo. A
rem esporádicos, um spot convencional, embutido
chama sofre a ação do vento, evidenciando seu poder
ou não, com lâmpada halógena pode ser o suficien-
de cintilação. É essencial, porém, considerar a prati-
te. Cores podem ser obtidas com sistemas sofistica-
cidade e a segurança. Posicionar a vela no centro da
dos, tipo RGB, passando por filtros, gelatinas, ou,
mesa pode dificultar a passagem dos pratos e ainda
em casos mais simples, de pouca duração e baixa
provocar acidentes!
exigência, com meros pedaços de papel celofane!
Vale frisar também que a luz organiza e ordena o local.
Sofisticadas ou singelas, íntimas ou públicas, formais
Obstáculos ou desníveis devem ser marcados por velas
ou casuais. As festas ganham sentido especial conforme
ou luzes artificiais apropriadas para o ambiente.
a iluminação planejada. Luz e sombra, quando bem
O sucesso de um projeto luminotécnico, residencial ou
dosadas, fazem o espaço traduzir intenções. ❉
Foto Ronaldo Aguiar
Abai xo, pro je to assi na do tam bém por Fe lip pe Cres cen ti, no jar dim de uma resi dên cia em São Pau lo, para fes ta de de bu tan te. A luz am bi en te com base âm bar é re cor ta da por fei xes de luz bran ca. Co res for tes – ver de, ver me lho, azul, li lás, en tre ou tras – in va dem o es pa ço, al ter nan do-se por meio do sis te ma Moving Light, pro por ci o nan do uma at mos fe ra de mis té rio e dra ma ti ci da de
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18º PRÊMIO DESIGN MUSEU DA CASA BRASILEIRA
PREMIAR O QUÊ? E POR QUÊ? O Prêmio Design Museu da Casa Brasileira é, sem dúvida, o mais importante, se não do Brasil, ao menos do eixo Rio – São Paulo. Em sua 18ª edição, por que ainda não alcançou a ampla notoriedade nacional?
Maria Helena Estrada e Winnie Bastian O Prêmio tem revelado muitos jovens designers, tem privilegiado diferentes vertentes do design – escolha que varia em função da própria composição do júri –, tem procurado trazer a participação da indústria e contempla diversos segmentos da produção nacional. O regulamento mostra-se perfeito e abrangente. Mas é em razão dessa própria abrangência, posta em confronto com a finalidade principal do concurso – premiar o design –, que transparece a falta de identidade na premiação. A dispersão de conceitos, nos parece, deveria entrar na pauta como um novo argumento a ser discutido, examinado, servindo de base para uma reformulação do regulamento da premiação. Sabemos que é uma ação difícil, que envolve esferas oficiais, mas vale a tentativa – ou o exercício. O regulamento atual já tem passado por constantes aprimoramentos. Vamos aprofundar a discussão? Talvez fosse necessário premiar o design e a tecnologia em categorias diversas? E que tecnologia seria essa? A simples reprodução do que já se faz na Europa, ou o resultado da competência brasileira? Acreditamos que, em razão dessa indefinição, surjam a cada ano mais fogões, mais cubas de pias, torneiras e similares, tipologias que sabidamente seguem apenas uma tendência internacional. Mas em toda regra há exceções, e este ano havia dois produtos nas tipologias “maquiáveis”, que apresentavam soluções inovadoras: um condicionador e um purificador de ar. Mas abrir a premiação para aparelhos hospitalares? Não seria alargar demais o conceito de “casa brasileira”? O Prêmio talvez esteja tentando englobar tudo. Mas tudo é muito, e abre brechas que deixam escapar critérios necessários e preciosos para a criação da identidade do concurso. Quais os produtos que se destacaram, na opinião de ARC DESIGN?
Foto Andrés Otero
Por que ainda não encontrou uma identidade própria, forte e coerente?
Foto Andrés Otero
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Foto Andrés Otero
Foto Andrés Otero
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Acima, luminária Disco. Com três lâmpadas halopin, emite sempre luz indireta; o diafragma regula a intensidade da luz direta ao girar o pino central. Design André Wagner para a Lumini. Na página ao lado, luminárias de piso e teto da linha Luna: duas lâmpadas halopin de até 60W, com sistema de iluminação por rebatimento em anteparo giratório orientável, em alumínio frisado; corpo em alumínio. Design Fernando Prado para a Lumini.
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Acima e à esquerda, purificador de ar Airfree P80: três partes plásticas idênticas e outra translúcida, que estrutura todo o conjunto; um molde único e simplificado (sem gavetas) reduziu o volume de investimentos e viabilizou o projeto. Destaque para os micro-recessos, sugerindo que o produto estaria “respirando”. Projeto Indio da Costa Design. Abaixo, cadeira infantil Maneric: em polipropileno extrudado (Polionda), é leve, barata e resistente; para crianças de 1 a 3 anos. Design Hok Inovação
A categoria Iluminação foi o ponto alto desta edição do concurso. Os dois premiados traziam inovações reais no que se refere ao funcionamento das luminárias, não se detendo apenas ao aspecto formal – bemresolvido em ambas, aliás. São peças que exploram a criatividade no desenho como forma de driblar a falta de tecnologia avançada. Na linha Luna, o destaque é o “dimmer mecânico”: a luz é refletida em um anteparo circular giratório, com uma face preta e a outra branca. Quando a face preta é exposta, reduz-se a intensidade da luz em 50%. A luminária pendente Disco também regula mecanicamente a intensidade da luz: um diafragma, acionado por um pino no centro do disco, regula o uso da luz direta. Simples e eficaz, como costumam ser os projetos de André Wagner. Ainda na “esteira” da simplicidade inteligente, merece Acima, pufe UoooU: articulado, se deforma conforme a maneira de sentar. Estrutura interna em perfis de PVC extrudado com encaixe macho-e-fêmea, revestidos por manta em espuma de poliuretano de alta densidade e capa protetora fixa em malha. Acabamento em capa removível de lycra dublada com espuma de silicone. Design Renata Martins Moura
destaque o Módulo Expositor criado por Mauro Drummond. As caixas de papelão utilizadas no transporte se transformam nos próprios expositores, com o auxílio de cortes e dobras e a fixação com varetas em madeira e elásticos. Outra idéia simpática e engenhosa é o porta-
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Abaixo e à direita, Módulo Expositor: de fácil montagem e desmontagem, é leve e resistente. Utiliza apenas a técnica de corte nas caixas e dobra para a peça do fundo; varetas de madeira e elásticos atuam na fixação. Design Mauro Drummond
