Revista ARC DESIGN Edição 43

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REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO

BOLSAS: MODA À BRASILEIRA BAGS: THE BRAZILIAN WAY

NOVAS LOJAS EM SP E RJ R$ 15.00

MECANOO: ARQUITETOS HOLANDESES MECANOO: DUCTH ARCHITECTS

Nº 43 QUADRIFOGLIO EDITORA

ARC DESIGN

Nº 43

2005

2005

NEW SHOPS IN SÃO PAULO AND RIO

CONAD 2005 CONHEÇA O VALOR DO DESIGN DE INTERIORES CHECK THE VALUE OF THE INTERIOR DESIGN


Na capa, bol sa fei ta em la cre de la ti nhas de re fri ge ran te uni das por cro chê. Pro du to da Cia do La cre, co mu ni da de de bai xa ren da das mu lhe res de ci da des-sa té li tes de Bra sí lia, será ago ra ven di da em to dos os Es ta dos Uni dos, com ên fa se na cos ta les te. Escama, uma empresa situada em São Francisco, Estados Fernando Perelmutter

Unidos, encarregada da distribuição, está enviando para o Brasil um contêiner inteiro só com lacres de latinhas, em alumínio, para a confecção das bolsas a serem exportadas! Acima, imagem da capa: bolsinha comprada na feira de ar tesanato de Maceió (Alagoas). Nesta página, bolsas da família dos “lacres com crochê”, técnica que teve início com Renato Imbroisi junto a comunidades de Brasília. Nas fotos abaixo, exemplos do crochê com fios soltos e formando rosas. No pé da página, à direita, o modelo modificado para expor tação ao mercado norte-americano é semi-rígido e tem formatos maiores

Na Cia do Lacre, trabalham cerca de 80 mulheres, e cada uma é capaz de fazer uma bolsa por dia, informa Renato Imbroisi, designer que orientou a confecção das primeiras bolsas. Além da Cia do Lacre, a Escama – que hoje direciona o desenvolvimento dos produtos e cuida da venda e do marketing – trabalha ainda com a cooperativa 100 Dimensão (também 100% feminina), em comunidade semelhante à da Cia do Lacre, na periferia de Brasília. As cooperativas cuidam de todos os aspectos da produção e também estabelecem os preços. Um componente fundamental para o sucesso da parceria entre a Escama e as cooperativas é o fato de que não apenas os produtos são divulgados, como também as próprias cooperativas e os artistas individuais. Cada bolsa traz, em seu interior, um cartão com o nome da artista que produziu a peça, informa Antonia Cleide dos Santos, vice-presidente da Cia do Lacre, que tem a famosa artesã Dona Chica como presidente.


Da moda, com as bol sas bra si lei ras, ao es pa nhol Don Qui xo te, do con gres so de de sign de in te ri o res aos no vos show-ro oms em São Pau lo e Rio de Ja nei ro, é bas tan te va ri a da a pau ta des ta edi ção de ARC DE SIGN. Uma edi ção que mos tra as di ver sas ver ten tes do de sign, sua abran gên cia e im por tân cia. De sign e ar qui te tu ra, ca mi nhan do jun tos, nos tra zem o pro je to dos ar qui te tos Fran cis co Fa nuc ci e Mar ce lo Fer raz para o novo Mu seu Afro Bra sil. Res tau ra ção, ou re con du ção do pré dio do Par que Ibi ra pu e ra, onde está si tu a do, à sua con fi gu ra ção ori gi nal – obra de Os car Ni e me yer –, di vi são dos es pa ços – não fixa – e mo bi li á rio da bi bli o te ca fo ram as in ter fe rên ci as re a li za das pelo es cri tó rio Bra sil Ar qui te tu ra. Ar qui te tu ra, da mai or atu a li da de, nos pro je tos do es tú dio ho lan dês Me ca noo, que já par ti ci pou da Bi e nal de Ar qui te tu ra de São Pau lo. A ma dei ra. Ah, este ve lho pro ble ma! Veja al gu mas so lu çõ es in te li gen tes na co le ção da mos tra e li vro “De sign de Mó veis por Ar qui te tos Chi le nos”. O pas sa do re vi vi do, apre ci a do com ca ri nho nos de se nhos dos la dri lhos hi dráu li cos na mos tra “Se Essa Rua Fos se Mi nha”, re a li za da no Mu seu da Casa Bra si lei ra. O fu tu ro, na ex po si ção de ligh ting de sign pre sen te no show-room La Lam pe. Dois no vos es pa ços: em São Pau lo, o show-room Lu mi ni – com ar qui te tu ra de Luiz Fer nan do Roc co e ilu mi na ção de Fran co & For tes; no Rio de Ja nei ro, ou tro gran de e belo pro je to – Fe lip pe Cres cen ti – para a loja Tok & Stok. 400 anos, é esta a ida de do fi dal go Don Qui jo te de la Man cha. Veja os car ta zes es pa nhóis co me mo ra ti vos des sa im por tan te data. E as bol sas bra si lei ras? Cer ta men te mu i to mais cri a ti vas e ori gi nais que aque las de fa mo sas mar cas in ter na ci o nais. Do puro ar te sa na to às mais so fis ti ca das gri fes bra si lei ras – co nhe ça e apro vei te o que o Bra sil tem para ofe re cer. Ma ria He le na Es tra da Edi to ra


Cor, forma, materiais, tecnologia: o Brasil mostra seu talento na confecção de bolsas bonitas, funcionais e inusitadas. De designers renomados a ar tesãos populares, a mistura fina brasi lei ra diz a que veio. Conhe ça algu mas des tas criaçõ es

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Ar qui te tos chi lenos criam co le ção de mó veis em madei ra, nos quais a ava reza no uso da maté ria pri ma é funda men tal. Con fi ra

A tradição dos ladrilhos hidráulicos resiste no Brasil, apesar das novas técnicas de revestimento de pisos e paredes. A mostra “Se Esta Rua Fosse Minha”, no Museu da Casa Brasileira, conta a história e apresenta alguns modelos. Confira

CONFORTO EXTRA PARA CARIOCAS

Da Redação

SÃO ANTIGOS...MAS MUITO MODERNOS

Da Redação

A INTELIGÊNCIA NA MADEIRA

Maria Helena Estrada

Maria Helena Estrada

CRIATIVIDADE EM ALTA NAS BOLSAS BRASILEIRAS

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Recém-inaugurada na Barra da Tijuca, a nova loja da Tok & Stok é a primeira de uma sequência de megalojas. Com terreno de 15 mil metros quadrados, o prédio reúne áreas comerciais e de convivência. Conheça a obra, assinada pelo arquiteto Felippe Crescenti

NEWS

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REVISTA BIMES TRAL DE DESIGN ARQUITETURA INTERIORES COMPORTAMENTO

SALÃO DESIGN MOVELSUL NEWS

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nº 43, julho/agosto 2005

ILUMINAR A LUZ?

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Saiba como foi a 5ª edição do Congresso Nacional de Arquitetura e Design (Conad) cujo tema foi “Design e Tecnologia”. O evento, que contou com grandes nomes da arquitetura e do design, foi sucesso de público

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Con fi ra o novo proje to de Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci, a Biblioteca Carolina Maria de Jesus, voltada à cultura negra. Construído no Pavilhão Manoel da Nóbrega, o novo espaço insere-se com harmonia nas linhas do prédio histórico de Oscar Niemeyer

A LUZ COMO SUGESTÃO

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PUBLI RIVA

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ENDEREÇOS

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Multidisciplinaridade e intuição: dois ingredientes presentes nos projetos do Mecanoo. Nesta edição, aprecie obras como a Biblioteca da Universidade Técnica de Delft e o National Heritage Museum, na Holanda, além de projetos em andamento

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ENGLISH VERSION

Da Redação

UM PERSONAGEM DE 400 ANOS... BEM VIVIDOS

MECANOO

Winnie Bastian

MESTRES DA ARQUITETURA

Winnie Bastian

RAÍZES BRASILEIRAS

CONAD 2005

Juliana Mariz

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CADERNO ESPECIAL

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A re-significação de Dom Quixote pelo olhar de designers gráficos. É o que propõe “Otros Quijotes”, exposição que homenageia o personagem de Cer vantes. Confira quem é o cavaleiro errante ambientado no século XXI

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an susp M rvArcDes

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Um ambiente ergon么mico 茅 aquele onde apenas o seu conforto aparece.

www.giroflex.com.br


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luz e forma

show room al gabriel monteiro da silva 1.441

luna design fernando prado iF gold award 2005

anĂşncio arqd 02.indd 2-3


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BRENTWOOD APOSTA NO DESIGN NACIONAL A nova coleção, com peças desenvolvidas pelos designers Sérgio Fahrer, Pedro Mendes, Marcus Ferreira, Fabiola Bergamo, Graça Kazan e Luiz Mário Moura, além da própria equipe da Brentwood, investe em materiais ecologicamente corretos e no mobiliário brasileiro contemporâneo de qualidade. Quase metade dos produtos criados é assinada por Sérgio Fahrer, que utiliza couro vegetal e madeira proveniente de manejo sustentável, certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC). Em suas criações, Fahrer trabalha com madeira laminada colada, o que possibilita a execução de curvas acentuadas. Destaque para as poltronas Max (abaixo, à esquerda) e Lloyd (à direita), produzidas com lâminas curvadas a quente. As peças de Pedro Mendes, por sua vez, foram numeradas e desenvolvidas artesanalmente, com acabamento e tamanho personalizados. Destaque para os aparadores Beta e Sophia, de linhas retas com tampo de cristal e chapa em acrílico, este último com acaba-

CASAPRONTA APRESENTA A SOLUÇÃO PRONTA

mento em larice, madeira trabalhada com jato

Poder olhar o conjunto para escolher as par tes, ou o estilo.

de areia.

A 6ª Mostra Casapronta trouxe os designers de interiores

Brentwood: Al. Gabriel Monteiro da Silva,

Dado Castello Branco, Marco Aurélio Viterbo, Fernando Piva,

1.130, São Paulo.

Luiz Bick e William Simonato, Marina Linhares, Zize Zink, Ri-

Tel.: (11) 3082-8577.

cardo Miúra e Carla Yasuda, Márcia Coelho, Baíssa Noschese

www.brentwood.com.br

e Paulo Car valho para criar o sonho a par tir de 11 ambientes e uma grande diversidade de opções. Detalhe impor tante, a loja possui cabeceiras e peseiras avulsas, em madeira, em tecido ou com tramado em couro, para permitir maior flexibilidade na escolha.

JOGO AMERICANO DE COLO

Acima, ambiente projetado por Dado Castello Branco, com

Confeccionada em tecido 100% algodão com aplicação de estampa

mobiliário também desenhado pelo arquiteto.

em silk-screen, essa versão renovada da bandeja de colo é lança-

A 6ª Mostra Casapronta de quartos decorados segue até o fi-

mento da Tok & Stok. Ideal para refeições longe da mesa, o jogo ame-

nal de dezembro de 2005, de segunda à sexta, das 10 às

ricano tem base em madeira aglomerada fina e bolsos laterais com

18h30, e aos sábados, das 10 às 14h30.

divisórias que podem acomodar acessórios como talheres e guarda-

Casapronta: Rua Cristiano Viana, 144, São Paulo.

napos. Preço: R$ 46,00, sujeito a

Tel.: (11) 3065-2436.

alteração após 31 de julho.

www.casaprontamoveis.com.br

Mais

in for ma çõ es

no

site

www.tokstok.com.br ou pelo Contact Center Tok & Stok: 0800 70 10 161.


VAMOS TORCER PELO ÑANDEVA O Projeto Trinacional de Desenho Artesanal, Ñandeva, está entre os 34 selecionados para as finais do importante prêmio de design Index 2005, da Dinamarca, ao qual concorreram 780 propostas. Ñandeva, palavra guarani que significa “todos nós”, reúne o saber dos profissionais do design e a criatividade dos ar tesãos da Região Trinacional (Brasil, Argentina e Paraguai). O projeto é desenvolvido pelo Parque Tecnológico Itaipu, em parceria com o Sebrae, em Foz do Iguaçu, PR. Ñandeva foi iniciado em dezembro de 2004 com uma semana de oficinas intensivas e a participação de designers brasileiros e internacionais, entre eles Delia Beru, Giulio Vinaccia e Alessandro Guerriero,

DE SIGN E DECORAÇÃO NA PAS SARELA

além de estudantes de cursos relacionados ao design, para convive-

Combinação inédita, a soma decoração e desfile pode abrir ca-

rem com quase cem artesãos brasileiros, argentinos e paraguaios.

minhos na moda brasileira. A novidade teve como palco a últi-

Mais de mil artesãos já estão envolvidos no projeto. A intenção é uti-

ma edição da São Paulo Fashion Week. O responsável pela ino-

lizar a técnica do design para resgatar a identidade cultural da re-

vação foi Marcelo Rosenbaum, por criar a cenografia da Água

gião e traduzi-la em produtos artesanais, além de contribuir para

de Coco, uma das principais marcas em swimwear. O arquiteto

sua divulgação.

propôs cinco ambientes compostos por móveis de junco, rat-

Os projetos foram reunidos em uma exposição, inaugurada dia 14 de

tan e fibras naturais – todos da loja Casual. Nesse embalo,

junho no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, cumprindo

aproveitou para lançar em plena passarela o piso “Poliface

um itinerário por Assunção, no Paraguai, Posadas, na Argentina, e Co-

Muti” da Casa Fortaleza, que possui manta especial anti-ruído.

penhague, na Dinamarca.

www.rosenbaum.com.br

Na fase final do julgamento, no mês de setembro, em Copenhague, o Ñandeva concorre, na categoria “Design para a Comunidade”, com grandes projetos, como o carro híbrido Toyota Priux e o software Linux.

EMPRESA, MERCADO E DESIGN

Veja no site www.nandeva.pti.org.br os protótipos, feitos em madeira,

Florianópolis, SC, sediará o simpósio internacional “Empresa,

couro, filigrana (metais), fio, tecido e cerâmica.

Mercado e Design”. Segundo os organizadores, o objetivo do evento é possibilitar “um contato entre os designers e o mundo econômico interessado em sua produção, criando uma interface de contato com atores de diversas cadeias produtivas”. Além disso, o simpósio procurará chamar a atenção dos empresários para o uso do design como estratégia, apresentando exemplos de empresas de sucesso. A programação ainda prevê a entrega do 1º Prêmio Design Catarina, uma realização do Sebrae/SC, do IEL/SC e da Rede Design Catarina. O evento acontecerá nos dias 25 e 26 de agosto no Costão do Santinho Resort & SPA e as inscrições já podem ser feitas pelo site www.praxis.srv.br/design.htm ou pelo telefone (48) 3028-5154.


HIDROMASSAGEM VERTICAL EM EXPOSIÇÃO

DESIGN & ARTESANATO

Segmento ainda recente no Brasil, a hidromassa-

elementos do ar tesanato brasileiro, pelo uso de matérias-primas

gem ver tical ganhou uma linha completa lançada

naturais e pela técnica empregada em sua utilização. O destaque

pela Roca. Chamados de Aquakits, são quatro os

(abaixo) mostra o móvel com aplicação de casca de bananeira desi-

modelos disponíveis com opções diferenciadas

dratada, material que pode ser substituído pelo couro tramado em

de desenho, dimensões, funções e sistemas de

tear manual. Criação assinada pelas designers Lui Lo Pumo, Tina de

hidromassagem: Iris, Neoplus, Hotel’s e Basic.