protetor solar, em forma de anel. Na vertente oposta – a industrial com alta tecnologia –, o condicionador de ar Maximum Platinum 10000 incorpora aletas que se movimentam automaticamente, melhorando o sistema de distribuição do ar. Seu desenho, além de original – introduz uma tela metálica inédita nesse tipo de aparelho –, elimina a necessidade das molduras dos condicionadores de ar convencionais. Finalmente, eleito por ARC DESIGN e pelo júri, o automóvel urbano 828/2, cuja primeira versão foi criada em 1982 por Anisio Campos. Em 2001, o projeto foi retomado pela equipe de design da Obvio!, e mais de cem itens foram redesenhados. Um projeto que demandou vários anos de trabalho e cujo resultado traz soluções ousadas, como a “célula de segurança” em ABS Acrílico termoformado e a carroceria em ABS de alto impacto. (Mais informações sobre o 828/2 no site www.obvio.ind.br.) Na percepção final, o móvel, esse grande porta-voz do design, “encolheu” sua participação, acanhou suas propostas. Venceram as idéias originais e as soluções “brasileiras”, substitutas de nossa carência tecnológica. ❉
Abaixo, Superfície Pneumática: resíduos de câmaras de ar são transformados em módulos geométricos, que podem ser cortados com ferramentas simples (tesoura e estilete), unidos por meio de encaixes. Os membros da Cooperativa de Trabalhadores de Materiais Recicláveis (Cotremar) coletam o lixo, classificam o material reciclável, o beneficiam e comercializam. Design Christus Nóbrega
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Nesta página, cesto de lixo e porta-papéis da linha Office combinam polipropileno injetado e laminado. As peças injetadas, disponíveis nas cores laranja, preta, azul, verde, vermelha e branca translúcida, estruturam o laminado, reduzindo os custos de ferramental. Projeto OD Design para a Coza Utilidades Plásticas
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Acima, Porta-PET4: para 2 a 4 garrafas PET; em polipropileno, suporta até 2,5 Kg em cada extremidade e até 4 Kg em cada base dos braços (para sacolas de compras). Design Jair Francisco Maffezzolli para a SoPra Soluções Práticas. Abaixo, Prendedor de Roupas Multiuso, com duplo uso: prende a roupa por pressão e serve de gancho para peças delicadas. Design Marcela Albuquerque e Taciana de Abreu e Silva para a Coza Utilidades Plásticas
Acima, porta-protetor solar Opac, design Ronald Cavaliere Silva e Patrick Cosulich para a Idea Cosmetic Co. Abaixo, queijeira Cheese House: o humor da linguagem do cartoon transposta para o produto. Projeto Domus Industrial Design para a Kos Acrílicos
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Fotos Norberto Isnenghi
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Acima, mesa de centro Otto: em poliestireno, destaca-se pelo processo produtivo (embora pareça injetada, é fabricada por corte-e-vinco, com a tecnologia K-box) e pelo sistema construtivo, que permite a montagem sem qualquer ferramenta, apenas com o uso de uma moeda (detalhe acima). Design Thomaz Bondioli para a Quickplast
À esquerda, Tira Teima Net, terminal para consulta de código de barras. “Contido, simples, fugindo do tom de parafernália técnica comum nesse segmento de produto”, segundo o júri. Design Edson Danta Dias para a Itautec Philco. À direita, condicionador de ar Maximum Platinum 10000, design Patrick de Arins Speck para a Electrolux
Abaixo, automóvel urbano 828/2: com 2,65 m de comprimento e 1,80 de largura, comporta, com “inacreditável ergonomia interna”, três passageiros. Sete painéis de ABS de alto impacto, termoformado já nas cores finais, cobrem a “célula de sobrevivência”, que é “colada estruturalmente” nos chassis. Design Anisio Campos com a equipe de designers da Obvio!, dirigida por Celso Santos
suzano 40 correto
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caderno
O caderno Design Gráfico tem patrocínio da
dg design
gráfico
Suzano Papel e Celulose. Esta edição de Arc Design foi totalmente impressa no novo papel Couché Suzano ® Silk L2, o único couché semi-brilho, com dupla camada de revestimento, produzido no país. Com esta nova versão, a Suzano complementa sua linha de couchés, seguindo uma tendência do mercado internacional e ampliando o leque de opções disponíveis aos profissionais de criação.
Papéis utilizados nesta edição de Arc Design: Capa – Supremo Duo Design® 250 g/m2 Miolo – Couché Suzano® Silk L2 150 g/m2
PAPEL E CELULOSE
3º PRÊMIO MAX FEFFER Batizado em homenagem ao empresário que revolucionou a produção de celulose na década de 1950, o concurso de design gráfico promovido pela Suzano Papel e Celulose premia projetos de diferentes Estados do país, incentivando o aprimoramento da qualidade em todo o setor
Da Redação Em 2004, pelo terceiro ano consecutivo, designers de diversos locais do Brasil tiveram a oportunidade de apresentar suas criações no Prêmio Max Feffer de Design Gráfico. Participaram do processo de avaliação um total de 630 peças (crescimento de 50% em relação a 2003), de 15 Estados – evidência da crescente participação de regiões fora do eixo Rio–São Paulo, como Pernambuco, Minas Gerais, Distrito Federal, Paraíba, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. Não apenas o número de projetos inscritos progrediu... Segundo Gilberto Strunck, curador do Prêmio e jurado nas duas primeiras edições, “os trabalhos brasileiros concorrem de igual para igual com o que é desenvolvido no exterior e isso, sem dúvida, nasce de uma competitividade saudável, provocada por empresas que viabilizam iniciativas como a realização desse concurso, movimentando e impulsionando ainda mais o mercado”, diz Strunck, formado em design pela Aci ma, li vro “O Bai le das Lo bas”, 3º lu gar na ca te go ria Su pre mo Duo Design Edito rial; design An dré Sto lars ki. Abai xo e na pá gi na ao lado, li vro “Ro man ce do Va quei ro Voa dor”, 1º lu gar na ca te go ria Re ci cla to Edi to rial e Peça Des ta que do Prê mio: o po e ma nar ra do é ilus tra do com gravu ras de cor del e fo to gra fi as ti ra das na épo ca da cons tru ção de Bra sí lia; de sign Wag ner Al ves
Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) e mestre pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foram premiadas peças variadas (livros, anuários, catálogos, cardápios e capas de CDs, entre outras), nas categorias Editorial, Promocional, Embalagem, Corporativo e Miscelânea – todas feitas em papéis exclusivos da Suzano: o Reciclato®, primeiro papel off-set 100% reciclado produzido em escala industrial; e o Supremo Duo Design®, papel-cartão que permite impressão frente e verso.
No alto das duas pá gi nas, li vro “As drú bal Trou xe o Trom bo ne”, 2º lugar na ca te go ria Re ci cla to Edito rial: o pro je to grá fi co do li vro so bre a histó ria do gru po te a tral apos tou na uti li za ção de pa péis com as pec to rús ti co e im pressão do mi o lo so men te na cor pre ta; design Sô nia Bar re to
À esquerda, catálogo “Um Olhar Indígena – Mostra Vídeo nas Aldeias”, 3º lugar na categoria Reciclato Editorial: o projeto encontrou referências na organização geométrica e nas cores dos grafismos indígenas; design Danielle Mar tins e Lilian Mota. Abaixo, press kit da Etel Interiores e Aver Amazônia, 1º lu gar na ca te go ria Re ci cla to Pro mo cio nal; design Eduar do Len
Abai xo, folder “Nor deste para Olhar, para Sentir, para To car”, fi na lista na ca te go ria Su pre mo Duo Design Edito rial: a peça, cria da para ser o port fo lio da grá fi ca per nam bu ca na In tergraf, pro cu ra va lo ri zar as raí zes nor des ti nas, lan çan do mão de di ver sos re cur sos de im pressão; design Lu cia na Maia Targi no e Si mo ne Men des Ger ma no
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Ao lado e abai xo, ca tá lo go “Pal co Gi ra tó rio”, 2º lu gar na ca te go ria Re ci cla to Edi to rial: a peça de apresen ta ção dos gru pos par ti ci pan tes do pro je to Pal co Gi ra tó rio – Cir cu i to Na ci o nal de Te a tro aprovei ta a va ri e da de de te mas te a trais para di ver si fi car a lin gua gem grá fi ca; design Ruth Ma ri na Lima Lapa e Sil va
Acima, per fil institucional do escritório carioca Car valhosa & Ei zirik Advogados, 3º lugar na categoria Supremo Duo Design Editorial; design Maria Amalia Vecchi
Abaixo, à esquerda, memorial do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), finalista na categoria Reciclato Corporativo: o formato “sanfona” permite ampla visualização e leitura linear; design Aulio Zambenedetti e Mauricio Arenhart. Na sequência, folders para o Prêmio Nacional de Conser vação e Uso Racional de Energia PROCEL/Eletrobrás, 2º lugar na categoria Reciclato Promocional: as ilustrações simulam xilogravuras; criação de Danielle Martins e Lilian Mota
No alto das duas pá gi nas, li vro em inglês “Ro ger’s Open Dump”, fi na lista na ca te go ria Re ci cla to Edito rial: a peça mes cla di versos ti pos de pa pel (Re ci cla to, kraft, cou ché e vegetal, entre ou tros); design Pau lo Gustavo de Jesus Duar te para a Pre feitu ra de João Pessoa, PB
À es quer da, fol der do em pre en di men to Quin ta da Ba ro ne za (São Pau lo), 3º lu gar na ca te go ria Re ci cla to Pro mo ci o nal; design Clau dia Issa. Abai xo, CD “Azu le jan do”, fi na lis ta na ca te go ria Su pre mo Duo Design Em ba la gem; design Bru no Gui ma rães Mar tins e Da ni lo Quei roz
Abai xo, “Re la tó rio Anu al Na tu ra 2003”, 1º lu gar na ca te go ria Re ci cla to Cor po ra ti vo: a ce râ mi ca ma ra jo a ra de Mes tre Car do so ins pi rou o de sen vol vi men to gráfico da peça, em ver são bi lín gue; de sign Wil son Spi nar di Ju ni or
Aci ma, CD-ROM “Bi na tu ral”, fi na lis ta na ca te go ria Su pre mo Duo Design Em ba la gem; design Sung Hean Baik. À di rei ta, “Re la tó rio Anual 2001 – Light”, 2º lu gar na ca te go ria Su pre mo Duo Design Edi to rial: a em ba la gem acon di ci o na dois li vre tos e um C-ROM; cria ção de Da ni el le Mar tins, Li lian Mota e Sil via Ne grei ros
Abai xo, dois fi na lis tas na ca te go ria Re ci cla to Cor po ra ti vo. À es quer da, “Re la tó rio Am bi en tal 2003/2004 – In frae ro”; de sign Vin cen zo Scar pel li ni. À di rei ta, fol der para o Ins ti tu to Na ci o nal de Es tu dos e Pes qui sas Edu ca ci o nais Aní sio Tei xei ra (Dis tri to Fe de ral); de sign Mar cos Al fre do Hart wich
Ao contrário de outros anos, os terceiros colocados também receberam gratificações. Além disso, os jurados elegeram a Peça Destaque: o livro “Romance do Vaqueiro Voador”, cujo projeto foi criado por Wagner Alves, da Anagraphia BR, escritório de design gráfico do Distrito Federal. O conjunto das obras premiadas permite constatar como a utilização de diversos papéis em um mesmo trabalho é capaz de enriquecer o resultado final. ❉
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Acima, brinde promocional “Plante Esta Idéia”, 1º lugar na categoria Supremo Duo Design Promocional: par te do folder, ao ser dobrada, transforma-se em um pequeno vaso; a semente inclusa incenti va o plantio – uma metáfora que relaciona o ato de cultivar com o de projetar o futuro; criação de Richard Verdoorn e Marcelo Cur velo para o Senac Rio. Abai xo, car dá pio “Lata”, fi na lis ta na ca te go ria Mis ce lâ nea: a peça uti li za a ima gem da lata Camp bell, íco ne da cul tu ra pop, e, em seu in te ri or, ex plo ra a lin gua gem de qua dri nhos, re for çan do a mi ti fi ca ção dos en la ta dos nor te-ame ri ca nos; design Luiz Car los Oli vei ra San tos Ju ni or para Lucy Rocy’n Burger (São Pau lo)
Aci ma, ál bum de fo to gra fi as his tó ri cas para a edi to ra mi nei ra Bem-Te-Vi, 3º lu gar na ca te go ria Mis ce lâ nea; de sign Lú cia Ne mer. À di rei ta, con vi te da ex po si ção “Anna Lety cia”, 3º lu gar na ca te go ria Su pre mo Duo De sign Pro mo ci o nal; de sign Ruth Frei hof para a ga le ria de arte Mar cia Bar ro zo do Ama ral (Rio de Ja nei ro)
À esquerda, car dá pio do bar Con se lhei ro (Per nam bu co), fi na lista na ca te go ria Mis ce lâ nea: possui, em seu inte ri or, um qua dra do em ace ta to no qual po dem ser dei xa dos re ca dos para o cli ente, res ga tan do a idéia das placas de restaurante escritas em giz; design Lucas Afonso e Eduar do Gau dên cio. Abaixo, port fo lio da Es co la da Vila, 1º lugar na ca te go ria Mis ce lâ nea: a peça reú ne cin co folders co me mo ra ti vos aos 25 anos da es co la pau lista; design José Ro ber to C. Pau li no