Azevedo Moura e Débora Eichenberg, de

Os modelos Iris, Neoplus e Hotel’s são equipa-

Porto Alegre, RS. A Saccaro

dos com misturadores termostáticos, coman-

possui lojas em todo o Brasil

dos capazes de manter constante a temperatura

e também no exterior.

da água previamente selecionada, independen-

Mais informações no site

te do controle de vazão. Já o Aquakit Basic pos-

www.saccaro.com.br

Lançamento da Saccaro, a nova poltrona da linha Mantô incorpora

sui misturador monocomando, que permite a combinação manual das águas quente e fria até a temperatura desejada. Os três primeiros modelos, termostáticos, funcionam com jatos da nova configuração bifunção para massagens cer vicais, dorsais e lombaMostra Ar tefacto São Paulo 2005. A linha pode ser vista em al-

BRA SIL NO RED DOT DE SIGN AWARD 2005 PREMIA GUTO INDIO DA COSTA

guns ambientes criados pelos arquitetos Débora Aguiar

Foi com a apresentação da banheira de hidromassagem Smarthydro

(Lounge), Jorge Bittar (Banheiros Públicos), Patrícia Anastas-

e do controle remoto do ventilador Spirit que o designer brasileiro

siadis (Loft), Ricardo Issa (Espaço Gourmet) e Terezinha Nigri

Guto Indio da Costa se destacou na 50ª edição do Prêmio Red Dot de

Basiches (Mini Loft). A exposição segue até junho de 2006.

design de produto, uma das mais importantes premiações interna-

Mostra Artefacto: Rua Haddock Lobo, 1.405, Jardins, São Paulo.

cionais no setor. É a terceira vez que o designer arremata prêmios

De segunda à sexta, das 10 às 20h; sábados, das 10 às 18h.

do concurso alemão e a oitava que seu estúdio, Indio da Costa De-

www.artefacto.com.br

sign, é premiado internacionalmente. A Smarthydro e o controle Spi-

res. As hidromassagens ver ticais Roca estão expostas na

rit foram premiados alguns meses antes, também na Alemanha, pelo IF Design Award 2005.

SUSTENTABILIDADE EM AÇÃO

A lis ta comple ta dos ven ce do res está dispo ní vel no site

SustentAção, projeto apresentado em ju-

www.red-dot.org

nho de 2005, durante um importante seminário na Fundação Getúlio Vargas, será a nova publicação da Quadrifoglio Editora. Sustentabilidade na arquitetura, na construção civil, no design, em nosso meio ambiente. SustentAção tem o jornalista Ricardo Arnt como editor e uma pauta com questões que devem ser comentadas e esclarecidas; seus diversos temas serão tratados por especialistas em cada um dos setores que dizem respeito à saúde do planeta. sustentacao@arcdesign.com.br


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al.gabriel monteiro da silva, 1487 * 11 3068 0377 * são paulo sp * 01441 001

e andré diniz

PAG 50

jenette fernando e humberto campana A

poltrona cubo • aristeu pires B poltrona M • kiko salomão e ari peres C pufe vitória régia • campanas D sofá stay • marcus ferreira E mesa sushi • campanas F mesa H • fabrício costa

D F B A

C

E


ÉTAPES: INTERNATIONAL Profissionais e interessados em design gráfico foram novamente contemplados pelo mercado editorial. A Pyramid, renomada editora francesa especializada em design, lançou recentemente a Étapes: International, revista que divulga, “decifra” e analisa

HOMENAGEM AO TATO

as últimas inovações no campo

Na contramão da ditadura do “ver para crer”, o tato ganhou uma

do design gráfico em suas variações pelo mundo.

exposição só sua. A “Touch Me Design and Sensation”, no Victo-

Publicada em inglês, a Étapes: International é irmã da conhecida Éta-

ria and Albert Museum, em Londres, apostou no toque para

pes e apresentará, a cada três meses, uma seleção de artigos e colu-

mostrar criações destinadas a fazer do design uma experiência

nas da edição francesa, que é mensal.

sensorial muito além do visual. Os objetos em exposição intera-

www.etapes.com www.etapes-international.com

gem com o visitante – ali, o tato é o comprovador da verdade camuflada pelos outros sentidos. Assim, a ilusão entre o ver e o Chair, de Jurgen Bey à almofada Fruit Cushion, de Gitta

TIPOGRAFIA: COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

Gschwendtner e Fiona Davidson, os materiais usados criam

A discussão sobre a existência ou não de

desconexões entre o que é visto e o que é sentido. Superfícies

tradição tipográfica no Brasil, bem como

são mascaradas, aparentando outro material. O pesado parece

sobre as possibilidades de inovação esté-

leve, e o leve, pesado. É apenas pelo tato que a verdade é reve-

tica que a tipografia digital trouxe a partir

lada”, anuncia a publicidade da mostra. “Touch Me” propõe a re-

da década de 1990, é o alvo do livro “Tipos

flexão sobre o prazer, a sensação e o futuro do toque numa so-

e Grafias”, da designer gráfica Isabella Per-

ciedade tecnológica, ao convidar o visitante a conhecer o design

rotta, lançado pelas editoras Viana & Mos-

sentir ganha papel de destaque: “da cadeira Kokon Double

que resgata uma prática fundamental do ser humano: o tocar.

ley e Senac Rio. A idéia que permeia a obra é a relação indissociável

A exposição segue até 29 de agosto. Mais informações no site

entre comunicação e expressão contida na tipografia. O livro aponta

www.vam.ac.uk

para os novos usos da tipografia após o que chama de “revolução tipográfica”, ocorrida na era digital – usos que transitam pela legibilidade e pela visibilidade, possibilitando a interação com o leitor. Os textos dividem-se em “Os Tipos: Meios de Comunicação”, momento em que o leitor é convidado a passear pela história secular da tipografia, e “As Grafias: Meios de Expressão”, parte voltada à exposição de criações de designers gráficos, convidados pela autora, sobre frases livremente escolhidas por eles. É nesta segunda parte que se apresenta a diversidade de novas linguagens e filosofias. Disponível nas grandes livrarias ou pelo site da Editora Viana & Mosley. Leitura interessante não restrita a designers gráficos. Editora Viana & Mosley: (21) 2540-8571; www.vmeditora.com.br


PUBLI EDITORIAL

SALÃO DESIGN MOVELSUL ESQUENTA AS TURBINAS MOVELSUL BRASIL 2006 10ª edição Bento Gonçalves, RS www.movelsul.com.br

Nas fotos, alguns projetos vencedores do Salão Design em 2004 mostram as diversas vertentes do design brasileiro e latino-americano, da tecnologia à ironia.

Acima, ban que ta Có ni co, de sign Miki Fri e den bach e Di e go Are na, Ar gen ti na. Abaixo, à esquerda, módulo Slim, design Tiago Guido Angeli e Francisco Junior, Maceió, AL; na sequência, lavabo Vidas Secas, design Gustavo Bertolini, Bento Gonçalves, RS

O ano do de sign e da in dús tria tem iní cio em ja nei ro de 2006. “Co me çar a ca mi nhar de mãos da das” é o lema pro pos to por Gus ta vo Ber to li ni, di re tor do Sa lão De sign. Vi san do es ti mu lar a par ti ci pa ção no Prê mio In dús tria, cria-se o Selo De sign, que será en tre gue às em pre sas par ti ci pan tes do con cur so, o qual po de rá ser ex pos to em seus es tan des du ran te a fei ra. Ca pa ci da de de ino va ção, evo lu ção tec no ló gi ca, pa drão es té ti co e uti li za ção de no vos ma te ri ais para os pro du tos in dus tri a li za dos, sem des cu i dar dos as pec tos am bi en tais en vol vi dos no de sign e em sua pro du ção, se rão os cri té ri os uti li za dos pelo júri. As in dús tri as in te res sa das em par ti ci par do Prê mio In dús tria têm pra zos di fe ren ci a dos e po dem en vi ar seus pro tó ti pos ou pro du tos ape nas para o se gun do jul ga men to do prê mio. As ins cri çõ es, no en tan to, de vem ser fei tas até o dia 27 de ja nei ro. Mais in for ma çõ es no site www.sa lao de sign.com.br

DE SIG NERS QUE JÁ PAR TI CI PA RAM DO PRÊMIO SÃO EN TU SI AS TAS DO SA LÃO DE SIGN

Renata Moura, Prêmio Nacional para estudantes em 2002, comenta, “quase caí dura quando soube da premiação. Tudo foi emocionante, desde a criação até a exposição, na Movelsul, em Bento Gonçalves, RS, e, depois, na feira de Valência, na Espanha. Passei a acreditar muito mais em mim mesma”.

“Tor nei-me um in cen ti va dor do even to, que é uma sau dá vel apro xi ma ção en tre o de sig ner e a in dús tria”, afir ma José Me re ge, que re ce beu o Prê mio In dús tria em 2002.

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ARC DESIGN

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Mรกrcio Madeira

CRIATIVIDADE EM ALTA NAS BOLSAS BRASILEIRAS


Na edição 41 de ARC DESIGN publicamos exposição realizada no Musée des Arts Décoratifs du Louvre, Paris. Bolsas raras, antigas, pertencentes a museus, bolsas de diversas etnias, outras de acordo com a natureza de cada profissão, até aquelas contemporâneas, de alta moda. Bolsas de todo o mundo, mas nenhuma do Brasil. Hoje resgatamos uma parte de nosso repertório contemporâneo Maria Helena Estrada

Bol sa ou bol so? Na pá gi na ao lado, cria ção de Pe dro Lou ren ço apresen ta da na São Pau lo Fas hion Week em ju lho de 2005, inova na pra ti ci da de e ele gân cia. Luva/bol sa? “Es quen ta a mão” (aci ma), em cou ro e pêlo de co e lho com as la te rais aber tas para se co lo car as mãos, é boa idéia da moda, de sign Os kar Met sa vaht para a Os klen. Ao lado, mo chi la Short John em ne o pre ne, de sign Fa bi a na Na tac ci para Aces só ri os Bra sil, SP


O luxo? Este nos chega da Europa... e até do Oriente. A criatividade? Esta é bem brasileira. E qual, ou quais, nossos pontos fortes? Os materiais, os coloridos, a espontaneidade, o descompromisso. Que também são um luxo! As bolsas brasileiras, sem “inspiração” em tendências européias, sem seguir a moda – mas criadoras de moda – têm, muitas vezes, uma raiz artesanal. Quanta riqueza a ser explorada, agora mesmo, com o artesanato em alta! O “velho mundo” precisa de sangue novo, vibrante – e é aqui que ele se encontra. Que o diga o design de moda e de produtos! O que faz desse ancestral meta objeto em sua dupla função – ao mesmo tempo objeto em si e suporte para outros objetos – um item inusitado e curioso no mundo da moda, e de grande apelo visual? Um quê de chic charme, um toque de humor, formas e materiais interessantes, sem esquecer as qualidades de um bom serviçal. Uma “boa bolsa veste uma pessoa”? Sem dúvida. Mas o outro lado da moeda dos “loucos por grifes” são “homens e mulheres-sanduíche”, etiquetas famosas por todo o corpo, verdadeiros cartazes ambulantes. O que não se consegue com um bom marketing! A moda, o street fashion, chegou a um ponto ótimo – libertário. Tudo (ou quase) é válido, e quanto mais sua imaginação se soltar, melhor o resultado. Que maravilha! Experimente! ❉


Acima, bol sa Ma lak em náilon, da Ab so lu ta men te Né cessai re, SP. Ao lado, bol si nha em ve lu do in glês, com pin gen tes e fran jas, tam bém em ve lu do. Po de mos cha má-la de um belo bar ro co mo der no? Design Rei nal do Lou ren ço. Abaixo, bolsa em plástico, design Fernando e Hum ber to Campana para a Grendene. Na pá gi na ao lado, no alto, à esquerda, bol sa em cou ro de ti lá pia da li nha Exo ti que, design Sil va na Nas ral lah Be dran para a SNB. Na se quên cia, bol sa Ibo A13, em algo dão com apli ca ção de patch work em fel tro; design Isa be la Ca pe to para a Clu be Cho co la te. Embaixo, mo chi la/bol sa em náilon com ner vu ras, ideal para cida des pe rigo sas: o zí per fica na par te poste ri or; design Gil son Mar tins, en contra da em sua loja de Ipa ne ma, RJ


Nas duas pá gi nas, re per tó rio de bol sas ar tesa nais. Nes ta pá gi na, aci ma, as fi ti nhas do Se nhor do Bon fim criam o “co lo ri do Bra sil”. À es quer da, la cres de la ti nha de alu mí nio presos com cro chê for mam a bol sa “para fei ra e fes ta” (mer ca do de ar tesa na to de Ma ceió, AL). Abai xo, ins pi ra da na sa co la de fei ra e no mes mo ma te rial, as lis tas cru za das criam um belo “ma dras” (ca me lô em Ipa ne ma, RJ). No alto da página ao lado, bolsa em cou ro com fu ra çõ es que re me tem à tra di ção dos va quei ros nor des ti nos, resul ta do do pro je to re a li zado por A Casa com alu nos da Design Aca demy Eind hoven, Ho lan da, exe cu ta da em Ser ri ta, PE


No alto, à direita, a bol si nha feita com ca nu ti lhos de pa pel e mi çangas de me tal costu ra das com fio de náilon, já ser viu como ins pi ra ção para Ar ma ni; design Nido Cam po longo, à ven da em seu ate liê de São Pau lo. Nas mãos da mo de lo: à es quer da, bol si nha em lá tex na tu ral produzida pe los ha bitantes ri bei ri nhos do Ta pa jós, co mu nida de Ma gua ri, PA, exem plo de bai xíssi ma tec no lo gia, molda da em uma to ri nha de ma dei ra; à direita, a bol sa/fras quei ra não faz par te do re per tó rio ar tesa nal: em cou ro, ideal para via gens de um dia, ou para quem car re ga “tudo” na bol sa; design Gil son Mar tins, dis po ní vel em sua loja de Ipa ne ma, RJ


ARC DESIGN muito tem discutido e questionado sobre o assunto – polêmico – madeira. Extrativismo correto, sustentabilidade e a consciência de que a flo res ta tem de ser re no va da são questões que parecem entrar em pauta. Mas como ter certeza de certificações, controle sobre as ações predatórias? Uma coleção de móveis em madeira, criada por arquitetos chilenos, nos traz algumas res-

A INTELIGÊNCIA NA MADEIRA

postas... e belos exemplos Maria Helena Estrada Fotos Guy Wenborne

Economizar, ser avaro no uso dessa matéria-prima que não pode desaparecer, criar sábias estruturas e priorizar aglomerados e laminados. Mas, antes de tudo, pesquisar – a fundo – a origem dessa madeira que vamos utilizar e comprar. O livro “Muebles de Madera Diseñados por Arquitectos en Chile” traz a produção contemporânea chilena, que parece calcada no ditado, “sabendo usar, não vai faltar”. Uma iniciativa da Corporación Chilena de la Madera (www.corma.cl), tem entre seus patrocinadores a Masisa, empresa produtora de chapas de madeira – fornecedora da matéria-prima para esses projetos – e que muito tem incentivado o design na América do Sul, com destaque para o Brasil. A publicação traz exemplos da obra de 15 arquitetos, 5 dos quais atuantes há mais de 10 anos. A esses mestres, é dedicado um capítulo com obras de Juan Brochers, Miguel Eyquem, Jaime Garretón, Juan Ignácio Baixas e Cristián Valdés. Apresentamos dois exemplos de projetos de Valdés e de Baixas, precursores do design no Chile.

No alto, ca dei ra de Cris ti án Val dés, pro je ta da no fi nal do sé cu lo XX e hoje pro du zi da em sé rie. “Mó veis jovens e, ao mes mo tem po, car re ga dos de tem po. Li ção, he ran ça e tra di ção viva”, es cre ve o ar qui te to Alex Mo re no, na in tro du ção ao li vro


Nesta página, es pre gui ça dei ra Tubo, de sign Leo Car re ño, em pi nho la mi na do, cur va do, com fi xa çõ es em aço e manta de cou ro op ci o nal em couro. Fe cha da ou aber ta, con ser va a mes ma plas ti ci da de

Cristián Valdez, arquiteto de Valparaiso, vem de uma família de moveleiros e desde sempre experimentou as possibilidades e os limites da madeira: espessuras e raios de curvatura medidos em milímetros. Juan Ignácio Baixas já foi premiado em diversos concursos, é professor da Universidade Católica e, desde 2004, diretor da Escola de Arquitetura do Chile. A elegância de sua cadeira K surpreende: a madeira, apenas estrutural, é usada como convém, com avareza, e seu conforto é garantido pelo assento/encosto em lona. Plástica, prática, inteligente. A espreguiçadeira Tubo é projeto de Leo Carreño, arquiteto diplomado em 1988, em Valparaiso, tendo depois estudado desenho industrial em Florença, Itália. Ganhador do concurso nacional de design para móveis dobráveis, em 2004, tem seus projetos publicados em diversas revistas. Simples e racional, a mesa Cecido, de

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Mauricio Diaz-Raffo, em MDF laqueado, foi pensada

le e de desenho industrial na Universidade Diego Porta-

para várias configurações, da mesa baixa à alta, esta

les; participou de diversas bienais na América do Sul,

para quatro ou oito pessoas. Diaz-Raffo já recebeu di-

em Veneza e na China.

versos prêmios, entre eles no Concurso Nacional Masisa,

Uma certa “overdose” de madeira, mas são sarrafos de

seção chilena, e no Concurso Internacional de Design

pinho – 576 – de 20 x 20 mm – dispostos com muita ori-

Movelsul, em Bento Gonçalves, RS.

ginalidade nessa Mesa Sin Cubierta, de Mauricio Léniz.