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Uma Publicação Quadrifoglio Editora / A Quadrifoglio Editora Publication ARC DESIGN n° 40, Janeiro/Fevereiro 2005 / January/February 2005
Apoio / Support:
Diretora Editora / Publisher – Maria Helena Estrada Diretor de Marketing / Marketing Director – Cristiano S. Barata Diretora de Arte / Art Director – Fernanda Sarmento Redação / Editorial Staff: Editora Geral / Editor – Maria Helena Estrada Editora de Design Gráfico / Graphic Design Editor – Fernanda Sarmento Chefe de Redação / Editor in Chief – Winnie Bastian Equipe Editorial / Editorial Staff – Vanessa Domingues (Redatora) Tatiana Palezi (Produtora) Jô A. Santucci (Revisora) Traduções / Translations – Paula Vieira de Almeida
Apoio Institucional / Institutional Support:
Arte / Art Department: Designer – Betina Hakim Estagiárias – Ana Beatriz Avolio Marianne Carvalho Participaram desta edição / Contributors in this issue: Fernando Perelmutter Guinter Parschalk Departamento Administrativo / Administrative Department: Silvia Regina Rosa Silva Departamento de Publicidade / Advertising Department: Ivanise Calil Departamento de Circulação e Assinaturas / Subscriptions Department: Cristiane Aparecida Barboza Conselho Consultivo / Advisory Council: Professor Jorge Cunha Lima, diretor da Fundação Padre Anchieta (Fundação Padre Anchieta’s director); arquiteto (architect) Julio Katinsky; Emanuel Araujo; Maureen Bisilliat; João Bezerra, designer, especialista em ergonomia (designer, expert on ergonomy); Rodrigo Rodriquez, especialista em cultura e design europeus, consultor de Arc Design para assuntos internacionais (expert on European culture and design, Arc Design consultant for international subjects) Pré-impressão / Pre-press: Cantadori Artes Gráficas Ltda. Impressão / Printing: Takano Editora Gráfica Ltda. Papel / Paper: capa: Supremo Duo Design 250g miolo: Suzano Papel – Couchê Reflex Matt 150g Os direitos das fotos e dos textos assinados pelos colaboradores da ARC DESIGN são de propriedade dos autores. As fotos de divulgação foram cedidas pelas empresas, instituições ou profissionais referidos nas matérias. A reprodução de toda e qualquer parte da revista só é permitida com a autorização prévia dos editores, por escrito. The rights to photographs and articles signed by ARC DE SIGN contributors are property of the authors. Photographs for publicity were provided by the companies, institutions or professionals referred to in the articles. Total or partial reproduction of any part of the magazine is only permitted with prior, written consent by the publishers.
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EDITORIAL
Brazilian creations. However, the history of chintz is not exactly that one…
We are back. With new ideas and more Brazil. And the world
The fabric, or better, the standardization of this cotton, was
strongly spreading its ideas and creations.
originated in India – a country that prohibits the reproduction
But we start to realize that: what comes from the foreign world is
in drawings of animals or human images. The solution for
already full of color, of freedom, of a slight mischievous smile and
printworks? Stripes and geometry, that is, the famous “madras”;
ironic seriousness. Even technological products already lose their
and flowers, which arrived in Brazil from Portugal. In 1498
initial moderation.
Vasco da Gama arrived in Calcutta and returned to Europe with
Tropical influence? Brazilian aesthetics conquering the world?
printed fabrics from India in his luggage.
We have become aware of how significant our creation and
But the flowers on the Indian fabric were tiny and delicate. It was
countless expressions are. We are recovering, inch by inch, a
in Brazil where the explosion of colours (even with the use of only
magic – Brazilian – world.
the primary ones), shapes and sizes were created; it was also here
The chintz, who would have imagined it would return as a trend?
where the big flowers received the boarding thread, which is black,
And with frills and wriggles, and bigger and bigger vibrating
dramatic and delineating.
flowers. The fresh design from Rio de Janeiro really plays with it.
According to the Brazilian dictionary Aurélio, chintz is an “ordinary
That corny cloth invades São Paulo and is recreated on the catwalks;
cotton fabric, printed in colours.” The chintz fabric has always been
it invades shops and is transformed into notebooks.
synonymous with “cheap cloth,” the utmost in kitsch. But it has
In this issue, design appears with its best expression and all the
always left, in our affective memory, a Brazilian feel – now recovered,
space it deserves: in Rio de Janeiro, with a book and an exhibition;
and revealed in countless objects, adornments and clothes.
in São Paulo, with the traditional Museu da Casa Brasileira Awards.
As a collective phenomenon that arrived slowly, the return of chintz
There is also the Sport & Design exhibition, with very modern and
re-adds much importance to not only folkloric adornments, like the
radical equipment; the continuation of the described article on new
work of doll makers from Nordeste, the bumba-meu-boi (a very
materials, and the Suzano Prize for graphic design.
traditional comic-dramatic play representing life, through the story
Is ARC DESIGN, many times, a severe critic of Brazilian
of an ox), the mamulengo (popular puppet theather) and the yokel
design? That is because we want more; we know we can have
garments of festas juninas (Brazilian cultural parties that occur in
and perform more.
July to celebrate São João (Saint John), who was Jesus Christ’s
May 2005 be productive to all of us!
cousin and godparent). Chintz came back with nobility to the
But without rushing time – or rhythm.
contemporary world; it now makes part of decorations and is the theme and raw-material of famous stylists. It is present on cover
Maria Helena Estrada
of notebooks, covers gift boxes and is transformed in underwear,
Publisher
purses, bikinis and dresses. A cool store, such as Conceito, located in São Paulo, imports objects in very bright and colourful chintz from China.
ENCHANTMENT FEEL – page 16
But that is not only it.
English Version
Renata Mellão and Renato Imbroisi have extended researches and How many expressions an ordinary piece of cloth can show?
just released the book “Que Chita Bacana” (“Cool Chintz!”), with
Even if it is a cheap cloth, originated from medieval India?
texts by Maria Emilia Kubrusly and photographs by Lena Trindade.
In fact, the diversity of its destinations – old and actual –
Two great events will also take place in São Paulo in 2005. The
demonstrates the power of design in two different views
first is an exhibition at the Museu da Casa Brasileira – “Fashionable
from long ago
Chintz” – idealized by Renata Mellão, curated by Dudu Bertholini and organized by A Casa, Brazilian museum of objects. Eleven
Maria Helena Estrada
famous stylists have been invited, such as Reinaldo Lourenço,
The phenomenon “chintz 2005” is a direct heir to the current
Gloria Coelho and Marcelo Sommer, among others, who reproduce
emphasis in craftsmanship, in natural-ecological production and in
the contemporary expression of the chintz fashion.
The second event, to be held in the beginning of the year, will be a
Description: a “sandwich” of plain glass sheets shelter, in its interior,
huge exhibition at SESC Belenzinho, curated by Renato Imbroisi
several LEDs, which can be distributed randomly or form a
and lead by architect Janete Costa. In the external areas of SESC,
specific design. A conductive transparent particle provides
enormous animals will be assembled – a snake, which is the
energy to the LEDs. Available in two thickness options: 10 and
entrance tunnel, and a bumba-meu-boi ox, which is a show room.
14 millimeters.
As a whole, the exhibition is a recreation of the entire universe of
Application: furniture, lamps, cars, displays
Brazilian folklore.
Manufacturer: Schott
The return of chintz to fashion is part of a phenomenon with
Information: +55 (11) 5693-5569, valeria.salto@schott.com,
much bigger dimensions, which comprise the whole Brazilian
www.schott.com
creation. Whether there is or not a priority given to the final products of the new craftsmanship, a real mapping of the popular
Product: Vanceva Design
Brazilian patrimony is being developed nowadays, with a successive
Material: set of decorative pellicles for glass lamination
appropriation of the peculiarities, materials and elements of the
Description: the set is formed by a PET pellicle, placed between
handcrafting deed.
two PVB pellicles (polyvinyl butyral). The PET pellicles are available in nine printed patterns and three patterns of metallic textures, while the PVB pellicles are offered in twelve colours,
MATERIALS AND TECHNOLOGY – PART II – page 24
which may be combined, interacting with the printed images or the selected pattern Application: furniture, lamps, doors, partitions, panels
What determines, nowadays, in the world of objects, the formal aspects and even the quality of their usefulness? Undoubtedly, the materials applied. Natural or artificial,
Manufacturer: Solutia Information: +55 (11) 3365-1805, arquitetura@solutia.com, www.vanceva.com/design
they are responsible for innovation in design. In the 39th issue of ARC DESIGN, we published the first part of our research on new materials available to designers in the Brazilian market. This issue completes the initial selection.
Product: Decor-Lite Material: printed float glass Description: glass sheets with texture on one of the sides. For being translucent, they enable controlling of light diffusion. Available in
Research: Winnie Bastian e Vanessa Domingues
blue, green and colourless, they can be coloured through lamination. Thickness options: 4 to 8 millimeters
GLASS
Application: furniture, lamps, doors, partitions, panels
Product: Vetrino
Manufacturer: Saint-Gobain Glass
Material: laminated float glass
Information: +55 0800 125 125, glass@saint-gobain.com,
Description: laminated glass sheets with images. Photographs or
www.sgg.com.br
between the glass sheets together with the PVB pellicle. The
Product: Vidro Serigrafado
minimum thickness of the set is 7 millimeters and the maximum
Material: float serigraphied glass
is 2 centimeters
Description: tempered glass sheets receive vitrifiable ceramic
Application: furniture, lamps, doors, partitions, panels
enamel, proper to support high temperatures (they are tempered
Manufacturer: Tergoprint
afterwards in order to become more resistant). The process is also
Information: (11) 3822-0800, tergoprint@tergoprint.com.br,
applicable to printed glass
www.tergoprint.com.br
Application: furniture, doors, partitions, lamps, panels Manufacturer: União Brasileira de Vidros (UBV)
Product: Light Points
TM
Material: float glass and light emitting diodes (LEDs)
Information: Architect Claudia Ferrer: +55 (11) 5923-2027, claudia.ferrer@ubvidro.com.br, www.ubvidro.com.br
English Version
drawings are printed on a UV-protected pellicle, which is inserted
Product: OpalikaTM
Product: Chapa Perfurada Decorativa
Material: coloured float glass
Material: plate made of steel, aluminum, copper, stainless steel,
Description: it has a milky aspect and presents high risk resistance.
lead, brass, monel, zinc, besides certain plastics, fibers and
It also provides uniform light diffusion and is originally produced
laminates, with decorative perforations.
in white (also available in black). Thickness options: 2.75, 4, 6 and
Description: perforation in plates measuring 0.3 to 10 millimeters.
8 millimeters
Several types of holes can be produced: hexagonal, lozenge-
Application: furniture, partitions, lamps
shaped, oblong, squared, round, rectangular and special
Manufacturer: Schott
shapes under consultation, like patterns, logotypes and texts. The
Information: +55 (11) 5693-5569, valeria.salto@schott.com,
plate can be leveled, curved, folded, melded, cut and printed. The
www.schott.com
surface can be anodized, chromed, heat-galvanized, or even electrolytically nickel-plated and painted with polyester or
METAL
epoxy resins.