Sempre pensando em exigir estruturalmente até o limi-

Diplomado em 1996 pela PUC Chile, desde 1993 desen-

te o material empregado, Albert Tidy apresenta os pro-

volve projetos de mobiliário. Já participou da Bienal de

tótipos BJ-1 e BJ-2, em MDF com espessura de 15 mm.

Arquitetura e Design em Santiago; da Bienal de Saint

Tidy diplomou-se no Chile em 1992 e fez mestrado em

Étienne, França; do Salão do Móvel de Paris, França; e

arquitetura na Universidade Yale, EUA, onde recebeu o

da Bienal de Veneza, Itália.

Samuel Fogelson Memorial Award; recebeu bolsas de

Rigor, precisão de medidas e repetição, eis a “fórmula

estudo da Fundação Fulbright e Presidente da Repúbli-

mágica” desse projeto, talvez o da primeira mesa sem

ca. É professor de arquitetura na Universidade do Chi-

tampo jamais pensada. ❉


Na página ao lado, no alto, mesa Ce cido, design Mau ri cio Diaz-Raf fo. Inte ligên cia pro je tual na sim pli cida de com que des lo ca o uso do obje to, de mesa bai xa a mesa de jantar para qua tro ou oito pessoas. Pro du zida em MDF la quea do. No pé da página ao lado, pro tó ti po da ca dei ra BJ-1 e da ban que ta BJ-2, design Al bert Tidy, uti li za MDF de 15 mm de es pessu ra. Po de rí a mos cha má-la de ar qué ti po da ca dei ra mo der na: mo de lo clássi co em re leitu ra, com uso do ma te rial re du zido até o li mite da resistên cia e da for ma

Nesta página, no alto e ao lado, Mesa Sin Cu bi er ta, design Mau ri cio Lé niz. Um leve to que de hu mor na ex ce lên cia do pro je to. 576 sar ra fos de pi nho de 20 x 20 mm, com traves ho ri zon tais, dão es ta bi li da de a essa mesa sem tam po. Abai xo, ca dei ra K, design Juan Ig ná cio Bai xas, em eu ca lip to e lona. Ar qui te to desig ner, alu no de Jean Prou vé, faz par te da ge ra ção de pre cur so res do design no Chi le

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SÃO ANTIGOS... MAS MUITO MODERNOS A mostra “Se Esta Rua Fosse Minha”, em cartaz no Museu da Casa Brasileira, São Paulo, durante os meses de junho e julho, agrupou cerca de 500 ladrilhos hidráulicos e mostrou a versatilidade e beleza dessas peças ainda produzidas em processo artesanal Da Redação

Acima, matrizes metálicas utilizadas na fabricação dos ladrilhos hidráulicos: a massa composta por cimento, areia, pó de mármore, água e tintura de óxidos é colocada manualmente em cada compar timento. Após esse procedimento, o ladrilho é prensado e passa por um período de “cura” de 72 horas

A mai o ria dos la dri lhos hi dráu li cos tem for ma to qua dra do e o ta ma nho mais co mum é o de 20 x 20 cm. À es quer da, la dri lhos dese nha dos por Flavio de Car va lho. À di rei ta, os fa mo sos la dri lhos das cal ça das de São Pau lo, cujo dese nho ge o mé tri co re me te ao mapa do Es ta do

Os bar ra dos (no pé das duas pá gi nas) são mar ca re gis tra da dos la dri lhos hi dráu li cos. No iní cio do sé cu lo 20, o uso de pe ças com de se nho re bus ca do e di ver sas co res era res tri to às ca sas de fa mí li as mais abas ta das. O alto cus to destas pe ças deve-se ao cu i da do ne ces sá rio na co lo ca ção das mas sas


Alguns despertam a memória afetiva: marcam presença

lho, que os utilizou em seu conjunto de casas na esquina

em prédios históricos, igrejas, passeios e calçadas. Ou-

da Alameda Lorena com a Rua Ministro Rocha Azevedo,

tros chamam a atenção pela modernidade de seus dese-

nos Jardins, SP. Os ladrilhos, em tom amarelo-ocre e de-

nhos: combinação de antigas técnicas com um resulta-

senhos em preto, são até hoje copiados e produzidos.

do contemporâneo.

No quesito utilidade, o ladrilho hidráulico se destaca pela

Os padrões mais antigos dos ladrilhos hidráulicos foram

possibilidade de fácil sinalização para os deficientes vi-

copiados de modelos europeus. O material chegou ao Bra-

suais, por meio de relevos, como “pontos” nas calçadas,

sil no início do século 20, trazido por imigrantes italianos,

que indicam mudanças de nível e percurso.

e são raros os casos em que a autoria do desenho é origi-

O pesquisador Antonio Alves de Carvalho possui um acer-

nal e conhecida. Alguns são de famosos anônimos, como

vo de mais de 2 mil peças, das quais 500 foram expostas

o desenho nas calçadas com o mapa estilizado de São

na bela mostra do Museu da Casa Brasileira, que teve cu-

Paulo, familiar a quem circula pela cidade, porém de auto-

radoria de Lúcio Gomes Machado e cenografia do arquite-

ria desconhecida, segundo o pesquisador Antonio Alves

to Haron Cohen.

de Carvalho.

A coleção completa está guardada na Faculdade de Arqui-

Mas o mais famoso criador brasileiro de padrões para la-

tetura e Urbanismo da USP. É um importante acervo para

drilhos foi o arquiteto, designer e artista Flavio de Carva-

o estudo acadêmico sobre a indústria e a arte brasileiras. ❉

co lo ri das nos res pec ti vos com par ti men tos, o que tor na o tra ba lho bas tan te len to: um ope rá rio pro duz 10 ladrilhos por dia e cada peça pode le var até cin co dias para fi car pron ta. No alto da página, vista parcial da exposição no Museu da Casa Brasileira


ILUMINAR A LUZ?

Iluminar um show-room de luminárias: um belo desafio! Significa valorizar os produtos em exposição e personalizar os espaços, evidenciando o projeto de arquitetura Da Redação / Fotos Nelson Kon

O novo show-room Lumini apresenta-se em grande estilo, com soluções arquitetônicas que permitem mostrar toda a coleção, sem as inconvenientes superposições visuais. A seleção dos equipamentos e soluções obedeceu às diversas finalidades de uso do show-room: da vitrine à sala de efeitos, incluindo os jardins e os espaços de atendimento. A vitrine, ampla, tem paredes laterais texturizadas em fulget claro. Iluminadas de forma rasante, definem o projeto arquitetônico, que evidencia climas e efeitos luminosos. O espaço do show-room é aberto para a vitrine e para todos os demais espaços específicos. Sob a passarela estão os projetores orientáveis para trilhos e o vazio da escada introduz um sistema de iluminação – Sky –, composto por um difusor translúcido, sem emendas, capaz de propiciar iluminação difusa e homogênea. Uma grande bancada serve de apoio às luminárias de pé e de mesa. No pavimento superior, destaque para a sala de reuniões, iluminada com lâmpadas Nas duas páginas, novo showroom da Lumini em São Paulo. As linhas puras do edifício, projetado pelo arquiteto Luiz Fernando Rocco, em conjunto com o projeto luminotécnico, assinado por Gilberto Franco e Carlos Fortes, destacam os produtos expostos

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xenon, mínimas em suas dimensões, que se “escondem” por trás de sancas ou estantes. Efeitos luminosos dinâmicos permeiam todo o projeto: é possível alterar a temperatura de cor conforme varia a iluminação natural, e também escolher entre diversas colorações de luz. Uma coleção com peças premiadas, como a luminária Luna, Prêmio IF 2005, e a aposta na coerência de estilo – contemporâneo, é claro. ❉



A Tok & Stok, famosa por ser capaz de mobiliar, com pronta entrega, uma casa inteira, ou mesmo um escritório, aumenta seu desafio com a concepção de lojas verdadeiramente

Aci ma, fa cha da da loja, na qual se evi den cia a mo du la ção dos qua dra dos en con tra dos no in te ri or do es pa ço. Na pá gi na ao lado, no al to, vis ta ge ral do piso tér reo e do mez za ni no, com as pal mei ras que per so ni fi cam a loja e, embaixo, si na li za ção dos es pa ços para sala de jan tar e des ta que para a mo du la ção em qua dra dos que si na li za os cor re do res

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CONFORTO EXTRA PARA CARIOCAS

“client oriented” Da Redação Fotos Robson Curvello

A primeira das novas megalojas da rede foi inaugurada no mês de julho na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Projeto do arquiteto Felippe Crescenti, ela estabelece o padrão, ou a imagem Tok & Stok, que será marca registrada da empresa. Três grandes blocos interligados, em dois pisos, compõem a estrutura, que permite total visibilidade dos ambientes desde a entrada. “Isso possibilita a escolha de um percurso direto ao segmento desejado, ou em etapas, se o cliente preferir visitar cada ambiente”, afirma a vice-presidente da empresa, Ghislaine Dubrule. A megaloja possui pé-direito duplo, teto de vidro e grandes palmeiras naturais na área central, que recebem iluminação natural. No pavimento térreo, com piso em madeira, estão os móveis de praia e jardim em toda a extensão do deck. Há ainda o Café Design, com uma livraria para obras relacionadas ao design e à arquitetura, além de revistas do setor, peças assinadas, equipamentos eletroportáteis e uma CDteca com 48 títulos. O espaço de convivência, com mesas e cadeiras, é completado pelo café, que também servirá refeições rápidas, com cardápio assinado pela chef Ana Soares. Como é possível perceber, são várias as inovações oferecidas aos 400 mil clientes da rede na região. O projeto da unidade da Barra traz também mudanças na área destinada ao auto-serviço, com aproximadamente 4 mil metros quadrados e novos equipamentos para exposição. Carrinhos maiores permitem que alguns móveis sejam retirados pelos clientes. Outra novidade são os totens de consulta, localizados estrategicamente em cada setor e que, somados às três torres de atendimento, agilizam a escolha dos clientes.



A megaloja oferece ainda o espaço Baby Stok, com acompanhamento de monitora, displays para exposição das campanhas que estão em destaque, além de estacionamento para aproximadamente 300 carros. Outro diferencial é o sistema de iluminação, assinado pelo arquiteto Gilberto Franco, que faz com que todos os móveis e acessórios recebam igual luminosidade. Mas não é só na forma ou nos serviços que a Tok & Stok inova. Como explica seu presidente, Régis Dubrule, para colocar todo o projeto em prática foi necessário viabilizar parcerias: “a construtora adquiriu o imóvel e o construiu de acordo com nossas especificações (built to suit) com recursos captados no

Nes ta pá gi na, duas vis tas do in te ri or da nova Tok & Stok: aci ma, se tor de lou ças e uten sí li os do més ti cos; abai xo, mó veis para a área ex ter na são ex pos tos sob ilu mi na ção na tu ral; des ta que para a in te gra ção en tre os am bi en tes que ex põ em mó veis e ob je tos

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mer ca do fi nan cei ro”, ex pli ca o exe cu ti vo. O total do investimento, direto e indireto, foi de 28 milhões de reais. Instalada em um terreno com 15 mil metros quadrados, dos quais 9 mil são destinados à área comercial – espaço 50% superior ao da maior unidade atual –, esta é a primeira de diversas megalojas. Até o final deste ano será inaugurada mais uma estrutura em São Paulo, na Marginal Tietê, com 10 mil metros quadrados de terreno e 8 mil de área comercial, além de serem ampliadas as lojas de Niterói e de Brasília. Ao todo, serão 25 mil metros quadrados de novas áreas comerciais, o que faz de 2005 um marco do avanço da empresa. ❉

Aci ma, sala de jan tar e vi são tí pi ca do Rio de Ja nei ro. Abai xo, uma vis ta a par tir da en tra da da loja, com o deck em ma dei ra, os di ver sos de par ta men tos, o mez za ni no e a cla ra bóia cen tral


Realizada no Hotel Unique, São Paulo, no mês

CONAD 2005

de junho, a 5ª edição do Conad foi marcada pelo ecletismo dos temas e pelo sucesso de público. Sinal de que decoradores, designers e arquitetos de interiores estão, cada vez mais, em bus ca de atu a li za ção e aper fei ço a men to. O sucesso do evento também marca a consolidação do setor no Brasil

Juliana Mariz A quinta edição do Congresso Nacional de Design de Interiores (Conad) reuniu 800 ouvintes, entre profissionais e estudantes, interessados nas palestras de renomados arquitetos e designers, como Ruy Ohtake, Sergio Rodrigues, Karim Rashid e Massimo Morozzi. O evento celebrou o 25º aniversário da Associação Brasileira de Design de Interiores (ABD), entidade que organiza o Conad. Segundo Brunete Fraccaroli, presidente da ABD, a participação no congresso é uma grande oportunidade para os profissionais enriquecerem seu repertório e entrar em contato com novas teorias. O mote deste ano foi “Design e Tecnologia”. A partir desta temática, os palestrantes destilaram suas experiências, expuseram cases e deram depoimentos sobre

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Aci ma, pavi lhõ es para o pro je to so cial “O Me ni no e o Mar”, de Ruy Oh ta ke. Abai xo, am bi en te cria do por Car los Alexandre Du mont, o “Ca ri co”, para a Casa Cor Belo Ho ri zon te. Na pá gi na ao lado, no alto, apresenta do pela ar quite ta ita lia na Lu i sa Col li na, quar to com pro je to de Ron Arad para o Ho tel Pu er ta Amé ri ca em Ma dri, no qual o mó du lo em Co rian é “como uma cáp su la do avesso, e o quar to, o en ve lo pe”. No pé da pá gi na, pol tro na Co ral lo, design Fer nan do e Hum ber to Cam pa na para a Edra

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Abai xo, casa pro je ta da por Gerson Castel lo Bran co na La goa do Uruaú (CE): desta que para os te lha dos em “bi cos”, uma das mar cas do ar quite to. No pé da pá gi na, pol tro na MF5, um clássi co do Bran co & Pre to re e dita do pela Etel Inte ri o res

a profissão. Cerca de 30% dos participantes eram estudantes, que deixaram o evento com novo fôlego para construir suas trajetórias. Uma das palestras mais aclamadas foi a do designer Sergio Rodrigues. A platéia ficou embevecida com a apresentação do autor da cadeira Mole, sempre uma referência no design nacional. O arquiteto Ruy Ohtake também expôs seus trabalhos e deixou claro por que é o mestre das curvas. “Essas curvas todas são formas e a forma tem que vibrar na cidade. A arquitetura tem de sair do papel e se tornar presente na cidade”, afirmou. A arquiteta Luisa Collina desembarcou de Milão com muita experiência na bagagem para transmitir aos espectadores. Professora de design no Istituto Politecnico di Milano, Collina mostrou-se afinada com as principais teorias arquitetônicas: falou sobre a grande quantidade de materiais à nossa disposição e como alguns arquitetos são identificados com determinada matéria-prima. “A arquitetura está mudando na teoria e na prática. Ela está se transformando graças às novas tecnologias construtivas.” Outro palestrante internacional a participar do Conad foi o italiano Carlo Colombo, que reforçou a idéia de que os profissionais devem buscar uma linguagem própria em seus projetos. “É isso que procuro em minha vida. Quero falar com as pessoas através da minha linguagem”, disse o profissional, que falou também sobre sua ousada abordagem a Giulio Cappellini para pedir emprego no começo de sua carreira. O italiano Massimo Morozzi, designer e diretor de arte da Edra e responsável pelo lançamento dos irmãos Campana na Itália, falou dos caminhos do design contemporâneo e mostrou os últimos lançamentos da empresa que, como sempre, tem seu ponto alto nos produtos dos designers brasileiros. Morozzi também explicou o jogo conceitual em relação às mesas Brasília, design Campana, e Bagdad, design Ezri Tarazi, capa da edição 42 de ARC DESIGN.