Product: AluRevest
Application: furniture, partitions, decorative objects
Material: aluminum
Manufacturer: Permetal
Description: completely manufactured in aluminum, the plate is
Information: +55 (11) 6462-2205, www.permetal.com.br
English Version
pre-painted by the coil coating system – automated industrial process for the application of liquid paint – assuring colour uni-
Product: Mega Wave
formity for longer and better resistance to external agents.
Material: waved aluminum panel
Internally, it also receives colourless protective painting. The
Description: waved incased strips (as drawers) 5.9 millimeters high
plate, 1.5 millimeters thick, can be easily folded or bent.
and 1.5 millimeters thick. Internally, the product received application
Besides the colours in the catalogue, others can be developed
of garnish in nylon. It can also be produced in aluminum profiles
when ordered
with tarnished finish of up to 6 meters long
Application: visual communication, furniture, decorative objects
Application: furniture, panels, partitions
Manufacturer: Alcoa
Manufacturer: Cinex
Information: +55 (11) 5509-0278, cynthia_pires@alcoa.com.br,
Information:
www.alcoa.com.br
www.cinex.com.br
Product: Aço Inoxidável Colorido
HYBRID
Material: stainless steel coloured plate
Product: Silestone®
Description: the coloration results in chemical and electrochemical
Material: mixture of polyester resin with natural minerals
treatments, with no use of pigments or colouring, which assures
Description: composed by 93% of quartz, silicium and crystal and
corrosion resistance and protection against ultraviolet rays.
7% of polyester resin and special pigments, the material presents
Available in the following colours: bronze, brown, black, blue,
low absorption of liquids, high resistance to chemical substances,
gold, purple and green, the plate is produced in 1.2 X 2
flexibility, friction and impact, besides easy installation and
meters, with thickness ranging from 0.4 to 2 millimeters. The
maintenance. Available in plates of 3.02 x 1.33 meters and 3.02
finish can be polished or brushed. It enables cutting, folding
x 1.38 meters, in the following thickness options: 1.2, 2 and 3
and printing when the product is enveloped in a PVC or poly-
centimeters. It also offers variety of colours, shapes and finishes
ethylene film.
Application: furniture, tops, countertops
Application: machinery and equipment used by metal-mechanic
Manufacturer: Silestone
industries, visual communication, furniture, panels, partitions,
Information: +55 (11) 3687-8737, silestone@uol.com.br,
decorative objects
www.silestone.com.br
+55
0800-7044900,
cinex@cinex.com.br,
Manufacturer: Inoxcolor Information: +55 (31) 3224-6534, comercial@inoxcolor.com.br,
Product: Top Form®
www.inoxcolor.com.br
Material: decorative laminates of high pressure with images
Description: the internal surface of the Formica® laminate is
Vanessa Domingues
printed with customized images. The system enables printing of
Beginning of the 20th century. Soccer players enter the field
illustration, drawings, photographic images and special colours,
wearing a “stocking cap” (?). For the input of an inflatable rubber
supplied in an archive by the client. Since the image is incorporated
bladder inside the ball, there is an opening, closed by a string.
into the plate, it is not subjected to wearing. Thickness options
Such string hangs on the outside, which can cause injuries on the
range from 0.2 to 15 millimeters
players’ head (!). Later on, a (small) progress: internal sewing. The
Application: furniture, panels, partitions
only problem is when it rains: then the leather tears, making the
Manufacturer: Artfix
ball, obviously, extremely heavy.
Information: www.artfix.com.br
1938. The right soccer boot from attacker Leônidas tears apart during a match against Poland, in the world cup. He continues to
Product: Reciplac
play and scores a goal, while his right shoe receives “professional
Material: plates of long lasting packages
assistance.” It is not allowed to play without wearing the complete
Description: produced with residues of long lasting packages, they
uniform, but, due to the strong rain, the mud covered his foot, and
are resistant to humidity and heat (up to 80ºC). Available in
the goal was considered valid.
plates of 1.10 X 2.20 meters with thickness ranging from
2004. Athletes show off uniforms made of synthetic fabric; sweat
2 to 14 millimeters, in three finishes: APL (with colourless
is absorbed quickly, avoiding proliferation of bacteria and assuring
coating, making the material visible) and PA (coating in white
thermic comfort. Soccer boots distribute weight and mass in an
or gray)
innovative way; feet experiment stability, and kicks gain potency.
Application: partitions, panels, furniture, packages, car parts
Balls have a barely perceptive sewing and the filling is light and
Manufacturer: Reciplac
stable; soccer matches become fast and precise.
Information:
+55
(19)
3404-6151,
regiplac@uol.com.br,
www.reciplac.com.br
Future is transformed into present. In sports, technology and performance are dependant on each other; they play in the same team and fight together for the
Product: Laminato
greatest prize: to surpass limits.
Material: decorative laminates of high pressure with images
Companies around the world are betting on this twosome,
Description: the image is incorporated into the Formica® plate
investing quite a lot in products able to influence the performance
during the industrial process, which protects it from risks and
of professional athletes or amateurs. What makes difference in the
other external damages, such as ultraviolet rays. It presents a
dispute for the first place has a well-known name: design – the
wide variety of finishes: texturized, glossy, frost, among others
strategic tool for competitiveness; and instrument of progress.
Application: furniture, panels, partitions
A proof of this could be checked at the “Sport & Design” exhibition,
Manufacturer: Tergoprint
held in Paris, France, from September 3 to December 26, 2004,
Information: +55 (11) 3822-0800, tergoprint@tergoprint.com.br,
organized by the Valorisation de l’Innovation dans l’Ameublement
www.tergoprint.com.br
(VIA) institute, devoted to the promotion and valorization of the design of pieces developed for contemporary life: furniture, lighting, home appliances and decorative objects, among
AT THE EDGE OF TECHNOLOGY – page 32
other items.
Technologic innovation and distinct design: a concept adopted
to engineering, for the development of sporting goods aimed at the
by companies that manufacture articles for physical activities.
general public. Incredible novelties that transfigure different
Products are developed to revolutionize the performance of
sportive modalities.
athletes on earth, in water, through air… And that is what
For running, the highlight is Adidas 1. The microprocessor in the
they do. The “Sport & Design” exhibition, promoted by the
shoe’s arch calculates the necessary cushioning level according to
French organization VIA, comprises the new paradigms of
the type of terrain – which is enough for practicing with a minimum
sports practice
risk of muscular injury.
English Version
Over two hundred products proved the importance of design, related
Adventurers can count on the Extreme Runner vest/backpack, by
and ideas that exemplify the subject’s situation in Rio de Janeiro with
Eider. The product adjusts to the body, enabling freedom of
its sensual, universal, diverging and unique essence.” Fashion
movements, without compromising ventilation. The compartment
designer Oskar Metsavaht emphasizes the information and translates
on the back is adaptable according to the luggage volume.
carioca design as a “tropical/urban/elegant style, just like Rio.”
The Speedlite swim glasses, by Speedo, make a difference in
Our country is big and diverse, but information reaches us, even
swimming competitions. Their hydrodynamic format reduces and
indirectly. A glider, an amphibious aeroplane, an air measurer…
almost nulls the drag coefficient in water.
are they the translation of the carioca spirit? In the book, a strong
The Vapor Bowl jacket, by Patagonia, was created for winter
discrepancy can be noticed between the good examples of design
sports. Besides offering resistance to water and wind, it has, in one
created in Rio (or by carioca designers), and the persistence in
of its pockets, a communication device or MP3 player.
reducing the so typical design.
Just a few examples of how the design/technology combination
But where does the carioca spirit explode in Brazilian design?
may contribute to sports performance.
Certainly in the lack of commitment, in the unprejudiced freedom of the new generation. In fashion. In the chintz fabric, in the marble balls used in necklaces, in the transformation of a tire in bracelets,
(SIMPLY?) CARIOCA DESIGN – page 38
in the beauty (and usefulness) of an original clothes peg, already produced industrially.
Pioneer in Brazilian industrial design with the foundation of
Does this new generation also want to be an heir to the Ulm
ESDI (School of Industrial Design) in the ‘60s, and with the
School; does it want to be uniquely and originally carioca? There
presence of Joaquim Tenreiro and Sergio Rodrigues, the
seems to be in Rio de Janeiro, just like through out Brazil, a rupture
carioca design (typical from Rio de Janeiro), however,
in the new generation’s deed. In the book, there is a lack of at least
reaches the end of the ‘90s in a timid way. The book and
a statement from these new creators, their acknowledgement
exhibition Momentum recalls its current production
asserting their objectives and how they face the contemporary production of objects.
Maria Helena Estrada
The great merit of the book, in our opinion, is to bring to the public
Design in Rio de Janeiro. In search of lost time? In the book mentioned
a beautiful and varied repertory of the carioca design, formerly not
above, a certain nostalgia stands out, with declensions in the first
very much known. It is to display the several generations of
person and the still lively memory of the old Ulm School of Design
carioca designers and to incite the feeling of transformations
(Germany, 1953) and ESDI’s deeds (Rio de Janeiro, 1952).
through which Brazilian design pass.
At a first sight, what calls attention in the published repertory is the
Contemporary Design in Rio de Janeiro: Momentum, edited by the
weak presence of industries in great part of the production.
Design Center of Rio de Janeiro, published by Viana & Mosley.
Handicraft and “individual production” prevail over certain typologies,
Do not miss it!
but when it comes to industrial design, the examples are important and express maturity, innovation and excellence: three cars, two ventilators, several urban devices, a motorboat, an electronic tire
A SHOW APART – page 44
English Version
calibrator, an armchair produced in Italy, besides furniture developed by the master of wood works, Sergio Rodrigues.
In this second article of the series, lighting designer Guinter
The book’s text, more than analytical, is historical and expresses
Parschalk talks about the intimate relationship between light
nostalgia as a desire for characterizing the city and its environment
and party. Through the “simple” lighting technique, he
as the roots and stimulators of carioca designers’ creativity.
shows how it is possible to influence – or, who knows,
In his statement Bernardo Senna compares and approaches the style
define – the atmosphere of events: formality, introspection,
of creation with the style of the city. “Rio has its own individual
joy, romance...
soul…” “The great multiplicity of stimuli, as well as its environment as a guideline, defines styles in creation.” Referring to the selection of
Guinter Parschalk
the products mentioned in the book, he explains: “...they are products
Written by Vanessa Domingues
Business meetings, lectures, birthday celebrations, meetings with
artificial light, appropriate for the environment.
friends. In the same environment, like the conventions area of a
The success of a lighting design project, residential or corporative,
hotel or the party room of a residential building, different events
depends on the objective and honest talk between clients and
are organized, all with peculiar characteristics. Nothing changes
professionals. The level of sophistication approaches two items:
architectonically; however, the atmosphere is transformed
the importance given to light by residents/owners and their
according to the event. In which way? Through light!
financial conditions. It is necessary to know what their lifestyle is.
It is essential that the lighting infrastructure of a multiuse place
If they like organizing weekly dinners and hosting friends, it is
offers flexibility and dynamism. In other words, besides the general
interesting to have a specific lamp, with filters, or even a system
lighting, suitable to the daily chores – cleaning and maintenance –
that enables color programming. If the dates are sporadic, a
it is interesting to design another type of lighting able to receive
conventional spot, embedded or not, with a halogenous lamp, might
extra equipment to explore the place in a scenographic way,
be sufficient. Colors can be obtained from sophisticated systems,
illuminating more the walls and less the floor, for instance.
like RGB, filters, gelatin, or, in simpler cases of short duration and
Another suggestion is the use of dimerizable effects. In that
low demands, pieces of cellophane paper.
extremely simple way, the intensity of light is controlled. Controlled
Sophisticated or simple, intimate or public, formal or casual. Parties
sockets and dimmers can be installed in strategic points, providing
gain a special meaning according to the planned lighting. Light and
a solution that optimizes the good use of space (once accessories
shade, when well balanced, make spaces translate intentions.
are easily moved), and prevents waste of money (once such devices can be rented). It is not intelligent at all to acquire lamps that will be used only about one to five times a year.