Na pá gi na ao lado, am bi en tes cri a dos por Ary Pe rez. No alto, Má tria, ins ta la ção re a li za da para a 4ª Bienal do Mercosul em con jun to com o ge ne ti cis ta Ser gio Pena: com a for ma de uma imen sa trom pa de fa ló pio e 20 me tros de ex ten são, tra çava o mapa ge né ti co da Amé ri ca do Sul a par tir da aná li se do DNA de 50 par ti ci pantes. Em bai xo, Ga le ria do Ama zo nas, cria da para a Casa Cor São Pau lo 2005

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Sucesso do momento, o designer norte-americano Karim Rashid mostrou móveis e luminárias com suas características formas arredondadas. Muitos dos palestrantes reforçaram a importância de mantermos nossa identidade nacional. Visivelmente entusiasmada com sua carreira, a empresária Etel



Carmona foi uma das mais eloquentes no quesito “Ame o Brasil”. Ela contou sobre sua experiência com madeiras certificadas, mencionou as dificuldades em encontrar empresas conscientizadas do assunto e reforçou a importância da responsabilidade perante o meio ambiente. “Quando forem procurar madeiras para o trabalho, busquem saber a origem dela, se não vem de área de desmatamento, de área de trabalho escravo, para que possamos dar nossa contribuição para a Amazônia.” Maria Helena Estrada, editora de ARC DESIGN, tamAcima, projeto de Mauricio Queiroz para a relojoaria Plus, na cidade do Por to, Por tugal. No alto, à direita, cadeira de John Graz em releitura de Delia Beru. Abaixo, luminária Eos, design Carlo Colombo para empresa italiana Nemo

bém defendeu o uso consciente da madeira. “Somos um dos países mais ricos em madeira, então por uma questão de inteligência e economia temos de conhecer melhor esse material, aprender a trabalhar com ele em suas diversas formas para sermos capazes de produzir estruturas finas e leves, sem abusar da própria riqueza.” Maria Helena deu ainda um conselho indispensável para profissionais e principalmente para os ouvintes que ainda estão na sala de aula: é essencial ter um discurso correto para convencer o empresário a produzir uma peça. “Assim como antes de fazer o produto você tem que desenhá-lo, antes de apresentar o seu projeto, você tem que convencer o empresário que ele vai lucrar, que seu projeto vai, de alguma forma, ser bom para a empresa.” Uma boa abordagem de marketing é imprescindível”, afirmou. Muitos palestrantes citaram a relação, algumas vezes conflitante, com o cliente. O arquiteto mineiro Carlos Alexandre Dumont, o “Carico”, acha fundamental estabelecer um briefing detalhado no início do projeto para que o cliente não tente “remendá-lo” posteriormente. O arquiteto nordestino Gerson Castelo Branco mostrou ter uma relação agradável e até com direito a apelidos com os seus contratantes. Gerson chama o próprio trabalho de “paraqueira”, o qual, segundo ele, busca o resgate das raízes do país por meio da arquitetura. “Paraqueira veio de um apelido que eu tinha quando adolescente porque eu vivia rindo, então era um estado de felicidade. Como os meus clientes sempre tiveram essa


Aci ma à es quer da, fru tei ra Black Ho ney, design Arik Levy, pro du zi da com pro cesso de pro to ti pa gem rá pi da; abai xo, ro los de bor ra cha na tu ral, novo ma te rial desen vol vi do na Ama zô nia, am bos ci ta dos por Ma ria He le na Es tra da. Aci ma, à di rei ta, as ca dei ras 20r ex plo ram a resis tên cia da ma dei ra com es pessu ra mí ni ma; design Pe dro Use che



sensação de estarem felizes da vida dentro dos meus espaços, achei que estes eram paraqueiras”, explicou. Um dos pontos fortes deste Conad foi o mix complementar de temas, que também abrangeu a iluminação. O tema ficou a cargo da lighting designer Neide Senzi, que tem vasta experiência no assunto. Além de mostrar alguns de seus projetos, Senzi confirmou que houve

Abaixo, sofá/pufe Superblob, de sign Ka rim Ras hid para a Edra. No pé da página, am bi en te de cir cu la ção do Hos pi tal Pau lis ta no, em São Pau lo, pro je to de Edu Do min gues e Sid ney Bi on da ni com ligh ting de sign de Nei de Sen zi. No pé da pá gi na, à esquerda, pol tro na des mon tá vel Ki lin, de sign Ser gio Ro dri gues. Na pá gi na ao lado, pro je tos de Mar ce lo Ro sen baum: no alto, ren de ring da proposta para a loja Cus to Bar ce lo na, em cons tru ção em São Pau lo; em bai xo, resi dên cia Lo duc ca, também em São Pau lo

uma mudança de mentalidade com relação à luz depois do “apagão”. “Chegamos à conclusão de que não é a quantidade que faz a diferença, mas sim a qualidade.” Em sua palestra, Senzi também mencionou a relação entre visão e sentimento. Nós vemos, mas, ao mesmo tempo, sentimos. Com isso, podemos planejar o ambiente de forma a provocar reações emocionais”, afirmou. O Conad já se firmou como um pólo gerador de tendências e também um canal importante para analisarmos o que os profissionais já famosos pensam das novas gerações. A designer Delia Beru mostrou-se otimista. “Eu penso que nesses últimos anos surgiu uma geração que se destaca pela criatividade, conseguindo impor, em suas obras, uma personalidade brasileira pelo uso de materiais ecologicamente corretos e que estabelecem, juntamente com nosso artesanato, música e cinema, uma imagem de destaque do Brasil no mundo”, disse. A nova geração de arquitetos foi representada por Marcelo Rosenbaum, responsável por toda a cenografia do 5º Conad. Rosenbaum falou de seu processo criativo e de como é importante utilizar referências pessoais nos projetos. Nem mesmo o assunto do momento – o luxo – foi excluído do congresso, que contou com uma palestra de Carlos Ferreirinha, consultor especialista em luxo. O congresso teve também a participação do fotógrafo Tuca Reinés, famoso por suas imagens de arquitetura e interiores. O Conad contribuiu para o aprimoramento dos designers de interiores – que, com justa razão, não mais se chamam “decoradores”, pois decorar signi-

Paulo Afonso Veiga

fica apenas enfeitar –, os quais hoje se preocupam com a qualidade de vida necessária ao hábitat contemporâneo. ❉

Graças à parceria entre a Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD) e ARC DESIGN, disponibilizamos o conteúdo de todas as palestras do CONAD 2005 no site www.arcdesign.com.br


PUBLI EDITORIAL

R I VA RIVA Rua Abel Postali, 445 Caxias do Sul, RS Tel: (54) 227-1200 www.riva.com.br

DESIGN CONTEMPORÂNEO EM PRATA E AÇO Com foco na praticidade, a Riva surpreende pela qualidade de sua produção. Peças originais, que trazem o design como diferencial, percorrem todo o universo dos utilitários em metal

Da Redação Qualidade e desenho exclusivo, aliando tecnologia a um acabamento artesanal: estas são características que distinguem a Riva no mercado de objetos e utensílios domésticos. A empresa, sediada em Caxias do Sul, RS, divide suas peças em três linhas de produção – Riva, Emporio Riva e Rivissima –, que somam mais de 600 itens trabalhados em prata e aço inoxidável, lastreados no design contemporâneo. Com produção mensal em torno de 20 mil peças e reconhecimento no Brasil, a Riva começou a ganhar mercados exteriores. Em 2003, iniciou suas exportações para Argentina e Panamá. Hoje está presente no México, na Grécia e na França – onde foi criado um centro de distribuição, dado o sucesso das peças entre os franceses. Em 2006, a empresa planeja conquistar os 42 ARC DESIGN


A com po si ção das sa la dei ras Ca ri ni – vi dro mais pe rí me tro em pra ta – con fe re le ve za e re fi na mento ao obje to (à es quer da). À di reita, novida de na Riva: re vesti mento em jun co para ta lhe res, ma té ria-pri ma tam bém presen te em ou tros 14 itens da li nha Jun co, com tran ça do ar tesa nal. No pé da pá gi na ao lado, as li nhas fi nas da fru tei ra Po ten za em pra ta ressal tam o co lo ri do das fru tas

Pra ta e aço inox, pu ros ou asso cia dos a ou tros ma te riais, são a base dos pro du tos da Riva. À es quer da, ban de ja Mot ta em aço inox e vi dro tem pe ra do, fi na lis ta do Prê mio IF 2003; à di rei ta, con jun to de “cai xas” para chá e café San za, tam bém em aço e vi dro. Abai xo, o con jun to de sa lei ro e pa li tei ro em aço inox Mu raz zo foi su cesso en tre fran ceses

mercados italiano e japonês.

A madeira, também associada ao aço inox, despertou

“A Riva sempre desenvolveu objetos com-

interesse: o eucalipto de reflorestamento está presente

binando diferentes materiais ao metal. Vidros

em saladeiras, tábuas para queijo e carne, admitindo

soprados, prensados e planos foram alguns dos

inúmeras combinações. Em 2005, a Riva apostou no

primeiros materiais que usamos em parceria com a pra-

junco natural, aliado ao inox, para criar faqueiros, jar-

ta e o inox”, relata Rubens Simões, proprietário da em-

ras, bandejas de vidro e aço entre outros itens.

presa e responsável pelo design dos produtos. A partir

As peças em prata e aço inox concebidas por Simões

dessa experiência, surgem novas combinações, como

são elaboradas uma a uma, de forma praticamente ar-

peças em prata com pedra ágata e em porcelana, pre-

tesanal. As criações da Riva estão disponíveis em diver-

sentes em réchauds e bules. Para a linha de inox, Simões

sos Estados brasileiros: consulte a relação completa no

foi buscar na resina de poliéster, com aplicação de fun-

site www.riva.com.br ou pelo SAC (54) 3025-5333. Há,

do colorido, o brilho e o toque para peças como talhe-

ainda, endereços na França (5 rue Leschaud Zone

res, jarras e bandejas, as quais ganharam vida nova

Commerciale Atout, Reze), na Grécia (69 Demeharous

com esses acabamentos. A resina ainda traz a vantagem

Str. 11521, Atenas), no México (www.palaciodehier-

de ser um material indeformável, resistente a marcas.

ro.com.mx) e na Argentina (www.alvearpalace.com). ❉ 43 ARC DESIGN


RAÍZES BRASILEIRAS Com pro je to de Mar ce lo Fer raz e Fran cis co Fa nuc ci, a nova Bi bli o te ca Ca ro li na Maria de Je sus com bi na per so na li da de no mo bi li á rio e res pei to ao edi fí cio his tó ri co no qual se in se re Winnie Bastian A cidade de São Paulo ganhou, no dia 13 de maio, uma biblioteca dedicada à cultura negra. Localizada no Museu Afro Brasil, no Parque do Ibirapuera, a Biblioteca Carolina Maria de Jesus tem projeto da Brasil Arquitetura, e mobiliário da Marcenaria Baraúna, ambos de Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz. A Baraúna especializou-se na criação de móveis contemporâneos baseados na cultura popular nacional e nas conquistas do movimento moderno. A riqueza das soluções encontradas na criação informal do povo brasileiro inspira Ferraz e Fanucci no design de móveis que se destacam pela simplicidade construtiva.


Na pá gi na ao lado, no alto, vis ta do edi fí cio do Mu seu Afro Bra sil e, embaixo, destaque para a di visória treliçada que remete aos mu xarabis. Nes ta pá gi na, abai xo, di vi só ria em vi dro in co lor sem cai xi lhos não obs trui a vis ta e re pre sen ta a con si de ra ção dos ar qui te tos pelo pro je to de Os car Ni e me yer

Antes de iniciar a execução da biblioteca, os arquitetos propuseram uma “limpeza”, ou seja, a retirada de diversos elementos não previstos na construção original, a fim de restaurar as características do projeto de Oscar Niemeyer. O edifício voltou a ter paredes brancas e colunas da mesma cor, e até mesmo a iluminação original foi recuperada. O respeito de Ferraz e Fanucci pelo projeto original fica evidente na cuidadosa intervenção realizada pela dupla. Com exceção de uma parede de alvenaria no saguão de entrada, todos os elementos propostos são removíveis, até mesmo os fechamentos internos da


biblioteca, que, com 2,50 metros de altura, não tocam o teto. Executados em OSB ebanizado, esses elementos alcançam a delicadeza do detalhe dos vidros sem caixilhos, “para não concorrer com os caixilhos do prédio”, explica Ferraz. Outro elemento importante no projeto foi o resgate da entrada principal do museu, que voltou a ser feita pela marquise (como na proposta de Niemeyer), o que em si já é um convite para conhecer melhor a cultura afro-brasileira. ❉

Acima, o ambiente de estar da biblioteca: espaço onde se reúnem especialistas no estudo das questões da cultura afro-brasileira e também o público em geral, passou a ser chamado de “Casa da África”. Abaixo, em primeiro plano, vista da escada que interliga a biblioteca (no primeiro pavimento) ao espaço de exposições temporárias (no térreo). Destaque para os materiais utili zados: compensado naval nas estantes (ao fundo, à esquerda) e OSB com pintura automoti va nas di visórias (ao fundo, à direita)




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C A D E R N O E S P E C I A L A R C D E S I G N Nยบ43

MESTRES DA ARQUITETURA

Mecanoo


MECANOO

COMPOSIÇÃO, CONTRASTE, COMPLEXIDADE Winnie Bastian Fotos Christian Richters

Fundado na cidade holandesa de Delft, em 1985, o Mecanoo é dirigido por Francine Houben, arquiteta formada pela Delft Technical University, e envolve mais de 60 profissionais de diversas áreas. As interpretações muito estritas da arquitetura não agradam a Houben, para quem “arquitetura é uma combinação entre diversos elementos, como o planejamento da cidade e da paisagem e o design de interiores. Meu trabalho é caracterizado pela integração dessas disciplinas”. Essa abordagem multidisciplinar tem rendido a ela e ao Mecanoo reconhecimento internacional e diversos prêmios, como o National Steel Prize (1998), o TECU Architecture Award (2001) e o Dutch Building Prize (2003). Além disso, Francine Houben recebeu, em 2001, o título de membro honorário do respeitado Royal Institute of British Architects, de Londres. Escrever e pesquisar são hábitos recorrentes dos arquitetos holandeses e também integram a prática profissional de Francine Houben. Em 1999, a arquiteta introduziu o conceito de estética da mobilidade, no qual propunha uma atitude visionária para as construções ao longo de vias expressas. No mesmo ano, foi instituída professora na cadeira de Arquitetura e Estética da Mobilidade na Delft Technical University. Entre 2000 e 2001, Houben lecionou na escola de arquitetura da Università della Svizzera Italiana, em Mendrisio, Suíça. Em 2003, dirigiu a Bienal Internacional de Arquitetura de Roterdã, sob o tema “Mobilidade, um Espaço com Vista”. Nos projetos do Mecanoo, percebe-se um cuidado sobre como os elementos se combinam. “Para mim, a arquitetura envolve três elementos fundamentais: composição, contraste e complexidade.” E este é justamente o título do livro lançado por Houben em 2001, que registra a obra e a trajetória do Mecanoo, o qual se tornou conhecido pelo alto grau de inovação de seus projetos. Houben credita esta inovação, dentre outros fatores, à intuição. “Embora seja apenas um pequeno momento comparada aos muitos anos que são necessários com uma equipe multidisciplinar para realizar um projeto (...) a intuição tem um papel muito mais importante na inovação arquitetônica e no desenvolvimento científico do que geralmente gostamos de admitir na tradição ocidental de nossa metodologia científica”, afirma.

“A ar qui te tu ra de ve ria to car os sen ti dos, não pode ser um jogo pu ra men te con cei tu al, in te lec tu al e vi su al. O que con ta, no fim, é a mes cla en tre for ma e emo ção.” Francine Houben



BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE TÉCNICA DE DELFT

ARQUITETURA NA PAISAGEM Construída em 1997, a biblioteca da Universidade de Delft, na Holanda, é um dos trabalhos mais importantes do Mecanoo até hoje. Para concebê-la, os arquitetos tiraram partido do edi fí cio vi zi nho, um au di tó rio bru ta lis ta em con cre to, pro je ta do por Van den Bro ek e Ba ke ma em 1964. Em res pos ta a este vo lu me cor pu len to, o novo edi fí cio de sen vol ve-se como par te da pai sa gem

Um gesto define a essência do projeto: o piso adjacente ao auditório inclina-se para formar o telhado da biblioteca, coberto por grama, que pode ser acessado pelos pedestres, atuando como uma extensão do espaço público existente. Assim, um lado da biblioteca caracteriza-se como um edifício, enquanto o outro se mescla à paisagem. Sua presença no campus, no entanto, é anunciada por um grande volume cônico, que abriga salas de leitura em quatro níveis. Separado da cobertura por uma faixa envidraçada em forma de halo, o cone monumental também atua como clarabóia, levando luz natural ao centro do edifício. Em oposição à massa orgânica do telhado de grama, as três faces verticais do edifício são fechadas por painéis de vidro transparente. Além de atenderem ao contraste, recurso frequente

uma importante função na estratégia de controle ambiental do edifício, no que os arquitetos definem como “ecotecnologia”. O “telhado verde” atua como isolante térmico, assim como as fachadas, executadas em vidro duplo, com uma cavidade ventilada de 140 mm entre eles, com sistema de sombreamento solar e uma lâmina deslizante de vidro de alta resistência. O edifício possui, ainda, um sistema de armazenamento de calor e frio, que permite regular sua

Fotos Michel Denancé / © Renzo Piano Building Workshop

na obra do Mecanoo, esses elementos possuem


Nesta página, duas vistas da biblioteca da Uni versidade Técnica de Delft. Por meio da “elevação do solo”, o Mecanoo cria um edifício percebido de forma di versa em cada fachada. A par tir do auditório, apenas o volume cônico da torre de lei tu ra anun cia o edi fí cio (à direita), su til men te “ca mu fla do” pela co ber tu ra ver de – uma gran de pra ça acessí vel aos pe des tres. Abaixo, a fachada transparente revela o interior da biblioteca


Aci ma, à es quer da, vis ta par cial da par te cen tral do pavi men to de acesso: em pri mei ro pla no, o vo lu me da tor re de lei tu ra, cujo en con tro com a co ber tu ra ver de é de mar ca do por um “ras go” que con duz a luz na tu ral para o in te ri or do edi fí cio, jun ta men te com o ori fí cio cen tral da tor re (aci ma, à di rei ta). A di ver si da de dos usu á ri os foi con tem pla da no pro je to: os mil pos tos de es tu do ofe re cem di ver sos ti pos de am bi en te de tra ba lho, des de mesas in di vi duais (abai xo) até sa las de lei tu ra com par ti lha das, além de es ta çõ es in for ma ti za das

temperatura e a do depósito no subsolo (este também com umidade controlada), onde fica armazenada a maior parte do acervo da biblioteca, que possui mais de um milhão de publicações. Junto ao hall central, torres de estantes abertas organizam cerca de 80 mil livros e periódicos: “É impossível não notar que se trata de uma biblioteca”, afirmam os arquitetos com certa ironia. Esse recurso pode ser compreendido quando o raciocínio se conclui: “Espaço, luz e acústica relaxante são valores duradouros no design de uma biblioteca. Você deve automaticamente silenciar-se quando entra, como em uma catedral”. ❉


Aci ma, o vo lu me cô ni co da tor re de lei tu ra do mi na o gran de es pa ço cen tral da bi bli o te ca: além de ser um re cur so fun ci o nal – pois oti mi za o uso da luz na tu ral e au xi lia na or ga ni za ção da plan ta –, o gran de cone cons ti tui um du plo ar ti fí cio sim bó li co: ao mes mo tem po que anun cia a pre sen ça do edi fí cio ao cam pus, abri ga, em seu in te ri or, a essên cia da bi bli o te ca: pos tos de lei tu ra para os usu á ri os

À di rei ta, cor te lon gi tu di nal evi den cia o im por tan te pa pel do vo lu me cô ni co na com po si ção plás ti ca e fun ci o nal do edi fí cio. En quan to esta es tru tu ra des ti na-se ex clu si va men te a áre as de leitu ra, o restante das fun çõ es se distri bui no vo lu me ho ri zontal. O acesso do pú bli co aconte ce pelo pri mei ro pavi mento, en quanto o tér reo é de di ca do prin ci pal mente ao ar ma ze na mento do acer vo, abri gan do ain da es ta çõ es in di vi duais de es tu dos, além de um es ta ci o na men to para bi ci cle tas


NATIONAL HERITAGE MUSEUM

TRADIÇÃO E MODERNIDADE Associando materiais tradicionais com recursos tecnológicos avançados, o projeto do Mecanoo valoriza a herança cultural holandesa, tema central do National Heritage Museum, em Arnhem, Holanda

Uma intersecção entre antropologia cultural e histó-

para pro mo ver um es pe tá cu lo mul ti mí dia que apre -

ria, o National Heritage Museum reúne, em um par-

sen tas se os ob je tos e as cons tru çõ es a se rem vis tos

que de 44 hectares, construções de diversos perío-

no par que.

dos e regiões da Holanda. Os mais de 85 edifícios fo-

Para responder a um programa tão peculiar, o Meca-

ram cuidadosamente desmontados nos sítios origi-

noo propôs dois edifícios, que à primeira vista pare-

nais e transportados e reconstruídos no amplo par-

cem independentes, mas são interligados pelo sub-

que-museu, que oferece um panorama dos modos de

solo. O primeiro deles é um volume misterioso, de

vida na Holanda entre 1700 e 1970.

forma oval, aparentemente “pousado” no espaço ver-

Fun da do em 1912, o mu seu pos sui co le ção pró pria

de do parque. Revestida por folhas de cobre, essa

de tra jes his tó ri cos e jói as, mas não dis pu nha de

construção possui cerca de 13 metros de altura e

um pa vi lhão para ex po si çõ es. Em 1995, o Me ca noo

não dispõe de acesso externo, despertando a curio-

foi con vi da do a pro je tar um pa vi lhão de aces so, que

sidade dos visitantes que a contornam rumo a um

tam bém abri ga ria uma área ex po si ti va fe cha da.

pavilhão com 143 metros de comprimento, no qual

Além dis so, o mu seu ne ces si ta va de um es pa ço

se situa a entrada propriamente dita para o museu.


Aci ma, cor te trans ver sal mos tra a re la ção en tre os dois edi fí ci os, in ter li ga dos por uma pas sa gem sub ter râ nea: à es quer da, o pavi lhão ex po si ti vo lon gi lí neo; à di rei ta, a bo lha que re ce be o Hol lan dRa ma e per mi te aos vi si tan tes vi a jar no tem po. Na imagem ao lado, o in te ri or da cáp su la: com 150 lu ga res, pode ser er gui da a 7,5 me tros e des lo car-se 11 me tros so bre tri lhos, além de gi rar 360 graus

No alto da página ao lado, detalhe da fachada do pavilhão de exposições: constru í da com um mo sai co de 44 ti pos de ti jo los antigos, in vo ca par te da histó ria ho lan desa, ao longo da qual os ti jo los ce râ mi cos apa re cem como ma te rial re cor rente. No pro je to do Me ca noo, os ti jo los surgem tam bém no ca mi nho que con duz o vi sitante ao pavi lhão ex po siti vo, contor nando o elemento ovóide em cobre (no alto desta página, à esquerda). Como os dois edi fí ci os pro pos tos têm for mas bastante peculia res, é im possí vel con fun di-los com os edi fí ci os já exis ten tes no par que. Como as obras do National Heritage Museum incluem edifícios his tó ri cos, essa di fe ren ci a ção era fundamental


Aci ma, vista inter na do pavi lhão ex po siti vo; abai xo, de ta lhe do fe cha mento en vidra ça do do novo edi fí cio. Ao trans por a só lida fa cha da de ti jo los, o vi sitante se de pa ra com um hall am plo e trans pa rente, que per mite a inte gra ção com a flo resta que cir cun da o edi fí cio. Des de sua fun da ção, o Na ti o nal He rita ge Mu seum é um mu seu ao ar li vre, e essa ca rac te rísti ca foi va lo ri za da no pro je to. “Eles pre ci savam de um novo edi fí cio de acesso, então de cidi mos pro je tar algo que desse ao vi sitante a sen sa ção de que ele ain da está lá fora”, sinte ti za Fran ci ne Hou ben

Este edifício assume função articuladora no projeto, pois, além de ser o ponto de acesso ao parque, abriga diversas instalações, como a loja do museu, a cafeteria, o centro de conhecimento, o auditório, dois espaços para exposições temporárias e uma exposição semipermanente de roupas e jóias do acervo. Ainda no pavilhão, um túnel conduz ao interior do edifício ovóide, que abriga o HollandRama “HollandPanorama”, uma “cápsula do tempo” onde acontece o espetáculo multimídia. Com 150 assentos, a cápsula pode ser elevada a 7,5 metros, deslocar-se 11 metros sobre trilhos, além de girar 360 graus horizontalmente. Em conjunto com o movimento, animações, filmes, iluminação cênica, música e efeitos olfativos e de temperatura proporcionam ao visitante experiências sensoriais e penetrantes relacionadas aos diversos modos de vida do povo holandês, no passado e no presente. ❉


DIGITAL PORT

INDEPENDENTE, MAS INTEGRADO Inaugurado em 2004, o Digital Port é palco de reuniões, workshops e eventos sobre tecnologia de informação. O projeto tem seu ponto forte na integração do novo pavilhão ao edifício já existente

Aci ma, vis ta do Di gi tal Port in se ri do no hall de aces so do World Tra de Cen ter de Ro ter dã. Abai xo, o in te ri or do novo pa vi lhão: o uso de Pers pex com di ver sos ní veis de trans pa rên cia per mi te en tre ver, em de ter mi na dos mo men tos, o pré dio que o abri ga, cri an do uma “pai sa gem ar ti fi ci al” para os ocu pan tes

Em 2003, o Mecanoo fez um projeto de atualização para o World Trade Center de Roterdã, um edifício histórico projetado por Jan Frederik Staal na década de 1930. Em 2004, um pavilhão também projetado pelo Mecanoo foi instalado no hall de entrada do WTC, para abrigar o Digital Port. Trata-se de uma instituição criada pela Câmara de Comércio de Roterdã para estimular o uso da tecnologia da informação, a fim de promover a competitividade das pequenas e médias empresas. O projeto destaca-se pelo arranjo não-convencional dos materiais e dos recursos de iluminação, áudio e vídeo. O volume do Digital Port é todo em Perspex, com diversos graus de transparência, permitindo que o visitante veja, em determinados pontos, a cobertura e o hall do WTC. Além disso, os ambientes possuem sistema de iluminação artificial que permite a mudança de cor da luz, conforme o uso em vigor. O pavilhão comporta dois espaços para workshops (16 lugares cada), um auditório com 48 lugares, uma sala de reuniões com 18 lugares, além de um espaço para exposições e eventos. ❉


PHILIPS BUSINESS INNOVATION CENTRE – NJIMEGEN, HOLANDA Um cen tro de co nhe ci men to no qual pessoas da Ho lan da e de ou tros paí ses po de rão se en con trar e tra ba lhar jun tas, ins pi ran do umas às ou tras. Para dar for ma a esse pro je to am bi ci o so, a Phi lips con vi dou o Me ca noo para pro je tar um edi fí cio que com bi ne “tec no lo gia, ci ên cia, cul tu ra, tra ba lho, modo de vida e re la xa men to”. A criação de um ambiente hospitaleiro, que estimule a descober ta pelos usuários recém-chegados, foi uma das premissas de projeto. O complexo reunirá escritórios, laboratórios, salas de reunião, hotel, apar tamentos, es pa ços de la zer e des can so, área central para eventos e ex po si çõ es, te a tro, res tau ran tes, ou tlets, loun ges, ba res, lo jas, SPA, es pa ço de me di ta ção, cen tro de fit ness e um mu seu vir tual de arte e cul tu ra. Um gran de jar dim in cli na do (que for ma a co ber tu ra do es ta ci o na men to e do cen tro de ex pe di ção) é a base para uma pra ça co ber ta com qua tro ter ra ços ao ar li vre, o vo lu me ho ri zon tal do cen tro de con gressos e uma tor re “do bra da” com 17 an da res. A fa cha da da tor re é com pos ta por um mo sai co de vi dro e alu mí nio ano di za do pre to, ma te rial es co lhi do em fun ção da le ve za, du ra bi li da de, bai xa ma nu ten ção e de sua su per fí cie lisa e uni for me. A cons tru ção teve iní cio em maio de 2005 e a pri mei ra eta pa do pro je to deve ser con clu í da até o fi nal de 2006.

TEATRO E CENTRO DE CONVENÇÕES LA LLOTJA – LLEIDA, ESPANHA Em uma região com for tes re ferências naturais (o terreno situa-se entre a montanha Seu Vella e o Rio Segre), o Mecanoo propõe um edifício construído em pedra calcária, que dá a impressão de surgir da terra. Com 37.500 metros quadrados, o complexo abriga duas salas de conferências (com 400 e 1.200 lugares), um teatro, um espaço multifuncional e um lounge, e promete se tor nar o novo ícone da cidade histórica catalã. O pro gra ma com ple xo foi resol vi do a par tir da ele va ção dos pavi men tos vol ta dos ao pú bli co e da con cen tra ção dos ser vi ços de in fra-es tru tu ra, assim como carga e des carga, nos sub so los. Os ar qui te tos de ci di ram man ter o tér reo li vre, trans for man do-o em uma gran de pra ça que se in te gra à lon ga es pla na da que acom pa nha o Rio Se gre, vi zi nho ao sí tio. A idéia é usar o edi fí cio para criar um novo es pa ço ur ba no, im por tan te por sua lo ca li za ção es tra té gi ca, jun to à es ta ção por onde passa o trem de alta ve lo ci da de que liga Ma dri e Bar ce lo na. A for ma do edi fí cio resul ta do con cei to de hos pi ta li da de que nor te ou os

ar qui te tos: os ge ne ro sos ba lan ços dos pavi men tos su pe ri o res re cep ci o nam os vi si tan tes vin dos de to das as di re çõ es, crian do áre as de som bra nos dias quen tes e abri gos nos dias chu vo sos. Além da co ne xão fí si ca com a ci da de, di ver sos es pa ços do edi fí cio es tão co nec ta dos vi sual men te ao en tor no, como o fo yer do te a tro e a co ber tu ra, que com por ta um jar dim aber to aos vi si tan tes, além de pai néis so la res para ge ra ção de energia. En quan to sua apa rên cia ex ter na é mo no lí ti ca e ma ci ça, seu in te ri or é com pos to por três ele men tos co nec ta dos por ram pas de pe dra na tu ral: o te a tro, o hall mul ti fun ci o nal e o loun ge do “Club Lla Llot ja”, que possui vis ta pa no râ mi ca para a ci da de. O pro je to do Me ca noo foi o ven ce dor ab so lu to (com de ci são unâ ni me do júri) de um con cur so in ter na ci o nal, de vi do ao seu pla no ur ba nís ti co, lo gís ti ca cla ra, sus ten ta bi li da de eco ló gi ca e po der ima gi na ti vo. A cons tru ção terá iní cio em 2006.