TO AWARD WHAT? AND WHY? – page 50
To add color to the environment, specific tools are recommended, such as floodlights or spotlights, which enable the introduction of
The Museu da Casa Brasileira Design Award is, undoubtedly,
filters or gelatin.
one of the most important prizes in Brazil, or at least in the
Let us now think of lighting design for residential integration.
region Rio de Janeiro – São Paulo. On its 18th edition, why
Key point: light controllers. The dimmer constitutes an invincible
has it still not reached the desired national notoriety?
tool for any type of confraternization. If the occasion is introspective
Hasn’t it found a unique, strong and coherent identity yet?
room! In case there is an object to stand out, such as a birthday
Maria Helena Estrada and Winnie Bastian
cake or a decorative piece, reduced general light highlights the
The award has revealed many young designers, has privileged
emphasis of accurate lighting. With the contrast achieved, the
different directions of design – which is a choice that varies
product stands out.
according the jury itself – has endeavoured to attract participation of
During a formal dinner, with elaborated culinary and appointed
industries, and contemplates various fields of the national production.
places, the best alternative is dramatic light, which generates
The regulation seems perfect and broad.
contrast between dark and light. Over the table, an intense light
But it is due to this broadness, confronted with the competition’s
may be used, focused on determined components – the wine
main objective – to award design – that the lack of identity
glasses, for example. When the occasion is informal, the lighting
becomes perceptive.
can be lighter and uniform.
The diffusion of concepts should be a discussed, analyzed, argument,
On a date, or among couples, the disposition of candles,
working as the basis for a reformulation of the regulation’s
undoubtedly, provides romance. The flame is slightly blown by
fundaments. It is, of course, a difficult action, which involves
the wind, making its scintillation power evident. It is essential,
official matters, although it is worth trying – or performing it.
however, to consider practicalness and safety. To place the candle
The current regulation has passed through constant improvements.
on the center of the table might make the passage of dishes difficult
Shall we extend the discussion?
and even cause accidents!
Perhaps it is necessary to award design and technology in several
It is worth mentioning that light organizes the place and makes it
categories? Which type of technology would it be? The reproduction
look neat. Obstacles or unevenness must be marked by candles or
of what already is produced in Europe, or the result from Brazilian
English Version
and welcoming, dim the light; if it is cheerful and festive, light the
competence? We believe that, due to this indefiniteness, more stoves
www.obvio.ind.br).
will be produced every year, more sinks, faucets and similar pieces,
As a final perception, furniture, this great voice of design, “chose” its
typologies that surely follow only one international tendency.
participation and restricted its proposals. The winners were
Yet, every rule has an exception, and in this year’s exhibition there
“Brazilian” solutions and original ideas, as substitutes of our tech-
were two products in the “cunning” typologies, which presented
nological lack.
innovative solutions: an air conditioner and an air freshener. But to extend the awards to hospital equipment? Isn’t it broadening too much the concept of “Brazilian house?”
THIRD MAX FEFFER PRIZE – page 58
The award is maybe trying to conglomerate everything. But everything is already a lot, and disregards criteria that are necessary
Named after the business man that revolutionized the production
and precious for the creation of the competition’s identity.
of cellulose in the ‘50s, the graphic design competition promoted
Which products stood out, according to ARC DESIGN?
by Suzano Papel e Celulose awards projects from several
The lighting category was the highlight of the 18th edition. The
Brazilian States, encouraging the improvement of quality in the
two awarded products presented real innovations referring to the
entire field
English Version
functioning of lamps, not drawing attention only to the formal aspect – which was, by the way, well resolved in both products.
By the Editorial Staff
They are pieces that explore the creativity in design as a way
In 2004, for the third consecutive year, designers from several
of dissimulating the lack of advanced technology. In the Luna
regions had the opportunity to exhibit their creations at the Max
collection, the highlight is a “mechanical dimmer:” the light is
Feffer Prize of Graphic Design. A total of 630 pieces were
reflected on a revolving circular fence, with one side black and the
appraised (50% more than last year), from 15 States – evidencing
other white. When the black side is exposed, the intensity of light
the growing participation of areas outside Rio de Janeiro-São
is reduced in 50%. The suspended lamp Disco also regulates
Paulo, such as Pernambuco, Minas Gerais, Distrito Federal, Paraíba,
mechanically the light intensity: a diaphragm, operated by a pin in
Mato Grosso and Santa Catarina.
the center of the disc, regulates the use of direct light. Simple and
Not only the number of entries grew…
efficient, like very project developed by André Wagner.
According to Gilberto Strunck, curator of the Prize and jury of the
Still in the “track” of intelligent simplicity, the Módulo Expositor,
first two editions, “the Brazilian projects compete equally with
created by Mauro Drummond, deserves highlight. The cardboard
foreign productions, and that undoubtedly comes from a healthy
boxes used for transportation are transformed in the exhibitors,
competitiveness, generated by companies that make initiatives
with the help of cuts and folds and the fixation with sticks of wood
feasible, such as the organization of this contest, stimulating
and elastics. Another nice and ingenious idea is the sunscreen
even more the market,” says Strunck, graduated in design from
case, in form of a ring.
the School of Industrial Design (ESDI) and owner of a Master’s
In an opposite category – industrial with high technology – the
degree from the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ).
air conditioner Maximum Platinum 10000 incorporates fans that
Diverse pieces were awarded (books, catalogues, menus, yearbooks
are moved automatically, improving the system of air distribution.
and CD covers, among others), under the Editorial, Promotional,
Its design, besides original – introduces a metallic screen never
Packaging, Corporative and Miscellaneous categories – all developed
used before in this type of device – and excludes the need for
in exclusive Suzano paper: Reciclato®, the first recycled 100% off-
conventional frames.
set paper produced in large industrial scale; and Supremo Duo
Finally, chosen by both ARC DESIGN and the jury, the urban car
Design®, cardboard paper that allows double-sided printing.
828/2m, created for the first time in 1982 by Anísio Campos. In
Unlike the previous years of the competition, the third places were
2001, the project was recreated by the design team of Obvio!, and
awarded too. Furthermore, the jury selected the Highlight Piece:
over one hundred items were redesigned. A project that demanded
the book “Romance do Vaqueiro Voador,” created by Wagner
several years of work, which resulted into daring solutions such as
Alves at Anagraphia BR (graphic design office of Distrito Federal).
the “safety cell” in thermoformed Acrylic ABS and the high-impact
The set of awarded projects evidences that the use of several
ABS body. (Further information on the 828/2 motorcar at
types of paper in the same work is able to enrich the final result.
Projetos personalizados, com design e tecnologia: hotéis, restaurantes, Resin Floor recebe prêmio Material Excellence 2003 por desenvolvimento de materiais e tecnologia conferido pela Material Connexion N. York
hospitais, lojas e show-rooms
Loja Lucy in the Sky
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Projeto e fotos: Studio Sucre, designers Karina Schrappe Sucre e Eduardo Sucre
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