LEARNING CENTER – LAUSANNE, SUÍÇA Lo ca li za do em uma área com cer ca de 20 mil me tros qua dra dos em fren te ao Lago Le man e os Al pes, o Le ar ning Center da Es co la Po li téc ni ca Fe de ral de Lau sa ne (EPFL) abri ga rá bi bli o te ca, sa las de ex po si ção e even tos, es pa ços de in for ma ção, for ma ção, as so ci a ção de es tu dan tes, dois res tau ran tes, sala vip, li vra ria e ci ber ca fé. O con cur so re a li za do em 2004 para es co lher o pro je to do edi fí cio do Le ar ning Center des per tou o in te res se de mais de 180 es cri tó ri os de ar qui te tu ra de 21 paí ses. Des tes, ape nas 12 fo ram con vi da dos a par ti ci par da com pe ti ção, in clu in do gran des no mes como Jean Nou vel, Her zog & de Meu ron, Rem Ko o lhaas e Zaha Ha did. O ven ce dor foi o es cri tó rio SA NAA, do ja po nês Ka zuo Se ji ma. A pro pos ta do Me ca noo, con tu do, me re ce des ta que por sua pe cu li a ri da de e pe las so lu çõ es de “en ge nha ria eco ló gi ca” ado ta das. Os ar qui te tos ho lan deses pro je ta ram duas co li nas (que co brem o es -

ta ci o na mento de car ros e bi ci cle tas) e, so bre elas, o pré dio do Le ar ning Center, que gira lenta mente em tor no de seu eixo, com a mes ma ve lo cida de da ro ta ção da ter ra: 15 graus por hora. Assim, a fa cha da en vidra ça da fica pro te gida da in cidên cia so lar di re ta du rante o dia todo, re du zin do a ne cessida de de res fria mento ar ti fi cial do edi fí cio. A ro ta ção tam bém dis pen sa o uso de persia nas, per mitin do que a luz na tu ral possa ser uti li za da de for ma mais efe ti va. Ou tros con ceitos sustentá veis estão en vol vidos no pro je to, como o iso la mento tér mi co (ob tido pe los pa nos de vidro tri plos) e a venti la ção na tu ral (o edi fí cio uti li za a pressão dos ventos no ve rão e o efeito cha mi né no in ver no). Esse so fis ti ca do me ca nis mo re me te às tec no lo gias so la res de pon ta desen vol vi das pela EPFL. Uma “obra-pri ma tec no ló gi ca, mol da da com a for ma de uma asa e com um olhar em di re ção ao lago, às mon ta nhas e ao mun do”, des cre vem os ar qui te tos do Me ca noo.


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13.07.05

16:02

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O MAU USO PODE DESTRUIR UMA CIDADE.

- Ainda bem que existe o IAB.

Instituto dos Arquitetos do Brasil D e p a r t a m e n t o S 達 o Pa u l o Filie-se. Tel.: 11 3259-6866 - www.iabsp.org.br



A LUZ COMO SUGESTÃO

“Sem luz não há espaço”, afirma o arquiteto Álvaro Siza. É com a luz que se cria e recria a arquitetura. Em que você pensa quando se fala em iluminação? No desenho das luminárias? Pensamento antiquado: estas podem estar ocultas e definir espaços por meio da sugestão, da emoção


Da Redação / Fotos: Gustavo Scatena – Imagem Paulista Sistema Xenon Lighting, é este o conceito e o sistema proposto pela La Lampe ao convocar designers luminotécnicos para, por meio de cenografias, mostrarem os novos equipamentos de luz lançados pela empresa. “Prestigiar o talento nacional e propor a integração da iluminação com a arquitetura”, nos fala Marc van Riel, diretor-presidente da La Lampe. “A luz pode fazer sonhar, despertar fantasias e sugerir sensações novas, principalmente se faz parte da própria arquitetura.” Guinter Parschalk e Gilberto Franco & Carlos Fortes, arquitetos e designers, foram os autores chamados para demonstrar essa nova realidade, que pode ser equacionada como tecnologia: resultado, emoção. “Nosso projeto teve como primeira preocupação desconfigurar a entrada do show-room, retirando-lhe o aspecto de corredor. Dois grandes volumes laterais atuam como bloqueio visual em relação ao interior da loja e indicam o roteiro do percurso”, explica Carlos Fortes. O uso do Sistema Xenon Lighting permite que, por trás desses volumes, a iluminação flua suavemente em todas as direções. “O balizamento usa um conjunto de pequenas luminárias de acrílico maciço e lâmpadas Xenon”, explica Gilberto Franco. Guinter Parschalk foi o responsável pela criação dos ambientes internos. Sempre com seu fino humor, além do home-theater e da sala de jantar, criou um quarto romântico e “ambientes que estimulem sensações de prazer e o desejo de usufruir cada ambiente”. Para obter esses resultados, explica, “o projeto combina vários tipos de luminária, inclusive incorporadas aos móveis. O uso do Sistema Xenon Lighting e de lâmpadas fluorescentes, encaixadas em sancas, recobertas com filtros coloridos, além do uso de dicróicas/halógenas, provoca a fusão de emissões luminosas que formam inesperados e surpreendentes matizes”. ❉

Nas duas páginas, ambientes do show-room La Lampe em São Paulo, iluminados com o sistema Xenon Lighting, desenvolvido para iluminação de sancas e nichos. O novo sistema é formado por módulos flexíveis, que permitem a combinação de soquetes e, assim, a instalação de lâmpadas Xenon bipolar de forma independente ou em conjunto. Os soquetes ainda podem receber aplicação de filme de alumínio, melhorando a performance da lâmpada sem consumo extra de energia. Nesta página, projetos com lighting design de Guinter Parschalk: no alto, sala de jantar; na sequência, a atmosfera do dormitório varia em função dos efeitos de luz. Na página ao lado, hall de entrada projetado por Gilberto Franco e Carlos Fortes utiliza luminária de piso Krono, design Ivana Rosa


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25/07/2005

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rendas e dos babados, utilizou-se a tecnologia dos cortes a laser. Um trabalho de excelência, aniquilado ferozmente pe-

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las 15 modelos no término do desfile. Valendo-se da arte conceitual, a pretensão do autor foi atingida. A coleção “Desejos” ignorou o aspecto comercial e provocou reflexões importantes acerca do universo da moda. “O que eu queria era exatamente isto: levar emoção, fazer as pessoas

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pensarem, entenderem que a moda é transitória. Quis abordar ainda a questão do inatingível; as roupas rasgadas representam a inevitabilidade da perda, geram a falta, criam

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o vazio”, argumenta o criador, Jum Nakao. Veja matéria completa no site

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25/07/2005

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UM PERSONAGEM DE 400 ANOS... BEM VIVIDOS 68 ARC DESIGN

É isso mesmo. Don Quijote de la Mancha. Para comemorar a data, o Museu Santa Cruz, da cidade de Toledo, Espanha, apresenta a mostra “Otros Quijotes”, convidando mais de 50 designers gráficos e ilustradores para “traduzirem” a ima gem des se per so na gem, tal vez o he rói vir tu al – ou literário – mais famoso em todo o mundo Da Redação A partir de reportagem de Silvia Flórez

A revista d(x)i, de Valência, Espanha, publica os cartazes da exposição “Otros Quijotes” e traz entrevista com o curador, Carlos Sendín, da qual extraímos o texto desta homenagem. Durante quatro séculos, tipógrafos, ilustradores e artistas têm criado imagens, refletidas nas edições surgidas pelo mundo. “Os designers gráficos espanhóis não poderiam perder essa oportunidade de mostrar seu talento e maturidade”, comenta Sendín, que é sociólogo e designer gráfico. A primeira edição de El Quijote foi lançada em 1605, surgida “da imaginação transbordante e da hábil pluma de Cervantes. Ao longo desses 400 anos, o texto não mudou, mas a natureza das milhares de edições se sucederam, criando planos estéticos sobrepostos, como signos por meio dos quais é possível ler a história de nossa profissão. Toda a trajetória das técnicas de impressão, do desenho editorial, do desenho tipográfico e do desenho gráfico está escrita nas páginas de El Quijote”. Silvia Flórez, diretora editorial da d(x)i e autora da entrevista com Sendín, indaga sobre qual a intenção e a natureza da exposição “Otros Quijotes”. “Entre o Quijote literário e o Quijote do imaginário coletivo se consolidou uma determinada imagem que foi interpretada e difundida por múltiplos artistas, como Picasso e Dalí. Por isso quisemos reinventar o personagem, imaginar outras identidades, sonhar com outros Quijotes, de outros tempos, de nossa época ou de sempre.” “El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha”, ou simplesmente “Dom Quixote”, já teve, no Brasil, algumas versões integrais ou adaptações para leitores infanto-juvenis, bem como edições especiais, raras, dentre elas poemas de Drummond sobre o personagem, com ilustrações de Portinari. ❉

Ao lado, trabalho de Isidro Ferrer. Na página ao lado, criação de Marisa Gallén e Sandra Figuerola


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Abaixo, trabalho de Ana Klapés. Na página ao lado, em sentido horário, criações de Villuendas-Gómez, Manuel Estrada & Pérez Escolano, Luis Artime e Aerolito

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No alto das duas páginas, trabalhos de Álvaro Bautista, Francisco Pérez de Ladesma, Josep María Mir, Pepe Cruz Novillo, Pep Carrió & Sonia Sánchez e Oscar Mariné. No pé das duas páginas, criações de Rafael Celda, Sonsoles Llorens, Carlos Sendín e Javier Royo


“Otros Quijotes” Museo de Santa Cruz de Toledo, Espanha. Curador: Carlos Sendín; imagem: Isidro Ferrer; cenografia: Jesús Moreno. Até 28 de agosto



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Uma Publicação Quadrifoglio Editora / A Quadrifoglio Editora Publication ARC DESIGN n° 43, Julho/Agosto 2005 / July/August 2005

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Diretora Editora / Publisher – Maria Helena Estrada Diretor de Marketing / Marketing Director – Cristiano S. Barata Diretora de Arte / Art Director – Fernanda Sarmento Redação / Editorial Staff: Editora Geral / Editor – Maria Helena Estrada Editora de Design Gráfico / Graphic Design Editor – Fernanda Sarmento Chefe de Redação / Editor in Chief – Winnie Bastian Equipe Editorial / Editorial Staff – Rita Monte (Redatora) Jô A. Santucci (Revisora) Carolina Barros (Estagiária) Traduções / Translations – Paula Vieira de Almeida e Intellibiz

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Conselho Consultivo / Advisory Council: Professor Jorge Cunha Lima, diretor da Fundação Padre Anchieta (Fundação Padre Anchieta’s director); arquiteto (architect) Julio Katinsky; Emanuel Araujo; Maureen Bisilliat; João Bezerra, designer, especialista em ergonomia (designer, expert on ergonomy); Rodrigo Rodriquez, especialista em cultura e design europeus, consultor de Arc Design para assuntos internacionais (expert on European culture and design, Arc Design consultant for international subjects)

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EDITORIAL

design and production of the product. Industries interested in participating in Prêmio Indústria have different

From fashion, with Brazilian bags, to the Spaniard Don Quixote, from the

due dates and can send their prototypes or products only for the second

congress for interior design to new show rooms in São Paulo and Rio de

judging phase of the competition. Applications, however, should be sub-

Janeiro – this issue of ARC DESIGN is quite varied.

mitted up to January 27. More information can be found on the

An issue that demonstrates the diverse grades of design, its breadth and

www.salaodesign.com.br website.

importance. Design and architecture, joined together, bring us the new Museu Afro Brasil (Afro Brazil Museum), designed by architects Francisco

DESIGNERS WHO HAVE ALREADY PARTICIPATED IN THE AWARD

Fanucci and Marcelo Ferraz. Restauration, or reconducting of the building

ARE ENTHUSIASTIC ABOUT SALÃO DESIGN

in Ibirapuera Park, where the building is located, to its original configuration (a project by Oscar Niemeyer), removable division of spaces and

“I’ve become a supporter of the event, as it is a healthy way for the

library furniture are all characteristics implemented by the Brasil

designer and industry to interact” affirms José Merege, who received the

Arquitetura firm.

Prêmio Indústria in 2002.

Architecture, in its highest form, in the projects of the Dutch Mecanoo studio, which has already participated in the São Paulo Architecture Biennial.

Renata Moura, Prêmio Nacional Para Estudantes (National Winner –

Wood. Ah, this old problem! Check out some intelligent solutions in the

Student Category) in 2002, comments: “I almost fell over when I found

collection featured in the book “Furniture Design by Chilean Architects”.

out about the award. The whole thing was exciting, from the creation up

The past revived, appreciated with love in the designs of tiles from the

to the exhibition at Movelsul in Bento Gonçalves, RS, and afterwards at

show “If This Were My Street” at the Museu da Casa Brasileira (Museum

the fair in Valencia, Spain. I’ve come to believe much more in myself.”

of the Brazilian House). The future, in a lighting design exhibition at the La Lampe showroom. Two new spaces: in São Paulo, the Lumini showroom, with architecture

BRAZILIAN BAGS – page 16

by Luiz Fernando Rocco and lighting design by Franco and Fortes; in Rio de Janeiro, another grand and beautiful project – by Felipe Crescenti for Tok & Stok stores. 400 years: this is the age of the nobleman Don Quixote de la Mancha. See the commemorative Spanish posters of this important date. And the Brazilian bags? Certainly much more creative and original than those of famous international brands. From pure artisanship to the most sophisticated Brazilian designers – learn about and take advantage of

In the 41st issue of ARC DESIGN we published an exhibition at the Musée des Arts Décoratifs du Louvre in Paris. Rare, antique purses, museum pieces, bags from different ethnic groups, others relating to the nature of the profession, up to those of high fashion. Bags from all over the world, but not one from Brazil. Today we recapture a part of our contemporary repertoire

what Brazil has to offer. Maria Helena Estrada

Maria Helena Estrada

Luxury? This comes to us from Europe...and even from the Orient.

Publisher

Creativity? That is Brazilian. And which are our strong points? Materials, colors, spontaneity, liberty. These are also about luxury!

SALÃO DESIGN MOVELSUL HEATS UP THE TURBINES – page 15

Brazilian bags, without “inspiration” in European trends, without following fashion – but creators of fashion, many times, are rooted in artisanship.

By the Editorial Staff

The “old” world needs some new, vibrant blood and it is here that it can

The year of design and industry begins in January 2006. “To start walk-

be found. And even more for fashion design and products!

ing holding hands” is the slogan proposed by Gustavo Bertolini, director

What makes this ancestral meta-object in its double function (at the same

of Salão Design.

time an object but that carries other objects) an item that is unusual and

With the intention of stimulating participation in the Prêmio Indústria

curious in the world of fashion and with great visual appeal? A certain

(Industry Award), he created Selo Design (Design Label), which will be

“chic charm”, a touch of humor, interesting materials and forms, without

delivered to companies participating in the competition, and can be exhib-

forgetting the qualities of a good servant.

ited in their stands during the fair.

A “nice bag dresses a person”? Without a doubt. But the other side of the

The jury will be looking for capacity for innovation, technological evolu-

coin of the “crazy for labels” are “human sandwich”, wearing famous

tion, aesthetic standards and use of new materials for industrial products,

labels on all of their bodies, like true walking signs. You achieve anything

while maintaining attention to environmental aspects involved in the

with marketing!

English Version

How much richness to be explored, now, with artisanship in vogue!


Fashion, street fashion has arrived to a great point – liberty. Everything

International Design Award, in Bento Gonçalves, RS.

(or almost) is valid, and the more you let your imagination wander, the

Always thinking in structural demand up to the material’s limit, Albert

better the result.

Tidy presents his BJ-1 and BJ-2 prototypes with 15mm thickness. Tidy

How amazing! Try it!

earned his diploma in Chile in 1992 and his masters in architecture at Yale University in the U.S.A., where he received the Samuel Fogelson Memorial Award.

THE INTELLIGENCE OF WOOD – page 22

He also received scholarships of the Fulbright

Foundation and the President of the Republic scholarship. He is professor of architecture at the University of Chile and of industrial design at

ARC DESIGN has often discussed and questioned this polemic topic – wood. Correct extraction, sustainability, awareness that the forest must be renewed – these are all questions that enter into the discussion. But how to be sure about certificates, control over predatory activities? A collection of wood furniture created by Chilean architects brings us some answers... and beautiful examples

University of Diego Portales, in addition to participating in several biennials in South America, Venice and China. A certain “overdose” of wood, but 576 slats (20x20mm) of pine are originally used for this Mesa sin Cubierta by Mauricio Léniz. A graduate from PUC Chile in 1996, he has been developing furniture projects since 1993. He has participated in the Biennial of Architecture and Design in Santiago, in the Saint Etienne Biennial, France; in the Furniture Fair of Paris, France, and the Venice Biennial in Italy.

Maria Helena Estrada

Rigor, precision in measurement and repetition – this is the “magic for-

To economize, scrimp on the use of this raw material that cannot disappear,

mula” of this project, perhaps the only table without a top that was ever

to create structural knowledge and prioritize particle board and laminates.

imagined.

But, before everything, to research – to the end – the origin of this wood that we are going to use and buy. The book “Muebles de Madera Diseñados por Arquitectos em Chile” brings us contemporary Chilean production that seems to be dressed in

THEY ARE OLD... BUT MUCH MORE MODERN – page 26

the saying “using wisely, one won’t lack”. An initiative of the Corporación Chilena de la Madera (www.corma.cl), it is sponsored by Masisa, a company that produces wood panels. The company provides the raw material for these projects and has generally supported South American design, particularly in Brazil. The publication offers the examples of 15 architects, five of whom have been working for

The exhibition “If This Street Was Mine”, installed at the Museu da Casa Brasileira, São Paulo, during the months of June and July, grouped nearly 500 tiles and demonstrated the diversity and beauty of these pieces which are still made by artisan production

English Version

more than 10 years. A chapter of work is dedicated to these masters – Juan Brochers, Miguel Eyquem, Jaime Garretón, Juan Ignácio Baixas and

By the Editorial Staff

Cristián Valdez. We present two examples of projects by Valdez and

Some evoke a memory: they mark a presence in historic buildings,

Baixas, forerunners of Chilean design.

churches, promenades and sidewalks. Others call attention by the moder-

Cristián Valdez, an architect from Valparaiso, comes from a family of fur-

nity of their designs: a combination of old techniques with a contempo-

niture makers and has always experimented with the possibilities and

rary result.

limits of wood: thicknesses and rays of curvature measured in millimeters.

The standards of the most antique tiles were copied from European models.

Juan Ignácio Baixas has already been recognized in various competitions,

The material arrived in Brazil at the beginning of the twentieth century,

is a professor at the Catholic University and has served as director at the

brought by Italian immigrants, and in rare cases the original designer and

Chilean School of Architecture since 2004. The elegance of his K chair

maker is known. Some are of the famous anonymous, such as the design

is surprising: the wood, only structural, is used sparingly, and the comfort

on the walks with a stylized map of São Paulo, familiar to those who

is guaranteed by the seat and back in canvas.

circulate the city, yet whose producer is unknown, according to re-

Plastic, practical, intelligent. The Tube chaise-longue is a project by Leo

searcher Antonio Alves de Carvalho.

Carreño, who graduated in 1988 in Valparaiso and went on to study

But the most famous Brazilian creator of tile patterns was the designer

industrial design in Florence, Italy. Winner of the 2004 national design

and artist Flavio de Carvalho, who used them in his grouping of houses

competition for furniture that can be bent, his projects have been pub-

at the corners of Alameda Lorena and Rua Ministro Rocha Azevedo, in

lished in various magazines.

the Jardins district in São Paulo. The tiles, in an ochre-yellow tone with

Simple and rational, Mauricio Diaz-Raffo’s Cecido table, in lacquered MDF,

drawings in black are still copied and produced today.

was designed for various configurations – a high or low table, for four or

In the question of utility, the tile is highlighted for its easy signaling for

eight people. Diaz-Raffo has received several awards, among them the

those who are visually deficient, by use of reliefs, as “points” on the side-

National Masisa Competition, Chilean section, and the Movelsul

walks that indicate changes in level and trajectory.


The researcher Antonio Alves de Carvalho has a collection of more than

Three large interconnected blocks on two floors make up the structure,

2 thousand pieces of which 500 were shown in the beautiful exhibition at

which permits total visibility of all of the environments upon entering.

the Museu da Casa Brasileira, which was curated by Lúcio Gomes

“This allows for the choice of a direct route to a desired department, or in

Machado and designed by Haron Cohen.

steps, if the client prefers to visit each environment”, says the company’s

The complete collection is held at the FAU-USP (Architecture and

vice-president, Ghislaine Dubrule.

Urbanism School from São Paulo University). It is an important collection

The megastore has a doubled height glass roof and large natural palm

for the academic study of Brazilian industry and art.

trees in the central area that receive natural light. The lower level, with wood floors, features furniture for the beach and garden throughout the whole extension of the deck. And then there is the Café Design with a

TO LIGHT THE LIGHT? – page 28

bookstore for publications and magazines related to design and architecture,

To light a showroom of lamps: a beautiful challenge! It means to value the products exhibited and personalize the spaces, making the architectural project evident

living space with tables and chairs is completed by the cafe, which also

signed pieces, portable electronics and a CD station with 48 titles. The will serve quick meals from a menu signed by chef Ana Soares. It’s easy to see that there are various innovations offered to the chain’s

By the Editorial Staff

400 thousand clients in the region.

The new Lumini showroom is presented in great style, with architectonic

The project for the store in Barra also brings changes to self-service, with

solutions that showcase the entire collection, without inconvenient visual

approximately 4 thousand square meters and new display equipment.

superpositions.

Larger carts permit that some furniture can be carried out by clients.

The selection of equipment and solutions followed the varied purposes of

Another new element is consultation kiosks, located strategically through-

use of the showroom: from the display window to the room of effects,

out the store which, added together with three customer service pavilions,

including the gardens and the facilities.

assist clients with their choices. The megastore also offers a Baby Stok

The wide display window has texturized sidewalls, in light fulget. Lighted

space, monitor assistance, exposition of campaigns that are being high-

in a smooth way, they define the architectonic project, which emphasizes

lighted in addition to parking for approximately 300 cars.

luminous moods and effects.

Another difference is the lighting system, signed by architect Gilberto Franco,

The showroom is open to the display window and to all the other specific

which provides equal lighting to all of the furniture and accessories.

spaces. Below the walking bridge are the controlled projectors for rails;

But it’s not just in form or services that Tok & Stok innovates. As presi-

the gap of the stairs introduces a lighting system – called Sky – composed

dent Régis Dubrule explains, to make the project a reality, it was neces-

by a translucent diffuser without amendments, capable to propitiate dif-

sary to establish a partnership with the building company as well as with

fuse and homogeneous lighting.

banks. “With this project, the construction company acquired the property

A large workbench supports the table lamps.

and constructed in accordance with our specifications (built to suit) with

On the top floor, a highlight is the meeting room, lighted with xenon lamps,

resources obtained from the financial market”, explains the executive.

minimum in their dimension, which are “hidden” behind frames or shelves.

The total investment, directly and indirectly, was 28 million reais.

Dynamic luminous effects permeate the entire project: it is possible to

Built on 15 thousand square meters site, of which 9 thousand are com-

alter the color temperature according to the range of natural light, and

mercial space – a space 50% larger than the largest current store –, it is

also to choose several light colors.

the first of several megastores. Another megastore will be built in São

A collection with awarded pieces, such as the Luna lamp (IF Awards 2005),

Paulo on the Tietê freeway on a 10 thousand squared meters site, 8 thou-

and the conviction in the coherence of style – contemporary, of course!

sand of which will be commercial, in addition to an expansion of the Nietrói and Brasília stores that will all happen by the end of the year. In what makes the year 2005 a mark of advancement for the company.

Tok & Stok, famous for it’s ability to furnish, with ready delivery, a whole house or an office, has increased its challenge with a store concept that is truly “client oriented”

CONAD 2005 – page 34

By the Editorial Staff

The chain’s first new megastore was inaugurated in the month of July in Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. A project of architect Felippe Crescenti, it is establishing the standard, or image of Tok & Stok, which will be the company’s registered brand.

The 5th edition of Conad took place at the Hotel Unique in São Paulo in June and was marked by eclecticism and success with the public. It shows up that decorators, designers and architects of interiors are, more and more, in search of updating and improvement. The success of the event also marks the stability of the sector in Brazil

English Version

all, there will be 25 thousand square meters of new commercial area,

EXTRA COMFORT FOR CARIOCAS – page 30


English Version

Juliana Mariz

out about its origin: if it didn’t come from a deforestation area or from

The fifth edition of Conad (National Congress of Interior Design) brought

slave labor, so that we can make our contribution to the Amazon.”

together 800 professionals and students, interested on the presentations

Maria Helena Estrada, editor of ARC DESIGN, also defended the consci-

by renowned architects and designers like Ruy Ohtake, Sérgio Rodrigues,

entious use of wood. “We are one of the countries richest in wood, so it

Karim Rashid and Massimo Morozzi.

is a question of intelligence and economy that we need to know more

The event celebrated the 25th anniversary of ABD (Brazilian Association

about this material and learn how to work with it in diverse ways to be

of Interior Designers), the association that organizes the event. According

capable of producing fine and light structures without abusing our wealth.”

to Brunete Fraccaroli, president of ABD, participation in the congress is a

Maria Helena also gave some indispensable advice for professionals and

great opportunity for professionals to enrich their repertoire and learn

mainly for students: it is essential to have the right conversation to con-

useful theories.

vince a company to produce a piece. “In the same way that before mak-

The subject of this year’s edition was “Design and Technology”. From this

ing a product you have to design it, before presenting a project, you have

theme on, speakers distilled their experiences, shared cases and gave tes-

to convince the company that it is going to profit – that your project, in

timonies about the profession. Around 30% of the participants were stu-

some way will be good for the company. A good marketing approach is

dents. They left the rooms of Hotel Unique with new inspiration for con-

vital”, she affirmed.

structing their trajectories.

Many lecturers referred to the relationship, sometimes of conflict, with the

One of the most acclaimed presentations was that of Sérgio Rodrigues.

client. The Minas architect Carlos Alexandre Dumont, known as “Carico”,

The audience was captivated with the exposition of the creator of the Mole

thinks it is fundamental to provide a detailed briefing at the beginning of

chair, a national design reference. Architect Ruy Ohtake also showed his

the project so that the client doesn’t try to “fix it” afterwards. The

works, making it clear why he is the master of curves. “These curves are

Northeastern architect Gerson Castelo Branco demonstrated he has a good

all forms and the form must vibrate in the city. Architecture needs to leave

relationship, even going as far to gain the right to use nicknames, with his

the paper and become present in the city”, he affirmed.

contractors. Gerson calls his own work “paraqueira”, which according to

Architect Luisa Collina landed from Milan with a bag full of experience to

him seeks to reclaim the country’s roots by way of architecture.

share with Conad participants. A professor of design at the Instituto

“Paraqueira comes from a nickname I had when I was an adolescent

Politécnico di Milano, Collina talked about principal architectural theories:

because I was always laughing, so it was a state of happiness. Because

she spoke about the great quantity of materials at our disposal and how

my clients always had this happiness sensation in my spaces, I thought

some architects are identified with a specific material. “Architecture is

that they were paraqueiras”, he explained.

changing in both theory and practice. It is transforming thanks to new

One of the strong points of the fifth Conad was complementary mix of pro-

constructive technologies.”

fessionals that also included those from lighting. The theme was the job

Another international speaker was the Italian Carlo Colombo, who rein-

of lighting designer Neide Senzi, who has vast experience with the sub-

forced the idea that professionals should seek their own language in their

ject. In addition to showing some of her projects, Senzi confirmed that

projects. “This is what I look for in my life. I want to talk to people through

there has been a change in mentality with relation to light after the

my language”, said the professional, who also talked about his bold

“apagão” (an energy crisis occurred in Brazil in 1999). “We have come

approach to Giulio Cappellini to ask for employment at the beginning of

to the conclusion that it isn’t the quantity but the quality that makes the

his career.

difference.” In her presentation, Senzi also mentioned the relationship

The Italian Massimo Morozzi, designer and art director at Edra and

between vision and feeling. We see, but at the same time, we feel.

responsible for the launching of the brothers Campana in Italy, spoke

Because of this we can plan the environment in way to provoke emotional

about contemporary design paths and demonstrated the company’s last

reactions”, she affirmed.

launches which, as always, have their high point in the products of

Conad has already become a point for generating trends and also an

Brazilian designers. Morozzi also explained the conceptual game in

important channel for us to analyze what already famous professionals

relation to Brasilia tables, designed by the Campana brothers, and

think about the new generation. Designer Delia Beru expressed her opti-

Bagdad, designed by Ezri Tarazi, shown on the cover of ARC DESIGN’s

mism. “I think that in these last few years a generation has emerged that

42nd issue.

is marked by creativity, that is successfully integrating a Brazilian per-

Success of the moment, North American designer Karim Rashid presented

sonality in their works by using ecologically correct materials and who

his furniture and lamps with their characteristic rounded forms.

are collectively placing Brazil, along with our art, music and cinema, in a

Many of the speakers reinforced the importance of mantaining our national

position of prominence in the world”, she says.

identity. Visibly enthused with her career, entrepreneur Etel Carmona was

The new generation of architects was represented by Marcelo

one of the most eloquent about the question “Love Brazil”. She talked

Rosenbaum, responsible for all of the scenography at the 5th Conad.

about her experience with certified wood and the difficulty in finding

Rosenbaum said it is important for him to use personal references in the

conscientious companies, reinforcing the importance of environmental

creative process for his projects. Nor was the subject of the moment –

responsibility. “When you are looking for wood for a project, try to find

luxury – excluded from the congress, which counted on the presence of


Carlos Ferreirinha, a special consultant in luxury. Photographer Tuca

BRAZILIAN ROOTS – page 44

Reines, famous for his images of architecture and interiors, also participated in the congress. ABD is largely responsible for the bettering of interior designers – who, with just reason, are no longer called “decorators”, as decorating means to only adorn –, who today are concerned about the quality of life necessary for the contemporary habitat.

CONTEMPORARY DESIGN IN SILVER AND STEEL – page 42

The city of São Paulo received, on May 13, a library devoted to the black culture. Located at the Afro Brasil Museum, in the Ibirapuera Park, the Carolina Maria de Jesus library’s design is from the company Brasil Arquitetura, and the furniture from the company Marcenaria Baraúna, both by Francisco Fanucci and Marcelo Ferraz Winnie Bastian

Baraúna is specialized in the creation of contemporary furniture based on the national popular culture and the achievements from the modern

With a focus on practicality, Riva is surprising with its production quality. Original pieces that bring design as a difference, traversing the whole universe of metal utensils

movement. The riches of solutions found in the informal creation of the Brazilian people inspire Ferraz and Fanucci to design furniture that stands out through constructive simplicity. Before starting the library’s construction, the architects proposed a “clean-

Quality and exclusive design allied with technology and artisan finishing:

up”, that is, the withdrawal of several elements that were not part of the

these are characteristics that distinguish Riva in the market of domestic

original construction, in order to restore the characteristics of the project

objects and utensils. The company, headquartered in Caxias so Sul, RS,

by Oscar Niemeyer. The building regained its white walls and pillars, and

divides its pieces into three production lines: Riva, Emporio Riva and

even the original lighting.

Rivissima, that makeup more than 600 pieces of work in silver and stain-

The respect of Ferraz and Fanucci for the original project becomes evi-

less steel, ballasted with contemporary design.

dent in the careful intervention they performed. With the exception of a

With a monthly production in turn of 20 thousand pieces and recognition

masonry wall at the entrance hall, all the elements proposed are remov-

throughout Brazil, Riva has begun entering markets abroad. In 2003 it

able, even the internal partitions of the library, which, 2.50 meters high,

began exporting to Argentina and Panama. Today it is present in México,

do not touch the ceiling. Such elements reach the delicate details of the

Greece and France – where a distribution center was created due to the

frameless windows, “in order not to compete with the building’s frame-

success of its pieces with the French. In 2006 the company plans to con-

work,” explains Ferraz.

quer the Italian and Japanese markets.

Another important element in the project was the retrieval of the museum’s

“Riva always developed objects combining different materials with metal.

main entrance, which was remade through the marquee (as proposed

Blown, printed and float glass were some of the first materials we used in

by Niemeyer), which is itself an invitation to learn about the Afro-

together with silver and stainless steel”, says Rubens Simões, who is the

Brazilian culture.

company owner and is responsible for product design. New combinations arose from this experience such as pieces of silver with agate stone and porcelain, present in réchauds and coffee pots. For the stainless steel line,

MASTERS OF ARCHITECTURE

Simões searched for a polyester resin, with a colored bottom, brightness

MECANOO – page 49

and an artistic touch for the pieces such as silverware, pitchers and trays. They gain a new life with this finishing. The resin also has the advantage

COMPOSITION, CONTRAST, COMPLEXITY

Wood, also paired with stainless steel, has brought interest: reforested

Winnie Bastian

eucalyptus is present in salad bowls, cheese and meat platters, offering

Founded in the Dutch city of Delft in 1985, Mecanoo is directed by

innumerable combinations. In 2005, Riva banked on natural rush to

Francine Houben, an architect educated at Delft Technical University. The

create, together with stainless steel, knife holders, pitchers, glass and steel

firm has over 60 professionals from diverse areas.

trays among other items.

Strict interpretations of architecture don’t please Houben, for whom

The pieces in silver and stainless steel conceived by Simões are produced

“architecture is a combination between many elements, such as urban

one by one, in a practically artisan way. Riva creations are available in

planning, landscaping and interior design. My work is characterized by

registered stores or through Riva representatives in diverse Brazilian

the integration of these disciplines”. This multidisciplinary approach has

states. There are also stores in Argentina, France, Greek and Mexico.

brought Houben and Mecanoo international recognition and diverse

Consult the complete list of stores on the sites www.riva.com.br,

awards such as the National Steel Prize (1998), the TECU Architecture

www.palaciodehierro.com.mx (Mexico) and www.alvearpalace.com

Award (2001) and the Dutch Building Prize (2003). In addition, Francine

(Argentina), or by customer service +55 (54) 3025-5333.

Houben received the title of honorary member of the Royal Institute of

English Version

of being a material that cannot be deformed and is resistant to marks.


British Architects in London in 2001.

building are closed in by panels of transparent glass. In addition to pre-

Writing and researching are common habits for Dutch architects and are

senting contrast, a frequent resource in Mecanoo’s work, these elements

also part of Francine Houben’s professional practice. In 1999, the archi-

serve an important strategic function in the environmental control of the

tect introduced the concept of esthetics of mobility, in which she proposed

building, which the architects define as “ecotechnology”. The “green roof”

a visionary attitude for constructions along express ways. In the same

also acts as a thermal isolator, along with the façades, made of doubled

year, she was made professor of Architectural Design and Aesthetics of

glass with a ventilated hollow of 140mm between each, a system of solar

Mobility at the Delft University of Technology. Between 2000 and 2001,

shadowing and a slippery high resistance laminate glass. The building

Houben lectured at the Università della Svizzera Italiana school of archi-

also has a system for storing heat and cold, that permits to control its tem-

tecture, in Mendrisio, Switzerland. In 2003 she directed the Biennal

perature as well as the temperature of the storehouse in the basement

International of Architecture in Rotterdam under the theme, “Mobility, A

(which is also humidity controlled), where the majority of the library is

Room with a View”.

stored, holding over a million publications.

In Mecanoo’s projects, one perceives a care with how the elements combine.

In the central hall, towers and open bookshelves organize approximately

“For me there are these three words: composition, contrast, complexity;

80 thousand books and periodicals: “you cannot mistake the fact that it is

this is what architecture is about”. And this is just the title of the book

a library”, comment the architects with a certain irony. This decision may

launched by Houben in 2001, which registers the work and trajectory of

be understood when the idea is concluded: “space, light and relaxing

Mecanoo, an office which has become known for its highly innovative

acoustics are lasting values for the design of a library. You must auto-

projects. Houben credits this innovation, among other factors, to intuition.

matically fall silent when you enter it, like in a cathedral.”

“Albeit it is only a small moment compared to the many years that are needed with a multidisciplinary team to get a project realized, (…) intuition plays a much more important role in architectural innovation and

NATIONAL HERITAGE MUSEUM

scientific development that we would generally like to acknowledge in the

TRADITION AND MODERNITY

western tradition of our scientific methodology”, she states. “Architecture should touch the senses; it can’t be just a purely conceptual, intellectual and visual game. What counts in the end is the mixture between form and emotion.”

Associating traditional materials with advanced technological resources, Mecanoo honours the Dutch cultural heritage, the central theme of National Heritage Museum in Arnhem, Holland

Francine Houben

An intersection between cultural anthropology and history, the National Heritage Museum brings together constructions from different Dutch periods

DELFT TECHNICAL UNIVERSITY LIBRARY

and regions in a park of 110 acres. More than 85 buildings were care-

ARCHITECTURE IN LANDSCAPE

fully disassembled in their original sites, transported and reconstructed in the ample park-museum, offering a panorama of the Dutch way of life

Constructed in 1997, the library at Delft Techinal University in Holland is still one of Mecanoo’s most important buildings. To create it, the architects took into consideration the neighboring building, a massive concrete auditorium, constructed by Van den Broek and Bakema in 1964. In response to this corpulent volume, the new building was developed as part of the landscape

between 1700 and 1970. Founded in 1912, the museum has a collection of historic dress and jewelry, but didn’t have a space for expositions. In 1995, Mecanoo was invited to design an access pavilion that would also cover a closed exposition area. In addition to this, the museum needed a space for multimedia presentations to show the objects and constructions to be seen in the park. To meet the needs of such a unique project, Mecanoo proposed two build-

English Version

ings that, at first sight, appear to be independent, but are connected by an One gesture defines the essence of the project: the floor next to the audi-

underground corridor. The first of these is a mysterious volume, in oval

torium inclines to form the roof of the library, which is covered by grass

form, apparently “resting” on a green space in the park. Covered in cop-

and allows pedestrian access, acting as an extension of existing public

per leaves, this construction is 13 meters high and has no external access,

space. Hence, one side of the library has the character of a building while

evoking the curiosity of visitors who walk around it in the way to a pavil-

the other mixes in with the landscape.

ion with 143 meters of length, situated at the museum’s entrance. This

Its presence on the campus, notwithstanding, is announced by a large

building serves as the articulating element of the project since, in addition

cone, that shelters lecture rooms on four levels. Separated from the roof

to being the point of access to the park, it contains various installations

by a “glassed halo”, the monumental cone also acts as a skylight, bring-

such as the museum shop, cafeteria, information area, auditorium, two

ing natural light into the center of the building.

temporary exhibition spaces and a semi-permanent exhibition of clothes

Opposing the organic mass of the grassed roof, three vertical faces of the

and jewelry from the collection.


Inside the pavilion, a tunnel leads the visitors to the interior of the oval

station for the high velocity train that joins Madrid and Barcelona).

building that houses the HollandRama (“Holland Panorama”), a multime-

The building’s form communicates the concept of hospitality, which guided

dia time capsule. With 150 seats, the capsule can elevate by 7.5 meters,

the architects: the generous balances of the upper floors receive visitors

dislocate by 11 meters above tracks in addition to rotate 360 degrees

coming from all directions, creating areas of shadow on hot days and a

horizontally. A joining of movement, animation, films, scenic illumination,

covering for rainy days.

music, scented effects and temperature provide the visitor with penetrat-

In addition to the physical connection with the city, several spaces of the

ing sensory experiences related to the diverse ways of life of the Dutch

building are visually connected to the immediate surroundings such as the

people, in the past and the present.

theater foyer and the top floor, which holds a garden open to visitors along with solar panels for generating energy. While the external appearance is dense and monolithic, the interior is

DIGITAL PORT

composed of three elements connected by natural stone ramps: a theater,

INDEPENDENT, BUT INTEGRATED

a multifunctional hall and “Club Lla Llotja” lounge, which offers a panoramic view of the city.

Inaugurated in 2004, Digital Port is a place for meetings, workshops and events about information technology. The project’s strong point is the integration of this new pavilion to an already existing building

This project was the absolute winner (at unanimous decision from the jury) of an international competition, due to its urban planning, clear logistics, ecological sustainability and imaginative power. The construction will begin in 2006.

In 2003, Mecanoo worked on an updating project of the World Trade Center in Rotterdam, a historic building designed by Jan Frederik Staal in

PHILIPS BUSINESS INNOVATION CENTER – NJIMEGEN,

the 1930s. In 2004, Mecanoo also designed a pavilion that was installed

HOLLAND

in the entrance hall of the WTC, to hold the Digital Port, an institution cre-

A knowledge center in which people from Holland and other countries

ated by the Rotterdam Chamber of Commerce to stimulate the use of

will be able to meet and work together, inspiring each other. To give form

information technology in order to optimize corporate processes and

to this ambitious project, Philips invited Mecanoo to design a building that

capacitate innovation to promote competitiveness of small and medium

combines “technology, science, culture, work, living and relaxation”.

companies.

The creation of a welcoming environment that stimulates the discovery by

The project is highlighted by an unconventional arrangement of materials

its recently arrived users was one of the project’s premises. The complex

and illumination, audio and video resources. Digital Port is built totally in

will bring together offices, laboratories, meeting rooms, a hotel, apart-

Perspex of diverse degrees of transparency, permitting the visitor to see,

ments, leisure and rest spaces, a central area for events and exhibitions,

at certain points, the top floor and lobby of the WTC. In addition to this,

a theater, restaurants, outlets, lounges, bars, stores, a spa, a meditation

the environments contain artificial illumination that allows for changing

space, a fitness center and a virtual museum of art and culture.

color and intensity of light, acording to the current use of the space.

A large sloped garden (that forms the roof of the parking and the expe-

The pavilion has two workshop spaces (16 seats each), an auditorium for

dition center) is the base for a covered square with four open air terraces,

48, a meeting room with 18 places, in addition to a space for expositions

the horizontal volume of the congress center and a 17 floors “bent” tower.

and events.

The façade of the tower is composed by a mosaic of glass and black anodized aluminum, material chosen in function of its lightness, durability,

LA LLOTJA THEATER AND CONVENTION CENTER – LLEIDA,

low maintenance and its smooth, uniform surface.

SPAIN

The construction began in May of 2005 and the first stage of the project

In a region with strong natural references (the site is situated between

shall be concluded by the end of 2006.

constructed in limestone, giving the impression that it has emerged from

LEARNING CENTER – LAUSANNE, SWITZERLAND

the earth.

Located in an area of approximately 20 thousand square meters in front

With 37,500 square meters, the complex holds two conference halls (with

of Leman Lake in the Alps, the Learning Center of the Federal Polytechnic

400 and 1,200 seats), a theater, a multifunctional space, a lounge and

School of Lausane (EPFL) will hold a library, exhibition and events rooms,

promises to become new icon in the historic city of Catalan.

information and training spaces, student association, two restaurants, VIP

The complex structure was resolved through the elevation of the public

room, bookstore and cybercafé. The competition for choosing the building

floors and the concentration of infrastructure services (such as charging

project for the Learning Center took place in 2004 and drew the interest

and discharging) in the basements. The architects decided to keep the

of more than 180 architecture firms in 21 countries. Of these, only 12

ground free, transforming it into a large square that interacts with the long

were invited to participate in the competition, including big names such as

esplanade along Rio Segre. The idea is to use the building to create a new

Jean Nouvel, Herzog & de Meuron, Rem Koolhaas and Zaha Hadid. The

urban space in a site that is important for its strategic location (next to the

winner was SANAA, a Japanese firm directed by Kazuo Sejima. The

English Version

the Seu Vella mountains and Segre river), Mecanoo proposed a building


Mecanoo proposal, however, deserves to be highlighted because of the

The use of the Xenon Lighting System and fitted fluorescent lamps,

unique “ecological engineering” solutions adopted.

covered by colorful filters, besides the use of halogen lamps, causes

The Dutch architects designed two hills (which cover the parking for cars

the fusion of luminous discharges and unexpected surprising shades.”

and bicycles) and, over them, the Learning Center building, that slowly turns on its axis at the same velocity of the Earth’s rotation: 15 degrees per hour. Hence, the glass façade is protected from direct solar exposure throughout the full day, reducing the need for artificial cooling in the build-

A 400 YEAR OLD CHARACTER... WELL ALIVE – page 68

ing. The rotation also dispenses of the need to use Persian blinds, allowing for more effective use of natural light. Other sustainable concepts are involved in the project such as thermal isolation (obtained by tripled glass panels) and natural ventilation (the building uses wind pressure during the summer and the chimney effect during the winter). This sophisticated mechanism refers to the solar technology developed by EPFL. “A technological masterpiece, shaped like a wing with an eye towards

That’s right. Don Quixote de la Mancha. To commemorate the date, the Santa Cruz museum in Toledo, Spain, presents “Otros Quijotes” (“Other Quixotes”) inviting more than 50 graphic designers and illustrators to “translate” the image of this character, whether virtual – or literary – the most famous hero in the whole world

the lake, the mountains and the world”, describe Mecanoo’s architects. By the Editorial Staff Based on reporting by Silvia Flórez

LIGHT AS SUGGESTION – page 64

The magazine, d(x)i, from Valencia, Spain, publishes posters from the “Otros Quijotes” exhibition and brings us an interview with the curator,

“Without light there is no space,” states architect Álvaro Siza. It is with light that architecture is created and recreated. What comes to your mind when it comes to lighting? When it comes to lamps design? An old thought: those could be omitted and define spaces through suggestion and emotion

Carlos Sendín, from which we have extracted text of this homage. During four centuries, typographers, illustrators and artists have created images that have appeared in editions distributed all over the world. “Spanish graphic designers couldn’t miss this opportunity to show

English Version

their talent and maturity”, comments Sendín, who is a sociologist and By the Editorial Staff

graphic designer.

Xenon Lighting System – this is the concept and system proposed by La

The first edition of El Quijote was launched in 1605, emerging “from the

Lampe when lighting designers were convoked to show, through scenog-

overflowing and able pen of Cervantes. Along these 400 years, the text

raphy, the new light equipment released by the company.

hasn’t changed, but the nature of thousands of editions that have suc-

“To give prestige to the national talent and propose the integration of light-

ceeded, creating superposed esthetic plans, as signs through which it is

ing with architecture,” says Marc van Riel, president of La Lampe. “Light

possible to read our profession’s history. The full trajectory of printing

can incite dreams and fantasies, and suggest new feelings, especially

techniques, editorial design, of typographic and graphic design are written

when it is part of architecture.”

in the pages of El Quijote.”

Guinter Parschalk and Gilberto Franco & Carlos Fortes, architects and

Silvia Flórez, editorial director of d(x)i and author of the interview with

designers, were the authors invited to demonstrate this new reality – tech-

Sendin, enquires about the intention and nature of the “Otros Quijotes”

nology. Result: emotion.

exhibition. “Between the literary Quixote and the collective imaginary

“Our project’s first concern was to reset the show-room’s entrance,

Quixote there has been a certain consolidated image that was interpreted

removing its corridor-like aspect. Two great lateral volumes work as a

and diffused by multiple artists like Picasso and Dali. Because of this we

visual obstruction in relation to the inside of the store and indicate the

wanted to reinvent the character, imagine other identities, dream of other

trajectory,” explains Carlos Fortes. The use of the Xenon Lighting

Quijotes, of other times, of our time or for always.”

System allows the lighting to, through these volumes, flow softly

“El Ingenioso Hidalgo Don Quixote de la Mancha”, or simply “Dom

towards all directions.

Quixote”, has already had some integral versions or adaptations for young

“The marking out is made by a set of small massive acrylic lamps and

readers in Brazil, as well as special and rare editions, among them the

Xenon lamps,” explains Gilberto Franco.

Carlos Drummond de Andrade poems about the character with illustra-

Guinter Parschalk was responsible for the creation of the indoor environ-

tions by Candido Portinari.

ments. Always with his refined humor, besides the home-theater and the dining room he also created a romantic room and “environments that

“Otros Quijotes”

stimulate sensations of pleasure and the desire to make good use of each

Museo de Santa Cruz, Toledo, Spain

environment.” In order to obtain these results, he explains, “the project

Curator: Carlos Sendín; images: Isidro Ferrer; scenography: Jesús Moreno

combines several types of lamps, even incorporated in furniture pieces.

Until August 28


99086_210x280 26/07/2005 17:56 Page 1 Mont_01 server:CARILLO-99086:Arquivos:Lito:

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